O documento descreve o Encontro Nacional dos Estudantes de Design (NDesign) que ocorreu em Goiânia, reunindo cerca de 1.200 estudantes de todo o Brasil. O evento contou com palestras, apresentações de trabalhos e oficinas durante uma semana no Câmpus Samambaia da UFG. Profissionais experientes compartilharam suas experiências com os estudantes.
1. Respeito
ao
nascimento
O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológi-
co, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um
processo cada vez mais sistematizado e mercadológico.
Goiânia, setembro de 2014
/67 ºedição
UFG recebe designers
de todo Brasil
Plantas medicinais
do cerrado
são testadas na
produção animal
O Ndesign reune cerca de 1200 estudantes de todo
o país apresentaram trabalhos acadêmicos e conferi-
ram depoimentos de 70 profissionais convidados entre
brasileiros e estrangeiros.
As pesquisas devem contribuir com alternativas
ao uso de medicamentos sintéticos na produção
animal, os resultados apontam boas perspectivas.
A lei é um projeto redução e tratamento do lixo, que
inicia nas industrias e o processo vai até o lixão, seme-
lhante com o que ocorre nos países de primeiro mundo.
Lei dos resíduos
sólidos ainda é
descumprida
2. 2
Águita Araújo
Regional
Jataí
intensifica
divulgação de
pesquisas
Criar um espaço físico para dar
visibilidade à expressão artís-
tica, tanto dos moradores da
Casa do Estudante Universitá-
rio V (CEU V) quanto de artis-
tas dacomu- nidade, por meio
da publicação de editais para
seleção, era um desejo antigo
dos residentes da moradia es-
tudantil. Diante desse anseio,
desde janeiro deste ano, inte-
grantes da Comissão Perma-
nente de Cultura e Lazer da
CEUV e de órgãos da univer-
sidade se articularam e se reu-
niram para criar uma galeria na
casa do estudante.
De acordo com o estudante
do curso de Letras, Pedro Mo-
reira, a Galeria da CEU5 surgiu
a partir de ações da Comissão
Permanente de Cultura e Lazer
da CEU V, que é constituída
pelos moradores da casa e na
qual ele é diretor, em parce-
ria com as Pró-reitorias de Ext
ensão e Cultura (Proec) e de
Assuntos da C omunidade Uni-
versitária (Procom).
A Galeria da CEU5 iniciou
suas atividades culturais em
julho deste ano com uma ex-
posição de obras de arte, inti-
tulada Horizontes, produzidas
pelos residentes da moradia
estudantil, durante a Terceira
Jornada Cultural, evento anual
de comemoração do aniversá-
rio da Casa do Estudante que
ocorreu na CEUV.As próximas
exposições serão realizadas
por meio de editais para a se-
leção de obras artísticas.
Pedro Moreira, que também
é diretor provisório da galeria,
afirma que o espaço ainda está
em processo de im- plantação.
“Começamos com uma estru-
tura mínima para o início das
atividades”, explicou. Em um
segundo momento, ele aguar-
da que o Centro de Ges- tão do
Espaço Físico (Cegef) realize
algumas reformas para ade-
quar o funcionamento efe- tivo
da Galeria da CEU5.
Estudantes dos cursos de
Artes Visuais, Dança, Design
de Ambientes, Ecologia, Filo-
sofia e Letras, que residem na
CEU V, produziram o material
para a exposição Horizontes.
A mostra artística esteve aber-
ta ao público durante o mês
de julho e tinha temática livre,
uma vez que as obras já esta-
vam prontas e a escolha ficou
a cargo de cada expositor.
Contudo, o estudante Pe-
dro Moreira afirma que um cri-
tério norteou todo o trabalho:
diversidade. “Diversidade de
linguagens, técnicas, temas e
formação artístico-acadêmica.
Assim, o objetivo era mostrar a
riqueza que advém disso, como
num bordado ou mosaico, onde
o todo é mais que a soma das
partes coloridas: é a figura em
sua unidade”, esclareceu. João
UNIVERSIDADE
Galeria montada para inauguração
Carlos Ferreira dos Santos é
autor das aquarelas sobre pa-
pel cartão, Banhista e Santinha,
que foram expostas. Para o es-
tudante do curso de Artes Visu-
ais, a exposição Horizontes foi
interessante para a divulgação
de trabalhos e contribui para
que os estudantes, cuja gra-
dua- ção é relacionada com o
desenvolvimento artístico, pos-
sam se ambientar com a expe-
riência de expor obras. “Essa
iniciativa fomenta o desenvol-
vimento artístico e cultural dos
moradores”, acrescentou.
De acordo o pró-reitor de
Assuntos da Comunidade,
Elson Ferreira de Morais as
CEUs são vinculadas à Procom
e o órgão procura desenvolver
trabalhos que visam humanizar
atividades desenvolvidas por
estudantes. Já a Proec auxiliou
na divulgação da exposição
produzindo material gráfico,
em parceria com o Centro Edi-
torial Gráfico da UFG. Servido-
res do Cegef também contribu-
íram com a pintura do espa- ço
e a instalação de algumas pe-
ças da exposição. Segundo
a Pró-reitora de Extensão e
Cultura, Giselle Ottoni, a inicia-
tiva é de fund os estudantes
possam ter maior contato com
a arte dentro da própria casa,
além de receber pes- soas de
outras localidades para de-
senvolver atividades artísticas.
21% eram destinados à fabri-
cação de sabão e 4% tinham
destinos diversos. “Com isso,
ficou evidente a necessidade
de conscientizar a população
sobre a importância da reutiliza-
ção de tal resíduo que, se des-
cartado irregularmente, pode
causar graves danos ao meio
ambiente. Dessa forma foi pro-
posta, uma parceria entre essas
instituições e a UFG”, explicou
Paulo Roberto Meira.
Em sua primeira etapa,
o projeto envolveu diversas
atividades nas escolas par-
ceiras, como palestras de
conscientização e uma ginca-
na, com a qual foi possível arre-
cadar, apenas no ano de 2013,
a significativa marca de 3.000
litros de óleo. Na competição,
o prêmio para a escola que
conseguisse arrecadar a maior
quantidade de óleo de fritura
foi uma visita ao Laboratório de
Química Orgânica e Inorgâni-
ca, do Bloco de Ciências Exa-
tas da UFG, para que os estu-
dantes pudessem acompanhar
a transformação do material
coletado em biodiesel.
A equipe do Laboratório de
Química Orgânica e Inorgâ-
nica, formada por estudantes
de graduação, sob coordena-
ção do professor Paulo Rober-
to Meira, analisou o material
co- letado e verificou, entre
outros fatores, a acidez e a
quantidade de água presente
no óleo para, em seguida, re-
alizar a produção de biodiesel.
Análises realizadas apontaram
que o biodiesel produzido se
encontra dentro dos padrões
das normas da ANP (Agência
Nacional do Petróleo).
“É importante ressaltar que
os resultados positivos do pro-
jeto não se restringem aos
acadêmicos da UFG, já que,
além de terem participado e
acompanhado o projeto, mui-
tos estudantes de ensino médio
reproduziram o processo de
reciclagem do óleo de cozinha
nas feiras de ciências realiza-
das por suas escolas, sob su-
pervisão dos acadêmicos da
UFG, compartilhando, assim, a
informação e contribuindo no
processo de conscientização
da população”, afirmou a aca-
dêmica Maria Aparecida G.
Constantemente, veículos de
comunicação anunciam re-
sultados de pesquisas que
podem mudar a forma como
o homem vive, desde a cura
de doenças até a descober-
ta de métodos mais baratos
e rápidos para a realização
de importantes exames médi-
cos. Entretanto, a maior parte
das pesquisas se encerra sem
que seus resultados sejam
amplamente divulgados à co-
munidade. Isso se deve, entre
outras coisas, pela complexi-
dade dos assuntos tratados,
que, muitas vezes, fogem do
entendimento da população.
Diante do exposto, a As-
sessoria de Comunicação
(Ascom) da Regional Jataí da
Universidade Federal de Goi-
ás (UFG) pretende promover
a interface entre o que é pro-
duzido na instituição e a comu-
nidade, divulgando resultados
de projetos de pesquisa e de
extensão promovidos por aca-
dêmicos, docentes e servido-
res técnico administrativos da
universidade.
O primeiro tema a ser abor-
dado nessa série de ma- térias
é a produção de energia por
meio de formas alternativas,
com destaque para o projeto
Produção de biodiesel obti-
do a partir do óleo de fritura,
coordenado pelo docente do
curso de Química e assessor
de Extensão e Cultura da Re-
gional Jataí, Paulo Roberto Ro-
drigues Meira. O projeto, um
dos contemplados pelo Progra-
ma de Extensão Universitária
(ProExt) 2015, do Ministério da
Educação (MEC), problematiza
o baixo índice de municípios
que fazem o uso deste resíduo
para fins energéticos e sugere
a utilização em larga escala
de óleo de cozinha na produ-
ção de biodiesel. Em parceria
com o estudante de graduação
do curso de Química, Alysson
Benite de Freitas, que também
atua como professor em algu-
mas escolas particulares de
Jataí, pode-se verificar inicial-
mente por meio do projeto que
não existe na cidade o serviço
de coleta sistemática e perma-
nente do óleo de fritura para
ser reaproveitado.
Com o apoio de estudantes
de ensino médio de quatro es-
colas particulares em Jataí, nos
quais Alysson Freitas é profes-
sor, foi constatado que cerca
de 75% do óleo utilizado pelas
residências na cidade era des-
cartado no esgoto, enquanto
Estudantes da educação básica
e da graduação aprendem sobre
como transformar óleo de fritura
em biodiesel
Galeria foi inaugurada durante a
Terceira Jornada Cultural da CEUVArte e
diversidade na
galeria da CEU5
Goiânia, setembro de 2014
Renan Vinicius Aranha
Imagem de divulgação da campanha disponibilizada pela ASCOM
3. 3
Goiânia, setembro de 2014 UNIVERSIDADE
O Encontro Nacional dos Estudantes de Design (NDesign) reú-
ne anualmente estu- dantes de todo o País, desde o início da
década de 1990, para discutir questões filosóficas, culturais e
científicas que envolvem a formação e o mercado profissional na
área. A organização do evento, feito exclusivamente por estudan-
tes, foi composta por integrantes de cinco instituições: Faculdade
Cambury, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO),
SENAC, UFG e Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Este
ano a cidade-sede foi Goiânia e as atividades, como palestras,
apresentações de cases, oficinas e workshops, foram realizadas
no Câmpus Samambaia da UFG, de 19 a 26 de julho.
Cerca de 1.200 estudantes de todo o País apresentaram tra-
balhos acadêmicos e conferiram depoimentos de 78 profissionais
convidados entre brasileiros e estrangeiros. De acordo com um
dos organizadores, o estudan-
te de Design Gráfico da UFG,
Marcos Túlio Batista da Silva,
a concentração das atividades
e o alojamento do evento no
Câmpus Samambaia propor-
cionaram maior mobilidade e
entrosamento dos participan-
tes. As opções de atividades
foram extensas e os encontris-
tas tiveram que se programar
para conseguirem aproveitar o
que julgavam mais importante
den- tro da programação. Foi o
caso da designer gaúcha Kim
Cândido, que estava ansiosa
no início do evento: “Apesar de
ter participado de vários outros
eventos, estou com grande ex-
pectativa para as atividades do
NDesign deste ano”, afirmou.
Encontro nacional
reune estudantes
de Design
Goiânia recebe Ndesign.
Encontro anual de jovens para discutir as
importantes questões acadêmicas e mercadológicas
do design e trocar conhecimentos.
Thaíssa Veiga
Warlos Morais
Depoimento de uma professora
A paulistana Ciça Fittipaldi há
40 anos é ilustradora e desde
1993 é professora da Faculda-
de de Artes Visuais (FAV) da
UFG. Convidada para apre-
sentar seu case no NDesign,
ela reconheceu a importância
do evento organizado por es-
tudantes, uma vez que até hoje
a inserção no mercado de tra-
balho nessa área é difícil. “O
mercado de Design em Goiânia
era praticamente inexistente. As
principais demandas eram da
área de Identidade e Comuni-
cação Visual, com uma prática
profissional instalada no meio
publicitário. A atuação de ar-
quitetos também compartilhava
o mercado de Design que teve
que ser desbravado por nossos
alunos, emergindo da UFG e da
UCG”, esclareceu a professora.
Faixada do Centro de Eventos da UFG devidamente decorada para recpção dos milhares de designer de todo país
Professor Noberto Ungarelli da UFPA. Convidade ilustre do
evento, compartilha sua trajetória com os estudantes
Momento de descontração
na Plenária Inicial
Políticas Públicas de Design
Ministrada pelo professor e
coordenador do Laboratório
de Políticas de Design da Uni-
versidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), Gabriel Patro-
cínio, a palestra sobre políticas
públicas de design apresentou
aos participantes a percepção
de que essa atividade profis-
sional possui outros alcances.
Para Gabriel Patrocínio, é pre-
ciso despertar o interesse pelo
design no âmbito governamen-
tal. “Os profissionais da área
normalmente se preocupam
em explicar o que é o design,
focando na sociedade, nas
indústrias e, por último, no go-
verno. Seria necessário atingir
os governantes, conscientizan-
do-os sobre a importância da
área e, só então, passar para
as indústrias e chegar à socie-
dade”, afirmou o professor.
Gabriel Patrocínio lembrou
ainda a criação do O Diagnós-
tico do Design Brasileiro, reali-
zado pelo Centro Brasil de De-
sign. Esse documento procura
mostrar referências do Design
para o desenvolvimento da in-
dústria e oferecer, assim, sub-
sídios para a elaboração des-
sa política públi- ca no País.
“O documento levantou dados
impor- tantes sobre determi-
nados segmentos industriais
que utilizam o design e esse
estudo deve conti- nuar sendo
feito, pois orienta o governo
sobre a importância da área”,
disse Gabriel Patrocínio.
Mídias digitais
No último dia de atividades do
NDesign, ocorreu a palestra É
possível inovar em design para
mídias digitais?, com o diretor
de Marketing e Comunicação
da Associação Brasileira das
Agências Digitais em Goiás
(Abradi-GO), Leonardo Diogo.
De acordo com ele, para en-
contrar a inovação, o que re-
almente importa é a experiên-
cia do usuário. O público leva
em consideração muito mais
o conteúdo do que a aparên-
cia. E é essa experiência que
garante ao usuário um melhor
aproveitamento do conteú-
do. “Muitos confundem inova-
ção com estas ferramentas:
HTML5, JavaScript, Mobile,
entre outros. Na verdade, es-
ses são apenas recursos e eles
são finitos, aparecem e somem
com grande facilidade. Mas a
inovação continua”, completa
Leonardo Diogo.
Ana Yamaguti, formada em
Design Gráfico pela UFG Goi-
ás, afirma que “o design não
é só estética, mas também
a apresentação de soluções
para um mercado que possui
grande concorrência”.
4. 4
PARTICIPAÇÃO Goiânia, setembro de 2014
A campanha Diz Aí, organi-
zada por uma comissão interna
interdisciplinar, aconteceu nos
dias 19 e 20 de agosto e mo-
bilizou a comunidade universi-
tária, com atividades culturais,
para dialogar sobre novas pos-
sibilidades de utilização do es-
paço do Bosque Saint’Hillaire.
Em quatro pontos da universi-
dade – Centro de Convivência,
Centro de Ensino e Pesquisa
Aplicada à Educação (Cepae),
Faculdade de Informação e
Comunicação (FIC) e Instituto
de Química (IQ) – foram es-
palhados painéis, urnas e fol-
ders nos quais a comunidade
universitária pôde expressar
sua opinião e sugerir melhorias
para o espaço.
“Foram realizadas várias
ações no intuito de encontrar
alternativas para o uso do bos-
que, respeitando as diferentes
visões sobre ele”, ressaltou
um dos membros da comissão
organizadora, o coordenador
do Núcleo Interdisciplinar de
Estudos e Pesquisas sobre
Drogas e Outras Dependências
(Neped), Eriberto Belivacqua.
A ação contemplou mostra fo-
tográfica, apresentações de
música, dança e teatro, ativi-
da- de itinerante com estudan-
tes do curso de Musicoterapia
e do PET Saúde Mental, além
de uma roda de conversa.
A ocupação artística des-
pertou a atenção de alunos,
professores e técnico-admi-
nistrativos interessados em
tor- nar o bosque um ambien-
te de convivência e sociabi-
lidade, com mais ações de
incentivo à cultura. Entre as
sugestões, foram menciona-
dos, principalmente, aumento
da seguran- ça, revitalização,
instalação de lixeiras pelo per-
curso da mata, ações culturais
e iluminação. A comissão res-
ponsável pelo evento irá com-
pilar as opiniões e apresentar
os resultados para a gestão
da UFG avaliar a implementa-
ção das sugestões.
Roda musical chamou atenção dos alunos do Cepae sobre
a importância da preservação do bosque da UFG
Mostra fotográfica reuniu diferentes
perspectivas da comunidade
universitária sobre o
Bosque Auguste Saint’Hillaire
Alunos tiveram a oportunidade de mostrar seus
talentos durante a I Mostra Artística do
Bosque Auguste Saint’Hillaire
Campanha interdisciplinar visa motivacionar
toda comunidade ufg a recuperação
e aproveitamento do espaço do Bosque.
VAMOS
CONVERSAR
SOBRE O
BOSQUE?
Serena Veloso
5. 5
Passo a passo
para marcação
das férias
ADMINISTRATIVO
Serena Veloso
Com o objetivo de integrar os siste-
mas informacionais da universi- dade
e trazer maior facilidade no acesso e
na administração de funções das di-
versas áreas da instituição, em 2013,
a UFG iniciou a implantação do sof-
tware Sistemas Integrados de Gestão
(SIG). Organizado em módulos, o SIG
permite atualização ágil e manipula-
ção dos dados com maior eficiência.
Durante esse processo, que du- rará
em torno de quatro anos, serão priori-
zados os módulos que possuam siste-
mas correspondentes na UFG. Os sis-
temas com tecnologia defasada serão
substituídos, como é o caso do Gestão
Acadêmica, que terá seus dados mi-
gra- dos para o Sistema Integrado de
Gestão das Atividades Acadêmicas
(SIGAA). O primeiro módulo, implanta-
do em junho de 2013, foi o de marca-
ção de férias, do Sistema de Gestão
Integrado em Recursos Humanos (SI-
GRH). A in- formatização do agenda-
mento de férias possibilita que os pró-
prios servidores realizem a operação e
que a chefia de cada setor homologue
via sistema. “Para a área de RH foi uma
gran- de novidade, porque o controle
das fé- rias era estritamente manual.
Antes, todas as unidades mandavam
uma lis- ta no papel com o nome da
pessoa e os dados das férias. Essa lis-
ta era digitada por servidores do De-
partamento do Pes- soal (DP) e trans-
ferida para o Sistema Integrado de
Administração de Recur- sos Humanos
(Siape) do governo fede- ral”, explicou
a diretora do DP da UFG, Maruska Vaz
Sansaloni.
A gestora do SIGRH, Wilma Maria
Gonçalves dos Santos, acredita que
GESTÃO
Universidade
moderniza
sistemas de
informação
Goiânia, setembro de 2014
Nos próximos quatro anos, a UFG estará em
fase de implantação dos Sistemas Integrados
de Gestão Universitária, que irão melhorar o
gerenciamento de informações na instituição
Confira os procedimentos para programar as
férias no SIGRH:
de informação Por
meio do Portal UFG
(canto superior direi-
to) acessar o Portal
UFGNet;
Clicar no menu Ad-
ministrativo, no link
Recursos Humanos -
SIGRH;
Selecionar a opção
SIGRH (Recursos Hu-
manos) e depois en-
trar no sistema com o
mesmo Usuário e Se-
nha do Portal UFGNet;
Autenticar usuário, in-
serindo Login Único e
Senha;
Na página inicial do
sistema, no canto di-
reito superiWor, clicar
no link Entrar no siste-
ma;
ou- tro benefício foi o de modificar a
cultura da universidade na marcação
de férias, deixando a responsabilida-
de ao próprio servidor e ao diretor de
sua unidade so- bre a melhor data e
possíveis alterações. Para consolidar
a implantação do módulo, era neces-
sário que os servidores estivessem
cadastrados no sistema. Por isso, foi
implantado o módulo Cadastro. De
acordo com o coordenador- geral do
SIG na UFG, Dannyel Cardoso da Fon-
seca, o sistema funciona de forma
complementar, sendo que as informa-
ções de um módulo, muitas vezes, são
dependentes de dados inseridos em
ou- tros. “Essa dependência é o que
diferen- cia muito o SIG dos outros sis-
temas da universidade, porque esses
não são tão acoplados em nível de in-
formação”, dis- se. Dannyel Cardoso
ressalta ainda ou- tras vantagens do
sistema: o funciona- mento integral via
web e a uniformidade do visual e do
uso dos sistemas.
Parceria tecnológica – A UFG ad-
quiriu o software de um projeto da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). O suporte à implanta-
ção é feito por em- presa que surgiu
de uma incubadora da UFRN, que dis-
ponibiliza toda a tecnologia e atua na
migração dos dados e customi- zação
dos módulos, segundo as especi- fici-
dades da instituição, com o acompa-
nhamento de uma equipe local da área
de Tecnologia da Informação. Atual-
mente, 36 instituições federais utilizam
o softwa- re, incluindo, entre elas, ór-
gãos como a Polícia Federal e a Agên-
cia Brasileira de Inteligência.
Sistemas UFG
Portal UFGNet
Webmail
Matrícula
Concursos
Portal SIG
Autenticar
Login Único:
Esqueci minha senha
Criar Login Único
Ajuda
Senha:
|informe seu login único.
informe sua senha.
Entrar
Administração de sistemas - SIGADMIN
Recursos Humanos - SIGRH
Guia de Recolhimento da União - SISGRU
Recursos Humanos - SIGRH
Recursos Humanos - SIGRH
Geral
Goiânia, 19 de Agosto de 2014 (UFGNet)
ENTRAR NO SISTEMA
Usuário:
Senha:
Entrar
Entrar no sistema
Os manuais com todas as informações
sobre o acesso e a utilização dos recur-
sos dos módulos em atividade, além
da descrição detalhada dos módulos e
sistemas SIG, estão disponíveis na pá-
gina: www.portalsig.ufg.br
No tópico Dados das Férias, in-
formar os dados do parcelamen-
to das férias, ou seja, o número
de parcelas em que as férias
serão divididas.
Selecionada a quantidade de parcelas,
preencher para cada período a quan-
tidade de dias e a data de início das
férias. Obs.: a programação das férias
deve ser feita com o prazo máximo de
60 dias antes da data pretendida.
Para receber o adiantamento das férias
(restituído ao governo no segundo mês
após o recebimento das férias) e a grat-
ificação natalina (disponível apenas
quando o primeiro período de férias
é marcado para o primeiro semestre),
basta marcar as caixas de seleção.
Os chefes de cada unidade deverão
acessar o menu Chefia de Unidade e
o submenu Homologar Férias para au-
torizar a solicitação de férias de cada
servidor. Selecionando um deles, ao
canto direito da tela, estarão disponíveis
três ícones, um deles verde, que sinal-
iza a opção de homologar as férias.
Basta clicar nele e a operação estará
concluída.
Para conferir os dados das férias já
marcadas, acesse o menu Férias, cli-
cando no submenu Consulta/ Alter-
ação/Exclusão de Férias, onde estarão
disponíveis a indicação se foram ou
não homologadas. Obs.: para alterar a
data, é necessário fazê-la com um pra-
zo máximo de 30 dias, antes do início
das férias já registrada, e dentro do
período de homologação.
Ao entrar no sistema, o usuário
deve clicar no menu Férias e
escolher a opção Inclusão de
Férias.
Férias
EXERCÍCIOS PRÓXIMOS
Exercício
Periodos
2014
1º Período
01/01/2014
0
31/12/2014
01/01/2015
30 Paga/Marcada SIGRH 1
Início Aquis.
Dias
Término Aquis.
Início
Dias
Término
Status
Adiant. Salarial
Origem
Grat. Natalina
Período
Inclusão de Férias
Consulta/Alteração/Exclusão de férias
Cronograma de Férias da Unidade
6. 6
PESQUISA
Silvânia Lima
O efeito antimicrobiano de
muitas plantas do Cerrado, já
conhecidas como terapêuti-
cas, pode ser utilizado na nu-
trição de animais ruminantes.
Algumas dessas plantas estão
sendo estudadas por pesqui-
sadores da área de Produção
Animal das cinco universida-
des federais da região Cen-
tro-Oeste, sob coordenação
da Universidade Federal de
Goiás (UFG). Com o apoio da
Faculdade de Farmácia (FF),
responsável pela extração e
identificação das espécies
e dos seus princípios ativos,
bioprodutos da sucupira (Pte-
rodon emarginatus Vogel), da
copaíba (Copaifera langsdorffii
Desf), do barbatimão (Stryph-
nodendron adstringens (mar-
tius) Coville) e do pacari ( La-
foensia pacari A. St.-Hill) estão
sendo testados na alimentação
de bovinos, frangos, ovinos e
suínos, na Escola de Veteriná-
ria e Zootecnia (EVZ).
Trata-se de uma importante
ação de valorização da flora do
Cerrado com o seu potencial fi-
toterápico. Também participam
dos estudos pesquisadores
das Universidades Federais
de Mato Grosso (UFMT), de
Mato Grosso do Sul (UFMS),
da Grande Dourados (UFGD)
e da Universidade de Brasília
(UnB).
As pesquisas, algumas já
concluídas e outras em fase
de experimentação de campo,
devem contribuir com alterna-
tivas ao uso de medicamentos
sintéticos na produção ani-
mal. O conjunto de 12 proje-
tos cons- titui a rede Produção
Animal Sustentável financiada
pela Rede Centro-Oeste de
Pós-Graduação, Pesquisa e
Inovação (Rede Pró-Centro-O-
este). A coordenação da rede
Produção Animal Sustentável é
da UFG, sob res- ponsabilida-
de do professor Juliano José
Plantas medicinais
do cerrado são
experimentadas
na produção animal
de Resende Fernandes, da EVZ, tendo como subcoordenador
o professor Gumercindo Loriano Franco, da UFMS.
As pesquisas da rede Produção Animal Sustentá- vel ti-
veram início em 2011 e devem ser concluídas em 2015.
Os recursos aprovados para todos os projetos somam
mais de R$ 3,2 milhões e são oriundos do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Goiás (Fapeg), pela Rede Pró-Centro-O-
este. Além de financiar diretamente os projetos,
os recursos contribuem para ampliar e melhorar
a estrutura de pesquisa da UFG e das demais
Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do
Centro-Oeste.
Os projetos congregam 42 pesquisadores, do-
centes e estudantes de graduação e pós-gradua-
ção, e já geraram muitos trabalhos acadêmicos,
como artigos, dissertações e teses. Estão en-
volvidos 17 pós-graduandos e mais de 20 bol-
sistas da graduação. Diversas oportunidades
de parceria surgiram, com a realização desses
experimentos, entre diferentes unidades e insti-
tutos da UFG, e também com outras instituições.
Os recursos da Rede possibilitaram a criação de importantes laboratórios
na EVZ. O Laboratório Multiusuário da Rede de Produção Animal Sustentável
(Lamupas) envolveu a construção de 10 fermentadores de fluxo contínuo que
simulam o trato gástrico de animais ruminantes, o que possibilita minimizar o
número de experimentos com a utilização de animais canulados. O conjunto de
fermentadores permite a simulação das condições ambientais do rúmen com
controle computadorizado da movimentação, da acidez (pH) e da temperatura.
O equipamento, desenvolvido pela equipe do professor Juliano Fernandes, é
único no Brasil e encontra-se em processo de patente.
Além desses equipamentos o Lamupas possui estrutura para análises de mi-
nerais, aminoácidos, ácidos graxos e outros. O conjunto de equipamentos de
ponta permite análises por meio de absorção atômica, de cromatografia gasosa
e de cromatografia líquida. Também foi possível a instalação de uma câmara
fria, importante na manutenção de reagentes e amostras experimentais. Outros
laboratórios da UFG também são utilizados, como os de Histologia e Patologia
Animal, da EVZ, de Parasitologia e de Produtos Naturais, da FF, e outros do Ins-
tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP).
Especialistas integrantes da rede de pesquisa analisam os efeitos antimicro-
bianos da sucupira, da copaíba, do barbatimão e do pacari em ruminantes e
monogástricos.
Professor Victor Couto mostra o extrato de bar-
batimão inserido na ração dos bovinos. Carlos
Siqueira
A participação da Faculdade de Farmácia foi fun-
damental para a identificação das espécies e ob-
tenção dos bioprodutos utilizados nas pesquisas
Carlos Siqueira
Estrutura
Laboratorial
Goiânia, setembro de 2014
7. 7
Propriedades
terapêuticas
e bioprodutosA volorização da flora do Cer- rado
é um dos objetivos da Rede Pró-Cen-
tro-Oeste. As quatro plantas escolhidas
para as pesquisas com animais são
conhecidas por suas propriedades an-
timicrobiana e antiinflamatória. Em hu-
manos, a sucupira é usada ainda como
analgésica e antirreumática, a copaíba
como antitumoral, cercaricida e, junta-
mente ao barbatimão e ao pacari, an-
tiulcerogênica e cicatrizante.
Tais plantas, na natureza, produzem
substancias secundárias (não essen-
ciais às suas funções fisiológicas) ca-
pazes de inibir o ataque de predadores,
como bactérias, fungos e protozoários.
Esses compostos, utilizados na nutrição
ou no tratamento tópico, podem apre-
sentar efeitos antimicrobianos dese-
jáveis. Entre os possíveis princípios
ativos que podem estar presentes nos
extratos, há os taninos, as saponinas e
os beta-carofilenos. A escolha dessas
espécies se deu também pela alta ativi-
dade biológica, ou seja, são largamen-
te encontradas.
A partir do óleo da semente de sucu-
pira e do óleo-resina da copaíba, obte-
ve-se os óleos essenciais. Das cascas
do barbatimão e do pacari, obteve-se
o pó, ou extrato seco. Esses cons-
tituem os bioprodutos processados
no Laboratório de Produtos Naturais
que viabilizaram os experimentos dos
projetos da rede Produção
Animal Sustentável da Rede
Pró-Centro-Oeste.
Essas espécies são reco-
nheci- das também por outras
qualidades, como exemplo a
madeira, requerida na mar-
cenaria e na construção civil,
e a pouca exigência de solo,
algumas são recomendadas
para compor reflorestamentos
mistos em áreas degradadas.
Pau d´óleo, copaúva, óleo-
-preto, óleo-rajado ou sim-
plesmente copaíba. A árvore,
que pode chegar a 40 me-
tros de altura, é facilmente
encontrada pelo forte aroma
exalado de sua casca. O bál-
samo da copaíba, ou óleo, é
extraído por meio de uma in-
cisão no tronco, apenas uma
vez ao ano
Faveiro, sucupira branca,
fava de sucupira, fava de
Santo Inácio, sucupira lisa
são os nomes atribuídos à
árvore de sucupira. A ma-
deira dura e de longa dura-
bilidade é outra vantagem.
Além da semente, a casca
e a raiz são largamente uti-
lizadas contra diversas do-
enças
Resultados
apontam boas
perspectivas
Rede de pesquisa
Centro-Oeste
O termo barbatimão
é a denominação
popular utilizada
para uma varieda-
de de plantas de
larga ocorrência no
Cerrado brasileiro.
O nome deriva do
termo indígena Iba
Timo, que significa
“árvore que aper-
ta”, uma alusão à
sua alta capacida-
de de adstringên-
cia. Suas conheci-
das propriedades
medicinais são atri-
buídas à produção
potencial de tanino.
Dedaleiro, dedal, mangava-brava, amarelinho, candeia-de-
-caju, copinho e louro-da-serra ou pacari é uma planta de
porte arbóreo. Além dos usos terapêuticos já conhecidos,
a planta está sendo estudada no tratamento de processos
alérgicos. Em Goiás, sua madeira é muito utilizada para fa-
zer eixos de carros de boi e a base da flor é usada como
dedal
Os pesquisadores da rede Produção
Animal Sustentável procuram apresen-
tar alternativas e desenvolver produtos
a partir do uso de plantas do Cerrado,
com a finalidade de reduzir gastos na
produção animal e promover o aumento
da eficiência de utilização dos alimen-
tos e a preservação do bioma Cerrado,
pela valorização e pelo estímulo ao uso
sustentável dos seus recursos. Além
disso, a busca por produtos fitogênicos
na produção animal é algo novo e de
extrema relevância. O professor Marcos
Barcellos Café, que testa as plantas do
Cerrado no combate à Escherichia coli
patogênica em frangos de corte, expli-
cou que “embora não hajam evidências
científicas de que os antibióticos
utilizados na produção animal cau-
sem problemas à saúde humana,
há tendência à proibição dessas
substâncias, como já ocorre
na maioria dos países
europeus”. A maior par-
te dos experimentos é
voltada à influência
dos bioprodutos es-
tudados sobre a di-
gestibilidade dos ali-
mentos, buscando as
dosagens corretas de
acordo com os objeti-
vos propostos em cada
pesquisa. No caso dos
ruminantes – bovinos de
corte e de leite, mantidos
em regime de confina-
mento ou de pastejo
– o uso dessas plantas é para contro-
lar a fermentação ruminal, inibindo se-
letivamente grupos de microrganismos
menos eficientes no trato gástrico des-
ses animais, conforme explica o profes-
sor Victor Rezende Moreira Couto. Um
experimento, envolvendo 115 bovinos
confinados, está em andamento na
EVZ, avaliando efeito do extrato de bar-
batimão sobre o desempenho produtivo
desses animais. Estudos prévios in vitro
no Lamupas, já desmonstraram o efeito
antibiótico do óleo da semente de sucu-
pira, do óleo de copaíba e do extrato de
barbatimão. Dos extratos inseridos na
ração, o óleo de sucupira apresentou
baixa aceitação por parte dos animais.
O óleo de copaíba e o extrato de barbatimão são alternativas ao uso de antibióti-
cos no desempenho de poederias comerciais
Em suínos, a pesquisa avaliou o po- tencial antiparasitário do pacari
e da sucupira no controle da sarna sarcóptica, com efeitos bas-
tante positivos. De acordo com a professora Moema Pacheco
Chediak Matos (EVZ), uma das responsáveis pela pesqui-
sa, constatou-se que há “um grande potencial acaricida
de algumas substâncias frente ao parasito causador da
sarna sarcóptica, sendo verificada uma grande me-
lhora na resposta em nível inflamatório e de cicatriza-
ção nos suínos que foram tratados com os bioprodutos
específicos”. Em todas essas pesquisas, são sugeridos
mais testes para melhor definir formulações e dosagens
dos extratos das plantas, a fim de tornar viável sua utiliza-
ção pelos produtores.
A sucupira e o pacari se mostraram muito eficazes no
controle da sarna sarcóptica em suínos
No caso dos frangos, três frentes de pesquisa foram realizadas na EVZ.
Além de verificar o desempenho geral dos animais tratados com os bio-
produtos do Cerrado, os estudos tiveram focos específicos quanto à ava-
liação nutricional e metabólica, sob coordenação do professor José Hen-
rique Stringhini, à saúde intestinal, pela professora Nadja Susana Mogyca
Leandro, e ao aumento da imunidade contra patógenos no intestino, pelo
professor Marcos Barcellos Café. Marcos Café informa que, em seus ex-
perimentos, o barbatimão e o pacari possibilitaram melhoria na conversão
alimentar. Já com a copaíba e a sucupira, a digestibilidade dos nutrientes
foi semelhante ao chamado controle positivo, quando são usados produtos
sintéticos. Na avaliação imunológica, os resultados sugerem que o óleo de
copaíba tem efeito modulador da imunidade. Para poedeiras, a inclusão do
extrato de barbatimão resultou em maior peso do ovo, semelhantes ao trata-
mento com anti-bióticos. Em relação à qualidade da casca, com a inclusão
do extrato de pacari, ocorreu melhora na qualidade e com o barbatimão,
essa qualidade chegou a superar os resultados obtidos com a inclusão de
antibióticos sintéticos.
Estruturada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com
o apoio dos Estados, de suas respectivas Fundações de Amparo à Pesqui-
sa e das universidades federais, a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação,
Pesquisa e Inovação objetiva fortalecer e consolidar a formação de recursos
humanos e a produção de conhecimento para o desenvolvimento susten-
tável da região. No primeiro edital da Rede, em 2010, foram contemplados
16 projetos multidisciplinares em diferentes áreas. Cinco deles estão sob
coordenação da UFG e concentram nela seus experimentos. No segundo
edital, lançado em 2013, outros cinco grandes projetos envolvendo pro-
fissionais da UFG foram aprovados pela Rede Pró-Centro-Oeste. O Jornal
UFG levará a público as pesquisas da Rede Pró-Centro-Oeste realizadas
na universidade. Começamos, nesta edição, pela rede Produção Animal
Sustentável, cujos pro- jetos envolvem o uso de bioprodutos de plantas me-
dicinais do Cerrado na alimentação e tratamento de animais.
PESQUISAGoiânia, setembro de 2014
8. 8
O Brasil é recordista mundial em partos por cesarianas. No País, 52% das mulheres
são submetidas a esse tipo de procedimento. Quando consideramos os números da
rede privada, os índices chegam até a 90% em algumas maternidades.
principalmente o da anestesia,
foi sendo facilitada a hospi-
talização. Apareceram meios
julgados mais seguros para o
parto, em instituição hospitalar.
Contudo, isso trouxe também
condutas intervencionistas e o
uso exagerado de medicamen-
tos. A mulher pensa que ir ao
hospital ter um parto cesaria-
no, com anestesia em que ela
não sentirá dor, é mais seguro.
Existe muito medo da dor. A
mulher é levada a pensar que
o parto é doloroso e que está
colocando o bebê em risco,
porque existe um falso discur-
so que o parto pode passar da
hora e o bebê ter problemas.
Esses também são fatores que
induzem a mulher a decidir
pela cesariana.
Quais as vantagens do
parto normal? Quando
uma cesárea é realmente
indicada?
Luiz Carlos Pinheiro – A
mulher nasce preparada para
o parto normal ou natural. En-
tretanto, a cesariana não foi
criada porque alguém queria
marcar uma cesárea, mas de-
vido a complicações de alguns
partos em que mulheres mor-
riam em trabalho de parto e
crianças também. Existem ca-
sos em que não fazer uma ce-
sariana é desumanizar o parto.
As vantagens do parto normal
são que ele é mais fisiológico,
o bebê nasce sem influência
de medica- mentos, na maioria
das vezes, e na hora certa. Um
TV UFG e Ascom
Por que o Brasil é recor-
dista mundial em parto por
cesariana?
Luiz Carlos Pinheiro –
Creio que esse recorde é de-
vido a dois fatores: o tipo de
formação do médico e a de-
sinformação da gestante. Nós,
médicos, somos treinados a
tratar emergências e não a pro-
moção da saúde. A tendência
é ver o parto como uma doen-
ça, um problema. Outro fator
é o próprio sistema brasileiro,
em que a mulher é ligada a
um médico, diferente de outros
países, em que é ligada a uma
equipe de saúde ou instituição.
Para se desvencilhar em ficar
24 horas disponíveis, os médi-
cos criaram mecanismos para
induzir a cesariana, uma vez
que esse tipo de parto pode ser
agendado e é mais rápido. O
médico também se sente mais
seguro, devido ao seu tipo de
formação. Além disso, há a cul-
tura do medo, como o medo da
circular de cordão umbilical, e
os discursos que diminuem a
mulher como “você não dá con-
ta, você é fraca”, sendo que o
parto é um evento natural.
Cristiane Vieira – Acredito
que a medicalização e a hos-
pitalização são fatores que
contribuem para esse panora-
ma. Antes o parto era feito em
casa, com poucos recursos.
Isso aumentou a mortalidade
materna e neonatal. Com o
surgimento das tecnologias,
UNIVERSIDADE Goiânia, setembro de 2014CristianeVieira
dos grandes problemas das
cesarianas é que as crianças
nascem antes da hora e preci-
sam ser conduzidas para a UTI
ao nascer. O parto cesariano,
no entanto, é necessário em
alguns casos, como exemplo,
os de placenta prévia, gêmeos
em que o primeiro não está ce-
fálico (de cabeça para baixo),
sofrimento fetal agudo e mecô-
nio (primeiras fezes do bebê)
espesso em começo de traba-
lho de parto. Nesses casos, não
é tão seguro nascer de parto
normal. No Brasil, o alto índice
de cesarianas também ocorre
pelo fato das mulheres desco-
nhecerem os riscos em longo
prazo da cesariana e pensa-
rem só no parto sem dor
e rápido. Para a crian-
ça, os riscos de uma
cesariana marcada po-
dem ser: ir para a UTI
por dificuldade respi-
ratória, problemas psi-
cológicos no futuro por
não ter completado o
desenvolvimento e ris-
cos de diabetes na in-
fância. Para a mãe, risco oito a
nove vezes maior de infecção
e risco de reinternação, devido
à dor. Para a próxima gravidez,
ainda há o risco de placen-
ta prévia, romper o útero, dor
pélvica crônica, situações que
as mães não se lembram ou
não são alertadas ao marcar
uma cesariana.
Cristiane Vieira – O parto
cesariano tem seus benefícios
e é uma necessidade em al-
guns casos. O parto humani-
zado não tem nada a ver com
o fato de ser normal ou cesá-
rea. A cesariana também pode
ser humanizada. Com certeza
terão mulheres que vão pre-
cisar da cesariana, nem por
isso elas serão menos mães.
Porém, o parto normal sendo
possível traz benefícios para
a recuperação da mulher e
do bebê. Desencadeado na-
turalmente e acompanhado
com o mínimo de intervenções
possíveis, ele traz mais segu-
rança para a mãe e o bebê,
pois a recuperação da mulher
é muito mais rápida, o bebê
respira melhor e tem menos
necessidade de usar medica-
mentos que podem atrapalhar
a amamentação.
Qual o conceito de par-
to humanizado? Qual a di-
ferença dele para o parto
tradicional?
Cristiane Vieira – Par-
to humanizado é o parto feito
comrespeito às decisões da
mãe, de como ela escolheu
ter o seu filho, mas de forma
esclarecida sobre os benefícios
de cada parto. Um parto res-
peitoso evita condutas que tra-
gam sofrimento para o bebê ou
para a mãe e respeita o tempo
dos dois. Se o profissional tem
segurança de que a criança
está bem, o bebê pode demo-
rar um pouco mais a nascer e
sem necessidade de interven-
ções, como empurrar a barriga
da paciente (kristeller), usar
medicamentos como a ocitoci-
na, que provoca muitas dores e
acelera o trabalho de parto, ou
usar técnicas de instrumentos
para tirar o bebê, que podem
ser necessários, mas não é re-
gra para toda mulher, que são
o vácuo extrator e o fórceps. O
parto respeitoso é aquele que
procura trazer para o momen-
to do nascimento condições de
conforto, de alívio da dor, pois
não há como dizer que não há
dor na contração, apesar de
ter pacientes que dizem não
sentir. O parto humanizado é
aquele que respeita a mulher
e o bebê, independente de ser
normal ou cesárea.
O parto humanizado come-
ça então com o pré-natal,
com as informações sobre o
parto?
Luiz Carlos Pinheiro – A
humanização começa na pré-
concepção, na orientação da
mulher, no respeito ao pré-na-
tal. A humanização do parto
devolve o protagonismo da mu-
lher no parto. Quando os par-
tos passaram a ser realizados
nos hospitais, a mulher passou
a ser colocada deitada, a usar
um tecido para separá-la do
médico e a ser depilada, além
além de ser submetida a lava-
gem intestinal. O bebê nascia e
era observado, aspirado, fica-
va até oito horas longe da mãe.
Percebeu-se, porém, que isso
trazia mais malefícios do que
benefícios. Em 1963, o francês
Frederick Leboyer lançou um
livro que horrorizou a classe
médica, porque ele insinuou
que o bebê tinha direitos sen-
do desrespeitados na sala de
parto. Ao nascer, o bebê pre-
cisa apenas do contato com
a mãe.
No início do ano, houve um
caso no Rio Grande do Sul
em que uma mulher foi obri-
gada a fazer um parto cesa-
riano por ordem judicial. Até
que ponto a mulher tem au-
tonomia para decidir sobre
seu parto e até que ponto o
médico pode intervir?
Luiz Carlos Pinheiro – Esse
caso foi polêmico e não tenho
uma opinião formada sobre
ele. Atualmente, no Brasil, há
duas correntes perigosas: a
do médico que acha que todo
parto tem de ser cesárea ou
um parto normal com muitas
intervenções e uma linha muito
radical que acha que qualquer
intervenção é desnecessária.
Não pode haver radicalismos.
Já acompanhei partos domi-
ciliares, mas fico preocupado
quando eles são feitos fora
dos níveis de segurança, como
os estabelecidos na Europa.
Lá, as mulheres só têm parto
domiciliar quando são gestan-
tes de baixo risco. Mas, atual-
mente, há quem acompanhe
parto pélvico em casa, com
gestante que já fez duas ce-
sarianas anteriores. Na maio-
ria das vezes dá certo, mas o
bebê estará submetido a um
risco maior. Parece-me que
esse foi o caso dessa mulher.
Acredito que houve falha na
comunicação. Quando a pes-
soa é bem tratada e quando
o médico explica sobre os
riscos, ela entende. O proble-
ma da saúde é que, quando
procuramos os serviços, até a
voz de quem trata é autoritá-
ria, de quem sabe mais, e isso
tinha de acabar.
CristianeVieira–Paraopar-
to acontecer de acordo com a
escolha da mulher, temos que
avaliá-la também. Nesse caso,
a paciente apresentava crité-
rios que traziam riscos para
a vida dela. Alguns deles ti-
ram a possibilidade do parto
normal. Os extremismos não
devem existir. Há a linha com-
pletamente extremista, que
acha que nenhuma intervenção
deve ser feita, mas não é toda
mulher que terá um parto nor-
mal sem a mínima intervenção.
Outro tema bastante deba-
tido é a violência obstétrica,
como o uso de procedimen-
tos não acordados, a exem-
plo da episiotomia (corte da
vagina). Como a senhora per-
cebe essa relação conflituo-
sa que envolve, às vezes, até
ofensa moral?
Cristiane Vieira – A violên-
cia aumentou pela necessida-
de de abreviar o parto. É a z
falsa impressão de que se nas-
cer rápido, será mais seguro.
O uso de ocitócitos, a episio-
tomia, empurrar a barriga para
forçar que o bebê desça de
forma mais rápida são condu-
tas intervencionistas que cau-
sam trauma e sofrimento para
a mulher. Temos de respeitar
o tempo de desencadeamen-
to do parto. Quando há mui-
tas interferências, nós, médi-
cos e enfermeiros, causamos
Parto humanizado
retoma protagonismo
da mulher
9. 9
UNIVERSIDADEGoiânia, setembro de 2014
sofrimento para a mãe e para
o bebê. Uma assistência apa-
rentemente segura para a mu-
lher pode trazer trauma para
ela. Muitas mulheres optam
por não ter mais filhos ou não
ter um parto normal, devido ao
sofrimento que o parto anterior
lhe causou.
Quais tipos de parto a
gestante pode optar? Quais
são mais indicados? Como
avaliar onde a mulher deve
ter o bebê?
Luiz Carlos Pinheiro – O
conceito de humanização de
parto tenta dar à mulher e ao
bebê condições mais se gu-
ras para o parto. O parto hu-
manizado não é apenas o par-
to de cócoras, mas esse é o
mais fisiológico. Pode-se ter
também o parto sentado em
uma banqueta de parto. Se
a paciente quiser ter o parto
deitada, que fique deitada. A
cesárea quando necessária e
não é feita também desumani-
za. O parto cesariano pode ser
feito de forma menos traumá-
tica, dando o bebê à mãe ao
nascer, para a ama- mentação
na sala de parto. Agora o par-
to doméstico já é controverso.
Na Europa, é estimulado, mas
na América do Norte há pes-
quisas que mostram índice
de mortalidade 10,5% maior
em partos domiciliares. Cada
mulher deve pesar os riscos e
benefícios de um parto domici-
liar e estar o mais próximo pos-
sível de socorro. Só mulheres
com gestações consideradas
de baixo risco podem tentar o
parto domiciliar.
Cristiane Vieira – Indepen-
dente de ser cesárea ou parto
normal, ele deve ser
humanizado. O Mi-
nistério da Saúde tem
investido em condutas
para que isso acon-
teça. A humanização
não depende só da
posição do parto. O
local precisa permi-
tir que a mulher ande
durante o trabalho de
parto, que ela tome
banho e que tenha
controle de luz. As
instituições não estão
preparadas para isso. Hoje
não há esse espaço, nós, mé-
dicos e enfermeiros, improvi-
samos. O parto humanizado
dá liberdade para a mulher
em vários aspectos. Ela deve
ser respeitada quando diz que
não quer episiotomia ou que
não quer ficar sem comer du-
rante o trabalho de parto.
A rede pública oferece uma
estrutura básica para o parto
humanizado?
Cristiane Vieira – Essa es-
trutura hoje é mais ampliada no
SUS do que na rede privada.
Existe o projeto Rede Cegonha
que prioriza várias questões
sobre gestação e parto.
O caminho entre uma
cesárea, um parto
em casa e o trabalho
de doulaExiste uma cultura no Brasil
de que o parto é sinônimo de
dor e deve ser rápido. No en-
tanto, para algumas mulheres,
que conseguem informações
e apoio, parto não precisa ser
sinônimo de problema, mas
um rito de passagem, uma ex-
periência sublime que muda
completamente sua visão de
mundo. Aline Willik, jornalista,
é uma dessas mães que por
meio do parto se transformou.
Antes de engravidar de sua pri-
meira filha, hoje com sete anos,
a jornalista já tinha certeza que
queria ter seus filhos por parto
na água: “Li um livro sobre o
parto na água e a ideia de meu
filho não sofrer, não chorar no
parto passou a ser prioridade
para mim”. Porém, suas ex-
pectativas não se concretiza-
ram no primeiro parto. Com 40
semanas, após um exame que
avalia a vitalidade do bebê, Ali-
ne Willik foi levada a uma ce-
sárea que, após muitos anos,
entendeu não ter sido neces-
sária, mas conveniente ao sis-
tema. “Confiei na médica. Em
geral, todos confiamos tanto
nos médicos, que duvidar pa-
rece estranho”, relatou. Cinco
anos depois, na gestação do
segundo filho, ao se consultar
com a mesma obstetra, per-
cebeu que poderia ser levada
novamente a uma cesárea. En-
tão, ela começou a buscar por
um parto natural: “Queria uma
médica, que atendesse por
plano de saúde e fizesse parto
humanizado e na água. Quan-
do disse isso na internet, as
pessoas riram. Porque isso não
existe”. Quando conheceu um
médico indicado nos grupos
das redes sociais, Aline Willik
fez uma sabatina e percebeu
que havia encontrado um alia-
do. Descobriu também que o
parto na água em Goiânia é
clandestino. “As maternidades
de Goiânia não têm local pró-
prio para isso e, formalmente,
também não é possível ter um
bebê fora do centro cirúrgico.
O parto na água acontece na
surdina nas maternidades”,
explicou. O medo de que essa
clandestinidade não permitisse
que tivesse o parto na água fez
com que ela decidisse ter seu
parto em casa. Com a ajuda
de uma enfermeira obstetriz e
uma doula voluntária, que só
conheceu no trabalho de parto,
Aline Willik teve seu segundo fi-
lho em casa, na água, com ma-
rido e filha presentes. Foi a par-
tir dessa experiência e também
da relação estabelecida com a
doula que a atendeu volunta-
riamente, que ela decidiu aju-
dar mulheres a terem seu parto
humanizado. “É um trabalho de
formiguinha. Cada mulher que
se empodera e tem o seu parto
respeitado é uma vitória para o
movimento do parto humaniza-
do. Foi pela vontade de ajudar
mais mulheres a ter essa expe-
riência que decidi ser doula”,
relatou a jornalista, mãe e, atu-
almente, doula. Para se capa-
citar, Aline Willik fez um curso
em uma empresa de Brasília
ligada à Rede pela Humaniza-
ção do Parto e do Nas- cimen-
to (Rehuna). Ela conta que em
Goiânia existem apenas os cur-
sos das maternidades e que
as doulas são formadas para
atender dentro delas. No en-
tanto, Aline Willik, que conhece
diversas doulas que trabalham
em maternidades, explica que
elas acabam vendo determi-
nadas condutas que caracteri-
zam violência obstétrica e por
isso, optou pelo curso fora das
maternidades.
Para Aline Willik, um dos
primeiros partos na água,
acompanhado por ela, foi a
experiência que mais lhe mar-
cou: “Encontrei a Natália no
Facebook, querendo um mé-
dico humanizado pelo Ipasgo.
Expliquei a ela que não existia
esse médico e como ela po-
deria fazer para ter um parto
humanizado. Ela trocou de
médico com 38 semanas de
gestação, pagou o parto par-
ticular com dificuldades e eu
fui sua doula voluntariamente.
Como não tive tempo de tra-
balhar alguns conceitos com
ela durante a gestação, o que
chamamos de empoderamen-
to, a Natália me chamou mui-
to cedo. Estava com a bolsa
rompida, o que faz com que as
contrações sejam mais fortes.
Ela começou a sentir contra-
ções a uma hora da manhã,
chamou-me às oito da manhã e
eu fiquei com ela até seu bebê
nascer. A bebê só encaixou no
final, depois da dilatação total.
A cada contração ela vocaliza-
va e não gritava. A bebê dela,
como o meu, não chorou ao
nascer. Ver a emoção dela ao
ver que a bebê não havia cho-
rado me marcou”. Aline Willik,
como jornalista, protagonizou
uma série sobre o parto hu-
manizado na TV Brasil Central.
“Para a série, acompanhei um
parto normal e uma cesárea.
Na cesárea, a mãe não vê o
que acontece com o bebê de-
pois que ele nasce. A equipe
coloca uma cânula no bebê,
a criança, que está sem ar,
é chacoalhada, sacudida. A
mãe só vê o bebê quando ele
chora e não todo esse proce-
dimento. Porém, não há inte-
resse em desmistificar isso. O
parto cesariano é interessante
para o sistema – médico, plano
de saúde, hospital – só não é
interessante para a mãe e o
bebê,” disse.
Algumas leis já foram cria-
das para que isso funcione,
como a Lei do Acompanhan-
te. A Rede Cegonha propõe a
construção de centros de parto
normal, ambientes preparados,
em que a mulher pode andar,
o acompanhante pode estar
presente, além de ela ter um
espaço individualizado e não
de enfermaria, equipado com
banheiras para parto na água,
banquetas e cavalinhos para
fazer exercício. Tudo para ace-
lerar o processo de trabalho de
parto, aliviando a dor sem me-
dicamentos e intervenções.
Muitas pessoas não co-
nhecem o trabalho da doula.
Como ela é treinada e como
ela atua?
Luiz Carlos Pinheiro –
Doula é a pessoa que
ajuda a mulher no
parto. O trabalho da
doula começa no pré-
-natal. Ela fica próxima
à mulher para fazer
massagens, levá-la ao
chuveiro, auxiliá-la na
respiração. Quando a
mulher tem a doula no
pré-natal, percebo que
o parto é mais fácil.
Quando a mulher con-
sente o parto, relaxa
e deixa acontecer, ele
é prazeroso. Se ela está com
medo e trava, cada contração
é traumática.
Cristiane Vieira – A doula
recebe um curso e é prepa-
rada para cuidar da gestante.
É importante que a doula es-
tabeleça vínculo com a mu-
lher durante toda a gestação,
para orientá-la. Falo muito para
amigas que engravidam: não
busquem experiências ruins,
busquem alternativas para es-
tarem preparadas para o parto.
É muito diferente quando o mé-
dico ou o enfermeiro recebe
uma paciente que foi bem pre-
parada para o parto, daquela
que não teve preparo.
Luiz Carlos Pinheiro
10. 10
SOCIEDADE Goiânia, setembro de 2014
O estudante Jyun Hishino
cursa o sexto ano do curso de
Medicina da UFG. Para alunos
como ele, que estão prestes a
ingressar na carreira profissio-
nal, a prática é essencial para
o desenvolvimento das habili-
dades e competências apren-
di- das ao longo dos anos na
academia. Foi no Hospital e
Maternidade Dona Íris (HMDI)
que o estudante teve a oportu-
nidade de atuar dentro de um
hospital frente a frente com os
mais diferentes casos de pa-
cientes na área de Ginecologia
e Obstetrícia. Essa possibilida-
de foi alcançada em virtude do
convênio firmado em 2012 en-
tre UFG, Secretaria Municipal
de Saúde de Goiânia (SMS) e
Fundação de Apoio ao Hospi-
tal das Clínicas (FUNDAHC)
para a gestão compartilhada
do HMDI. O objetivo do con-
vênio é promover uma gestão
diferenciada, a partir do mode-
lo tripartite. Segundo a enfer-
meira da maternidade, Maria
Auxiliadora Gomes de Mello
Brito, diferente- mente dos
contratos estabelecidos com
as Organizações Sociais (OS),
esse tipo de gestão prioriza a
construção coletiva das políti-
cas internas, por meio de um
plano de trabalho, além das
ações de intervenção do hos-
pital. O modelo de gestão foi
inspirado no do Hospital Riso-
leta Tolentino Neves, em Belo
Horizonte/MG, onde foi firmado
um convênio entre a Universi-
dade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e a prefeitura da cida-
de. Já o modelo assistencial
de atendimento foi orientado
pelo trabalho do Hospital Sofia
Feldman, também da capital
mineira, referência nacional na
assistência ao parto humaniza-
do. No caso goiano, cada uma
das partes tem responsabilida-
des defini- das no convênio. A
Secretaria de Saúde é encar-
regada de fazer o repasse de
recursos financeiros que são
geridos pela FUNDAHC. Tal
verba é destinada à contrata-
ção de pessoal, à compra de
insumos, equipamentos e me-
dicamentos, ao pagamento de
Todas as ins-
talações, equipe
profissional e
práticas médi-
cas do Hospital
e Maternidade
Dona Íris, levam
em consideração
as decisões da
mãe e a fisiologia
do processo do
parto, evidencian-
do e valorizando a
humanização do
parto, com foco
na redução da
mortalidade ma-
terna e infantil. As
principais ações
promovidas são:
Estudantes de graduação, pós-graduação e residentes
vivenciam a rotina de atendimento de um hospital e são
incentivados a desenvolver pesquisas
Referência na assistên-
cia ao parto humanizado e na
atenção humanizada em Gi-
necologia, Obstetrícia e Neo-
natologia, a maternidade teve
a experiência dos trabalhos
desenvolvidos por médicos
da área relatada no livro Assis-
tência ao parto humanizado.
A publicação foi lançada ano
passado pelo professor Wal-
demar Naves, junto ao também
professor da FM e diretor-geral
da maternidade, Maurício Gui-
lherme de Campos Viggiano,
e ao diretor da Maternidade
Nascer Cidadão, Sebastião
Fernandes Moreira. “A huma-
nização é a alma dessa ma-
ternidade. O livro norteia esse
caminhar da parte técnica e da
humanização do atendimento
de saúde”, relatou Waldemar
Naves. O livro ganhará uma
segunda edição, com o título
Assistência ao parto humani-
zado e neonatal, e aprofundará
nos diversos campos de aten-
dimento da maternidade.
Hospital e Maternidade Dona Íris
amplia campo prático para
alunos da área de saúde
Todo mês, a maternidade
recebe cerca de 60 estagiá-
rios dos cursos de Medicina,
Enfermagem, Biomedicina,
Nutrição e Farmácia, além de
estudantes dos cursos de resi-
dência em UTI Neonatal e em
Ginecologia e Obstetrícia, que
realizam atividades no Centro
de Estudos, Ensino e Pesquisa
do HMDI. De acordo com Maria
Auxiliadora Gomes, estudantes
de outros cursos relacionados
àáreadesaúdetambémpodem
solicitar a realização de está-
gio na maternidade, que rece-
be exclusivamente estudantes
da UFG, como foi estabelecido
no convênio de gestão. Esse
número deve ser ampliado
com a criação de duas novas
residências: uma em Mastolo-
gia e a outra Multiprofissional.
Novo campo para pesquisa e
prática
Assistência ao parto
humanizado
Também está em planejamen-
to, junto à Faculdade de En-
fermagem (FEN), a criação do
curso de especialização de
Enfermagem em Obstetrícia.
O Centro de Estudos, Ensino
e Pesquisa é subordinado à
Diretoria Acadêmica do hospi-
tal, dirigida pelo professor da
Faculdade de Medicina (FM),
Waldemar Naves do Amaral. A
unidade é responsável por co-
ordenar as atividades acadê-
micas e científicas, oferecendo
aos alunos o acompanhamen-
to de professores e profissio-
nais. Para Waldemar Naves, “o
Centro de Estudos traz aquilo
que é sonho de todo indivíduo
que trabalha com saúde, que
é realizar o atendimento à po-
pulação, sem deixar de fazer
ciência”. Segundo o professor,
alunos de pós-graduação já
têm desenvolvido pesquisas
serviços contratados e a outras
despesas para manutenção da
maternidade, estimadas em
um plano anual de trabalho. “A
Secretaria determina a política
de atendimento. Também esta-
belecemos as metas de aten-
dimento e há uma negociação
periódica com a SMS para ver
se essas metas estão dentro do
esperado”, explicou o diretor-
-executivo da FUNDAHC, José
Antônio de Morais. Segundo
ele, a previsão de gastos até
maio de 2015 é de cerca de R$
56 milhões. Por sua vez, a UFG
é responsável pelas atividades
de ensino, pesquisa e exten-
são. Sob orientação de profes-
sores e profissionais, alunos da
área de saúde da universidade
podem vivenciar a rotina médi-
ca no atendimento ambulato-
rial, de urgência e emergência.
nas áreas de Odontologia e
Neonatologia, além de mono-
grafias da graduação. Para
regulamentar as pesquisas
do hospital, está em fase de
criação o Comitê de Ética em
Pesquisa.
• Orientção
das doulas,
pessoas que dão
suporte físico e
emocional à
gestante antes,
durante e após
o parto;
• Incentivo ao
parto normal;
• Estimulação
de exercícios e
massagens para
alongar o períneo
(músculo que con-
tribui para a pas-
sagem do bebê
durante o parto) e
aliviar as dores da
paciente;
• Realização
do parto na água;
• Evitar o
uso do fórceps,
instrumento para
retirada do bebê
no parto normal;
• Somente em
casos com extre-
ma necessidade,
realização da
episiotomia (corte
do períneo para
a passagem do
bebê);
• Utilização do
colírio de nitrato
de prata nos olhos
do bebê apenas
nos partos vagi-
nais, como pre-
venção à oftalmia
gonocócica;
• Sala de parto
com redução
de barulho e da
quantidade de luz
do ambiente;
• Corte do
cordão umbi lical
apenas após pa-
rar de pulsar;
• Não realiza-
ção da manobra
de kristeller, técni-
ca que pressiona
a parte superior
da barriga da mu-
lher para forçar a
saída do bebê;
• Incentivo ao
aleitamento mater-
no na sala
de parto;
• Incentivo ao
contato pele a
pele da mãe com
o bebê nos pri-
meiros momentos
de vida e banho
apenas após seis
horas depois do
nascimento;
• Estímulo à
presença do
acompanhante,
escolhido pela
própria parturien-
te, durante todo
o procedimento
do parto, ação
garantida pela Lei
11.108, de 2005.
Em dois anos de gestão compartilha-
da, a unidade de saúde realizou cinco
mil partos, mais de 63 mil atendi-
mentos ambulatoriais e cerca de oito
mil internações
Serena Veloso
Humanização no atendimento
às gestantes
11. 11
Goiânia, setembro de 2014
Lei dos resíduos
sólidos ainda é
descumprida
A ausência das práticas previstas em lei evidencia obstáculos à destinação adequada do lixo.
Em Goiás, a UFG atua na elaboração de planos ambientais e em projetos de inserção social
Ao ser aprovada a PNRS,
foi estabelecido o prazo de
quatro anos para que os mu-
nicípios brasileiros dessem
fim aos depósitos de lixo
sem tratamento adequado,
sob pena de responderem
por crime ambiental. Esse
prazofoiencerradonoúltimo
dia 3 de agosto.
Esse e outros assuntos
relacionados aos resíduos
sólidos em Goiânia motiva-
ram o Café com Políticas Pú-
blicas, evento da Faculdade
de Ciências Sociais (FCS),
realizado no mês de julho.
URBANIDADE
Perguntado sobre o que
deve ocorrer com os muni-
cípios que não cumpriram o
prazo para dar fim aos seus
lixões, Eraldo Henriques de
Carvalho opina que prorro-
gar o prazo para a aplica-
ção da lei não adiantaria. Ele
acredita que “tem que haver
ações mais efetivas para
mudar o cenário que perma-
nece o mesmo do tratamen-
to dado aos resíduos sólidos
no Brasil”.
Entre os palestrantes estava Pedro Henrique Baima Paiva, analista
ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), com
larga atuação em fóruns ambientais no município e fora dele, como
na Câmara Técnica de Qualidade Ambiental e Resíduos Sólidos, do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que destacou os
entraves à aplicação da lei. “Apesar de possuirmos tecnologias su-
ficientes para a destinação adequada do lixo, poucos municípios
conseguiram eliminar os lixões, a maioria sequer possui um Plano
Ambiental”, afirmou Pedro Henrique Baima, apontando esse como
um dos reflexos da falta de políticas públicas para o setor. Ele sa-
lientou ainda o despreparo das administrações públicas, geralmente
providas de poucos técnicos e que não ocupam os cargos de decisão.
Pedro Henrique Baima
Fim dos lixões? A questão política.
Goiânia no contexto do lixo
Nos últimos meses, a capital goiana que ainda não possui a li-
cença ambiental prevista na PNRS tem sofrido problemas com
a coleta do lixo. A coleta seletiva também foi prejudicada pela
falta de recolhimento dos materiais que abastecem as coopera-
tivas de catadores. Em palestra, realizada no evento da FCS, o
professor Francisco Mata (FSC) indagou sobre os investimentos
públicos goianos para os resíduos sólidos. Ele lembrou do aci-
dente radioativo com o Césio-137, um dos maiores do mundo,
ocorrido em Goiânia, em 1987. “O que aprendemos com o Cé-
sio-137? Quanto o Estado tem gasto com políticas públicas para
essa área?”, questionou, instigando ainda a plateia acadêmica
sobre a existência ou não de mecanismos definidos para avalia-
ção do quadro e de pesquisas.
Silvânia Lima
Entraves e soluções – Pedro Henrique Baima foi enfático ao afirmar
que os “resíduos sólidos constituem uma questão estratégica de saú-
de pública para qualquer governo”. Mas isso ainda não condiz com a
realidade brasileira, cuja ínfima parte dos cerca de 5.500 municípios
possui aterro sanitário. Em Goiás, dos 246 municípios, apenas oito
possuem licença ambiental: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bon-
finópolis, Catalão, Campo Alegre de Goiás, Hidrolândia, Itarumã e
Turvânia. Eraldo Henriques de Carvalho também ressaltou o entrave
político: “Em geral, observa-se que ocorre um descaso, além da falta
de técnicos, alguns municípios alegam falta de recursos para as me-
didas necessárias, denunciando a falta de planejamento”.
A atitude - O coordenador da
Incubadora Social da UFG,-
Fernando Bartholo, ressalta
outro obstáculo importante
às soluções do descarte do
lixo: o fator cultural, traduzi-
do por crenças, comporta-
mentos e atitudes presen-
tes em todos os segmentos
sociais. Segundo ele, a “cul-
tura do lixo” vigente con-
sidera que lixo é tudo que
deve ser descartado, sem
maiores preocupações, o
importante é se livrar dele,
o que leva e reforça a cultu-
ra da terceirização, em que
“o problema” é delegado a
outros, eximindo responsa-
bilidades. Em verdade, toda
essa discussão em torno do
lixo envolve também o abas-
tecimento de água, a drena-
gem das águas pluviais e o
tratamento do esgoto, ques-
tões imprescindíveis às políti-
cas públicas ambientais.
Carlos Siqueira
Cata Sol contribui
para a inclusão
Antecipando-se à lei e buscando oferecer
um suporte técnico aos municípios interes-
sados na inclusão dos seus catadores de
lixo, desde 2012, a Incubadora Social da
UFG mantém o projeto Catadores Solidá-
rios (Cata Sol). Com o apoio da Secretaria
Nacional de Economia Solidária, do Minis-
tério Público e da própria UFG, em parce-
rias com as prefeituras, o projeto contribui
na implantação e no assessoramento da
coleta seletiva, da incubadora social local
e de cooperativas de catadores nos muni-
cípios. Atualmente, o Cata Sol assiste oito
municípios da região metropolitana de Goi-
ânia, a previsão é que sejam 16 até o final
de 2016. Com metodologia de trabalho di-
ferenciada, privilegiando a prática dos en-
volvidos, sua realidade e seus interesses, o
projeto é executado por docentes e acadê-
micos da UFG.
UFG e o Plano Estadual
Ambiental
Os planos ambientais, da União e dos Esta-
dos, previstos na Lei 12.305 estão em cons-
trução. A UFG cuida do Plano Estadual de
Resíduos Sólidos do Estado de Goiás, sob
coordenação dos professores Simone Pfeiffer
e Eraldo Henriques de Carvalho, com o en-
volvimento do núcleo de estudos da área, na
Escola de Engenharia Civil, e da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hí-
dricos. O documento, de caráter orientador,
reúne uma série de propostas integradas de
gestão e gerenciamento de resíduos sólidos
em todo o Estado. Para Eraldo Henriques de
Carvalho, o Plano Estadual irá ajudar muito
os municípios goianos, ao traçar o panora-
ma geral, apontando as áreas mais críticas,
orientando e sugerindo medidas, como os
aterros consorciados, que permitem o com-
partilhamento entre municípios quanto ao
destino adequado de seus resíduos.
De acordo com o profes-
sor Eraldo Henriques de
Carvalho, coordenador do
Núcleo de Resíduos Só-
lidos e Líquidos, ligado à
Escola de Engenharia
Civil da UFG, “a Lei
12.305 é mais específi-
ca e contempla políticas
do primeiro mundo, se-
guindo uma tendência
mundial das políticas
dos resíduos sólidos”.
A lei institui instrumentos
de planejamento em to-
dos os níveis da cadeia,
tanto na esfera empre-
sarial quanto na gover-
namental, extrapolando
fronteiras ao estimular
planos microrregionais
e intermunicipais. Existem
medidas, referentes às
responsabilidades indi-
vidualizadas e encadea-
das por todos os envol-
vidos no processo de
geração e tratamento
dos resíduos sólidos,
dos fabricantes aos di-
rigentes públicos da lim-
peza urbana, a fim de mini-
mizar os impactos causados
pelo lixo.
Em dezembro de 2010,
o Brasil comemorou a re-
gulamentação do Decre-
to-Lei 12.305, que esta-
belece as diretrizes para
a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS).
Resultante de mais de
20 anos de discussões,
o desafio posterior tem
sido fazer valer a lei,
que inova em sua con-
cepção e abrangên-
cia, da qual se destacam
quatro exigências básicas:
a erradicação dos lixões,
a elaboração do Plano
Municipal de Resídu-
os Sólidos, a inserção
social dos catadores de
lixo e a logística rever-
sa, que impõe à indús-
tria o aproveitamento
das sobras e dos re-
síduos.Alguma medi-
das dessa natureza já
eram previstas em ou-
tras leis e instruções
normativas, cwomo
a Lei do saneamento Bá-
sico, mas havia necessidade
de uma lei própria que abran-
gesse toda a cadeia que envol-
ve os resíduos sólidos.
12. 12
Goiânia, setembro de 2014ENTREVISTA
A professora da Universidade da Integração Internacional da Luso-
fonia Afro-Brasileira (Unilab), Luma Nogueira de Andrade, buscou na
educação e no engajamento social formas de superar as dificulda-
des sociais, principalmente, o preconceito por ser homossexual. Em
2012, ela se tornou a primeira travesti no Brasil com título de doutora,
concedido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal
do Ceará (UFC),ao produzir uma tese inspirada nas experiên-
cias que viveu ao longo dos anos no ambiente escolar. Luma
Nogueira, em visita à UFG para participar de uma banca de dis-
sertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação Interdis-
ciplinar em Direitos Humanos, aceitou conversar com o Jornal
UFG e nos contou sobre sua trajetória de vida e o reconheci-
mento que tem recebido. Confira!
O acesso a informação a pessoas pertencentes à comunidade
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêne-
ros (LGBT) ainda é muito difícil no Brasil. O que favoreceu a sua
trajetória até se tornar a primeira travesti docente doutora de uma
universidade federal?
Temos de considerar o contexto histórico. Muitos homossexuais
não tinham oportunidade de ir à escola, principalmente na dé-
cada de 1980, quando surgiu o surto da Aids e havia a ideia de
que a homossexualidade era contagiosa. Foram criados decretos
que impediam a presença de homossexuais nas escolas, ou seja,
havia um preconceito institucionalizado. Consequentemente, as
vítimas de preconceito não tinham acesso ao trabalho, eram to-
talmente excluídas. Então, elas iam para as ruas e utilizavam o re-
curso que lhes restava: a comercialização do corpo para sobre-
viver e existia demanda de muitos homens que as procuravam.
Como você conseguiu superar todos os preconceitos e hoje ter o
reconhecimento pelo seu trabalho acadêmico?
Teve um começo que foi mais doloroso, mas sempre viveremos
em um contexto de lutas, porque quem cria as leis é uma camada
da sociedade que tende a atender aos seus interesses. Assim,
questões de diferença deixam de ser abordadas. A nos- sa preo-
cupação deve ser a de conquistar espaços. Para um travesti, gay
ou lésbica, um obeso, uma mulher, um negro é importante ocupar
espaços determinantes para as mudanças na sociedade para,
assim, lançarem olhares diferenciados e não o olhar da socieda-
de ocidental hegemônica. Dessa forma, conseguimos aberturas
para mudar o que já está preparado. Achamos que a criação
de leis garante a paz e que elas devem ser cumpridas, mas não
podemos esquecer que as leis são construções que dizem quem
é humano e quem não é humano, pois quem tem direitos é cida-
dão e quem não tem direito não é. Portanto, os direitos humanos
conquistados pelos movimentos sociais são a única forma de
quebrar muitas injustiças. Temos de problematizar isso, pois a
existência da lei não é garantia de paz, por ser criada a partir de
interesses. Na verdade, o que queremos não é igualdade, e sim
equidade, na medida da diferença de cada um.
No desenvolvimento da sua tese, você questiona como o estudante travesti se move den-
tro da ordem normativa da escola. Quais conclusões você chegou?
A partir da minha geração, encontramos travestis que têm acesso às escolas, mas não
podem expressar toda sua singularidade, ou melhor, a feminilidade não é reconhecida
pelos espaços que legitimam a sexualidade. Eu, por exemplo, não tinha o direito de ir ao
banheiro como outros colegas tinham. Por conta dessa singularidade, eu não era aceita
no banheiro feminino e nem no masculino. Com a minha pesquisa comprovei que exis-
tiam homossexuais nas escolas mas eles não eram aceitos em suas diferenças. Mesmo
assim vamos resistindo. Atualmente existem mecanismos legais que garantem a abertura
para o reconhecimento dessa diferença. Fruto de lutas anteriores. No Ceará, por exem-
plo, o Conselho Estadual de Educação decretou que todas as instituições de ensino do
Estado têm de aderir ao uso do nome social e tratar essas pessoas como elas gostam de
ser tratadas, em documentos e nas relações sociais. Hoje, existem muitos dispositivos
legais importantes, mas não quer dizer que resolvam a questão. Às vezes, a lei existe,
mas há pessoas que preferem escondê-la para que os travestis não possam reivindicar
seus direitos. Ainda há muito a ser feito e existem muitos dispositivos legais para que
nossa cidadania seja garantida.
E quanto ao ambiente universitário?
Não é muito diferente. Os mesmos processos de enfrentamentos
e de conquista que passei no ensino básico, passei também no
ensino superior, principalmente, com professores que eu pensei
que seriam mais compreensivos. Porém, temos de entender tam-
bém que isso não é só culpa de quem expressa preconceitos.
As pessoas são vítimas de processos hegemônicos e conserva-
dores, porque são levadas a pensar de acordo com um modelo
pré-existente. Quando não há espaço para produzir uma reflexão,
ela só será feita por aqueles que possuem sensibilidade e são
solidários com essas questões. As pessoas tendem a reproduzir
a educação recebida pela família. Mas é preciso deixar de lado
a forma conservadora de pensar. Onde trabalho vejo comentá-
rios do tipo: “Olha, agora temos uma professora que é travesti.”
“Disseram que um travesti não tem capacidade, que nada!”. O
impacto com uma professora travesti é muito grande, porque os
alunos chegam carregados de estereótipos. Acredito que a mi-
nha presença junto a eles passa a desconstruir esses estereó-
tipos. Por isso a sociedade conservadora tenta fechar as portas
para as pessoas com diferenças, porque quando elas entram,
elas desconstroem tudo o que foi feito de forma preconceituosa.
Você acredita que o ambiente escolar é o mais apropriado para
trabalhar essas questões?
Sim. Porque é esse o lugar institucionalizado para a formação de
crianças e jovens para a vida em sociedade, então o ambiente es-
colar é o local primordial onde devem ser tratadas essas questões.
Michele Martins
“NA VERDADE,
“O QUE QUER-
EMOS NÃO É
IGUALDADE, E
SIM EQUIDADE,
NA MEDIDA DA
DIFERENÇA DE
CADA UM.”
É preciso
problematizar
questões
de gênero
nas escolasLuma Nogueira de Andrade
13. 13
EM TEMPOGoiânia, setembro de 2014
O biólogo e professor do Evolu-
tionary Morphology Biomecha-
nics Laboratory da University
of Liverpool, Inglaterra, Kristian
D´Aout, visitou a UFG no mês
de agosto e foi recebido pelo
reitor Orlando Amaral. Durante
duas semanas, Kristian D´Aout
desenvolveu atividades no La-
boratório de Bioengenharia e
Biomecânica da Faculdade de
Educação Física (FEF), minis-
trou palestras sobre locomoção
humana e animal e explicou
sobre as possibilidades de in-
tercâmbio, pesquisa e finan-
ciamento por sua universidade
de origem, para divers as áreas
do conhecimento. O interes-
se em visitar a UFG surgiu em
2013, durante um congresso
de Biomecânica realizado no
Brasil, quando o biólogo entrou
em contato com o professor da
FEF, Marcus Fraga. Na ocasião,
Kristian D´Aout e Marcus Fraga
Como resultado da assinatura
do Memorando de Entendi-
mento com a Agência Espa-
nhola de Cooperação Interna-
cional para o Desenvolvimento
(Aecid), vinculada ao Minis-
tério de Assuntos Exteriores e
de Cooperação da Espanha
(Maec), a professora leitora
María Asunción Perez Pajares
atuará na área de Espanhol da
Faculdade de Letras (FL) da
UFG. A função da professora
é apoiar o desenvolvimento e
consolidação do ensino de es-
panhol na UFG. Ela permane-
cerá na instituição por um ano,
Leitora de espanhol
atuará na UFG
Professor inglês
articula pesquisas
em Biomecâmica
O professor David Crumpton da
University of Maryland (UMD),
Estados Unidos, permaneceu
em Goiás, no período de 28 de
julho a 5 de setembro de 2014,
como professor visitante na
Faculdade de Administração,
Ciências Contábeis e Econo-
mia da Universidade Federal
de Goiás (Face). David Crump-
ton está desenvolvendo uma sé-
rie de atividades, com destaque
para a formação de um grupo de
pesquisa, com temas de interes-
se das áreas de Administração
Pública das duas instituições
(UFG e UMD), a formulação de
diretrizes para um concurso de
melhores práticas em Adminis-
tração Pública, a elaboração de
pro- posta de uma disciplina de
administração Pública
Administração
Pública motiva
parceria com
Universidade de
Maryland
Carlos Siqueira
Carlos Siqueira
Adriana Cristina
planejaram estratégias de coo-
peração que resultaram nessa
primeira visita à UFG, com re-
cursos da universidade ingle-
sa. O professor inglês, junto a
pesquisadores da UFG, coletou
informações sobre antropome-
tria do pé humano de grupos
indígenas. Kristian D´Aout in-
vestiga as adaptações culturais
e biológicas da forma de andar
do ser humano para detectar os
diferentes estímulos e movimen-
tos musculares. De acordo com
Marcus Fraga, o estudo é pre-
liminar e permitirá uma análise
comparativa inicial da marcha
em condições controladas e,
assim, inspirar futuros trabalhos
de campo. Kristian D´Aout afir-
mou que a análise da anatomia
funcional dos diversos grupos in-
dígenas contribuirá para a com-
preensão física e antropológica,
bem como aplicada e clínica
para o ambiente cientfico.
podendo ter o contrato
renovado por mais dois anos,
e contribuirá também com
a Coordenadoria de Assun-
tos Internacionais (CAI) no
que se refere à cooperação
com instituições espanholas.
Deacordocomacoordenadora
da CAI Ofir Bergemann, esse é
o terceiro Memorando assinado
pela UFG, que, nos últimos seis
anos, trouxe outras duas profes-
soras leitoras de espanhol: Victo-
ria Palma Ehrichs (2008-2011) e
Miriam P. Larrosa (2011-2014).
comparada entre Brasil e Es-
tados Unidos, além da criação
de um curso de especializa-
ção (lato sensu) em Análise
de Políticas Públicas, uma das
especialidades do professor,
por meio de um convênio assi-
nado entre as instituições, que
abrirá novas oportunidades de
intercâmbio.
O convênio, assim como os
projetos conjuntos a serem de-
senvolvidos, foram objeto de
discussão em reunião realiza-
da no dia 7 de agosto entre o
reitor da UFG, Orlando Amaral,
a coordenadora de Assuntos
Internacionais, Ofir Bergemann
de Aguiar, os professores da
Face, Vicente da Rocha Soares
Ferreira e Estela Najberg, e o
professor visitante.
14. 14
Goiânia, setembro de 2014VIDA ACADÊMICA
Estudo da UFG revela que baixa procura por cursos
de licenciatura ameaça o futuro da docência
Camila Godoy
básico de Inglês e apenas 42%
disseram ter escolhido o curso
por acreditar em aptidão pró-
pria. Ainda assim, mesmo com
as vagas ociosas, no período
de 2008 a 2012, foram cria-
das 438 novas oportunidades
para cusar licenciatura na uni-
versidade. De acordo com o
pró-reitor de Graduação da
UFG, Luiz Mello, a instituição não
pretende acabar com qualquer
das graduações de licenciatu-
ra: “Pelo contrário, existe um
grande esforço para diminuir a
evasão nesses cursos e, com
isso, garantir a formação de
professores”.
Incentivos - Bolsas de in-
centivo, como Programa Bol-
sas de Licenciatura (Prolicen),
IPrograma de Monitorias e Pro-
grama Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência (Pi-
bid), ligado à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes), ten-
tam di- minuir a evasão nos cur-
sos de licenciatura. No entanto,
mesmo com as iniciativas, a ca-
rência de profissionais só tem
aumentado, principalmente em
cursos como o de Física, Mate-
mática e Química.
A estudante do 6º período do
curso de Matemática, Hebony
Carla Santana, conta que se
interessou pela carreira docen-
te depois de participar de uma
palestra no Espaço das Profis-
sões (evento organizado pela
UFG, que promove o encontro
de alunos de ensino médio com
a universidade, ajudando-os a
conhecer os cursos oferecidos
pela instituição).
Jordana Silva, estudante do 2º
período do curso de Letras da
UFG, está confiante na escolha
de sua carreira: “Certas áreas
são muito visadas e o curso de
Letras fica para escanteio, as-
sim, aproveitei que adoro Portu-
guês e que o mercado oferece
promissora carreira na rede pri-
vada de ensino”. Apesar do oti-
mismo da aluna, para a maioria
dos profissionais da educação,
as realidades dos ensinos públi-
co e privado são bem diferentes.
De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação de
“E O
SALÁRIO
OH...”
Por que
quase
niguém
quer ser
professor?
Goiás (Sintego), o piso salarial
dos professores efetivos da Se-
cretaria de Educação de Goiás
(Se- duc) varia de R$ 1.285,04
a R$ 2.570,08, dependendo
da carga horária. Para os profi
ssionais contratados tempo-
rariamente, a situação é ainda
pior. Esses profi ssionais rece-
bem R$ 8,37 por hora/aula, sem
direito ao bônus anual por pro-
dutividade e de participar de
greves. Já na rede privada, al-
gumas escolas che- gam a pa-
gar mais de R$ 40,00 hora/aula.
Há algum tempo que a carreira
de docência é desprestigiada por
grande parte da sociedade. Esse
posicionamentotemrefletidonoin-
teresse e na procura pelos cursos
de licenciatura da Universidade
Federal de Goiás (UFG) que, pre-
ocupada com a baixa demanda,
tem acompanhado os números de
matrícula e o pefil dos estudantes
das 57 licenciaturas oferecidas
nas quatro Regionais da instituição
Catalão, Goiânia, Goiás e Jataí. O
estudo, organizado pela Pró-Reito-
riadeGraduação(Prograd),revela
que o futuro da docência pode es-
tar ameaçado.
De acordo com os dados le-
vantados, a média de candidatos
para cada uma das 2.484 vagas
oferecidas oscilou de 1,24 a 6,20
nos últimos oito anos. No Proces-
so Seletivo 2013/1 oito cursos de
licenciatura não atraíram mais
de um candidato por vaga e, em
2014/1, 11 deles não alcançaram
essa concorrência.
No Vestibular 2014/2, os números
se repetiram e, dos 18 cursos de
licenciatura ofertados, 11 não re-
ceberam mais de uma inscrição
por vaga, todos na modalidade de
Educação a Distância (EaD).
O estudo da Prograd tam-
bém avaliou o grau de preparo e
informação dos estudantes dos
cursos de licenciatura que che-
gam à universidade, tendo como
base as menores pontuações
obtidas pelos classificados em
cada etapa dos Processos Se-
letivos. No Vestibular 2012/1, na
prova de 90 questões, cada uma
valendo 1,0 ponto, a menor pon-
tuação entre todos os concorren-
tes classificados nos cursos de
licenciatura foi 14. Número muito
inferiorsecomparadoaoscursos
mais concorridos, como Medici-
na, que foi 65, e Engenharia Civil,
que foi 58. No Processo Seletivo
2014/2, a menor pontuação en-
tre os classificados nos cursos
de licenciatura foi cinco. O pro-
blema com a qualificação não
para por aqui. Dados da pes-
quisa apontam que cerca de
50% dos alunos dos cursos de
licenciaturanão têm o hábito de
leitura contínua, lendo, no máxi-
mo, três livros por ano, 80% re-
velaram não ter conhecimento
“existe um
grande esforço
para
diminuir a
evasão nesses
cursos e, com
isso, garantir a
formação de
professores”.
15. 15
Goiânia, setembro de 2014 VIDA ACADÊMICA
Entusiasmada com as discipli-
nas a serem cursadas e com as
possibilidades para a carreira,
em 2012, Hebony Carla San-
tana ingressou no curso de Li-
cenciatura em Matemática. Ela
explica que a graduação exige
muita dedicação e que, para
conseguir dar continuidade aos
estudos, teve que abandonar
seu emprego: “O apoio financei-
ro dos meus pais foi fundamen-
tal, mas as bolsas oferecidas na
universidade são imprescindí-
veis para que alunos em condi-
ções semelhantes a minha con-
sigam estudar”. Apesar disso,
para a coordenadora do curso
de Licenciatura em Matemáti-
ca, Elisabeth Cristina de Faria,
o valor das bolsas oferecidas
ainda é baixo e, consequente-
mente, não atrai muitos alunos.
Ela afirma que a maioria dos
estudantes de licenciatura são
alunos que precisam trabalhar
para se sustentarem, por isso,
durante o curso, optam por
empregos em outras áreas
ou por estágios não obrigató-
rios. “Existem estudantes que
Conheçaas
principais
bolsas de
insentivo
oferecidas pela
UFG aos
estudantes dos
cursos de
licenciatura:
Seção de Seleção, Aquisição e Intercâmbio da Biblioteca Central, Câmpus Samambaia.
Fones: (62) 3521-1152 / 1833 | Site: www.bc.ufg.br | e-mails: ritapereira.ufg@gmail.com
histórica de desvalorização do
professor”, argumentou. Além
da baixa remuneração, Mirian
Fábia Alves lembra que a pre-
cariedade na infraestrutura de
muitas escolas e o número ele-
vado de alunos por sala de aula
também têm contribuído para a
crise na docência.
“Os professores se deparam
com turmas, por oito ou dez
horas diárias, com 40, 50 alu-
nos.m trabalho rextremamente
estressante e pouco valoriza-
do”,elatou a chefe de Assesso-
ria. O assessor de Assun- tos
Institucionais da Reitoria da
UFG, Nelson Amaral, defende
que a realidade de desvaloriza-
ção dos professores só poderá
ser transformada com o estabe-
lecimento de planos de cargo
e salários para a carreira, com
a definição de re munerações
compatíveis om outras profis-
sões que exigem a mesma for-
mação, e de infraestrutura ade-
quada nas escolas: “Só dessa
forma a profissão deixará de
ser vista como última opção de
carreira para os alunos”
COMUNIDADE
PERGUNTA
logo no início do curso pas-
sam a dar aulas em plantões
e reforços de escolas priva-
das, substituem professores
na rede pública de ensino ou
dão aulas particulares”, contou.
Elisabeth Cristina de Faria ex-
plica que muitos de seus alunos
não conse- guem conciliar seus
empregos com a dedicação exi-
gida pelo curso: “Para muitos
estudantes, formar em quatro
ou sete anos não importa, afinal,
eles já estão trabalhando. Assim,
infelizmente, eles não conse-
guem desfrutar da formação
exigida pela licenciatura”.
Desafios para a docência
Segundo Mirian Fábia Alves,
chefe de Assessoria de Li-
cenciatura da Prograd, o atu-
al desprestígio da profissão
de professor e a baixa procu-
ra pela carreira revelam uma
crise nas escolas, na organi-
zação social, nos valores, na
cultura e na ética social. “Há
uma discrepância entre o dis-
curso centenário de que o Bra-
sil só vai melhorar por meio da
educação e nossa construção
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(Pibid):
Seleciona projetos para que estudantes exerçam atividades pe-
dagógicas em escolas públicas de ensino básico. São oferecidas
705 bolsas.
Valor: R$ 400,00 mensais.
Duração: dois anos (a bolsa pode ser renovada por igual período)
Edital: lançado de acordo com o surgimento das vagas
Programa Bolsas de Licenciatura (Prolicen)
Bolsa para projetos de pesquisa que produzam instrumentos di-
dáticos e novas perspectivas para o ensino na educação básica
São oferecidas 64 bolsas.
Valor: R$ 400,00 mensais
Duração: 12 meses
Edital: lançado no primeiro semestre de cada ano.
Monitorias
Estimula a carreira docente e promove a consolidação de conhe-
cimentos adquiridos por estudantes, que auxiliam os colegas que
apresentam baixo rendimento na aprendizagem de alguma disci-
plina. Divididas em duas modalidades: remunerada e voluntária .
São oferecidas 450 bolsas remuneradas.
Valor: R$ 362,00 mensais.
Duração: seis meses (a bolsa pode ser renovada por igual período) .
Edital: lançado no início de cada semestre e normas complemen-
tares são divulgadas por cada unidade acadêmica
Como faço para doar livros às
bibliotecas da UFG?
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás (Sibi/
UFG) tem a política de adquirir material de informação, que possa
servir de apoio ao cumprimento das finalidades da instituição, de
forma racional e sistemática. Esses materiais podem ser originados
de doações entregues nas bibliotecas com a intenção de serem in-
corporados ao acervo. As doações espontâneas podem ser de pes-
soas físicas, instituições privadas ou órgãos governamentais. Para
as doações espontâneas que envolvem até 50 itens, é solicitado ao
doador o preenchimento de um formulário disponível nas bibliote-
cas. Esse formulário deve ser anexado ao material no momento da
doação. Para as doações com mais de 50 itens, é solicitada uma
lista dos materiais ofertados, contendo: autor, título e ano de edição
das obras em pretensão de doação. Essa lista, que tem fins de
pré-avaliação, deve ser encaminhada por email para a biblioteca
designada. O responsável pelo recebimento das doações orientará
o doador sobre os procedimentos de recebimento, considerando
as possibilidades de incorporação ao acervo, descarte ou doação
para outras bibliotecas ou instituições, dependendo das necessida-
des institucionais ou condições físicas dos materiais. É preciso lem-
brar que as coleções doadas não são identificadas ou destacadas
com os nomes dos doadores nos espaços das bibliotecas.
16. 16
O Departamento de Desen-
volvimento de Recursos Hu-
manos da UFG (DDRH) inicia
o processo de Avaliação de
Desempenho dos Servidores
Tévvcnico-administrativos da
universidade. A ação, referente
a 2013, tem o objetivo de, por
meio da avaliação de desem-
penho dos servidores e dos
docentes em funções adminis-
trativas, contribuir com a gestão
da UFG. Os dados da avaliação
também são utilizados pelos
servidores para as seguintes
finalidades: obtenção da pro-
gressão por mérito profissional,
concessão de licenças e afas-
tamentos e solicitação de remo-
ção e redistribuição.A novidade
no processo desse ano é que
todas unidades e órgãos deve-
rão designar servidores para a
ação de capacitação certifica-
da “Avaliação de Desempenho
e Sistema de Avaliação de De-
sempenho (SAD)”, com carga
horária de oito horas. Nessa
ação, eles serão capacitados
para atuar como multiplicado-
res, convocando reuniões para
discutir a avaliação de desem-
penho em suas unidades e
órgãos. Para compor as sub-
comissões de avaliação de de-
sempenho e realizá-la em seus
locais de trabalho, os membros
designados deverão concluir a
capacitação. Os servidores da
Regional Goiás deverão realizar
a capacitação em algum dos
câmpus da Regional Goiânia.
Tais mudanças pretendem apri-
morar o processo como ferra-
menta de gestão na UFG.
Confira as principais etapas
do cronograma da Avaliação
de Desempenho:
No dia 11 de agosto, foi reali-
zada a solenidade de abertura
do curso de Medicina da Re-
gional Jataí. Esse é o primei-
ro curso público de Medicina
do interior do Estado. O curso
funcionará em seus primeiros
anos no Câmpus Riachue-
lo até que as instalações no
Câmpus Cidade Universitária
sejam construídas.
Estudantes e professores
do curso acompanharam no
Auditório Maior, do Câmpus
Cidade Universitária, a aula
inaugural com a presença
do ministro da Saúde, Ade-
mar Arthur Chioro dos Reis,
do Reitor da UFG, Orlando
Programação do Processo de
Avaliação de Desempenho
é divulgada
Amaral, do prefeito de Jataí,
Humberto Machado da co-
ordenadora de Projetos Es-
peciais da UFG, Sandramara
Matias Chaves, da diretora da
Faculdade de Medicina (FM)
da Regional Goiânia, Fátima
Maria Lindoso, do diretor da
Regional Jataí, Wagner Gou-
vêa dos Santos, do vice-dire-
tor da Regional Jataí, Alessan-
dro Martins, do coordenador
do curso de Medicina da Re-
gional Jataí, Hélio Ranes Fi-
lho, da assessora de Gradua-
ção da Regional Jataí, Eliana
Melo Machado Moraes, além
de membros da sociedade,
que prestigiaram o evento. Período de inscrição na ca-
pacitação: 19/08 a 19/09 no
Sistema SAD do DDRH.
Datas das capacitações:
Câmpus Colemar Natal e Silva:
22/09/2014 - Câmpus Samam-
baia: 23/09/2014. Regional Ca-
talão: 24/09/2014.Regional Ja-
taí: 26/09/2014.
Período de cadastro das equi-
pes (membros e gestores em
cada unidade/órgão): 22 de
setembro a 10 de outubro de
2014
Período de execução da ava-
liação de desempenho: 14 de
outubro a 14 de novembro de
2014
Resultados:
19 de novembro de 2014
Publicação da Assessoria de Comunicação
Universidade Federal de Goiás
ANO IX – No 67 – SETEMBRO DE 2014
www.jornalufgonline.ufg.br
ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus Samambaia
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JORNAL
UFG
Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves;
Pró- reitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Ale-
xandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fiarovanti;
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do Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos
Telles; Projeto gráfico e editoração eletrônica: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Re-
portagem: Camila Godoy, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Colaboração: Renan Vini-
cius Aranha; Revisão: Letícia Braz; Estagiários: Dúnia Esper, Thaíssa Veiga e Warlos Morais;
Bolsistas: Águita Araújo e Letícia Antoniosi; Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da
UFG; Tiragem: 10.000 exemplares
CAMPUS EM FOCO Goiânia, setembro de 2014
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