1. OFICINAS PARA
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
A PRÁTICA
REFELXIVA NO
ENSINO MÉDIO
Formadora: Adriana
2. A COMPLEXIDADE da profissão
docente...
• Lidar não só com alguns saberes,
• com a tecnologia e
• a complexidade social
• com o desígnio histórico da escola para todos
• a dificuldade da própria sociedade em saber para
que ela quer a escola.
• Incerteza transforma o professor num
profissional que vive numa situação amargurada,
complicada...
3. A Sociedade em que vivemos...
Alunos, professores e
escola face à
sociedade da
informação,
conhecimento e
4. A Sociedade em que vivemos...
• Sociedade da informação: aberta e global e exige
competências de acesso, avaliação e gestão da
informação recebida.
• Escola: local onde novas competências de acesso
devem ser adquiridas, reconhecidas e
desenvolvidas;
• Igualdade de oportunidade e acesso à
informação;
• Risco de desenvolver mais um fator de exclusão
social;
5. A Sociedade em que vivemos...
• ERA da informação e da comunicação
• Avalanche de novas informações, oportunidades,
problemas e desafios.
• Mídia: influência
• Poder clarificador do pensamento.
• Pensamento pode organizar o conhecimento.
• Escola não detém o monopólio do saber;
• Professor não é o único transmissor do saber e deve se
situar nas novas instâncias, bem mais exigentes;
• Aluno não é mais o receptáculo a deixar-se rechear de
conteúdos.
6. A Sociedade em que vivemos...
• Não só a educação está em crise.
• Intervenção eficaz, nos fatores que estão em sua
• gênese, congregar esforços e intervir sistemática
e coerentemente;
• Uma outra escola:
• Escola como organização, sistema aberto,
pensante e flexível; Sistema aberto a si mesmo e
aberto a comunidade em que se insere;
7. Os alunos na sociedade da
aprendizagem
• Sociedade que aprende e se desenvolve:
• ALUNO é ser aprendente ( ao longo da vida);
• Descobrir o prazer de ser uma mente ativa e não
meramente repetitiva;
• Sala de aula: ESPAÇO onde se procura e onde se
produz conhecimento.
• Organização de aprendizagem assentadas no
próprio aluno e em sua capacidade de auto
aprendizagem.
8. Os professores na sociedade da
aprendizagem
• Criar, estruturar, dinamizar situações de
aprendizagem e estimular a aprendizagem e a
autoconfiança nas capacidades individuais para
aprender;
• Professores são estruturadores e animadores das
aprendizagens e não apenas estruturadores do
ensino;
• O professor é APENAS UMA fonte de informação
entre outras.
• Professor: auto formação e identificação
profissional.
9. Professor reflexivo
numa
comunidade
profissional
reflexiva.
A ação docente define-se como
uma ação em que se tem de agir
na urgência, decidir na incerteza
e intervir com competência.
(Perrenoud, 2001).
10. A escola na sociedade da
aprendizagem
• Nova Organização da escola com tempos e
lugares diferenciados: interação.
• Escolas se repensarem.
• Só elas podem transformarem a si próprias. POR
DENTRO: professores, alunos e funcionários em
interação com a comunidade circundante.
• Escolas auto-críticas, aprendentes e reflexivas.
• Ação, Avaliação. Decisão.
11. A escola reflexiva não é telecomandada do
EXTERIOR. É autogerida. Tem projeto próprio,
construído colaborativamente. Sabe por onde
quer ir e avalia-se continuamente. Considera pais,
professores, alunos e comunidade. Constrói
conhecimento sobre si própria.
Uma escola reflexiva é uma comunidade de
aprendizagem e é um local onde se produz
conhecimento sobre educação. Alerta a
sociedade de que as mudanças a operar são vitais
para o Século XXI.
É preciso organizar o pensamento para
compreender e poder AGIR (MORIN).
12. "Gaiolas e asas "
Rubem Alves
Escolas que são gaiolas existem para que os
pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados,
o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros
engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser
pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros
engaiolados. O que elas amam são os pássaros em
voo. Existem para dar aos pássaros coragem para
voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer,
porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo
não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
13. Formação de Professores
Diferente de 30/40 anos atrás... Foco
essencialmente na formação inicial do professor
para exercer sua profissão. Na atualidade, é
impensável imaginar esta situação. Isto é, a
formação de professores é algo, se estabelece
num continuum.
Expectativa da sociedade aos professores é que
eles Gerenciem o seu percurso profissional para
exercer sua prática pedagógica de maneira
reflexiva e significativa
14. A experiência profissional...
...Por si só não é formadora.
“quando se afirma que o professor tem 10 anos de experiência, dá
para dizer que ele tem 10 anos de experiência ou que ele tem um
ano de experiência repetido 10 vezes”.
• Experiência leva à reflexão?
Experiência, por si só, pode ser uma mera repetição, uma mera rotina,
não é ela que é formadora.
• Formadora é a reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa
sobre essa experiência.
A experiência é muito importante, mas só se transforma em
conhecimento através desta análise sistemática das práticas. Uma
análise que é individual, mas que é também coletiva, ou seja, feita
com os colegas, nas escolas e em situações de formação.
15. Há diferenças entre professor
pesquisador e professor reflexivo?
Eles fazem parte de um mesmo movimento de
preocupação com um professor que é um
professor indagador, que é um professor que
assume a sua própria realidade escolar como
um objeto de pesquisa, como objeto de
reflexão, como objeto de análise.
A reflexão docente é uma prática nova para os
professores?
16. Incidentes/acontecimentos que
levam à Reflexão
• Conflito;
• Desvio, disciplina;
• Agitação da turma;
• Dificuldades de aprendizagem;
• Apatia, falta de participação;
• Resistência dos alunos;
• Resultados de uma prova;
• Conversa com alunos, pais, colegas, terceiros;
• Entrevista com os pais;
• Boletins;
• Chegada de um novo aluno;
• Planejamento que não pode ser aplicado;
• Discussão em grupo.
17. Reflexão para SCHON...
1. Reflexão na ação (pode ser sem palavras)
Lugares, tempo e clima variam.
O professor surpreende-se com o que o aluno faz ou diz.
• Reflete sobre o que o aluno fez ou disse.
• Procura reformular o seu modo de ver o
problema.
• Coloca questões ao aluno para testar a hipótese
que formulou sobre a forma de pensar do aluno,
etc.
• Reflexão
18. 2. Reflexão sobre a ação
Campo de possibilidades ainda mais amplo:
• No lar, no chá, no ônibus, em conversa, etc.
Repentinamente ou de forma metódica, em locais
apropriados ou em qualquer contexto, sozinho ou
acompanhado
3. Reflexão sobre a reflexão na ação
Fundamental para o desenvolvimento do
conhecimento profissional do professor
19. Práticas Reflexivas
Para Nóvoa (2001) Não são inerentes à profissão
docente: não são naturais, mas são inerentes:
pois são essenciais para a profissão.
É necessário: criar um conjunto de condições, um
conjunto de regras, um conjunto de lógicas de
trabalho e, em particular, criar lógicas de trabalho
coletivos dentro das escolas, a partir das quais –
através da reflexão, através da troca de
experiências, através da partilha – originar
atitude reflexiva da parte dos professores.
20. Pensar o professor reflexivo é
pensar a escola reflexiva...
• Professor não pode ser um ser isolado na escola,
mas tem de construir, com seus colegas, a
profissionalidade docente.
• A escola deve ser um organismo vivo, também
ela em desenvolvimento e aprendizagem,
norteada por uma finalidade (educar) que se
concretiza num grande plano de ação: o projeto
educativo.
• Ou a escola é uma comunidade reflexiva, ou
então é um edifício sem alma.
21. A noção de Competência
...não só conhecimento (fatos, métodos,
conceitos e princípios), + capacidades(saber o
que fazer e como), + experiência (aprender
com os sucessos e erros), + contatos (sociais,
redes, influência), + valores( vontade de agir,
acreditar, empenhar-se, aceitar
responsabilidades e poder (físico e energia
mental).
22. ... para Perrenoud
“... competência é a capacidade de utilizar os
saberes para agir em situação, constituindo-se
assim como uma mais-valia relativa aos
saberes. Ter competência é saber mobilizar os
saberes. Competência não existe sem
conhecimento, Competência estão com os
conhecimentos”.
“Utilizar os saberes para atuar”.
A competência passou do mundo da educação para
o da empresa. Não o contrário.
23. Competências...
É preciso, então, ancorar a prática reflexiva sobre uma base
de competências profissionais. Quais?
1. organizar e animar as situações de aprendizagem;
2. gerir o progresso das aprendizagens;
3. conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4. envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu
trabalho;
5. trabalhar em equipe;
6. participar da gestão da escola;
7. informar e envolver os pais;
8. servir-se de novas tecnologias;
9. enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão;
10. gerir sua própria formação contínua (Perrenoud, 1999 a).
24. ... para Nóvoa
São duas competências...
• A primeira é uma competência de organização. Isto é, o
professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de
conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que
trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um
organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os
novos meios informáticos, por via dessas novas realidades
virtuais. Organizador do ponto de vista da organização da
escola, do ponto de vista de uma organização mais ampla,
que é a organização da turma ou da sala de aula.
• As competências relacionadas com a compreensão do
conhecimento. Não basta deter o conhecimento para o
saber transmitir a alguém, é preciso compreender o
conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o
reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de
aula.
25. Características de Professores
Reflexivos
• Tentam resolver os problemas de sala de aula.
• Estão cientes das suposições e valores que trazem
para o ensino.
• São sensíveis ao contexto institucional e cultural
em que ensinam (seguem a metodologia de
ensino, as regras da escola, etc).
• Participam no desenvolvimento curricular e
envolvem-se nos projetos de mudança da escola.
• Assumem responsabilidade pelo próprio
desenvolvimento profissional.
26. Benefícios das Práticas Reflexiva
• Ser um Professor Reflexivo
liberta os professores do
comportamento rotineiro.
• Ser um Professor Reflexivo
capacita-o para agir de maneira
deliberada.
• Ser um Professor Reflexivo
melhora a prática de ensino.
27. Quadro de análise de estratégias
de formação reflexiva
Dimensões de
análise
Estratégias
OBJETIVOS PROCESSOS CONTEXTOS
conhecer Conhecer-se
questionamento observação individual em grupo
Perguntas
pedagógicas
Observação e
Reflexão
Análise de casos
Pesquisa – ação
Narrativas
Portifólios
Reflexões em
grupo
28. Desafios de uma
prática reflexiva...
“Ninguém começa a ser educador numa certa
terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém
nasce educador ou marcado para ser educador. A
gente se faz educador, a gente se forma, como
educador, permanentemente, na prática e na
reflexão sobre a prática”
Paulo Freire, em A Educação na Cidade
29. • Formação inicial
• Formação continuada
• Incerteza da sociedade
• Distância entre o discurso e prática
• Consciência da limitação humana e da
necessidade de aprender sempre
• Desvalorização da profissão;
• Despotencialização da autoridade intelectual,
pedagógica e moral do professor promovidas
tanto dentro da instituição escolar quanto por
outras instituições (família e poder público) extra
escolares;
30. • Alunos cada vez menos dóceis;
• Programas que renovam-se cada vez mais
rapidamente;
• Estruturas cada vez mais complexas (ciclos, módulos,
percursos
• diversificados);
• Tecnologia tornam-se incontornáveis;
• Reformas sucedem-se sem interrupção;
• Pais tornam-se consumidores exigentes ou demais
desinteressados;
• Avaliação deve ser cada vez mais formativa e as
pedagogias diferenciadas;
• Trabalho em grupo;
• Realização de projetos.
31. Escola reflexiva...
“Organização que continuadamente se
pensa a si própria, na sua missão social e
na sua estrutura e se confronta com o
desenrolar da sua atividade num
processo heurístico, simultaneamente
avaliativo e formativo.
(Alarcão, 2001)
32. NICOLAU TINHA UMA IDÉIA
“Era uma vez um lugar onde cada pessoa só tinha uma ideia
na cabeça. [...] Um dia, apareceu um homem chamado
Nicolau. [...] Logo que Nicolau chegou, foi procurar João. E
contou sua ideia a ele. E João ficou com duas ideias na
cabeça. João contou a ideia dele para Nicolau. E Nicolau
ficou com duas ideias na cabeça. Aí, Nicolau foi contar sua
ideia para Maria. E Maria ficou com duas ideias na cabeça.
E contou a Nicolau a ideia dela. Nicolau ficou com três
ideias na cabeça. Nicolau falou com Pedro, com Manuela
e uma porção de gente mais.
Nicolau ficou cheio de ideias. E as ideias de Nicolau
começaram a se misturar umas com as outras e a formar
muitas outras ideias. Então, as pessoas começaram a
achar que era muito divertido ter muitas ideias na cabeça.
[...] E naquele lugar, agora, todo mundo tem uma porção
de ideias.”
Ruth Rocha
33. REFERÊNCIAS
• ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em escola reflexiva. São
Paulo: Cortez, 2003.
• NÓVOA, A. A formação de professores e profissão docente. In:
NÓVOA, A. (Coord.) . Os professores e sua formação. Lisboa: Dom
Quixote, 1992.
• _________. Vidas de Professores. Porto: Porto Editora, 1995.
• PERRENOUD, P. A prática reflexiva no oficio de professor:
profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.
• PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto
Alegre: Artmed, 1999.
• RICHARDS, J. C. "O Professor Reflexivo: Guia para investigação do
comportamento em sala de aula", Série Portifolio 2, 1 ed., SBS
Editora, 2003.
• THURLER,M. G. Inovar no Interior da escola. Porto Alegre: Artmed,
2001.