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IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO

    Imagens da
    Organização, de
    Gareth Morgan
    −   Editora Atlas
    −   São Paulo, 1996
    −   Primeira Edição:
          
              Editora Sage, 1986




        Comunicação Organizacional
        Armando Levy
As metáforas organizacionais

    Morgan propõe uma
    metodologia de análise das
    organizações a partir do uso
    de metáforas

    Diferentes metáforas
    conseguem ressaltar
    diferentes aspectos da
    organização, permitindo uma
    compreensão mais eficaz de
    sua estrutura, processos,
    normas, metas e até usos da
    comunicação
Morgan aponta 8 metáforas

    Segundo Gareth Morgan, as organizações
    podem ser vistas como:
    −   Máquinas
    −   Organismos
    −   Cérebros
    −   Cultura
    −   Sistemas políticos
    −   Prisões psíquicas
    −   Fluxo e transformação
    −   Instrumentos de dominação
O nascimento da Ford

    Este filme mostra o
    nascimento da Ford
    e o perfil
    controverso de seu
    fundador, Henry
    Ford

    Vamos usar a Ford
                          Henry Ford em capa
    para compreender      da Time Magazine
                          de janeiro de 1935.
    melhor as metáforas   Foto publicada pelo
                          site Wikipédia
    de Morgan
Máquinas

    Uso de máquinas transformou
    radicalmente a natureza da
    atividade produtiva, deixando
    sua marca na imaginação,
    pensamento e sentimento dos
    homens

    Vida organizacional é rotinizada
    com a precisão de um relógio

    Espera-se que tudo aconteça do
    modo esperado, no tempo
    esperado, com a precisão
    esperada
Homens-máquinas

    Chegada das máquinas na
    Revolução Industrial mecaniza as
    organizações

    Uso de máquinas obrigou
    organizações a se adaptarem às
    exigências das máquinas

    Entra em cena a burocratização e
    a militarização do trabalho
    apontadas por Max Weber

    Processos de mecanização
    passam a ditar as relações e o
    modo como as pessoas se
    comunicam                        Cenas do filme “Tempos
                                       Modernos”, de Charles Chaplin
A Ford e a metáfora da máquina

    Uma rápida análise do
    filme sobre a Ford revela o
    quanto esta metáfora é útil
    para compreender a
    empresa:
    −   Adaptação do trabalhador ao
                                              Ford e seu Modelo T
        processo                              Ele se recusou a mudar o
    −   Falta de criatividade (Ford           carro, que considerava
        considerava o Modelo “T” ideal para   ideal para o norte-americano
        o americano, mesmo perdendo
        mercado)
    −   Visão autoritária do fundador da
        empresa
Organismos

    Entre os anos 20 e 30, estudos
    promovidos por Elton Mayo
    evidenciam que a natureza
    das pessoas influencia o
    trabalho tão ou mais que o
    planejamento

    Ele defende que as
    organizações prestem mais        Elton Mayo estuda a
                                     apatia, alienação e
    atenção ao fator humano          alcoolismo nas fábricas
Organismos biológicos

    Uma nova teoria
    organizacional surge
    apoiada em conceitos
    biológicos que
    defendem que
    indivíduos e grupos –
    assim como organismos
    biológicos – atuam mais
    eficazmente quando
    suas necessidades são
    satisfeitas
Novo enfoque teórico

    Esta nova proposição gerou
    muitos novos conceitos para
    se pensar a organização

    Teoria dá bastante atenção
    à compreensão da atividade
    ambiental, definida pelas
    interações organizacionais
    diretas com clientes,
    concorrentes, fornecedores,
    sindicatos e governo                    Em organizações orgânicas, a
                                  comunicação tem importância central nas
                                                   atividades da empresa
A Ford e a metáfora orgânica
 
     Em um aspecto podemos dizer que a
     Ford aproximou-se da metáfora da
     organização enquanto organismo
 
     Quando a empresa, em seus
     primórdios, dobrou os salários dos
     trabalhadores para estimular seu
     compromisso com a organização
 
     Ford compreende que era preciso
     satisfazer necessidades dos
     trabalhadores para que eles              A visão da organização
     intergissem melhor com a empresa      enquanto organismo não
                                             se sustenta com a Ford,
 
     Mas os acontecimentos seguintes vão    pois a empresa buscava,
     mostrar que esta visão teve vida         a todo momento, impor
     curta                                        sua visão de mundo
                                           inclusive para os clientes
Cérebros

    Cérebros são diferentes de
    máquinas

    Funcionam de modo
    holográfico, distribuindo a
    informação

    Esta metáfora permite
    compreender a empresa como:
     −   Sistema de processamento de
         informações
     −   Sistema onde o todo se
         encontra nas partes e as
         partes no todo
Processamento de informação

    Cérebro funciona através de
    processos como o “feed back”
    negativo, que corrige erros
    até que a ação seja executada
    com sucesso

    Compreender a organização
    como sistema de
    processamento de informação
    implica em:
    −   Compreender a possibilidade de
        descentralização da organização
    −   Fluxos de comunicação
        racionalizados e econômicos
Princípios chaves

    Cibernética conduz à teoria da
    comunicação e aprendizagem. Os
    sistemas devem:
    −   Sentir, monitorar e explorar
        aspectos importantes de seu
        ambiente
    −   Relacionar essa informação com
        as normas operacionais que
        guiam o sistema comportamental
    −   Detectar desvios
                                           Wiener, o pai da Cibernética,
    −   Corrigir as discrepâncias,       acreditava que um mecanismo
                                             robótico podia, algum dia,
        mudando o que for necessário         fazer o mesmo que um ser
                                          humano, abrindo espaço para
                                                 a Inteligência Artificial
A Ford e a metáfora cibernética

    Não conseguimos ver a Ford
    por meio desta metáfora

    A empresa é dominada por sua
    visão mecanicista do mundo,
    negando-se a novas aberturas

    Há uma clara preponderância
    da área operacional da
    empresa sobre as demais

    O autoritarismo do líder nega a
    descentralização
                                      Em seu livro “Today & Tomorrow”,
                                        Ford vai dizer que o segredo do
                                                  “sucesso” da Ford é a
                                      normatização dos processos, algo
                                           que a organização enquanto
                                                     cérebro não admite
Cultura

    Este tema emerge com o
    surgimento do Japão como
    potência industrial

    Estuda-se a vinculação entre a
    cultura japonesa e os princípios
    que norteiam as organizações do
    país

    A cultura japonesa teve papel
    central na criação do império
    econômico japonês

    Uso de livros orientais com foco
    em gestão de empresas como “A
    Arte da Guerra”, de Sun Tzu, da
    China, se tornou moda
Princípios da Matsushita

    Diferentemente da maioria
    das empresas, a empresa
    que se pode ver pela
    metáfora da cultura é fiel ao
    seu país de origem, aos seus
    valores, crenças e hábitos

    Valores da Matsushita
      – A serviço da nação através da empresa
      – Honestidade
      – Harmonia e cooperação
      – Luta pela melhoria
      – Cortesia e humildade
      – Adaptação e assimilação
      – Gratidão
Forjando a cultura

    Cultura é algo que se forja a
    partir de crenças, valores, rituais
    e heróis

    Mas também através da exclusão
    do diferente                            Trabalhadores da Toyota, no

    A cultura não é algo imposto,           Japão: eles acreditam que o
                                          sucesso da empresa contribui,
    mas se desenvolve durante o            afinal, para o sucesso de seu
    curso da interação social                                próprio país

    Logo, a cultura é forjada em
    processos de comunicação social

    As organizações são fenômenos
    culturais, realidades socialmente
    construídas
A Ford e a metáfora cultural

    Assim como a cultura japonesa
    influencia as empresas do país, a
    cultura norte-americana influencia
    a Ford

    Mas como o filme vai mostrar, é um
    tipo de cultura específico, a do
    Meio-Oeste norte-americano            Henry Ford edita um jornal
                                            criticando uma suposta

    Uma cultura provinciana e limitada,   conspiração judia contra a
    especialmente uma cultura fechada                       América
    em si mesma e avessa ao que é de
    fora
Sistemas políticos

    Política e jogo político
    fazem parte da vida da
    organização

    Uma organização que
    pratica a política não será,
    necessariamente,
    disfuncional

    É útil lembrar que a
    atividade política permite
    encontrar os meios de
    negociação quando os
    interesses são distintos
Formas de governos

    As seguintes formas de governar
    politicamente são variações mais comuns
    das regras políticas encontradas nas
    organizações:
     −   Autocracia: poder de um indivíduo ou
         pequeno grupo
     −   Burocrcia: poder exercido pela palavra
                                                   Funcionário da Varig
         escrita
                                                   protesta contr ao fim da
     −   Tecnocracia: poder exercido pelo          empresa. A Varig tinha
         conhecimento técnico                      gestão fundacional, ou
     −   Co-gestão: opostos se entendem em         seja, era uma das
         função de interesses mútuos               poucas no país a usar o
     −   Democracia representativa: eleição de     modelo de democracia
         conselho com mandato para agir em nome    representativa
         dos outros
     −   Democracia direta: decisões são tomadas
         após consultas a todos
Diferenças conceituais
Cada modelo político tem uma forma de resolver divergências:


    Modelo              
                            Solução
     − Autocrático           − Eu quero assim


     −   Burocrático         −   As normas determinam
                                 que seja assim

     −   Tecnocrático        −   Tecnicamente é melhor
                                 fazer assim

     −   Democrático         −   Como vamos fazer isto?
Rede de pessoas

    Esta metáfora encoraja a
    ver as organizações como
    redes de pessoas
    independentes, com
    interesses divergentes,
    que se juntam em função
    de oportunidades como:
    −   Ganhar a vida
    −   Desenvolver uma carreira
    −   Perseguir um objetivo
Fontes de poder

    Autoridade formal            
                                     Controle da tecnologia

    Controle de recursos         
                                     Alianças interpessoais
    escassos                     
                                     Controle da contra-

    Uso da estrutura, regras e       organização (sindicato)
    regulamentos                 
                                     Simbolismo e administração

    Controle do processo de          de significado
    tomada de decisão            
                                     Sexo e administração das

    Controle do conhecimento e       relações entre sexo
    da informação                
                                     Fatores estruturais que

    Controle dos limites             definem a ação

    Habilidade de lidar com      
                                     Poder já acumulado
    incertezas
A Ford e a metáfora política

    Analisar a Ford por meio desta
    metáfora nos permite ver que o jogo
    político na empresa girava em torno de
    uma só pessoa: Henry Ford

    Ele concorreu a senador e perdeu
    justamente em meio a uma enorme
    comunidade onde moravam seus
    empregados

    Compreendeu mal a crise de 1929

    Achou que bastava fretar um navio para
    acabar com a guerra                         A metáfora política
                                               pode ser aplicada à

    Recusou-se a negociar com os               Ford, mas somente
    sindicatos, deixando a empresa ser        por meio do modelo
    destruída                                       autocrático de

    Resistiu a mudar o tipo de carro que         gestão, onde uns
                                             poucos mandam e os
    fazia contra todas as evidência de que       outros obedecem
    devia fazer isso
Prisão psíquica

    Freud assinala que o
    inconsciente é criado à
    medida em que seres
    humanos reprimem desejos

    É possível compreender a
    cultura organizacional
    como as inquietações e
    interesses inconscientes
    daqueles que a criam e a
    mantêm
Organizações e alma

    Considerando a mente
    humana, as organizações
    podem tomar diversas
    formas:
    −   Sexualidade reprimida
    −   Família patriarcal
    −   Morte e imortalidade
    −   Ansiedade
    −   Bonecas e ursinhos
    −   Sombra e arquétipos
Família patricarcal

    Modelo usual no Brasil, país
    com tradição autoritária o

    No Brasil, as empresas têm
    forte viés paternalista

    As pessoas esperam que as
    respostas venham sempre do
    pai, do líder, do chefe, do
    “presidente”

    O “pai” pune, premia,
    reconhece, conforta, castiga
    e alimenta
A Ford e a prisão psíquica

    Observar a Ford através
    desta metáfora evidencia o
    quanto a visão de mundo de
    Henry Ford permeava as
    relações de poder na
    empresa

    Antipático, racista, elitista,
    ele manda contratar
    capangas para bater nos
    trabalhadores que se
    recusavam a voltar ao
                                       Ford recusa-se a mudar o carro que
    tabalho                          achava ideal para o público, revelando
                                       seu apego inconsciente a situações
                                     confortáveis, estáticas, de pouco risco
Fluxo e transformação

    Nada no universo é estático

    Tudo muda

    Nesse sentido, é possível ver a
    organização como fluxo e
    transformação:
     − Evolução via auto-reprodução
     − Evolução via feed back positivo e

       negativo
     − Evolução através de crises e

       contradições
Sistemas vivos

    Os sistemas podem ser
    caracterizados como tendo
    “ambientes” dentro de si

    As relações com qualquer
    ambiente são internamente
    determinadas

    O ambiente é parte da
    organização do sistema

    Transações de um sistema com
    seu ambiente são, na verdade,
    transações do sistema consigo
    próprio
Mudanças internas

    Esta metáfora encoraja
    o entendimento da
    transformação ou
    evolução dos sistemas
    organizacionais como o
    resultado de mudanças
    geradas internamente
A Ford e o fluxo e transformação

    O filme revela as mudanças
    promovidas pela empresa no
    mercado de automóveis

    Deixa claro que a empresa foi
    revolucionária em muitos sentidos

    E que muitas das mudanças
    implementadas pela empresa              Esta metáfora nos permite
                                           perceber que a Ford é uma
    surgiram a partir da visão de mundo   empresa que reage a crises,
    de seu fundador                       nunca se antecipando a elas


    Embora tenha sido inovadora, a
    empresa repentinamente pára de
    criar
Instrumentos de dominação

    Nesta metáfora, as
    organizações são vistas como
    reflexo das divisões de classe

    Max Weber identifica 3 tipos
    de dominação:
     −   Carisma: influência em virtude
         de qualidades pessoais
     −   Tradição: influência com base
         no respeito a uma tradição
     −   Razão ou lei: influência
         legitimada por leis
Divisão

    Há uma clara divisão na
    organização entre os “de
    cima” e os “de baixo”

    Esta divisão se manifesta
    em vários sentidos:
    −   Remuneração muito
        diferente
    −   Restaurantes diferentes
    −   Acomodações diferentes
A Ford e a dominação

    O filme evidencia que a Ford
    pode também ser vista através
    desta metáfora

    Enquanto o patrão desdenhava o
    dinheiro que recebia, recusava-
    se a sentar para negociar com os
    trabalhadores

    O dinheiro “não era importante”,
    mas as greves evidenciavam
    conflitos que resultavam até em
    atos violentos
Metáforas são visões de mundo

    Além de possibilitarem uma
    compreensão mais aprofundada das
    organizações, as metáforas
    permitem perceber como cada
    segmento da companhia vê a
    organização

    A oportunidade de compreender
    estas visões distintas permite
    perceber se a organização tem uma
    visão articulada sobre si mesma ou
    se as visões sobre a empresa são
    fragmentadas e diversas
A Ford e as metáforas

    A análise da Ford por meio das
    metáforas de Morgan revela
    uma empresa que se vê como
    máquina, mas tem traços de
    prisão psíquica e sistema de
    dominação

    Estas marcas a tornam uma            Esta análise permite antever
                                              uma empresqa que tem
    empresa inflexível, que tentará    dificuldades em mudar e pode
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                                                  dominar o mercado
    sociedade
Armando Levy

    Formado em Comunicação Social pela FAAP –
    Jornalismo

    Especialização em Gestão da Comunicação – ECA-USP

    Especialização em TI Aplicadas à Nova Economia –
    FGV

    Mestrado em Teoria e Pesquisa em Comunicação –
    ECA-USP

    Repórter de O Globo, Folha e Revista 4 Rodas

    Gerente de Comunicação da Credicard, Vesper e
    Banco 1 (Unibanco)

    Diretor da e-Press Comunicação

    Consultor do Núcleo de Formação Profissional da
    Câmara Brasil Alemanha

    Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar
    descrédito”, Editora da FGV

    armando@epress.com.br

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Imagens Da Organizacao De Gareth Morgan

  • 1. IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO  Imagens da Organização, de Gareth Morgan − Editora Atlas − São Paulo, 1996 − Primeira Edição:  Editora Sage, 1986 Comunicação Organizacional Armando Levy
  • 2. As metáforas organizacionais  Morgan propõe uma metodologia de análise das organizações a partir do uso de metáforas  Diferentes metáforas conseguem ressaltar diferentes aspectos da organização, permitindo uma compreensão mais eficaz de sua estrutura, processos, normas, metas e até usos da comunicação
  • 3. Morgan aponta 8 metáforas  Segundo Gareth Morgan, as organizações podem ser vistas como: − Máquinas − Organismos − Cérebros − Cultura − Sistemas políticos − Prisões psíquicas − Fluxo e transformação − Instrumentos de dominação
  • 4. O nascimento da Ford  Este filme mostra o nascimento da Ford e o perfil controverso de seu fundador, Henry Ford  Vamos usar a Ford Henry Ford em capa para compreender da Time Magazine de janeiro de 1935. melhor as metáforas Foto publicada pelo site Wikipédia de Morgan
  • 5. Máquinas  Uso de máquinas transformou radicalmente a natureza da atividade produtiva, deixando sua marca na imaginação, pensamento e sentimento dos homens  Vida organizacional é rotinizada com a precisão de um relógio  Espera-se que tudo aconteça do modo esperado, no tempo esperado, com a precisão esperada
  • 6. Homens-máquinas  Chegada das máquinas na Revolução Industrial mecaniza as organizações  Uso de máquinas obrigou organizações a se adaptarem às exigências das máquinas  Entra em cena a burocratização e a militarização do trabalho apontadas por Max Weber  Processos de mecanização passam a ditar as relações e o modo como as pessoas se comunicam Cenas do filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin
  • 7. A Ford e a metáfora da máquina  Uma rápida análise do filme sobre a Ford revela o quanto esta metáfora é útil para compreender a empresa: − Adaptação do trabalhador ao Ford e seu Modelo T processo Ele se recusou a mudar o − Falta de criatividade (Ford carro, que considerava considerava o Modelo “T” ideal para ideal para o norte-americano o americano, mesmo perdendo mercado) − Visão autoritária do fundador da empresa
  • 8. Organismos  Entre os anos 20 e 30, estudos promovidos por Elton Mayo evidenciam que a natureza das pessoas influencia o trabalho tão ou mais que o planejamento  Ele defende que as organizações prestem mais Elton Mayo estuda a apatia, alienação e atenção ao fator humano alcoolismo nas fábricas
  • 9. Organismos biológicos  Uma nova teoria organizacional surge apoiada em conceitos biológicos que defendem que indivíduos e grupos – assim como organismos biológicos – atuam mais eficazmente quando suas necessidades são satisfeitas
  • 10. Novo enfoque teórico  Esta nova proposição gerou muitos novos conceitos para se pensar a organização  Teoria dá bastante atenção à compreensão da atividade ambiental, definida pelas interações organizacionais diretas com clientes, concorrentes, fornecedores, sindicatos e governo Em organizações orgânicas, a comunicação tem importância central nas atividades da empresa
  • 11. A Ford e a metáfora orgânica  Em um aspecto podemos dizer que a Ford aproximou-se da metáfora da organização enquanto organismo  Quando a empresa, em seus primórdios, dobrou os salários dos trabalhadores para estimular seu compromisso com a organização  Ford compreende que era preciso satisfazer necessidades dos trabalhadores para que eles A visão da organização intergissem melhor com a empresa enquanto organismo não se sustenta com a Ford,  Mas os acontecimentos seguintes vão pois a empresa buscava, mostrar que esta visão teve vida a todo momento, impor curta sua visão de mundo inclusive para os clientes
  • 12. Cérebros  Cérebros são diferentes de máquinas  Funcionam de modo holográfico, distribuindo a informação  Esta metáfora permite compreender a empresa como: − Sistema de processamento de informações − Sistema onde o todo se encontra nas partes e as partes no todo
  • 13. Processamento de informação  Cérebro funciona através de processos como o “feed back” negativo, que corrige erros até que a ação seja executada com sucesso  Compreender a organização como sistema de processamento de informação implica em: − Compreender a possibilidade de descentralização da organização − Fluxos de comunicação racionalizados e econômicos
  • 14. Princípios chaves  Cibernética conduz à teoria da comunicação e aprendizagem. Os sistemas devem: − Sentir, monitorar e explorar aspectos importantes de seu ambiente − Relacionar essa informação com as normas operacionais que guiam o sistema comportamental − Detectar desvios Wiener, o pai da Cibernética, − Corrigir as discrepâncias, acreditava que um mecanismo robótico podia, algum dia, mudando o que for necessário fazer o mesmo que um ser humano, abrindo espaço para a Inteligência Artificial
  • 15. A Ford e a metáfora cibernética  Não conseguimos ver a Ford por meio desta metáfora  A empresa é dominada por sua visão mecanicista do mundo, negando-se a novas aberturas  Há uma clara preponderância da área operacional da empresa sobre as demais  O autoritarismo do líder nega a descentralização Em seu livro “Today & Tomorrow”, Ford vai dizer que o segredo do “sucesso” da Ford é a normatização dos processos, algo que a organização enquanto cérebro não admite
  • 16. Cultura  Este tema emerge com o surgimento do Japão como potência industrial  Estuda-se a vinculação entre a cultura japonesa e os princípios que norteiam as organizações do país  A cultura japonesa teve papel central na criação do império econômico japonês  Uso de livros orientais com foco em gestão de empresas como “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, da China, se tornou moda
  • 17. Princípios da Matsushita  Diferentemente da maioria das empresas, a empresa que se pode ver pela metáfora da cultura é fiel ao seu país de origem, aos seus valores, crenças e hábitos  Valores da Matsushita – A serviço da nação através da empresa – Honestidade – Harmonia e cooperação – Luta pela melhoria – Cortesia e humildade – Adaptação e assimilação – Gratidão
  • 18. Forjando a cultura  Cultura é algo que se forja a partir de crenças, valores, rituais e heróis  Mas também através da exclusão do diferente Trabalhadores da Toyota, no  A cultura não é algo imposto, Japão: eles acreditam que o sucesso da empresa contribui, mas se desenvolve durante o afinal, para o sucesso de seu curso da interação social próprio país  Logo, a cultura é forjada em processos de comunicação social  As organizações são fenômenos culturais, realidades socialmente construídas
  • 19. A Ford e a metáfora cultural  Assim como a cultura japonesa influencia as empresas do país, a cultura norte-americana influencia a Ford  Mas como o filme vai mostrar, é um tipo de cultura específico, a do Meio-Oeste norte-americano Henry Ford edita um jornal criticando uma suposta  Uma cultura provinciana e limitada, conspiração judia contra a especialmente uma cultura fechada América em si mesma e avessa ao que é de fora
  • 20. Sistemas políticos  Política e jogo político fazem parte da vida da organização  Uma organização que pratica a política não será, necessariamente, disfuncional  É útil lembrar que a atividade política permite encontrar os meios de negociação quando os interesses são distintos
  • 21. Formas de governos  As seguintes formas de governar politicamente são variações mais comuns das regras políticas encontradas nas organizações: − Autocracia: poder de um indivíduo ou pequeno grupo − Burocrcia: poder exercido pela palavra Funcionário da Varig escrita protesta contr ao fim da − Tecnocracia: poder exercido pelo empresa. A Varig tinha conhecimento técnico gestão fundacional, ou − Co-gestão: opostos se entendem em seja, era uma das função de interesses mútuos poucas no país a usar o − Democracia representativa: eleição de modelo de democracia conselho com mandato para agir em nome representativa dos outros − Democracia direta: decisões são tomadas após consultas a todos
  • 22. Diferenças conceituais Cada modelo político tem uma forma de resolver divergências:  Modelo  Solução − Autocrático − Eu quero assim − Burocrático − As normas determinam que seja assim − Tecnocrático − Tecnicamente é melhor fazer assim − Democrático − Como vamos fazer isto?
  • 23. Rede de pessoas  Esta metáfora encoraja a ver as organizações como redes de pessoas independentes, com interesses divergentes, que se juntam em função de oportunidades como: − Ganhar a vida − Desenvolver uma carreira − Perseguir um objetivo
  • 24. Fontes de poder  Autoridade formal  Controle da tecnologia  Controle de recursos  Alianças interpessoais escassos  Controle da contra-  Uso da estrutura, regras e organização (sindicato) regulamentos  Simbolismo e administração  Controle do processo de de significado tomada de decisão  Sexo e administração das  Controle do conhecimento e relações entre sexo da informação  Fatores estruturais que  Controle dos limites definem a ação  Habilidade de lidar com  Poder já acumulado incertezas
  • 25. A Ford e a metáfora política  Analisar a Ford por meio desta metáfora nos permite ver que o jogo político na empresa girava em torno de uma só pessoa: Henry Ford  Ele concorreu a senador e perdeu justamente em meio a uma enorme comunidade onde moravam seus empregados  Compreendeu mal a crise de 1929  Achou que bastava fretar um navio para acabar com a guerra A metáfora política pode ser aplicada à  Recusou-se a negociar com os Ford, mas somente sindicatos, deixando a empresa ser por meio do modelo destruída autocrático de  Resistiu a mudar o tipo de carro que gestão, onde uns poucos mandam e os fazia contra todas as evidência de que outros obedecem devia fazer isso
  • 26. Prisão psíquica  Freud assinala que o inconsciente é criado à medida em que seres humanos reprimem desejos  É possível compreender a cultura organizacional como as inquietações e interesses inconscientes daqueles que a criam e a mantêm
  • 27. Organizações e alma  Considerando a mente humana, as organizações podem tomar diversas formas: − Sexualidade reprimida − Família patriarcal − Morte e imortalidade − Ansiedade − Bonecas e ursinhos − Sombra e arquétipos
  • 28. Família patricarcal  Modelo usual no Brasil, país com tradição autoritária o  No Brasil, as empresas têm forte viés paternalista  As pessoas esperam que as respostas venham sempre do pai, do líder, do chefe, do “presidente”  O “pai” pune, premia, reconhece, conforta, castiga e alimenta
  • 29. A Ford e a prisão psíquica  Observar a Ford através desta metáfora evidencia o quanto a visão de mundo de Henry Ford permeava as relações de poder na empresa  Antipático, racista, elitista, ele manda contratar capangas para bater nos trabalhadores que se recusavam a voltar ao Ford recusa-se a mudar o carro que tabalho achava ideal para o público, revelando seu apego inconsciente a situações confortáveis, estáticas, de pouco risco
  • 30. Fluxo e transformação  Nada no universo é estático  Tudo muda  Nesse sentido, é possível ver a organização como fluxo e transformação: − Evolução via auto-reprodução − Evolução via feed back positivo e negativo − Evolução através de crises e contradições
  • 31. Sistemas vivos  Os sistemas podem ser caracterizados como tendo “ambientes” dentro de si  As relações com qualquer ambiente são internamente determinadas  O ambiente é parte da organização do sistema  Transações de um sistema com seu ambiente são, na verdade, transações do sistema consigo próprio
  • 32. Mudanças internas  Esta metáfora encoraja o entendimento da transformação ou evolução dos sistemas organizacionais como o resultado de mudanças geradas internamente
  • 33. A Ford e o fluxo e transformação  O filme revela as mudanças promovidas pela empresa no mercado de automóveis  Deixa claro que a empresa foi revolucionária em muitos sentidos  E que muitas das mudanças implementadas pela empresa Esta metáfora nos permite perceber que a Ford é uma surgiram a partir da visão de mundo empresa que reage a crises, de seu fundador nunca se antecipando a elas  Embora tenha sido inovadora, a empresa repentinamente pára de criar
  • 34. Instrumentos de dominação  Nesta metáfora, as organizações são vistas como reflexo das divisões de classe  Max Weber identifica 3 tipos de dominação: − Carisma: influência em virtude de qualidades pessoais − Tradição: influência com base no respeito a uma tradição − Razão ou lei: influência legitimada por leis
  • 35. Divisão  Há uma clara divisão na organização entre os “de cima” e os “de baixo”  Esta divisão se manifesta em vários sentidos: − Remuneração muito diferente − Restaurantes diferentes − Acomodações diferentes
  • 36. A Ford e a dominação  O filme evidencia que a Ford pode também ser vista através desta metáfora  Enquanto o patrão desdenhava o dinheiro que recebia, recusava- se a sentar para negociar com os trabalhadores  O dinheiro “não era importante”, mas as greves evidenciavam conflitos que resultavam até em atos violentos
  • 37. Metáforas são visões de mundo  Além de possibilitarem uma compreensão mais aprofundada das organizações, as metáforas permitem perceber como cada segmento da companhia vê a organização  A oportunidade de compreender estas visões distintas permite perceber se a organização tem uma visão articulada sobre si mesma ou se as visões sobre a empresa são fragmentadas e diversas
  • 38. A Ford e as metáforas  A análise da Ford por meio das metáforas de Morgan revela uma empresa que se vê como máquina, mas tem traços de prisão psíquica e sistema de dominação  Estas marcas a tornam uma Esta análise permite antever uma empresqa que tem empresa inflexível, que tentará dificuldades em mudar e pode enfrentar problemas em meio a impor sua visão de mundo a uma época onde concorrentes funcionários, primeiramente, ancoradas em outras essencias podem se tornar mas também a clientes e à mais flexíveis e passar a dominar o mercado sociedade
  • 39. Armando Levy  Formado em Comunicação Social pela FAAP – Jornalismo  Especialização em Gestão da Comunicação – ECA-USP  Especialização em TI Aplicadas à Nova Economia – FGV  Mestrado em Teoria e Pesquisa em Comunicação – ECA-USP  Repórter de O Globo, Folha e Revista 4 Rodas  Gerente de Comunicação da Credicard, Vesper e Banco 1 (Unibanco)  Diretor da e-Press Comunicação  Consultor do Núcleo de Formação Profissional da Câmara Brasil Alemanha  Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, Editora da FGV  armando@epress.com.br