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Respeito
ao
nascimento
O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológi-
co, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um
processo cada vez mais sistematizado e mercadológico.
Goiânia, setembro de 2014
/67 ºedição
UFG recebe designers
de todo Brasil
Plantas medicinais
do cerrado
são testadas na
produção animal
O Ndesign reune cerca de 1200 estudantes de todo
o país apresentaram trabalhos acadêmicos e conferi-
ram depoimentos de 70 profissionais convidados entre
brasileiros e estrangeiros.
As pesquisas devem contribuir com alternativas
ao uso de medicamentos sintéticos na produção
animal, os resultados apontam boas perspectivas.
A lei é um projeto redução e tratamento do lixo, que
inicia nas industrias e o processo vai até o lixão, seme-
lhante com o que ocorre nos países de primeiro mundo.
Lei dos resíduos
sólidos ainda é
descumprida
2
Águita Araújo
Regional
Jataí
intensifica
divulgação de
pesquisas
Criar um espaço físico para dar
visibilidade à expressão artís-
tica, tanto dos moradores da
Casa do Estudante Universitá-
rio V (CEU V) quanto de artis-
tas dacomu- nidade, por meio
da publicação de editais para
seleção, era um desejo antigo
dos residentes da moradia es-
tudantil. Diante desse anseio,
desde janeiro deste ano, inte-
grantes da Comissão Perma-
nente de Cultura e Lazer da
CEUV e de órgãos da univer-
sidade se articularam e se reu-
niram para criar uma galeria na
casa do estudante.
De acordo com o estudante
do curso de Letras, Pedro Mo-
reira, a Galeria da CEU5 surgiu
a partir de ações da Comissão
Permanente de Cultura e Lazer
da CEU V, que é constituída
pelos moradores da casa e na
qual ele é diretor, em parce-
ria com as Pró-reitorias de Ext
ensão e Cultura (Proec) e de
Assuntos da C omunidade Uni-
versitária (Procom).
A Galeria da CEU5 iniciou
suas atividades culturais em
julho deste ano com uma ex-
posição de obras de arte, inti-
tulada Horizontes, produzidas
pelos residentes da moradia
estudantil, durante a Terceira
Jornada Cultural, evento anual
de comemoração do aniversá-
rio da Casa do Estudante que
ocorreu na CEUV.As próximas
exposições serão realizadas
por meio de editais para a se-
leção de obras artísticas.
Pedro Moreira, que também
é diretor provisório da galeria,
afirma que o espaço ainda está
em processo de im- plantação.
“Começamos com uma estru-
tura mínima para o início das
atividades”, explicou. Em um
segundo momento, ele aguar-
da que o Centro de Ges- tão do
Espaço Físico (Cegef) realize
algumas reformas para ade-
quar o funcionamento efe- tivo
da Galeria da CEU5.
Estudantes dos cursos de
Artes Visuais, Dança, Design
de Ambientes, Ecologia, Filo-
sofia e Letras, que residem na
CEU V, produziram o material
para a exposição Horizontes.
A mostra artística esteve aber-
ta ao público durante o mês
de julho e tinha temática livre,
uma vez que as obras já esta-
vam prontas e a escolha ficou
a cargo de cada expositor.
Contudo, o estudante Pe-
dro Moreira afirma que um cri-
tério norteou todo o trabalho:
diversidade. “Diversidade de
linguagens, técnicas, temas e
formação artístico-acadêmica.
Assim, o objetivo era mostrar a
riqueza que advém disso, como
num bordado ou mosaico, onde
o todo é mais que a soma das
partes coloridas: é a figura em
sua unidade”, esclareceu. João
UNIVERSIDADE
Galeria montada para inauguração
Carlos Ferreira dos Santos é
autor das aquarelas sobre pa-
pel cartão, Banhista e Santinha,
que foram expostas. Para o es-
tudante do curso de Artes Visu-
ais, a exposição Horizontes foi
interessante para a divulgação
de trabalhos e contribui para
que os estudantes, cuja gra-
dua- ção é relacionada com o
desenvolvimento artístico, pos-
sam se ambientar com a expe-
riência de expor obras. “Essa
iniciativa fomenta o desenvol-
vimento artístico e cultural dos
moradores”, acrescentou.
De acordo o pró-reitor de
Assuntos da Comunidade,
Elson Ferreira de Morais as
CEUs são vinculadas à Procom
e o órgão procura desenvolver
trabalhos que visam humanizar
atividades desenvolvidas por
estudantes. Já a Proec auxiliou
na divulgação da exposição
produzindo material gráfico,
em parceria com o Centro Edi-
torial Gráfico da UFG. Servido-
res do Cegef também contribu-
íram com a pintura do espa- ço
e a instalação de algumas pe-
ças da exposição. Segundo
a Pró-reitora de Extensão e
Cultura, Giselle Ottoni, a inicia-
tiva é de fund os estudantes
possam ter maior contato com
a arte dentro da própria casa,
além de receber pes- soas de
outras localidades para de-
senvolver atividades artísticas.
21% eram destinados à fabri-
cação de sabão e 4% tinham
destinos diversos. “Com isso,
ficou evidente a necessidade
de conscientizar a população
sobre a importância da reutiliza-
ção de tal resíduo que, se des-
cartado irregularmente, pode
causar graves danos ao meio
ambiente. Dessa forma foi pro-
posta, uma parceria entre essas
instituições e a UFG”, explicou
Paulo Roberto Meira.
Em sua primeira etapa,
o projeto envolveu diversas
atividades nas escolas par-
ceiras, como palestras de
conscientização e uma ginca-
na, com a qual foi possível arre-
cadar, apenas no ano de 2013,
a significativa marca de 3.000
litros de óleo. Na competição,
o prêmio para a escola que
conseguisse arrecadar a maior
quantidade de óleo de fritura
foi uma visita ao Laboratório de
Química Orgânica e Inorgâni-
ca, do Bloco de Ciências Exa-
tas da UFG, para que os estu-
dantes pudessem acompanhar
a transformação do material
coletado em biodiesel.
A equipe do Laboratório de
Química Orgânica e Inorgâ-
nica, formada por estudantes
de graduação, sob coordena-
ção do professor Paulo Rober-
to Meira, analisou o material
co- letado e verificou, entre
outros fatores, a acidez e a
quantidade de água presente
no óleo para, em seguida, re-
alizar a produção de biodiesel.
Análises realizadas apontaram
que o biodiesel produzido se
encontra dentro dos padrões
das normas da ANP (Agência
Nacional do Petróleo).
“É importante ressaltar que
os resultados positivos do pro-
jeto não se restringem aos
acadêmicos da UFG, já que,
além de terem participado e
acompanhado o projeto, mui-
tos estudantes de ensino médio
reproduziram o processo de
reciclagem do óleo de cozinha
nas feiras de ciências realiza-
das por suas escolas, sob su-
pervisão dos acadêmicos da
UFG, compartilhando, assim, a
informação e contribuindo no
processo de conscientização
da população”, afirmou a aca-
dêmica Maria Aparecida G.
Constantemente, veículos de
comunicação anunciam re-
sultados de pesquisas que
podem mudar a forma como
o homem vive, desde a cura
de doenças até a descober-
ta de métodos mais baratos
e rápidos para a realização
de importantes exames médi-
cos. Entretanto, a maior parte
das pesquisas se encerra sem
que seus resultados sejam
amplamente divulgados à co-
munidade. Isso se deve, entre
outras coisas, pela complexi-
dade dos assuntos tratados,
que, muitas vezes, fogem do
entendimento da população.
Diante do exposto, a As-
sessoria de Comunicação
(Ascom) da Regional Jataí da
Universidade Federal de Goi-
ás (UFG) pretende promover
a interface entre o que é pro-
duzido na instituição e a comu-
nidade, divulgando resultados
de projetos de pesquisa e de
extensão promovidos por aca-
dêmicos, docentes e servido-
res técnico administrativos da
universidade.
O primeiro tema a ser abor-
dado nessa série de ma- térias
é a produção de energia por
meio de formas alternativas,
com destaque para o projeto
Produção de biodiesel obti-
do a partir do óleo de fritura,
coordenado pelo docente do
curso de Química e assessor
de Extensão e Cultura da Re-
gional Jataí, Paulo Roberto Ro-
drigues Meira. O projeto, um
dos contemplados pelo Progra-
ma de Extensão Universitária
(ProExt) 2015, do Ministério da
Educação (MEC), problematiza
o baixo índice de municípios
que fazem o uso deste resíduo
para fins energéticos e sugere
a utilização em larga escala
de óleo de cozinha na produ-
ção de biodiesel. Em parceria
com o estudante de graduação
do curso de Química, Alysson
Benite de Freitas, que também
atua como professor em algu-
mas escolas particulares de
Jataí, pode-se verificar inicial-
mente por meio do projeto que
não existe na cidade o serviço
de coleta sistemática e perma-
nente do óleo de fritura para
ser reaproveitado.
Com o apoio de estudantes
de ensino médio de quatro es-
colas particulares em Jataí, nos
quais Alysson Freitas é profes-
sor, foi constatado que cerca
de 75% do óleo utilizado pelas
residências na cidade era des-
cartado no esgoto, enquanto
Estudantes da educação básica
e da graduação aprendem sobre
como transformar óleo de fritura
em biodiesel
Galeria foi inaugurada durante a
Terceira Jornada Cultural da CEUVArte e
diversidade na
galeria da CEU5
Goiânia, setembro de 2014
Renan Vinicius Aranha
Imagem de divulgação da campanha disponibilizada pela ASCOM
3
Goiânia, setembro de 2014 UNIVERSIDADE
O Encontro Nacional dos Estudantes de Design (NDesign) reú-
ne anualmente estu- dantes de todo o País, desde o início da
década de 1990, para discutir questões filosóficas, culturais e
científicas que envolvem a formação e o mercado profissional na
área. A organização do evento, feito exclusivamente por estudan-
tes, foi composta por integrantes de cinco instituições: Faculdade
Cambury, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO),
SENAC, UFG e Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Este
ano a cidade-sede foi Goiânia e as atividades, como palestras,
apresentações de cases, oficinas e workshops, foram realizadas
no Câmpus Samambaia da UFG, de 19 a 26 de julho.
Cerca de 1.200 estudantes de todo o País apresentaram tra-
balhos acadêmicos e conferiram depoimentos de 78 profissionais
convidados entre brasileiros e estrangeiros. De acordo com um
dos organizadores, o estudan-
te de Design Gráfico da UFG,
Marcos Túlio Batista da Silva,
a concentração das atividades
e o alojamento do evento no
Câmpus Samambaia propor-
cionaram maior mobilidade e
entrosamento dos participan-
tes. As opções de atividades
foram extensas e os encontris-
tas tiveram que se programar
para conseguirem aproveitar o
que julgavam mais importante
den- tro da programação. Foi o
caso da designer gaúcha Kim
Cândido, que estava ansiosa
no início do evento: “Apesar de
ter participado de vários outros
eventos, estou com grande ex-
pectativa para as atividades do
NDesign deste ano”, afirmou.
Encontro nacional
reune estudantes
de Design
Goiânia recebe Ndesign.
Encontro anual de jovens para discutir as
importantes questões acadêmicas e mercadológicas
do design e trocar conhecimentos.
Thaíssa Veiga
Warlos Morais
Depoimento de uma professora
A paulistana Ciça Fittipaldi há
40 anos é ilustradora e desde
1993 é professora da Faculda-
de de Artes Visuais (FAV) da
UFG. Convidada para apre-
sentar seu case no NDesign,
ela reconheceu a importância
do evento organizado por es-
tudantes, uma vez que até hoje
a inserção no mercado de tra-
balho nessa área é difícil. “O
mercado de Design em Goiânia
era praticamente inexistente. As
principais demandas eram da
área de Identidade e Comuni-
cação Visual, com uma prática
profissional instalada no meio
publicitário. A atuação de ar-
quitetos também compartilhava
o mercado de Design que teve
que ser desbravado por nossos
alunos, emergindo da UFG e da
UCG”, esclareceu a professora.
Faixada do Centro de Eventos da UFG devidamente decorada para recpção dos milhares de designer de todo país
Professor Noberto Ungarelli da UFPA. Convidade ilustre do
evento, compartilha sua trajetória com os estudantes
Momento de descontração
na Plenária Inicial
Políticas Públicas de Design
Ministrada pelo professor e
coordenador do Laboratório
de Políticas de Design da Uni-
versidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), Gabriel Patro-
cínio, a palestra sobre políticas
públicas de design apresentou
aos participantes a percepção
de que essa atividade profis-
sional possui outros alcances.
Para Gabriel Patrocínio, é pre-
ciso despertar o interesse pelo
design no âmbito governamen-
tal. “Os profissionais da área
normalmente se preocupam
em explicar o que é o design,
focando na sociedade, nas
indústrias e, por último, no go-
verno. Seria necessário atingir
os governantes, conscientizan-
do-os sobre a importância da
área e, só então, passar para
as indústrias e chegar à socie-
dade”, afirmou o professor.
Gabriel Patrocínio lembrou
ainda a criação do O Diagnós-
tico do Design Brasileiro, reali-
zado pelo Centro Brasil de De-
sign. Esse documento procura
mostrar referências do Design
para o desenvolvimento da in-
dústria e oferecer, assim, sub-
sídios para a elaboração des-
sa política públi- ca no País.
“O documento levantou dados
impor- tantes sobre determi-
nados segmentos industriais
que utilizam o design e esse
estudo deve conti- nuar sendo
feito, pois orienta o governo
sobre a importância da área”,
disse Gabriel Patrocínio.
Mídias digitais
No último dia de atividades do
NDesign, ocorreu a palestra É
possível inovar em design para
mídias digitais?, com o diretor
de Marketing e Comunicação
da Associação Brasileira das
Agências Digitais em Goiás
(Abradi-GO), Leonardo Diogo.
De acordo com ele, para en-
contrar a inovação, o que re-
almente importa é a experiên-
cia do usuário. O público leva
em consideração muito mais
o conteúdo do que a aparên-
cia. E é essa experiência que
garante ao usuário um melhor
aproveitamento do conteú-
do. “Muitos confundem inova-
ção com estas ferramentas:
HTML5, JavaScript, Mobile,
entre outros. Na verdade, es-
ses são apenas recursos e eles
são finitos, aparecem e somem
com grande facilidade. Mas a
inovação continua”, completa
Leonardo Diogo.
Ana Yamaguti, formada em
Design Gráfico pela UFG Goi-
ás, afirma que “o design não
é só estética, mas também
a apresentação de soluções
para um mercado que possui
grande concorrência”.
4
PARTICIPAÇÃO Goiânia, setembro de 2014
A campanha Diz Aí, organi-
zada por uma comissão interna
interdisciplinar, aconteceu nos
dias 19 e 20 de agosto e mo-
bilizou a comunidade universi-
tária, com atividades culturais,
para dialogar sobre novas pos-
sibilidades de utilização do es-
paço do Bosque Saint’Hillaire.
Em quatro pontos da universi-
dade – Centro de Convivência,
Centro de Ensino e Pesquisa
Aplicada à Educação (Cepae),
Faculdade de Informação e
Comunicação (FIC) e Instituto
de Química (IQ) – foram es-
palhados painéis, urnas e fol-
ders nos quais a comunidade
universitária pôde expressar
sua opinião e sugerir melhorias
para o espaço.
“Foram realizadas várias
ações no intuito de encontrar
alternativas para o uso do bos-
que, respeitando as diferentes
visões sobre ele”, ressaltou
um dos membros da comissão
organizadora, o coordenador
do Núcleo Interdisciplinar de
Estudos e Pesquisas sobre
Drogas e Outras Dependências
(Neped), Eriberto Belivacqua.
A ação contemplou mostra fo-
tográfica, apresentações de
música, dança e teatro, ativi-
da- de itinerante com estudan-
tes do curso de Musicoterapia
e do PET Saúde Mental, além
de uma roda de conversa.
A ocupação artística des-
pertou a atenção de alunos,
professores e técnico-admi-
nistrativos interessados em
tor- nar o bosque um ambien-
te de convivência e sociabi-
lidade, com mais ações de
incentivo à cultura. Entre as
sugestões, foram menciona-
dos, principalmente, aumento
da seguran- ça, revitalização,
instalação de lixeiras pelo per-
curso da mata, ações culturais
e iluminação. A comissão res-
ponsável pelo evento irá com-
pilar as opiniões e apresentar
os resultados para a gestão
da UFG avaliar a implementa-
ção das sugestões.
Roda musical chamou atenção dos alunos do Cepae sobre
a importância da preservação do bosque da UFG
Mostra fotográfica reuniu diferentes
perspectivas da comunidade
universitária sobre o
Bosque Auguste Saint’Hillaire
Alunos tiveram a oportunidade de mostrar seus
talentos durante a I Mostra Artística do
Bosque Auguste Saint’Hillaire
Campanha interdisciplinar visa motivacionar
toda comunidade ufg a recuperação
e aproveitamento do espaço do Bosque.
VAMOS
CONVERSAR
SOBRE O
BOSQUE?
Serena Veloso
5
Passo a passo
para marcação
das férias
ADMINISTRATIVO
Serena Veloso
Com o objetivo de integrar os siste-
mas informacionais da universi- dade
e trazer maior facilidade no acesso e
na administração de funções das di-
versas áreas da instituição, em 2013,
a UFG iniciou a implantação do sof-
tware Sistemas Integrados de Gestão
(SIG). Organizado em módulos, o SIG
permite atualização ágil e manipula-
ção dos dados com maior eficiência.
Durante esse processo, que du- rará
em torno de quatro anos, serão priori-
zados os módulos que possuam siste-
mas correspondentes na UFG. Os sis-
temas com tecnologia defasada serão
substituídos, como é o caso do Gestão
Acadêmica, que terá seus dados mi-
gra- dos para o Sistema Integrado de
Gestão das Atividades Acadêmicas
(SIGAA). O primeiro módulo, implanta-
do em junho de 2013, foi o de marca-
ção de férias, do Sistema de Gestão
Integrado em Recursos Humanos (SI-
GRH). A in- formatização do agenda-
mento de férias possibilita que os pró-
prios servidores realizem a operação e
que a chefia de cada setor homologue
via sistema. “Para a área de RH foi uma
gran- de novidade, porque o controle
das fé- rias era estritamente manual.
Antes, todas as unidades mandavam
uma lis- ta no papel com o nome da
pessoa e os dados das férias. Essa lis-
ta era digitada por servidores do De-
partamento do Pes- soal (DP) e trans-
ferida para o Sistema Integrado de
Administração de Recur- sos Humanos
(Siape) do governo fede- ral”, explicou
a diretora do DP da UFG, Maruska Vaz
Sansaloni.
A gestora do SIGRH, Wilma Maria
Gonçalves dos Santos, acredita que
GESTÃO
Universidade
moderniza
sistemas de
informação
Goiânia, setembro de 2014
Nos próximos quatro anos, a UFG estará em
fase de implantação dos Sistemas Integrados
de Gestão Universitária, que irão melhorar o
gerenciamento de informações na instituição
Confira os procedimentos para programar as
férias no SIGRH:
de informação Por
meio do Portal UFG
(canto superior direi-
to) acessar o Portal
UFGNet;
Clicar no menu Ad-
ministrativo, no link
Recursos Humanos -
SIGRH;
Selecionar a opção
SIGRH (Recursos Hu-
manos) e depois en-
trar no sistema com o
mesmo Usuário e Se-
nha do Portal UFGNet;
Autenticar usuário, in-
serindo Login Único e
Senha;
Na página inicial do
sistema, no canto di-
reito superiWor, clicar
no link Entrar no siste-
ma;
ou- tro benefício foi o de modificar a
cultura da universidade na marcação
de férias, deixando a responsabilida-
de ao próprio servidor e ao diretor de
sua unidade so- bre a melhor data e
possíveis alterações. Para consolidar
a implantação do módulo, era neces-
sário que os servidores estivessem
cadastrados no sistema. Por isso, foi
implantado o módulo Cadastro. De
acordo com o coordenador- geral do
SIG na UFG, Dannyel Cardoso da Fon-
seca, o sistema funciona de forma
complementar, sendo que as informa-
ções de um módulo, muitas vezes, são
dependentes de dados inseridos em
ou- tros. “Essa dependência é o que
diferen- cia muito o SIG dos outros sis-
temas da universidade, porque esses
não são tão acoplados em nível de in-
formação”, dis- se. Dannyel Cardoso
ressalta ainda ou- tras vantagens do
sistema: o funciona- mento integral via
web e a uniformidade do visual e do
uso dos sistemas.
Parceria tecnológica – A UFG ad-
quiriu o software de um projeto da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). O suporte à implanta-
ção é feito por em- presa que surgiu
de uma incubadora da UFRN, que dis-
ponibiliza toda a tecnologia e atua na
migração dos dados e customi- zação
dos módulos, segundo as especi- fici-
dades da instituição, com o acompa-
nhamento de uma equipe local da área
de Tecnologia da Informação. Atual-
mente, 36 instituições federais utilizam
o softwa- re, incluindo, entre elas, ór-
gãos como a Polícia Federal e a Agên-
cia Brasileira de Inteligência.
Sistemas UFG
Portal UFGNet
Webmail
Matrícula
Concursos
Portal SIG
Autenticar
Login Único:
Esqueci minha senha
Criar Login Único
Ajuda
Senha:
|informe seu login único.
informe sua senha.
Entrar
Administração de sistemas - SIGADMIN
Recursos Humanos - SIGRH
Guia de Recolhimento da União - SISGRU
Recursos Humanos - SIGRH
Recursos Humanos - SIGRH
Geral
Goiânia, 19 de Agosto de 2014 (UFGNet)
ENTRAR NO SISTEMA
Usuário:
Senha:
Entrar
Entrar no sistema
Os manuais com todas as informações
sobre o acesso e a utilização dos recur-
sos dos módulos em atividade, além
da descrição detalhada dos módulos e
sistemas SIG, estão disponíveis na pá-
gina: www.portalsig.ufg.br
No tópico Dados das Férias, in-
formar os dados do parcelamen-
to das férias, ou seja, o número
de parcelas em que as férias
serão divididas.
Selecionada a quantidade de parcelas,
preencher para cada período a quan-
tidade de dias e a data de início das
férias. Obs.: a programação das férias
deve ser feita com o prazo máximo de
60 dias antes da data pretendida.
Para receber o adiantamento das férias
(restituído ao governo no segundo mês
após o recebimento das férias) e a grat-
ificação natalina (disponível apenas
quando o primeiro período de férias
é marcado para o primeiro semestre),
basta marcar as caixas de seleção.
Os chefes de cada unidade deverão
acessar o menu Chefia de Unidade e
o submenu Homologar Férias para au-
torizar a solicitação de férias de cada
servidor. Selecionando um deles, ao
canto direito da tela, estarão disponíveis
três ícones, um deles verde, que sinal-
iza a opção de homologar as férias.
Basta clicar nele e a operação estará
concluída.
Para conferir os dados das férias já
marcadas, acesse o menu Férias, cli-
cando no submenu Consulta/ Alter-
ação/Exclusão de Férias, onde estarão
disponíveis a indicação se foram ou
não homologadas. Obs.: para alterar a
data, é necessário fazê-la com um pra-
zo máximo de 30 dias, antes do início
das férias já registrada, e dentro do
período de homologação.
Ao entrar no sistema, o usuário
deve clicar no menu Férias e
escolher a opção Inclusão de
Férias.
Férias
EXERCÍCIOS PRÓXIMOS
Exercício
Periodos
2014
1º Período
01/01/2014
0
31/12/2014
01/01/2015
30 Paga/Marcada SIGRH 1
Início Aquis.
Dias
Término Aquis.
Início
Dias
Término
Status
Adiant. Salarial
Origem
Grat. Natalina
Período
Inclusão de Férias
Consulta/Alteração/Exclusão de férias
Cronograma de Férias da Unidade
6
PESQUISA
Silvânia Lima
O efeito antimicrobiano de
muitas plantas do Cerrado, já
conhecidas como terapêuti-
cas, pode ser utilizado na nu-
trição de animais ruminantes.
Algumas dessas plantas estão
sendo estudadas por pesqui-
sadores da área de Produção
Animal das cinco universida-
des federais da região Cen-
tro-Oeste, sob coordenação
da Universidade Federal de
Goiás (UFG). Com o apoio da
Faculdade de Farmácia (FF),
responsável pela extração e
identificação das espécies
e dos seus princípios ativos,
bioprodutos da sucupira (Pte-
rodon emarginatus Vogel), da
copaíba (Copaifera langsdorffii
Desf), do barbatimão (Stryph-
nodendron adstringens (mar-
tius) Coville) e do pacari ( La-
foensia pacari A. St.-Hill) estão
sendo testados na alimentação
de bovinos, frangos, ovinos e
suínos, na Escola de Veteriná-
ria e Zootecnia (EVZ).
Trata-se de uma importante
ação de valorização da flora do
Cerrado com o seu potencial fi-
toterápico. Também participam
dos estudos pesquisadores
das Universidades Federais
de Mato Grosso (UFMT), de
Mato Grosso do Sul (UFMS),
da Grande Dourados (UFGD)
e da Universidade de Brasília
(UnB).
As pesquisas, algumas já
concluídas e outras em fase
de experimentação de campo,
devem contribuir com alterna-
tivas ao uso de medicamentos
sintéticos na produção ani-
mal. O conjunto de 12 proje-
tos cons- titui a rede Produção
Animal Sustentável financiada
pela Rede Centro-Oeste de
Pós-Graduação, Pesquisa e
Inovação (Rede Pró-Centro-O-
este). A coordenação da rede
Produção Animal Sustentável é
da UFG, sob res- ponsabilida-
de do professor Juliano José
Plantas medicinais
do cerrado são
experimentadas
na produção animal
de Resende Fernandes, da EVZ, tendo como subcoordenador
o professor Gumercindo Loriano Franco, da UFMS.
As pesquisas da rede Produção Animal Sustentá- vel ti-
veram início em 2011 e devem ser concluídas em 2015.
Os recursos aprovados para todos os projetos somam
mais de R$ 3,2 milhões e são oriundos do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Goiás (Fapeg), pela Rede Pró-Centro-O-
este. Além de financiar diretamente os projetos,
os recursos contribuem para ampliar e melhorar
a estrutura de pesquisa da UFG e das demais
Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do
Centro-Oeste.
Os projetos congregam 42 pesquisadores, do-
centes e estudantes de graduação e pós-gradua-
ção, e já geraram muitos trabalhos acadêmicos,
como artigos, dissertações e teses. Estão en-
volvidos 17 pós-graduandos e mais de 20 bol-
sistas da graduação. Diversas oportunidades
de parceria surgiram, com a realização desses
experimentos, entre diferentes unidades e insti-
tutos da UFG, e também com outras instituições.
Os recursos da Rede possibilitaram a criação de importantes laboratórios
na EVZ. O Laboratório Multiusuário da Rede de Produção Animal Sustentável
(Lamupas) envolveu a construção de 10 fermentadores de fluxo contínuo que
simulam o trato gástrico de animais ruminantes, o que possibilita minimizar o
número de experimentos com a utilização de animais canulados. O conjunto de
fermentadores permite a simulação das condições ambientais do rúmen com
controle computadorizado da movimentação, da acidez (pH) e da temperatura.
O equipamento, desenvolvido pela equipe do professor Juliano Fernandes, é
único no Brasil e encontra-se em processo de patente.
Além desses equipamentos o Lamupas possui estrutura para análises de mi-
nerais, aminoácidos, ácidos graxos e outros. O conjunto de equipamentos de
ponta permite análises por meio de absorção atômica, de cromatografia gasosa
e de cromatografia líquida. Também foi possível a instalação de uma câmara
fria, importante na manutenção de reagentes e amostras experimentais. Outros
laboratórios da UFG também são utilizados, como os de Histologia e Patologia
Animal, da EVZ, de Parasitologia e de Produtos Naturais, da FF, e outros do Ins-
tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP).
Especialistas integrantes da rede de pesquisa analisam os efeitos antimicro-
bianos da sucupira, da copaíba, do barbatimão e do pacari em ruminantes e
monogástricos.
Professor Victor Couto mostra o extrato de bar-
batimão inserido na ração dos bovinos. Carlos
Siqueira
A participação da Faculdade de Farmácia foi fun-
damental para a identificação das espécies e ob-
tenção dos bioprodutos utilizados nas pesquisas
Carlos Siqueira
Estrutura
Laboratorial
Goiânia, setembro de 2014
7
Propriedades
terapêuticas
e bioprodutosA volorização da flora do Cer- rado
é um dos objetivos da Rede Pró-Cen-
tro-Oeste. As quatro plantas escolhidas
para as pesquisas com animais são
conhecidas por suas propriedades an-
timicrobiana e antiinflamatória. Em hu-
manos, a sucupira é usada ainda como
analgésica e antirreumática, a copaíba
como antitumoral, cercaricida e, junta-
mente ao barbatimão e ao pacari, an-
tiulcerogênica e cicatrizante.
Tais plantas, na natureza, produzem
substancias secundárias (não essen-
ciais às suas funções fisiológicas) ca-
pazes de inibir o ataque de predadores,
como bactérias, fungos e protozoários.
Esses compostos, utilizados na nutrição
ou no tratamento tópico, podem apre-
sentar efeitos antimicrobianos dese-
jáveis. Entre os possíveis princípios
ativos que podem estar presentes nos
extratos, há os taninos, as saponinas e
os beta-carofilenos. A escolha dessas
espécies se deu também pela alta ativi-
dade biológica, ou seja, são largamen-
te encontradas.
A partir do óleo da semente de sucu-
pira e do óleo-resina da copaíba, obte-
ve-se os óleos essenciais. Das cascas
do barbatimão e do pacari, obteve-se
o pó, ou extrato seco. Esses cons-
tituem os bioprodutos processados
no Laboratório de Produtos Naturais
que viabilizaram os experimentos dos
projetos da rede Produção
Animal Sustentável da Rede
Pró-Centro-Oeste.
Essas espécies são reco-
nheci- das também por outras
qualidades, como exemplo a
madeira, requerida na mar-
cenaria e na construção civil,
e a pouca exigência de solo,
algumas são recomendadas
para compor reflorestamentos
mistos em áreas degradadas.
Pau d´óleo, copaúva, óleo-
-preto, óleo-rajado ou sim-
plesmente copaíba. A árvore,
que pode chegar a 40 me-
tros de altura, é facilmente
encontrada pelo forte aroma
exalado de sua casca. O bál-
samo da copaíba, ou óleo, é
extraído por meio de uma in-
cisão no tronco, apenas uma
vez ao ano
Faveiro, sucupira branca,
fava de sucupira, fava de
Santo Inácio, sucupira lisa
são os nomes atribuídos à
árvore de sucupira. A ma-
deira dura e de longa dura-
bilidade é outra vantagem.
Além da semente, a casca
e a raiz são largamente uti-
lizadas contra diversas do-
enças
Resultados
apontam boas
perspectivas
Rede de pesquisa
Centro-Oeste
O termo barbatimão
é a denominação
popular utilizada
para uma varieda-
de de plantas de
larga ocorrência no
Cerrado brasileiro.
O nome deriva do
termo indígena Iba
Timo, que significa
“árvore que aper-
ta”, uma alusão à
sua alta capacida-
de de adstringên-
cia. Suas conheci-
das propriedades
medicinais são atri-
buídas à produção
potencial de tanino.
Dedaleiro, dedal, mangava-brava, amarelinho, candeia-de-
-caju, copinho e louro-da-serra ou pacari é uma planta de
porte arbóreo. Além dos usos terapêuticos já conhecidos,
a planta está sendo estudada no tratamento de processos
alérgicos. Em Goiás, sua madeira é muito utilizada para fa-
zer eixos de carros de boi e a base da flor é usada como
dedal
Os pesquisadores da rede Produção
Animal Sustentável procuram apresen-
tar alternativas e desenvolver produtos
a partir do uso de plantas do Cerrado,
com a finalidade de reduzir gastos na
produção animal e promover o aumento
da eficiência de utilização dos alimen-
tos e a preservação do bioma Cerrado,
pela valorização e pelo estímulo ao uso
sustentável dos seus recursos. Além
disso, a busca por produtos fitogênicos
na produção animal é algo novo e de
extrema relevância. O professor Marcos
Barcellos Café, que testa as plantas do
Cerrado no combate à Escherichia coli
patogênica em frangos de corte, expli-
cou que “embora não hajam evidências
científicas de que os antibióticos
utilizados na produção animal cau-
sem problemas à saúde humana,
há tendência à proibição dessas
substâncias, como já ocorre
na maioria dos países
europeus”. A maior par-
te dos experimentos é
voltada à influência
dos bioprodutos es-
tudados sobre a di-
gestibilidade dos ali-
mentos, buscando as
dosagens corretas de
acordo com os objeti-
vos propostos em cada
pesquisa. No caso dos
ruminantes – bovinos de
corte e de leite, mantidos
em regime de confina-
mento ou de pastejo
– o uso dessas plantas é para contro-
lar a fermentação ruminal, inibindo se-
letivamente grupos de microrganismos
menos eficientes no trato gástrico des-
ses animais, conforme explica o profes-
sor Victor Rezende Moreira Couto. Um
experimento, envolvendo 115 bovinos
confinados, está em andamento na
EVZ, avaliando efeito do extrato de bar-
batimão sobre o desempenho produtivo
desses animais. Estudos prévios in vitro
no Lamupas, já desmonstraram o efeito
antibiótico do óleo da semente de sucu-
pira, do óleo de copaíba e do extrato de
barbatimão. Dos extratos inseridos na
ração, o óleo de sucupira apresentou
baixa aceitação por parte dos animais.
O óleo de copaíba e o extrato de barbatimão são alternativas ao uso de antibióti-
cos no desempenho de poederias comerciais
Em suínos, a pesquisa avaliou o po- tencial antiparasitário do pacari
e da sucupira no controle da sarna sarcóptica, com efeitos bas-
tante positivos. De acordo com a professora Moema Pacheco
Chediak Matos (EVZ), uma das responsáveis pela pesqui-
sa, constatou-se que há “um grande potencial acaricida
de algumas substâncias frente ao parasito causador da
sarna sarcóptica, sendo verificada uma grande me-
lhora na resposta em nível inflamatório e de cicatriza-
ção nos suínos que foram tratados com os bioprodutos
específicos”. Em todas essas pesquisas, são sugeridos
mais testes para melhor definir formulações e dosagens
dos extratos das plantas, a fim de tornar viável sua utiliza-
ção pelos produtores.
A sucupira e o pacari se mostraram muito eficazes no
controle da sarna sarcóptica em suínos
No caso dos frangos, três frentes de pesquisa foram realizadas na EVZ.
Além de verificar o desempenho geral dos animais tratados com os bio-
produtos do Cerrado, os estudos tiveram focos específicos quanto à ava-
liação nutricional e metabólica, sob coordenação do professor José Hen-
rique Stringhini, à saúde intestinal, pela professora Nadja Susana Mogyca
Leandro, e ao aumento da imunidade contra patógenos no intestino, pelo
professor Marcos Barcellos Café. Marcos Café informa que, em seus ex-
perimentos, o barbatimão e o pacari possibilitaram melhoria na conversão
alimentar. Já com a copaíba e a sucupira, a digestibilidade dos nutrientes
foi semelhante ao chamado controle positivo, quando são usados produtos
sintéticos. Na avaliação imunológica, os resultados sugerem que o óleo de
copaíba tem efeito modulador da imunidade. Para poedeiras, a inclusão do
extrato de barbatimão resultou em maior peso do ovo, semelhantes ao trata-
mento com anti-bióticos. Em relação à qualidade da casca, com a inclusão
do extrato de pacari, ocorreu melhora na qualidade e com o barbatimão,
essa qualidade chegou a superar os resultados obtidos com a inclusão de
antibióticos sintéticos.
Estruturada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com
o apoio dos Estados, de suas respectivas Fundações de Amparo à Pesqui-
sa e das universidades federais, a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação,
Pesquisa e Inovação objetiva fortalecer e consolidar a formação de recursos
humanos e a produção de conhecimento para o desenvolvimento susten-
tável da região. No primeiro edital da Rede, em 2010, foram contemplados
16 projetos multidisciplinares em diferentes áreas. Cinco deles estão sob
coordenação da UFG e concentram nela seus experimentos. No segundo
edital, lançado em 2013, outros cinco grandes projetos envolvendo pro-
fissionais da UFG foram aprovados pela Rede Pró-Centro-Oeste. O Jornal
UFG levará a público as pesquisas da Rede Pró-Centro-Oeste realizadas
na universidade. Começamos, nesta edição, pela rede Produção Animal
Sustentável, cujos pro- jetos envolvem o uso de bioprodutos de plantas me-
dicinais do Cerrado na alimentação e tratamento de animais.
PESQUISAGoiânia, setembro de 2014
8
O Brasil é recordista mundial em partos por cesarianas. No País, 52% das mulheres
são submetidas a esse tipo de procedimento. Quando consideramos os números da
rede privada, os índices chegam até a 90% em algumas maternidades.
principalmente o da anestesia,
foi sendo facilitada a hospi-
talização. Apareceram meios
julgados mais seguros para o
parto, em instituição hospitalar.
Contudo, isso trouxe também
condutas intervencionistas e o
uso exagerado de medicamen-
tos. A mulher pensa que ir ao
hospital ter um parto cesaria-
no, com anestesia em que ela
não sentirá dor, é mais seguro.
Existe muito medo da dor. A
mulher é levada a pensar que
o parto é doloroso e que está
colocando o bebê em risco,
porque existe um falso discur-
so que o parto pode passar da
hora e o bebê ter problemas.
Esses também são fatores que
induzem a mulher a decidir
pela cesariana.
Quais as vantagens do
parto normal? Quando
uma cesárea é realmente
indicada?
Luiz Carlos Pinheiro – A
mulher nasce preparada para
o parto normal ou natural. En-
tretanto, a cesariana não foi
criada porque alguém queria
marcar uma cesárea, mas de-
vido a complicações de alguns
partos em que mulheres mor-
riam em trabalho de parto e
crianças também. Existem ca-
sos em que não fazer uma ce-
sariana é desumanizar o parto.
As vantagens do parto normal
são que ele é mais fisiológico,
o bebê nasce sem influência
de medica- mentos, na maioria
das vezes, e na hora certa. Um
TV UFG e Ascom
Por que o Brasil é recor-
dista mundial em parto por
cesariana?
Luiz Carlos Pinheiro –
Creio que esse recorde é de-
vido a dois fatores: o tipo de
formação do médico e a de-
sinformação da gestante. Nós,
médicos, somos treinados a
tratar emergências e não a pro-
moção da saúde. A tendência
é ver o parto como uma doen-
ça, um problema. Outro fator
é o próprio sistema brasileiro,
em que a mulher é ligada a
um médico, diferente de outros
países, em que é ligada a uma
equipe de saúde ou instituição.
Para se desvencilhar em ficar
24 horas disponíveis, os médi-
cos criaram mecanismos para
induzir a cesariana, uma vez
que esse tipo de parto pode ser
agendado e é mais rápido. O
médico também se sente mais
seguro, devido ao seu tipo de
formação. Além disso, há a cul-
tura do medo, como o medo da
circular de cordão umbilical, e
os discursos que diminuem a
mulher como “você não dá con-
ta, você é fraca”, sendo que o
parto é um evento natural.
Cristiane Vieira – Acredito
que a medicalização e a hos-
pitalização são fatores que
contribuem para esse panora-
ma. Antes o parto era feito em
casa, com poucos recursos.
Isso aumentou a mortalidade
materna e neonatal. Com o
surgimento das tecnologias,
UNIVERSIDADE Goiânia, setembro de 2014CristianeVieira
dos grandes problemas das
cesarianas é que as crianças
nascem antes da hora e preci-
sam ser conduzidas para a UTI
ao nascer. O parto cesariano,
no entanto, é necessário em
alguns casos, como exemplo,
os de placenta prévia, gêmeos
em que o primeiro não está ce-
fálico (de cabeça para baixo),
sofrimento fetal agudo e mecô-
nio (primeiras fezes do bebê)
espesso em começo de traba-
lho de parto. Nesses casos, não
é tão seguro nascer de parto
normal. No Brasil, o alto índice
de cesarianas também ocorre
pelo fato das mulheres desco-
nhecerem os riscos em longo
prazo da cesariana e pensa-
rem só no parto sem dor
e rápido. Para a crian-
ça, os riscos de uma
cesariana marcada po-
dem ser: ir para a UTI
por dificuldade respi-
ratória, problemas psi-
cológicos no futuro por
não ter completado o
desenvolvimento e ris-
cos de diabetes na in-
fância. Para a mãe, risco oito a
nove vezes maior de infecção
e risco de reinternação, devido
à dor. Para a próxima gravidez,
ainda há o risco de placen-
ta prévia, romper o útero, dor
pélvica crônica, situações que
as mães não se lembram ou
não são alertadas ao marcar
uma cesariana.
Cristiane Vieira – O parto
cesariano tem seus benefícios
e é uma necessidade em al-
guns casos. O parto humani-
zado não tem nada a ver com
o fato de ser normal ou cesá-
rea. A cesariana também pode
ser humanizada. Com certeza
terão mulheres que vão pre-
cisar da cesariana, nem por
isso elas serão menos mães.
Porém, o parto normal sendo
possível traz benefícios para
a recuperação da mulher e
do bebê. Desencadeado na-
turalmente e acompanhado
com o mínimo de intervenções
possíveis, ele traz mais segu-
rança para a mãe e o bebê,
pois a recuperação da mulher
é muito mais rápida, o bebê
respira melhor e tem menos
necessidade de usar medica-
mentos que podem atrapalhar
a amamentação.
Qual o conceito de par-
to humanizado? Qual a di-
ferença dele para o parto
tradicional?
Cristiane Vieira – Par-
to humanizado é o parto feito
comrespeito às decisões da
mãe, de como ela escolheu
ter o seu filho, mas de forma
esclarecida sobre os benefícios
de cada parto. Um parto res-
peitoso evita condutas que tra-
gam sofrimento para o bebê ou
para a mãe e respeita o tempo
dos dois. Se o profissional tem
segurança de que a criança
está bem, o bebê pode demo-
rar um pouco mais a nascer e
sem necessidade de interven-
ções, como empurrar a barriga
da paciente (kristeller), usar
medicamentos como a ocitoci-
na, que provoca muitas dores e
acelera o trabalho de parto, ou
usar técnicas de instrumentos
para tirar o bebê, que podem
ser necessários, mas não é re-
gra para toda mulher, que são
o vácuo extrator e o fórceps. O
parto respeitoso é aquele que
procura trazer para o momen-
to do nascimento condições de
conforto, de alívio da dor, pois
não há como dizer que não há
dor na contração, apesar de
ter pacientes que dizem não
sentir. O parto humanizado é
aquele que respeita a mulher
e o bebê, independente de ser
normal ou cesárea.
O parto humanizado come-
ça então com o pré-natal,
com as informações sobre o
parto?
Luiz Carlos Pinheiro – A
humanização começa na pré-
concepção, na orientação da
mulher, no respeito ao pré-na-
tal. A humanização do parto
devolve o protagonismo da mu-
lher no parto. Quando os par-
tos passaram a ser realizados
nos hospitais, a mulher passou
a ser colocada deitada, a usar
um tecido para separá-la do
médico e a ser depilada, além
além de ser submetida a lava-
gem intestinal. O bebê nascia e
era observado, aspirado, fica-
va até oito horas longe da mãe.
Percebeu-se, porém, que isso
trazia mais malefícios do que
benefícios. Em 1963, o francês
Frederick Leboyer lançou um
livro que horrorizou a classe
médica, porque ele insinuou
que o bebê tinha direitos sen-
do desrespeitados na sala de
parto. Ao nascer, o bebê pre-
cisa apenas do contato com
a mãe.
No início do ano, houve um
caso no Rio Grande do Sul
em que uma mulher foi obri-
gada a fazer um parto cesa-
riano por ordem judicial. Até
que ponto a mulher tem au-
tonomia para decidir sobre
seu parto e até que ponto o
médico pode intervir?
Luiz Carlos Pinheiro – Esse
caso foi polêmico e não tenho
uma opinião formada sobre
ele. Atualmente, no Brasil, há
duas correntes perigosas: a
do médico que acha que todo
parto tem de ser cesárea ou
um parto normal com muitas
intervenções e uma linha muito
radical que acha que qualquer
intervenção é desnecessária.
Não pode haver radicalismos.
Já acompanhei partos domi-
ciliares, mas fico preocupado
quando eles são feitos fora
dos níveis de segurança, como
os estabelecidos na Europa.
Lá, as mulheres só têm parto
domiciliar quando são gestan-
tes de baixo risco. Mas, atual-
mente, há quem acompanhe
parto pélvico em casa, com
gestante que já fez duas ce-
sarianas anteriores. Na maio-
ria das vezes dá certo, mas o
bebê estará submetido a um
risco maior. Parece-me que
esse foi o caso dessa mulher.
Acredito que houve falha na
comunicação. Quando a pes-
soa é bem tratada e quando
o médico explica sobre os
riscos, ela entende. O proble-
ma da saúde é que, quando
procuramos os serviços, até a
voz de quem trata é autoritá-
ria, de quem sabe mais, e isso
tinha de acabar.
CristianeVieira–Paraopar-
to acontecer de acordo com a
escolha da mulher, temos que
avaliá-la também. Nesse caso,
a paciente apresentava crité-
rios que traziam riscos para
a vida dela. Alguns deles ti-
ram a possibilidade do parto
normal. Os extremismos não
devem existir. Há a linha com-
pletamente extremista, que
acha que nenhuma intervenção
deve ser feita, mas não é toda
mulher que terá um parto nor-
mal sem a mínima intervenção.
Outro tema bastante deba-
tido é a violência obstétrica,
como o uso de procedimen-
tos não acordados, a exem-
plo da episiotomia (corte da
vagina). Como a senhora per-
cebe essa relação conflituo-
sa que envolve, às vezes, até
ofensa moral?
Cristiane Vieira – A violên-
cia aumentou pela necessida-
de de abreviar o parto. É a z
falsa impressão de que se nas-
cer rápido, será mais seguro.
O uso de ocitócitos, a episio-
tomia, empurrar a barriga para
forçar que o bebê desça de
forma mais rápida são condu-
tas intervencionistas que cau-
sam trauma e sofrimento para
a mulher. Temos de respeitar
o tempo de desencadeamen-
to do parto. Quando há mui-
tas interferências, nós, médi-
cos e enfermeiros, causamos
Parto humanizado
retoma protagonismo
da mulher
9
UNIVERSIDADEGoiânia, setembro de 2014
sofrimento para a mãe e para
o bebê. Uma assistência apa-
rentemente segura para a mu-
lher pode trazer trauma para
ela. Muitas mulheres optam
por não ter mais filhos ou não
ter um parto normal, devido ao
sofrimento que o parto anterior
lhe causou.
Quais tipos de parto a
gestante pode optar? Quais
são mais indicados? Como
avaliar onde a mulher deve
ter o bebê?
Luiz Carlos Pinheiro – O
conceito de humanização de
parto tenta dar à mulher e ao
bebê condições mais se gu-
ras para o parto. O parto hu-
manizado não é apenas o par-
to de cócoras, mas esse é o
mais fisiológico. Pode-se ter
também o parto sentado em
uma banqueta de parto. Se
a paciente quiser ter o parto
deitada, que fique deitada. A
cesárea quando necessária e
não é feita também desumani-
za. O parto cesariano pode ser
feito de forma menos traumá-
tica, dando o bebê à mãe ao
nascer, para a ama- mentação
na sala de parto. Agora o par-
to doméstico já é controverso.
Na Europa, é estimulado, mas
na América do Norte há pes-
quisas que mostram índice
de mortalidade 10,5% maior
em partos domiciliares. Cada
mulher deve pesar os riscos e
benefícios de um parto domici-
liar e estar o mais próximo pos-
sível de socorro. Só mulheres
com gestações consideradas
de baixo risco podem tentar o
parto domiciliar.
Cristiane Vieira – Indepen-
dente de ser cesárea ou parto
normal, ele deve ser
humanizado. O Mi-
nistério da Saúde tem
investido em condutas
para que isso acon-
teça. A humanização
não depende só da
posição do parto. O
local precisa permi-
tir que a mulher ande
durante o trabalho de
parto, que ela tome
banho e que tenha
controle de luz. As
instituições não estão
preparadas para isso. Hoje
não há esse espaço, nós, mé-
dicos e enfermeiros, improvi-
samos. O parto humanizado
dá liberdade para a mulher
em vários aspectos. Ela deve
ser respeitada quando diz que
não quer episiotomia ou que
não quer ficar sem comer du-
rante o trabalho de parto.
A rede pública oferece uma
estrutura básica para o parto
humanizado?
Cristiane Vieira – Essa es-
trutura hoje é mais ampliada no
SUS do que na rede privada.
Existe o projeto Rede Cegonha
que prioriza várias questões
sobre gestação e parto.
O caminho entre uma
cesárea, um parto
em casa e o trabalho
de doulaExiste uma cultura no Brasil
de que o parto é sinônimo de
dor e deve ser rápido. No en-
tanto, para algumas mulheres,
que conseguem informações
e apoio, parto não precisa ser
sinônimo de problema, mas
um rito de passagem, uma ex-
periência sublime que muda
completamente sua visão de
mundo. Aline Willik, jornalista,
é uma dessas mães que por
meio do parto se transformou.
Antes de engravidar de sua pri-
meira filha, hoje com sete anos,
a jornalista já tinha certeza que
queria ter seus filhos por parto
na água: “Li um livro sobre o
parto na água e a ideia de meu
filho não sofrer, não chorar no
parto passou a ser prioridade
para mim”. Porém, suas ex-
pectativas não se concretiza-
ram no primeiro parto. Com 40
semanas, após um exame que
avalia a vitalidade do bebê, Ali-
ne Willik foi levada a uma ce-
sárea que, após muitos anos,
entendeu não ter sido neces-
sária, mas conveniente ao sis-
tema. “Confiei na médica. Em
geral, todos confiamos tanto
nos médicos, que duvidar pa-
rece estranho”, relatou. Cinco
anos depois, na gestação do
segundo filho, ao se consultar
com a mesma obstetra, per-
cebeu que poderia ser levada
novamente a uma cesárea. En-
tão, ela começou a buscar por
um parto natural: “Queria uma
médica, que atendesse por
plano de saúde e fizesse parto
humanizado e na água. Quan-
do disse isso na internet, as
pessoas riram. Porque isso não
existe”. Quando conheceu um
médico indicado nos grupos
das redes sociais, Aline Willik
fez uma sabatina e percebeu
que havia encontrado um alia-
do. Descobriu também que o
parto na água em Goiânia é
clandestino. “As maternidades
de Goiânia não têm local pró-
prio para isso e, formalmente,
também não é possível ter um
bebê fora do centro cirúrgico.
O parto na água acontece na
surdina nas maternidades”,
explicou. O medo de que essa
clandestinidade não permitisse
que tivesse o parto na água fez
com que ela decidisse ter seu
parto em casa. Com a ajuda
de uma enfermeira obstetriz e
uma doula voluntária, que só
conheceu no trabalho de parto,
Aline Willik teve seu segundo fi-
lho em casa, na água, com ma-
rido e filha presentes. Foi a par-
tir dessa experiência e também
da relação estabelecida com a
doula que a atendeu volunta-
riamente, que ela decidiu aju-
dar mulheres a terem seu parto
humanizado. “É um trabalho de
formiguinha. Cada mulher que
se empodera e tem o seu parto
respeitado é uma vitória para o
movimento do parto humaniza-
do. Foi pela vontade de ajudar
mais mulheres a ter essa expe-
riência que decidi ser doula”,
relatou a jornalista, mãe e, atu-
almente, doula. Para se capa-
citar, Aline Willik fez um curso
em uma empresa de Brasília
ligada à Rede pela Humaniza-
ção do Parto e do Nas- cimen-
to (Rehuna). Ela conta que em
Goiânia existem apenas os cur-
sos das maternidades e que
as doulas são formadas para
atender dentro delas. No en-
tanto, Aline Willik, que conhece
diversas doulas que trabalham
em maternidades, explica que
elas acabam vendo determi-
nadas condutas que caracteri-
zam violência obstétrica e por
isso, optou pelo curso fora das
maternidades.
Para Aline Willik, um dos
primeiros partos na água,
acompanhado por ela, foi a
experiência que mais lhe mar-
cou: “Encontrei a Natália no
Facebook, querendo um mé-
dico humanizado pelo Ipasgo.
Expliquei a ela que não existia
esse médico e como ela po-
deria fazer para ter um parto
humanizado. Ela trocou de
médico com 38 semanas de
gestação, pagou o parto par-
ticular com dificuldades e eu
fui sua doula voluntariamente.
Como não tive tempo de tra-
balhar alguns conceitos com
ela durante a gestação, o que
chamamos de empoderamen-
to, a Natália me chamou mui-
to cedo. Estava com a bolsa
rompida, o que faz com que as
contrações sejam mais fortes.
Ela começou a sentir contra-
ções a uma hora da manhã,
chamou-me às oito da manhã e
eu fiquei com ela até seu bebê
nascer. A bebê só encaixou no
final, depois da dilatação total.
A cada contração ela vocaliza-
va e não gritava. A bebê dela,
como o meu, não chorou ao
nascer. Ver a emoção dela ao
ver que a bebê não havia cho-
rado me marcou”. Aline Willik,
como jornalista, protagonizou
uma série sobre o parto hu-
manizado na TV Brasil Central.
“Para a série, acompanhei um
parto normal e uma cesárea.
Na cesárea, a mãe não vê o
que acontece com o bebê de-
pois que ele nasce. A equipe
coloca uma cânula no bebê,
a criança, que está sem ar,
é chacoalhada, sacudida. A
mãe só vê o bebê quando ele
chora e não todo esse proce-
dimento. Porém, não há inte-
resse em desmistificar isso. O
parto cesariano é interessante
para o sistema – médico, plano
de saúde, hospital – só não é
interessante para a mãe e o
bebê,” disse.
Algumas leis já foram cria-
das para que isso funcione,
como a Lei do Acompanhan-
te. A Rede Cegonha propõe a
construção de centros de parto
normal, ambientes preparados,
em que a mulher pode andar,
o acompanhante pode estar
presente, além de ela ter um
espaço individualizado e não
de enfermaria, equipado com
banheiras para parto na água,
banquetas e cavalinhos para
fazer exercício. Tudo para ace-
lerar o processo de trabalho de
parto, aliviando a dor sem me-
dicamentos e intervenções.
Muitas pessoas não co-
nhecem o trabalho da doula.
Como ela é treinada e como
ela atua?
Luiz Carlos Pinheiro –
Doula é a pessoa que
ajuda a mulher no
parto. O trabalho da
doula começa no pré-
-natal. Ela fica próxima
à mulher para fazer
massagens, levá-la ao
chuveiro, auxiliá-la na
respiração. Quando a
mulher tem a doula no
pré-natal, percebo que
o parto é mais fácil.
Quando a mulher con-
sente o parto, relaxa
e deixa acontecer, ele
é prazeroso. Se ela está com
medo e trava, cada contração
é traumática.
Cristiane Vieira – A doula
recebe um curso e é prepa-
rada para cuidar da gestante.
É importante que a doula es-
tabeleça vínculo com a mu-
lher durante toda a gestação,
para orientá-la. Falo muito para
amigas que engravidam: não
busquem experiências ruins,
busquem alternativas para es-
tarem preparadas para o parto.
É muito diferente quando o mé-
dico ou o enfermeiro recebe
uma paciente que foi bem pre-
parada para o parto, daquela
que não teve preparo.
Luiz Carlos Pinheiro
10
SOCIEDADE Goiânia, setembro de 2014
O estudante Jyun Hishino
cursa o sexto ano do curso de
Medicina da UFG. Para alunos
como ele, que estão prestes a
ingressar na carreira profissio-
nal, a prática é essencial para
o desenvolvimento das habili-
dades e competências apren-
di- das ao longo dos anos na
academia. Foi no Hospital e
Maternidade Dona Íris (HMDI)
que o estudante teve a oportu-
nidade de atuar dentro de um
hospital frente a frente com os
mais diferentes casos de pa-
cientes na área de Ginecologia
e Obstetrícia. Essa possibilida-
de foi alcançada em virtude do
convênio firmado em 2012 en-
tre UFG, Secretaria Municipal
de Saúde de Goiânia (SMS) e
Fundação de Apoio ao Hospi-
tal das Clínicas (FUNDAHC)
para a gestão compartilhada
do HMDI. O objetivo do con-
vênio é promover uma gestão
diferenciada, a partir do mode-
lo tripartite. Segundo a enfer-
meira da maternidade, Maria
Auxiliadora Gomes de Mello
Brito, diferente- mente dos
contratos estabelecidos com
as Organizações Sociais (OS),
esse tipo de gestão prioriza a
construção coletiva das políti-
cas internas, por meio de um
plano de trabalho, além das
ações de intervenção do hos-
pital. O modelo de gestão foi
inspirado no do Hospital Riso-
leta Tolentino Neves, em Belo
Horizonte/MG, onde foi firmado
um convênio entre a Universi-
dade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e a prefeitura da cida-
de. Já o modelo assistencial
de atendimento foi orientado
pelo trabalho do Hospital Sofia
Feldman, também da capital
mineira, referência nacional na
assistência ao parto humaniza-
do. No caso goiano, cada uma
das partes tem responsabilida-
des defini- das no convênio. A
Secretaria de Saúde é encar-
regada de fazer o repasse de
recursos financeiros que são
geridos pela FUNDAHC. Tal
verba é destinada à contrata-
ção de pessoal, à compra de
insumos, equipamentos e me-
dicamentos, ao pagamento de
Todas as ins-
talações, equipe
profissional e
práticas médi-
cas do Hospital
e Maternidade
Dona Íris, levam
em consideração
as decisões da
mãe e a fisiologia
do processo do
parto, evidencian-
do e valorizando a
humanização do
parto, com foco
na redução da
mortalidade ma-
terna e infantil. As
principais ações
promovidas são:
Estudantes de graduação, pós-graduação e residentes
vivenciam a rotina de atendimento de um hospital e são
incentivados a desenvolver pesquisas
Referência na assistên-
cia ao parto humanizado e na
atenção humanizada em Gi-
necologia, Obstetrícia e Neo-
natologia, a maternidade teve
a experiência dos trabalhos
desenvolvidos por médicos
da área relatada no livro Assis-
tência ao parto humanizado.
A publicação foi lançada ano
passado pelo professor Wal-
demar Naves, junto ao também
professor da FM e diretor-geral
da maternidade, Maurício Gui-
lherme de Campos Viggiano,
e ao diretor da Maternidade
Nascer Cidadão, Sebastião
Fernandes Moreira. “A huma-
nização é a alma dessa ma-
ternidade. O livro norteia esse
caminhar da parte técnica e da
humanização do atendimento
de saúde”, relatou Waldemar
Naves. O livro ganhará uma
segunda edição, com o título
Assistência ao parto humani-
zado e neonatal, e aprofundará
nos diversos campos de aten-
dimento da maternidade.
Hospital e Maternidade Dona Íris
amplia campo prático para
alunos da área de saúde
Todo mês, a maternidade
recebe cerca de 60 estagiá-
rios dos cursos de Medicina,
Enfermagem, Biomedicina,
Nutrição e Farmácia, além de
estudantes dos cursos de resi-
dência em UTI Neonatal e em
Ginecologia e Obstetrícia, que
realizam atividades no Centro
de Estudos, Ensino e Pesquisa
do HMDI. De acordo com Maria
Auxiliadora Gomes, estudantes
de outros cursos relacionados
àáreadesaúdetambémpodem
solicitar a realização de está-
gio na maternidade, que rece-
be exclusivamente estudantes
da UFG, como foi estabelecido
no convênio de gestão. Esse
número deve ser ampliado
com a criação de duas novas
residências: uma em Mastolo-
gia e a outra Multiprofissional.
Novo campo para pesquisa e
prática
Assistência ao parto
humanizado
Também está em planejamen-
to, junto à Faculdade de En-
fermagem (FEN), a criação do
curso de especialização de
Enfermagem em Obstetrícia.
O Centro de Estudos, Ensino
e Pesquisa é subordinado à
Diretoria Acadêmica do hospi-
tal, dirigida pelo professor da
Faculdade de Medicina (FM),
Waldemar Naves do Amaral. A
unidade é responsável por co-
ordenar as atividades acadê-
micas e científicas, oferecendo
aos alunos o acompanhamen-
to de professores e profissio-
nais. Para Waldemar Naves, “o
Centro de Estudos traz aquilo
que é sonho de todo indivíduo
que trabalha com saúde, que
é realizar o atendimento à po-
pulação, sem deixar de fazer
ciência”. Segundo o professor,
alunos de pós-graduação já
têm desenvolvido pesquisas
serviços contratados e a outras
despesas para manutenção da
maternidade, estimadas em
um plano anual de trabalho. “A
Secretaria determina a política
de atendimento. Também esta-
belecemos as metas de aten-
dimento e há uma negociação
periódica com a SMS para ver
se essas metas estão dentro do
esperado”, explicou o diretor-
-executivo da FUNDAHC, José
Antônio de Morais. Segundo
ele, a previsão de gastos até
maio de 2015 é de cerca de R$
56 milhões. Por sua vez, a UFG
é responsável pelas atividades
de ensino, pesquisa e exten-
são. Sob orientação de profes-
sores e profissionais, alunos da
área de saúde da universidade
podem vivenciar a rotina médi-
ca no atendimento ambulato-
rial, de urgência e emergência.
nas áreas de Odontologia e
Neonatologia, além de mono-
grafias da graduação. Para
regulamentar as pesquisas
do hospital, está em fase de
criação o Comitê de Ética em
Pesquisa.
• Orientção
das doulas,
pessoas que dão
suporte físico e
emocional à
gestante antes,
durante e após
o parto;
• Incentivo ao
parto normal;
• Estimulação
de exercícios e
massagens para
alongar o períneo
(músculo que con-
tribui para a pas-
sagem do bebê
durante o parto) e
aliviar as dores da
paciente;
• Realização
do parto na água;
• Evitar o
uso do fórceps,
instrumento para
retirada do bebê
no parto normal;
• Somente em
casos com extre-
ma necessidade,
realização da
episiotomia (corte
do períneo para
a passagem do
bebê);
• Utilização do
colírio de nitrato
de prata nos olhos
do bebê apenas
nos partos vagi-
nais, como pre-
venção à oftalmia
gonocócica;
• Sala de parto
com redução
de barulho e da
quantidade de luz
do ambiente;
• Corte do
cordão umbi lical
apenas após pa-
rar de pulsar;
• Não realiza-
ção da manobra
de kristeller, técni-
ca que pressiona
a parte superior
da barriga da mu-
lher para forçar a
saída do bebê;
• Incentivo ao
aleitamento mater-
no na sala
de parto;
• Incentivo ao
contato pele a
pele da mãe com
o bebê nos pri-
meiros momentos
de vida e banho
apenas após seis
horas depois do
nascimento;
• Estímulo à
presença do
acompanhante,
escolhido pela
própria parturien-
te, durante todo
o procedimento
do parto, ação
garantida pela Lei
11.108, de 2005.
Em dois anos de gestão compartilha-
da, a unidade de saúde realizou cinco
mil partos, mais de 63 mil atendi-
mentos ambulatoriais e cerca de oito
mil internações
Serena Veloso
Humanização no atendimento
às gestantes
11
Goiânia, setembro de 2014
Lei dos resíduos
sólidos ainda é
descumprida
A ausência das práticas previstas em lei evidencia obstáculos à destinação adequada do lixo.
Em Goiás, a UFG atua na elaboração de planos ambientais e em projetos de inserção social
Ao ser aprovada a PNRS,
foi estabelecido o prazo de
quatro anos para que os mu-
nicípios brasileiros dessem
fim aos depósitos de lixo
sem tratamento adequado,
sob pena de responderem
por crime ambiental. Esse
prazofoiencerradonoúltimo
dia 3 de agosto.
Esse e outros assuntos
relacionados aos resíduos
sólidos em Goiânia motiva-
ram o Café com Políticas Pú-
blicas, evento da Faculdade
de Ciências Sociais (FCS),
realizado no mês de julho.
URBANIDADE
Perguntado sobre o que
deve ocorrer com os muni-
cípios que não cumpriram o
prazo para dar fim aos seus
lixões, Eraldo Henriques de
Carvalho opina que prorro-
gar o prazo para a aplica-
ção da lei não adiantaria. Ele
acredita que “tem que haver
ações mais efetivas para
mudar o cenário que perma-
nece o mesmo do tratamen-
to dado aos resíduos sólidos
no Brasil”.
Entre os palestrantes estava Pedro Henrique Baima Paiva, analista
ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), com
larga atuação em fóruns ambientais no município e fora dele, como
na Câmara Técnica de Qualidade Ambiental e Resíduos Sólidos, do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que destacou os
entraves à aplicação da lei. “Apesar de possuirmos tecnologias su-
ficientes para a destinação adequada do lixo, poucos municípios
conseguiram eliminar os lixões, a maioria sequer possui um Plano
Ambiental”, afirmou Pedro Henrique Baima, apontando esse como
um dos reflexos da falta de políticas públicas para o setor. Ele sa-
lientou ainda o despreparo das administrações públicas, geralmente
providas de poucos técnicos e que não ocupam os cargos de decisão.
Pedro Henrique Baima
Fim dos lixões? A questão política.
Goiânia no contexto do lixo
Nos últimos meses, a capital goiana que ainda não possui a li-
cença ambiental prevista na PNRS tem sofrido problemas com
a coleta do lixo. A coleta seletiva também foi prejudicada pela
falta de recolhimento dos materiais que abastecem as coopera-
tivas de catadores. Em palestra, realizada no evento da FCS, o
professor Francisco Mata (FSC) indagou sobre os investimentos
públicos goianos para os resíduos sólidos. Ele lembrou do aci-
dente radioativo com o Césio-137, um dos maiores do mundo,
ocorrido em Goiânia, em 1987. “O que aprendemos com o Cé-
sio-137? Quanto o Estado tem gasto com políticas públicas para
essa área?”, questionou, instigando ainda a plateia acadêmica
sobre a existência ou não de mecanismos definidos para avalia-
ção do quadro e de pesquisas.
Silvânia Lima
Entraves e soluções – Pedro Henrique Baima foi enfático ao afirmar
que os “resíduos sólidos constituem uma questão estratégica de saú-
de pública para qualquer governo”. Mas isso ainda não condiz com a
realidade brasileira, cuja ínfima parte dos cerca de 5.500 municípios
possui aterro sanitário. Em Goiás, dos 246 municípios, apenas oito
possuem licença ambiental: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bon-
finópolis, Catalão, Campo Alegre de Goiás, Hidrolândia, Itarumã e
Turvânia. Eraldo Henriques de Carvalho também ressaltou o entrave
político: “Em geral, observa-se que ocorre um descaso, além da falta
de técnicos, alguns municípios alegam falta de recursos para as me-
didas necessárias, denunciando a falta de planejamento”.
A atitude - O coordenador da
Incubadora Social da UFG,-
Fernando Bartholo, ressalta
outro obstáculo importante
às soluções do descarte do
lixo: o fator cultural, traduzi-
do por crenças, comporta-
mentos e atitudes presen-
tes em todos os segmentos
sociais. Segundo ele, a “cul-
tura do lixo” vigente con-
sidera que lixo é tudo que
deve ser descartado, sem
maiores preocupações, o
importante é se livrar dele,
o que leva e reforça a cultu-
ra da terceirização, em que
“o problema” é delegado a
outros, eximindo responsa-
bilidades. Em verdade, toda
essa discussão em torno do
lixo envolve também o abas-
tecimento de água, a drena-
gem das águas pluviais e o
tratamento do esgoto, ques-
tões imprescindíveis às políti-
cas públicas ambientais.
Carlos Siqueira
Cata Sol contribui
para a inclusão
Antecipando-se à lei e buscando oferecer
um suporte técnico aos municípios interes-
sados na inclusão dos seus catadores de
lixo, desde 2012, a Incubadora Social da
UFG mantém o projeto Catadores Solidá-
rios (Cata Sol). Com o apoio da Secretaria
Nacional de Economia Solidária, do Minis-
tério Público e da própria UFG, em parce-
rias com as prefeituras, o projeto contribui
na implantação e no assessoramento da
coleta seletiva, da incubadora social local
e de cooperativas de catadores nos muni-
cípios. Atualmente, o Cata Sol assiste oito
municípios da região metropolitana de Goi-
ânia, a previsão é que sejam 16 até o final
de 2016. Com metodologia de trabalho di-
ferenciada, privilegiando a prática dos en-
volvidos, sua realidade e seus interesses, o
projeto é executado por docentes e acadê-
micos da UFG.
UFG e o Plano Estadual
Ambiental
Os planos ambientais, da União e dos Esta-
dos, previstos na Lei 12.305 estão em cons-
trução. A UFG cuida do Plano Estadual de
Resíduos Sólidos do Estado de Goiás, sob
coordenação dos professores Simone Pfeiffer
e Eraldo Henriques de Carvalho, com o en-
volvimento do núcleo de estudos da área, na
Escola de Engenharia Civil, e da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hí-
dricos. O documento, de caráter orientador,
reúne uma série de propostas integradas de
gestão e gerenciamento de resíduos sólidos
em todo o Estado. Para Eraldo Henriques de
Carvalho, o Plano Estadual irá ajudar muito
os municípios goianos, ao traçar o panora-
ma geral, apontando as áreas mais críticas,
orientando e sugerindo medidas, como os
aterros consorciados, que permitem o com-
partilhamento entre municípios quanto ao
destino adequado de seus resíduos.
De acordo com o profes-
sor Eraldo Henriques de
Carvalho, coordenador do
Núcleo de Resíduos Só-
lidos e Líquidos, ligado à
Escola de Engenharia
Civil da UFG, “a Lei
12.305 é mais específi-
ca e contempla políticas
do primeiro mundo, se-
guindo uma tendência
mundial das políticas
dos resíduos sólidos”.
A lei institui instrumentos
de planejamento em to-
dos os níveis da cadeia,
tanto na esfera empre-
sarial quanto na gover-
namental, extrapolando
fronteiras ao estimular
planos microrregionais
e intermunicipais. Existem
medidas, referentes às
responsabilidades indi-
vidualizadas e encadea-
das por todos os envol-
vidos no processo de
geração e tratamento
dos resíduos sólidos,
dos fabricantes aos di-
rigentes públicos da lim-
peza urbana, a fim de mini-
mizar os impactos causados
pelo lixo.
Em dezembro de 2010,
o Brasil comemorou a re-
gulamentação do Decre-
to-Lei 12.305, que esta-
belece as diretrizes para
a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS).
Resultante de mais de
20 anos de discussões,
o desafio posterior tem
sido fazer valer a lei,
que inova em sua con-
cepção e abrangên-
cia, da qual se destacam
quatro exigências básicas:
a erradicação dos lixões,
a elaboração do Plano
Municipal de Resídu-
os Sólidos, a inserção
social dos catadores de
lixo e a logística rever-
sa, que impõe à indús-
tria o aproveitamento
das sobras e dos re-
síduos.Alguma medi-
das dessa natureza já
eram previstas em ou-
tras leis e instruções
normativas, cwomo
a Lei do saneamento Bá-
sico, mas havia necessidade
de uma lei própria que abran-
gesse toda a cadeia que envol-
ve os resíduos sólidos.
12
Goiânia, setembro de 2014ENTREVISTA
A professora da Universidade da Integração Internacional da Luso-
fonia Afro-Brasileira (Unilab), Luma Nogueira de Andrade, buscou na
educação e no engajamento social formas de superar as dificulda-
des sociais, principalmente, o preconceito por ser homossexual. Em
2012, ela se tornou a primeira travesti no Brasil com título de doutora,
concedido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal
do Ceará (UFC),ao produzir uma tese inspirada nas experiên-
cias que viveu ao longo dos anos no ambiente escolar. Luma
Nogueira, em visita à UFG para participar de uma banca de dis-
sertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação Interdis-
ciplinar em Direitos Humanos, aceitou conversar com o Jornal
UFG e nos contou sobre sua trajetória de vida e o reconheci-
mento que tem recebido. Confira!
O acesso a informação a pessoas pertencentes à comunidade
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêne-
ros (LGBT) ainda é muito difícil no Brasil. O que favoreceu a sua
trajetória até se tornar a primeira travesti docente doutora de uma
universidade federal?
Temos de considerar o contexto histórico. Muitos homossexuais
não tinham oportunidade de ir à escola, principalmente na dé-
cada de 1980, quando surgiu o surto da Aids e havia a ideia de
que a homossexualidade era contagiosa. Foram criados decretos
que impediam a presença de homossexuais nas escolas, ou seja,
havia um preconceito institucionalizado. Consequentemente, as
vítimas de preconceito não tinham acesso ao trabalho, eram to-
talmente excluídas. Então, elas iam para as ruas e utilizavam o re-
curso que lhes restava: a comercialização do corpo para sobre-
viver e existia demanda de muitos homens que as procuravam.
Como você conseguiu superar todos os preconceitos e hoje ter o
reconhecimento pelo seu trabalho acadêmico?
Teve um começo que foi mais doloroso, mas sempre viveremos
em um contexto de lutas, porque quem cria as leis é uma camada
da sociedade que tende a atender aos seus interesses. Assim,
questões de diferença deixam de ser abordadas. A nos- sa preo-
cupação deve ser a de conquistar espaços. Para um travesti, gay
ou lésbica, um obeso, uma mulher, um negro é importante ocupar
espaços determinantes para as mudanças na sociedade para,
assim, lançarem olhares diferenciados e não o olhar da socieda-
de ocidental hegemônica. Dessa forma, conseguimos aberturas
para mudar o que já está preparado. Achamos que a criação
de leis garante a paz e que elas devem ser cumpridas, mas não
podemos esquecer que as leis são construções que dizem quem
é humano e quem não é humano, pois quem tem direitos é cida-
dão e quem não tem direito não é. Portanto, os direitos humanos
conquistados pelos movimentos sociais são a única forma de
quebrar muitas injustiças. Temos de problematizar isso, pois a
existência da lei não é garantia de paz, por ser criada a partir de
interesses. Na verdade, o que queremos não é igualdade, e sim
equidade, na medida da diferença de cada um.
No desenvolvimento da sua tese, você questiona como o estudante travesti se move den-
tro da ordem normativa da escola. Quais conclusões você chegou?
A partir da minha geração, encontramos travestis que têm acesso às escolas, mas não
podem expressar toda sua singularidade, ou melhor, a feminilidade não é reconhecida
pelos espaços que legitimam a sexualidade. Eu, por exemplo, não tinha o direito de ir ao
banheiro como outros colegas tinham. Por conta dessa singularidade, eu não era aceita
no banheiro feminino e nem no masculino. Com a minha pesquisa comprovei que exis-
tiam homossexuais nas escolas mas eles não eram aceitos em suas diferenças. Mesmo
assim vamos resistindo. Atualmente existem mecanismos legais que garantem a abertura
para o reconhecimento dessa diferença. Fruto de lutas anteriores. No Ceará, por exem-
plo, o Conselho Estadual de Educação decretou que todas as instituições de ensino do
Estado têm de aderir ao uso do nome social e tratar essas pessoas como elas gostam de
ser tratadas, em documentos e nas relações sociais. Hoje, existem muitos dispositivos
legais importantes, mas não quer dizer que resolvam a questão. Às vezes, a lei existe,
mas há pessoas que preferem escondê-la para que os travestis não possam reivindicar
seus direitos. Ainda há muito a ser feito e existem muitos dispositivos legais para que
nossa cidadania seja garantida.
E quanto ao ambiente universitário?
Não é muito diferente. Os mesmos processos de enfrentamentos
e de conquista que passei no ensino básico, passei também no
ensino superior, principalmente, com professores que eu pensei
que seriam mais compreensivos. Porém, temos de entender tam-
bém que isso não é só culpa de quem expressa preconceitos.
As pessoas são vítimas de processos hegemônicos e conserva-
dores, porque são levadas a pensar de acordo com um modelo
pré-existente. Quando não há espaço para produzir uma reflexão,
ela só será feita por aqueles que possuem sensibilidade e são
solidários com essas questões. As pessoas tendem a reproduzir
a educação recebida pela família. Mas é preciso deixar de lado
a forma conservadora de pensar. Onde trabalho vejo comentá-
rios do tipo: “Olha, agora temos uma professora que é travesti.”
“Disseram que um travesti não tem capacidade, que nada!”. O
impacto com uma professora travesti é muito grande, porque os
alunos chegam carregados de estereótipos. Acredito que a mi-
nha presença junto a eles passa a desconstruir esses estereó-
tipos. Por isso a sociedade conservadora tenta fechar as portas
para as pessoas com diferenças, porque quando elas entram,
elas desconstroem tudo o que foi feito de forma preconceituosa.
Você acredita que o ambiente escolar é o mais apropriado para
trabalhar essas questões?
Sim. Porque é esse o lugar institucionalizado para a formação de
crianças e jovens para a vida em sociedade, então o ambiente es-
colar é o local primordial onde devem ser tratadas essas questões.
Michele Martins
“NA VERDADE,
“O QUE QUER-
EMOS NÃO É
IGUALDADE, E
SIM EQUIDADE,
NA MEDIDA DA
DIFERENÇA DE
CADA UM.”
É preciso
problematizar
questões
de gênero
nas escolasLuma Nogueira de Andrade
13
EM TEMPOGoiânia, setembro de 2014
O biólogo e professor do Evolu-
tionary Morphology Biomecha-
nics Laboratory da University
of Liverpool, Inglaterra, Kristian
D´Aout, visitou a UFG no mês
de agosto e foi recebido pelo
reitor Orlando Amaral. Durante
duas semanas, Kristian D´Aout
desenvolveu atividades no La-
boratório de Bioengenharia e
Biomecânica da Faculdade de
Educação Física (FEF), minis-
trou palestras sobre locomoção
humana e animal e explicou
sobre as possibilidades de in-
tercâmbio, pesquisa e finan-
ciamento por sua universidade
de origem, para divers as áreas
do conhecimento. O interes-
se em visitar a UFG surgiu em
2013, durante um congresso
de Biomecânica realizado no
Brasil, quando o biólogo entrou
em contato com o professor da
FEF, Marcus Fraga. Na ocasião,
Kristian D´Aout e Marcus Fraga
Como resultado da assinatura
do Memorando de Entendi-
mento com a Agência Espa-
nhola de Cooperação Interna-
cional para o Desenvolvimento
(Aecid), vinculada ao Minis-
tério de Assuntos Exteriores e
de Cooperação da Espanha
(Maec), a professora leitora
María Asunción Perez Pajares
atuará na área de Espanhol da
Faculdade de Letras (FL) da
UFG. A função da professora
é apoiar o desenvolvimento e
consolidação do ensino de es-
panhol na UFG. Ela permane-
cerá na instituição por um ano,
Leitora de espanhol
atuará na UFG
Professor inglês
articula pesquisas
em Biomecâmica
O professor David Crumpton da
University of Maryland (UMD),
Estados Unidos, permaneceu
em Goiás, no período de 28 de
julho a 5 de setembro de 2014,
como professor visitante na
Faculdade de Administração,
Ciências Contábeis e Econo-
mia da Universidade Federal
de Goiás (Face). David Crump-
ton está desenvolvendo uma sé-
rie de atividades, com destaque
para a formação de um grupo de
pesquisa, com temas de interes-
se das áreas de Administração
Pública das duas instituições
(UFG e UMD), a formulação de
diretrizes para um concurso de
melhores práticas em Adminis-
tração Pública, a elaboração de
pro- posta de uma disciplina de
administração Pública
Administração
Pública motiva
parceria com
Universidade de
Maryland
Carlos Siqueira
Carlos Siqueira
Adriana Cristina
planejaram estratégias de coo-
peração que resultaram nessa
primeira visita à UFG, com re-
cursos da universidade ingle-
sa. O professor inglês, junto a
pesquisadores da UFG, coletou
informações sobre antropome-
tria do pé humano de grupos
indígenas. Kristian D´Aout in-
vestiga as adaptações culturais
e biológicas da forma de andar
do ser humano para detectar os
diferentes estímulos e movimen-
tos musculares. De acordo com
Marcus Fraga, o estudo é pre-
liminar e permitirá uma análise
comparativa inicial da marcha
em condições controladas e,
assim, inspirar futuros trabalhos
de campo. Kristian D´Aout afir-
mou que a análise da anatomia
funcional dos diversos grupos in-
dígenas contribuirá para a com-
preensão física e antropológica,
bem como aplicada e clínica
para o ambiente cientfico.
podendo ter o contrato
renovado por mais dois anos,
e contribuirá também com
a Coordenadoria de Assun-
tos Internacionais (CAI) no
que se refere à cooperação
com instituições espanholas.
Deacordocomacoordenadora
da CAI Ofir Bergemann, esse é
o terceiro Memorando assinado
pela UFG, que, nos últimos seis
anos, trouxe outras duas profes-
soras leitoras de espanhol: Victo-
ria Palma Ehrichs (2008-2011) e
Miriam P. Larrosa (2011-2014).
comparada entre Brasil e Es-
tados Unidos, além da criação
de um curso de especializa-
ção (lato sensu) em Análise
de Políticas Públicas, uma das
especialidades do professor,
por meio de um convênio assi-
nado entre as instituições, que
abrirá novas oportunidades de
intercâmbio.
O convênio, assim como os
projetos conjuntos a serem de-
senvolvidos, foram objeto de
discussão em reunião realiza-
da no dia 7 de agosto entre o
reitor da UFG, Orlando Amaral,
a coordenadora de Assuntos
Internacionais, Ofir Bergemann
de Aguiar, os professores da
Face, Vicente da Rocha Soares
Ferreira e Estela Najberg, e o
professor visitante.
14
Goiânia, setembro de 2014VIDA ACADÊMICA
Estudo da UFG revela que baixa procura por cursos
de licenciatura ameaça o futuro da docência
Camila Godoy
básico de Inglês e apenas 42%
disseram ter escolhido o curso
por acreditar em aptidão pró-
pria. Ainda assim, mesmo com
as vagas ociosas, no período
de 2008 a 2012, foram cria-
das 438 novas oportunidades
para cusar licenciatura na uni-
versidade. De acordo com o
pró-reitor de Graduação da
UFG, Luiz Mello, a instituição não
pretende acabar com qualquer
das graduações de licenciatu-
ra: “Pelo contrário, existe um
grande esforço para diminuir a
evasão nesses cursos e, com
isso, garantir a formação de
professores”.
Incentivos - Bolsas de in-
centivo, como Programa Bol-
sas de Licenciatura (Prolicen),
IPrograma de Monitorias e Pro-
grama Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência (Pi-
bid), ligado à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes), ten-
tam di- minuir a evasão nos cur-
sos de licenciatura. No entanto,
mesmo com as iniciativas, a ca-
rência de profissionais só tem
aumentado, principalmente em
cursos como o de Física, Mate-
mática e Química.
A estudante do 6º período do
curso de Matemática, Hebony
Carla Santana, conta que se
interessou pela carreira docen-
te depois de participar de uma
palestra no Espaço das Profis-
sões (evento organizado pela
UFG, que promove o encontro
de alunos de ensino médio com
a universidade, ajudando-os a
conhecer os cursos oferecidos
pela instituição).
Jordana Silva, estudante do 2º
período do curso de Letras da
UFG, está confiante na escolha
de sua carreira: “Certas áreas
são muito visadas e o curso de
Letras fica para escanteio, as-
sim, aproveitei que adoro Portu-
guês e que o mercado oferece
promissora carreira na rede pri-
vada de ensino”. Apesar do oti-
mismo da aluna, para a maioria
dos profissionais da educação,
as realidades dos ensinos públi-
co e privado são bem diferentes.
De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação de
“E O
SALÁRIO
OH...”
Por que
quase
niguém
quer ser
professor?
Goiás (Sintego), o piso salarial
dos professores efetivos da Se-
cretaria de Educação de Goiás
(Se- duc) varia de R$ 1.285,04
a R$ 2.570,08, dependendo
da carga horária. Para os profi
ssionais contratados tempo-
rariamente, a situação é ainda
pior. Esses profi ssionais rece-
bem R$ 8,37 por hora/aula, sem
direito ao bônus anual por pro-
dutividade e de participar de
greves. Já na rede privada, al-
gumas escolas che- gam a pa-
gar mais de R$ 40,00 hora/aula.
Há algum tempo que a carreira
de docência é desprestigiada por
grande parte da sociedade. Esse
posicionamentotemrefletidonoin-
teresse e na procura pelos cursos
de licenciatura da Universidade
Federal de Goiás (UFG) que, pre-
ocupada com a baixa demanda,
tem acompanhado os números de
matrícula e o pefil dos estudantes
das 57 licenciaturas oferecidas
nas quatro Regionais da instituição
Catalão, Goiânia, Goiás e Jataí. O
estudo, organizado pela Pró-Reito-
riadeGraduação(Prograd),revela
que o futuro da docência pode es-
tar ameaçado.
De acordo com os dados le-
vantados, a média de candidatos
para cada uma das 2.484 vagas
oferecidas oscilou de 1,24 a 6,20
nos últimos oito anos. No Proces-
so Seletivo 2013/1 oito cursos de
licenciatura não atraíram mais
de um candidato por vaga e, em
2014/1, 11 deles não alcançaram
essa concorrência.
No Vestibular 2014/2, os números
se repetiram e, dos 18 cursos de
licenciatura ofertados, 11 não re-
ceberam mais de uma inscrição
por vaga, todos na modalidade de
Educação a Distância (EaD).
O estudo da Prograd tam-
bém avaliou o grau de preparo e
informação dos estudantes dos
cursos de licenciatura que che-
gam à universidade, tendo como
base as menores pontuações
obtidas pelos classificados em
cada etapa dos Processos Se-
letivos. No Vestibular 2012/1, na
prova de 90 questões, cada uma
valendo 1,0 ponto, a menor pon-
tuação entre todos os concorren-
tes classificados nos cursos de
licenciatura foi 14. Número muito
inferiorsecomparadoaoscursos
mais concorridos, como Medici-
na, que foi 65, e Engenharia Civil,
que foi 58. No Processo Seletivo
2014/2, a menor pontuação en-
tre os classificados nos cursos
de licenciatura foi cinco. O pro-
blema com a qualificação não
para por aqui. Dados da pes-
quisa apontam que cerca de
50% dos alunos dos cursos de
licenciaturanão têm o hábito de
leitura contínua, lendo, no máxi-
mo, três livros por ano, 80% re-
velaram não ter conhecimento
“existe um
grande esforço
para
diminuir a
evasão nesses
cursos e, com
isso, garantir a
formação de
professores”.
15
Goiânia, setembro de 2014 VIDA ACADÊMICA
Entusiasmada com as discipli-
nas a serem cursadas e com as
possibilidades para a carreira,
em 2012, Hebony Carla San-
tana ingressou no curso de Li-
cenciatura em Matemática. Ela
explica que a graduação exige
muita dedicação e que, para
conseguir dar continuidade aos
estudos, teve que abandonar
seu emprego: “O apoio financei-
ro dos meus pais foi fundamen-
tal, mas as bolsas oferecidas na
universidade são imprescindí-
veis para que alunos em condi-
ções semelhantes a minha con-
sigam estudar”. Apesar disso,
para a coordenadora do curso
de Licenciatura em Matemáti-
ca, Elisabeth Cristina de Faria,
o valor das bolsas oferecidas
ainda é baixo e, consequente-
mente, não atrai muitos alunos.
Ela afirma que a maioria dos
estudantes de licenciatura são
alunos que precisam trabalhar
para se sustentarem, por isso,
durante o curso, optam por
empregos em outras áreas
ou por estágios não obrigató-
rios. “Existem estudantes que
Conheçaas
principais
bolsas de
insentivo
oferecidas pela
UFG aos
estudantes dos
cursos de
licenciatura:
Seção de Seleção, Aquisição e Intercâmbio da Biblioteca Central, Câmpus Samambaia.
Fones: (62) 3521-1152 / 1833 | Site: www.bc.ufg.br | e-mails: ritapereira.ufg@gmail.com
histórica de desvalorização do
professor”, argumentou. Além
da baixa remuneração, Mirian
Fábia Alves lembra que a pre-
cariedade na infraestrutura de
muitas escolas e o número ele-
vado de alunos por sala de aula
também têm contribuído para a
crise na docência.
“Os professores se deparam
com turmas, por oito ou dez
horas diárias, com 40, 50 alu-
nos.m trabalho rextremamente
estressante e pouco valoriza-
do”,elatou a chefe de Assesso-
ria. O assessor de Assun- tos
Institucionais da Reitoria da
UFG, Nelson Amaral, defende
que a realidade de desvaloriza-
ção dos professores só poderá
ser transformada com o estabe-
lecimento de planos de cargo
e salários para a carreira, com
a definição de re munerações
compatíveis om outras profis-
sões que exigem a mesma for-
mação, e de infraestrutura ade-
quada nas escolas: “Só dessa
forma a profissão deixará de
ser vista como última opção de
carreira para os alunos”
COMUNIDADE
PERGUNTA
logo no início do curso pas-
sam a dar aulas em plantões
e reforços de escolas priva-
das, substituem professores
na rede pública de ensino ou
dão aulas particulares”, contou.
Elisabeth Cristina de Faria ex-
plica que muitos de seus alunos
não conse- guem conciliar seus
empregos com a dedicação exi-
gida pelo curso: “Para muitos
estudantes, formar em quatro
ou sete anos não importa, afinal,
eles já estão trabalhando. Assim,
infelizmente, eles não conse-
guem desfrutar da formação
exigida pela licenciatura”.
Desafios para a docência
Segundo Mirian Fábia Alves,
chefe de Assessoria de Li-
cenciatura da Prograd, o atu-
al desprestígio da profissão
de professor e a baixa procu-
ra pela carreira revelam uma
crise nas escolas, na organi-
zação social, nos valores, na
cultura e na ética social. “Há
uma discrepância entre o dis-
curso centenário de que o Bra-
sil só vai melhorar por meio da
educação e nossa construção
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(Pibid):
Seleciona projetos para que estudantes exerçam atividades pe-
dagógicas em escolas públicas de ensino básico. São oferecidas
705 bolsas.
Valor: R$ 400,00 mensais.
Duração: dois anos (a bolsa pode ser renovada por igual período)
Edital: lançado de acordo com o surgimento das vagas
Programa Bolsas de Licenciatura (Prolicen)
Bolsa para projetos de pesquisa que produzam instrumentos di-
dáticos e novas perspectivas para o ensino na educação básica
São oferecidas 64 bolsas.
Valor: R$ 400,00 mensais
Duração: 12 meses
Edital: lançado no primeiro semestre de cada ano.
Monitorias
Estimula a carreira docente e promove a consolidação de conhe-
cimentos adquiridos por estudantes, que auxiliam os colegas que
apresentam baixo rendimento na aprendizagem de alguma disci-
plina. Divididas em duas modalidades: remunerada e voluntária .
São oferecidas 450 bolsas remuneradas.
Valor: R$ 362,00 mensais.
Duração: seis meses (a bolsa pode ser renovada por igual período) .
Edital: lançado no início de cada semestre e normas complemen-
tares são divulgadas por cada unidade acadêmica
Como faço para doar livros às
bibliotecas da UFG?
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás (Sibi/
UFG) tem a política de adquirir material de informação, que possa
servir de apoio ao cumprimento das finalidades da instituição, de
forma racional e sistemática. Esses materiais podem ser originados
de doações entregues nas bibliotecas com a intenção de serem in-
corporados ao acervo. As doações espontâneas podem ser de pes-
soas físicas, instituições privadas ou órgãos governamentais. Para
as doações espontâneas que envolvem até 50 itens, é solicitado ao
doador o preenchimento de um formulário disponível nas bibliote-
cas. Esse formulário deve ser anexado ao material no momento da
doação. Para as doações com mais de 50 itens, é solicitada uma
lista dos materiais ofertados, contendo: autor, título e ano de edição
das obras em pretensão de doação. Essa lista, que tem fins de
pré-avaliação, deve ser encaminhada por email para a biblioteca
designada. O responsável pelo recebimento das doações orientará
o doador sobre os procedimentos de recebimento, considerando
as possibilidades de incorporação ao acervo, descarte ou doação
para outras bibliotecas ou instituições, dependendo das necessida-
des institucionais ou condições físicas dos materiais. É preciso lem-
brar que as coleções doadas não são identificadas ou destacadas
com os nomes dos doadores nos espaços das bibliotecas.
16
O Departamento de Desen-
volvimento de Recursos Hu-
manos da UFG (DDRH) inicia
o processo de Avaliação de
Desempenho dos Servidores
Tévvcnico-administrativos da
universidade. A ação, referente
a 2013, tem o objetivo de, por
meio da avaliação de desem-
penho dos servidores e dos
docentes em funções adminis-
trativas, contribuir com a gestão
da UFG. Os dados da avaliação
também são utilizados pelos
servidores para as seguintes
finalidades: obtenção da pro-
gressão por mérito profissional,
concessão de licenças e afas-
tamentos e solicitação de remo-
ção e redistribuição.A novidade
no processo desse ano é que
todas unidades e órgãos deve-
rão designar servidores para a
ação de capacitação certifica-
da “Avaliação de Desempenho
e Sistema de Avaliação de De-
sempenho (SAD)”, com carga
horária de oito horas. Nessa
ação, eles serão capacitados
para atuar como multiplicado-
res, convocando reuniões para
discutir a avaliação de desem-
penho em suas unidades e
órgãos. Para compor as sub-
comissões de avaliação de de-
sempenho e realizá-la em seus
locais de trabalho, os membros
designados deverão concluir a
capacitação. Os servidores da
Regional Goiás deverão realizar
a capacitação em algum dos
câmpus da Regional Goiânia.
Tais mudanças pretendem apri-
morar o processo como ferra-
menta de gestão na UFG.
Confira as principais etapas
do cronograma da Avaliação
de Desempenho:
No dia 11 de agosto, foi reali-
zada a solenidade de abertura
do curso de Medicina da Re-
gional Jataí. Esse é o primei-
ro curso público de Medicina
do interior do Estado. O curso
funcionará em seus primeiros
anos no Câmpus Riachue-
lo até que as instalações no
Câmpus Cidade Universitária
sejam construídas.
Estudantes e professores
do curso acompanharam no
Auditório Maior, do Câmpus
Cidade Universitária, a aula
inaugural com a presença
do ministro da Saúde, Ade-
mar Arthur Chioro dos Reis,
do Reitor da UFG, Orlando
Programação do Processo de
Avaliação de Desempenho
é divulgada
Amaral, do prefeito de Jataí,
Humberto Machado da co-
ordenadora de Projetos Es-
peciais da UFG, Sandramara
Matias Chaves, da diretora da
Faculdade de Medicina (FM)
da Regional Goiânia, Fátima
Maria Lindoso, do diretor da
Regional Jataí, Wagner Gou-
vêa dos Santos, do vice-dire-
tor da Regional Jataí, Alessan-
dro Martins, do coordenador
do curso de Medicina da Re-
gional Jataí, Hélio Ranes Fi-
lho, da assessora de Gradua-
ção da Regional Jataí, Eliana
Melo Machado Moraes, além
de membros da sociedade,
que prestigiaram o evento. Período de inscrição na ca-
pacitação: 19/08 a 19/09 no
Sistema SAD do DDRH.
Datas das capacitações:
Câmpus Colemar Natal e Silva:
22/09/2014 - Câmpus Samam-
baia: 23/09/2014. Regional Ca-
talão: 24/09/2014.Regional Ja-
taí: 26/09/2014.
Período de cadastro das equi-
pes (membros e gestores em
cada unidade/órgão): 22 de
setembro a 10 de outubro de
2014
Período de execução da ava-
liação de desempenho: 14 de
outubro a 14 de novembro de
2014
Resultados:
19 de novembro de 2014
Publicação da Assessoria de Comunicação
Universidade Federal de Goiás
ANO IX – No 67 – SETEMBRO DE 2014
www.jornalufgonline.ufg.br
ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus Samambaia
C.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GO
Tel.: (62) 3521-1310 / 3521-1311
www.ufg.br – jornalismo.ascom@ufg.br – www.ascom.ufg.br
JORNAL
UFG
Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves;
Pró- reitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Ale-
xandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fiarovanti;
Pró-reitora de Extensão e Cultura: Giselle Ferreira Ottoni Cândido; Pró-reitor de Administração
e Finanças: Carlito Lariucci; Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos:
Geci José Pereira da Silva; Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária: Elson Ferreira
de Morais.
Jornal UFG – Coordenadora de Imprensa e editora-geral: Kharen Stecca; Editora: Michele
Martins; Conselho editorial: Cleomar Rocha, Luís Maurício Bini, Pablo Fabião Lisboa, Reinal-
do Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos
Telles; Projeto gráfico e editoração eletrônica: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Re-
portagem: Camila Godoy, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Colaboração: Renan Vini-
cius Aranha; Revisão: Letícia Braz; Estagiários: Dúnia Esper, Thaíssa Veiga e Warlos Morais;
Bolsistas: Águita Araújo e Letícia Antoniosi; Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da
UFG; Tiragem: 10.000 exemplares
CAMPUS EM FOCO Goiânia, setembro de 2014
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Regional Jataí tem início

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Arte e diversidade na galeria da CEU5

  • 1. Respeito ao nascimento O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológi- co, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um processo cada vez mais sistematizado e mercadológico. Goiânia, setembro de 2014 /67 ºedição UFG recebe designers de todo Brasil Plantas medicinais do cerrado são testadas na produção animal O Ndesign reune cerca de 1200 estudantes de todo o país apresentaram trabalhos acadêmicos e conferi- ram depoimentos de 70 profissionais convidados entre brasileiros e estrangeiros. As pesquisas devem contribuir com alternativas ao uso de medicamentos sintéticos na produção animal, os resultados apontam boas perspectivas. A lei é um projeto redução e tratamento do lixo, que inicia nas industrias e o processo vai até o lixão, seme- lhante com o que ocorre nos países de primeiro mundo. Lei dos resíduos sólidos ainda é descumprida
  • 2. 2 Águita Araújo Regional Jataí intensifica divulgação de pesquisas Criar um espaço físico para dar visibilidade à expressão artís- tica, tanto dos moradores da Casa do Estudante Universitá- rio V (CEU V) quanto de artis- tas dacomu- nidade, por meio da publicação de editais para seleção, era um desejo antigo dos residentes da moradia es- tudantil. Diante desse anseio, desde janeiro deste ano, inte- grantes da Comissão Perma- nente de Cultura e Lazer da CEUV e de órgãos da univer- sidade se articularam e se reu- niram para criar uma galeria na casa do estudante. De acordo com o estudante do curso de Letras, Pedro Mo- reira, a Galeria da CEU5 surgiu a partir de ações da Comissão Permanente de Cultura e Lazer da CEU V, que é constituída pelos moradores da casa e na qual ele é diretor, em parce- ria com as Pró-reitorias de Ext ensão e Cultura (Proec) e de Assuntos da C omunidade Uni- versitária (Procom). A Galeria da CEU5 iniciou suas atividades culturais em julho deste ano com uma ex- posição de obras de arte, inti- tulada Horizontes, produzidas pelos residentes da moradia estudantil, durante a Terceira Jornada Cultural, evento anual de comemoração do aniversá- rio da Casa do Estudante que ocorreu na CEUV.As próximas exposições serão realizadas por meio de editais para a se- leção de obras artísticas. Pedro Moreira, que também é diretor provisório da galeria, afirma que o espaço ainda está em processo de im- plantação. “Começamos com uma estru- tura mínima para o início das atividades”, explicou. Em um segundo momento, ele aguar- da que o Centro de Ges- tão do Espaço Físico (Cegef) realize algumas reformas para ade- quar o funcionamento efe- tivo da Galeria da CEU5. Estudantes dos cursos de Artes Visuais, Dança, Design de Ambientes, Ecologia, Filo- sofia e Letras, que residem na CEU V, produziram o material para a exposição Horizontes. A mostra artística esteve aber- ta ao público durante o mês de julho e tinha temática livre, uma vez que as obras já esta- vam prontas e a escolha ficou a cargo de cada expositor. Contudo, o estudante Pe- dro Moreira afirma que um cri- tério norteou todo o trabalho: diversidade. “Diversidade de linguagens, técnicas, temas e formação artístico-acadêmica. Assim, o objetivo era mostrar a riqueza que advém disso, como num bordado ou mosaico, onde o todo é mais que a soma das partes coloridas: é a figura em sua unidade”, esclareceu. João UNIVERSIDADE Galeria montada para inauguração Carlos Ferreira dos Santos é autor das aquarelas sobre pa- pel cartão, Banhista e Santinha, que foram expostas. Para o es- tudante do curso de Artes Visu- ais, a exposição Horizontes foi interessante para a divulgação de trabalhos e contribui para que os estudantes, cuja gra- dua- ção é relacionada com o desenvolvimento artístico, pos- sam se ambientar com a expe- riência de expor obras. “Essa iniciativa fomenta o desenvol- vimento artístico e cultural dos moradores”, acrescentou. De acordo o pró-reitor de Assuntos da Comunidade, Elson Ferreira de Morais as CEUs são vinculadas à Procom e o órgão procura desenvolver trabalhos que visam humanizar atividades desenvolvidas por estudantes. Já a Proec auxiliou na divulgação da exposição produzindo material gráfico, em parceria com o Centro Edi- torial Gráfico da UFG. Servido- res do Cegef também contribu- íram com a pintura do espa- ço e a instalação de algumas pe- ças da exposição. Segundo a Pró-reitora de Extensão e Cultura, Giselle Ottoni, a inicia- tiva é de fund os estudantes possam ter maior contato com a arte dentro da própria casa, além de receber pes- soas de outras localidades para de- senvolver atividades artísticas. 21% eram destinados à fabri- cação de sabão e 4% tinham destinos diversos. “Com isso, ficou evidente a necessidade de conscientizar a população sobre a importância da reutiliza- ção de tal resíduo que, se des- cartado irregularmente, pode causar graves danos ao meio ambiente. Dessa forma foi pro- posta, uma parceria entre essas instituições e a UFG”, explicou Paulo Roberto Meira. Em sua primeira etapa, o projeto envolveu diversas atividades nas escolas par- ceiras, como palestras de conscientização e uma ginca- na, com a qual foi possível arre- cadar, apenas no ano de 2013, a significativa marca de 3.000 litros de óleo. Na competição, o prêmio para a escola que conseguisse arrecadar a maior quantidade de óleo de fritura foi uma visita ao Laboratório de Química Orgânica e Inorgâni- ca, do Bloco de Ciências Exa- tas da UFG, para que os estu- dantes pudessem acompanhar a transformação do material coletado em biodiesel. A equipe do Laboratório de Química Orgânica e Inorgâ- nica, formada por estudantes de graduação, sob coordena- ção do professor Paulo Rober- to Meira, analisou o material co- letado e verificou, entre outros fatores, a acidez e a quantidade de água presente no óleo para, em seguida, re- alizar a produção de biodiesel. Análises realizadas apontaram que o biodiesel produzido se encontra dentro dos padrões das normas da ANP (Agência Nacional do Petróleo). “É importante ressaltar que os resultados positivos do pro- jeto não se restringem aos acadêmicos da UFG, já que, além de terem participado e acompanhado o projeto, mui- tos estudantes de ensino médio reproduziram o processo de reciclagem do óleo de cozinha nas feiras de ciências realiza- das por suas escolas, sob su- pervisão dos acadêmicos da UFG, compartilhando, assim, a informação e contribuindo no processo de conscientização da população”, afirmou a aca- dêmica Maria Aparecida G. Constantemente, veículos de comunicação anunciam re- sultados de pesquisas que podem mudar a forma como o homem vive, desde a cura de doenças até a descober- ta de métodos mais baratos e rápidos para a realização de importantes exames médi- cos. Entretanto, a maior parte das pesquisas se encerra sem que seus resultados sejam amplamente divulgados à co- munidade. Isso se deve, entre outras coisas, pela complexi- dade dos assuntos tratados, que, muitas vezes, fogem do entendimento da população. Diante do exposto, a As- sessoria de Comunicação (Ascom) da Regional Jataí da Universidade Federal de Goi- ás (UFG) pretende promover a interface entre o que é pro- duzido na instituição e a comu- nidade, divulgando resultados de projetos de pesquisa e de extensão promovidos por aca- dêmicos, docentes e servido- res técnico administrativos da universidade. O primeiro tema a ser abor- dado nessa série de ma- térias é a produção de energia por meio de formas alternativas, com destaque para o projeto Produção de biodiesel obti- do a partir do óleo de fritura, coordenado pelo docente do curso de Química e assessor de Extensão e Cultura da Re- gional Jataí, Paulo Roberto Ro- drigues Meira. O projeto, um dos contemplados pelo Progra- ma de Extensão Universitária (ProExt) 2015, do Ministério da Educação (MEC), problematiza o baixo índice de municípios que fazem o uso deste resíduo para fins energéticos e sugere a utilização em larga escala de óleo de cozinha na produ- ção de biodiesel. Em parceria com o estudante de graduação do curso de Química, Alysson Benite de Freitas, que também atua como professor em algu- mas escolas particulares de Jataí, pode-se verificar inicial- mente por meio do projeto que não existe na cidade o serviço de coleta sistemática e perma- nente do óleo de fritura para ser reaproveitado. Com o apoio de estudantes de ensino médio de quatro es- colas particulares em Jataí, nos quais Alysson Freitas é profes- sor, foi constatado que cerca de 75% do óleo utilizado pelas residências na cidade era des- cartado no esgoto, enquanto Estudantes da educação básica e da graduação aprendem sobre como transformar óleo de fritura em biodiesel Galeria foi inaugurada durante a Terceira Jornada Cultural da CEUVArte e diversidade na galeria da CEU5 Goiânia, setembro de 2014 Renan Vinicius Aranha Imagem de divulgação da campanha disponibilizada pela ASCOM
  • 3. 3 Goiânia, setembro de 2014 UNIVERSIDADE O Encontro Nacional dos Estudantes de Design (NDesign) reú- ne anualmente estu- dantes de todo o País, desde o início da década de 1990, para discutir questões filosóficas, culturais e científicas que envolvem a formação e o mercado profissional na área. A organização do evento, feito exclusivamente por estudan- tes, foi composta por integrantes de cinco instituições: Faculdade Cambury, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), SENAC, UFG e Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Este ano a cidade-sede foi Goiânia e as atividades, como palestras, apresentações de cases, oficinas e workshops, foram realizadas no Câmpus Samambaia da UFG, de 19 a 26 de julho. Cerca de 1.200 estudantes de todo o País apresentaram tra- balhos acadêmicos e conferiram depoimentos de 78 profissionais convidados entre brasileiros e estrangeiros. De acordo com um dos organizadores, o estudan- te de Design Gráfico da UFG, Marcos Túlio Batista da Silva, a concentração das atividades e o alojamento do evento no Câmpus Samambaia propor- cionaram maior mobilidade e entrosamento dos participan- tes. As opções de atividades foram extensas e os encontris- tas tiveram que se programar para conseguirem aproveitar o que julgavam mais importante den- tro da programação. Foi o caso da designer gaúcha Kim Cândido, que estava ansiosa no início do evento: “Apesar de ter participado de vários outros eventos, estou com grande ex- pectativa para as atividades do NDesign deste ano”, afirmou. Encontro nacional reune estudantes de Design Goiânia recebe Ndesign. Encontro anual de jovens para discutir as importantes questões acadêmicas e mercadológicas do design e trocar conhecimentos. Thaíssa Veiga Warlos Morais Depoimento de uma professora A paulistana Ciça Fittipaldi há 40 anos é ilustradora e desde 1993 é professora da Faculda- de de Artes Visuais (FAV) da UFG. Convidada para apre- sentar seu case no NDesign, ela reconheceu a importância do evento organizado por es- tudantes, uma vez que até hoje a inserção no mercado de tra- balho nessa área é difícil. “O mercado de Design em Goiânia era praticamente inexistente. As principais demandas eram da área de Identidade e Comuni- cação Visual, com uma prática profissional instalada no meio publicitário. A atuação de ar- quitetos também compartilhava o mercado de Design que teve que ser desbravado por nossos alunos, emergindo da UFG e da UCG”, esclareceu a professora. Faixada do Centro de Eventos da UFG devidamente decorada para recpção dos milhares de designer de todo país Professor Noberto Ungarelli da UFPA. Convidade ilustre do evento, compartilha sua trajetória com os estudantes Momento de descontração na Plenária Inicial Políticas Públicas de Design Ministrada pelo professor e coordenador do Laboratório de Políticas de Design da Uni- versidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Gabriel Patro- cínio, a palestra sobre políticas públicas de design apresentou aos participantes a percepção de que essa atividade profis- sional possui outros alcances. Para Gabriel Patrocínio, é pre- ciso despertar o interesse pelo design no âmbito governamen- tal. “Os profissionais da área normalmente se preocupam em explicar o que é o design, focando na sociedade, nas indústrias e, por último, no go- verno. Seria necessário atingir os governantes, conscientizan- do-os sobre a importância da área e, só então, passar para as indústrias e chegar à socie- dade”, afirmou o professor. Gabriel Patrocínio lembrou ainda a criação do O Diagnós- tico do Design Brasileiro, reali- zado pelo Centro Brasil de De- sign. Esse documento procura mostrar referências do Design para o desenvolvimento da in- dústria e oferecer, assim, sub- sídios para a elaboração des- sa política públi- ca no País. “O documento levantou dados impor- tantes sobre determi- nados segmentos industriais que utilizam o design e esse estudo deve conti- nuar sendo feito, pois orienta o governo sobre a importância da área”, disse Gabriel Patrocínio. Mídias digitais No último dia de atividades do NDesign, ocorreu a palestra É possível inovar em design para mídias digitais?, com o diretor de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira das Agências Digitais em Goiás (Abradi-GO), Leonardo Diogo. De acordo com ele, para en- contrar a inovação, o que re- almente importa é a experiên- cia do usuário. O público leva em consideração muito mais o conteúdo do que a aparên- cia. E é essa experiência que garante ao usuário um melhor aproveitamento do conteú- do. “Muitos confundem inova- ção com estas ferramentas: HTML5, JavaScript, Mobile, entre outros. Na verdade, es- ses são apenas recursos e eles são finitos, aparecem e somem com grande facilidade. Mas a inovação continua”, completa Leonardo Diogo. Ana Yamaguti, formada em Design Gráfico pela UFG Goi- ás, afirma que “o design não é só estética, mas também a apresentação de soluções para um mercado que possui grande concorrência”.
  • 4. 4 PARTICIPAÇÃO Goiânia, setembro de 2014 A campanha Diz Aí, organi- zada por uma comissão interna interdisciplinar, aconteceu nos dias 19 e 20 de agosto e mo- bilizou a comunidade universi- tária, com atividades culturais, para dialogar sobre novas pos- sibilidades de utilização do es- paço do Bosque Saint’Hillaire. Em quatro pontos da universi- dade – Centro de Convivência, Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e Instituto de Química (IQ) – foram es- palhados painéis, urnas e fol- ders nos quais a comunidade universitária pôde expressar sua opinião e sugerir melhorias para o espaço. “Foram realizadas várias ações no intuito de encontrar alternativas para o uso do bos- que, respeitando as diferentes visões sobre ele”, ressaltou um dos membros da comissão organizadora, o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Drogas e Outras Dependências (Neped), Eriberto Belivacqua. A ação contemplou mostra fo- tográfica, apresentações de música, dança e teatro, ativi- da- de itinerante com estudan- tes do curso de Musicoterapia e do PET Saúde Mental, além de uma roda de conversa. A ocupação artística des- pertou a atenção de alunos, professores e técnico-admi- nistrativos interessados em tor- nar o bosque um ambien- te de convivência e sociabi- lidade, com mais ações de incentivo à cultura. Entre as sugestões, foram menciona- dos, principalmente, aumento da seguran- ça, revitalização, instalação de lixeiras pelo per- curso da mata, ações culturais e iluminação. A comissão res- ponsável pelo evento irá com- pilar as opiniões e apresentar os resultados para a gestão da UFG avaliar a implementa- ção das sugestões. Roda musical chamou atenção dos alunos do Cepae sobre a importância da preservação do bosque da UFG Mostra fotográfica reuniu diferentes perspectivas da comunidade universitária sobre o Bosque Auguste Saint’Hillaire Alunos tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos durante a I Mostra Artística do Bosque Auguste Saint’Hillaire Campanha interdisciplinar visa motivacionar toda comunidade ufg a recuperação e aproveitamento do espaço do Bosque. VAMOS CONVERSAR SOBRE O BOSQUE? Serena Veloso
  • 5. 5 Passo a passo para marcação das férias ADMINISTRATIVO Serena Veloso Com o objetivo de integrar os siste- mas informacionais da universi- dade e trazer maior facilidade no acesso e na administração de funções das di- versas áreas da instituição, em 2013, a UFG iniciou a implantação do sof- tware Sistemas Integrados de Gestão (SIG). Organizado em módulos, o SIG permite atualização ágil e manipula- ção dos dados com maior eficiência. Durante esse processo, que du- rará em torno de quatro anos, serão priori- zados os módulos que possuam siste- mas correspondentes na UFG. Os sis- temas com tecnologia defasada serão substituídos, como é o caso do Gestão Acadêmica, que terá seus dados mi- gra- dos para o Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas (SIGAA). O primeiro módulo, implanta- do em junho de 2013, foi o de marca- ção de férias, do Sistema de Gestão Integrado em Recursos Humanos (SI- GRH). A in- formatização do agenda- mento de férias possibilita que os pró- prios servidores realizem a operação e que a chefia de cada setor homologue via sistema. “Para a área de RH foi uma gran- de novidade, porque o controle das fé- rias era estritamente manual. Antes, todas as unidades mandavam uma lis- ta no papel com o nome da pessoa e os dados das férias. Essa lis- ta era digitada por servidores do De- partamento do Pes- soal (DP) e trans- ferida para o Sistema Integrado de Administração de Recur- sos Humanos (Siape) do governo fede- ral”, explicou a diretora do DP da UFG, Maruska Vaz Sansaloni. A gestora do SIGRH, Wilma Maria Gonçalves dos Santos, acredita que GESTÃO Universidade moderniza sistemas de informação Goiânia, setembro de 2014 Nos próximos quatro anos, a UFG estará em fase de implantação dos Sistemas Integrados de Gestão Universitária, que irão melhorar o gerenciamento de informações na instituição Confira os procedimentos para programar as férias no SIGRH: de informação Por meio do Portal UFG (canto superior direi- to) acessar o Portal UFGNet; Clicar no menu Ad- ministrativo, no link Recursos Humanos - SIGRH; Selecionar a opção SIGRH (Recursos Hu- manos) e depois en- trar no sistema com o mesmo Usuário e Se- nha do Portal UFGNet; Autenticar usuário, in- serindo Login Único e Senha; Na página inicial do sistema, no canto di- reito superiWor, clicar no link Entrar no siste- ma; ou- tro benefício foi o de modificar a cultura da universidade na marcação de férias, deixando a responsabilida- de ao próprio servidor e ao diretor de sua unidade so- bre a melhor data e possíveis alterações. Para consolidar a implantação do módulo, era neces- sário que os servidores estivessem cadastrados no sistema. Por isso, foi implantado o módulo Cadastro. De acordo com o coordenador- geral do SIG na UFG, Dannyel Cardoso da Fon- seca, o sistema funciona de forma complementar, sendo que as informa- ções de um módulo, muitas vezes, são dependentes de dados inseridos em ou- tros. “Essa dependência é o que diferen- cia muito o SIG dos outros sis- temas da universidade, porque esses não são tão acoplados em nível de in- formação”, dis- se. Dannyel Cardoso ressalta ainda ou- tras vantagens do sistema: o funciona- mento integral via web e a uniformidade do visual e do uso dos sistemas. Parceria tecnológica – A UFG ad- quiriu o software de um projeto da Uni- versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O suporte à implanta- ção é feito por em- presa que surgiu de uma incubadora da UFRN, que dis- ponibiliza toda a tecnologia e atua na migração dos dados e customi- zação dos módulos, segundo as especi- fici- dades da instituição, com o acompa- nhamento de uma equipe local da área de Tecnologia da Informação. Atual- mente, 36 instituições federais utilizam o softwa- re, incluindo, entre elas, ór- gãos como a Polícia Federal e a Agên- cia Brasileira de Inteligência. Sistemas UFG Portal UFGNet Webmail Matrícula Concursos Portal SIG Autenticar Login Único: Esqueci minha senha Criar Login Único Ajuda Senha: |informe seu login único. informe sua senha. Entrar Administração de sistemas - SIGADMIN Recursos Humanos - SIGRH Guia de Recolhimento da União - SISGRU Recursos Humanos - SIGRH Recursos Humanos - SIGRH Geral Goiânia, 19 de Agosto de 2014 (UFGNet) ENTRAR NO SISTEMA Usuário: Senha: Entrar Entrar no sistema Os manuais com todas as informações sobre o acesso e a utilização dos recur- sos dos módulos em atividade, além da descrição detalhada dos módulos e sistemas SIG, estão disponíveis na pá- gina: www.portalsig.ufg.br No tópico Dados das Férias, in- formar os dados do parcelamen- to das férias, ou seja, o número de parcelas em que as férias serão divididas. Selecionada a quantidade de parcelas, preencher para cada período a quan- tidade de dias e a data de início das férias. Obs.: a programação das férias deve ser feita com o prazo máximo de 60 dias antes da data pretendida. Para receber o adiantamento das férias (restituído ao governo no segundo mês após o recebimento das férias) e a grat- ificação natalina (disponível apenas quando o primeiro período de férias é marcado para o primeiro semestre), basta marcar as caixas de seleção. Os chefes de cada unidade deverão acessar o menu Chefia de Unidade e o submenu Homologar Férias para au- torizar a solicitação de férias de cada servidor. Selecionando um deles, ao canto direito da tela, estarão disponíveis três ícones, um deles verde, que sinal- iza a opção de homologar as férias. Basta clicar nele e a operação estará concluída. Para conferir os dados das férias já marcadas, acesse o menu Férias, cli- cando no submenu Consulta/ Alter- ação/Exclusão de Férias, onde estarão disponíveis a indicação se foram ou não homologadas. Obs.: para alterar a data, é necessário fazê-la com um pra- zo máximo de 30 dias, antes do início das férias já registrada, e dentro do período de homologação. Ao entrar no sistema, o usuário deve clicar no menu Férias e escolher a opção Inclusão de Férias. Férias EXERCÍCIOS PRÓXIMOS Exercício Periodos 2014 1º Período 01/01/2014 0 31/12/2014 01/01/2015 30 Paga/Marcada SIGRH 1 Início Aquis. Dias Término Aquis. Início Dias Término Status Adiant. Salarial Origem Grat. Natalina Período Inclusão de Férias Consulta/Alteração/Exclusão de férias Cronograma de Férias da Unidade
  • 6. 6 PESQUISA Silvânia Lima O efeito antimicrobiano de muitas plantas do Cerrado, já conhecidas como terapêuti- cas, pode ser utilizado na nu- trição de animais ruminantes. Algumas dessas plantas estão sendo estudadas por pesqui- sadores da área de Produção Animal das cinco universida- des federais da região Cen- tro-Oeste, sob coordenação da Universidade Federal de Goiás (UFG). Com o apoio da Faculdade de Farmácia (FF), responsável pela extração e identificação das espécies e dos seus princípios ativos, bioprodutos da sucupira (Pte- rodon emarginatus Vogel), da copaíba (Copaifera langsdorffii Desf), do barbatimão (Stryph- nodendron adstringens (mar- tius) Coville) e do pacari ( La- foensia pacari A. St.-Hill) estão sendo testados na alimentação de bovinos, frangos, ovinos e suínos, na Escola de Veteriná- ria e Zootecnia (EVZ). Trata-se de uma importante ação de valorização da flora do Cerrado com o seu potencial fi- toterápico. Também participam dos estudos pesquisadores das Universidades Federais de Mato Grosso (UFMT), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade de Brasília (UnB). As pesquisas, algumas já concluídas e outras em fase de experimentação de campo, devem contribuir com alterna- tivas ao uso de medicamentos sintéticos na produção ani- mal. O conjunto de 12 proje- tos cons- titui a rede Produção Animal Sustentável financiada pela Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (Rede Pró-Centro-O- este). A coordenação da rede Produção Animal Sustentável é da UFG, sob res- ponsabilida- de do professor Juliano José Plantas medicinais do cerrado são experimentadas na produção animal de Resende Fernandes, da EVZ, tendo como subcoordenador o professor Gumercindo Loriano Franco, da UFMS. As pesquisas da rede Produção Animal Sustentá- vel ti- veram início em 2011 e devem ser concluídas em 2015. Os recursos aprovados para todos os projetos somam mais de R$ 3,2 milhões e são oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi- co (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), pela Rede Pró-Centro-O- este. Além de financiar diretamente os projetos, os recursos contribuem para ampliar e melhorar a estrutura de pesquisa da UFG e das demais Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Centro-Oeste. Os projetos congregam 42 pesquisadores, do- centes e estudantes de graduação e pós-gradua- ção, e já geraram muitos trabalhos acadêmicos, como artigos, dissertações e teses. Estão en- volvidos 17 pós-graduandos e mais de 20 bol- sistas da graduação. Diversas oportunidades de parceria surgiram, com a realização desses experimentos, entre diferentes unidades e insti- tutos da UFG, e também com outras instituições. Os recursos da Rede possibilitaram a criação de importantes laboratórios na EVZ. O Laboratório Multiusuário da Rede de Produção Animal Sustentável (Lamupas) envolveu a construção de 10 fermentadores de fluxo contínuo que simulam o trato gástrico de animais ruminantes, o que possibilita minimizar o número de experimentos com a utilização de animais canulados. O conjunto de fermentadores permite a simulação das condições ambientais do rúmen com controle computadorizado da movimentação, da acidez (pH) e da temperatura. O equipamento, desenvolvido pela equipe do professor Juliano Fernandes, é único no Brasil e encontra-se em processo de patente. Além desses equipamentos o Lamupas possui estrutura para análises de mi- nerais, aminoácidos, ácidos graxos e outros. O conjunto de equipamentos de ponta permite análises por meio de absorção atômica, de cromatografia gasosa e de cromatografia líquida. Também foi possível a instalação de uma câmara fria, importante na manutenção de reagentes e amostras experimentais. Outros laboratórios da UFG também são utilizados, como os de Histologia e Patologia Animal, da EVZ, de Parasitologia e de Produtos Naturais, da FF, e outros do Ins- tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP). Especialistas integrantes da rede de pesquisa analisam os efeitos antimicro- bianos da sucupira, da copaíba, do barbatimão e do pacari em ruminantes e monogástricos. Professor Victor Couto mostra o extrato de bar- batimão inserido na ração dos bovinos. Carlos Siqueira A participação da Faculdade de Farmácia foi fun- damental para a identificação das espécies e ob- tenção dos bioprodutos utilizados nas pesquisas Carlos Siqueira Estrutura Laboratorial Goiânia, setembro de 2014
  • 7. 7 Propriedades terapêuticas e bioprodutosA volorização da flora do Cer- rado é um dos objetivos da Rede Pró-Cen- tro-Oeste. As quatro plantas escolhidas para as pesquisas com animais são conhecidas por suas propriedades an- timicrobiana e antiinflamatória. Em hu- manos, a sucupira é usada ainda como analgésica e antirreumática, a copaíba como antitumoral, cercaricida e, junta- mente ao barbatimão e ao pacari, an- tiulcerogênica e cicatrizante. Tais plantas, na natureza, produzem substancias secundárias (não essen- ciais às suas funções fisiológicas) ca- pazes de inibir o ataque de predadores, como bactérias, fungos e protozoários. Esses compostos, utilizados na nutrição ou no tratamento tópico, podem apre- sentar efeitos antimicrobianos dese- jáveis. Entre os possíveis princípios ativos que podem estar presentes nos extratos, há os taninos, as saponinas e os beta-carofilenos. A escolha dessas espécies se deu também pela alta ativi- dade biológica, ou seja, são largamen- te encontradas. A partir do óleo da semente de sucu- pira e do óleo-resina da copaíba, obte- ve-se os óleos essenciais. Das cascas do barbatimão e do pacari, obteve-se o pó, ou extrato seco. Esses cons- tituem os bioprodutos processados no Laboratório de Produtos Naturais que viabilizaram os experimentos dos projetos da rede Produção Animal Sustentável da Rede Pró-Centro-Oeste. Essas espécies são reco- nheci- das também por outras qualidades, como exemplo a madeira, requerida na mar- cenaria e na construção civil, e a pouca exigência de solo, algumas são recomendadas para compor reflorestamentos mistos em áreas degradadas. Pau d´óleo, copaúva, óleo- -preto, óleo-rajado ou sim- plesmente copaíba. A árvore, que pode chegar a 40 me- tros de altura, é facilmente encontrada pelo forte aroma exalado de sua casca. O bál- samo da copaíba, ou óleo, é extraído por meio de uma in- cisão no tronco, apenas uma vez ao ano Faveiro, sucupira branca, fava de sucupira, fava de Santo Inácio, sucupira lisa são os nomes atribuídos à árvore de sucupira. A ma- deira dura e de longa dura- bilidade é outra vantagem. Além da semente, a casca e a raiz são largamente uti- lizadas contra diversas do- enças Resultados apontam boas perspectivas Rede de pesquisa Centro-Oeste O termo barbatimão é a denominação popular utilizada para uma varieda- de de plantas de larga ocorrência no Cerrado brasileiro. O nome deriva do termo indígena Iba Timo, que significa “árvore que aper- ta”, uma alusão à sua alta capacida- de de adstringên- cia. Suas conheci- das propriedades medicinais são atri- buídas à produção potencial de tanino. Dedaleiro, dedal, mangava-brava, amarelinho, candeia-de- -caju, copinho e louro-da-serra ou pacari é uma planta de porte arbóreo. Além dos usos terapêuticos já conhecidos, a planta está sendo estudada no tratamento de processos alérgicos. Em Goiás, sua madeira é muito utilizada para fa- zer eixos de carros de boi e a base da flor é usada como dedal Os pesquisadores da rede Produção Animal Sustentável procuram apresen- tar alternativas e desenvolver produtos a partir do uso de plantas do Cerrado, com a finalidade de reduzir gastos na produção animal e promover o aumento da eficiência de utilização dos alimen- tos e a preservação do bioma Cerrado, pela valorização e pelo estímulo ao uso sustentável dos seus recursos. Além disso, a busca por produtos fitogênicos na produção animal é algo novo e de extrema relevância. O professor Marcos Barcellos Café, que testa as plantas do Cerrado no combate à Escherichia coli patogênica em frangos de corte, expli- cou que “embora não hajam evidências científicas de que os antibióticos utilizados na produção animal cau- sem problemas à saúde humana, há tendência à proibição dessas substâncias, como já ocorre na maioria dos países europeus”. A maior par- te dos experimentos é voltada à influência dos bioprodutos es- tudados sobre a di- gestibilidade dos ali- mentos, buscando as dosagens corretas de acordo com os objeti- vos propostos em cada pesquisa. No caso dos ruminantes – bovinos de corte e de leite, mantidos em regime de confina- mento ou de pastejo – o uso dessas plantas é para contro- lar a fermentação ruminal, inibindo se- letivamente grupos de microrganismos menos eficientes no trato gástrico des- ses animais, conforme explica o profes- sor Victor Rezende Moreira Couto. Um experimento, envolvendo 115 bovinos confinados, está em andamento na EVZ, avaliando efeito do extrato de bar- batimão sobre o desempenho produtivo desses animais. Estudos prévios in vitro no Lamupas, já desmonstraram o efeito antibiótico do óleo da semente de sucu- pira, do óleo de copaíba e do extrato de barbatimão. Dos extratos inseridos na ração, o óleo de sucupira apresentou baixa aceitação por parte dos animais. O óleo de copaíba e o extrato de barbatimão são alternativas ao uso de antibióti- cos no desempenho de poederias comerciais Em suínos, a pesquisa avaliou o po- tencial antiparasitário do pacari e da sucupira no controle da sarna sarcóptica, com efeitos bas- tante positivos. De acordo com a professora Moema Pacheco Chediak Matos (EVZ), uma das responsáveis pela pesqui- sa, constatou-se que há “um grande potencial acaricida de algumas substâncias frente ao parasito causador da sarna sarcóptica, sendo verificada uma grande me- lhora na resposta em nível inflamatório e de cicatriza- ção nos suínos que foram tratados com os bioprodutos específicos”. Em todas essas pesquisas, são sugeridos mais testes para melhor definir formulações e dosagens dos extratos das plantas, a fim de tornar viável sua utiliza- ção pelos produtores. A sucupira e o pacari se mostraram muito eficazes no controle da sarna sarcóptica em suínos No caso dos frangos, três frentes de pesquisa foram realizadas na EVZ. Além de verificar o desempenho geral dos animais tratados com os bio- produtos do Cerrado, os estudos tiveram focos específicos quanto à ava- liação nutricional e metabólica, sob coordenação do professor José Hen- rique Stringhini, à saúde intestinal, pela professora Nadja Susana Mogyca Leandro, e ao aumento da imunidade contra patógenos no intestino, pelo professor Marcos Barcellos Café. Marcos Café informa que, em seus ex- perimentos, o barbatimão e o pacari possibilitaram melhoria na conversão alimentar. Já com a copaíba e a sucupira, a digestibilidade dos nutrientes foi semelhante ao chamado controle positivo, quando são usados produtos sintéticos. Na avaliação imunológica, os resultados sugerem que o óleo de copaíba tem efeito modulador da imunidade. Para poedeiras, a inclusão do extrato de barbatimão resultou em maior peso do ovo, semelhantes ao trata- mento com anti-bióticos. Em relação à qualidade da casca, com a inclusão do extrato de pacari, ocorreu melhora na qualidade e com o barbatimão, essa qualidade chegou a superar os resultados obtidos com a inclusão de antibióticos sintéticos. Estruturada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com o apoio dos Estados, de suas respectivas Fundações de Amparo à Pesqui- sa e das universidades federais, a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação objetiva fortalecer e consolidar a formação de recursos humanos e a produção de conhecimento para o desenvolvimento susten- tável da região. No primeiro edital da Rede, em 2010, foram contemplados 16 projetos multidisciplinares em diferentes áreas. Cinco deles estão sob coordenação da UFG e concentram nela seus experimentos. No segundo edital, lançado em 2013, outros cinco grandes projetos envolvendo pro- fissionais da UFG foram aprovados pela Rede Pró-Centro-Oeste. O Jornal UFG levará a público as pesquisas da Rede Pró-Centro-Oeste realizadas na universidade. Começamos, nesta edição, pela rede Produção Animal Sustentável, cujos pro- jetos envolvem o uso de bioprodutos de plantas me- dicinais do Cerrado na alimentação e tratamento de animais. PESQUISAGoiânia, setembro de 2014
  • 8. 8 O Brasil é recordista mundial em partos por cesarianas. No País, 52% das mulheres são submetidas a esse tipo de procedimento. Quando consideramos os números da rede privada, os índices chegam até a 90% em algumas maternidades. principalmente o da anestesia, foi sendo facilitada a hospi- talização. Apareceram meios julgados mais seguros para o parto, em instituição hospitalar. Contudo, isso trouxe também condutas intervencionistas e o uso exagerado de medicamen- tos. A mulher pensa que ir ao hospital ter um parto cesaria- no, com anestesia em que ela não sentirá dor, é mais seguro. Existe muito medo da dor. A mulher é levada a pensar que o parto é doloroso e que está colocando o bebê em risco, porque existe um falso discur- so que o parto pode passar da hora e o bebê ter problemas. Esses também são fatores que induzem a mulher a decidir pela cesariana. Quais as vantagens do parto normal? Quando uma cesárea é realmente indicada? Luiz Carlos Pinheiro – A mulher nasce preparada para o parto normal ou natural. En- tretanto, a cesariana não foi criada porque alguém queria marcar uma cesárea, mas de- vido a complicações de alguns partos em que mulheres mor- riam em trabalho de parto e crianças também. Existem ca- sos em que não fazer uma ce- sariana é desumanizar o parto. As vantagens do parto normal são que ele é mais fisiológico, o bebê nasce sem influência de medica- mentos, na maioria das vezes, e na hora certa. Um TV UFG e Ascom Por que o Brasil é recor- dista mundial em parto por cesariana? Luiz Carlos Pinheiro – Creio que esse recorde é de- vido a dois fatores: o tipo de formação do médico e a de- sinformação da gestante. Nós, médicos, somos treinados a tratar emergências e não a pro- moção da saúde. A tendência é ver o parto como uma doen- ça, um problema. Outro fator é o próprio sistema brasileiro, em que a mulher é ligada a um médico, diferente de outros países, em que é ligada a uma equipe de saúde ou instituição. Para se desvencilhar em ficar 24 horas disponíveis, os médi- cos criaram mecanismos para induzir a cesariana, uma vez que esse tipo de parto pode ser agendado e é mais rápido. O médico também se sente mais seguro, devido ao seu tipo de formação. Além disso, há a cul- tura do medo, como o medo da circular de cordão umbilical, e os discursos que diminuem a mulher como “você não dá con- ta, você é fraca”, sendo que o parto é um evento natural. Cristiane Vieira – Acredito que a medicalização e a hos- pitalização são fatores que contribuem para esse panora- ma. Antes o parto era feito em casa, com poucos recursos. Isso aumentou a mortalidade materna e neonatal. Com o surgimento das tecnologias, UNIVERSIDADE Goiânia, setembro de 2014CristianeVieira dos grandes problemas das cesarianas é que as crianças nascem antes da hora e preci- sam ser conduzidas para a UTI ao nascer. O parto cesariano, no entanto, é necessário em alguns casos, como exemplo, os de placenta prévia, gêmeos em que o primeiro não está ce- fálico (de cabeça para baixo), sofrimento fetal agudo e mecô- nio (primeiras fezes do bebê) espesso em começo de traba- lho de parto. Nesses casos, não é tão seguro nascer de parto normal. No Brasil, o alto índice de cesarianas também ocorre pelo fato das mulheres desco- nhecerem os riscos em longo prazo da cesariana e pensa- rem só no parto sem dor e rápido. Para a crian- ça, os riscos de uma cesariana marcada po- dem ser: ir para a UTI por dificuldade respi- ratória, problemas psi- cológicos no futuro por não ter completado o desenvolvimento e ris- cos de diabetes na in- fância. Para a mãe, risco oito a nove vezes maior de infecção e risco de reinternação, devido à dor. Para a próxima gravidez, ainda há o risco de placen- ta prévia, romper o útero, dor pélvica crônica, situações que as mães não se lembram ou não são alertadas ao marcar uma cesariana. Cristiane Vieira – O parto cesariano tem seus benefícios e é uma necessidade em al- guns casos. O parto humani- zado não tem nada a ver com o fato de ser normal ou cesá- rea. A cesariana também pode ser humanizada. Com certeza terão mulheres que vão pre- cisar da cesariana, nem por isso elas serão menos mães. Porém, o parto normal sendo possível traz benefícios para a recuperação da mulher e do bebê. Desencadeado na- turalmente e acompanhado com o mínimo de intervenções possíveis, ele traz mais segu- rança para a mãe e o bebê, pois a recuperação da mulher é muito mais rápida, o bebê respira melhor e tem menos necessidade de usar medica- mentos que podem atrapalhar a amamentação. Qual o conceito de par- to humanizado? Qual a di- ferença dele para o parto tradicional? Cristiane Vieira – Par- to humanizado é o parto feito comrespeito às decisões da mãe, de como ela escolheu ter o seu filho, mas de forma esclarecida sobre os benefícios de cada parto. Um parto res- peitoso evita condutas que tra- gam sofrimento para o bebê ou para a mãe e respeita o tempo dos dois. Se o profissional tem segurança de que a criança está bem, o bebê pode demo- rar um pouco mais a nascer e sem necessidade de interven- ções, como empurrar a barriga da paciente (kristeller), usar medicamentos como a ocitoci- na, que provoca muitas dores e acelera o trabalho de parto, ou usar técnicas de instrumentos para tirar o bebê, que podem ser necessários, mas não é re- gra para toda mulher, que são o vácuo extrator e o fórceps. O parto respeitoso é aquele que procura trazer para o momen- to do nascimento condições de conforto, de alívio da dor, pois não há como dizer que não há dor na contração, apesar de ter pacientes que dizem não sentir. O parto humanizado é aquele que respeita a mulher e o bebê, independente de ser normal ou cesárea. O parto humanizado come- ça então com o pré-natal, com as informações sobre o parto? Luiz Carlos Pinheiro – A humanização começa na pré- concepção, na orientação da mulher, no respeito ao pré-na- tal. A humanização do parto devolve o protagonismo da mu- lher no parto. Quando os par- tos passaram a ser realizados nos hospitais, a mulher passou a ser colocada deitada, a usar um tecido para separá-la do médico e a ser depilada, além além de ser submetida a lava- gem intestinal. O bebê nascia e era observado, aspirado, fica- va até oito horas longe da mãe. Percebeu-se, porém, que isso trazia mais malefícios do que benefícios. Em 1963, o francês Frederick Leboyer lançou um livro que horrorizou a classe médica, porque ele insinuou que o bebê tinha direitos sen- do desrespeitados na sala de parto. Ao nascer, o bebê pre- cisa apenas do contato com a mãe. No início do ano, houve um caso no Rio Grande do Sul em que uma mulher foi obri- gada a fazer um parto cesa- riano por ordem judicial. Até que ponto a mulher tem au- tonomia para decidir sobre seu parto e até que ponto o médico pode intervir? Luiz Carlos Pinheiro – Esse caso foi polêmico e não tenho uma opinião formada sobre ele. Atualmente, no Brasil, há duas correntes perigosas: a do médico que acha que todo parto tem de ser cesárea ou um parto normal com muitas intervenções e uma linha muito radical que acha que qualquer intervenção é desnecessária. Não pode haver radicalismos. Já acompanhei partos domi- ciliares, mas fico preocupado quando eles são feitos fora dos níveis de segurança, como os estabelecidos na Europa. Lá, as mulheres só têm parto domiciliar quando são gestan- tes de baixo risco. Mas, atual- mente, há quem acompanhe parto pélvico em casa, com gestante que já fez duas ce- sarianas anteriores. Na maio- ria das vezes dá certo, mas o bebê estará submetido a um risco maior. Parece-me que esse foi o caso dessa mulher. Acredito que houve falha na comunicação. Quando a pes- soa é bem tratada e quando o médico explica sobre os riscos, ela entende. O proble- ma da saúde é que, quando procuramos os serviços, até a voz de quem trata é autoritá- ria, de quem sabe mais, e isso tinha de acabar. CristianeVieira–Paraopar- to acontecer de acordo com a escolha da mulher, temos que avaliá-la também. Nesse caso, a paciente apresentava crité- rios que traziam riscos para a vida dela. Alguns deles ti- ram a possibilidade do parto normal. Os extremismos não devem existir. Há a linha com- pletamente extremista, que acha que nenhuma intervenção deve ser feita, mas não é toda mulher que terá um parto nor- mal sem a mínima intervenção. Outro tema bastante deba- tido é a violência obstétrica, como o uso de procedimen- tos não acordados, a exem- plo da episiotomia (corte da vagina). Como a senhora per- cebe essa relação conflituo- sa que envolve, às vezes, até ofensa moral? Cristiane Vieira – A violên- cia aumentou pela necessida- de de abreviar o parto. É a z falsa impressão de que se nas- cer rápido, será mais seguro. O uso de ocitócitos, a episio- tomia, empurrar a barriga para forçar que o bebê desça de forma mais rápida são condu- tas intervencionistas que cau- sam trauma e sofrimento para a mulher. Temos de respeitar o tempo de desencadeamen- to do parto. Quando há mui- tas interferências, nós, médi- cos e enfermeiros, causamos Parto humanizado retoma protagonismo da mulher
  • 9. 9 UNIVERSIDADEGoiânia, setembro de 2014 sofrimento para a mãe e para o bebê. Uma assistência apa- rentemente segura para a mu- lher pode trazer trauma para ela. Muitas mulheres optam por não ter mais filhos ou não ter um parto normal, devido ao sofrimento que o parto anterior lhe causou. Quais tipos de parto a gestante pode optar? Quais são mais indicados? Como avaliar onde a mulher deve ter o bebê? Luiz Carlos Pinheiro – O conceito de humanização de parto tenta dar à mulher e ao bebê condições mais se gu- ras para o parto. O parto hu- manizado não é apenas o par- to de cócoras, mas esse é o mais fisiológico. Pode-se ter também o parto sentado em uma banqueta de parto. Se a paciente quiser ter o parto deitada, que fique deitada. A cesárea quando necessária e não é feita também desumani- za. O parto cesariano pode ser feito de forma menos traumá- tica, dando o bebê à mãe ao nascer, para a ama- mentação na sala de parto. Agora o par- to doméstico já é controverso. Na Europa, é estimulado, mas na América do Norte há pes- quisas que mostram índice de mortalidade 10,5% maior em partos domiciliares. Cada mulher deve pesar os riscos e benefícios de um parto domici- liar e estar o mais próximo pos- sível de socorro. Só mulheres com gestações consideradas de baixo risco podem tentar o parto domiciliar. Cristiane Vieira – Indepen- dente de ser cesárea ou parto normal, ele deve ser humanizado. O Mi- nistério da Saúde tem investido em condutas para que isso acon- teça. A humanização não depende só da posição do parto. O local precisa permi- tir que a mulher ande durante o trabalho de parto, que ela tome banho e que tenha controle de luz. As instituições não estão preparadas para isso. Hoje não há esse espaço, nós, mé- dicos e enfermeiros, improvi- samos. O parto humanizado dá liberdade para a mulher em vários aspectos. Ela deve ser respeitada quando diz que não quer episiotomia ou que não quer ficar sem comer du- rante o trabalho de parto. A rede pública oferece uma estrutura básica para o parto humanizado? Cristiane Vieira – Essa es- trutura hoje é mais ampliada no SUS do que na rede privada. Existe o projeto Rede Cegonha que prioriza várias questões sobre gestação e parto. O caminho entre uma cesárea, um parto em casa e o trabalho de doulaExiste uma cultura no Brasil de que o parto é sinônimo de dor e deve ser rápido. No en- tanto, para algumas mulheres, que conseguem informações e apoio, parto não precisa ser sinônimo de problema, mas um rito de passagem, uma ex- periência sublime que muda completamente sua visão de mundo. Aline Willik, jornalista, é uma dessas mães que por meio do parto se transformou. Antes de engravidar de sua pri- meira filha, hoje com sete anos, a jornalista já tinha certeza que queria ter seus filhos por parto na água: “Li um livro sobre o parto na água e a ideia de meu filho não sofrer, não chorar no parto passou a ser prioridade para mim”. Porém, suas ex- pectativas não se concretiza- ram no primeiro parto. Com 40 semanas, após um exame que avalia a vitalidade do bebê, Ali- ne Willik foi levada a uma ce- sárea que, após muitos anos, entendeu não ter sido neces- sária, mas conveniente ao sis- tema. “Confiei na médica. Em geral, todos confiamos tanto nos médicos, que duvidar pa- rece estranho”, relatou. Cinco anos depois, na gestação do segundo filho, ao se consultar com a mesma obstetra, per- cebeu que poderia ser levada novamente a uma cesárea. En- tão, ela começou a buscar por um parto natural: “Queria uma médica, que atendesse por plano de saúde e fizesse parto humanizado e na água. Quan- do disse isso na internet, as pessoas riram. Porque isso não existe”. Quando conheceu um médico indicado nos grupos das redes sociais, Aline Willik fez uma sabatina e percebeu que havia encontrado um alia- do. Descobriu também que o parto na água em Goiânia é clandestino. “As maternidades de Goiânia não têm local pró- prio para isso e, formalmente, também não é possível ter um bebê fora do centro cirúrgico. O parto na água acontece na surdina nas maternidades”, explicou. O medo de que essa clandestinidade não permitisse que tivesse o parto na água fez com que ela decidisse ter seu parto em casa. Com a ajuda de uma enfermeira obstetriz e uma doula voluntária, que só conheceu no trabalho de parto, Aline Willik teve seu segundo fi- lho em casa, na água, com ma- rido e filha presentes. Foi a par- tir dessa experiência e também da relação estabelecida com a doula que a atendeu volunta- riamente, que ela decidiu aju- dar mulheres a terem seu parto humanizado. “É um trabalho de formiguinha. Cada mulher que se empodera e tem o seu parto respeitado é uma vitória para o movimento do parto humaniza- do. Foi pela vontade de ajudar mais mulheres a ter essa expe- riência que decidi ser doula”, relatou a jornalista, mãe e, atu- almente, doula. Para se capa- citar, Aline Willik fez um curso em uma empresa de Brasília ligada à Rede pela Humaniza- ção do Parto e do Nas- cimen- to (Rehuna). Ela conta que em Goiânia existem apenas os cur- sos das maternidades e que as doulas são formadas para atender dentro delas. No en- tanto, Aline Willik, que conhece diversas doulas que trabalham em maternidades, explica que elas acabam vendo determi- nadas condutas que caracteri- zam violência obstétrica e por isso, optou pelo curso fora das maternidades. Para Aline Willik, um dos primeiros partos na água, acompanhado por ela, foi a experiência que mais lhe mar- cou: “Encontrei a Natália no Facebook, querendo um mé- dico humanizado pelo Ipasgo. Expliquei a ela que não existia esse médico e como ela po- deria fazer para ter um parto humanizado. Ela trocou de médico com 38 semanas de gestação, pagou o parto par- ticular com dificuldades e eu fui sua doula voluntariamente. Como não tive tempo de tra- balhar alguns conceitos com ela durante a gestação, o que chamamos de empoderamen- to, a Natália me chamou mui- to cedo. Estava com a bolsa rompida, o que faz com que as contrações sejam mais fortes. Ela começou a sentir contra- ções a uma hora da manhã, chamou-me às oito da manhã e eu fiquei com ela até seu bebê nascer. A bebê só encaixou no final, depois da dilatação total. A cada contração ela vocaliza- va e não gritava. A bebê dela, como o meu, não chorou ao nascer. Ver a emoção dela ao ver que a bebê não havia cho- rado me marcou”. Aline Willik, como jornalista, protagonizou uma série sobre o parto hu- manizado na TV Brasil Central. “Para a série, acompanhei um parto normal e uma cesárea. Na cesárea, a mãe não vê o que acontece com o bebê de- pois que ele nasce. A equipe coloca uma cânula no bebê, a criança, que está sem ar, é chacoalhada, sacudida. A mãe só vê o bebê quando ele chora e não todo esse proce- dimento. Porém, não há inte- resse em desmistificar isso. O parto cesariano é interessante para o sistema – médico, plano de saúde, hospital – só não é interessante para a mãe e o bebê,” disse. Algumas leis já foram cria- das para que isso funcione, como a Lei do Acompanhan- te. A Rede Cegonha propõe a construção de centros de parto normal, ambientes preparados, em que a mulher pode andar, o acompanhante pode estar presente, além de ela ter um espaço individualizado e não de enfermaria, equipado com banheiras para parto na água, banquetas e cavalinhos para fazer exercício. Tudo para ace- lerar o processo de trabalho de parto, aliviando a dor sem me- dicamentos e intervenções. Muitas pessoas não co- nhecem o trabalho da doula. Como ela é treinada e como ela atua? Luiz Carlos Pinheiro – Doula é a pessoa que ajuda a mulher no parto. O trabalho da doula começa no pré- -natal. Ela fica próxima à mulher para fazer massagens, levá-la ao chuveiro, auxiliá-la na respiração. Quando a mulher tem a doula no pré-natal, percebo que o parto é mais fácil. Quando a mulher con- sente o parto, relaxa e deixa acontecer, ele é prazeroso. Se ela está com medo e trava, cada contração é traumática. Cristiane Vieira – A doula recebe um curso e é prepa- rada para cuidar da gestante. É importante que a doula es- tabeleça vínculo com a mu- lher durante toda a gestação, para orientá-la. Falo muito para amigas que engravidam: não busquem experiências ruins, busquem alternativas para es- tarem preparadas para o parto. É muito diferente quando o mé- dico ou o enfermeiro recebe uma paciente que foi bem pre- parada para o parto, daquela que não teve preparo. Luiz Carlos Pinheiro
  • 10. 10 SOCIEDADE Goiânia, setembro de 2014 O estudante Jyun Hishino cursa o sexto ano do curso de Medicina da UFG. Para alunos como ele, que estão prestes a ingressar na carreira profissio- nal, a prática é essencial para o desenvolvimento das habili- dades e competências apren- di- das ao longo dos anos na academia. Foi no Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) que o estudante teve a oportu- nidade de atuar dentro de um hospital frente a frente com os mais diferentes casos de pa- cientes na área de Ginecologia e Obstetrícia. Essa possibilida- de foi alcançada em virtude do convênio firmado em 2012 en- tre UFG, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) e Fundação de Apoio ao Hospi- tal das Clínicas (FUNDAHC) para a gestão compartilhada do HMDI. O objetivo do con- vênio é promover uma gestão diferenciada, a partir do mode- lo tripartite. Segundo a enfer- meira da maternidade, Maria Auxiliadora Gomes de Mello Brito, diferente- mente dos contratos estabelecidos com as Organizações Sociais (OS), esse tipo de gestão prioriza a construção coletiva das políti- cas internas, por meio de um plano de trabalho, além das ações de intervenção do hos- pital. O modelo de gestão foi inspirado no do Hospital Riso- leta Tolentino Neves, em Belo Horizonte/MG, onde foi firmado um convênio entre a Universi- dade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a prefeitura da cida- de. Já o modelo assistencial de atendimento foi orientado pelo trabalho do Hospital Sofia Feldman, também da capital mineira, referência nacional na assistência ao parto humaniza- do. No caso goiano, cada uma das partes tem responsabilida- des defini- das no convênio. A Secretaria de Saúde é encar- regada de fazer o repasse de recursos financeiros que são geridos pela FUNDAHC. Tal verba é destinada à contrata- ção de pessoal, à compra de insumos, equipamentos e me- dicamentos, ao pagamento de Todas as ins- talações, equipe profissional e práticas médi- cas do Hospital e Maternidade Dona Íris, levam em consideração as decisões da mãe e a fisiologia do processo do parto, evidencian- do e valorizando a humanização do parto, com foco na redução da mortalidade ma- terna e infantil. As principais ações promovidas são: Estudantes de graduação, pós-graduação e residentes vivenciam a rotina de atendimento de um hospital e são incentivados a desenvolver pesquisas Referência na assistên- cia ao parto humanizado e na atenção humanizada em Gi- necologia, Obstetrícia e Neo- natologia, a maternidade teve a experiência dos trabalhos desenvolvidos por médicos da área relatada no livro Assis- tência ao parto humanizado. A publicação foi lançada ano passado pelo professor Wal- demar Naves, junto ao também professor da FM e diretor-geral da maternidade, Maurício Gui- lherme de Campos Viggiano, e ao diretor da Maternidade Nascer Cidadão, Sebastião Fernandes Moreira. “A huma- nização é a alma dessa ma- ternidade. O livro norteia esse caminhar da parte técnica e da humanização do atendimento de saúde”, relatou Waldemar Naves. O livro ganhará uma segunda edição, com o título Assistência ao parto humani- zado e neonatal, e aprofundará nos diversos campos de aten- dimento da maternidade. Hospital e Maternidade Dona Íris amplia campo prático para alunos da área de saúde Todo mês, a maternidade recebe cerca de 60 estagiá- rios dos cursos de Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Nutrição e Farmácia, além de estudantes dos cursos de resi- dência em UTI Neonatal e em Ginecologia e Obstetrícia, que realizam atividades no Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa do HMDI. De acordo com Maria Auxiliadora Gomes, estudantes de outros cursos relacionados àáreadesaúdetambémpodem solicitar a realização de está- gio na maternidade, que rece- be exclusivamente estudantes da UFG, como foi estabelecido no convênio de gestão. Esse número deve ser ampliado com a criação de duas novas residências: uma em Mastolo- gia e a outra Multiprofissional. Novo campo para pesquisa e prática Assistência ao parto humanizado Também está em planejamen- to, junto à Faculdade de En- fermagem (FEN), a criação do curso de especialização de Enfermagem em Obstetrícia. O Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa é subordinado à Diretoria Acadêmica do hospi- tal, dirigida pelo professor da Faculdade de Medicina (FM), Waldemar Naves do Amaral. A unidade é responsável por co- ordenar as atividades acadê- micas e científicas, oferecendo aos alunos o acompanhamen- to de professores e profissio- nais. Para Waldemar Naves, “o Centro de Estudos traz aquilo que é sonho de todo indivíduo que trabalha com saúde, que é realizar o atendimento à po- pulação, sem deixar de fazer ciência”. Segundo o professor, alunos de pós-graduação já têm desenvolvido pesquisas serviços contratados e a outras despesas para manutenção da maternidade, estimadas em um plano anual de trabalho. “A Secretaria determina a política de atendimento. Também esta- belecemos as metas de aten- dimento e há uma negociação periódica com a SMS para ver se essas metas estão dentro do esperado”, explicou o diretor- -executivo da FUNDAHC, José Antônio de Morais. Segundo ele, a previsão de gastos até maio de 2015 é de cerca de R$ 56 milhões. Por sua vez, a UFG é responsável pelas atividades de ensino, pesquisa e exten- são. Sob orientação de profes- sores e profissionais, alunos da área de saúde da universidade podem vivenciar a rotina médi- ca no atendimento ambulato- rial, de urgência e emergência. nas áreas de Odontologia e Neonatologia, além de mono- grafias da graduação. Para regulamentar as pesquisas do hospital, está em fase de criação o Comitê de Ética em Pesquisa. • Orientção das doulas, pessoas que dão suporte físico e emocional à gestante antes, durante e após o parto; • Incentivo ao parto normal; • Estimulação de exercícios e massagens para alongar o períneo (músculo que con- tribui para a pas- sagem do bebê durante o parto) e aliviar as dores da paciente; • Realização do parto na água; • Evitar o uso do fórceps, instrumento para retirada do bebê no parto normal; • Somente em casos com extre- ma necessidade, realização da episiotomia (corte do períneo para a passagem do bebê); • Utilização do colírio de nitrato de prata nos olhos do bebê apenas nos partos vagi- nais, como pre- venção à oftalmia gonocócica; • Sala de parto com redução de barulho e da quantidade de luz do ambiente; • Corte do cordão umbi lical apenas após pa- rar de pulsar; • Não realiza- ção da manobra de kristeller, técni- ca que pressiona a parte superior da barriga da mu- lher para forçar a saída do bebê; • Incentivo ao aleitamento mater- no na sala de parto; • Incentivo ao contato pele a pele da mãe com o bebê nos pri- meiros momentos de vida e banho apenas após seis horas depois do nascimento; • Estímulo à presença do acompanhante, escolhido pela própria parturien- te, durante todo o procedimento do parto, ação garantida pela Lei 11.108, de 2005. Em dois anos de gestão compartilha- da, a unidade de saúde realizou cinco mil partos, mais de 63 mil atendi- mentos ambulatoriais e cerca de oito mil internações Serena Veloso Humanização no atendimento às gestantes
  • 11. 11 Goiânia, setembro de 2014 Lei dos resíduos sólidos ainda é descumprida A ausência das práticas previstas em lei evidencia obstáculos à destinação adequada do lixo. Em Goiás, a UFG atua na elaboração de planos ambientais e em projetos de inserção social Ao ser aprovada a PNRS, foi estabelecido o prazo de quatro anos para que os mu- nicípios brasileiros dessem fim aos depósitos de lixo sem tratamento adequado, sob pena de responderem por crime ambiental. Esse prazofoiencerradonoúltimo dia 3 de agosto. Esse e outros assuntos relacionados aos resíduos sólidos em Goiânia motiva- ram o Café com Políticas Pú- blicas, evento da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), realizado no mês de julho. URBANIDADE Perguntado sobre o que deve ocorrer com os muni- cípios que não cumpriram o prazo para dar fim aos seus lixões, Eraldo Henriques de Carvalho opina que prorro- gar o prazo para a aplica- ção da lei não adiantaria. Ele acredita que “tem que haver ações mais efetivas para mudar o cenário que perma- nece o mesmo do tratamen- to dado aos resíduos sólidos no Brasil”. Entre os palestrantes estava Pedro Henrique Baima Paiva, analista ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), com larga atuação em fóruns ambientais no município e fora dele, como na Câmara Técnica de Qualidade Ambiental e Resíduos Sólidos, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que destacou os entraves à aplicação da lei. “Apesar de possuirmos tecnologias su- ficientes para a destinação adequada do lixo, poucos municípios conseguiram eliminar os lixões, a maioria sequer possui um Plano Ambiental”, afirmou Pedro Henrique Baima, apontando esse como um dos reflexos da falta de políticas públicas para o setor. Ele sa- lientou ainda o despreparo das administrações públicas, geralmente providas de poucos técnicos e que não ocupam os cargos de decisão. Pedro Henrique Baima Fim dos lixões? A questão política. Goiânia no contexto do lixo Nos últimos meses, a capital goiana que ainda não possui a li- cença ambiental prevista na PNRS tem sofrido problemas com a coleta do lixo. A coleta seletiva também foi prejudicada pela falta de recolhimento dos materiais que abastecem as coopera- tivas de catadores. Em palestra, realizada no evento da FCS, o professor Francisco Mata (FSC) indagou sobre os investimentos públicos goianos para os resíduos sólidos. Ele lembrou do aci- dente radioativo com o Césio-137, um dos maiores do mundo, ocorrido em Goiânia, em 1987. “O que aprendemos com o Cé- sio-137? Quanto o Estado tem gasto com políticas públicas para essa área?”, questionou, instigando ainda a plateia acadêmica sobre a existência ou não de mecanismos definidos para avalia- ção do quadro e de pesquisas. Silvânia Lima Entraves e soluções – Pedro Henrique Baima foi enfático ao afirmar que os “resíduos sólidos constituem uma questão estratégica de saú- de pública para qualquer governo”. Mas isso ainda não condiz com a realidade brasileira, cuja ínfima parte dos cerca de 5.500 municípios possui aterro sanitário. Em Goiás, dos 246 municípios, apenas oito possuem licença ambiental: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bon- finópolis, Catalão, Campo Alegre de Goiás, Hidrolândia, Itarumã e Turvânia. Eraldo Henriques de Carvalho também ressaltou o entrave político: “Em geral, observa-se que ocorre um descaso, além da falta de técnicos, alguns municípios alegam falta de recursos para as me- didas necessárias, denunciando a falta de planejamento”. A atitude - O coordenador da Incubadora Social da UFG,- Fernando Bartholo, ressalta outro obstáculo importante às soluções do descarte do lixo: o fator cultural, traduzi- do por crenças, comporta- mentos e atitudes presen- tes em todos os segmentos sociais. Segundo ele, a “cul- tura do lixo” vigente con- sidera que lixo é tudo que deve ser descartado, sem maiores preocupações, o importante é se livrar dele, o que leva e reforça a cultu- ra da terceirização, em que “o problema” é delegado a outros, eximindo responsa- bilidades. Em verdade, toda essa discussão em torno do lixo envolve também o abas- tecimento de água, a drena- gem das águas pluviais e o tratamento do esgoto, ques- tões imprescindíveis às políti- cas públicas ambientais. Carlos Siqueira Cata Sol contribui para a inclusão Antecipando-se à lei e buscando oferecer um suporte técnico aos municípios interes- sados na inclusão dos seus catadores de lixo, desde 2012, a Incubadora Social da UFG mantém o projeto Catadores Solidá- rios (Cata Sol). Com o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Minis- tério Público e da própria UFG, em parce- rias com as prefeituras, o projeto contribui na implantação e no assessoramento da coleta seletiva, da incubadora social local e de cooperativas de catadores nos muni- cípios. Atualmente, o Cata Sol assiste oito municípios da região metropolitana de Goi- ânia, a previsão é que sejam 16 até o final de 2016. Com metodologia de trabalho di- ferenciada, privilegiando a prática dos en- volvidos, sua realidade e seus interesses, o projeto é executado por docentes e acadê- micos da UFG. UFG e o Plano Estadual Ambiental Os planos ambientais, da União e dos Esta- dos, previstos na Lei 12.305 estão em cons- trução. A UFG cuida do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás, sob coordenação dos professores Simone Pfeiffer e Eraldo Henriques de Carvalho, com o en- volvimento do núcleo de estudos da área, na Escola de Engenharia Civil, e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hí- dricos. O documento, de caráter orientador, reúne uma série de propostas integradas de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos em todo o Estado. Para Eraldo Henriques de Carvalho, o Plano Estadual irá ajudar muito os municípios goianos, ao traçar o panora- ma geral, apontando as áreas mais críticas, orientando e sugerindo medidas, como os aterros consorciados, que permitem o com- partilhamento entre municípios quanto ao destino adequado de seus resíduos. De acordo com o profes- sor Eraldo Henriques de Carvalho, coordenador do Núcleo de Resíduos Só- lidos e Líquidos, ligado à Escola de Engenharia Civil da UFG, “a Lei 12.305 é mais específi- ca e contempla políticas do primeiro mundo, se- guindo uma tendência mundial das políticas dos resíduos sólidos”. A lei institui instrumentos de planejamento em to- dos os níveis da cadeia, tanto na esfera empre- sarial quanto na gover- namental, extrapolando fronteiras ao estimular planos microrregionais e intermunicipais. Existem medidas, referentes às responsabilidades indi- vidualizadas e encadea- das por todos os envol- vidos no processo de geração e tratamento dos resíduos sólidos, dos fabricantes aos di- rigentes públicos da lim- peza urbana, a fim de mini- mizar os impactos causados pelo lixo. Em dezembro de 2010, o Brasil comemorou a re- gulamentação do Decre- to-Lei 12.305, que esta- belece as diretrizes para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Resultante de mais de 20 anos de discussões, o desafio posterior tem sido fazer valer a lei, que inova em sua con- cepção e abrangên- cia, da qual se destacam quatro exigências básicas: a erradicação dos lixões, a elaboração do Plano Municipal de Resídu- os Sólidos, a inserção social dos catadores de lixo e a logística rever- sa, que impõe à indús- tria o aproveitamento das sobras e dos re- síduos.Alguma medi- das dessa natureza já eram previstas em ou- tras leis e instruções normativas, cwomo a Lei do saneamento Bá- sico, mas havia necessidade de uma lei própria que abran- gesse toda a cadeia que envol- ve os resíduos sólidos.
  • 12. 12 Goiânia, setembro de 2014ENTREVISTA A professora da Universidade da Integração Internacional da Luso- fonia Afro-Brasileira (Unilab), Luma Nogueira de Andrade, buscou na educação e no engajamento social formas de superar as dificulda- des sociais, principalmente, o preconceito por ser homossexual. Em 2012, ela se tornou a primeira travesti no Brasil com título de doutora, concedido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC),ao produzir uma tese inspirada nas experiên- cias que viveu ao longo dos anos no ambiente escolar. Luma Nogueira, em visita à UFG para participar de uma banca de dis- sertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação Interdis- ciplinar em Direitos Humanos, aceitou conversar com o Jornal UFG e nos contou sobre sua trajetória de vida e o reconheci- mento que tem recebido. Confira! O acesso a informação a pessoas pertencentes à comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêne- ros (LGBT) ainda é muito difícil no Brasil. O que favoreceu a sua trajetória até se tornar a primeira travesti docente doutora de uma universidade federal? Temos de considerar o contexto histórico. Muitos homossexuais não tinham oportunidade de ir à escola, principalmente na dé- cada de 1980, quando surgiu o surto da Aids e havia a ideia de que a homossexualidade era contagiosa. Foram criados decretos que impediam a presença de homossexuais nas escolas, ou seja, havia um preconceito institucionalizado. Consequentemente, as vítimas de preconceito não tinham acesso ao trabalho, eram to- talmente excluídas. Então, elas iam para as ruas e utilizavam o re- curso que lhes restava: a comercialização do corpo para sobre- viver e existia demanda de muitos homens que as procuravam. Como você conseguiu superar todos os preconceitos e hoje ter o reconhecimento pelo seu trabalho acadêmico? Teve um começo que foi mais doloroso, mas sempre viveremos em um contexto de lutas, porque quem cria as leis é uma camada da sociedade que tende a atender aos seus interesses. Assim, questões de diferença deixam de ser abordadas. A nos- sa preo- cupação deve ser a de conquistar espaços. Para um travesti, gay ou lésbica, um obeso, uma mulher, um negro é importante ocupar espaços determinantes para as mudanças na sociedade para, assim, lançarem olhares diferenciados e não o olhar da socieda- de ocidental hegemônica. Dessa forma, conseguimos aberturas para mudar o que já está preparado. Achamos que a criação de leis garante a paz e que elas devem ser cumpridas, mas não podemos esquecer que as leis são construções que dizem quem é humano e quem não é humano, pois quem tem direitos é cida- dão e quem não tem direito não é. Portanto, os direitos humanos conquistados pelos movimentos sociais são a única forma de quebrar muitas injustiças. Temos de problematizar isso, pois a existência da lei não é garantia de paz, por ser criada a partir de interesses. Na verdade, o que queremos não é igualdade, e sim equidade, na medida da diferença de cada um. No desenvolvimento da sua tese, você questiona como o estudante travesti se move den- tro da ordem normativa da escola. Quais conclusões você chegou? A partir da minha geração, encontramos travestis que têm acesso às escolas, mas não podem expressar toda sua singularidade, ou melhor, a feminilidade não é reconhecida pelos espaços que legitimam a sexualidade. Eu, por exemplo, não tinha o direito de ir ao banheiro como outros colegas tinham. Por conta dessa singularidade, eu não era aceita no banheiro feminino e nem no masculino. Com a minha pesquisa comprovei que exis- tiam homossexuais nas escolas mas eles não eram aceitos em suas diferenças. Mesmo assim vamos resistindo. Atualmente existem mecanismos legais que garantem a abertura para o reconhecimento dessa diferença. Fruto de lutas anteriores. No Ceará, por exem- plo, o Conselho Estadual de Educação decretou que todas as instituições de ensino do Estado têm de aderir ao uso do nome social e tratar essas pessoas como elas gostam de ser tratadas, em documentos e nas relações sociais. Hoje, existem muitos dispositivos legais importantes, mas não quer dizer que resolvam a questão. Às vezes, a lei existe, mas há pessoas que preferem escondê-la para que os travestis não possam reivindicar seus direitos. Ainda há muito a ser feito e existem muitos dispositivos legais para que nossa cidadania seja garantida. E quanto ao ambiente universitário? Não é muito diferente. Os mesmos processos de enfrentamentos e de conquista que passei no ensino básico, passei também no ensino superior, principalmente, com professores que eu pensei que seriam mais compreensivos. Porém, temos de entender tam- bém que isso não é só culpa de quem expressa preconceitos. As pessoas são vítimas de processos hegemônicos e conserva- dores, porque são levadas a pensar de acordo com um modelo pré-existente. Quando não há espaço para produzir uma reflexão, ela só será feita por aqueles que possuem sensibilidade e são solidários com essas questões. As pessoas tendem a reproduzir a educação recebida pela família. Mas é preciso deixar de lado a forma conservadora de pensar. Onde trabalho vejo comentá- rios do tipo: “Olha, agora temos uma professora que é travesti.” “Disseram que um travesti não tem capacidade, que nada!”. O impacto com uma professora travesti é muito grande, porque os alunos chegam carregados de estereótipos. Acredito que a mi- nha presença junto a eles passa a desconstruir esses estereó- tipos. Por isso a sociedade conservadora tenta fechar as portas para as pessoas com diferenças, porque quando elas entram, elas desconstroem tudo o que foi feito de forma preconceituosa. Você acredita que o ambiente escolar é o mais apropriado para trabalhar essas questões? Sim. Porque é esse o lugar institucionalizado para a formação de crianças e jovens para a vida em sociedade, então o ambiente es- colar é o local primordial onde devem ser tratadas essas questões. Michele Martins “NA VERDADE, “O QUE QUER- EMOS NÃO É IGUALDADE, E SIM EQUIDADE, NA MEDIDA DA DIFERENÇA DE CADA UM.” É preciso problematizar questões de gênero nas escolasLuma Nogueira de Andrade
  • 13. 13 EM TEMPOGoiânia, setembro de 2014 O biólogo e professor do Evolu- tionary Morphology Biomecha- nics Laboratory da University of Liverpool, Inglaterra, Kristian D´Aout, visitou a UFG no mês de agosto e foi recebido pelo reitor Orlando Amaral. Durante duas semanas, Kristian D´Aout desenvolveu atividades no La- boratório de Bioengenharia e Biomecânica da Faculdade de Educação Física (FEF), minis- trou palestras sobre locomoção humana e animal e explicou sobre as possibilidades de in- tercâmbio, pesquisa e finan- ciamento por sua universidade de origem, para divers as áreas do conhecimento. O interes- se em visitar a UFG surgiu em 2013, durante um congresso de Biomecânica realizado no Brasil, quando o biólogo entrou em contato com o professor da FEF, Marcus Fraga. Na ocasião, Kristian D´Aout e Marcus Fraga Como resultado da assinatura do Memorando de Entendi- mento com a Agência Espa- nhola de Cooperação Interna- cional para o Desenvolvimento (Aecid), vinculada ao Minis- tério de Assuntos Exteriores e de Cooperação da Espanha (Maec), a professora leitora María Asunción Perez Pajares atuará na área de Espanhol da Faculdade de Letras (FL) da UFG. A função da professora é apoiar o desenvolvimento e consolidação do ensino de es- panhol na UFG. Ela permane- cerá na instituição por um ano, Leitora de espanhol atuará na UFG Professor inglês articula pesquisas em Biomecâmica O professor David Crumpton da University of Maryland (UMD), Estados Unidos, permaneceu em Goiás, no período de 28 de julho a 5 de setembro de 2014, como professor visitante na Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Econo- mia da Universidade Federal de Goiás (Face). David Crump- ton está desenvolvendo uma sé- rie de atividades, com destaque para a formação de um grupo de pesquisa, com temas de interes- se das áreas de Administração Pública das duas instituições (UFG e UMD), a formulação de diretrizes para um concurso de melhores práticas em Adminis- tração Pública, a elaboração de pro- posta de uma disciplina de administração Pública Administração Pública motiva parceria com Universidade de Maryland Carlos Siqueira Carlos Siqueira Adriana Cristina planejaram estratégias de coo- peração que resultaram nessa primeira visita à UFG, com re- cursos da universidade ingle- sa. O professor inglês, junto a pesquisadores da UFG, coletou informações sobre antropome- tria do pé humano de grupos indígenas. Kristian D´Aout in- vestiga as adaptações culturais e biológicas da forma de andar do ser humano para detectar os diferentes estímulos e movimen- tos musculares. De acordo com Marcus Fraga, o estudo é pre- liminar e permitirá uma análise comparativa inicial da marcha em condições controladas e, assim, inspirar futuros trabalhos de campo. Kristian D´Aout afir- mou que a análise da anatomia funcional dos diversos grupos in- dígenas contribuirá para a com- preensão física e antropológica, bem como aplicada e clínica para o ambiente cientfico. podendo ter o contrato renovado por mais dois anos, e contribuirá também com a Coordenadoria de Assun- tos Internacionais (CAI) no que se refere à cooperação com instituições espanholas. Deacordocomacoordenadora da CAI Ofir Bergemann, esse é o terceiro Memorando assinado pela UFG, que, nos últimos seis anos, trouxe outras duas profes- soras leitoras de espanhol: Victo- ria Palma Ehrichs (2008-2011) e Miriam P. Larrosa (2011-2014). comparada entre Brasil e Es- tados Unidos, além da criação de um curso de especializa- ção (lato sensu) em Análise de Políticas Públicas, uma das especialidades do professor, por meio de um convênio assi- nado entre as instituições, que abrirá novas oportunidades de intercâmbio. O convênio, assim como os projetos conjuntos a serem de- senvolvidos, foram objeto de discussão em reunião realiza- da no dia 7 de agosto entre o reitor da UFG, Orlando Amaral, a coordenadora de Assuntos Internacionais, Ofir Bergemann de Aguiar, os professores da Face, Vicente da Rocha Soares Ferreira e Estela Najberg, e o professor visitante.
  • 14. 14 Goiânia, setembro de 2014VIDA ACADÊMICA Estudo da UFG revela que baixa procura por cursos de licenciatura ameaça o futuro da docência Camila Godoy básico de Inglês e apenas 42% disseram ter escolhido o curso por acreditar em aptidão pró- pria. Ainda assim, mesmo com as vagas ociosas, no período de 2008 a 2012, foram cria- das 438 novas oportunidades para cusar licenciatura na uni- versidade. De acordo com o pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, a instituição não pretende acabar com qualquer das graduações de licenciatu- ra: “Pelo contrário, existe um grande esforço para diminuir a evasão nesses cursos e, com isso, garantir a formação de professores”. Incentivos - Bolsas de in- centivo, como Programa Bol- sas de Licenciatura (Prolicen), IPrograma de Monitorias e Pro- grama Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pi- bid), ligado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ten- tam di- minuir a evasão nos cur- sos de licenciatura. No entanto, mesmo com as iniciativas, a ca- rência de profissionais só tem aumentado, principalmente em cursos como o de Física, Mate- mática e Química. A estudante do 6º período do curso de Matemática, Hebony Carla Santana, conta que se interessou pela carreira docen- te depois de participar de uma palestra no Espaço das Profis- sões (evento organizado pela UFG, que promove o encontro de alunos de ensino médio com a universidade, ajudando-os a conhecer os cursos oferecidos pela instituição). Jordana Silva, estudante do 2º período do curso de Letras da UFG, está confiante na escolha de sua carreira: “Certas áreas são muito visadas e o curso de Letras fica para escanteio, as- sim, aproveitei que adoro Portu- guês e que o mercado oferece promissora carreira na rede pri- vada de ensino”. Apesar do oti- mismo da aluna, para a maioria dos profissionais da educação, as realidades dos ensinos públi- co e privado são bem diferentes. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de “E O SALÁRIO OH...” Por que quase niguém quer ser professor? Goiás (Sintego), o piso salarial dos professores efetivos da Se- cretaria de Educação de Goiás (Se- duc) varia de R$ 1.285,04 a R$ 2.570,08, dependendo da carga horária. Para os profi ssionais contratados tempo- rariamente, a situação é ainda pior. Esses profi ssionais rece- bem R$ 8,37 por hora/aula, sem direito ao bônus anual por pro- dutividade e de participar de greves. Já na rede privada, al- gumas escolas che- gam a pa- gar mais de R$ 40,00 hora/aula. Há algum tempo que a carreira de docência é desprestigiada por grande parte da sociedade. Esse posicionamentotemrefletidonoin- teresse e na procura pelos cursos de licenciatura da Universidade Federal de Goiás (UFG) que, pre- ocupada com a baixa demanda, tem acompanhado os números de matrícula e o pefil dos estudantes das 57 licenciaturas oferecidas nas quatro Regionais da instituição Catalão, Goiânia, Goiás e Jataí. O estudo, organizado pela Pró-Reito- riadeGraduação(Prograd),revela que o futuro da docência pode es- tar ameaçado. De acordo com os dados le- vantados, a média de candidatos para cada uma das 2.484 vagas oferecidas oscilou de 1,24 a 6,20 nos últimos oito anos. No Proces- so Seletivo 2013/1 oito cursos de licenciatura não atraíram mais de um candidato por vaga e, em 2014/1, 11 deles não alcançaram essa concorrência. No Vestibular 2014/2, os números se repetiram e, dos 18 cursos de licenciatura ofertados, 11 não re- ceberam mais de uma inscrição por vaga, todos na modalidade de Educação a Distância (EaD). O estudo da Prograd tam- bém avaliou o grau de preparo e informação dos estudantes dos cursos de licenciatura que che- gam à universidade, tendo como base as menores pontuações obtidas pelos classificados em cada etapa dos Processos Se- letivos. No Vestibular 2012/1, na prova de 90 questões, cada uma valendo 1,0 ponto, a menor pon- tuação entre todos os concorren- tes classificados nos cursos de licenciatura foi 14. Número muito inferiorsecomparadoaoscursos mais concorridos, como Medici- na, que foi 65, e Engenharia Civil, que foi 58. No Processo Seletivo 2014/2, a menor pontuação en- tre os classificados nos cursos de licenciatura foi cinco. O pro- blema com a qualificação não para por aqui. Dados da pes- quisa apontam que cerca de 50% dos alunos dos cursos de licenciaturanão têm o hábito de leitura contínua, lendo, no máxi- mo, três livros por ano, 80% re- velaram não ter conhecimento “existe um grande esforço para diminuir a evasão nesses cursos e, com isso, garantir a formação de professores”.
  • 15. 15 Goiânia, setembro de 2014 VIDA ACADÊMICA Entusiasmada com as discipli- nas a serem cursadas e com as possibilidades para a carreira, em 2012, Hebony Carla San- tana ingressou no curso de Li- cenciatura em Matemática. Ela explica que a graduação exige muita dedicação e que, para conseguir dar continuidade aos estudos, teve que abandonar seu emprego: “O apoio financei- ro dos meus pais foi fundamen- tal, mas as bolsas oferecidas na universidade são imprescindí- veis para que alunos em condi- ções semelhantes a minha con- sigam estudar”. Apesar disso, para a coordenadora do curso de Licenciatura em Matemáti- ca, Elisabeth Cristina de Faria, o valor das bolsas oferecidas ainda é baixo e, consequente- mente, não atrai muitos alunos. Ela afirma que a maioria dos estudantes de licenciatura são alunos que precisam trabalhar para se sustentarem, por isso, durante o curso, optam por empregos em outras áreas ou por estágios não obrigató- rios. “Existem estudantes que Conheçaas principais bolsas de insentivo oferecidas pela UFG aos estudantes dos cursos de licenciatura: Seção de Seleção, Aquisição e Intercâmbio da Biblioteca Central, Câmpus Samambaia. Fones: (62) 3521-1152 / 1833 | Site: www.bc.ufg.br | e-mails: ritapereira.ufg@gmail.com histórica de desvalorização do professor”, argumentou. Além da baixa remuneração, Mirian Fábia Alves lembra que a pre- cariedade na infraestrutura de muitas escolas e o número ele- vado de alunos por sala de aula também têm contribuído para a crise na docência. “Os professores se deparam com turmas, por oito ou dez horas diárias, com 40, 50 alu- nos.m trabalho rextremamente estressante e pouco valoriza- do”,elatou a chefe de Assesso- ria. O assessor de Assun- tos Institucionais da Reitoria da UFG, Nelson Amaral, defende que a realidade de desvaloriza- ção dos professores só poderá ser transformada com o estabe- lecimento de planos de cargo e salários para a carreira, com a definição de re munerações compatíveis om outras profis- sões que exigem a mesma for- mação, e de infraestrutura ade- quada nas escolas: “Só dessa forma a profissão deixará de ser vista como última opção de carreira para os alunos” COMUNIDADE PERGUNTA logo no início do curso pas- sam a dar aulas em plantões e reforços de escolas priva- das, substituem professores na rede pública de ensino ou dão aulas particulares”, contou. Elisabeth Cristina de Faria ex- plica que muitos de seus alunos não conse- guem conciliar seus empregos com a dedicação exi- gida pelo curso: “Para muitos estudantes, formar em quatro ou sete anos não importa, afinal, eles já estão trabalhando. Assim, infelizmente, eles não conse- guem desfrutar da formação exigida pela licenciatura”. Desafios para a docência Segundo Mirian Fábia Alves, chefe de Assessoria de Li- cenciatura da Prograd, o atu- al desprestígio da profissão de professor e a baixa procu- ra pela carreira revelam uma crise nas escolas, na organi- zação social, nos valores, na cultura e na ética social. “Há uma discrepância entre o dis- curso centenário de que o Bra- sil só vai melhorar por meio da educação e nossa construção Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid): Seleciona projetos para que estudantes exerçam atividades pe- dagógicas em escolas públicas de ensino básico. São oferecidas 705 bolsas. Valor: R$ 400,00 mensais. Duração: dois anos (a bolsa pode ser renovada por igual período) Edital: lançado de acordo com o surgimento das vagas Programa Bolsas de Licenciatura (Prolicen) Bolsa para projetos de pesquisa que produzam instrumentos di- dáticos e novas perspectivas para o ensino na educação básica São oferecidas 64 bolsas. Valor: R$ 400,00 mensais Duração: 12 meses Edital: lançado no primeiro semestre de cada ano. Monitorias Estimula a carreira docente e promove a consolidação de conhe- cimentos adquiridos por estudantes, que auxiliam os colegas que apresentam baixo rendimento na aprendizagem de alguma disci- plina. Divididas em duas modalidades: remunerada e voluntária . São oferecidas 450 bolsas remuneradas. Valor: R$ 362,00 mensais. Duração: seis meses (a bolsa pode ser renovada por igual período) . Edital: lançado no início de cada semestre e normas complemen- tares são divulgadas por cada unidade acadêmica Como faço para doar livros às bibliotecas da UFG? O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás (Sibi/ UFG) tem a política de adquirir material de informação, que possa servir de apoio ao cumprimento das finalidades da instituição, de forma racional e sistemática. Esses materiais podem ser originados de doações entregues nas bibliotecas com a intenção de serem in- corporados ao acervo. As doações espontâneas podem ser de pes- soas físicas, instituições privadas ou órgãos governamentais. Para as doações espontâneas que envolvem até 50 itens, é solicitado ao doador o preenchimento de um formulário disponível nas bibliote- cas. Esse formulário deve ser anexado ao material no momento da doação. Para as doações com mais de 50 itens, é solicitada uma lista dos materiais ofertados, contendo: autor, título e ano de edição das obras em pretensão de doação. Essa lista, que tem fins de pré-avaliação, deve ser encaminhada por email para a biblioteca designada. O responsável pelo recebimento das doações orientará o doador sobre os procedimentos de recebimento, considerando as possibilidades de incorporação ao acervo, descarte ou doação para outras bibliotecas ou instituições, dependendo das necessida- des institucionais ou condições físicas dos materiais. É preciso lem- brar que as coleções doadas não são identificadas ou destacadas com os nomes dos doadores nos espaços das bibliotecas.
  • 16. 16 O Departamento de Desen- volvimento de Recursos Hu- manos da UFG (DDRH) inicia o processo de Avaliação de Desempenho dos Servidores Tévvcnico-administrativos da universidade. A ação, referente a 2013, tem o objetivo de, por meio da avaliação de desem- penho dos servidores e dos docentes em funções adminis- trativas, contribuir com a gestão da UFG. Os dados da avaliação também são utilizados pelos servidores para as seguintes finalidades: obtenção da pro- gressão por mérito profissional, concessão de licenças e afas- tamentos e solicitação de remo- ção e redistribuição.A novidade no processo desse ano é que todas unidades e órgãos deve- rão designar servidores para a ação de capacitação certifica- da “Avaliação de Desempenho e Sistema de Avaliação de De- sempenho (SAD)”, com carga horária de oito horas. Nessa ação, eles serão capacitados para atuar como multiplicado- res, convocando reuniões para discutir a avaliação de desem- penho em suas unidades e órgãos. Para compor as sub- comissões de avaliação de de- sempenho e realizá-la em seus locais de trabalho, os membros designados deverão concluir a capacitação. Os servidores da Regional Goiás deverão realizar a capacitação em algum dos câmpus da Regional Goiânia. Tais mudanças pretendem apri- morar o processo como ferra- menta de gestão na UFG. Confira as principais etapas do cronograma da Avaliação de Desempenho: No dia 11 de agosto, foi reali- zada a solenidade de abertura do curso de Medicina da Re- gional Jataí. Esse é o primei- ro curso público de Medicina do interior do Estado. O curso funcionará em seus primeiros anos no Câmpus Riachue- lo até que as instalações no Câmpus Cidade Universitária sejam construídas. Estudantes e professores do curso acompanharam no Auditório Maior, do Câmpus Cidade Universitária, a aula inaugural com a presença do ministro da Saúde, Ade- mar Arthur Chioro dos Reis, do Reitor da UFG, Orlando Programação do Processo de Avaliação de Desempenho é divulgada Amaral, do prefeito de Jataí, Humberto Machado da co- ordenadora de Projetos Es- peciais da UFG, Sandramara Matias Chaves, da diretora da Faculdade de Medicina (FM) da Regional Goiânia, Fátima Maria Lindoso, do diretor da Regional Jataí, Wagner Gou- vêa dos Santos, do vice-dire- tor da Regional Jataí, Alessan- dro Martins, do coordenador do curso de Medicina da Re- gional Jataí, Hélio Ranes Fi- lho, da assessora de Gradua- ção da Regional Jataí, Eliana Melo Machado Moraes, além de membros da sociedade, que prestigiaram o evento. Período de inscrição na ca- pacitação: 19/08 a 19/09 no Sistema SAD do DDRH. Datas das capacitações: Câmpus Colemar Natal e Silva: 22/09/2014 - Câmpus Samam- baia: 23/09/2014. Regional Ca- talão: 24/09/2014.Regional Ja- taí: 26/09/2014. Período de cadastro das equi- pes (membros e gestores em cada unidade/órgão): 22 de setembro a 10 de outubro de 2014 Período de execução da ava- liação de desempenho: 14 de outubro a 14 de novembro de 2014 Resultados: 19 de novembro de 2014 Publicação da Assessoria de Comunicação Universidade Federal de Goiás ANO IX – No 67 – SETEMBRO DE 2014 www.jornalufgonline.ufg.br ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus Samambaia C.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GO Tel.: (62) 3521-1310 / 3521-1311 www.ufg.br – jornalismo.ascom@ufg.br – www.ascom.ufg.br JORNAL UFG Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves; Pró- reitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Ale- xandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fiarovanti; Pró-reitora de Extensão e Cultura: Giselle Ferreira Ottoni Cândido; Pró-reitor de Administração e Finanças: Carlito Lariucci; Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos: Geci José Pereira da Silva; Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária: Elson Ferreira de Morais. Jornal UFG – Coordenadora de Imprensa e editora-geral: Kharen Stecca; Editora: Michele Martins; Conselho editorial: Cleomar Rocha, Luís Maurício Bini, Pablo Fabião Lisboa, Reinal- do Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos Telles; Projeto gráfico e editoração eletrônica: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Re- portagem: Camila Godoy, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Colaboração: Renan Vini- cius Aranha; Revisão: Letícia Braz; Estagiários: Dúnia Esper, Thaíssa Veiga e Warlos Morais; Bolsistas: Águita Araújo e Letícia Antoniosi; Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG; Tiragem: 10.000 exemplares CAMPUS EM FOCO Goiânia, setembro de 2014 Fique Ligado Curso de Medicina da Regional Jataí tem início