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Metabolismo de Ácidos Graxos



Profa. Dra. Aline Maria da Silva
Departamento de Bioquímica
Instituto de Química- USP
Ácidos carboxílicos com cadeia carbônica longa
Ácidos graxos:      (14 a 24 carbonos) sem ramificações,
                    contendo ou não insaturações.


 Grupo
 carboxila




 Cadeia
 carbônica




               Estearato                         Oleato
        forma ionizada do ácido      forma ionizada do ácido oleico
        esteárico (18 carbonos)     (18 carbonos, 1 insaturação em
                                           configuração cis)
Ácido mirístico



Ácido palmítico



Ácido esteárico
Ácido palmitoleico

                        Ácido oleico

                        Ácido linoleico
                        (família ômega-6)

                        Ácido α-linolênico
                        (família ômega-3)
                                       Carbono ω




Ácidos graxos ômega-3
Os ácidos graxos são armazenados como triacilgliceróis

                                         triacilglicerol




      Glicerol




                      1-estearoil, 2-linoleil, 3-palmitoil- glicerol
Os triacilgliceróis são reservas altamente concentradas de energia
metabólica porque são reduzidos e anidros.


                                       Micrografia eletrônica de
                                       uma adipócito: uma pequena
                                       faixa de citoplasma circunda
                                       o enorme depósito de
                                       triacilgliceróis.

                                       • As células adiposas são
                                       especializadas para síntese e
                                       armazenamento de triacilgliceróis.
                                       • Os triacilgliceróis são apolares e
                                       por isto são armazenados em forma
                                       quase anidra (sem água).
                                       • As reservas de triacilgliceróis
                                       podem sustentar energeticamente
                                       as funções biológicas por várias
                                       semanas.
O rendimento da oxidação de ácidos graxos é ~9kcal/g
  enquanto que carboidratos e proteínas rendem ~4kcal/g.


    Nutrientes                                     Produtos
    ricos em                                      pobres em
    energia                                         energia
                      Catabolismo
    Carboidratos                                      CO2
    Proteínas                                         H20
    Lipídios                                          NH3

                                      energia
                                      química

                                                Moléculas
Macromoléculas
                                                precursoras
Proteínas              Anabolismo               Aminoácidos
Polissacarídeos                                 Açucares
Lipidios                                        Ácidos graxos
Ácidos Nucleicos                                Bases nitrogenadas
fosfolipídios


Triacilgliceróis         Ácidos graxos




Glicogênio
                                    Acetil   Acetoacetil
                                                -CoA
                                    -CoA
                                             Ácidos graxos      Triacilgliceróis

    Catabolismo                                                         fosfolipídios




                                                             Anabolismo




 Fontes de Ácidos Graxos: Dieta, Estoque de gorduras, Síntese de outras fontes
As gorduras da dieta são digeridas no estômago e intestino
delgado por lipases gástrica e pancreática
Depois da ingestão, os
  triacilgliceróis (TAG) são
  emulsificados pelos sais biliares
  (incorporados em micelas que
  facilitam a açao das lipases).

Os principais produtos da ação das
  lipases são 2-monoacilgliceróis             Ácidos biliares como o
  e ácidos graxos livres que são              glicolato atuam como
  absorvidos pelas células                         detergentes.
  epiteliais que revestem o
  intestino delgado




   triacilglicerol           diacilglicerol            monoacilglicerol
Célula da mucosa epitelial

   Triacilgliceróis                Outros lipídios,
                                     proteínas


                                           Quilomicrons           Sistema
                                                                  linfático
 Ácidos graxos
                                  Triacilgliceróis
                                                                 Sangue
Monoacilgliceróis


                                                     • Tecido adiposo
                                                     • Músculo

 Os 2-monoacilgliceróis e ácidos graxos livres são absorvidos
 pelas células epiteliais que revestem o intestino delgado e são
 reconvertidos em TAG que são empacotados com proteínas
 específicas e colesterol da dieta em quilomicrons.
Quilomícron
                     Apoliproteínas




                     Fosfolipídios
Colesterol
                Triacilgliceróis
Lipídios ingeridos                                     Ácidos graxos são
        da dieta                                               oxidados ou re-
                                                               esterificados para
                                                               armazenamento
    Vesícula biliar
                                                                        Miócito ou
                                                                        adipócito




                      Intestino
                      delgado                                   Ácidos graxos
                                                                entram nas células
1 Emulsificação com
sais biliares formando
micelas mistas                                                     Ativação da
                                                                lipoproteína
        Lipases                          Capilares              lipase
        intestinais
                                  Mucosa intestinal                Quilomicrons
        degradam TAG
                                                                movem-se através
                                                                do sistema linfático e
        Ácidos graxos e                                         sanguíneo para os
        monoacilglicerol são                                    tecidos
        absorvidos pela
        mucosa intestinal e                          Formação dos
        reconvertidos em TAG                         quilomicrons
Estado alimentado




                                                 O fígado é outra fonte de ácidos
                                                 graxos livres no estado
                                                 alimentado. Os ácidos graxos são
                                                 provenientes do excesso de
                                                 carboidratos e aminoácidos.

                                                 Esses ácidos graxos são ligados
                                                 em TAG e acondicionados em
                                                 VLDL (lipoproteína de densidade
                                                 muito baixa), que é secretada na
                                                 corrente sanguínea.



TAG em quilomicrons e VLDL são hidrolisados por lipases localizada na
superfície de células endoteliais de capilares de tecidos, como o adiposo e
músculo esquelético.

A apoproteína ApoC-II (apo = lipoproteína na sua forma livre de lipídio),
encontrada em quilomicrons e em VLDL, ativa esse processo.
Quilomicrons dão
                             aparência leitosa
  Plasma        Plasma
sanguíneo     sanguíneo
após jejum   após refeição
Hormônios sinalizam a mobilização de
           gorduras armazenada

• Os hormônios adrenalina (epinefrina) e glucagon,
  secretados quando a glicemia está baixa ativam a
  liberação de ácidos graxos dos triacilgliceróis.

• Os ácidos graxos liberados dos adipócitos vão
  para corrente sanguínea onde ligam-se a
  albumina.

• Os ácidos graxos são transportados para tecidos
  como músculo, coração e córtex renal.
Hormônios (glucagon, adrenalina) sinalizam a
   mobilização de gorduras armazenada

                Adenilil
                ciclase




                                  Ácidos graxos livres




    Proteína          Proteína
    quinase A         quinase A                 Outras lipases
triacilglicerol      Hepatócito


Lipase



                          Outros tecidos



         glicerol




   Ácidos graxos livres
O glicerol não pode ser aproveitado pelos adipócitos que não tem
glicerol quinase. É liberado na circulação. No fígado e em outros
tecidos é convertido em diidroxiacetona fosfato.




            Glicerol
            quinase
 Glicerol                Glicerol 3-
                         fosfato
                                         Triose fosfato isomerase




                  Glicerol 3-
                    fosfato
                desidrogenase   Diidroxiacetona       Gliceraldeído
                                     fosfato          3-fosfato
                                           (Glicólise)
Degradação dos ácidos graxos




                            acil-CoA sintetase
• Por ser a ligação C-C nos ácidos graxos relativamente estável,
  eles tem que ser ativados antes da degradação (oxidação).

• O AG é convertido em acil-CoA em reação de 2 passos pela acil-
  CoA sintetase.

• Os acil-CoA são compostos ricos em energia.

• A ligação tioéster é formada as custas da quebra de uma
  ligação anidrido fosfórico ATP → AMP +PPi

• O pirofosfato é hidrolisado a 2 Pi numa reação irreversível, que
  torna o processo todo irreversível
O ácido graxo é convertido em acil-CoA em reação de 2 passos
                     pela acil-CoA sintetase




                                  ácido graxo

                       acil-CoA
                      sintetase



                                                  acil-adenilato
                                                (ligado a enzima)
        pirofosfato
                       acil-CoA
pirofosfatase         sintetase

                                                  acil-CoA
                                                Ligação tioéster entre a
                                                carboxila do ácido graxo e
                                                o grupo SH da CoA
Grupo tiol
reativo
             Coenzima A
Os ácidos graxos ativados são transportados para a matriz
mitocondrial através de sua ligação a carnitina.
                   Membrana              Membrana
              mitocondrial externa   mitocondrial interna

                                                       Carnitina acil-
                                                       transferase II




       Carnitina acil-                          Translocase
       transferase I

                                                        Carnitina é
                                                        sintetizada a
                                                        partir de
                                                        aminoácidos
8 acetil-CoA
                         C16



                                         Ciclo do
Reação de β-oxidação:                     ácido
na matriz mitocondrial                    cítrico

acil-CoA é oxidada a
acetil-CoA produzindo
NADH e FADH2




                           Cadeia de
                         transporte de
                            elétrons
β-oxidação
palmitoil-CoA
1- Oxidação de acil-CoA a               Acil-CoA
enoil-CoA                         desidrogenase




                                                        enoil-CoA
2- Hidratação da dupla
                                       enoil-CoA
formando 3-hidroxiacil-CoA             hidratase



3-Oxidação do grupo                                     L-β-hidroxi-
hidroxila do carbono β                                  acil-CoA
                                β-hidrociacil-CoA
formando carbonila
                                   desidrogenase


                                                        β-cetoacil-CoA
4-cisão da β-cetoacil-CoA por
uma reação com uma                       tiolase
molécula de CoA:
encurtamento de dois átomos
de carbono
                                       (C14) acil-CoA
                                       miristoil-CoA
Primeiras três rodadas na
degradação do palmitato.
Palmitoil-CoA (16 C) + 7CoA + 7FAD+ 7NAD+ + 7 H2O


     8 Acetil CoA + 7 FADH2 + 7 NADH + 7H+
Rendimento de ATP durante a oxidação de uma molécula de
 palmitoil-CoA a CO2 e H2O
 Enzima: etapa de             Número de NADH ou ATP formado*
 oxidação                       FADH2 formado




* Estes cálculos assumem que a fosforilação oxidativa mitocondrial
produz 1,5 ATP por FADH2 oxidado e 2,5 ATP por NADH oxidado.
  O GTP produzido nesta etapa rende 1 ATP em uma reação catalisada
pela nucleosídeo difosfato quinase.

- ATP da ativação do palmitato (2 ligações ricas em energia) = 2 ATP = 106
A oxidação de ácidos graxos insaturados requer enzimas
adicionais.



                                           Oleil-CoA
Os AG insaturados são      3 ciclos de
comuns em tecidos          β-oxidação
animais e vegetais e
suas configurações são
quase sempre cis


                            Enoil-CoA
                           isomerase




                           5 ciclos de
Os AG poliinsaturados      β-oxidação
requerem outras
isomerases e redutases.
Ácidos graxos com número ímpar de carbonos (raros!)
 são oxidados do mesmo modo que os de cadeia de
 número par, exceto quanto à produção de propionil CoA e
 acetil CoA no último ciclo da β-oxidação.

                                     metilmalonil CoA mutase – cobalamina (vitamina B12)




         propionil CoA carboxilase


propionil CoA                D-metilmalonil CoA             L-metilmalonil CoA




                      Ciclo de Krebs


                                                             Succinil CoA
Quando predomina a degradação de lipídios ocorre a
formação de corpos cetônicos.
A entrada de acetil-CoA no ciclo de Krebs depende da
disponibilidade de oxaloacetato, que diminui quando não
há glicose disponível.                Piruvato carboxilase

Oxaloacetato é formado a partir de piruvato. No jejum ou
diabetes, oxaloacetato é usado para formar glicose, e não
está disponível para condensação com acetil-CoA.

                                                 Hidroxi butirato
                                                 desidrogenase


      tiolase



                                                                    D-3-hidroxi-
                                                                      butirato
                   Hidroximetil         Enzima de
                   glutaril coA         clivagem
                     sintase

       acetoacetil-CoA     3-hidroxi-3 metil-   acetoacetato        acetona
                              glutaril CoA
Os corpos cetônicos
 produzidos no fígado caem
 na corrente sanguínea.
 Nas mitocôndrias do
 músculo cardíaco, cortéx
 renal e outros tecidos, os
 corpos cetônicos são
 convertidos em acetoacetato
 que é utilizado como fonte
 de energia
 Durante o jejum prolongado
 e no diabetes, o cérebro se
 adapta a utilização de corpos
 cetônicos com fonte de
 energia.
               β-cetoacil transferase
                   ausente no fígado

Cetose= elevada concentração de
Corpos cetônicos no plasma (cetonemia) e
na urina (cetonúria)
Cetonemia resulta em acidose
Síntese de ácidos graxos

Se carboidratos, gorduras e proteínas são consumidos em
quantidades que excedam as necessidades energéticas, o
excesso será armazenado na forma de triacilgliceróis.

 A síntese de ácidos graxos ocorre no CITOSSOL das células,
 preferencialmente no:
 •      Fígado
 •      Tecido adiposo
 •      Glândulas mamárias (na lactação)


A síntese de ácidos graxos está sujeita a diversos
mecanismos de controle, mas ocorre invariavelmente,
quando a carga energética celular é alta (ATP/ADP alta)
•A síntese de ácidos graxos tem acetil-CoA e malonil-
CoA como doadores de carbonos e NADPH como agente
redutor.
•As atividades enzimáticas para síntese de ácidos
graxos nos eucariotos estão presentes em uma única
cadeia polipeptídica da ácido graxo sintase.
• Os intermediários na síntese de ácidos graxos são
ligados a sufidrila terminal da fosfopanteteína ligada a
proteína carreadora de acilas (ACP)
Acetil-CoA para síntese de ácidos graxos provém
da mitocôndria e é formado a partir de:
- Piruvato (da glicose)
- Ácidos graxos (das gorduras)
- Alguns aminoácidos (das proteínas)


Acetil-CoA NÃO sai da mitocôndria diretamente.
Os átomos de carbonos do Acetil-CoA são
transportados para o citossol sob forma de
CITRATO.
Citrato
                            sintase
Acetil-CoA   Oxaloacetato             Citrato
Transporte de carbonos como acetil-CoA, com gasto de
        ATP e formação de NADPH citossólico

     Mitocôndria                      Citossol

          citrato                          citrato    ATP + HS-CoA
                                                   Citrato liase

                                                         ADP+ Pi
Acetil-CoA       oxaloacetato                      Acetil-CoA
                                oxaloacetato



               CO2               malato
                                           NADP+
  Piruvato carboxilase          CO2
                                            NADPH

                  Piruvato         Piruvato
                                                     Ácido graxo
Membrana           Membrana mitocondrial
                 mitocondrial interna         externa
                                                          Citossol
                 Transportador
                     de citrato




      Piruvato        Citrato                     Citrato
desidrogenase         sintase                       liase




                                                       Malato
                                                desidrogenase
                        Malato
                        desidro-
                        genase




                       Transpor-
                        tador de
                          malato


                                                  Transporte de carbonos
                 Transportador
                                                  como acetil-CoA, com
                    de piruvato                   gasto de ATP e formação
                                                  de NADPH citossólico
A formação de malonil-CoA a partir de acetil-CoA é a
 etapa limitante da síntese de ácidos graxos:


                                        Reação de ativação às
                                        custas de gasto de 1 ATP

    Acetil CoA


Acetil-CoA carboxilase

                         Malonil CoA


                                                  Citrato
            Quinase-                                         Carboxilase
Carboxi-                   Carboxi-    Carboxi-
              AMP                                           parcialmente
  lase                        lase        lase                  ativa
 ativa                      inativa     inativa
            Fosfatase
A acetil-CoA carboxilase tem como grupo
           prostético a biotina



                          Acetil-CoA   Malonil-CoA

       Carboxilase       Carboxilase
       da biotina        da acetil-
                         CoA
Durante a síntese de ácidos graxos os intermediários estão
acoplados a ACP
                         transacilase
      Acetil CoA + ACP             acetil-ACP + CoA
      Malonil CoA + ACP            malonil-ACP + CoA


                                         fosfopanteteína




Proteína Carreadora de Acilas (ACP) Coenzima A
Os ácidos graxos são
sintetizados pela
repetição de reações de
condensação, redução,
desitratação e redução.
Os intermediários estão
sempre ligados a ACP.




                 Segunda
                 volta da
 + Malonil-ACP   síntese
A liberação de CO2
impulsiona a
condensação.
+ Malonil-ACP


Segunda rodada da síntese
As atividades enzimáticas para síntese de ácidos graxos nos eucariotos
estão presentes em uma única cadeia polipeptídica da ácido graxo sintase.
A unidade flexivel de fosfopanteteína da ACP transporta os substratos para
os centros ativos da enzima


  Entrada do substrato




           Condensação                Redução                 Liberação
                                                                  do
                                                              palmitato
      ACP= Proteína carreadora de acila
      AT= Acetil-CoA-ACP-transacilase
                                                        Translocação
      MT= Malonil-CoA-ACP transacilase
      CE =β-cetoacil-ACP sintase (Condensação)
      KR= β-cetoacil-ACP redutase
      DH= β-hidroxiacil desidratase
      ER = enoil-ACP redutase
      TE = Tioesterase
Acetil-CoA-ACP-transacilase                     Malonil-CoA-ACP transacilase




               CE                                  CE




                CE
                                                   CE
                                 ácido graxo
                                     sintase
                              carregada com
                              grupos acetil e
                                     malonil
β-cetoacil-ACP sintase (Enzima de
                            Condensação)




   ácido graxo
       sintase
carregada com
grupos acetil e
       malonil

        Condensação




                  Acetoacetil-ACP
β-cetoacil-ACP redutase




      Acetoacetil-ACP




Redução do β-
   ceto grupo
                                        β-hidroxibutiril-ACP
Trans-Δ2-butenoil-ACP




                                     Desitratação

β-hidroxibutiril-ACP
                       β-hidroxiacil desidratase
butiril-ACP




                      Translocação do
                     grupo butiril para
                       cisteína da β-
                        cetoacil-ACP
                           sintase

           Redução da
           dupla ligação                  Segunda
                                           rodada




                   enoil-ACP redutase
Trans-Δ2-butenoil-ACP
Início da segunda rodada



                                         Malonil-CoA-ACP transacilase




                           Condensação




                                 β-cetoacil-ACP
Malonil-ACP   Malonil-ACP

                                      Malonil-ACP

                                                    Malonil-ACP




                                                            +
 ácido                                                   adições
 graxo                                                     de
sintase                                                  malonil-
                                                          ACP

                  Produto hidrolisado
                  por tioesterase



                                                                    Palmitato
Estequiometria da síntese de ácidos graxos:

1- formação de 7 malonil-CoA

7 acetil-CoA + 7CO2 + 7ATP → 7malonil-CoA + 7ADP + 7Pi + 14H+

2- Sete ciclos de condensação e redução

acetil-CoA + 7malonil-CoA + 14 NADPH + 20H+ → palmitato (C16)
+ 7CO2+ 8 CoA+ 14 NADP++ 6H2O



8 acetil-CoA + 7 ATP + 14 NADPH + 6H+ → palmitato (C16)
+ 14 NADP+ + 8CoA + 6H2O + 7ADP + 7Pi


    1 NADPH é gerado para cada acetil CoA transferida da mitocôndria para o
 citossol, portanto 8 NADPH vem desta etapa. Os demais 6 NADPH para síntese
                        provém da via das pentose-fosfato.
Membrana           Membrana mitocondrial
                 mitocondrial interna         externa
                                                          Citossol
                 Transportador
                     de citrato




      Piruvato        Citrato                     Citrato
desidrogenase         sintase                       liase




                                                       Malato
                                                desidrogenase
                        Malato
                        desidro-
                        genase


                                                    Enzima
                       Transpor-                     málica
                        tador de
                          malato


                                                  Transporte de carbonos
                 Transportador
                                                  como acetil-CoA, com
                    de piruvato                   gasto de ATP e formação
                                                  de NADPH citossólico
Enzima málica
A formação de malonil-CoA a partir de acetil-CoA é a
 etapa limitante da síntese de ácidos graxos:


                                        Reação de ativação às
                                        custas de gasto de 1 ATP

    Acetil CoA


Acetil-CoA carboxilase

                         Malonil CoA


                                                  Citrato
              Quinase                                        Carboxilase
Carboxi-    dependente     Carboxi-    Carboxi-             parcialmente
  lase        de AMP          lase        lase                  ativa
 ativa                      inativa     inativa
            Fosfatase

                                        Controle alostérico
                                           pelo citrato
Regulação da síntese de ácidos graxos
                              Inibe a fosfofrutoquinase
                              (glicólise)
   Controle         Citrato   insulina
 alostérico +        liase
 pelo citrato


Insulina        Acetil- CoA   Glucagon, adrenalina causam
   causa        carboxilase   inativação da Acetil-CoA
ativação                      carboxilase (AMP ↑), inativam
                              a fosfatase, mantendo a ACC
                              fosforilada, inativa.
  Controle
 alostérico -
    pelo                      Malonil-CoA inibe a
  palmitoil-                  carnitina aciltransferase I
     CoA                      (inibe transporte de
                              ácidos graxos para
                              mitocôndria prevenindo
                              sua degradação)

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Acidos graxos

  • 1. Metabolismo de Ácidos Graxos Profa. Dra. Aline Maria da Silva Departamento de Bioquímica Instituto de Química- USP
  • 2. Ácidos carboxílicos com cadeia carbônica longa Ácidos graxos: (14 a 24 carbonos) sem ramificações, contendo ou não insaturações. Grupo carboxila Cadeia carbônica Estearato Oleato forma ionizada do ácido forma ionizada do ácido oleico esteárico (18 carbonos) (18 carbonos, 1 insaturação em configuração cis)
  • 4. Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico (família ômega-6) Ácido α-linolênico (família ômega-3) Carbono ω Ácidos graxos ômega-3
  • 5. Os ácidos graxos são armazenados como triacilgliceróis triacilglicerol Glicerol 1-estearoil, 2-linoleil, 3-palmitoil- glicerol
  • 6. Os triacilgliceróis são reservas altamente concentradas de energia metabólica porque são reduzidos e anidros. Micrografia eletrônica de uma adipócito: uma pequena faixa de citoplasma circunda o enorme depósito de triacilgliceróis. • As células adiposas são especializadas para síntese e armazenamento de triacilgliceróis. • Os triacilgliceróis são apolares e por isto são armazenados em forma quase anidra (sem água). • As reservas de triacilgliceróis podem sustentar energeticamente as funções biológicas por várias semanas.
  • 7. O rendimento da oxidação de ácidos graxos é ~9kcal/g enquanto que carboidratos e proteínas rendem ~4kcal/g. Nutrientes Produtos ricos em pobres em energia energia Catabolismo Carboidratos CO2 Proteínas H20 Lipídios NH3 energia química Moléculas Macromoléculas precursoras Proteínas Anabolismo Aminoácidos Polissacarídeos Açucares Lipidios Ácidos graxos Ácidos Nucleicos Bases nitrogenadas
  • 8. fosfolipídios Triacilgliceróis Ácidos graxos Glicogênio Acetil Acetoacetil -CoA -CoA Ácidos graxos Triacilgliceróis Catabolismo fosfolipídios Anabolismo Fontes de Ácidos Graxos: Dieta, Estoque de gorduras, Síntese de outras fontes
  • 9. As gorduras da dieta são digeridas no estômago e intestino delgado por lipases gástrica e pancreática Depois da ingestão, os triacilgliceróis (TAG) são emulsificados pelos sais biliares (incorporados em micelas que facilitam a açao das lipases). Os principais produtos da ação das lipases são 2-monoacilgliceróis Ácidos biliares como o e ácidos graxos livres que são glicolato atuam como absorvidos pelas células detergentes. epiteliais que revestem o intestino delgado triacilglicerol diacilglicerol monoacilglicerol
  • 10. Célula da mucosa epitelial Triacilgliceróis Outros lipídios, proteínas Quilomicrons Sistema linfático Ácidos graxos Triacilgliceróis Sangue Monoacilgliceróis • Tecido adiposo • Músculo Os 2-monoacilgliceróis e ácidos graxos livres são absorvidos pelas células epiteliais que revestem o intestino delgado e são reconvertidos em TAG que são empacotados com proteínas específicas e colesterol da dieta em quilomicrons.
  • 11. Quilomícron Apoliproteínas Fosfolipídios Colesterol Triacilgliceróis
  • 12. Lipídios ingeridos Ácidos graxos são da dieta oxidados ou re- esterificados para armazenamento Vesícula biliar Miócito ou adipócito Intestino delgado Ácidos graxos entram nas células 1 Emulsificação com sais biliares formando micelas mistas Ativação da lipoproteína Lipases Capilares lipase intestinais Mucosa intestinal Quilomicrons degradam TAG movem-se através do sistema linfático e Ácidos graxos e sanguíneo para os monoacilglicerol são tecidos absorvidos pela mucosa intestinal e Formação dos reconvertidos em TAG quilomicrons
  • 13. Estado alimentado O fígado é outra fonte de ácidos graxos livres no estado alimentado. Os ácidos graxos são provenientes do excesso de carboidratos e aminoácidos. Esses ácidos graxos são ligados em TAG e acondicionados em VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa), que é secretada na corrente sanguínea. TAG em quilomicrons e VLDL são hidrolisados por lipases localizada na superfície de células endoteliais de capilares de tecidos, como o adiposo e músculo esquelético. A apoproteína ApoC-II (apo = lipoproteína na sua forma livre de lipídio), encontrada em quilomicrons e em VLDL, ativa esse processo.
  • 14. Quilomicrons dão aparência leitosa Plasma Plasma sanguíneo sanguíneo após jejum após refeição
  • 15. Hormônios sinalizam a mobilização de gorduras armazenada • Os hormônios adrenalina (epinefrina) e glucagon, secretados quando a glicemia está baixa ativam a liberação de ácidos graxos dos triacilgliceróis. • Os ácidos graxos liberados dos adipócitos vão para corrente sanguínea onde ligam-se a albumina. • Os ácidos graxos são transportados para tecidos como músculo, coração e córtex renal.
  • 16. Hormônios (glucagon, adrenalina) sinalizam a mobilização de gorduras armazenada Adenilil ciclase Ácidos graxos livres Proteína Proteína quinase A quinase A Outras lipases
  • 17. triacilglicerol Hepatócito Lipase Outros tecidos glicerol Ácidos graxos livres
  • 18. O glicerol não pode ser aproveitado pelos adipócitos que não tem glicerol quinase. É liberado na circulação. No fígado e em outros tecidos é convertido em diidroxiacetona fosfato. Glicerol quinase Glicerol Glicerol 3- fosfato Triose fosfato isomerase Glicerol 3- fosfato desidrogenase Diidroxiacetona Gliceraldeído fosfato 3-fosfato (Glicólise)
  • 19. Degradação dos ácidos graxos acil-CoA sintetase • Por ser a ligação C-C nos ácidos graxos relativamente estável, eles tem que ser ativados antes da degradação (oxidação). • O AG é convertido em acil-CoA em reação de 2 passos pela acil- CoA sintetase. • Os acil-CoA são compostos ricos em energia. • A ligação tioéster é formada as custas da quebra de uma ligação anidrido fosfórico ATP → AMP +PPi • O pirofosfato é hidrolisado a 2 Pi numa reação irreversível, que torna o processo todo irreversível
  • 20. O ácido graxo é convertido em acil-CoA em reação de 2 passos pela acil-CoA sintetase ácido graxo acil-CoA sintetase acil-adenilato (ligado a enzima) pirofosfato acil-CoA pirofosfatase sintetase acil-CoA Ligação tioéster entre a carboxila do ácido graxo e o grupo SH da CoA
  • 21. Grupo tiol reativo Coenzima A
  • 22. Os ácidos graxos ativados são transportados para a matriz mitocondrial através de sua ligação a carnitina. Membrana Membrana mitocondrial externa mitocondrial interna Carnitina acil- transferase II Carnitina acil- Translocase transferase I Carnitina é sintetizada a partir de aminoácidos
  • 23. 8 acetil-CoA C16 Ciclo do Reação de β-oxidação: ácido na matriz mitocondrial cítrico acil-CoA é oxidada a acetil-CoA produzindo NADH e FADH2 Cadeia de transporte de elétrons
  • 25. palmitoil-CoA 1- Oxidação de acil-CoA a Acil-CoA enoil-CoA desidrogenase enoil-CoA 2- Hidratação da dupla enoil-CoA formando 3-hidroxiacil-CoA hidratase 3-Oxidação do grupo L-β-hidroxi- hidroxila do carbono β acil-CoA β-hidrociacil-CoA formando carbonila desidrogenase β-cetoacil-CoA 4-cisão da β-cetoacil-CoA por uma reação com uma tiolase molécula de CoA: encurtamento de dois átomos de carbono (C14) acil-CoA miristoil-CoA
  • 26. Primeiras três rodadas na degradação do palmitato.
  • 27. Palmitoil-CoA (16 C) + 7CoA + 7FAD+ 7NAD+ + 7 H2O 8 Acetil CoA + 7 FADH2 + 7 NADH + 7H+
  • 28. Rendimento de ATP durante a oxidação de uma molécula de palmitoil-CoA a CO2 e H2O Enzima: etapa de Número de NADH ou ATP formado* oxidação FADH2 formado * Estes cálculos assumem que a fosforilação oxidativa mitocondrial produz 1,5 ATP por FADH2 oxidado e 2,5 ATP por NADH oxidado. O GTP produzido nesta etapa rende 1 ATP em uma reação catalisada pela nucleosídeo difosfato quinase. - ATP da ativação do palmitato (2 ligações ricas em energia) = 2 ATP = 106
  • 29. A oxidação de ácidos graxos insaturados requer enzimas adicionais. Oleil-CoA Os AG insaturados são 3 ciclos de comuns em tecidos β-oxidação animais e vegetais e suas configurações são quase sempre cis Enoil-CoA isomerase 5 ciclos de Os AG poliinsaturados β-oxidação requerem outras isomerases e redutases.
  • 30. Ácidos graxos com número ímpar de carbonos (raros!) são oxidados do mesmo modo que os de cadeia de número par, exceto quanto à produção de propionil CoA e acetil CoA no último ciclo da β-oxidação. metilmalonil CoA mutase – cobalamina (vitamina B12) propionil CoA carboxilase propionil CoA D-metilmalonil CoA L-metilmalonil CoA Ciclo de Krebs Succinil CoA
  • 31. Quando predomina a degradação de lipídios ocorre a formação de corpos cetônicos. A entrada de acetil-CoA no ciclo de Krebs depende da disponibilidade de oxaloacetato, que diminui quando não há glicose disponível. Piruvato carboxilase Oxaloacetato é formado a partir de piruvato. No jejum ou diabetes, oxaloacetato é usado para formar glicose, e não está disponível para condensação com acetil-CoA. Hidroxi butirato desidrogenase tiolase D-3-hidroxi- butirato Hidroximetil Enzima de glutaril coA clivagem sintase acetoacetil-CoA 3-hidroxi-3 metil- acetoacetato acetona glutaril CoA
  • 32. Os corpos cetônicos produzidos no fígado caem na corrente sanguínea. Nas mitocôndrias do músculo cardíaco, cortéx renal e outros tecidos, os corpos cetônicos são convertidos em acetoacetato que é utilizado como fonte de energia Durante o jejum prolongado e no diabetes, o cérebro se adapta a utilização de corpos cetônicos com fonte de energia. β-cetoacil transferase ausente no fígado Cetose= elevada concentração de Corpos cetônicos no plasma (cetonemia) e na urina (cetonúria) Cetonemia resulta em acidose
  • 33. Síntese de ácidos graxos Se carboidratos, gorduras e proteínas são consumidos em quantidades que excedam as necessidades energéticas, o excesso será armazenado na forma de triacilgliceróis. A síntese de ácidos graxos ocorre no CITOSSOL das células, preferencialmente no: • Fígado • Tecido adiposo • Glândulas mamárias (na lactação) A síntese de ácidos graxos está sujeita a diversos mecanismos de controle, mas ocorre invariavelmente, quando a carga energética celular é alta (ATP/ADP alta)
  • 34. •A síntese de ácidos graxos tem acetil-CoA e malonil- CoA como doadores de carbonos e NADPH como agente redutor. •As atividades enzimáticas para síntese de ácidos graxos nos eucariotos estão presentes em uma única cadeia polipeptídica da ácido graxo sintase. • Os intermediários na síntese de ácidos graxos são ligados a sufidrila terminal da fosfopanteteína ligada a proteína carreadora de acilas (ACP)
  • 35. Acetil-CoA para síntese de ácidos graxos provém da mitocôndria e é formado a partir de: - Piruvato (da glicose) - Ácidos graxos (das gorduras) - Alguns aminoácidos (das proteínas) Acetil-CoA NÃO sai da mitocôndria diretamente. Os átomos de carbonos do Acetil-CoA são transportados para o citossol sob forma de CITRATO.
  • 36. Citrato sintase Acetil-CoA Oxaloacetato Citrato
  • 37. Transporte de carbonos como acetil-CoA, com gasto de ATP e formação de NADPH citossólico Mitocôndria Citossol citrato citrato ATP + HS-CoA Citrato liase ADP+ Pi Acetil-CoA oxaloacetato Acetil-CoA oxaloacetato CO2 malato NADP+ Piruvato carboxilase CO2 NADPH Piruvato Piruvato Ácido graxo
  • 38. Membrana Membrana mitocondrial mitocondrial interna externa Citossol Transportador de citrato Piruvato Citrato Citrato desidrogenase sintase liase Malato desidrogenase Malato desidro- genase Transpor- tador de malato Transporte de carbonos Transportador como acetil-CoA, com de piruvato gasto de ATP e formação de NADPH citossólico
  • 39. A formação de malonil-CoA a partir de acetil-CoA é a etapa limitante da síntese de ácidos graxos: Reação de ativação às custas de gasto de 1 ATP Acetil CoA Acetil-CoA carboxilase Malonil CoA Citrato Quinase- Carboxilase Carboxi- Carboxi- Carboxi- AMP parcialmente lase lase lase ativa ativa inativa inativa Fosfatase
  • 40. A acetil-CoA carboxilase tem como grupo prostético a biotina Acetil-CoA Malonil-CoA Carboxilase Carboxilase da biotina da acetil- CoA
  • 41. Durante a síntese de ácidos graxos os intermediários estão acoplados a ACP transacilase Acetil CoA + ACP acetil-ACP + CoA Malonil CoA + ACP malonil-ACP + CoA fosfopanteteína Proteína Carreadora de Acilas (ACP) Coenzima A
  • 42. Os ácidos graxos são sintetizados pela repetição de reações de condensação, redução, desitratação e redução. Os intermediários estão sempre ligados a ACP. Segunda volta da + Malonil-ACP síntese
  • 43. A liberação de CO2 impulsiona a condensação.
  • 45. As atividades enzimáticas para síntese de ácidos graxos nos eucariotos estão presentes em uma única cadeia polipeptídica da ácido graxo sintase. A unidade flexivel de fosfopanteteína da ACP transporta os substratos para os centros ativos da enzima Entrada do substrato Condensação Redução Liberação do palmitato ACP= Proteína carreadora de acila AT= Acetil-CoA-ACP-transacilase Translocação MT= Malonil-CoA-ACP transacilase CE =β-cetoacil-ACP sintase (Condensação) KR= β-cetoacil-ACP redutase DH= β-hidroxiacil desidratase ER = enoil-ACP redutase TE = Tioesterase
  • 46. Acetil-CoA-ACP-transacilase Malonil-CoA-ACP transacilase CE CE CE CE ácido graxo sintase carregada com grupos acetil e malonil
  • 47. β-cetoacil-ACP sintase (Enzima de Condensação) ácido graxo sintase carregada com grupos acetil e malonil Condensação Acetoacetil-ACP
  • 48. β-cetoacil-ACP redutase Acetoacetil-ACP Redução do β- ceto grupo β-hidroxibutiril-ACP
  • 49. Trans-Δ2-butenoil-ACP Desitratação β-hidroxibutiril-ACP β-hidroxiacil desidratase
  • 50. butiril-ACP Translocação do grupo butiril para cisteína da β- cetoacil-ACP sintase Redução da dupla ligação Segunda rodada enoil-ACP redutase Trans-Δ2-butenoil-ACP
  • 51. Início da segunda rodada Malonil-CoA-ACP transacilase Condensação β-cetoacil-ACP
  • 52. Malonil-ACP Malonil-ACP Malonil-ACP Malonil-ACP + ácido adições graxo de sintase malonil- ACP Produto hidrolisado por tioesterase Palmitato
  • 53. Estequiometria da síntese de ácidos graxos: 1- formação de 7 malonil-CoA 7 acetil-CoA + 7CO2 + 7ATP → 7malonil-CoA + 7ADP + 7Pi + 14H+ 2- Sete ciclos de condensação e redução acetil-CoA + 7malonil-CoA + 14 NADPH + 20H+ → palmitato (C16) + 7CO2+ 8 CoA+ 14 NADP++ 6H2O 8 acetil-CoA + 7 ATP + 14 NADPH + 6H+ → palmitato (C16) + 14 NADP+ + 8CoA + 6H2O + 7ADP + 7Pi 1 NADPH é gerado para cada acetil CoA transferida da mitocôndria para o citossol, portanto 8 NADPH vem desta etapa. Os demais 6 NADPH para síntese provém da via das pentose-fosfato.
  • 54. Membrana Membrana mitocondrial mitocondrial interna externa Citossol Transportador de citrato Piruvato Citrato Citrato desidrogenase sintase liase Malato desidrogenase Malato desidro- genase Enzima Transpor- málica tador de malato Transporte de carbonos Transportador como acetil-CoA, com de piruvato gasto de ATP e formação de NADPH citossólico
  • 56. A formação de malonil-CoA a partir de acetil-CoA é a etapa limitante da síntese de ácidos graxos: Reação de ativação às custas de gasto de 1 ATP Acetil CoA Acetil-CoA carboxilase Malonil CoA Citrato Quinase Carboxilase Carboxi- dependente Carboxi- Carboxi- parcialmente lase de AMP lase lase ativa ativa inativa inativa Fosfatase Controle alostérico pelo citrato
  • 57. Regulação da síntese de ácidos graxos Inibe a fosfofrutoquinase (glicólise) Controle Citrato insulina alostérico + liase pelo citrato Insulina Acetil- CoA Glucagon, adrenalina causam causa carboxilase inativação da Acetil-CoA ativação carboxilase (AMP ↑), inativam a fosfatase, mantendo a ACC fosforilada, inativa. Controle alostérico - pelo Malonil-CoA inibe a palmitoil- carnitina aciltransferase I CoA (inibe transporte de ácidos graxos para mitocôndria prevenindo sua degradação)