1. Farmacologia para
Enfermagem
Noções Gerais
Enfª Ana Eugênia L. Hollanders
04/2013
2.
3.
4. Origem dos medicamentos
A origem dos medicamentos vem do passado e tiveram origem
nas ervas e plantas.
Outros são de origem animal : proteinas, hormônios (insulina,
calcitonina,PTH, enzimas (pancreatina, pepsina); óleos e gorduras
(óleo de fígado de bacalhau, ômega 3)
Drogas de origem Mineral : Produtos inorgânicos (ferro, Iodo,
Cloreto de sódio, cálcio)
Atualmente, grande parte dos medicamentos é feita de produtos
químicos, sendo outros elaborados pela engenharia genética.
5. Medicamentos ou fármacos
Os medicamentos, ou fármacos, são
substâncias usadas para o tratamento das
doenças; podem aliviar os sintomas
(efeitos), abrandar a dor, prevenir ou curar
as doenças, e até para salvar vidas.
6. REMÉDIO OU VENENO ?
“...todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma
que não seja.
A dose correta diferencia um remédio de um veneno”.
Paracelso 1443-1541
7.
8. Medicação e alimentos
•Alimento é um fator essencial e indispensável à manutenção e à ordem da saúde.
•O fenômeno de interação fármaco-nutriente pode surgir antes ou durante a absorção
gastrintestinal, durante a distribuição e armazenamento nos tecidos, no processo de
biotransformação ou mesmo durante a excreção.
•A presença de nutrientes pode constituir uma competição pelos sítios de absorção,
cuja conseqüência dependerá de qual componente apresenta maior afinidade com este
sítio. A levodopa (L-dopa), usada no tratamento da doença de Parkinson, tem ação
terapêutica inibida por dieta hiperprotéica; entretanto, uma dieta hipoprotéica
potencializa e estabiliza este efeito.
9. Alimento e Medicamento
Alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a
taxa de absorção de muitos fármacos;
a quantidade total absorvida de fármaco pode ser ou não
reduzida.
Contudo, alguns fármacos são preferencialmente
administrados com alimento, seja para aumentar a
absorção ou para diminuir o efeito irritante sobre o
estômago.
12. Para que usamos os medicamentos
REPOSIÇÃO: Fornecimento de elementos carentes ao organismo.
Ex. Vitaminas, Sais Minerais, Proteínas, Hormônios.
PROFILAXIA :prevenção de doença ou infecção.
Ex. Soros e Vacinas.
TRATAMENTO DE INFECÇÕES: antibióticos
TRATAMENTO CÂNCER: quimioterápicos
BLOQUEIO TEMPORÁRIO DE UMA FUNÇÃO NORMAL
Ex. Anestésicos gerais e locais, Anticoncepcionais
CORREÇÃO DE UMA FUNÇÃO ORGÂNICA DESREGULADA
Ex.: Cardiotônicos na insuficiência cardíaca congestiva,
Hidrocortisona na insuficiência de supra-renal
Insulina no diabetes
AGENTES AUXILIARES EM DIAGNÓSTICO: radiofármacos
13. Basicamente para :
Reduzir / abolir
a dor
Melhorar qualidade
de vida
Viver muito
14. Definição básica
Medicamento é qualquer agente químico que,
administrado no organismo, produz efeitos benéficos e
que são utilizados de acordo com suas propriedades e
indicações
PODE SER:
-Magistral (é preparado em farmácias de manipulação a partir de uma fórmula prescrita por um médico)
-Oficinal (SUBSTÂNCIA OU FORMULAÇÃO iDENTIFICADA COMO PADRÃO EM UMA FARMACOPÉIA)
* FARMACOPÉIA: LIVRO QUE OFICIALIZA AS DROGAS DE USO CORRENTE E CONSAGRADAS COMO EFICAZES
E ÚTEIS
15. Entendendo os medicamentos
PRINCÍPIO ATIVO
: REPRESENTA A PRINCIPAL
SUBSTÂNCIA ENCONTRADA NUM MEDICAMENTOS E QUE É
RESPONSÁVEL PELO EFEITO TERAPÊUTICO.
MEDICAMENTO : PRODUTO FARMACÊUTICO ACABADO.
GERALMENTE É PRINCÍPIO ATIVO
PRODUTO FARMACÊUTICO ACABADO: GERALMENTE É
CONSTITUIDO DE UM OU MAIS PRINCÍPIOS ATIVOS E
EXCIPIENTE EDULCORANTES, CORANTES
O MEDICAMENTO É COMERCIALIZADO EM DIFERENTES
FORMAS FARMACÊUTICAS
16. Formas Farmacêuticas
Estado físico no qual se
apresenta um
medicamento
Objetivo das diferentes formas : FACILITAR a
...
•Administração
•Absorção
•Fracionamento
•Posologia
•Conservação
18. COMPRIMIDOS: PRINCÍPIO ATIVO + EXCIPIENTE SÃO SUBMETIDOS À COMPRESSÃO EM UM
MOLDE GERALMENTE CILÍNDRICO.
USO: VIA ORAL (ingeridos ou sublingual)
IMPLANTES (subcutâneo) para ação prolongada
DRÁGEAS: SÃO COMPRIMIDOS REVESTIDOS POR UMA CAMADA DE SUBSTÂNCIA AÇUCARADA
COM OU SEM PRINCIPAIS FORMAS FARMACÊUTICAS CORANTE.
UTILIDADE: EVITAR A DESAGREGAÇÃO, PROTEÇÃO, MASCARAR PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS.
USO: VIA ORAL (NÃO PODEM SER PARTIDOS)
PÍLULAS: GERALMENTE SÃO PEQUNOS COMPRIMIOS EM FORMA ESFÉRICA (podendo ser ou não
revestida de substância
CÁPSULAS: medicamentos em pó, grânulos ou líquido, envolvido em gelatina solúvel, que deve ser
dissolvido no intestino.
USO: via oral (não podem ser abertas)
SUPOSITÓRIOS: forma alongado, sendo sua base de glicerina, gelatina ou manteiga de cacau.
XAROPE: medicamento + açúcar + água.
ELIXIR: medicamento + açúcar + álcool.
EMULSÃO/SUSPENSÃO: medicamento obtido pela associação de dois componentes que não se
misturam. Deve ser agitado antes de usar
20. Quantidade a ser administrada
Dose: representa a quantidade de medicamento no local de ação
(biofase) , necessária para produzir o efeito desejado .
Posologia: Descreve a quantidade de um medicamento, que deve
ser administrado de uma só vez ou de modo fracionado num
intervalo de tempo determinado (em geral por dia) para que a
dose seja alcançada.
22. Nomenclaturas
OS MEDICAMENTOS TÊM NOMENCLATURA ESPECÍFICA PARA
SER IDENTIFICADO :
NOME QUÍMICO: é um nome cientifico que descreve sua estrutura
atômica e molecular (não é empregado no dia a dia da clínica)
MEDICAMENTO GENÉRICO: uma forma simples de identificar o
medicamento
NOME COMERCIAL: Nome de Marca ou Fantasia
- NOME DE MARCA É SELECIONADO PELO FABRICANTE E, O NOME SEGUIDO DO SÍMBOLO -
INDICA QUE O NOME ESTÁ REGISTRADO E PERTENCE AO FABRICANTE DO MEDICAMENTO.
ATENÇÃO: DEPOIS de 10 ANOS O PRODUTO É LIBERADO E
QUALQUER FABRICANTE PODERÁ PRODUZÍ-LO E PASSA A
SER IDENTIFICADO POR UM NOME DE FANTASIA
25. Interações medicamentosas
Evento clínico em que os efeitos de um fármaco são
alterados pela presença de outro fármaco, alimento,
bebida ou algum agente químico ambiental.
Constitui causa comum de efeitos adversos.
Quando dois medicamentos são administrados,
concomitantemente, a um paciente, eles podem agir
de forma independente ou interagirem entre si, com
aumento ou diminuição de efeito terapêutico ou
tóxico de um ou de outro.
26. Exemplo de Medicações de uso comum e interações
Medicamento Interage Efeito Clinico Recomendação
com
Furosemida Fenitoína Reduz Diurese Monitorar diurese.
Furosemida Amicacina / ↑ nefrotoxicidade e ototoxicidade Monitorar fç renal e audição
dos Aminoglicosídeos
Gentamicina
Hidroclorotiazida Fenoterol/ ↑ hipercalemia e problemas de Monitorar níveis séricos de
condução cardíaca potássio e problemas na
Salbutamol condução cardíaca.
Hidroclorotiazida Insulina Hiperglicemia, intolerância à Monitorar glicemia. Paciente
glicose, deve ser monitorado devido a
diabetes mellitus de início possíveis sinais de
recente, acidose láctica (como mal-
e / ou exacerbação de diabetes estar, mialgias, dificuldade
pré existente. respiratória, hiperventilação,
lenta ou batimentos
cardíacos irregulares,
sonolência, mal-estar
abdominal)
Hidrocortisona/ AAS ↑ ulcerações e sangramentos Monitorar terapia. Redução
Dexametasona/ gastrintestinais. gradativa da dose do AAS
Metilprednisolona/ ↓ filtração glomerular juntamente com a redução
Betametasona/ ↑metabolismo do AAS gradativa dos
Prednisona
.
corticosteróides
27. Vias de administração
Via Oral /Enteral
- Absorção intestinal (VO)
- Absorção sublingual (SL)
Via Retal
Via Injetável (Parenteral)
- Via intradérmica (ID)
- Via subcutânea (SC)
- Via intramuscular (IM)
- Via endovenosa (EV/IV)
28. Outras Vias
Inalatória
- ex: gases utilizados em anestesia e medicamentos
contra asma
Ocular
Intranasal
Dérmica
Vaginal (ex: droga para induzir o trabalho de parto)
32. Enfermagem e medicação
A enfermagem atua na última etapa do
processo (preparo e administração dos
medicamentos), ou seja, na ponta final do
sistema de medicação e isso faz com que
muitos erros cometidos não detectados no
início ou no meio do sistema lhe sejam
atribuídos.
33. Erros de medicação:
são passíveis de prevenção
Ferramentas para este processo:
emprego pelo profissional dos 9 certos
durante o preparo e administração de
medicamentos.
34. Enfermagem
Profissional não apenas cumpridor de
tarefas
Temos que tornar-nos uma barreira
crítica, através do conhecimento
farmacológico da drogas, seus riscos e a
proximidade constante ao paciente.
35. Enfermagem e administração de
medicamentos
A administração de medicamentos é um
dos deveres de maior responsabilidade da
equipe de enfermagem .
Requer conhecimentos de farmacologia e
terapêutica no que diz respeito á ação,
dosagem, efeitos colaterais, métodos e
precauções na administração das drogas.
36. Enfermagem e cuidados na
administração de medicamentos
Ao preparar a bandeja de medicamentos, fazê-lo atentamente e
não conversar
Ler com atenção a prescrição médica, em casos de dúvidas
esclarecê-las antes
Ler o rótulo do medicamento atentamente
Colocar a identificação no medicamento antes de coloca-lo na
bandeja
Não tocar diretamente em comprimidos, cápsulas ou drágeas
Identificar o paciente antes de administrar o medicamento
Lembrar a regra dos 9 certos
Checar a prescrição o horário que o remédio foi dado, rubricando
ao lado
Quando o medicamento por algum motivo deixou de ser dado,
bolar o horário e anotar no prontuário
37. “9 certos da medicação”
Paciente certo
Droga certa
Caminho certo (via correta)
Dose certa
Hora certa
Documentação certa (prescrição e checagem)
Ação certa (garantir que o medicamento seja
prescrito pela razão certa)
Forma certa (apresentação do medicamento)
Resposta certa (atentar para melhora do pciente)
38. Medicação e Exercício Profissional
As legislações para o exercício profissional da enfermagem,através
do Decreto Lei nº94.406/87 em seu artigo 8º, que dispõe sobre a
incumbência privativa do enfermeiro, determina nas alíneas
COREN.
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses
serviços.
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação
dos serviços da assistência de enfermagem.
39. Impericia, imprudencia e
negligencia
As ações dos profissionais devem ser
pautadas em extrema responsabilidade
para eliminar falhas, das quais, por essas
ações danosas, são passíveis de
responder juridicamente aos termos de
elemento de culpa, a saber: imperícia,
negligência ou imprudência.
40. Definições dos Erros
“Dano é definido como prejuízo temporário ou permanente da
função ou estrutura do corpo: física, emocional, ou psicológica,
seguida ou não de dor, requerendo uma intervenção”.
“Erro na medicação é qualquer evento evitável que pode causar
ou induzir ao uso inapropriado de medicamento ou prejudicar o
paciente enquanto o medicamento está sob o controle do
profissional de saúde, paciente ou consumidor. Tais eventos
podem estar relacionados à prática profissional, produtos de
cuidado de saúde, procedimentos, e sistemas, incluindo prescrição;
comunicação; etiquetação, embalagem e nomenclatura;
aviamento; dispensação; distribuição; administração; educação;
monitoramento e uso”. (NCCMERP, 1998 ).
41. Tipos de Erros
Omissão: qualquer dose não administrada até o próximo horário de
medicação.
Administração de um medicamento não autorizado: administração
de um medicamento ou dose de medicamento não prescrito pelo médico.
Dose extra: administração de uma ou mais unidades de dosagem, além
daquela prescrita.
Erros referentes à via: administração pela via errada ou por uma via
que não a prescrita.
Erros com a dosagem: administração do medicamento em dosagens
diferentes daquelas prescritas pelo médico.
Erros devido ao horário incorreto: administrar medicamento fora dos
horários predefinidos pela instituição ou da prescrição.
Erros devido ao preparo incorreto do medicamento: medicamento
incorretamente formulado ou manipulado: diluição ou reconstituição
incorreta ou inexata; falha ao agitar suspensões; diluição de
medicamentos que não permitam esse procedimento, mistura de
medicamentos que são física ou quimicamente incompatíveis e
embalagem inadequada do produto.
42. Identificando falhas ou problemas
Classificação:
Ambiente: problemas relacionados às interferências do ambiente do preparo e administração do
medicamento, tais como local barulhento, desorganizado, inapropriado (iluminação, ventilação,
circulação de pessoas).
Preparo dos medicamentos: preparo incorreto do medicamento (técnica de manipulação,
horário e local).
Administração de medicamentos: falhas na técnica de administração, nos registros e na
relação com o paciente.
Conferência e registro da medicação: problemas na conferência, registro ou anotação do
medicamento.
Distribuição e estoque de medicamentos: falhas na distribuição e/ou estoque de
medicamentos refletidos na clínica.
Violações de regras: descumprimento dos procedimentos aceitos e já estabelecidos (horário da
medicação, redação incompleta da prescrição).
Transcrição: falhas no ato do profissional de enfermagem copiar a prescrição de medicamentos
em etiquetas, rótulos, fichas que serão utilizados pelo auxiliar na preparação e administração do
medicamento.
Conhecimento sobre o medicamento: conhecimentos errados, insuficientes ou inexistentes
relativos aos medicamentos, tais como: uso, dose, vias, preparação e administração.
Prescrição de medicamentos: redação inadequada da prescrição, como grafia ilegível e rasuras
ou prescrição incompleta (posologia, duração do tratamento, via de administração ou falta de
assinatura) que possam interferir na ação da enfermagem.
43.
44. “As mãos que ajudam a curar,
podem matar por
desconhecimento”