SlideShare a Scribd company logo
1 of 76
PROGRAMAC¸ ˜AO LINEAR
Aplicada a Pesquisa Operacional
Andr´e Gustavo de A. Santos
2
SUM´ARIO
1 Programa¸c˜ao Linear e Pesquisa Operacional 5
1.1 Fases da Pesquisa Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Modelos Matem´aticos em Programa¸c˜ao Linear 7
2.0.1 Generaliza¸c˜ao do Modelo em Programa¸c˜ao Linear . . . . . . . . 9
3 Resolu¸c˜ao Gr´afica de Modelos 11
3.1 Representa¸c˜ao Gr´afica de Uma Inequa¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.1.1 Conjuntos Convexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1.2 Discuss˜ao Gr´afica de Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1.3 O M´etodo Gr´afico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1.4 Esbo¸co da Fun¸c˜ao Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1.5 Interpreta¸c˜ao Gr´afica V´ertice a V´ertice . . . . . . . . . . . . . . 22
4 M´etodo Simplex 23
4.1 Descri¸c˜ao de um M´etodo para Maximiza¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.1.1 Aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex: Problema de Aloca¸c˜ao (R´adios
Standard e R´adios Luxo): . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Solu¸c˜oes Degeneradas, Ilimitadas e M´ultiplas . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2.1 Crit´erios Para Aplica¸c˜ao do Simplex . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2.2 De Volta Para Modelo Original . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2.3 M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . 41
5 Dualidade 46
5.1 Problema Primal × Problema Dual: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.1.1 Algor´ıtmo de Transforma¸c˜ao do Primal Para Dual . . . . . . . . 50
5.1.2 An´alise Econˆomica do Dual: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3
6 An´alise de Sensibilidade 59
6.0.1 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade
do Recurso I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.0.2 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade
do Recurso II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.0.3 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade
para os Coeficientes da Fun¸c˜ao Objetivo . . . . . . . . . . . . . 63
6.0.4 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Mudan¸ca no Coeficiente
de uma Restri¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
7 Transportes 66
7.1 Rela¸c˜ao entre Redes e Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
7.2 Sistemas Equilibrados e N˜ao Equilibrados . . . . . . . . . . . . . . . . 68
7.3 Modelo para Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
7.4 Solu¸c˜ao B´asica Inicial para Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
7.4.1 M´etodo do Canto Noroeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
8 Pesquisa Operacional no Excel - Solver 73
9 Coletˆanea de Exerc´ıcios 74
4
CAP´ITULO 1
PROGRAMAC¸ ˜AO LINEAR E PESQUISA OPERACIONAL
O estudo de Pesquisa Operacional teve seu inicio durante a Segunda Guerra Mundial,
seu desenvolvimento se deu com o intuito principal de decidir sobre a forma mais eficaz
de utiliza¸c˜ao dos recursos limitados durante a guerra. Portanto, o que denominamos de
Pesquisa Operacional ´e a atividade desenvolvida com o intuito de suprir necessidades
urgentes na aloca¸c˜ao de recursos escassos nas opera¸c˜oes militares.
O primeiro programa formal de estudos da Pesquisa Operacional ocorreu em 1948, no
Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos, que culminou com um apri-
moramento das t´ecnicas e grandes avan¸cos na resolu¸c˜ao de problemas de programa¸c˜ao
linear. ´E Nesse cen´ario, que surge um dos 5 algoritmos mais importantes do mundo,
o M´etodo Simplex, desenvolvido por George Dantzig em 1947, que com o aux´ılio da
Programa¸c˜ao Linear, tem o intuito de resolver problemas diversos relacionados a ali-
menta¸c˜ao, industrias petrol´ıferas e moveleiras, agricultura, manufatura, siderurgia, me-
talurgia e transportes.
5
1.1 Fases da Pesquisa Operacional
N˜ao existe um n´umero de fases espec´ıfico para a resolu¸c˜ao de um problema em Pes-
quisa Operacional, isso depende da complexidade do problema que o decisor tem em
m˜ao, contudo, geralmente, o que se deseja ´e maximizar ou minimizar alguma coisa,
portanto, o objetivo ´e chegar na solu¸c˜ao que otimiza o problema, a seguir, ser˜ao apre-
sentadas algumas etapas que s˜ao essenciais nesse processo, com a certeza de que tal
exposi¸c˜ao dar´a um norte do caminho a ser seguido pelo leitor.
a) Defini¸c˜ao do Problema: ´e uma fase que se baseia em trˆes aspectos:
(I) Identifica¸c˜ao das vari´aveis de decis˜ao
(II) Descri¸c˜ao e defini¸c˜ao dos objetivos, bem como o reconhecimento das limita¸c˜oes
(III) Restri¸c˜oes e exigˆencias do sistema.
A resolu¸c˜ao do problema come¸ca pela defini¸c˜ao dos objetivos que pode ser de: maxi-
miza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao de alguma coisa. O segundo ponto ´e determinar as vari´aveis
de decis˜ao que est˜ao relacionadas aos objetivos. Por ´ultimo, deve ser identificada as
limita¸c˜oes do problema ou exigˆencias do mesmo.
b) Constru¸c˜ao do Modelo: o modelo deve estar atrelado a defini¸c˜ao do problema.
essa ´e a fase que exige mais aten¸c˜ao do decisor, uma vez que a qualidade de todo o
processo depende desta etapa. Os modelos matem´aticos s˜ao muito utilizados pelas
empresas em seus processos decis´orios.
c) Solu¸c˜ao do Modelo: O objetivo aqui ´e encontrar uma solu¸c˜ao para o modelo
proposto atrav´es de t´ecnicas especificas, tais como:
An´alise Gr´afica
M´etodo Simplex
An´alise de Sensibilidade
Dualidade
Simula¸c˜ao, dentre outras.
d) Valida¸c˜ao do Modelo: Um modelo ´e v´alido quando for capaz de predizer um
comportamento aceit´avel do sistema e uma resposta para a qualidade da decis˜ao a
ser tomada. Um sistema pode ser validado por meio da an´alise de dados retirados
do pr´oprio sistema, bem como da utiliza¸c˜ao desses dados para verificar se o sistema
reproduziu comportamento parecido.
e) Implementa¸c˜ao do Modelo: Nessa fase, a solu¸c˜ao ser´a apresentada ao admi-
nistrador. A implementa¸c˜ao deve ser acompanhada observando comportamento do
sistema como solu¸c˜ao adotada, algum ajuste pode ser requerido.
6
CAP´ITULO 2
MODELOS MATEM´ATICOS EM PROGRAMAC¸ ˜AO
LINEAR
Os modelos matem´aticos s˜ao representa¸c˜oes simplificadas da realidade, por isso, n˜ao
traduz fielmente um problema de pesquisa operacional, contudo, proporciona os parˆametros
necess´arios para o entendimento eficaz dos conceitos mais elementares de PL. No in-
tuito de lan¸car luz aos primeiros passos a serem seguidos no processo de modelagem,
vamos sugerir aqui um roteiro com base nos seguintes procedimentos:
1) Determina¸c˜ao das Vari´aveis de Decis˜ao: Para identificar as vari´aveis de de-
cis˜ao recomenda-se passar pelas seguintes etapas:
Identifique qual o objetivo do problema, fa¸ca a pergunta: O que se deseja
maximizar ou minimizar? As respostas s˜ao as vari´aveis de decis˜ao.
Seja preciso com as unidades, tais como: moeda, tempo etc.
Obs. Cuidado para n˜ao confundir as vari´aveis de decis˜ao com os parˆametros do pro-
blema ou com o n´umero de m´aquinas da f´abrica ou mesmo com a quantidade de cada
recurso usado na fabrica¸c˜ao de um produto etc.
2) Determina¸c˜ao das Restri¸c˜oes: Restri¸c˜oes t´ıpicas incluem a existˆencia de li-
mites sobre quantidades de recursos dispon´ıveis (colaboradores, m´aquinas, or¸camento,
mat´erias primas, etc.) Cada restri¸c˜ao imposta na descri¸c˜ao do sistema deve ser ex-
pressa como uma rela¸c˜ao linear (igualdade ou desigualdade), montadas com as vari´aveis
de decis˜ao. ´E importante enfatizar que todas as express˜oes mencionadas devem estar
de acordo com a hip´otese principal da PL, pois todas as rela¸c˜oes entre vari´aveis devem
ser lineares. Isso implica diretamente na proporcionalidade das contribui¸c˜oes envolvi-
das, pois a contribui¸c˜ao individual de cada vari´avel ´e estritamente proporcional a seu
valor, assim como a aditividade dessas contribui¸c˜oes, pois o total de todas as vari´aveis
´e igual a soma das contribui¸c˜oes individuais, independentemente dos valores delas.
7
3) Determina¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo: Em rela¸c˜ao ´e fun¸c˜ao objetivo, a Pro-
grama¸c˜ao Operacional busca encontrar o melhor que pode ser realizado com o que se
tem dispon´ıvel, ou seja, se busca maximizar algo como lucro ou eficiˆencia ou minimi-
zar algo como custo ou tempo. Nos modelos de Programa¸c˜ao Linear existe apenas um
objetivo, mas ´e poss´ıvel, em outras ´areas de P.O estudos com m´ultiplos objetivos. A
fun¸c˜ao objetivo mede a eficiˆencia do sistema para cada solu¸c˜ao proposta.
Para melhor elucida¸c˜ao do que foi dito, vamos ver um exemplo de um problema de
aloca¸c˜ao em Programa¸c˜ao Linear como motivador:
Aloca¸c˜ao de Recursos: Uma f´abrica de r´adios possui duas linhas de produ¸c˜ao:
r´adios standard e r´adios luxo. Com rela¸c˜ao aos r´adios standard, sabe-se que sua linha
de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um
r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 30,00. Para os r´adios luxo, a linha
de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 32 oper´arios sendo que dois oper´arios produzem
um r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 40,00. Al´em disso, a f´abrica
possui um total de 40 oper´arios a serem alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao. Dˆe um
modelo que maximize o lucro di´ario da f´abrica.
Solu¸c˜ao: Definido o problema, vamos construir o modelo seguindo o roteiro sugerido
anteriormente:
a) Determina¸c˜ao das vari´aveis de decis˜ao: Qual o objetivo do problema? A res-
posta ´e natural, Maximizar o lucro di´ario da produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo. Note
que a resposta fornece as vari´aveis de decis˜ao:
x1 −→ Quantidade de produ¸c˜ao di´aria dos r´adios standard;
x2 −→ Quantidade de produ¸c˜ao di´aria dos r´adios luxo;
Observe que cada vari´avel de decis˜ao assume valores inteiros e n˜ao negativos, pois elas
representam unidades de produtos. Portanto, x1 ≥ 0 e x2 ≥ 0 .
b) Determina¸c˜ao das restri¸c˜oes: Nessa fase, devemos estabelecer as restri¸c˜oes do
problema. Para isso, voltemos ao texto para responder as perguntas (1) e (2).
(1) Qual a capacidade m´axima di´aria da linha de produ¸c˜ao dos r´adios standard? j´a sa-
bemos que, com rela¸c˜ao aos r´adios standard, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo
de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um r´adio por dia, ou seja:
1 r´adio por dia Restri¸c˜ao Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra)
x1 ≤ 24
(2) Qual a capacidade m´axima di´aria da linha de produ¸c˜ao dos r´adios luxo? Com
rela¸c˜ao aos r´adios standard, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 32 oper´arios,
sendo que s˜ao necess´arios dois oper´arios para produzir um r´adio por dia, ou seja:
1 r´adio por dia Restri¸c˜ao Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra)
2x2 ≤ 32
8
O problema ainda informa que a f´abrica possui um total de 40 oper´arios a serem
alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao. O que nos fornece a seguinte restri¸c˜ao:
Soma das Produ¸c˜oes Restri¸c˜oes Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra)
x1 + 2x2 ≤ 40
O pr´oximo passo ´e determinar a soma das contribui¸c˜oes para o lucro da f´abrica na
produ¸c˜ao dos dois tipos de r´adio.
c) Determina¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo: Queremos maximizar o lucro di´ario da
produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo. Cada r´adio standard contribui com um lucro de
R$ 30,00 e cada r´adio luxo contribui com um lucro de R$ 40,00, ent˜ao L(x1, x2) =
30x1 + 40x2.
Em resumo, o modelo ´e dado por:
MaxZ = 30x1 + 40x2
sujeito a :



x1 ≤ 24
2x2 ≤ 32
x1 + 2x2 ≤ 40
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
2.0.1 Generaliza¸c˜ao do Modelo em Programa¸c˜ao Linear
Com base no que foi mostrado anteriormente, suponha agora que existem m recursos
usados numa produ¸c˜ao de n produtos com as seguintes caracter´ısticas:
MaxZ(x1, x2, . . . , xn) = c1x1 + c2x2 + · · · + cnxn
Sujeito a :



a11x1 + a12x2 + · · · + a1nxn ≤ b1
a21x1 + a22x22 + · · · + a2nxn ≤ b2
...
am1x1 + am2x2 + · · · + amnxn ≤ bm
com xj ≥ 0
onde
cj ´e o lucro na venda de uma unidade do produto j = 1, 2, 3, . . . , n
bi ´e a quantidade de recursos dispon´ıveis i = 1, 2, 3, . . . , m
aij ´e a quantidade de recursos i usada para produzir uma unidade do produto j
xj ´e o n´ıvel de produ¸c˜ao do produto j
9
De uma forma geral, podemos escrever o modelo padr˜ao para maximiza¸c˜ao como:
MaxZ =
n
j=1
cjxj
Sujeita a:
n
j=1
aijxj ≤ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0
com
aij, bi, cj ∈
i e j s˜ao n´umeros naturais tais que 1 ≥ i ≤ m e 1 ≥ j ≤ n;
xij s˜ao chamadas de vari´aveis de decis˜ao;
Z(x1, x2, . . . , xn) ´e a fun¸c˜ao objetivo;
n
j=1
aijxj ≤ bi s˜ao as restri¸c˜oes t´ecnicas da fun¸c˜ao objetivo;
xj ≥ 0 s˜ao chamadas de condi¸c˜ao de n˜ao negatividade; m e n s˜ao respectiva-
mente, o n´umero de vari´aveis de decis˜ao e o n´umero de restri¸c˜oes do modelo.
10
CAP´ITULO 3
RESOLUC¸ ˜AO GR´AFICA DE MODELOS
Como j´a vimos anteriormente, a programa¸c˜ao linear disp˜oe de v´arias t´ecnicas na busca
da solu¸c˜ao ´otima, como: An´alise Gr´afica, M´etodo Simplex, An´alise de Sensibilidade,
Dualidade, Simula¸c˜ao, dentre outras. Neste cap´ıtulo, iremos discutir acerca do M´etodo
Gr´afico.
Para resolver um problema de Programa¸c˜ao Linear pelo m´etodo gr´afico, ´e necess´ario
que o problema apresente no m´aximo trˆes vari´aveis de decis˜ao, caso contr´ario, n˜ao ´e
poss´ıvel a aplica¸c˜ao do m´etodo. Nesse livro, vamos abordar apenas a resolu¸c˜ao gr´afica
de modelos que possuem duas vari´aveis, por entender que, embora muito simplificado,
permite um entendimento s´olido dos conceitos que envolvem a Programa¸c˜ao Linear.
O m´etodo consiste em representar atrav´es da intersec¸c˜oes das regi˜oes de cada restri¸c˜ao,
bem como as intersec¸c˜oes das suas retas limites o conjunto de solu¸c˜oes vi´aveis do
problema num sistema de eixos ortogonais.
Os pontos pertencentes a essa regi˜ao ser˜ao os candidatos a solu¸c˜ao ´otima. Chamaremos
a regi˜ao onde situam-se o conjunto solu¸c˜ao para o problema de regi˜ao de solu¸c˜oes
vi´aveis. O conjunto formado pelos pontos (x1, x2) deve satisfazer ao grupo de restri¸c˜oes
do modelo. Seu desempenho ser´a avaliado a partir da an´alise gr´afica da fun¸c˜ao objetivo.
3.1 Representa¸c˜ao Gr´afica de Uma Inequa¸c˜ao
Antes de apresentarmos o M´etodo Gr´afico para resolu¸c˜ao de modelos em PL, vamos
relembrar como podemos esbo¸car o gr´afico de uma inequa¸c˜ao.
Inicialmente, considere a inequa¸c˜ao 4x1 + 2x2 ≥ 16, ent˜ao;
4x1 + 2x2 = 16 ou 4x1 + 2x2 > 16
11
• O segundo passo ´e relaxar a inequa¸c˜ao e construir o gr´afico de 4x1 + 2x2 = 16, mas
para isto, devemos pˆor x2 em fun¸c˜ao de x1.
• Da´ı temos: 4x1 + 2x2 = 16 ⇒ 2x2 = −4x1 + 16, portanto, x2 = −2x1 + 8.
O gr´afico ent˜ao ser´a:
Figura 3.1:
A reta x2 = −2x1 + 8 ´e o limite da desigualdade. Como a inequa¸c˜ao tem sinal do tipo
≥, tem-se que todos os pontos da reta pertencem ao conjunto de valores que satisfazem
a inequa¸c˜ao, bem como todos os valores situados na regi˜ao onde 4x1 + 2x2 > 16.
Considere agora o sistema de inequa¸c˜oes lineares:
sujeito a :



x − y ≤ 5
2x + y > 10
. Observe que x − y ≤ 5 ⇒ −y ≤ −x + 5 ⇒ y ≥ x − 5 e
2x + y > 10 ⇒ y < −2x + 10.
O gr´afico que representa esse sistema ´e:
Figura 3.2:
12
A regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis ´e a intersec¸c˜ao das regi˜oes delimitadas pelas retas, isto
significa que, qualquer ponto nessa regi˜ao satisfaz as duas desigualdades simultanea-
mente, al´em disso, todos os pontos da reta y = x − 5 pertencem a essa regi˜ao, j´a os
pontos da reta y = −2x + 10 n˜ao fazem parte do conjunto solu¸c˜ao do sistema.
3.1.1 Conjuntos Convexos
Teorema: Um conjunto S ´e convexo se, e somente se, ele cont´em todas as combina¸c˜oes
convexas dos seus elementos. Em outras palavras, podemos dizer que, um conjunto
´e convexo se dois pontos pertencentes a esse conjunto podem ser ligados por um seg-
mento de reta, desde que todos os pontos do segmento perten¸cam ao conjunto.
Figura 3.3:
Podemos observar que na figura 2.3 (pol´ıgono n˜ao convexo) os pontos do segmento
BD n˜ao fazem parte do conjunto.
3.1.2 Discuss˜ao Gr´afica de Modelos
Nem sempre um problema de PL apresenta solu¸c˜ao ´otima, ent˜ao ´e necess´ario discutir
os resultados poss´ıveis que podem ocorrer num problema de PL. Para isso, considere-
mos 3 casos;
Caso 1: Na figura (2.4), j´a sabemos, que a regi˜ao sombreada ´e chamada de regi˜ao de
solu¸c˜oes vi´aveis, tal regi˜ao ´e delimitada por trˆes restri¸c˜oes lineares do modelo. As retas
pontilhadas (paralelas a FO1 e FO2 ) s˜ao chamadas de curvas de n´ıvel das fun¸c˜oes ob-
jetivos FO1 e FO2. O ponto P(a, b) est´a representando o ponto do pol´ıgono convexo
mais distante da origem do sistema de eixos coordenados. As restri¸c˜oes do modelo
est˜ao denotadas por R1, R2 e R3 respectivamente.
13
Figura 3.4:
Observe que `a medida que o valor de FO1 aumenta `a reta se afasta da origem do
sistema de eixos coordenados, varrendo toda a regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis do problema,
essa varredura se d´a com as curvas de n´ıvel da FO1 at´e encontrar o ponto P(a, b)
(v´ertice do pol´ıgono). Como o ponto P(a, b) ´e o ponto mas distante da origem do
plano cartesiano, isso nos faz concluir que P(a, b) ´e solu¸c˜ao ´otima para o problema, ou
seja, ´e a solu¸c˜ao que maximiza o modelo.
Por outro lado, podemos perceber, que a reta que representa a fun¸c˜ao objetivo FO2
coincide com a restri¸c˜ao R2 (ambas possuem o mesmo coeficiente angular), represen-
tada pelo segmento AP, o que nos permite afirmar que, nesse caso, o problema ter´a
infinitas solu¸c˜oes, pois entre dois pontos A e B de um segmento AB existe sempre um
ponto C entre A e B.
Quanto a reta s, veja que a mesma n˜ao cruza a regi˜ao de viabilidade, logo n˜ao pode
conter solu¸c˜ao ´otima.
Caso 2: Solu¸c˜ao degenerada ou problema invi´avel ocorre no caso em que n˜ao existe
nenhum ponto (x1, x2) no plano cartesiano que satisfa¸ca simultaneamente as restri¸c˜oes
i e j, conforme se observa na figura (2.5).
Caso 3: Quando a solu¸c˜ao pode ser melhorada, mas n˜ao existem restri¸c˜oes que limi-
tem esta solu¸c˜ao (o m´etodo n˜ao converge), isto ´e, o valor da fun¸c˜ao objetivo cresce
indefinidamente na regi˜ao de viabilidade, chamamos de solu¸c˜ao indefinida.
Observe que, n˜ao h´a como definir a solu¸c˜ao, pois a mesma tende para o infinito.
3.1.3 O M´etodo Gr´afico
Agora, vamos a partir do Problema de Aloca¸c˜ao dos r´adios standard e luxo, discutido
na se¸c˜ao 1.2 do cap´ıtulo 1 resolver o seu modelo usando o M´etodo Gr´afico, isso nos
permitir´a entender o processo de produ¸c˜ao dos r´adios de forma anal´ıtica. O modelo
obtido no problema foi:
14
Figura 3.5:
Figura 3.6:
15
MaxZ = 30x + 40y
sujeito a :



x ≤ 24
2y ≤ 32
x + 2y ≤ 40
x ≥ 0, y ≥ 0
a) Tra¸cado da inequa¸c˜ao x ≤ 24: Observe que x = 24 n˜ao ´e fun¸c˜ao, seu gr´afico
´e uma reta perpendicular ao eixo x (qualquer valor de y ter´a sempre a mesma abscissa
x = 24). Ponto de intersec¸c˜ao no eixo das abscissas ´e (24, 0).
Figura 3.7:
A reta x = 24 indica o limite da produ¸c˜ao di´aria de r´adios standard. J´a x ≤ 24 indica
a regi˜ao delimitada pela produ¸c˜ao de r´adios standard.
b) Tra¸cado da inequa¸c˜ao y ≤ 16: A reta y = 16 indica o limite de produ¸c˜ao
di´aria de r´adios luxo e y < 16 a regi˜ao delimitada dessa produ¸c˜ao.
Nesse caso, temos o oposto da situa¸c˜ao anterior, y = 16 ´e uma fun¸c˜ao denominada
fun¸c˜ao constante, todos os pontos da sua abscissa est˜ao associados ao mesmo valor
16
Figura 3.8:
17
y = 16, seu gr´afico ´e uma reta horizontal.
c) Tra¸cado da inequa¸c˜ao x + 2y ≤ 40 : Para que essa reta seja tra¸cada, basta que
se tenham dois pontos sobre o eixos coordenados, pela l´ogica temos que se x + 2y ≤ 40
ent˜ao x + 2y < 40 ou x + 2y = 40 . Tomemos a fun¸c˜ao afim x + 2y = 40. Tem-se ent˜ao
que para y = 0 a raiz da fun¸c˜ao ´e x = 40, x = 0 temos y = 20, logo, os dois pontos
pelo qual a reta passa s˜ao (40, 0) e (0, 20), o que nos d´a a reta:
Cada par de pontos da reta x + 2y = 40 representa o uso m´aximo do limite de 40
funcion´arios na produ¸c˜ao dos r´adios standard e luxo.
Pondo todos os gr´aficos no mesmo plano cartesiano tem-se:
observe que as intersec¸c˜oes de todas as regi˜oes das restri¸c˜oes nos d´a o conjunto de todas
as solu¸c˜oes que s˜ao vi´aveis para o modelo, isto ´e, tomando qualquer ponto dentro da
regi˜ao de viabilidade, o ponto ir´a satisfazer o modelo, pois de acordo com a discuss˜ao
da solu¸c˜ao gr´afica a solu¸c˜ao ´otima est´a num dos v´ertices:A(0, 0), B(0, 16), C(8, 16),
D(24, 8), E(40, 0). Dessa forma, temos o seguinte gr´afico:
18
Figura 3.9:
Figura 3.10:
19
Figura 3.11:
3.1.4 Esbo¸co da Fun¸c˜ao Objetivo
A fun¸c˜ao objetivo est´a escrita na forma da equa¸c˜ao geral da reta, isto ´e, z = c1x + c2y.
Para esbo¸carmos o gr´afico da fun¸c˜ao objetivo, devemos escrevˆe-la sob a forma reduzida
da reta, ou seja, y = −
c1
c2
x +
z
c2
com c2 = 0.
Assim, utilizaremos o coeficiente angular da reta, que representar´a uma fam´ılia de re-
tas (curvas de n´ıvel) com mesma dire¸c˜ao.
Consideremos, como exemplo, a fun¸c˜ao objetivo do problema de aloca¸c˜ao dos r´adios
standard e luxo, j´a modelado anteriormente.
A fun¸c˜ao objetivo ´e L = 30x + 40y. Sua equa¸c˜ao reduzida da reta ´e y = −
3
4
x +
L
40
O valor α = −
3
4
representa uma fam´ılia de retas negativamente inclinada.
o esbo¸co da fun¸c˜ao objetivo no gr´afico do modelo est´a representado na Figura 11.
Observe que a tangente do ˆangulo A ˆGF do triˆangulo ∆AFG ´e igual ao coeficiente
angular da reta que representa a fun¸c˜ao objetivo, isto ´e, tg(α) =
3
4
.
Da geometria, sabemos que tg(α) =
cateto oposto
hipotenusa
, dessa forma: cateto oposto = 3 e
cateto adjacente = 4. Portanto, a reta corta o eixo x em x = 4, o que nos d´a (4, 0) e o
eixo y em y = 3, assim temos (0, 3), assim:
20
Figura 3.12:
Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto H(0, 10), tem-se L = 30 · 0 + 40 · 10
o que nos d´a L = 400. Como na fun¸c˜ao objetivo o termo independente ´e
L
40
, ent˜ao
y = −
3
4
x + 10.
Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto B(0, 16), tem-se L = 30 · 0 + 40 · 16 o
que nos d´a L = 640. Ent˜ao, a fun¸c˜ao objetivo ser´a y = −
3
4
x + 16.
Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto C(8, 16), tem-se L = 30 · 8 + 40 · 16 o
que nos d´a L = 880. Dessa forma, a fun¸c˜ao objetivo ser´a y = −
3
4
x + 22.
De forma an´aloga temos D(24, 8), que nos d´a L = 1040 e y = −
3
4
x + 26 e tamb´em
E(24, 0), que nos d´a L = 720 e y = −
3
4
x + 18.
Podemos ent˜ao, enunciar o primeiro teorema de Programa¸c˜ao linear:
Teorema: T1. Se um problema de programa¸c˜ao linear tem solu¸c˜ao ´otima, ent˜ao esta
solu¸c˜ao est´a em, pelo menos, um ponto da regi˜ao fact´ıvel.
T2. Se a regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear ´e n˜ao vazia, ent˜ao
existe uma solu¸c˜ao ´otima.
T3. A regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear ´e um conjunto convexo.
T4. A regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear tem um n´umero finito de
pontos extremos (v´ertices).
21
3.1.5 Interpreta¸c˜ao Gr´afica V´ertice a V´ertice
Com base em todas essas informa¸c˜oes, podemos, por meio gr´afico, realizar uma an´alise
econˆomica v´ertice a v´ertice do poliedro de solu¸c˜oes vi´aveis, ou mesmo tomar qual-
quer ponto pertencente a essa regi˜ao para estudar a produ¸c˜ao di´aria de r´adios standard
e luxo. O ponto de partida ´e o v´ertice que apresenta os menores valores para as vari´aveis
de decis˜ao x e y, que no caso ´e o par (standard, luxo) = (x, y) = (0, 0). A partir desse
ponto, caminha-se no sentido hor´ario at´e o ´ultimo v´ertice da pesquisa, faremos a seguir
a interpreta¸c˜ao do problema proposto:
• An´alise do v´ertice A(0,0): Nesse momento, ainda n˜ao h´a produ¸c˜ao na f´abrica
de r´adios.
• An´alise do v´ertice B(0,16): A f´abrica come¸ca a produ¸c˜ao de r´adios luxo com
16 unidades di´arias, mas ainda n˜ao produz r´adios standard nessa fase da produ¸c˜ao. A
f´abrica aloca a capacidade m´axima de oper´arios na linha de produ¸c˜ao de r´adios luxo.
• An´alise do v´ertice C(8,16): Inicia a produ¸c˜ao de r´adios standard com 8 unidades
di´aria e mant´em-se a produ¸c˜ao de r´adios luxo em 16 unidades di´aria, para isso, s˜ao
necess´arios 8 oper´arios e 32 oper´arios nas linhas de produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo
respectivamente.
22
CAP´ITULO 4
M´ETODO SIMPLEX
O Simplex ´e um m´etodo iterativo que percorre os pontos extremos do conjunto de
solu¸c˜oes compat´ıveis do problema. Este m´etodo ´e formado por um grupo de crit´erios
para escolha de solu¸c˜oes b´asicas que melhorem o desempenho do modelo. Para ser
iniciado ´e necess´ario se conhecer uma solu¸c˜ao compat´ıvel b´asica (chamada solu¸c˜ao ini-
cial). O M´etodo Simplex ent˜ao, faz a mudan¸ca do ponto inicial para o ponto extremo
adjacente que melhore o valor da fun¸c˜ao objetivo. O procedimento adotado para o
ponto extremo inicial ´e repetido para este segundo ponto extremo. O processo fina-
liza quando, estando num ponto extremo, todos os pontos extremos a ele adjacentes,
fornecem valores piores para a fun¸c˜ao objetivo.
4.1 Descri¸c˜ao de um M´etodo para Maximiza¸c˜ao
a) Teste de Otimalidade:
Considere o modelo MaxZ = 0, 2x1 + 2x2 + 4x3
sujeito a :



x1 + 2x2 ≤ 20
3x1 + x3 ≤ 50
x1 + x2 − x3 ≤ 15
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0
23
Observe que para Z = 0 temos 0, 2x1 + 2x2 + 4x3 = 0 e que se x1 entra na base
com valor igual a 1, sendo x2 = x3 = 0, Z passa de Z = 0 para Z = 0,2 d´ecimos de
unidade, o que aumenta Z em exatamente 0,2 que ´e o coeficiente de x1.
Situa¸c˜ao semelhante vai ocorrer com x2 e x3, cada vari´avel contribuir´a na propor¸c˜ao
do valor do seu coeficiente. Isso nos leva a crˆe que se os coeficientes das vari´aveis forem
negativos o valor de Z pode ser aumentado com a entrada de uma vari´avel na base
proporcionalmente ao valor do seu coeficiente, isto ´e, escrevendo a fun¸c˜ao objetivo na
forma Z − 0, 2x1 − 2x2 − 4x3 = 0 a solu¸c˜ao testada somente ser´a ´otima quando, e
somente quando as vari´aveis de decis˜ao n˜ao apresentarem coeficientes negativos.
b) Vari´aveis de Folga: Toda inequa¸c˜ao do tipo ax + by ≤ c pode ser completada
at´e se obter uma equa¸c˜ao linear, bastando apenas acrescentar uma vari´avel f ∈ Z com
f ≥ 0 denominada ”vari´avel de folga”na inequa¸c˜ao obtendo ax + by + f = c. De forma
an´aloga, toda inequa¸c˜ao do tipo ax + by ≥ c pode ser completada at´e se obter uma
equa¸c˜ao linear, nesse caso, acrescentamos uma vari´avel f ∈ com f ≥ 0 denominada
”vari´avel de excesso”. Observe que nesse caso, a vari´avel de excesso entra com coefici-
ente negativo resultando em ax + by − f = c.
No caso da maximiza¸c˜ao, as vari´aveis de folga representam as sobras dessas restri¸c˜oes,
isto ´e, a diferen¸ca entre o segundo e o primeiro membro. As vari´aveis de folga fi s˜ao
sempre positivas. Cada vari´avel de folga ser´a introduzida em uma restri¸c˜ao t´ecnica do
modelo e ir´a representar a diferen¸ca entre o segundo membro e o primeiro membro da
restri¸c˜ao na qual ela ser´a introduzida. No exemplo anterior tem-se:
f1 = 20 − (x1 + 2x2) ⇒ x1 + 2x2 + f1 = 20
f2 = 50 − (3x1 + x3) ⇒ 3x1 + x3 + f2 = 50
f3 = 15 − (x1 + x2 − x3) ⇒ x1 + x2 − x3 + f3 = 15
Como no problema proposto o modelo ´e de maximiza¸c˜ao, ent˜ao tem-se o seguinte:
Z − 0, 2x1 − 2x2 − 4x3 = 0
sujeito a :



x1 + 2x2 + f1 = 20
3x1 + x3 + f2 = 50
x1 + x2 − x3 + f3 = 15
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0
c) Solu¸c˜ao B´asica Inicial: A fun¸c˜ao objetivo ´e escrita com as vari´aveis n˜ao b´asicas
e as vari´aveis de folga s˜ao denominadas vari´aveis b´asicas, assim; x1, x2 e x3 ser˜ao cha-
madas de vari´aveis n˜ao b´asicas e portanto x1 = 0, x2 = 0, x3 = 0. J´a f1, f2 e f3 s˜ao
chamadas de vari´aveis b´asicas, e al´em disso formam a solu¸c˜ao b´asica inicial do
modelo, pois f1 = 20, f2 = 50 e f3 = 15.
24
d) Tabela Simplex: A tabela ´e constru´ıda com os coeficientes do modelo. as colunas
s˜ao indicadas por Ci, as linhas por Li, al´em disso, bi representa os termos indepen-
dentes. Na primeira linha L1 consta os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo, observe que
como n˜ao h´a vari´aveis de folga na fun¸c˜ao objetivo, ent˜ao completa-se com zeros, al´em
disso, tem-se que o termo independente da fun¸c˜ao objetivo ´e zero. nas demais linhas
L1, L2, L3 e L4 constam os coeficientes das restri¸c˜oes t´ecnicas, os coeficientes das suas
respectivas vari´aveis de folga e os termos independentes de cada restri¸c˜ao.
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi
L1 1 -0,2 -2 -4 0 0 0 0
L2 0 1 2 0 1 0 0 20
L3 0 3 0 1 0 1 0 50
L4 0 1 1 -1 0 0 1 15
e) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica:
i) Vari´avel que entra na base: Identifique a vari´avel que entra na base pelo coe-
ficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo na tabela. A coluna da
vari´avel que entra na base ser´a a coluna pivˆo.
ii) Vari´avel que sai: A vari´avel b´asica que primeiro se anular´a com a entrada da
vari´avel n˜ao b´asica ´e aquela que pertence a a linha pivˆo. Essa linha ´e obtida identi-
ficando o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes das restri¸c˜oes
tecnicas pelos elementos da coluna pivˆo.
iii) Elemento pivˆo: O elemento pivˆo ´e obtido pela interse¸c˜ao da coluna pivˆo (da
vari´avel que entra) com a linha pivˆo (da vari´avel que sai). Se esse elemento for igual a
1, ent˜ao o elemento ´e chamado de elemento pivˆo, se n˜ao, transforme o elemento em 1
utilizando as opera¸c˜oes elementares sobre as linhas de uma matriz.
textbfiv) Obtendo a Solu¸c˜ao ´Otima: De acordo com a tabela temos as seguintes in-
forma¸c˜oes:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e x3 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 20, f2 = 50 e f3 = 15
(III) Z = 0
Inicialmente, devemos identificar a vari´avel que entra e a vari´avel b´asica que sai da
base. Consequentemente iremos determinar a coluna e a a linha pivˆo, respectivamente.
J´a sabemos que para determinar a vari´avel que entra na base devemos identificar o
coeficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo. no caso temos −4x3,
pois | − 4| = 4. Dessa forma, tem-se que a vari´avel que entra na base ´e x3 e a coluna
pivˆo ´e C4. Agora, devemos determinar a primeira vari´avel b´asica que se anula com a
entrada de x3.
25
Para isso, identifique o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independen-
tes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto claro, zero e n´umeros negativos.
No caso em comento temos:
50
1
= 50. Logo, a linha pivˆo ´e L3 e o elemento pivˆo ´e 1.
O pr´oximo passo ´e construir uma matriz a partir da tabela e transformar os elementos
da coluna pivˆo em zero. Esse procedimento far´a a vari´avel x3 se tornar vari´avel b´asica
e consequentemente transformar´a a vari´avel f2 em vari´avel n˜ao b´asica, isto ´e, f2 = 0.






1 −1/5 −2 −4 0 0 0 0
0 1 2 0 1 0 0 20
0 3 0 1 0 1 0 50
0 1 1 −1 0 0 1 15






L1 −→ L1 + 4L3
L4 −→ L4 + L3






1 59/5 −2 0 0 4 0 200
0 1 2 0 1 0 0 20
0 3 0 1 0 1 0 50
0 4 1 0 0 1 1 65






Que nos d´a a nova solu¸c˜ao b´asica
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi
L1 1 11,8 -2 0 0 4 0 200
L2 0 1 2 0 1 0 0 20
L3 0 3 0 1 0 1 0 50
L4 0 4 1 0 0 1 1 65
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e f2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 20, x3 = 50 e f3 = 65
(III) Z = 200
Z= 200 ´e uma solu¸c˜ao melhor do que Z = 0, contudo, como a fun¸c˜ao objetivo ainda
possui coeficiente negativo na vari´avel x2, isso indica que Z = 200 ainda n˜ao ´e a solu¸c˜ao
´otima, dessa forma, devemos repetir todo processo inicial.
Vari´avel que entra na base: x2, pois | − 2| = 2 (coeficiente negativo de maior valor
absoluto) e portanto coluna pivˆo C3.
Primeira vari´avel b´asica que se anula com a entrada de x3: Lembre-se que tal
vari´avel ´e encontrada pelo menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independen-
tes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto, zero e n´umeros negativos.Assim temos:
20
2
= 10 e
65
1
= 65. Logo, a linha pivˆo ser´a L2, pois o menor coeficiente obtido ´e 10.
26
O elemento que deve ser transformado no elemento pivˆo ser´a obtido de C3 L2 que
no caso ´e 2.
O pr´oximo passo ´e construir uma matriz a partir da tabela e em primeiro lugar, trans-
formar o elemento pivˆo em 1. Em seguida, repetiremos o procedimento anterior trans-
formando os elementos da coluna pivˆo em zero. Nesse novo procedimento a vari´avel x2
se tornar´a n˜ao b´asica e a vari´avel f1 se tornar´a vari´avel b´asica, isto ´e, f1 = 0.






1 59/5 −2 0 0 4 0 200
0 1 2 0 1 0 0 20
0 3 0 1 0 1 0 50
0 4 1 0 0 1 1 65






L2 −→
1
2
L2






1 59/5 −2 0 0 4 0 200
0 1/2 1 0 1/2 0 0 10
0 3 0 1 0 1 0 50
0 4 1 0 0 1 1 65






L1 −→ L1 + 2L2
L4 −→ L4 − L2






1 64/5 0 0 1 4 0 220
0 1/2 1 0 1/2 0 0 10
0 3 0 1 0 1 0 50
0 7/2 0 0 −1/2 1 1 55






Nos dando assim a nova solu¸c˜ao b´asica
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi
L1 1 12,8 0 0 1 4 0 220
L2 0 0,5 1 0 0,5 0 0 10
L3 0 3 0 1 0 1 0 50
L4 0 3,5 0 0 -0,5 1 1 15
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, f1 = 0 e f2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 10, x3 = 50 e f3 = 55
(III) Z = 220
Observe que a fun¸c˜ao objetivo n˜ao possui coeficiente negativo em nenhuma de suas
vari´aveis, assim, podemos dizer que a solu¸c˜ao ´otima para o problema ´e Z = 220 para
x2 = 10, x3 = 50 e f3 = 55.
27
b)MaxZ = 2x1 + 3x2 + 4x3
sujeito a :



x1 + x2 + x3 ≤ 100
2x1 + x2 ≤ 210
x1 ≤ 80
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0
Solu¸c˜ao (b):
i)MaxZ − 2x1 − 3x2 − 4x3 = 0
sujeito a :



x1 + x2 + x3 + f1 = 100
2x1 + x2 + f2 = 210
x1 + f3 = 80
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0
Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi
1 -2 -3 -4 0 0 0 0
0 1 1 1 1 0 0 100
0 2 1 0 0 1 0 210
0 1 0 0 0 0 1 80
De acordo com a tabela temos as seguintes informa¸c˜oes:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e x3 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 100, f2 = 210 e f3 = 80
(III) Z = 0
Como j´a sabemos, devemos identificar a vari´avel que entra e a vari´avel b´asica que sai
da base, isso nos mostrar´a tamb´em a coluna e a linha pivˆo, respectivamente.
O coeficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo nos mostra a vari´avel
que entra na base. no caso temos −4x3, pois | − 4| = 4.
Dessa forma, tem-se que a vari´avel que entra na base ´e x3 e a coluna pivˆo ´e C4
Agora, devemos determinar a primeira vari´avel b´asica que se anula com a entrada de
x3.
Para isso, vamos identificar o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos indepen-
dentes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto elementos iguais a zero e n´umeros
negativos.
No caso temos apenas
100
1
= 100 o que significa que f1 ´e a primeira vari´avel b´asica a
se anular com a entrada de x3. Logo, a linha pivˆo ´e L2. Como C4 L2 = 1, ent˜ao o
elemento pivˆo ´e 1.
28
O pr´oximo passo, como j´a sabemos, ´e construir uma matriz a partir da tabela e trans-
formar os elementos da coluna pivˆo em zero. Esse procedimento far´a a vari´avel x3 se
tornar n˜ao b´asica e consequentemente transformar´a a vari´avel f1 em vari´avel b´asica,
isto ´e, f2 = 0. 





1 −2 −3 −4 0 0 0 0
0 1 1 1 1 0 0 100
0 2 1 0 0 1 0 210
0 1 0 0 0 0 1 80






L1 −→ L1 + 4L2






1 2 1 0 4 0 0 400
0 1 1 1 1 0 0 100
0 2 1 0 0 1 0 210
0 1 0 0 0 0 1 80






A nova solu¸c˜ao b´asica ´e:
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi
L1 1 2 1 0 4 0 0 400
L2 0 1 1 1 1 0 0 100
L3 0 2 1 0 0 1 0 210
L4 0 1 0 0 0 0 1 80
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0, f1 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: x3 = 100, f2 = 210 e f3 = 80
(III) Z = 400
A fun¸c˜ao objetivo n˜ao possui coeficiente negativo em nenhuma de suas vari´aveis, pode-
mos dizer ent˜ao que a solu¸c˜ao ´otima para o problema ´e Z = 400, se x3 = 100, f2 = 210.
29
4.1.1 Aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex: Problema de Aloca¸c˜ao
(R´adios Standard e R´adios Luxo):
Recordemos agora o problema de aloca¸c˜ao dos r´adios standard e luxo, aplicaremos o
M´etodo Simplex e faremos uma interpreta¸c˜ao econˆomica quadro a quadro, dessa forma,
vamos mostrar que a solu¸c˜ao dada no M´etodo Gr´afico ser´a a mesma solu¸c˜ao apresen-
tada pelo M´etodo Simplex, o problema est´a descrito abaixo:
Uma f´abrica de r´adios possui duas linhas de produ¸c˜ao: r´adios standard e r´adios luxo.
Com rela¸c˜ao aos r´adios standard, sabe-se que sua linha de produ¸c˜ao comporta um
m´aximo de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um r´adio por dia e cada r´adio
fornece um lucro de R$ 30,00. Para os r´adios luxo, a linha de produ¸c˜ao comporta
um m´aximo de 32 oper´arios, sendo que dois oper´arios produzem um r´adio por dia e
cada r´adio fornece um lucro de R$ 40,00. Al´em disso, a f´abrica possui um total de 40
oper´arios a serem alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao.
J´a sabemos que o modelo que maximiza o lucro di´ario da f´abrica ´e:
MaxZ = 30x1 + 40x2
sujeito a :



x1 ≤ 24
2x2 ≤ 32
x1 + 2x2 ≤ 40
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
Z − 30x1 − 40x2 = 0
sujeito a :



x1 + f1 = 24
2x2 + f2 = 32
x1 + 2x2 + f3 = 40
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0
a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 40, f2 = 24 e f3 = 16
(III) Z = 0
b) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica:
A vari´avel que entra na base ´e x2, pois | − 40| = 40, al´em disso, a coluna pivˆo ´e C3.
A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x2, no caso f3,
pois:
16
1
= 16 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos
elementos da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero). A linha pivˆo nesse caso ´e
L2 e o elemento Pivˆo ´e C3 L2 = 1.
30
Tabela Simplex:
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7
Z x1 x2 f1 f2 f3 bi
L1 1 -30 -40 0 0 0 0
L2 0 1 0 1 0 0 24
L3 0 0 1 0 1 0 16
L4 0 1 2 0 0 1 40






1 −30 −40 0 0 0 0
0 1 0 1 0 0 24
0 0 1 0 1 0 16
0 1 2 0 0 1 40






L3 −→ L3 − 2L2
L1 −→ L1 + 40L2






1 −30 0 0 40 0 640
0 1 0 1 0 0 24
0 0 1 0 1 0 16
0 1 0 0 −2 1 8






A Nova Solu¸c˜ao B´asica ser´a:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, f2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: x2 = 16, f1 = 24 e f3 = 8
(III) Z = 640
Veja que nesse momento n˜ao h´a produ¸c˜ao de r´adios standard, pois x1 = 0, contudo,
houve uma produ¸c˜ao de 16 unidades di´arias de r´adios luxo. Note que Z passou de Z
= 0 para Z = 640. Esta ´e uma solu¸c˜ao melhor do que a anterior, mas n˜ao ´e a solu¸c˜ao
´otima, pois a primeira linha L1, que corresponde a fun¸c˜ao objetivo, ainda possui um
coeficiente negativo. Isto significa, que todo processo anterior deve ser repetido, na
busca de uma nova solu¸c˜ao b´asica.
31
a) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica
A vari´avel que entra na base ´e x1, pois | − 30| = 30. A coluna pivˆo ´e C2.
A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x1 ´e f3, pois:
8
1
= 8 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos elementos
da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero). Note que a linha pivˆo ser´a ent˜ao L4.
Elemento Pivˆo: C2 L4 = 1.






1 −30 0 0 40 0 640
0 1 0 1 0 −2 8
0 0 1 0 1 0 16
0 1 0 0 −2 1 8






L2 −→ L2 − L4
L1 −→ L1 + 30L4






1 0 0 0 −20 30 880
0 0 0 1 2 −1 16
0 0 1 0 1 0 16
0 1 0 0 −2 1 8






b) A Nova Solu¸c˜ao B´asica ser´a:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: f2 = 0, f3 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 8, x2 = 16 e f1 = 16
(III) Z = 880
Agora a f´abrica est´a produzindo 8 unidades di´arias de r´adios standard e mantem a
produ¸c˜ao de 16 unidades di´arias de r´adios luxo (em rela¸c˜ao a an´alise anterior). Nesse
momento, est˜ao alocados 8 oper´arios na produ¸c˜ao dos r´adios standard e a produ¸c˜ao
de r´adios luxo est´a em sua capacidade m´axima (32 oper´arios). f1 = 16 indica a sobra
de 16 unidades de r´adios standard. Nesse cen´ario, Z passou de Z = 640 para Z = 880,
que ´e uma solu¸c˜ao bem melhor que a anterior, mas n˜ao ´otima devido a primeira linha
(da fun¸c˜ao objetivo) apresentar ainda coeficiente negativo. Devemos ent˜ao repetir o
procedimento anterior.
32
c) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica: A vari´avel que entra na base ´e f2, pois
| − 20| = 20 e a coluna pivˆo ´e C5.
A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de f2 ´e f1, pois:
16
2
= 8 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos elemen-
tos da coluna pivˆo. A linha pivˆo ser´a L2 e o elemento Pivˆo C5 L2 = 2. Devemos
ent˜ao calcular o novo elemento pivˆo






1 0 0 30 0 −20 880
0 1 0 1 0 −2 8
0 0 0 −1 1 2 16
0 0 1 0 0 1 16






L2 −→
1
2
L2






1 0 0 30 0 −20 880
0 1 0 1 0 −2 8
0 0 0 −1/2 1/2 1 8
0 0 1 0 0 1 16






Ap´os o c´alculo do novo elemento pivˆo, retornamos ao procedimento inicial
a) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica






1 0 0 30 0 −20 880
0 1 0 1 0 −2 8
0 0 0 −1/2 1/2 1 8
0 0 1 0 0 1 16






L1 −→ L1 + 20L2
L2 −→ L2 + 2L2
L3 −→ L3 − L2






1 0 0 10 0 20 1040
0 0 0 1/2 1 −1/2 8
0 0 1 −1/2 0 1/2 8
0 1 0 1 0 0 24






33
Agora, a nova solu¸c˜ao b´asica ´e:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: f1 = 0, f3 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 24, x2 = 8 e f2 = 8
(III) Z = 1040
Se a f´abrica alocar 24 oper´arios para produ¸c˜ao de r´adios standard e 16 oper´arios na li-
nha de produ¸c˜ao de r´adios luxo haver´a uma sobra de 8 unidades de r´adios luxo (f2 = 8)
e n˜ao haver´a sobra de r´adios standard, dessa forma, Z passou de Z = 880 para Z =
1040, e esta ´e a solu¸c˜ao ´otima, pois a primeira linha L1, que corresponde a fun¸c˜ao
objetivo, n˜ao apresenta nenhum valor negativo.
An´alise Econˆomica: A produ¸c˜ao que maximiza o lucro para R$ 1040,00 fica estabe-
lecida da seguinte forma: devem ser produzidas 24 unidades di´arias de r´adio standard e
8 unidades de r´adios luxo por dia. A quantidade de oper´arios alocados nas duas linhas
de produ¸c˜ao deve ser 24 oper´arios para a linha de produ¸c˜ao de r´adios standard e 16
oper´arios para a linha de produ¸c˜ao de r´adios luxo, isso garante o m´aximo de oper´arios
trabalhando nas duas linhas de produ¸c˜ao (40 oper´arios), al´em disso, n˜ao houve sobras
na produ¸c˜ao de r´adios standard, o que respalda essa afirma¸c˜ao ´e o fato de que f1 = 0.
A sobra de 8 unidades na produ¸c˜ao de r´adios luxo pode estar relacionada com a quan-
tidade de oper´arios alocados nessa produ¸c˜ao, isto pode ser considerado um fator para
esse limite.
4.2 Solu¸c˜oes Degeneradas, Ilimitadas e M´ultiplas
Na utiliza¸c˜ao do M´etodo Simplex podem surgir 4 casos especiais:
• Degenera¸c˜ao;
• M´ultiplas Solu¸c˜oes;
• Solu¸c˜ao Ilimitada;
• Solu¸c˜ao Invi´avel;
a) Problema de Degenera¸c˜ao: No desenvolvimento do Simplex, a linha pivˆo ´e a
restri¸c˜ao que apresenta o menor quociente n˜ao negativo, na divis˜ao dos termos indepen-
dentes pelos coeficientes positivos da vari´avel que entra (regra da raz˜ao m´ınima).Ocorre,
que pode haver resultados iguais na aplica¸c˜ao da regra (empate), e nessas condi¸c˜oes,
a escolha da vari´avel que sai se d´a de forma arbitr´aria, assim, a solu¸c˜ao ´otima pode
apresentar uma vari´avel b´asica com valor nulo (igual a zero). Uma caracter´ıstica im-
portante da degenera¸c˜ao ´e o fato de que, a sa´ıda de uma vari´avel b´asica nula provoca
o aparecimento de outra vari´avel b´asica nula na solu¸c˜ao seguinte, sem altera¸c˜ao do
valor da fun¸c˜ao objetivo. Na pr´atica, a degenera¸c˜ao indica que existe uma restri¸c˜ao
redundante (recursos sup´erfluos) no modelo, isto ´e, uma restri¸c˜ao que, se retirada,
34
n˜ao influencia no espa¸co das solu¸c˜oes do problema. fazendo uma an´alise gr´afica, tal
restri¸c˜ao n˜ao interfere na regi˜ao de viabilidade, podendo ser retirada sem comprometi-
mento da solu¸c˜ao ´otima..
Vamos observar um exemplo:
MaxZ = 3x1 + 9x2
sujeito a :



x1 + 4x2 ≤ 8
x1 + 2x2 ≤ 4
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
Z − 3x1 − 9x2 = 0
sujeito a :



x1 + 4x2 + f1 = 8
x1 + 2x2 + f2 = 4
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0
a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial (SBI):
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 8, f2 = 4
(III) Z = 0
Vari´aveis que entra e sai da base:
• Vari´avel que entra na base (VEB): x2, pois -2 ´e o coeficiente negativo de maior valor
absoluto.
• Vari´avel que sai da base (VSB):f1 ou f2, pois h´a empate no crit´erio da raz˜ao m´ınima:
8
4
= 2 e
4
2
= 2
• Elemento Pivˆo: C3 L2 = 4
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 -3 -9 0 0 0
L2 0 1 4 1 0 8
L3 0 1 2 0 1 4
L2 −→
1
4
L2
35
C´alculo da Nova Solu¸c˜ao:



1 −3 −9 0 0 0
0 1/4 1 1/4 0 2
0 1 2 0 1 4



L1 −→ L1 + 9L2
L3 −→ L3 − 2L2



1 −3/4 0 9/4 0 18
0 1/4 1 1/4 0 2
0 1/2 0 −1/2 1 0



L3 −→ 2L3



1 −3/4 0 9/4 0 18
0 1/4 1 1/4 0 2
0 1 0 −1 2 0



L1 −→ L1 + 3
4
L3
L2 −→ L2 − 1
4
L2



1 0 0 3/2 3/2 18
0 0 1 1/2 −1/2 2
0 1 0 −1 2 0



a) Nova Solu¸c˜ao:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 2
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 0, f2 = 0
(III) Z = 18
36
Veja que x1 = 0 (vari´avel b´asica), o que indica a solu¸c˜ao degenerada. O fato de o
decisor saber a priore que uma das restri¸c˜oes ´e redundante (recursos sup´erfluos), traz
grande vantagem na tomada de decis˜ao. A informa¸c˜ao tamb´em pode levar a descober-
tas de distor¸c˜oes e irregularidades na modelagem do problema. Vejamos o problema
graficamente. Observe que a restri¸c˜ao x1 + 4x2 ≤ 8 (reta vermelha) pode ser removida
Figura 4.1:
sem comprometer a regi˜ao de viabilidade (abaixo da reta verde). Dizemos que o ponto
(0, 2) ´e superdeterminado.
c) Problema de M´ultiplas Solu¸c˜oes: Se no quadro final simplex resultar numa
solu¸c˜ao ´otima com coeficiente de uma vari´avel n˜ao b´asica igual a zero, significa que ela
poder´a entrar na base sem alterar o valor da fun¸c˜ao objetivo, gerando outra solu¸c˜ao
´otima. Neste caso, teremos solu¸c˜oes m´ultiplas, pois qualquer combina¸c˜ao linear
dessas duas solu¸c˜oes tamb´em ser´a solu¸c˜ao ´otima. Observe o exemplo abaixo:
MaxZ = 2x1 + 4x2
sujeito a :



x1 + 2x2 ≤ 5
x1 + x2 ≤ 4
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
Z − 2x1 − 4x2 = 0
37
sujeito a :



x1 + 2x2 + f1 = 5
x1 + x2 + f2 = 4
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0
a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial (SBI):
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 5, f2 = 4
(III) Z = 0
Vari´aveis que entra e sai da base:
• Vari´avel que entra na base (VEB): x2, pois -4 ´e o coeficiente negativo de maior valor
absoluto.
• Vari´avel que sai da base (VSB):f1
• Elemento Pivˆo: C3 L2 = 2
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 -2 -4 0 0 0
L2 0 1 2 1 0 5
L3 0 1 1 0 1 4
L2 −→
1
2
L2
C´alculo da Nova Solu¸c˜ao:



1 23 −4 0 0 0
0 1/2 1 1/2 0 5/2
0 1 1 0 1 4



L1 −→ L1 + 4L2
L3 −→ L3 − L2



1 0 0 2 0 10
0 1/2 1 1/2 0 5/2
0 1/2 0 −1/2 1 3/2



Observe que o coeficiente de x1 ´e igual a zero, isso indica que x1 pode entrar na
solu¸c˜ao b´asica sem alterar o valor da fun¸c˜ao objetivo, contudo, sua entrada provocar´a
mudan¸cas nos valores das outras vari´aveis.
Vamos mostrar isto fazendo x1 entrar na base e for¸cando a sa´ıda de f2.
38



1 0 0 2 0 10
0 1/2 1 1/2 0 5/2
0 1/2 0 −1/2 1 3/2



L3 −→ 2L3



1 0 0 2 0 10
0 1/2 1 1/2 0 5/2
0 1 0 −1 2 3



L2 −→ L2 − 1
2
L3



1 0 0 2 0 10
0 0 1 1 −1 1
0 1 0 −1 2 3



a) Nova Solu¸c˜ao:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 3, x2 = 1
(II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 0, f2 = 0
(III) Z = 10
´E importante notar que o M´etodo Simplex fornece apenas os extremos do intervalo das
m´ultiplas solu¸c˜oes. Na solu¸c˜ao da itera¸c˜ao 1,x1 = 0x2 = 5/2, significa que o ponto onde
a restri¸c˜ao corta o eixo x2 ´e (0; 2, 5) na itera¸c˜ao 2,x1 = 3, x2 = 1, isto ´e, o ponto ´otimo
(v´ertice do poliedro convexo) ´e o ponto (3, 1). Portanto, todas as m´ultiplas solu¸c˜oes
para o problema se encontram entre esses dois pontos.
39
Observe o gr´afico do problema:
Figura 4.2:
b) Problema da Solu¸c˜ao Ilimitada: Quando a vari´avel que entra na base n˜ao
possui em sua coluna nenhum coeficiente positivo o problema possui solu¸c˜ao ilimi-
tada. Devemos ent˜ao, buscar a ´ultima solu¸c˜ao b´asica antes da solu¸c˜ao ter se tornado
ilimitada.
4.2.1 Crit´erios Para Aplica¸c˜ao do Simplex
Os modelos de programa¸c˜ao linear apresentados at´e aqui (maximiza¸c˜ao) possuem as
seguintes caracter´ısticas:
• A fun¸c˜ao objetivo deve ser maximizada
• Todas as vari´aveis de decis˜ao s˜ao n˜ao negativas
• Existe uma solu¸c˜ao b´asica inicial
Isso significa que, para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex, todas as caracter´ısticas mencio-
nadas devem ser satisfeitas, dessa forma, podemos perceber, que precisamos de t´ecnicas
espec´ıficas para tratar de problemas que se referem a:
• Minimiza¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo
• Vari´aveis Livres
• Solu¸c˜ao B´asica Inicial
40
Para tratar de problemas que envolvem a minimiza¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo, devemos
multiplic´a-la por -1, assim, obter-se-´a uma fun¸c˜ao equivalente para maximiza¸c˜ao.
Quando as restri¸c˜oes do modelo forem do tipo (≥), devemos acrescentar uma vari´avel
com coeficiente negativo igual a -1 denominada de vari´avel de excesso.
As restri¸c˜oes do tipo (=), n˜ao recebem nem vari´aveis de folga nem vari´aveis de ex-
cesso.
Se houver vari´avel livre no modelo, significa que a condi¸c˜ao de n˜ao negatividade
n˜ao est´a satisfeita, nesses casos, podemos substitu´ı-la pela diferen¸ca de duas outras
vari´aveis n˜ao negativas, pois um n´umero qualquer sempre pode ser escrito como a di-
feren¸ca de dois n´umeros positivos.
Sempre que houver restri¸c˜oes do tipo (≥) ou ( = ), devemos acrescentar nessas
restri¸c˜oes o que denominamos de vari´aveis artificiais ηi, cujo objetivo ´e for¸car uma
solu¸c˜ao b´asica inicial para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex.
4.2.2 De Volta Para Modelo Original
Quando inserimos vari´aveis artificiais no modelo para produzir uma solu¸c˜ao b´asica ini-
cial, perdemos a originalidade do mesmo com rela¸c˜ao as suas vari´aveis iniciais, por isso
devemos buscar uma forma de retornar ao modelo original. As t´ecnicas mais utilizadas
para retornar ao modelo original s˜ao:
• M´etodo do Big M e
• M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar/ M´etodo das duas Fases
Ambos os m´etodos tˆem o mesmo objetivo, eliminar as vari´aveis auxiliares do mo-
delo mantendo a solu¸c˜ao b´asica inicial, isto ´e, transform´a-las de vari´aveis b´asicas em
vari´aveis n˜ao b´asicas, em outras palavras, devemos fazer η1 = η2 = η3 = · · · = ηn = 0
e A = 0.
4.2.3 M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar
O M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar ´e aplicado em problemas de minimiza¸c˜ao, ou
problemas que apresentam restri¸c˜oes do tipo (≥) e (=) no mesmo modelo. O m´etodo
consiste na introdu¸c˜ao de vari´aveis auxiliares ηi nas restri¸c˜oes do modelo estudado,
para que assim, seja poss´ıvel a existˆencia de uma solu¸c˜ao b´asica inicial, crit´erio
essencial para in´ıcio dos procedimentos da aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex. Para melhor
entendermos, vamos descrever os passos para aplica¸c˜ao do m´etodo em um exemplo.
Considere o modelo dado por:
MinZ = 3x1 + 2x2
41
sujeito a :



2x1 + x2 ≥ 10
x1 + 5x2 ≥ 15
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
Para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex, fa¸camos uma breve discuss˜ao:
A fun¸c˜ao objetivo ´e de minimiza¸c˜ao, ent˜ao devemos multiplic´a-la por -1:
MinZ = 3x1 + 2x2 · (−1) ⇒ −Z = −3x1 − 2x2, e portanto −Z + 3x1 + 2x2 = 0 ´e a
fun¸c˜ao objetivo equivalente para maximiza¸c˜ao.
As restri¸c˜oes s˜ao do tipo (≥), ent˜ao devemos introduzir as vari´aveis de excesso fi com
os coeficientes negativos (-1) e fi ≥ 0 em cada restri¸c˜ao. Al´em disso, ainda pelo fato
de as restri¸c˜oes serem do tipo (≥) devemos tamb´em inserir nas restri¸c˜oes t´ecnicas as
vari´aveis ηi auxiliares em cada uma das restri¸c˜oes. Ent˜ao:
Min(−Z) + 3x1 + 2x2 = 0
sujeito a :



2x1 + x2 − f1 + η1 = 10
x1 + 5x2 − f2 + η2 = 15
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, η1 ≥ 0, η2 ≥ 0
Depois de realizada a discuss˜ao, devemos construir a fun¸c˜ao objetivo auxiliar A,
formada pela soma das vari´aveis auxiliares.
A = η1 + η2 + η3 + · · · + ηn
No modelo em estudo temos ent˜ao A = η1 + η2.
A fun¸c˜ao A deve ser escrita em termos das vari´aveis originais para compor o novo
objetivo a ser minimizado.
Assim, o pr´oximo passo ´e escrever cada uma das vari´aveis artificiais das restri¸c˜oes
t´ecnicas em fun¸c˜ao das vari´aveis originais, visando substitu´ı-las na fun¸c˜ao objetivo au-
xiliar A.
• Restri¸c˜ao 1: η1 = −2x1 − x2 + f1 + 10
• Restri¸c˜ao 2: η2 = −x1 − 5x2 + f2 + 15.
Agora, devemos substituir η1 e η2 na fun¸c˜ao objetivo auxiliar A.
A = −2x1 − x2 + f1 + 10 + −x1 − 5x2 + f2 + 15
que nos d´a A = −3x1 − 6x2 + f1 + f2 + 25
Lembre-se que MinA = Max(−A) = 3x1 + 6x2 − f1 − f2 − 25.
42
• Fique Atento!: O objetivo inicial n˜ao ´e determinar a solu¸c˜ao ´otima, mas eliminar
as vari´aveis auxiliares, portanto, ´e necess´ario ficar atento na escolha da vari´avel que
entra na base, esta deve ser `aquela que expulsa uma das vari´aveis auxiliares do qua-
dro simplex. Isso dever´a ocorrer enquanto houver vari´avel auxiliar no modelo, quando
todas forem eliminadas, devemos abandonar o quadro simplex e retornar ao quadro
original com a solu¸c˜ao b´asica inicial mantida. Ressaltamos que, isso ocorrer´a quando:
η1 = η2 = η3 = · · · = ηn = 0 e A = 0
Pode haver casos em que a fun¸c˜ao auxiliar A apresenta solu¸c˜ao ´otima quando todas
as vari´aveis auxiliares j´a s˜ao iguais a zero, neste caso, o problema ´e imposs´ıvel de
ser resolvido, isto ´e, n˜ao existe solu¸c˜ao. Al´em disso, ´e poss´ıvel que as vari´aveis n˜ao
b´asicas n˜ao possuam condi¸c˜oes de expulsar uma vari´avel b´asica auxiliar, nesse caso,
n˜ao haver´a solu¸c˜ao b´asica, e consequentemente, o problema n˜ao apresentar´a solu¸c˜ao.
Agora sim, estamos prontos para aplicar o M´etodo Simplex no problema proposto de
minimiza¸c˜ao. A Tabela Simplex com a fun¸c˜ao objetivo auxiliar A ´e:
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Vari´aveis Z x1 x2 f1 f2 η1 η2 bi
F.O original -1 3 2 0 0 0 0 0 L1
(R1) 0 2 1 -1 0 1 0 10 L2
(R2) 0 1 5 0 -1 0 1 15 L3
F.O auxiliar -1 -3 -6 1 1 0 0 -25 L4
Vamos escolher qualquer vari´avel que entre na base com o objetivo de eliminar uma
vari´avel auxiliar qualquer, isto ´e, provocar sua sa´ıda, no problema proposto temos que:
• Se a vari´avel x1 entrar na base primeiro, ent˜ao sai a vari´avel b´asica auxiliar η1
• Se a vari´avel x2 entrar na base primeiro, ent˜ao sai a vari´avel b´asica auxiliar η2
Sabendo disso, vamos come¸car mostrando uma solu¸c˜ao b´asica inicial com as vari´aveis
artificiais:
(I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0, f1 = 0, f2 = 0
(II) Vari´aveis b´asicas: η1 = 10, η2 = 15
(III) Z = 0
C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica:
• A vari´avel que entra na base ´e x2, pois | − 6| = 6 e a coluna pivˆo ´e C3.
• A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x2, no caso ´e
η2, pois estamos considerando:
15
5
= 3 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos ter-
mos independentes pelos elementos da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero)
e a linha pivˆo ser´a L3.
43
• Elemento Pivˆo: C3 L3 = 5 (5 ´e o elemento que dever´a ser transformado no ele-
mento pivˆo).
Aplicaremos a opera¸c˜ao elementar L3 −→
1
5
L3 na tabela anterior, visando transformar
o elemento pivˆo em 1, para assim iniciarmos o processo com as matrizes.
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
Vari´aveis Z x1 x2 f1 f2 η1 η2 bi
F.O original -1 3 2 0 0 0 0 0 L1
(R1) 0 2 1 -1 0 1 0 10 L2
(R2) 0 1 5 0 -1 0 1 15 L3
F.O auxiliar -1 -3 -6 1 1 0 0 -25 L4
L3 −→
1
5
L3
O que nos d´a:






−1 3 2 0 0 0 0 0
0 2 1 −1 0 1 0 10
0 1
5
1 0 −1
5
0 1
5
3
−1 −3 −6 1 1 0 0 −25






L1 −→ L1 − 2L3
L2 −→ L2 − L3
L4 −→ L4 + 6L3






−1 13/5 0 0 2/5 0 −2/5 −6
0 9/5 0 −1 −1/5 1 −1/5 7
0 1/5 1 0 −1/5 0 1/5 3
−1 −9/5 0 1 −1/5 0 6/5 −7






Da ´ultima matriz podemos tirar as seguintes informa¸c˜oes:
• Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = f1 = f2 = η2 = 0
• Vari´aveis b´asicas: x2 = 3, η1 = 7
• Vari´avel que entra na base: x1, coluna pivˆo C2
• Vari´avel b´asica que sai da base: η1
• Elemento Pivˆo: 9
5
• Z = −6 (n˜ao conv´em)
Aplicando a opera¸c˜ao elementar L2 −→
5
9
L2 na linha pivˆo (na ´ultima matriz), temos:






−1 13/5 0 0 2/5 0 −2/5 −6
0 1 0 −5/9 1/9 5/9 −1/9 35/9
0 1/5 1 0 −1/5 0 1/5 3
−1 −9/5 0 1 −1/5 0 6/5 −7






44
L1 −→ L1 − 13
5
L2
L3 −→ L3 − 1
5
L2
L4 −→ L4 + 9
5
L2






−1 0 0 13/9 1/9 −13/9 −1/9 −145/9
0 1 0 −5/9 1/9 5/9 −1/9 35/9
0 0 1 1/9 −2/9 −1/9 2/9 20/9
−1 0 0 0 0 1 1 0






Est´a matriz nos d´a a nova solu¸c˜ao b´asica.
Agora, temos as seguintes informa¸c˜oes:
• Vari´aveis n˜ao b´asicas: f1 = f2 = η1 = η2 = 0
• Vari´aveis b´asicas: x1 = 3, ¯88, x2 = 2, ¯22
Observe que, agora, a solu¸c˜ao b´asica est´a formada com as vari´aveis originais, pois
η1 = η2 = 0. Assim, podemos abandonar o ´ultimo quadro e reescrever a nova tabela
Simplex sem as vari´aveis auxiliares e sem a fun¸c˜ao objetivo auxiliar.
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 -1 0 0 13/9 1/9 -145/9
L2 0 1 0 -5/9 1/9 35/9
L3 0 0 1 1/9 -2/9 20/9
Veja que n˜ao h´a coeficientes negativos na fun¸c˜ao objetivo, isto significa que a solu¸c˜ao
−Z = −
145
9
⇒ Z =
145
9
´e a solu¸c˜ao ´otima se, e somente se, x1 =
35
9
e x2 =
20
9
.
45
CAP´ITULO 5
DUALIDADE
Um problema que d´a origem a maximiza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao em Programa¸c˜ao Linear, ´e
chamado de Modelo Primal. J´a mostramos que tais modelos s˜ao escritos da seguinte
forma:
MaxZ =
n
j=1
cjxj
Sujeita a:
n
j=1
aijxj ≤ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0
ou
MinZ =
n
j=1
cjxj
Sujeita a:
n
j=1
aijxj ≥ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0
Para todo modelo primal, tem-se associado um outro modelo denominado de Mo-
delo Dual. O modelo dual ´e subsequente do modelo primal, isto ´e, se o modelo
primal ´e de maximiza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao, ent˜ao o modelo dual ser´a de minimiza¸c˜ao
ou maximiza¸c˜ao.
46
O modelo dual associado ao primal ser´a escrito como:
MinW =
m
i=1
biyi
Sujeita a:
m
i=1
aijyi ≥ cj ∀ j = 1, 2, 3, . . . , m sendo yi ≥ 0
ou
MaxW =
m
i=1
biyi
Sujeita a:
m
i=1
aijyi ≤ cj ∀ j = 1, 2, 3, . . . , m sendo yi ≥ 0
Analisando os modelos primal e dual, pode-se concluir que:
• Os termos independentes das restri¸c˜oes do primal, s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao ob-
jetivo do dual;
• Os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do primal, s˜ao os termos independentes do dual;
• O n´umero de vari´aveis do primal, corresponde ao n´umero de restri¸c˜oes do dual. Isto
´e, o dual tem tantas vari´aveis quantas restri¸c˜oes h´a no primal;
• Na transforma¸c˜ao do primal para o dual, o dual perde uma vari´avel existente no
primal;
• Os resultados do primal e do dual s˜ao iguais;
• O dual do problema dual resulta no primal;
• O dual ser´a indicado no quadro Simplex pelos coeficientes das vari´aveis de folga
(ou excesso) na linha da fun¸c˜ao objetivo da situa¸c˜ao final, e ir´a representar os custos
internos que vamos denominar de pre¸cos sombra.
5.1 Problema Primal × Problema Dual:
Dado um problema de programa¸c˜ao Linear do tipo MaxZ =
n
j=1
cjxj. Na forma ma-
tricial temos;
MaxZ = CX
Sujeita a: AX ≤ B com X ≥ 0.
Ent˜ao a forma matricial do seu modelo dual ser´a:
MinW = BY
Sujeita a: AT
Y ≥ C com Y ≥ 0.
Veja que, o modelo dual associado ao modelo primal ´e determinado pela transposta da
matriz dos coeficientes das vari´aveis yi do modelo dual com sinal ≥. Al´em disso, os
coeficientes ci do modelo primal, passam a ser os termos independentes do modelo dual.
47
Vejamos um exemplo:
MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3
sujeito a :



2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23
x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0
• Representa¸c˜ao Matricial do Primal
Max Z = 4 6 5



x1
x2
x3



Sujeito a:
2 5 3
1 3 4



x1
x2
x3


≤
23
19
Como j´a sabemos:
• Os termos independentes das restri¸c˜oes do primal, s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao ob-
jetivo do dual, isto ´e:
21 16
·• Os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do primal, correspondem aos termos independentes
do dual, o que nos d´a:



4
6
5



• Os termos independentes do primal, agora s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do
dual;
21 16
• A matriz dos coeficientes das restri¸c˜oes do dual, corresponde `a transposta da matriz
do primal, ou seja:



2 1
5 3
3 4



48
• O n´umero de restri¸c˜oes do dual, corresponde ao n´umero de vari´aveis do primal com
a perda de uma vari´avel, no caso x3.
y1
y2
Ent˜ao, o modelo dual pode ser escrito:
MinW = 21 16 ·
y1
y2
Sujeito a:



2 1
5 3
3 4



y1
y2
≥



4
6
5



Isto ´e:
MinW = 23y1 + 19y2
Sujeito a :



2y1 + y2 ≥ 4
5y1 + 3y2 ≥ 6
3y1 + 4y2 ≥ 5
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
Ent˜ao temos:
Modelo Primal
MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3
Sujeito a :



2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23
x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0
49
Modelo Dual
MinW = 23y1 + 19y2
sujeito a :



2y1 + y2 ≥ 4
5y1 + 3y2 ≥ 6
3y1 + 4y2 ≥ 5
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
5.1.1 Algor´ıtmo de Transforma¸c˜ao do Primal Para Dual
O algor´ıtmo que ser´a apresentado para transformar um modelo primal em um modelo
dual ser´a denominado de M´etodo Indiano, ele facilitar´a em muito o processo que envolve
transforma¸c˜ao de problemas primais em problemas duais, para aplica¸c˜ao do algor´ıtmo,
voltemos ao problema anterior, obter o modelo dual correspondente ao modelo primal:
MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3
Sujeito a :



2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23
x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0
Construa a matriz ampliada do conjunto de restri¸c˜oes t´ecnicas
A =



2 5 3 23
1 3 4 19
− − − −



Introduza os coeficientes e o termo independente da fun¸c˜ao objetivo na ´ultima linha
da matriz.
Note que, se Z = 0 (solu¸c˜ao b´asica inicial), ent˜ao 4x1 + 6x2 + 5x3 = 0.
A =



2 5 3 23
1 3 4 19
4 6 5 0



Calcule At
At
=






2 1 4
5 3 6
3 4 5
23 19 0






50
Que corresponde ao modelo dual
MinW = 23y1 + 19y2
sujeito a :



2y1 + y2 ≥ 4
5y1 + 3y2 ≥ 6
3y1 + 4y2 ≥ 5
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
Vejamos um exemplo:
Uma f´abrica de embalagens produz dois tipos de caixas, cereais e sab˜ao em p´o. Nas
caixas de cereais s˜ao gastos 60dm2
de papel˜ao e 0,20 homem-hora1
e nas caixas de sab˜ao
em p´o gastam-se 100dm2
de papel˜ao e 0,25 homem-hora. A empresa pode contar dia-
riamente, com 100m2
de papel˜ao e, atualmente, possui 5 funcion´arios que trabalham 6
horas por dia. Sabendo-se que a contribui¸c˜ao para o lucro das caixas de cereais e das
caixas de sab˜ao em p´o ´e de R$ 5,00 e R$ 8,00 respectivamente, responda:
a) Qual o modelo que maximiza o lucro da f´abrica?
b) Quantas caixas de cereais e de sab˜ao em p´o a f´abrica deve produzir para obter
o lucro m´aximo? Qual ´e esse lucro?
c) Com quais valores cada recurso utilizado deve contribuir para forma¸c˜ao do lucro
na venda de cada caixa? Fa¸ca uma an´alise econˆomica?
Solu¸c˜ao (a): Inicialmente, vamos fazer a MODELAGEM. Chamaremos de n´ıveis
de produ¸c˜ao das caixas de cereais e sab˜ao em p´o de x1 e x2 respectivamente. Para
produ¸c˜ao di´aria das caixas de cereais s˜ao gastos 60dm2
de papel˜ao e para as caixas
de sab˜ao em p´o 100dm2
, como existe uma disponibilidade m´axima di´aria de 100m2
,
tem-se que 60x1 + 100x2 ≤ 10.000 (100m2
−→ 10.000dm2) que ´e a restri¸c˜ao (R1). A
segunda restri¸c˜ao ´e composta pelo recurso Homem-hora. Para as caixas de cereal e
sab˜ao em p´o necessitam-se de 0,20 e 0,25 homens-hora respectivamente, isso nos leva
a segunda restri¸c˜ao (R2): 0, 20x1 + 0, 25x2 ≤ 30. As contribui¸c˜oes individuais para o
lucro da f´abrica s˜ao R$ 5,00 para as caixas de cereais e R$ 8,00 para as caixas de sab˜ao
em p´o, e portanto, a fun¸c˜ao objetivo ´e MaxZ = 5x1 + 8x2 = 0. Em resumo, o modelo
pode ser escrito.
1
Unidade convencionada e subjetiva que mede a quantidade de trabalho realizada por uma pessoa
durante uma hora.
51
MODELO PRIMAL
MaxZ = 5x1 + 8x2
Sujeito a :



60x1 + 100x2 ≤ 10.000
20x1 + 25x2 ≤ 3000
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
b) Vamos aplicar o M´etodo Simplex para responder a pergunta: Quantas caixas de
cereais e de sab˜ao em p´o a f´abrica deve produzir para obter o lucro m´aximo?
De MaxZ = 5x1 + 8x2 temos Z − 5x1 − 8x2 = 0.
Inserindo as vari´aveis de folga f1 e f2 nas restri¸c˜oes temos:



60x1 + 100x2 + f1 = 10.000
20x1 + 25x2 + f2 = 3.000
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 -5 -8 0 0 0
L2 0 60 100 1 0 10.000
L3 0 20 25 0 1 3.000
Podemos observar que:
A solu¸c˜ao b´asica inicial ´e dada por:
• Vari´aveis n˜ao b´asicas:



x1 = 0
x2 = 0
• Vari´aveis b´asicas:



f1 = 10.000
f2 = 3.000
A vari´avel que entra na base2
´e x2 e portanto a coluna pivˆo ´e C3.
A vari´avel que sai da base3
´e f1 e ent˜ao a linha pivˆo ´e L2.
O elemento pivˆo ´e dado por C3 L2 = 100
2
Aquela que possui coeficiente negativo de maior valor absoluto
3
identificada pela divis˜ao dos termos independente com elementos da coluna pivˆo
52
Dadas todas as informa¸c˜oes necess´arias, vamos `as itera¸c˜oes que nos mostrar´a a
nova solu¸c˜ao.
C´alculo da Nova Solu¸c˜ao:
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 -5 -8 0 0 0
L2 0 60 100 1 0 10.000
L3 0 20 25 0 1 3.000
L2 −→
1
100
L2



1 −5 −8 0 0 0
0 3/5 1 1/100 0 100
0 20 25 0 1 3.000



L1 −→ L1 + 8L2
L3 −→ L3 − 25L2



1 −1/5 0 8/100 0 800
0 3/5 1 1/100 0 100
0 5 0 −1/4 1 500



Desse ultimo quadro (matriz), podemos notar que a solu¸c˜ao ainda n˜ao ´e ´otima4
, dessa
forma, devemos continuar as itera¸c˜oes na busca da solu¸c˜ao ´otima, mas antes, vamos
analisar o ´ultimo quadro:
A solu¸c˜ao b´asica ´e:
• Vari´aveis n˜ao b´asicas:



x1 = 0
f1 = 0
• Vari´aveis b´asicas:



x2 = 100
f2 = 500
A vari´avel que entra na base ´e x1 e a coluna pivˆo ´e C2.
A vari´avel que sai da base ´e f2 e a linha pivˆo ´e L3.
O elemento pivˆo ´e C2 L3 = 5
Multiplicando toda a linha L3 por
1
5
, isto ´e L3 −→
1
5
L3 temos:
4
Pois ainda existe coeficiente negativo na fun¸c˜ao objetivo (primeira linha da matriz).
53
C´alculo da nova solu¸c˜ao b´asica:



1 −1/5 0 8/100 0 800
0 3/5 1 1/100 0 100
0 1 0 −1/20 1/5 100



L1 −→ L1 + 1
5
L3
L2 −→ L2 − 3
5
L3



1 0 0 7/100 1/25 820
0 0 1 3/100 −3/25 40
0 1 0 −1/20 1/5 100



No novo quadro Simplex podemos ver que para a f´abrica conseguir um lucro m´aximo
de R$ 820,00 diariamente, ´e necess´ario produzir 40 caixas de cereais e 100 caixas de
sab˜ao em p´o.
No item (c) a pergunta ´e: Com quais valores cada recurso utilizado deve contribuir
para forma¸c˜ao do lucro na venda de cada caixa? Isso nos remete ao que denominamos
de pre¸cos sombra.
Na Dualidade o principal objetivo ´e identificar o valor de oportunidade de cada re-
curso produtivo envolvido na produ¸c˜ao de bem. O gestor decide por meio da Dualidade
se existe a necessidade de produ¸c˜ao de um bem, ou mesmo, se mant´em em estoque os
recursos envolvidos no processo produtivo. Chamamos de Pre¸cos Sombra, os valores
duais, que tem o significado de ser a contribui¸c˜ao unit´aria de cada recurso utilizado
para forma¸c˜ao do lucro que ´e produzido na venda do bem, ou seja, os pre¸cos sombra
s˜ao os valores por unidade dos recursos adicionais.
Ent˜ao, para an´alise dos pre¸cos sombras, precisamos do MODELO DUAL:
Tal modelo pode ser obtido da transposta da matriz ampliada do primal:
A =



60 100 10.000
20 25 3.000
5 8 0



At
=



60 20 5
100 25 8
10.000 3.000 0



54
Ent˜ao o modelo dual ser´a:
MinW = 10.000y1 + 3.000y2
Sujeito a :



60y1 + 20y2 ≥ 5
100y1 + 25y2 ≥ 8
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
5.1.2 An´alise Econˆomica do Dual:
Do quadro final Simplex do primal, podemos construir um quadro final Dual Simplex
da seguinte forma:
W y1 y2 s1 s2 B
1 0 0 100 40 820
1 0 7/100
0 1 1/25
• O valor de y1 (0,07) foi obtido do coeficiente f1, e representa, portanto, o valor de
oportunidade do recurso R1, isto ´e, cada unidade do recurso R1 tem a capacidade de
gerar um lucro de R$ 0,07.
• O valor de y2 (0,04) foi obtido do coeficiente f2, e representa, portanto, o valor de
oportunidade do recurso R2, isto ´e, cada unidade do recurso R2 tem a capacidade de
gerar um lucro de R$ 0,07.
Os valores de y1 e y2 s˜ao, portanto, o valor de oportunidade por unidade do recurso R1
e R2, isto ´e, a capacidade de os recursos gerarem lucro nessa situa¸c˜ao. Veja que, na
solu¸c˜ao ´otima, os valores coincidem com o lucro atribu´ıdo aos produtos pelo mercado,
ou seja, o valor de oportunidade do mercado.
Cada uma das restri¸c˜oes compara o valor de oportunidade atribu´ıda aos produtos pelos
recursos, com o valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelo mercado. Vamos
fazer uma verifica¸c˜ao pela primeira restri¸c˜ao do modelo dual:
• Caixas de Cereal: A restri¸c˜ao 60y1 + 20y2 ≥ 5 nos mostra que para produzir uma
caixa de cereal s˜ao necess´arios 60dm2
de papel˜ao mais 20 homens/hora, estes recurso
s˜ao denominados valor interno(lado esquerdo da desigualdade). O valor (5) (lado
direito da desigualdade), indica o valor de oportunidade atribu´ıdo pelo mercado,
este valor tamb´em ´e conhecido como valor externo. Quando a remunera¸c˜ao do
mercado (valor externo) cobre o valor interno, o produto pode ser fabricado.
55
Se o valor de mercado for menor que o valor interno, o produto poder´a ser ou n˜ao
fabricado. Mas fique atento, se o valor interno superar o valor externo, ent˜ao algo
de errado pode est´a ocorrendo dentro da empresa, como: problemas na negocia¸c˜ao de
pre¸cos dos recursos produtivos junto aos fornecedores, ou a empresa pode estar atuando
com margens de lucros muito pequenas.
Vejamos o que est´a ocorrendo na F´abrica de caixas de cereal e sab˜ao em p´o em rela¸c˜ao a
primeira restri¸c˜ao 60y1 + 20y2 ≥ 5. Substituindo os valores (pre¸cos sombra) no modelo
tem-se:
60(0, 07) + 20(0, 04) ≥ 5 ⇒ 5 ≥ 5
O resultado nos mostra que o valor interno ´e igual ao valor externo, quando isso
acontece, significa que o bem deve ser fabricado, portanto, as caixas de cereal devem
ser fabricadas.
De forma an´aloga, na segunda restri¸c˜ao, tem-se que o valor interno ´e igual ao valor ex-
terno, e portanto as caixas de sab˜ao em p´o tamb´em podem ser fabricadas. A decis˜ao de
fabricar ou n˜ao um bem deve ser tomada com base no desempenho do modelo quanto
ao pre¸co sombra, se ao substituir o pre¸co sombra no modelo o resultado indicar que o
valor interno ´e menor ou igual do que o valor externo, sugere-se fabricar o
bem, no entanto, se o valor interno ´e maior do que o valor externo, sugere-se
que o produto n˜ao seja fabricado5
.
Exemplo 2: Considere uma empresa que fabrica porta e port˜oes de ferro cujo mo-
delo que maximiza os lucros da empresa ´e:
MaxZ = 200x1 + 500x2
Sujeito a :



20x1 + 30x2 ≤ 120
20x1 + 10x2 ≤ 80
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
.
Sendo R1: Recurso Ferro (Restri¸c˜ao 1) e R2: Horas m˜ao de obra e a situa¸c˜ao
final do quadro Simplex
Z x1 x2 f1 f2 b
1 133,3 0 16,66 0 2.000
0 0,67 1 0,03 0 4
0 13,33 0 -0,33 1 40
5
Note que, em termos de mercado, dificilmente o produto n˜ao seria fabricado, pois isso poderia
resultar em perdas significativas para a empresa, como clientes insatisfeitos e perda de participa¸c˜ao
de mercado. Cabe ao decisor analisar o cen´ario atual para decidir sobre o fabrico ou n˜ao do produto.
56
Pergunta-se:
a) Qual o modelo Dual?
b) Qual o quadro Dual Simplex (situa¸c˜ao final)?
c) Qual o valor de oportunidade do recurso R1. Explique.
d) Qual o valor de oportunidade do recurso R1. Explique.
e) Se vocˆe fosse o Engenheiro de Produ¸c˜ao dessa f´abrica, vocˆe produziria port˜oes de
ferro? Por quˆe?
f) Quanto as portas de ferro, vale a pena a produ¸c˜ao desse bem? Por quˆe?
Solu¸c˜ao: O modelo Primal ´e: MaxZ = 200x1 + 500x2
Sujeito a :



20x1 + 30x2 ≤ 120
20x1 + 10x2 ≤ 80
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
.
O modelo Dual ´e dado pela matriz transposta da matriz ampliada do primal, isto
´e:
A =



20 30 120
20 10 80
200 500 0



At
=



20 20 200
30 10 500
120 80 0



logo:MinW = 120y1 + 80y2
Sujeito a :



20y1 + 20y2 ≥ 200
30y1 + 10y2 ≥ 500
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
O quadro final Dual Simplex ´e:
W y1 y2 s1 s2 B
1 0 40 0 4 2000
1 0 16,66
0 1 133,33
O valor de oportunidade do recurso R1 (ferro) ´e R$ 16,66, isto ´e, cada unidade do
recurso I, se aumentada, tem capacidade de gerar R$ 16,66 de lucro para empresa.
57
J´a o recurso R2 (m˜ao de obra),n˜ao ´e escasso6
. Veja que de fato o resultado ´e
l´ogico, se y2 = 0, ent˜ao existem 40 horas de m˜ao de obra dispon´ıveis para uso.
Agora, vamos comparar o valor de oportunidade atribu´ıda ao produto pelos recursos
de cada uma das restri¸c˜oes com o valor atribu´ıdo aos produtos pelo mercado.
• Da primeira restri¸c˜ao do Dual temos: 20y1 + 20y2 ≥ 200. Veja que a restri¸c˜ao dual
indica quanto de cada recurso ´e utilizado na fabrica¸c˜ao de uma porta de ferro, isto ´e,
para produzir uma porta de ferro, s˜ao necess´arios 20 unidades do recurso ferro e 20
horas de m˜ao de obra. Substituindo os valores de oportunidade de cada recurso temos:
20(16, 66) + 20(0) ≥ 200 ⇒ 333, 2 ≥ 200
Isso significa que o valor interno (lado esquerdo da desigualdade) supera o valor ex-
terno (lado direito da desigualdade), nesse caso, sugere-se n˜ao fabricar portas de ferro,
pois algum problema pode est´a ocorrendo na empresa, como estabelecimento de uma
margem muito pequena de lucro.
• Da segunda restri¸c˜ao do Dual temos: 30y1 + 10y2 ≥ 500, ou seja, para fabricar
um port˜ao de ferro, s˜ao necess´arios 30 unidades de ferro e 10 horas de m˜ao de obra.
Substituindo os valores de oportunidade de cada recurso temos:
30(16, 66) + 10(0) ≥ 500 ⇒ 499, 8 ≥ 500
Isso significa que o valor de mercado cobre o valor interno, e dessa forma, o produto
pode ser fabricado.
Conclus˜ao: Pode-se fabricar os port˜oes de ferro, mas ´e necess´ario cautela na decis˜ao
de fabricar portas de ferro, recomenda-se o n˜ao fabrico desse produto.
Agora, imagine que a empresa decida realizar um estudo para verificar o impacto que
a fabrica¸c˜ao de uma unidade de porta de ferro (x1) causaria na resultado final da
fabrica¸c˜ao dos port˜oes (x2) e como o lucro da empresa (Z) seria afetado com essa
fabrica¸c˜ao.
Para isso, vamos procurar na coluna de x2 o elemento pivˆo (1). Como o produto a ser
fabricado ser´a x1, devemos localizar na linha do elemento pivˆo o valor correspondente
em x1, que no caso ´e 0, 67. Este valor representa a varia¸c˜ao que x2 sofrer´a com a
fabrica¸c˜ao de x1, ent˜ao, ∆x2 = −0, 67 (varia¸c˜ao negativa), pois x2 + 0, 67 = 4, o que
resulta em x2 = 3, 33. Da´ı tem-se que se, Z = 200x1 + 500x2 ⇒ Z = 200.(1) +
500(3, 33) ∴ Z = 1.865.
Esse resultado, mostra que se uma unidade de porta de ferro for fabricada, haver´a um
preju´ızo para a empresa de R$ 135,00. Isso se chama An´alise de Sensibilidade, ´e
o que estudaremos no pr´oximo cap´ıtulo.
6
N˜ao escassez significa um bem que n˜ao ´e desejado, N˜ao h´a procura por esse bem no mercado.
Matematicamente isso ocorre quando uma vari´avel de decis˜ao do Dual ´e n˜ao b´asica (igual a zero), pois
se isto acontece, ´e devido ao valor da vari´avel de folga no quadro final do primal, que indica sobra de
recursos.
58
CAP´ITULO 6
AN´ALISE DE SENSIBILIDADE
Segundo Lachtermacher (2009) uma das hip´otese dos problemas de programa¸c˜ao linear
´e a certeza sobre os valores dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo e das constantes das
restri¸c˜oes. Na modelagem de um problema em Pesquisa Operacional, a inclus˜ao de da-
dos cujos valores s˜ao dependentes do mercado podem sofrer varia¸c˜oes com o tempo ou
com a inser¸c˜ao de novas informa¸c˜oes. Por isso , a pesquisa da estabilidade da solu¸c˜ao
adotada em face dessas varia¸c˜oes ´e muito importante. Nesse estudo, veremos que a
solu¸c˜ao otimizada ´e dependente dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo (geralmente lucro,
receita ou custo), dos coeficientes e das constantes das restri¸c˜oes (geralmente necessi-
dades por produto e disponibilidade de um recurso). Como quase nunca temos certeza
destes valores na vida real, devemos saber o quanto a solu¸c˜ao otimizada est´a depen-
dente de uma determinada constante ou coeficiente. Se for observada uma alto grau de
dependˆencia, devemos tomar um grande cuidado na determina¸c˜ao dessa solu¸c˜ao. Para
isso, realizaremos uma an´alise p´os-otimiza¸c˜ao que tem o intuito de verificar as
poss´ıveis varia¸c˜oes para cima e para baixo dos valores dos coeficientes da fun¸c˜ao
objetivo, dos coeficientes e das constantes das restri¸c˜oes, sem que os pre¸cos
sombra sejam alterados. Este estudo ´e denominado de An´alise de Sensibilidade.
Para realiza¸c˜ao dele, devemos responder basicamente a trˆes perguntas:
Qual o efeito de uma mudan¸ca num coeficiente da fun¸c˜ao objetivo?
Qual o efeito de uma mudan¸ca numa constante (termo independente) de uma res-
tri¸c˜ao?
Qual o efeito de uma mudan¸ca num coeficiente de uma restri¸c˜ao?
59
Existem dois tipos b´asicos de an´alise de sensibilidade.
O primeiro estabelece limites inferiores e superiores para todos os coeficientes da
fun¸c˜ao objetivo e para as constantes das restri¸c˜oes.
O segundo verifica se mais de uma mudan¸ca simultˆanea em um problema altera a
sua solu¸c˜ao ´otima.
Para melhor compreen¸c˜ao do que foi exposto, vamos resolver o problema da fabrica de
tijolos.
Uma fabrica produz dois tipos de tijolos para constru¸c˜ao civil: tijolo baiano e tijolo
comum. A f´abrica gasta 2 unidades do recurso I e 4 unidade dos recurso II na fa-
brica¸c˜ao dos tijolos do tipo baiano. Na fabrica¸c˜ao dos tijolos do tipo comum s˜ao gastos
5 unidades do recurso I e 5 unidades do recurso II. A contribui¸c˜ao para o lucro dos
tijolos baiano e comum ´e R$ 10,00 e R$ 14,00, respectivamente. A f´abrica disp˜oe de
400 unidades do recurso I e 600 unidades do recurso II. Deseja-se saber quais as quan-
tidades que devem ser produzidas para que o lucro da empresa seja m´aximo.
O modelo que maximiza o lucro da f´abrica ´e:
MaxZ = 10x1 + 14x2
Sujeito a :



2x1 + 5x2 ≤ 400
4x1 + 5x2 ≤ 600
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
.
O quadro que Simplex inicial ´e:
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 -10 -14 0 0 0
L2 0 2 5 1 0 400
L3 0 4 5 0 1 600
Ap´os todas as itera¸c˜oes para determina¸c˜ao da solu¸c˜ao ´otima tem-se o seguinte quadro
final:
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Z x1 x2 f1 f2 bi
L1 1 0 0 3/5 11/5 1.560
L2 0 0 1 2/5 -1/5 40
L3 0 1 0 -1/2 1/2 100
60
Analisando o ´ultimo quadro, podemos afirmar que:
Para maximizar os lucros da f´abrica de tijolos em R$ 1.560 u.m ´e necess´ario a
produ¸c˜ao di´aria de 100 unidades de tijolo baiano e 40 unidades de tijolo comum.
O valor de oportunidade (pre¸co sombra) do tijolo baiano ´e de R$ 0,60 u.m e do tijolo
comum ´e de R$ 2,20 u.m. Portanto a capacidade dos tijolos baiano e comum de gerar
lucro para a f´abrica ´e de R$ 0,60 u.m e R$ 2,20 u.m respectivamente.
´E importante observar se o valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelos
recursos ´e maior, menor ou igual ao valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelo
mercado. Para isso precisamos do modelo dual:
A =



2 5 400
4 5 600
10 14 0



At
=



2 4 10
5 5 14
400 600 0



O modelo dual ´e:
MinW = 400y1 + 600y2
Sujeito a :



2y1 + 4y2 ≥ 10
5y1 + 5y2 ≥ 14
y1 ≥ 0, y2 ≥ 0
Da primeira restri¸c˜ao temos 2y1 + 4y2 ≥ 10 ⇒ 2(0, 60) + 4(2, 20) = 10, 00, e por-
tanto, o valor de oportunidade de mercado ´e igual ao valor de oportunidade atribu´ıdo
ao produto pelo recurso, recomenda-se a fabrica¸c˜ao dos tijolos do tipo baiano.
De forma an´aloga podemos interpretar a situa¸c˜ao na segunda restri¸c˜ao, pois: 5y1 +
5y2 ≥ 14 ⇒ 5(0, 60) + 5(2, 20) = 14, o nos mostra que os tijolos do tipo comum
tamb´em podem ser fabricados.
Mas, se quisermos saber, qual o intervalo de estabilidade dos recursos I e II (termos
independentes)?
Esse estudo deve ser realizado separadamente, portanto, inicialmente, vamos ver como
identificar um intervalo est´avel para o recurso I, isto ´e, vamos identificar os valores
m´aximo e minimo no qual podemos crescer e decrescer este recurso sem alterar o pre¸co
sombra.
61
Para isso, vamos considerar apenas as restri¸c˜oes do modelo primal
Sujeito a :



2x1 + 5x2 ≤ 400
4x1 + 5x2 ≤ 600
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
.
6.0.1 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es-
tabilidade do Recurso I
Se queremos estabelecer o intervalo de varia¸c˜ao do recurso I, devemos tomar a primeira
restri¸c˜ao do primal:
2x1 + 5x2 ≤ 400
Para identificar o intervalo de varia¸c˜ao do recurso I devemos obter os pontos (x1, 0) e
(0, x2) na segunda restri¸c˜ao:
• Para x1 = 0 temos 4(0) + 5x2 = 600 ∴ x2 = 120 e portanto (0, 120)
• Para x2 = 0 temos 4x1 + 5(0) = 600 ∴ x1 = 150 e portanto (150, 0)
Esses valores s˜ao os limites aceit´aveis para o recurso I, dessa forma, substituindo os
pontos encontrados na restri¸c˜ao que representa o recurso I temos:
• Para (0, 120) ⇒ 2(0) + 5(120) = 600
• Para (150, 0) ⇒ 2(150) + 5(0) = 300
Esse dois valores s˜ao os limites admiss´ıveis para o crescimento das quantidades do
recurso I, logo, seu intervalo de varia¸c˜ao ser´a:
300 ≤ b1 ≤ 600
Como o recurso I dispon´ıvel ´e de 400 unidades, o valores podem decrescer de 100 uni-
dades ou aumentar de 200 unidades que o pre¸co sombra n˜ao se alterar´a e o valor de Z
permanecer´a maximizado.
Obs: Esse m´etodo ´e baseado em an´alise geom´etrica, pois, mantendo-se a reta que
representa a segunda restri¸c˜ao fixa, a reta que representa a primeira restri¸c˜ao s´o po-
der´a se deslocar at´e os pontos (0, 120) e (150, 0), devido a tal deslocamento somente
ser poss´ıvel enquanto houver intersec¸c˜ao entre as duas retas.
62
6.0.2 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es-
tabilidade do Recurso II
Vamos obter o intervalo de varia¸c˜ao do recurso II de forma an´aloga ao recurso I.
Tomando a segunda restri¸c˜ao temos:
4x1 + 5x2 ≤ 600
vamos obter os limites aceit´aveis de varia¸c˜ao fazendo:
• x1 = 0 na primeira restri¸c˜ao: 2(0) + 5x2 = 400 ∴ x2 = 80 da´ı (0, 80)
• x2 = 0 na primeira restri¸c˜ao: 2x1 + 5(0) = 400 ∴ x1 = 200 da´ı (200, 0)
Substituindo os pontos na segunda restri¸c˜ao temos:
• Para (0, 80) ⇒ 4(0) + 5(80) = 400
• Para (200, 0) ⇒ 4(200) + 5(0) = 800
Ent˜ao, o intervalo de varia¸c˜ao para o recurso II ser´a:
400 ≤ b2 ≤ 800
Como o recurso II dispon´ıvel ´e de 600 unidades, os valores s´o podem crescer at´e 200
unidades e decrescer at´e 200 unidades sem alterar o pre¸co sombra.
6.0.3 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es-
tabilidade para os Coeficientes da Fun¸c˜ao Objetivo
Assim como utilizamos a ideia de an´alise geom´etrica baseada nas retas que representa-
vam as restri¸c˜oes, quando estabelecemos um intervalo de estabilidade para os recursos
(termos independentes), faremos o mesmo para determinar os intervalos de varia¸c˜ao dos
coeficientes da fun¸c˜ao objetivo, contudo, nesse caso, devemos garantir que, enquanto o
coeficiente angular da fun¸c˜ao objetivo estiver entre os coeficientes angulares das retas
que determinam a solu¸c˜ao ´otima (restri¸c˜oes), a solu¸c˜ao ´otima n˜ao se alterar´a.
Para isso, vamos considerar o problema proposto da f´abrica de tijolos, em que a fun¸c˜ao
objetivo ´e MaxZ = 10x1 + 14x2.
Sabemos que as restri¸c˜oes do problema s˜ao:



2x1 + 5x2 ≤ 400
4x1 + 5x2 ≤ 600
x1 ≥ 0, x2 ≥ 0
.
63
Vamos, inicialmente, descobrir os coeficientes angulares de cada uma das retas que
representam as restri¸c˜oes:
• 2x1 + 5x2 = 400 ⇒ 5x2 = −2x1 + 400 ∴ x2 = −
2
5
x1 + 400. Logo α = −
2
5
.
• 4x1 + 5x2 = 600 ⇒ 5x2 = −4x1 + 600 ∴ x2 = −
4
5
x1 + 600. Logo β = −
4
5
.
Agora devemos calcular o coeficiente da fun¸c˜ao objetivo sabendo que:
−0, 80 ≤ Coeficiente da F.O ≤ −0, 4
De uma forma geral, a fun¸c˜ao objetivo com duas vari´aveis de decis˜ao pode ser escrita
como Z = c1x1 + c2x2, e portanto
x2 = −
c1
c2
x1 +
Z
c2
Podemos perceber que o seu coeficiente ser´a dado por
θ = −
c1
c2
Vamos tomar a fun¸c˜ao objetivo do problema
Z = 10x1 + 14x2 ∴ x2 = −
10
14
x1 +
Z
14
, donde θ = −
10
14
.
Assim, para obter o intervalo de estabilidade do coeficiente da fun¸c˜ao objetivo, proce-
demos da seguinte forma:
−0, 80 ≤ −
c1
c2
≤ −0, 40
Inicialmente vamos supor que c1 sofrer´a altera¸c˜ao:



−
c1
14
≤ −0, 4
−
c1
14
≥ −0, 80
.
Para c2 = 14 temos:
−0, 80 ≤ −
c1
14
≤ −0, 40
−
c1
14
≥ −0, 80 ⇒ −c1 ≥ −11, 20 ∴ c1 ≤ 11, 20
−
c1
14
≤ −0, 4 ⇒ −c1 ≤ −5, 6 ∴ c1 ≥ 5, 6
5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20
64
Interpreta¸c˜ao dos resultados: ´E sabido que os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo ´e a
contribui¸c˜ao individual de cada vari´avel para o lucro, que no caso prov´em da fabrica¸c˜ao
de tijolos, dessa forma, podemos dizer que o intervalo da contribui¸c˜ao para o lucro da
venda de tijolos do tipo baiano ´e 5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20, ou seja, 10−5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20−10,
o que nos leva a 4, 40 ≤ c1 ≤ 1, 20, isto ´e, c1 pode decrescer em 4,40 unidades ou au-
mentar em 1,20 unidades que o lucro permanecer´a o mesmo. O lucro em ambas as
situa¸c˜oes permaneceria o mesmo, pois os valores em quest˜ao se encontram dentro do
intervalo 5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20. Isso garante que o intervalo de estabilidade ´e leg´ıtimo.
Agora faremos c2 sofrer `a altera¸c˜ao:
Para c1 = 10 temos:
−0, 80 ≤ −
10
c2
≤ −0, 40



−
10
c2
≤ −0, 40
−
10
c2
≥ −0, 80
.
−
10
c2
≥ −0, 80 ⇒ −10 ≥ −0, 8c2 ∴ 12, 5 ≤ c2
−
10
c2
≤ −0, 4 ⇒ −10 ≤ −0, 4c2 ∴ 25 ≥ c2
12, 5 ≤ c2 ≤ 25
Interpreta¸c˜ao dos resultados:
Nesse caso, o intervalo da contribui¸c˜ao para o lucro da venda de tijolos do tipo comum
´e 12, 5 ≤ c2 ≤ 25 . Isto ´e, pode decrescer at´e o limite de 1,5 unidades ou aumentar
at´e o limite de 11 unidades que o lucro permanecer´a o mesmo, pois, se a contribui¸c˜ao
para o lucro na fabrica¸c˜ao de tijolos do tipo comum ´e de R$ 14,00, ent˜ao, se fizermos
14 − 12, 5 ≤ c2 ≤ 25 − 14 teremos 1, 5 ≤ c2 ≤ 11. Portanto, o limite minimo permitido
´e 1,5 unidades e o limite m´aximo permitido ´e de 11 unidades. O lucro em qualquer das
situa¸c˜oes permaneceria o mesmo por se encontrarem dentro do intervalo de estabilidade,
assim, n˜ao h´a altera¸c˜ao dos pre¸cos sombra, o que legitima o intervalo de estabilidade
encontrado.
6.0.4 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Mudan¸ca no Co-
eficiente de uma Restri¸c˜ao
65
CAP´ITULO 7
TRANSPORTES
O problema de transportes ´e um problema de fluxo de redes, que esquematicamente ´e
representado por meio de grafos . Grafo ´e uma representa¸c˜ao esquem´atica de pontos
que s˜ao ligados por linhas, os pontos s˜ao geralmente denominados por n´os e as linhas
de arcos. N´os s˜ao c´ırculos em cujo interior ´e inserido um n´umero ou letra que os
identifica, eles s˜ao ligados pelos arcos. Sobre os arcos s˜ao colocados valores represen-
tativos de suas capacidades, distˆancias, tempo. Num problema de transporte ´e muito
comum que tais valores representem os custos de distribui¸c˜ao. Ali´as falar em problemas
de transportes significa resolver problemas de distribui¸c˜ao. Os grafos bipartidos s˜ao
aqueles que geralmente mais aparecem em problemas de transporte, pois esses grafos
possuem dois n´os com caracter´ısticas distintas.
66
7.1 Rela¸c˜ao entre Redes e Transporte
Num modelo de distribui¸c˜ao ´e necess´ario identificar duas informa¸c˜oes muito importan-
tes: O ofertante e o demandante. O ofertante ´e aquele produz, distribui aquilo que
foi produzido, o demandante ´e aquele que procura, necessita do que foi produzido pelo
ofertante. Nosso esquema ent˜ao ser´a:
Figura 7.1:
• Do lado esquerdo encontram-se os n´os 1, 2 e 3 que representam as origens.
• Respectivamente, ao lado das origens 1, 2 e 3, localizam-se as ofertas 50, 100 e 120.
• O somat´orio da oferta ´e igual a 270.
• Do lado direito est˜ao localizados os n´os 1 e 2 que correspondem aos destinos.
• As demandas 100 e 170 encontram-se ao lado dos n´os 1 e 2 (destinos).
• O somat´orio das ofertas e das demandas s˜ao iguais a 270.
• Os custos dos transportes da origem i para os destinos j est˜ao representados pelos
Cij, isto ´e: o custo do transporte da origem 1 para o destino 1 ´e dado por C11 = 10, o
custo de distribui¸c˜ao da origem 1 para o destino 2 ´e de C12 = 12. De forma an´aloga,
os custos de transportes das origens 2 (azul) s˜ao C21 = 20, C22 = 8 e 3 (verde) s˜ao
C31 = 6 e C32 = 15.
• A quantidade m´ınima a ser transportada (os caminhos) de cada origem i para cada
destino j est´a representada pelos arcos vermelhos, azuis e verdes.
67
7.2 Sistemas Equilibrados e N˜ao Equilibrados
Dois casos podem ocorrer quando da necessidade de resolver um problema de distri-
bui¸c˜ao: o sistema pode estar em equil´ıbrio ou desequilibrado. Quando o sistema se
encontra equilibrado, as quantidades existentes na origem e no destino s˜ao iguais, isto
´e, o somat´orio da oferta ´e igual ao somat´orio da demanda. No caso do sistema se
encontrar desequilibrado, as quantidades na origem e no destino s˜ao diferentes.
• Caso 1: Sistema Equilibrado A quantidade ofertada ´e igual a quantidade deman-
dada, isto ´e:
Oferta = Demanda
na figura 6.1 podemos observar que o sistema est´a equilibrado, pois
Oferta = Demanda = 270
• Caso 2: Sistema N˜ao Equilibrado: A quantidade ofertada ´e diferente da quan-
tidade demandada, podem ocorrer duas situa¸c˜oes:
Oferta > Demanda
ou
Oferta < Demanda
Quando a quantidade ofertada ´e maior do que a quantidade demandada, acrescenta-se
uma demanda fantasma no destino com custo zero e a carga obtida de Oferta−
Demanda, completando assim com a quantidade necess´aria para o equil´ıbrio da de-
manda.
Figura 7.2:
68
De forma an´aloga, se a quantidade do que se procura ´e maior do que a quantidade ofer-
tada, ent˜ao acrescenta-se uma origem fantasma de valor Demanda− Oferta,
que ir´a equilibrar o sistema.
Figura 7.3:
Em verdade, as quantidades que s˜ao transportadas para o destino fantasma, ficam
depositadas na origem e tem o ´unico intuito de equilibrar o sistema, o mesmo vale
para a origem fantasma, suas quantidades s˜ao mantidas nos dep´ositos origin´arios e s˜ao
acrescentadas com o objetivo de manter o sistema balanceado.
7.3 Modelo para Transporte
a. Vari´aveis de Decis˜ao: O significado das vari´aveis de decis˜ao num modelo de
transporte s˜ao as quantidades a serem transportadas de uma origem i para
um destino j que denotaremos por xij. Cada arco no esquema de redes representa
uma das vari´aveis de decis˜ao.
b. Fun¸c˜ao Objetivo: A fun¸c˜ao objetivo, no modelo de transporte, ´e dada pela
soma dos produtos dos custos individuais Cij de cada transporte realizado da origem i
para um destino j. O objetivo ´e minimizar os custos de transporte. De acordo com o
esquema apresentado na figura 6.1 temos a seguinte fun¸c˜ao objetivo:
MinZ = 10x11 + 12x12 + 20x21 + 8x22 + 6x31 + 15x32
69
Podemos dizer ent˜ao que a fun¸c˜ao objetivo ´e um somat´orio duplo das cargas a serem
transportadas em que os ´ındices representam as origens e os destinos. De uma forma
geral, a fun¸c˜ao objetivo ligada ao transporte pode ser escrita da seguinte forma:
MinZ =
m
i
n
j
xij
em que i indica a origem e j o destino.
c. Restri¸c˜oes: As restri¸c˜oes do problema de transporte est˜ao relacionadas as capa-
cidades das quantidades existentes na origem (disponibilidade) e no destino (necessi-
dade). No problema em comento temos que,as quantidades retiradas das origens devem
ser a disponibilidade existente em cada uma delas
Restri¸c˜oes de Disponibilidade:



x11 + x12 = 50
x21 + x22 = 100
x31 + x32 = 120
As quantidades transportadas para cada destino devem ser a necessidade em cada
um deles
Restri¸c˜oes de Demanda:



x11 + x21 + x31 = 100
x12 + x22 + x31 = 170
.
De uma forma geral, as restri¸c˜oes podem ser escrita da seguinte forma:



m
i=1
xij = ai
n
j=1
xij = bj
xij ≥ 0; i = 1, 2, 3, . . . , m ∧ j = 1, 2, 3, . . . , n
Como em qualquer modelo de PL, n˜ao podemos esquecer a condi¸c˜ao de n˜ao nega-
tividade: xij ≥ 0. Em resumo, o modelo geral ´e:
MinZ =
m
i
n
j
xij
Sujeito a:



m
i=1
xij = ai
n
j=1
xij = bj
xij ≥ 0; i = 1, 2, 3, . . . , m ∧ j = 1, 2, 3, . . . , n
com xij ≥ 0
70
Do problema proposto inicialmente tem-se:
MinZ = 10x11 + 12x12 + 20x21 + 8x22 + 6x31 + 15x32
Sujeito a:



x11 + x21 + x31 = 100
x12 + x22 + x31 = 170
x11 + x12 = 50
x21 + x22 = 100
x31 + x32 = 120
xij ≥ 0
7.4 Solu¸c˜ao B´asica Inicial para Transportes
Vamos agora descobrir, como determinar uma solu¸c˜ao b´asica inicial vi´avel para um
problema de transportes. Ser˜ao apresentados trˆes algoritmos para isso: M´etodo do
Canto Noroeste, M´etodo do Custo M´ınimo e o M´etodo de Vogel ou das Pe-
nalidades. Cada m´etodo tem caracter´ıstica pr´opria, mas fazem uso de ideias similares.
Considere o problema a seguir:
A prefeitura de Salvador est´a atualmente fazendo obras em trˆes pontos diferentes da
cidade. O material para essas obras ´e transportado dos dep´ositos do Sub´urbio Fer-
rovi´ario de Salvador,Lauro de Freitas e S˜ao Caetano, de onde s˜ao retiradas 57, 76 e 93
toneladas de material respectivamente. As Obras s˜ao nos bairros da Barra, Itapu˜a e Rio
Vermelho , que necessitam, diariamente, de 41, 80 e 105 toneladas, respectivamente.
Os custos unit´arios para o transporte desse material, bem como as disponibilidades e
necessidades encontram-se na tabela
Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades
Sub. Ferrovi´ario 7 8 4 57
Lauro de Freitas 5 3 6 76
S˜ao Caetano 6 5 4 93
Necessidades 41 80 105 226
71
7.4.1 M´etodo do Canto Noroeste
Este m´etodo tem o intuito de alocar carga a partir da primeira c´elula situada no canto
noroeste. O processo consiste em descarregar o m´aximo poss´ıvel de carga de acordo
com a demanda da primeira coluna e as ofertas da primeira linha, repetindo o processo
da esquerda para direita at´e que toda a carga dispon´ıvel no primeiro dep´osito tenha
sido distribu´ıda. Em seguida, repetimos o processo para as linhas seguintes, at´e que
toda carga seja distribu´ıda. O processo finaliza quando toda a capacidade de oferta
satisfaz a toda demanda existente. Vejamos sua aplica¸c˜ao.
Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades
Sub. Ferrovi´ario 7 8 4 57
Lauro de Freitas 5 3 6 76
S˜ao Caetano 6 5 4 93
Necessidades 41 80 105 226
Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades
Sub. Ferrovi´ario 41 16 57 16 0
Lauro de Freitas 64 12 76 12 0
S˜ao Caetano 93 93 0
Necessidades 41 0 80 64 0 105 93 0 226
72
CAP´ITULO 8
PESQUISA OPERACIONAL NO EXCEL - SOLVER
73
Otimização de lucro em linha de produção de rádios
Otimização de lucro em linha de produção de rádios
Otimização de lucro em linha de produção de rádios

More Related Content

What's hot

Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das Espécies
Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das EspéciesSlides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das Espécies
Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das EspéciesTurma Olímpica
 
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalization
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving GeneralizationSharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalization
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalizationtaeseon ryu
 
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016Carlos Alberto Monteiro
 
1° bimestre classificação dos seres vivos
1° bimestre   classificação dos seres vivos1° bimestre   classificação dos seres vivos
1° bimestre classificação dos seres vivossanthdalcin
 
Macrófitas aquáticas
Macrófitas aquáticasMacrófitas aquáticas
Macrófitas aquáticasLimnos Ufsc
 
Aula relações ecológicas
Aula relações ecológicasAula relações ecológicas
Aula relações ecológicasMarcia Bantim
 
Cinemática - Questões do Enem
Cinemática - Questões do EnemCinemática - Questões do Enem
Cinemática - Questões do EnemMaxsuel Aquino
 
Prova de recuperação ciências 9 ano pronta
Prova de recuperação  ciências   9 ano prontaProva de recuperação  ciências   9 ano pronta
Prova de recuperação ciências 9 ano prontaTâmara Maria Rodrigues
 
Classificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres VivosClassificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres Vivosshaleny
 
As teorias de Lamarck e Darwin.ppt
As teorias de Lamarck e Darwin.pptAs teorias de Lamarck e Darwin.ppt
As teorias de Lamarck e Darwin.pptMaria dos remédios
 
Leis da ecologia
Leis da ecologiaLeis da ecologia
Leis da ecologiaunesp
 
Pteridófitas & briofitas
Pteridófitas &  briofitasPteridófitas &  briofitas
Pteridófitas & briofitasAndrea Barreto
 

What's hot (20)

Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das Espécies
Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das EspéciesSlides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das Espécies
Slides da aula de Biologia (Renato) sobre Evolução das Espécies
 
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalization
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving GeneralizationSharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalization
Sharpness-Aware Minimization for Efficiently Improving Generalization
 
Gabarito crqa 3
Gabarito crqa 3Gabarito crqa 3
Gabarito crqa 3
 
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016
Ecossistemologia - Slides usados em aula 04/04/2016
 
1° bimestre classificação dos seres vivos
1° bimestre   classificação dos seres vivos1° bimestre   classificação dos seres vivos
1° bimestre classificação dos seres vivos
 
Macrófitas aquáticas
Macrófitas aquáticasMacrófitas aquáticas
Macrófitas aquáticas
 
Nomenclatura taxonomia
Nomenclatura taxonomiaNomenclatura taxonomia
Nomenclatura taxonomia
 
Matemática básica derivada e integral
Matemática básica   derivada e integralMatemática básica   derivada e integral
Matemática básica derivada e integral
 
07 tópico 6 - autocorrelação
07   tópico 6 - autocorrelação07   tópico 6 - autocorrelação
07 tópico 6 - autocorrelação
 
Método Promethee
Método PrometheeMétodo Promethee
Método Promethee
 
Princípios de taxonomia
Princípios de taxonomiaPrincípios de taxonomia
Princípios de taxonomia
 
Aula relações ecológicas
Aula relações ecológicasAula relações ecológicas
Aula relações ecológicas
 
Cinemática - Questões do Enem
Cinemática - Questões do EnemCinemática - Questões do Enem
Cinemática - Questões do Enem
 
Prova de recuperação ciências 9 ano pronta
Prova de recuperação  ciências   9 ano prontaProva de recuperação  ciências   9 ano pronta
Prova de recuperação ciências 9 ano pronta
 
Classificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres VivosClassificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres Vivos
 
Exercícios 7 ano
Exercícios 7 anoExercícios 7 ano
Exercícios 7 ano
 
As teorias de Lamarck e Darwin.ppt
As teorias de Lamarck e Darwin.pptAs teorias de Lamarck e Darwin.ppt
As teorias de Lamarck e Darwin.ppt
 
Simulado 02 (ciências 9º ano)
Simulado 02 (ciências 9º ano)Simulado 02 (ciências 9º ano)
Simulado 02 (ciências 9º ano)
 
Leis da ecologia
Leis da ecologiaLeis da ecologia
Leis da ecologia
 
Pteridófitas & briofitas
Pteridófitas &  briofitasPteridófitas &  briofitas
Pteridófitas & briofitas
 

Similar to Otimização de lucro em linha de produção de rádios

Apostila Pesquisa operacional
Apostila Pesquisa operacionalApostila Pesquisa operacional
Apostila Pesquisa operacionalPamella Campos
 
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIA
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIAANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIA
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIAJerbialdo
 
Conceitos básicos de Software R
Conceitos básicos de Software RConceitos básicos de Software R
Conceitos básicos de Software RThais Amaral
 
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFAS
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFASMETAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFAS
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFASJoao Gonçalves
 
Pesquisa operacional
Pesquisa operacionalPesquisa operacional
Pesquisa operacionalÉder Alves
 
Modelagem matematica
Modelagem matematicaModelagem matematica
Modelagem matematicaAndreza Lemos
 
Dissertação Mestrado
Dissertação MestradoDissertação Mestrado
Dissertação MestradoJoel Carvalho
 
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...Jean Pablo
 

Similar to Otimização de lucro em linha de produção de rádios (20)

monografia_andre_paro
monografia_andre_paromonografia_andre_paro
monografia_andre_paro
 
PO - aula 1.pptx
PO - aula 1.pptxPO - aula 1.pptx
PO - aula 1.pptx
 
análise de falhas
análise de falhasanálise de falhas
análise de falhas
 
Tese marinho
Tese marinhoTese marinho
Tese marinho
 
Apostila Pesquisa operacional
Apostila Pesquisa operacionalApostila Pesquisa operacional
Apostila Pesquisa operacional
 
mech-course.pdf
mech-course.pdfmech-course.pdf
mech-course.pdf
 
Dissertacao Mestrado
Dissertacao MestradoDissertacao Mestrado
Dissertacao Mestrado
 
CAD-CAE.pptx
CAD-CAE.pptxCAD-CAE.pptx
CAD-CAE.pptx
 
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIA
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIAANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIA
ANÁLISE DE COMPORTMENTO NÃO COOPERATIVO EM COMPUTAÇÃO VOLUNTÁRIA
 
Análise bayesiana de decisões aspectos práticos
Análise bayesiana de decisões   aspectos práticosAnálise bayesiana de decisões   aspectos práticos
Análise bayesiana de decisões aspectos práticos
 
Aa booklet
Aa bookletAa booklet
Aa booklet
 
Aula 05
Aula 05Aula 05
Aula 05
 
Conceitos básicos de Software R
Conceitos básicos de Software RConceitos básicos de Software R
Conceitos básicos de Software R
 
Curso estatistica descritiva no r
Curso   estatistica descritiva no rCurso   estatistica descritiva no r
Curso estatistica descritiva no r
 
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFAS
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFASMETAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFAS
METAHEURÍSTICA GRASP APLICADA AO PROBLEMA DO SEQUENCIAMENTO DE TAREFAS
 
Pesquisa operacional
Pesquisa operacionalPesquisa operacional
Pesquisa operacional
 
Introducao a otimizacao
Introducao a otimizacaoIntroducao a otimizacao
Introducao a otimizacao
 
Modelagem matematica
Modelagem matematicaModelagem matematica
Modelagem matematica
 
Dissertação Mestrado
Dissertação MestradoDissertação Mestrado
Dissertação Mestrado
 
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...
Avaliação de um Mecanismo Autonômico para Segurança em Rede Baseado em Metodo...
 

Recently uploaded

Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 

Recently uploaded (20)

Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 

Otimização de lucro em linha de produção de rádios

  • 1. PROGRAMAC¸ ˜AO LINEAR Aplicada a Pesquisa Operacional Andr´e Gustavo de A. Santos
  • 2. 2
  • 3. SUM´ARIO 1 Programa¸c˜ao Linear e Pesquisa Operacional 5 1.1 Fases da Pesquisa Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2 Modelos Matem´aticos em Programa¸c˜ao Linear 7 2.0.1 Generaliza¸c˜ao do Modelo em Programa¸c˜ao Linear . . . . . . . . 9 3 Resolu¸c˜ao Gr´afica de Modelos 11 3.1 Representa¸c˜ao Gr´afica de Uma Inequa¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3.1.1 Conjuntos Convexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.1.2 Discuss˜ao Gr´afica de Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.1.3 O M´etodo Gr´afico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 3.1.4 Esbo¸co da Fun¸c˜ao Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.1.5 Interpreta¸c˜ao Gr´afica V´ertice a V´ertice . . . . . . . . . . . . . . 22 4 M´etodo Simplex 23 4.1 Descri¸c˜ao de um M´etodo para Maximiza¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . 23 4.1.1 Aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex: Problema de Aloca¸c˜ao (R´adios Standard e R´adios Luxo): . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 4.2 Solu¸c˜oes Degeneradas, Ilimitadas e M´ultiplas . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.2.1 Crit´erios Para Aplica¸c˜ao do Simplex . . . . . . . . . . . . . . . 40 4.2.2 De Volta Para Modelo Original . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 4.2.3 M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . 41 5 Dualidade 46 5.1 Problema Primal × Problema Dual: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 5.1.1 Algor´ıtmo de Transforma¸c˜ao do Primal Para Dual . . . . . . . . 50 5.1.2 An´alise Econˆomica do Dual: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 3
  • 4. 6 An´alise de Sensibilidade 59 6.0.1 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade do Recurso I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 6.0.2 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade do Recurso II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 6.0.3 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Estabilidade para os Coeficientes da Fun¸c˜ao Objetivo . . . . . . . . . . . . . 63 6.0.4 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Mudan¸ca no Coeficiente de uma Restri¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 7 Transportes 66 7.1 Rela¸c˜ao entre Redes e Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 7.2 Sistemas Equilibrados e N˜ao Equilibrados . . . . . . . . . . . . . . . . 68 7.3 Modelo para Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 7.4 Solu¸c˜ao B´asica Inicial para Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 7.4.1 M´etodo do Canto Noroeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 8 Pesquisa Operacional no Excel - Solver 73 9 Coletˆanea de Exerc´ıcios 74 4
  • 5. CAP´ITULO 1 PROGRAMAC¸ ˜AO LINEAR E PESQUISA OPERACIONAL O estudo de Pesquisa Operacional teve seu inicio durante a Segunda Guerra Mundial, seu desenvolvimento se deu com o intuito principal de decidir sobre a forma mais eficaz de utiliza¸c˜ao dos recursos limitados durante a guerra. Portanto, o que denominamos de Pesquisa Operacional ´e a atividade desenvolvida com o intuito de suprir necessidades urgentes na aloca¸c˜ao de recursos escassos nas opera¸c˜oes militares. O primeiro programa formal de estudos da Pesquisa Operacional ocorreu em 1948, no Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos, que culminou com um apri- moramento das t´ecnicas e grandes avan¸cos na resolu¸c˜ao de problemas de programa¸c˜ao linear. ´E Nesse cen´ario, que surge um dos 5 algoritmos mais importantes do mundo, o M´etodo Simplex, desenvolvido por George Dantzig em 1947, que com o aux´ılio da Programa¸c˜ao Linear, tem o intuito de resolver problemas diversos relacionados a ali- menta¸c˜ao, industrias petrol´ıferas e moveleiras, agricultura, manufatura, siderurgia, me- talurgia e transportes. 5
  • 6. 1.1 Fases da Pesquisa Operacional N˜ao existe um n´umero de fases espec´ıfico para a resolu¸c˜ao de um problema em Pes- quisa Operacional, isso depende da complexidade do problema que o decisor tem em m˜ao, contudo, geralmente, o que se deseja ´e maximizar ou minimizar alguma coisa, portanto, o objetivo ´e chegar na solu¸c˜ao que otimiza o problema, a seguir, ser˜ao apre- sentadas algumas etapas que s˜ao essenciais nesse processo, com a certeza de que tal exposi¸c˜ao dar´a um norte do caminho a ser seguido pelo leitor. a) Defini¸c˜ao do Problema: ´e uma fase que se baseia em trˆes aspectos: (I) Identifica¸c˜ao das vari´aveis de decis˜ao (II) Descri¸c˜ao e defini¸c˜ao dos objetivos, bem como o reconhecimento das limita¸c˜oes (III) Restri¸c˜oes e exigˆencias do sistema. A resolu¸c˜ao do problema come¸ca pela defini¸c˜ao dos objetivos que pode ser de: maxi- miza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao de alguma coisa. O segundo ponto ´e determinar as vari´aveis de decis˜ao que est˜ao relacionadas aos objetivos. Por ´ultimo, deve ser identificada as limita¸c˜oes do problema ou exigˆencias do mesmo. b) Constru¸c˜ao do Modelo: o modelo deve estar atrelado a defini¸c˜ao do problema. essa ´e a fase que exige mais aten¸c˜ao do decisor, uma vez que a qualidade de todo o processo depende desta etapa. Os modelos matem´aticos s˜ao muito utilizados pelas empresas em seus processos decis´orios. c) Solu¸c˜ao do Modelo: O objetivo aqui ´e encontrar uma solu¸c˜ao para o modelo proposto atrav´es de t´ecnicas especificas, tais como: An´alise Gr´afica M´etodo Simplex An´alise de Sensibilidade Dualidade Simula¸c˜ao, dentre outras. d) Valida¸c˜ao do Modelo: Um modelo ´e v´alido quando for capaz de predizer um comportamento aceit´avel do sistema e uma resposta para a qualidade da decis˜ao a ser tomada. Um sistema pode ser validado por meio da an´alise de dados retirados do pr´oprio sistema, bem como da utiliza¸c˜ao desses dados para verificar se o sistema reproduziu comportamento parecido. e) Implementa¸c˜ao do Modelo: Nessa fase, a solu¸c˜ao ser´a apresentada ao admi- nistrador. A implementa¸c˜ao deve ser acompanhada observando comportamento do sistema como solu¸c˜ao adotada, algum ajuste pode ser requerido. 6
  • 7. CAP´ITULO 2 MODELOS MATEM´ATICOS EM PROGRAMAC¸ ˜AO LINEAR Os modelos matem´aticos s˜ao representa¸c˜oes simplificadas da realidade, por isso, n˜ao traduz fielmente um problema de pesquisa operacional, contudo, proporciona os parˆametros necess´arios para o entendimento eficaz dos conceitos mais elementares de PL. No in- tuito de lan¸car luz aos primeiros passos a serem seguidos no processo de modelagem, vamos sugerir aqui um roteiro com base nos seguintes procedimentos: 1) Determina¸c˜ao das Vari´aveis de Decis˜ao: Para identificar as vari´aveis de de- cis˜ao recomenda-se passar pelas seguintes etapas: Identifique qual o objetivo do problema, fa¸ca a pergunta: O que se deseja maximizar ou minimizar? As respostas s˜ao as vari´aveis de decis˜ao. Seja preciso com as unidades, tais como: moeda, tempo etc. Obs. Cuidado para n˜ao confundir as vari´aveis de decis˜ao com os parˆametros do pro- blema ou com o n´umero de m´aquinas da f´abrica ou mesmo com a quantidade de cada recurso usado na fabrica¸c˜ao de um produto etc. 2) Determina¸c˜ao das Restri¸c˜oes: Restri¸c˜oes t´ıpicas incluem a existˆencia de li- mites sobre quantidades de recursos dispon´ıveis (colaboradores, m´aquinas, or¸camento, mat´erias primas, etc.) Cada restri¸c˜ao imposta na descri¸c˜ao do sistema deve ser ex- pressa como uma rela¸c˜ao linear (igualdade ou desigualdade), montadas com as vari´aveis de decis˜ao. ´E importante enfatizar que todas as express˜oes mencionadas devem estar de acordo com a hip´otese principal da PL, pois todas as rela¸c˜oes entre vari´aveis devem ser lineares. Isso implica diretamente na proporcionalidade das contribui¸c˜oes envolvi- das, pois a contribui¸c˜ao individual de cada vari´avel ´e estritamente proporcional a seu valor, assim como a aditividade dessas contribui¸c˜oes, pois o total de todas as vari´aveis ´e igual a soma das contribui¸c˜oes individuais, independentemente dos valores delas. 7
  • 8. 3) Determina¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo: Em rela¸c˜ao ´e fun¸c˜ao objetivo, a Pro- grama¸c˜ao Operacional busca encontrar o melhor que pode ser realizado com o que se tem dispon´ıvel, ou seja, se busca maximizar algo como lucro ou eficiˆencia ou minimi- zar algo como custo ou tempo. Nos modelos de Programa¸c˜ao Linear existe apenas um objetivo, mas ´e poss´ıvel, em outras ´areas de P.O estudos com m´ultiplos objetivos. A fun¸c˜ao objetivo mede a eficiˆencia do sistema para cada solu¸c˜ao proposta. Para melhor elucida¸c˜ao do que foi dito, vamos ver um exemplo de um problema de aloca¸c˜ao em Programa¸c˜ao Linear como motivador: Aloca¸c˜ao de Recursos: Uma f´abrica de r´adios possui duas linhas de produ¸c˜ao: r´adios standard e r´adios luxo. Com rela¸c˜ao aos r´adios standard, sabe-se que sua linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 30,00. Para os r´adios luxo, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 32 oper´arios sendo que dois oper´arios produzem um r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 40,00. Al´em disso, a f´abrica possui um total de 40 oper´arios a serem alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao. Dˆe um modelo que maximize o lucro di´ario da f´abrica. Solu¸c˜ao: Definido o problema, vamos construir o modelo seguindo o roteiro sugerido anteriormente: a) Determina¸c˜ao das vari´aveis de decis˜ao: Qual o objetivo do problema? A res- posta ´e natural, Maximizar o lucro di´ario da produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo. Note que a resposta fornece as vari´aveis de decis˜ao: x1 −→ Quantidade de produ¸c˜ao di´aria dos r´adios standard; x2 −→ Quantidade de produ¸c˜ao di´aria dos r´adios luxo; Observe que cada vari´avel de decis˜ao assume valores inteiros e n˜ao negativos, pois elas representam unidades de produtos. Portanto, x1 ≥ 0 e x2 ≥ 0 . b) Determina¸c˜ao das restri¸c˜oes: Nessa fase, devemos estabelecer as restri¸c˜oes do problema. Para isso, voltemos ao texto para responder as perguntas (1) e (2). (1) Qual a capacidade m´axima di´aria da linha de produ¸c˜ao dos r´adios standard? j´a sa- bemos que, com rela¸c˜ao aos r´adios standard, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um r´adio por dia, ou seja: 1 r´adio por dia Restri¸c˜ao Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra) x1 ≤ 24 (2) Qual a capacidade m´axima di´aria da linha de produ¸c˜ao dos r´adios luxo? Com rela¸c˜ao aos r´adios standard, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 32 oper´arios, sendo que s˜ao necess´arios dois oper´arios para produzir um r´adio por dia, ou seja: 1 r´adio por dia Restri¸c˜ao Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra) 2x2 ≤ 32 8
  • 9. O problema ainda informa que a f´abrica possui um total de 40 oper´arios a serem alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao. O que nos fornece a seguinte restri¸c˜ao: Soma das Produ¸c˜oes Restri¸c˜oes Recursos Dispon´ıveis (m˜ao de obra) x1 + 2x2 ≤ 40 O pr´oximo passo ´e determinar a soma das contribui¸c˜oes para o lucro da f´abrica na produ¸c˜ao dos dois tipos de r´adio. c) Determina¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo: Queremos maximizar o lucro di´ario da produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo. Cada r´adio standard contribui com um lucro de R$ 30,00 e cada r´adio luxo contribui com um lucro de R$ 40,00, ent˜ao L(x1, x2) = 30x1 + 40x2. Em resumo, o modelo ´e dado por: MaxZ = 30x1 + 40x2 sujeito a :    x1 ≤ 24 2x2 ≤ 32 x1 + 2x2 ≤ 40 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 2.0.1 Generaliza¸c˜ao do Modelo em Programa¸c˜ao Linear Com base no que foi mostrado anteriormente, suponha agora que existem m recursos usados numa produ¸c˜ao de n produtos com as seguintes caracter´ısticas: MaxZ(x1, x2, . . . , xn) = c1x1 + c2x2 + · · · + cnxn Sujeito a :    a11x1 + a12x2 + · · · + a1nxn ≤ b1 a21x1 + a22x22 + · · · + a2nxn ≤ b2 ... am1x1 + am2x2 + · · · + amnxn ≤ bm com xj ≥ 0 onde cj ´e o lucro na venda de uma unidade do produto j = 1, 2, 3, . . . , n bi ´e a quantidade de recursos dispon´ıveis i = 1, 2, 3, . . . , m aij ´e a quantidade de recursos i usada para produzir uma unidade do produto j xj ´e o n´ıvel de produ¸c˜ao do produto j 9
  • 10. De uma forma geral, podemos escrever o modelo padr˜ao para maximiza¸c˜ao como: MaxZ = n j=1 cjxj Sujeita a: n j=1 aijxj ≤ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0 com aij, bi, cj ∈ i e j s˜ao n´umeros naturais tais que 1 ≥ i ≤ m e 1 ≥ j ≤ n; xij s˜ao chamadas de vari´aveis de decis˜ao; Z(x1, x2, . . . , xn) ´e a fun¸c˜ao objetivo; n j=1 aijxj ≤ bi s˜ao as restri¸c˜oes t´ecnicas da fun¸c˜ao objetivo; xj ≥ 0 s˜ao chamadas de condi¸c˜ao de n˜ao negatividade; m e n s˜ao respectiva- mente, o n´umero de vari´aveis de decis˜ao e o n´umero de restri¸c˜oes do modelo. 10
  • 11. CAP´ITULO 3 RESOLUC¸ ˜AO GR´AFICA DE MODELOS Como j´a vimos anteriormente, a programa¸c˜ao linear disp˜oe de v´arias t´ecnicas na busca da solu¸c˜ao ´otima, como: An´alise Gr´afica, M´etodo Simplex, An´alise de Sensibilidade, Dualidade, Simula¸c˜ao, dentre outras. Neste cap´ıtulo, iremos discutir acerca do M´etodo Gr´afico. Para resolver um problema de Programa¸c˜ao Linear pelo m´etodo gr´afico, ´e necess´ario que o problema apresente no m´aximo trˆes vari´aveis de decis˜ao, caso contr´ario, n˜ao ´e poss´ıvel a aplica¸c˜ao do m´etodo. Nesse livro, vamos abordar apenas a resolu¸c˜ao gr´afica de modelos que possuem duas vari´aveis, por entender que, embora muito simplificado, permite um entendimento s´olido dos conceitos que envolvem a Programa¸c˜ao Linear. O m´etodo consiste em representar atrav´es da intersec¸c˜oes das regi˜oes de cada restri¸c˜ao, bem como as intersec¸c˜oes das suas retas limites o conjunto de solu¸c˜oes vi´aveis do problema num sistema de eixos ortogonais. Os pontos pertencentes a essa regi˜ao ser˜ao os candidatos a solu¸c˜ao ´otima. Chamaremos a regi˜ao onde situam-se o conjunto solu¸c˜ao para o problema de regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis. O conjunto formado pelos pontos (x1, x2) deve satisfazer ao grupo de restri¸c˜oes do modelo. Seu desempenho ser´a avaliado a partir da an´alise gr´afica da fun¸c˜ao objetivo. 3.1 Representa¸c˜ao Gr´afica de Uma Inequa¸c˜ao Antes de apresentarmos o M´etodo Gr´afico para resolu¸c˜ao de modelos em PL, vamos relembrar como podemos esbo¸car o gr´afico de uma inequa¸c˜ao. Inicialmente, considere a inequa¸c˜ao 4x1 + 2x2 ≥ 16, ent˜ao; 4x1 + 2x2 = 16 ou 4x1 + 2x2 > 16 11
  • 12. • O segundo passo ´e relaxar a inequa¸c˜ao e construir o gr´afico de 4x1 + 2x2 = 16, mas para isto, devemos pˆor x2 em fun¸c˜ao de x1. • Da´ı temos: 4x1 + 2x2 = 16 ⇒ 2x2 = −4x1 + 16, portanto, x2 = −2x1 + 8. O gr´afico ent˜ao ser´a: Figura 3.1: A reta x2 = −2x1 + 8 ´e o limite da desigualdade. Como a inequa¸c˜ao tem sinal do tipo ≥, tem-se que todos os pontos da reta pertencem ao conjunto de valores que satisfazem a inequa¸c˜ao, bem como todos os valores situados na regi˜ao onde 4x1 + 2x2 > 16. Considere agora o sistema de inequa¸c˜oes lineares: sujeito a :    x − y ≤ 5 2x + y > 10 . Observe que x − y ≤ 5 ⇒ −y ≤ −x + 5 ⇒ y ≥ x − 5 e 2x + y > 10 ⇒ y < −2x + 10. O gr´afico que representa esse sistema ´e: Figura 3.2: 12
  • 13. A regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis ´e a intersec¸c˜ao das regi˜oes delimitadas pelas retas, isto significa que, qualquer ponto nessa regi˜ao satisfaz as duas desigualdades simultanea- mente, al´em disso, todos os pontos da reta y = x − 5 pertencem a essa regi˜ao, j´a os pontos da reta y = −2x + 10 n˜ao fazem parte do conjunto solu¸c˜ao do sistema. 3.1.1 Conjuntos Convexos Teorema: Um conjunto S ´e convexo se, e somente se, ele cont´em todas as combina¸c˜oes convexas dos seus elementos. Em outras palavras, podemos dizer que, um conjunto ´e convexo se dois pontos pertencentes a esse conjunto podem ser ligados por um seg- mento de reta, desde que todos os pontos do segmento perten¸cam ao conjunto. Figura 3.3: Podemos observar que na figura 2.3 (pol´ıgono n˜ao convexo) os pontos do segmento BD n˜ao fazem parte do conjunto. 3.1.2 Discuss˜ao Gr´afica de Modelos Nem sempre um problema de PL apresenta solu¸c˜ao ´otima, ent˜ao ´e necess´ario discutir os resultados poss´ıveis que podem ocorrer num problema de PL. Para isso, considere- mos 3 casos; Caso 1: Na figura (2.4), j´a sabemos, que a regi˜ao sombreada ´e chamada de regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis, tal regi˜ao ´e delimitada por trˆes restri¸c˜oes lineares do modelo. As retas pontilhadas (paralelas a FO1 e FO2 ) s˜ao chamadas de curvas de n´ıvel das fun¸c˜oes ob- jetivos FO1 e FO2. O ponto P(a, b) est´a representando o ponto do pol´ıgono convexo mais distante da origem do sistema de eixos coordenados. As restri¸c˜oes do modelo est˜ao denotadas por R1, R2 e R3 respectivamente. 13
  • 14. Figura 3.4: Observe que `a medida que o valor de FO1 aumenta `a reta se afasta da origem do sistema de eixos coordenados, varrendo toda a regi˜ao de solu¸c˜oes vi´aveis do problema, essa varredura se d´a com as curvas de n´ıvel da FO1 at´e encontrar o ponto P(a, b) (v´ertice do pol´ıgono). Como o ponto P(a, b) ´e o ponto mas distante da origem do plano cartesiano, isso nos faz concluir que P(a, b) ´e solu¸c˜ao ´otima para o problema, ou seja, ´e a solu¸c˜ao que maximiza o modelo. Por outro lado, podemos perceber, que a reta que representa a fun¸c˜ao objetivo FO2 coincide com a restri¸c˜ao R2 (ambas possuem o mesmo coeficiente angular), represen- tada pelo segmento AP, o que nos permite afirmar que, nesse caso, o problema ter´a infinitas solu¸c˜oes, pois entre dois pontos A e B de um segmento AB existe sempre um ponto C entre A e B. Quanto a reta s, veja que a mesma n˜ao cruza a regi˜ao de viabilidade, logo n˜ao pode conter solu¸c˜ao ´otima. Caso 2: Solu¸c˜ao degenerada ou problema invi´avel ocorre no caso em que n˜ao existe nenhum ponto (x1, x2) no plano cartesiano que satisfa¸ca simultaneamente as restri¸c˜oes i e j, conforme se observa na figura (2.5). Caso 3: Quando a solu¸c˜ao pode ser melhorada, mas n˜ao existem restri¸c˜oes que limi- tem esta solu¸c˜ao (o m´etodo n˜ao converge), isto ´e, o valor da fun¸c˜ao objetivo cresce indefinidamente na regi˜ao de viabilidade, chamamos de solu¸c˜ao indefinida. Observe que, n˜ao h´a como definir a solu¸c˜ao, pois a mesma tende para o infinito. 3.1.3 O M´etodo Gr´afico Agora, vamos a partir do Problema de Aloca¸c˜ao dos r´adios standard e luxo, discutido na se¸c˜ao 1.2 do cap´ıtulo 1 resolver o seu modelo usando o M´etodo Gr´afico, isso nos permitir´a entender o processo de produ¸c˜ao dos r´adios de forma anal´ıtica. O modelo obtido no problema foi: 14
  • 16. MaxZ = 30x + 40y sujeito a :    x ≤ 24 2y ≤ 32 x + 2y ≤ 40 x ≥ 0, y ≥ 0 a) Tra¸cado da inequa¸c˜ao x ≤ 24: Observe que x = 24 n˜ao ´e fun¸c˜ao, seu gr´afico ´e uma reta perpendicular ao eixo x (qualquer valor de y ter´a sempre a mesma abscissa x = 24). Ponto de intersec¸c˜ao no eixo das abscissas ´e (24, 0). Figura 3.7: A reta x = 24 indica o limite da produ¸c˜ao di´aria de r´adios standard. J´a x ≤ 24 indica a regi˜ao delimitada pela produ¸c˜ao de r´adios standard. b) Tra¸cado da inequa¸c˜ao y ≤ 16: A reta y = 16 indica o limite de produ¸c˜ao di´aria de r´adios luxo e y < 16 a regi˜ao delimitada dessa produ¸c˜ao. Nesse caso, temos o oposto da situa¸c˜ao anterior, y = 16 ´e uma fun¸c˜ao denominada fun¸c˜ao constante, todos os pontos da sua abscissa est˜ao associados ao mesmo valor 16
  • 18. y = 16, seu gr´afico ´e uma reta horizontal. c) Tra¸cado da inequa¸c˜ao x + 2y ≤ 40 : Para que essa reta seja tra¸cada, basta que se tenham dois pontos sobre o eixos coordenados, pela l´ogica temos que se x + 2y ≤ 40 ent˜ao x + 2y < 40 ou x + 2y = 40 . Tomemos a fun¸c˜ao afim x + 2y = 40. Tem-se ent˜ao que para y = 0 a raiz da fun¸c˜ao ´e x = 40, x = 0 temos y = 20, logo, os dois pontos pelo qual a reta passa s˜ao (40, 0) e (0, 20), o que nos d´a a reta: Cada par de pontos da reta x + 2y = 40 representa o uso m´aximo do limite de 40 funcion´arios na produ¸c˜ao dos r´adios standard e luxo. Pondo todos os gr´aficos no mesmo plano cartesiano tem-se: observe que as intersec¸c˜oes de todas as regi˜oes das restri¸c˜oes nos d´a o conjunto de todas as solu¸c˜oes que s˜ao vi´aveis para o modelo, isto ´e, tomando qualquer ponto dentro da regi˜ao de viabilidade, o ponto ir´a satisfazer o modelo, pois de acordo com a discuss˜ao da solu¸c˜ao gr´afica a solu¸c˜ao ´otima est´a num dos v´ertices:A(0, 0), B(0, 16), C(8, 16), D(24, 8), E(40, 0). Dessa forma, temos o seguinte gr´afico: 18
  • 20. Figura 3.11: 3.1.4 Esbo¸co da Fun¸c˜ao Objetivo A fun¸c˜ao objetivo est´a escrita na forma da equa¸c˜ao geral da reta, isto ´e, z = c1x + c2y. Para esbo¸carmos o gr´afico da fun¸c˜ao objetivo, devemos escrevˆe-la sob a forma reduzida da reta, ou seja, y = − c1 c2 x + z c2 com c2 = 0. Assim, utilizaremos o coeficiente angular da reta, que representar´a uma fam´ılia de re- tas (curvas de n´ıvel) com mesma dire¸c˜ao. Consideremos, como exemplo, a fun¸c˜ao objetivo do problema de aloca¸c˜ao dos r´adios standard e luxo, j´a modelado anteriormente. A fun¸c˜ao objetivo ´e L = 30x + 40y. Sua equa¸c˜ao reduzida da reta ´e y = − 3 4 x + L 40 O valor α = − 3 4 representa uma fam´ılia de retas negativamente inclinada. o esbo¸co da fun¸c˜ao objetivo no gr´afico do modelo est´a representado na Figura 11. Observe que a tangente do ˆangulo A ˆGF do triˆangulo ∆AFG ´e igual ao coeficiente angular da reta que representa a fun¸c˜ao objetivo, isto ´e, tg(α) = 3 4 . Da geometria, sabemos que tg(α) = cateto oposto hipotenusa , dessa forma: cateto oposto = 3 e cateto adjacente = 4. Portanto, a reta corta o eixo x em x = 4, o que nos d´a (4, 0) e o eixo y em y = 3, assim temos (0, 3), assim: 20
  • 21. Figura 3.12: Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto H(0, 10), tem-se L = 30 · 0 + 40 · 10 o que nos d´a L = 400. Como na fun¸c˜ao objetivo o termo independente ´e L 40 , ent˜ao y = − 3 4 x + 10. Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto B(0, 16), tem-se L = 30 · 0 + 40 · 16 o que nos d´a L = 640. Ent˜ao, a fun¸c˜ao objetivo ser´a y = − 3 4 x + 16. Fazendo a fun¸c˜ao objetivo passar pelo ponto C(8, 16), tem-se L = 30 · 8 + 40 · 16 o que nos d´a L = 880. Dessa forma, a fun¸c˜ao objetivo ser´a y = − 3 4 x + 22. De forma an´aloga temos D(24, 8), que nos d´a L = 1040 e y = − 3 4 x + 26 e tamb´em E(24, 0), que nos d´a L = 720 e y = − 3 4 x + 18. Podemos ent˜ao, enunciar o primeiro teorema de Programa¸c˜ao linear: Teorema: T1. Se um problema de programa¸c˜ao linear tem solu¸c˜ao ´otima, ent˜ao esta solu¸c˜ao est´a em, pelo menos, um ponto da regi˜ao fact´ıvel. T2. Se a regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear ´e n˜ao vazia, ent˜ao existe uma solu¸c˜ao ´otima. T3. A regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear ´e um conjunto convexo. T4. A regi˜ao fact´ıvel de um problema de programa¸c˜ao linear tem um n´umero finito de pontos extremos (v´ertices). 21
  • 22. 3.1.5 Interpreta¸c˜ao Gr´afica V´ertice a V´ertice Com base em todas essas informa¸c˜oes, podemos, por meio gr´afico, realizar uma an´alise econˆomica v´ertice a v´ertice do poliedro de solu¸c˜oes vi´aveis, ou mesmo tomar qual- quer ponto pertencente a essa regi˜ao para estudar a produ¸c˜ao di´aria de r´adios standard e luxo. O ponto de partida ´e o v´ertice que apresenta os menores valores para as vari´aveis de decis˜ao x e y, que no caso ´e o par (standard, luxo) = (x, y) = (0, 0). A partir desse ponto, caminha-se no sentido hor´ario at´e o ´ultimo v´ertice da pesquisa, faremos a seguir a interpreta¸c˜ao do problema proposto: • An´alise do v´ertice A(0,0): Nesse momento, ainda n˜ao h´a produ¸c˜ao na f´abrica de r´adios. • An´alise do v´ertice B(0,16): A f´abrica come¸ca a produ¸c˜ao de r´adios luxo com 16 unidades di´arias, mas ainda n˜ao produz r´adios standard nessa fase da produ¸c˜ao. A f´abrica aloca a capacidade m´axima de oper´arios na linha de produ¸c˜ao de r´adios luxo. • An´alise do v´ertice C(8,16): Inicia a produ¸c˜ao de r´adios standard com 8 unidades di´aria e mant´em-se a produ¸c˜ao de r´adios luxo em 16 unidades di´aria, para isso, s˜ao necess´arios 8 oper´arios e 32 oper´arios nas linhas de produ¸c˜ao de r´adios standard e luxo respectivamente. 22
  • 23. CAP´ITULO 4 M´ETODO SIMPLEX O Simplex ´e um m´etodo iterativo que percorre os pontos extremos do conjunto de solu¸c˜oes compat´ıveis do problema. Este m´etodo ´e formado por um grupo de crit´erios para escolha de solu¸c˜oes b´asicas que melhorem o desempenho do modelo. Para ser iniciado ´e necess´ario se conhecer uma solu¸c˜ao compat´ıvel b´asica (chamada solu¸c˜ao ini- cial). O M´etodo Simplex ent˜ao, faz a mudan¸ca do ponto inicial para o ponto extremo adjacente que melhore o valor da fun¸c˜ao objetivo. O procedimento adotado para o ponto extremo inicial ´e repetido para este segundo ponto extremo. O processo fina- liza quando, estando num ponto extremo, todos os pontos extremos a ele adjacentes, fornecem valores piores para a fun¸c˜ao objetivo. 4.1 Descri¸c˜ao de um M´etodo para Maximiza¸c˜ao a) Teste de Otimalidade: Considere o modelo MaxZ = 0, 2x1 + 2x2 + 4x3 sujeito a :    x1 + 2x2 ≤ 20 3x1 + x3 ≤ 50 x1 + x2 − x3 ≤ 15 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 23
  • 24. Observe que para Z = 0 temos 0, 2x1 + 2x2 + 4x3 = 0 e que se x1 entra na base com valor igual a 1, sendo x2 = x3 = 0, Z passa de Z = 0 para Z = 0,2 d´ecimos de unidade, o que aumenta Z em exatamente 0,2 que ´e o coeficiente de x1. Situa¸c˜ao semelhante vai ocorrer com x2 e x3, cada vari´avel contribuir´a na propor¸c˜ao do valor do seu coeficiente. Isso nos leva a crˆe que se os coeficientes das vari´aveis forem negativos o valor de Z pode ser aumentado com a entrada de uma vari´avel na base proporcionalmente ao valor do seu coeficiente, isto ´e, escrevendo a fun¸c˜ao objetivo na forma Z − 0, 2x1 − 2x2 − 4x3 = 0 a solu¸c˜ao testada somente ser´a ´otima quando, e somente quando as vari´aveis de decis˜ao n˜ao apresentarem coeficientes negativos. b) Vari´aveis de Folga: Toda inequa¸c˜ao do tipo ax + by ≤ c pode ser completada at´e se obter uma equa¸c˜ao linear, bastando apenas acrescentar uma vari´avel f ∈ Z com f ≥ 0 denominada ”vari´avel de folga”na inequa¸c˜ao obtendo ax + by + f = c. De forma an´aloga, toda inequa¸c˜ao do tipo ax + by ≥ c pode ser completada at´e se obter uma equa¸c˜ao linear, nesse caso, acrescentamos uma vari´avel f ∈ com f ≥ 0 denominada ”vari´avel de excesso”. Observe que nesse caso, a vari´avel de excesso entra com coefici- ente negativo resultando em ax + by − f = c. No caso da maximiza¸c˜ao, as vari´aveis de folga representam as sobras dessas restri¸c˜oes, isto ´e, a diferen¸ca entre o segundo e o primeiro membro. As vari´aveis de folga fi s˜ao sempre positivas. Cada vari´avel de folga ser´a introduzida em uma restri¸c˜ao t´ecnica do modelo e ir´a representar a diferen¸ca entre o segundo membro e o primeiro membro da restri¸c˜ao na qual ela ser´a introduzida. No exemplo anterior tem-se: f1 = 20 − (x1 + 2x2) ⇒ x1 + 2x2 + f1 = 20 f2 = 50 − (3x1 + x3) ⇒ 3x1 + x3 + f2 = 50 f3 = 15 − (x1 + x2 − x3) ⇒ x1 + x2 − x3 + f3 = 15 Como no problema proposto o modelo ´e de maximiza¸c˜ao, ent˜ao tem-se o seguinte: Z − 0, 2x1 − 2x2 − 4x3 = 0 sujeito a :    x1 + 2x2 + f1 = 20 3x1 + x3 + f2 = 50 x1 + x2 − x3 + f3 = 15 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0 c) Solu¸c˜ao B´asica Inicial: A fun¸c˜ao objetivo ´e escrita com as vari´aveis n˜ao b´asicas e as vari´aveis de folga s˜ao denominadas vari´aveis b´asicas, assim; x1, x2 e x3 ser˜ao cha- madas de vari´aveis n˜ao b´asicas e portanto x1 = 0, x2 = 0, x3 = 0. J´a f1, f2 e f3 s˜ao chamadas de vari´aveis b´asicas, e al´em disso formam a solu¸c˜ao b´asica inicial do modelo, pois f1 = 20, f2 = 50 e f3 = 15. 24
  • 25. d) Tabela Simplex: A tabela ´e constru´ıda com os coeficientes do modelo. as colunas s˜ao indicadas por Ci, as linhas por Li, al´em disso, bi representa os termos indepen- dentes. Na primeira linha L1 consta os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo, observe que como n˜ao h´a vari´aveis de folga na fun¸c˜ao objetivo, ent˜ao completa-se com zeros, al´em disso, tem-se que o termo independente da fun¸c˜ao objetivo ´e zero. nas demais linhas L1, L2, L3 e L4 constam os coeficientes das restri¸c˜oes t´ecnicas, os coeficientes das suas respectivas vari´aveis de folga e os termos independentes de cada restri¸c˜ao. C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi L1 1 -0,2 -2 -4 0 0 0 0 L2 0 1 2 0 1 0 0 20 L3 0 3 0 1 0 1 0 50 L4 0 1 1 -1 0 0 1 15 e) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica: i) Vari´avel que entra na base: Identifique a vari´avel que entra na base pelo coe- ficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo na tabela. A coluna da vari´avel que entra na base ser´a a coluna pivˆo. ii) Vari´avel que sai: A vari´avel b´asica que primeiro se anular´a com a entrada da vari´avel n˜ao b´asica ´e aquela que pertence a a linha pivˆo. Essa linha ´e obtida identi- ficando o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes das restri¸c˜oes tecnicas pelos elementos da coluna pivˆo. iii) Elemento pivˆo: O elemento pivˆo ´e obtido pela interse¸c˜ao da coluna pivˆo (da vari´avel que entra) com a linha pivˆo (da vari´avel que sai). Se esse elemento for igual a 1, ent˜ao o elemento ´e chamado de elemento pivˆo, se n˜ao, transforme o elemento em 1 utilizando as opera¸c˜oes elementares sobre as linhas de uma matriz. textbfiv) Obtendo a Solu¸c˜ao ´Otima: De acordo com a tabela temos as seguintes in- forma¸c˜oes: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e x3 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 20, f2 = 50 e f3 = 15 (III) Z = 0 Inicialmente, devemos identificar a vari´avel que entra e a vari´avel b´asica que sai da base. Consequentemente iremos determinar a coluna e a a linha pivˆo, respectivamente. J´a sabemos que para determinar a vari´avel que entra na base devemos identificar o coeficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo. no caso temos −4x3, pois | − 4| = 4. Dessa forma, tem-se que a vari´avel que entra na base ´e x3 e a coluna pivˆo ´e C4. Agora, devemos determinar a primeira vari´avel b´asica que se anula com a entrada de x3. 25
  • 26. Para isso, identifique o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independen- tes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto claro, zero e n´umeros negativos. No caso em comento temos: 50 1 = 50. Logo, a linha pivˆo ´e L3 e o elemento pivˆo ´e 1. O pr´oximo passo ´e construir uma matriz a partir da tabela e transformar os elementos da coluna pivˆo em zero. Esse procedimento far´a a vari´avel x3 se tornar vari´avel b´asica e consequentemente transformar´a a vari´avel f2 em vari´avel n˜ao b´asica, isto ´e, f2 = 0.       1 −1/5 −2 −4 0 0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 20 0 3 0 1 0 1 0 50 0 1 1 −1 0 0 1 15       L1 −→ L1 + 4L3 L4 −→ L4 + L3       1 59/5 −2 0 0 4 0 200 0 1 2 0 1 0 0 20 0 3 0 1 0 1 0 50 0 4 1 0 0 1 1 65       Que nos d´a a nova solu¸c˜ao b´asica C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi L1 1 11,8 -2 0 0 4 0 200 L2 0 1 2 0 1 0 0 20 L3 0 3 0 1 0 1 0 50 L4 0 4 1 0 0 1 1 65 (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e f2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 20, x3 = 50 e f3 = 65 (III) Z = 200 Z= 200 ´e uma solu¸c˜ao melhor do que Z = 0, contudo, como a fun¸c˜ao objetivo ainda possui coeficiente negativo na vari´avel x2, isso indica que Z = 200 ainda n˜ao ´e a solu¸c˜ao ´otima, dessa forma, devemos repetir todo processo inicial. Vari´avel que entra na base: x2, pois | − 2| = 2 (coeficiente negativo de maior valor absoluto) e portanto coluna pivˆo C3. Primeira vari´avel b´asica que se anula com a entrada de x3: Lembre-se que tal vari´avel ´e encontrada pelo menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independen- tes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto, zero e n´umeros negativos.Assim temos: 20 2 = 10 e 65 1 = 65. Logo, a linha pivˆo ser´a L2, pois o menor coeficiente obtido ´e 10. 26
  • 27. O elemento que deve ser transformado no elemento pivˆo ser´a obtido de C3 L2 que no caso ´e 2. O pr´oximo passo ´e construir uma matriz a partir da tabela e em primeiro lugar, trans- formar o elemento pivˆo em 1. Em seguida, repetiremos o procedimento anterior trans- formando os elementos da coluna pivˆo em zero. Nesse novo procedimento a vari´avel x2 se tornar´a n˜ao b´asica e a vari´avel f1 se tornar´a vari´avel b´asica, isto ´e, f1 = 0.       1 59/5 −2 0 0 4 0 200 0 1 2 0 1 0 0 20 0 3 0 1 0 1 0 50 0 4 1 0 0 1 1 65       L2 −→ 1 2 L2       1 59/5 −2 0 0 4 0 200 0 1/2 1 0 1/2 0 0 10 0 3 0 1 0 1 0 50 0 4 1 0 0 1 1 65       L1 −→ L1 + 2L2 L4 −→ L4 − L2       1 64/5 0 0 1 4 0 220 0 1/2 1 0 1/2 0 0 10 0 3 0 1 0 1 0 50 0 7/2 0 0 −1/2 1 1 55       Nos dando assim a nova solu¸c˜ao b´asica C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi L1 1 12,8 0 0 1 4 0 220 L2 0 0,5 1 0 0,5 0 0 10 L3 0 3 0 1 0 1 0 50 L4 0 3,5 0 0 -0,5 1 1 15 (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, f1 = 0 e f2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 10, x3 = 50 e f3 = 55 (III) Z = 220 Observe que a fun¸c˜ao objetivo n˜ao possui coeficiente negativo em nenhuma de suas vari´aveis, assim, podemos dizer que a solu¸c˜ao ´otima para o problema ´e Z = 220 para x2 = 10, x3 = 50 e f3 = 55. 27
  • 28. b)MaxZ = 2x1 + 3x2 + 4x3 sujeito a :    x1 + x2 + x3 ≤ 100 2x1 + x2 ≤ 210 x1 ≤ 80 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 Solu¸c˜ao (b): i)MaxZ − 2x1 − 3x2 − 4x3 = 0 sujeito a :    x1 + x2 + x3 + f1 = 100 2x1 + x2 + f2 = 210 x1 + f3 = 80 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0 Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi 1 -2 -3 -4 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 100 0 2 1 0 0 1 0 210 0 1 0 0 0 0 1 80 De acordo com a tabela temos as seguintes informa¸c˜oes: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 e x3 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 100, f2 = 210 e f3 = 80 (III) Z = 0 Como j´a sabemos, devemos identificar a vari´avel que entra e a vari´avel b´asica que sai da base, isso nos mostrar´a tamb´em a coluna e a linha pivˆo, respectivamente. O coeficiente negativo de maior valor absoluto da fun¸c˜ao objetivo nos mostra a vari´avel que entra na base. no caso temos −4x3, pois | − 4| = 4. Dessa forma, tem-se que a vari´avel que entra na base ´e x3 e a coluna pivˆo ´e C4 Agora, devemos determinar a primeira vari´avel b´asica que se anula com a entrada de x3. Para isso, vamos identificar o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos indepen- dentes bi pelos elementos da coluna pivˆo, exceto elementos iguais a zero e n´umeros negativos. No caso temos apenas 100 1 = 100 o que significa que f1 ´e a primeira vari´avel b´asica a se anular com a entrada de x3. Logo, a linha pivˆo ´e L2. Como C4 L2 = 1, ent˜ao o elemento pivˆo ´e 1. 28
  • 29. O pr´oximo passo, como j´a sabemos, ´e construir uma matriz a partir da tabela e trans- formar os elementos da coluna pivˆo em zero. Esse procedimento far´a a vari´avel x3 se tornar n˜ao b´asica e consequentemente transformar´a a vari´avel f1 em vari´avel b´asica, isto ´e, f2 = 0.       1 −2 −3 −4 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 100 0 2 1 0 0 1 0 210 0 1 0 0 0 0 1 80       L1 −→ L1 + 4L2       1 2 1 0 4 0 0 400 0 1 1 1 1 0 0 100 0 2 1 0 0 1 0 210 0 1 0 0 0 0 1 80       A nova solu¸c˜ao b´asica ´e: C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Z x1 x2 x3 f1 f2 f3 bi L1 1 2 1 0 4 0 0 400 L2 0 1 1 1 1 0 0 100 L3 0 2 1 0 0 1 0 210 L4 0 1 0 0 0 0 1 80 (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0, f1 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: x3 = 100, f2 = 210 e f3 = 80 (III) Z = 400 A fun¸c˜ao objetivo n˜ao possui coeficiente negativo em nenhuma de suas vari´aveis, pode- mos dizer ent˜ao que a solu¸c˜ao ´otima para o problema ´e Z = 400, se x3 = 100, f2 = 210. 29
  • 30. 4.1.1 Aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex: Problema de Aloca¸c˜ao (R´adios Standard e R´adios Luxo): Recordemos agora o problema de aloca¸c˜ao dos r´adios standard e luxo, aplicaremos o M´etodo Simplex e faremos uma interpreta¸c˜ao econˆomica quadro a quadro, dessa forma, vamos mostrar que a solu¸c˜ao dada no M´etodo Gr´afico ser´a a mesma solu¸c˜ao apresen- tada pelo M´etodo Simplex, o problema est´a descrito abaixo: Uma f´abrica de r´adios possui duas linhas de produ¸c˜ao: r´adios standard e r´adios luxo. Com rela¸c˜ao aos r´adios standard, sabe-se que sua linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 24 oper´arios, sendo que um oper´ario produz um r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 30,00. Para os r´adios luxo, a linha de produ¸c˜ao comporta um m´aximo de 32 oper´arios, sendo que dois oper´arios produzem um r´adio por dia e cada r´adio fornece um lucro de R$ 40,00. Al´em disso, a f´abrica possui um total de 40 oper´arios a serem alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao. J´a sabemos que o modelo que maximiza o lucro di´ario da f´abrica ´e: MaxZ = 30x1 + 40x2 sujeito a :    x1 ≤ 24 2x2 ≤ 32 x1 + 2x2 ≤ 40 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 Z − 30x1 − 40x2 = 0 sujeito a :    x1 + f1 = 24 2x2 + f2 = 32 x1 + 2x2 + f3 = 40 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, f3 ≥ 0 a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 40, f2 = 24 e f3 = 16 (III) Z = 0 b) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica: A vari´avel que entra na base ´e x2, pois | − 40| = 40, al´em disso, a coluna pivˆo ´e C3. A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x2, no caso f3, pois: 16 1 = 16 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos elementos da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero). A linha pivˆo nesse caso ´e L2 e o elemento Pivˆo ´e C3 L2 = 1. 30
  • 31. Tabela Simplex: C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 Z x1 x2 f1 f2 f3 bi L1 1 -30 -40 0 0 0 0 L2 0 1 0 1 0 0 24 L3 0 0 1 0 1 0 16 L4 0 1 2 0 0 1 40       1 −30 −40 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 24 0 0 1 0 1 0 16 0 1 2 0 0 1 40       L3 −→ L3 − 2L2 L1 −→ L1 + 40L2       1 −30 0 0 40 0 640 0 1 0 1 0 0 24 0 0 1 0 1 0 16 0 1 0 0 −2 1 8       A Nova Solu¸c˜ao B´asica ser´a: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, f2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: x2 = 16, f1 = 24 e f3 = 8 (III) Z = 640 Veja que nesse momento n˜ao h´a produ¸c˜ao de r´adios standard, pois x1 = 0, contudo, houve uma produ¸c˜ao de 16 unidades di´arias de r´adios luxo. Note que Z passou de Z = 0 para Z = 640. Esta ´e uma solu¸c˜ao melhor do que a anterior, mas n˜ao ´e a solu¸c˜ao ´otima, pois a primeira linha L1, que corresponde a fun¸c˜ao objetivo, ainda possui um coeficiente negativo. Isto significa, que todo processo anterior deve ser repetido, na busca de uma nova solu¸c˜ao b´asica. 31
  • 32. a) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica A vari´avel que entra na base ´e x1, pois | − 30| = 30. A coluna pivˆo ´e C2. A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x1 ´e f3, pois: 8 1 = 8 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos elementos da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero). Note que a linha pivˆo ser´a ent˜ao L4. Elemento Pivˆo: C2 L4 = 1.       1 −30 0 0 40 0 640 0 1 0 1 0 −2 8 0 0 1 0 1 0 16 0 1 0 0 −2 1 8       L2 −→ L2 − L4 L1 −→ L1 + 30L4       1 0 0 0 −20 30 880 0 0 0 1 2 −1 16 0 0 1 0 1 0 16 0 1 0 0 −2 1 8       b) A Nova Solu¸c˜ao B´asica ser´a: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: f2 = 0, f3 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 8, x2 = 16 e f1 = 16 (III) Z = 880 Agora a f´abrica est´a produzindo 8 unidades di´arias de r´adios standard e mantem a produ¸c˜ao de 16 unidades di´arias de r´adios luxo (em rela¸c˜ao a an´alise anterior). Nesse momento, est˜ao alocados 8 oper´arios na produ¸c˜ao dos r´adios standard e a produ¸c˜ao de r´adios luxo est´a em sua capacidade m´axima (32 oper´arios). f1 = 16 indica a sobra de 16 unidades de r´adios standard. Nesse cen´ario, Z passou de Z = 640 para Z = 880, que ´e uma solu¸c˜ao bem melhor que a anterior, mas n˜ao ´otima devido a primeira linha (da fun¸c˜ao objetivo) apresentar ainda coeficiente negativo. Devemos ent˜ao repetir o procedimento anterior. 32
  • 33. c) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica: A vari´avel que entra na base ´e f2, pois | − 20| = 20 e a coluna pivˆo ´e C5. A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de f2 ´e f1, pois: 16 2 = 8 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos termos independentes pelos elemen- tos da coluna pivˆo. A linha pivˆo ser´a L2 e o elemento Pivˆo C5 L2 = 2. Devemos ent˜ao calcular o novo elemento pivˆo       1 0 0 30 0 −20 880 0 1 0 1 0 −2 8 0 0 0 −1 1 2 16 0 0 1 0 0 1 16       L2 −→ 1 2 L2       1 0 0 30 0 −20 880 0 1 0 1 0 −2 8 0 0 0 −1/2 1/2 1 8 0 0 1 0 0 1 16       Ap´os o c´alculo do novo elemento pivˆo, retornamos ao procedimento inicial a) C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica       1 0 0 30 0 −20 880 0 1 0 1 0 −2 8 0 0 0 −1/2 1/2 1 8 0 0 1 0 0 1 16       L1 −→ L1 + 20L2 L2 −→ L2 + 2L2 L3 −→ L3 − L2       1 0 0 10 0 20 1040 0 0 0 1/2 1 −1/2 8 0 0 1 −1/2 0 1/2 8 0 1 0 1 0 0 24       33
  • 34. Agora, a nova solu¸c˜ao b´asica ´e: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: f1 = 0, f3 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: x1 = 24, x2 = 8 e f2 = 8 (III) Z = 1040 Se a f´abrica alocar 24 oper´arios para produ¸c˜ao de r´adios standard e 16 oper´arios na li- nha de produ¸c˜ao de r´adios luxo haver´a uma sobra de 8 unidades de r´adios luxo (f2 = 8) e n˜ao haver´a sobra de r´adios standard, dessa forma, Z passou de Z = 880 para Z = 1040, e esta ´e a solu¸c˜ao ´otima, pois a primeira linha L1, que corresponde a fun¸c˜ao objetivo, n˜ao apresenta nenhum valor negativo. An´alise Econˆomica: A produ¸c˜ao que maximiza o lucro para R$ 1040,00 fica estabe- lecida da seguinte forma: devem ser produzidas 24 unidades di´arias de r´adio standard e 8 unidades de r´adios luxo por dia. A quantidade de oper´arios alocados nas duas linhas de produ¸c˜ao deve ser 24 oper´arios para a linha de produ¸c˜ao de r´adios standard e 16 oper´arios para a linha de produ¸c˜ao de r´adios luxo, isso garante o m´aximo de oper´arios trabalhando nas duas linhas de produ¸c˜ao (40 oper´arios), al´em disso, n˜ao houve sobras na produ¸c˜ao de r´adios standard, o que respalda essa afirma¸c˜ao ´e o fato de que f1 = 0. A sobra de 8 unidades na produ¸c˜ao de r´adios luxo pode estar relacionada com a quan- tidade de oper´arios alocados nessa produ¸c˜ao, isto pode ser considerado um fator para esse limite. 4.2 Solu¸c˜oes Degeneradas, Ilimitadas e M´ultiplas Na utiliza¸c˜ao do M´etodo Simplex podem surgir 4 casos especiais: • Degenera¸c˜ao; • M´ultiplas Solu¸c˜oes; • Solu¸c˜ao Ilimitada; • Solu¸c˜ao Invi´avel; a) Problema de Degenera¸c˜ao: No desenvolvimento do Simplex, a linha pivˆo ´e a restri¸c˜ao que apresenta o menor quociente n˜ao negativo, na divis˜ao dos termos indepen- dentes pelos coeficientes positivos da vari´avel que entra (regra da raz˜ao m´ınima).Ocorre, que pode haver resultados iguais na aplica¸c˜ao da regra (empate), e nessas condi¸c˜oes, a escolha da vari´avel que sai se d´a de forma arbitr´aria, assim, a solu¸c˜ao ´otima pode apresentar uma vari´avel b´asica com valor nulo (igual a zero). Uma caracter´ıstica im- portante da degenera¸c˜ao ´e o fato de que, a sa´ıda de uma vari´avel b´asica nula provoca o aparecimento de outra vari´avel b´asica nula na solu¸c˜ao seguinte, sem altera¸c˜ao do valor da fun¸c˜ao objetivo. Na pr´atica, a degenera¸c˜ao indica que existe uma restri¸c˜ao redundante (recursos sup´erfluos) no modelo, isto ´e, uma restri¸c˜ao que, se retirada, 34
  • 35. n˜ao influencia no espa¸co das solu¸c˜oes do problema. fazendo uma an´alise gr´afica, tal restri¸c˜ao n˜ao interfere na regi˜ao de viabilidade, podendo ser retirada sem comprometi- mento da solu¸c˜ao ´otima.. Vamos observar um exemplo: MaxZ = 3x1 + 9x2 sujeito a :    x1 + 4x2 ≤ 8 x1 + 2x2 ≤ 4 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 Z − 3x1 − 9x2 = 0 sujeito a :    x1 + 4x2 + f1 = 8 x1 + 2x2 + f2 = 4 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0 a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial (SBI): (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 8, f2 = 4 (III) Z = 0 Vari´aveis que entra e sai da base: • Vari´avel que entra na base (VEB): x2, pois -2 ´e o coeficiente negativo de maior valor absoluto. • Vari´avel que sai da base (VSB):f1 ou f2, pois h´a empate no crit´erio da raz˜ao m´ınima: 8 4 = 2 e 4 2 = 2 • Elemento Pivˆo: C3 L2 = 4 C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 -3 -9 0 0 0 L2 0 1 4 1 0 8 L3 0 1 2 0 1 4 L2 −→ 1 4 L2 35
  • 36. C´alculo da Nova Solu¸c˜ao:    1 −3 −9 0 0 0 0 1/4 1 1/4 0 2 0 1 2 0 1 4    L1 −→ L1 + 9L2 L3 −→ L3 − 2L2    1 −3/4 0 9/4 0 18 0 1/4 1 1/4 0 2 0 1/2 0 −1/2 1 0    L3 −→ 2L3    1 −3/4 0 9/4 0 18 0 1/4 1 1/4 0 2 0 1 0 −1 2 0    L1 −→ L1 + 3 4 L3 L2 −→ L2 − 1 4 L2    1 0 0 3/2 3/2 18 0 0 1 1/2 −1/2 2 0 1 0 −1 2 0    a) Nova Solu¸c˜ao: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 2 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 0, f2 = 0 (III) Z = 18 36
  • 37. Veja que x1 = 0 (vari´avel b´asica), o que indica a solu¸c˜ao degenerada. O fato de o decisor saber a priore que uma das restri¸c˜oes ´e redundante (recursos sup´erfluos), traz grande vantagem na tomada de decis˜ao. A informa¸c˜ao tamb´em pode levar a descober- tas de distor¸c˜oes e irregularidades na modelagem do problema. Vejamos o problema graficamente. Observe que a restri¸c˜ao x1 + 4x2 ≤ 8 (reta vermelha) pode ser removida Figura 4.1: sem comprometer a regi˜ao de viabilidade (abaixo da reta verde). Dizemos que o ponto (0, 2) ´e superdeterminado. c) Problema de M´ultiplas Solu¸c˜oes: Se no quadro final simplex resultar numa solu¸c˜ao ´otima com coeficiente de uma vari´avel n˜ao b´asica igual a zero, significa que ela poder´a entrar na base sem alterar o valor da fun¸c˜ao objetivo, gerando outra solu¸c˜ao ´otima. Neste caso, teremos solu¸c˜oes m´ultiplas, pois qualquer combina¸c˜ao linear dessas duas solu¸c˜oes tamb´em ser´a solu¸c˜ao ´otima. Observe o exemplo abaixo: MaxZ = 2x1 + 4x2 sujeito a :    x1 + 2x2 ≤ 5 x1 + x2 ≤ 4 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 Z − 2x1 − 4x2 = 0 37
  • 38. sujeito a :    x1 + 2x2 + f1 = 5 x1 + x2 + f2 = 4 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0 a) Solu¸c˜ao B´asica Inicial (SBI): (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 5, f2 = 4 (III) Z = 0 Vari´aveis que entra e sai da base: • Vari´avel que entra na base (VEB): x2, pois -4 ´e o coeficiente negativo de maior valor absoluto. • Vari´avel que sai da base (VSB):f1 • Elemento Pivˆo: C3 L2 = 2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 -2 -4 0 0 0 L2 0 1 2 1 0 5 L3 0 1 1 0 1 4 L2 −→ 1 2 L2 C´alculo da Nova Solu¸c˜ao:    1 23 −4 0 0 0 0 1/2 1 1/2 0 5/2 0 1 1 0 1 4    L1 −→ L1 + 4L2 L3 −→ L3 − L2    1 0 0 2 0 10 0 1/2 1 1/2 0 5/2 0 1/2 0 −1/2 1 3/2    Observe que o coeficiente de x1 ´e igual a zero, isso indica que x1 pode entrar na solu¸c˜ao b´asica sem alterar o valor da fun¸c˜ao objetivo, contudo, sua entrada provocar´a mudan¸cas nos valores das outras vari´aveis. Vamos mostrar isto fazendo x1 entrar na base e for¸cando a sa´ıda de f2. 38
  • 39.    1 0 0 2 0 10 0 1/2 1 1/2 0 5/2 0 1/2 0 −1/2 1 3/2    L3 −→ 2L3    1 0 0 2 0 10 0 1/2 1 1/2 0 5/2 0 1 0 −1 2 3    L2 −→ L2 − 1 2 L3    1 0 0 2 0 10 0 0 1 1 −1 1 0 1 0 −1 2 3    a) Nova Solu¸c˜ao: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 3, x2 = 1 (II) Vari´aveis b´asicas: f1 = 0, f2 = 0 (III) Z = 10 ´E importante notar que o M´etodo Simplex fornece apenas os extremos do intervalo das m´ultiplas solu¸c˜oes. Na solu¸c˜ao da itera¸c˜ao 1,x1 = 0x2 = 5/2, significa que o ponto onde a restri¸c˜ao corta o eixo x2 ´e (0; 2, 5) na itera¸c˜ao 2,x1 = 3, x2 = 1, isto ´e, o ponto ´otimo (v´ertice do poliedro convexo) ´e o ponto (3, 1). Portanto, todas as m´ultiplas solu¸c˜oes para o problema se encontram entre esses dois pontos. 39
  • 40. Observe o gr´afico do problema: Figura 4.2: b) Problema da Solu¸c˜ao Ilimitada: Quando a vari´avel que entra na base n˜ao possui em sua coluna nenhum coeficiente positivo o problema possui solu¸c˜ao ilimi- tada. Devemos ent˜ao, buscar a ´ultima solu¸c˜ao b´asica antes da solu¸c˜ao ter se tornado ilimitada. 4.2.1 Crit´erios Para Aplica¸c˜ao do Simplex Os modelos de programa¸c˜ao linear apresentados at´e aqui (maximiza¸c˜ao) possuem as seguintes caracter´ısticas: • A fun¸c˜ao objetivo deve ser maximizada • Todas as vari´aveis de decis˜ao s˜ao n˜ao negativas • Existe uma solu¸c˜ao b´asica inicial Isso significa que, para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex, todas as caracter´ısticas mencio- nadas devem ser satisfeitas, dessa forma, podemos perceber, que precisamos de t´ecnicas espec´ıficas para tratar de problemas que se referem a: • Minimiza¸c˜ao da Fun¸c˜ao Objetivo • Vari´aveis Livres • Solu¸c˜ao B´asica Inicial 40
  • 41. Para tratar de problemas que envolvem a minimiza¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo, devemos multiplic´a-la por -1, assim, obter-se-´a uma fun¸c˜ao equivalente para maximiza¸c˜ao. Quando as restri¸c˜oes do modelo forem do tipo (≥), devemos acrescentar uma vari´avel com coeficiente negativo igual a -1 denominada de vari´avel de excesso. As restri¸c˜oes do tipo (=), n˜ao recebem nem vari´aveis de folga nem vari´aveis de ex- cesso. Se houver vari´avel livre no modelo, significa que a condi¸c˜ao de n˜ao negatividade n˜ao est´a satisfeita, nesses casos, podemos substitu´ı-la pela diferen¸ca de duas outras vari´aveis n˜ao negativas, pois um n´umero qualquer sempre pode ser escrito como a di- feren¸ca de dois n´umeros positivos. Sempre que houver restri¸c˜oes do tipo (≥) ou ( = ), devemos acrescentar nessas restri¸c˜oes o que denominamos de vari´aveis artificiais ηi, cujo objetivo ´e for¸car uma solu¸c˜ao b´asica inicial para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex. 4.2.2 De Volta Para Modelo Original Quando inserimos vari´aveis artificiais no modelo para produzir uma solu¸c˜ao b´asica ini- cial, perdemos a originalidade do mesmo com rela¸c˜ao as suas vari´aveis iniciais, por isso devemos buscar uma forma de retornar ao modelo original. As t´ecnicas mais utilizadas para retornar ao modelo original s˜ao: • M´etodo do Big M e • M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar/ M´etodo das duas Fases Ambos os m´etodos tˆem o mesmo objetivo, eliminar as vari´aveis auxiliares do mo- delo mantendo a solu¸c˜ao b´asica inicial, isto ´e, transform´a-las de vari´aveis b´asicas em vari´aveis n˜ao b´asicas, em outras palavras, devemos fazer η1 = η2 = η3 = · · · = ηn = 0 e A = 0. 4.2.3 M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar O M´etodo da Fun¸c˜ao Objetivo Auxiliar ´e aplicado em problemas de minimiza¸c˜ao, ou problemas que apresentam restri¸c˜oes do tipo (≥) e (=) no mesmo modelo. O m´etodo consiste na introdu¸c˜ao de vari´aveis auxiliares ηi nas restri¸c˜oes do modelo estudado, para que assim, seja poss´ıvel a existˆencia de uma solu¸c˜ao b´asica inicial, crit´erio essencial para in´ıcio dos procedimentos da aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex. Para melhor entendermos, vamos descrever os passos para aplica¸c˜ao do m´etodo em um exemplo. Considere o modelo dado por: MinZ = 3x1 + 2x2 41
  • 42. sujeito a :    2x1 + x2 ≥ 10 x1 + 5x2 ≥ 15 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 Para aplica¸c˜ao do M´etodo Simplex, fa¸camos uma breve discuss˜ao: A fun¸c˜ao objetivo ´e de minimiza¸c˜ao, ent˜ao devemos multiplic´a-la por -1: MinZ = 3x1 + 2x2 · (−1) ⇒ −Z = −3x1 − 2x2, e portanto −Z + 3x1 + 2x2 = 0 ´e a fun¸c˜ao objetivo equivalente para maximiza¸c˜ao. As restri¸c˜oes s˜ao do tipo (≥), ent˜ao devemos introduzir as vari´aveis de excesso fi com os coeficientes negativos (-1) e fi ≥ 0 em cada restri¸c˜ao. Al´em disso, ainda pelo fato de as restri¸c˜oes serem do tipo (≥) devemos tamb´em inserir nas restri¸c˜oes t´ecnicas as vari´aveis ηi auxiliares em cada uma das restri¸c˜oes. Ent˜ao: Min(−Z) + 3x1 + 2x2 = 0 sujeito a :    2x1 + x2 − f1 + η1 = 10 x1 + 5x2 − f2 + η2 = 15 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0, η1 ≥ 0, η2 ≥ 0 Depois de realizada a discuss˜ao, devemos construir a fun¸c˜ao objetivo auxiliar A, formada pela soma das vari´aveis auxiliares. A = η1 + η2 + η3 + · · · + ηn No modelo em estudo temos ent˜ao A = η1 + η2. A fun¸c˜ao A deve ser escrita em termos das vari´aveis originais para compor o novo objetivo a ser minimizado. Assim, o pr´oximo passo ´e escrever cada uma das vari´aveis artificiais das restri¸c˜oes t´ecnicas em fun¸c˜ao das vari´aveis originais, visando substitu´ı-las na fun¸c˜ao objetivo au- xiliar A. • Restri¸c˜ao 1: η1 = −2x1 − x2 + f1 + 10 • Restri¸c˜ao 2: η2 = −x1 − 5x2 + f2 + 15. Agora, devemos substituir η1 e η2 na fun¸c˜ao objetivo auxiliar A. A = −2x1 − x2 + f1 + 10 + −x1 − 5x2 + f2 + 15 que nos d´a A = −3x1 − 6x2 + f1 + f2 + 25 Lembre-se que MinA = Max(−A) = 3x1 + 6x2 − f1 − f2 − 25. 42
  • 43. • Fique Atento!: O objetivo inicial n˜ao ´e determinar a solu¸c˜ao ´otima, mas eliminar as vari´aveis auxiliares, portanto, ´e necess´ario ficar atento na escolha da vari´avel que entra na base, esta deve ser `aquela que expulsa uma das vari´aveis auxiliares do qua- dro simplex. Isso dever´a ocorrer enquanto houver vari´avel auxiliar no modelo, quando todas forem eliminadas, devemos abandonar o quadro simplex e retornar ao quadro original com a solu¸c˜ao b´asica inicial mantida. Ressaltamos que, isso ocorrer´a quando: η1 = η2 = η3 = · · · = ηn = 0 e A = 0 Pode haver casos em que a fun¸c˜ao auxiliar A apresenta solu¸c˜ao ´otima quando todas as vari´aveis auxiliares j´a s˜ao iguais a zero, neste caso, o problema ´e imposs´ıvel de ser resolvido, isto ´e, n˜ao existe solu¸c˜ao. Al´em disso, ´e poss´ıvel que as vari´aveis n˜ao b´asicas n˜ao possuam condi¸c˜oes de expulsar uma vari´avel b´asica auxiliar, nesse caso, n˜ao haver´a solu¸c˜ao b´asica, e consequentemente, o problema n˜ao apresentar´a solu¸c˜ao. Agora sim, estamos prontos para aplicar o M´etodo Simplex no problema proposto de minimiza¸c˜ao. A Tabela Simplex com a fun¸c˜ao objetivo auxiliar A ´e: C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Vari´aveis Z x1 x2 f1 f2 η1 η2 bi F.O original -1 3 2 0 0 0 0 0 L1 (R1) 0 2 1 -1 0 1 0 10 L2 (R2) 0 1 5 0 -1 0 1 15 L3 F.O auxiliar -1 -3 -6 1 1 0 0 -25 L4 Vamos escolher qualquer vari´avel que entre na base com o objetivo de eliminar uma vari´avel auxiliar qualquer, isto ´e, provocar sua sa´ıda, no problema proposto temos que: • Se a vari´avel x1 entrar na base primeiro, ent˜ao sai a vari´avel b´asica auxiliar η1 • Se a vari´avel x2 entrar na base primeiro, ent˜ao sai a vari´avel b´asica auxiliar η2 Sabendo disso, vamos come¸car mostrando uma solu¸c˜ao b´asica inicial com as vari´aveis artificiais: (I) Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = 0, x2 = 0, f1 = 0, f2 = 0 (II) Vari´aveis b´asicas: η1 = 10, η2 = 15 (III) Z = 0 C´alculo da Nova Solu¸c˜ao B´asica: • A vari´avel que entra na base ´e x2, pois | − 6| = 6 e a coluna pivˆo ´e C3. • A vari´avel que sai da base ´e a primeira que se anula com a entrada de x2, no caso ´e η2, pois estamos considerando: 15 5 = 3 ´e o menor quociente obtido da divis˜ao dos ter- mos independentes pelos elementos da coluna pivˆo (exceto n´umeros negativos e zero) e a linha pivˆo ser´a L3. 43
  • 44. • Elemento Pivˆo: C3 L3 = 5 (5 ´e o elemento que dever´a ser transformado no ele- mento pivˆo). Aplicaremos a opera¸c˜ao elementar L3 −→ 1 5 L3 na tabela anterior, visando transformar o elemento pivˆo em 1, para assim iniciarmos o processo com as matrizes. C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 Vari´aveis Z x1 x2 f1 f2 η1 η2 bi F.O original -1 3 2 0 0 0 0 0 L1 (R1) 0 2 1 -1 0 1 0 10 L2 (R2) 0 1 5 0 -1 0 1 15 L3 F.O auxiliar -1 -3 -6 1 1 0 0 -25 L4 L3 −→ 1 5 L3 O que nos d´a:       −1 3 2 0 0 0 0 0 0 2 1 −1 0 1 0 10 0 1 5 1 0 −1 5 0 1 5 3 −1 −3 −6 1 1 0 0 −25       L1 −→ L1 − 2L3 L2 −→ L2 − L3 L4 −→ L4 + 6L3       −1 13/5 0 0 2/5 0 −2/5 −6 0 9/5 0 −1 −1/5 1 −1/5 7 0 1/5 1 0 −1/5 0 1/5 3 −1 −9/5 0 1 −1/5 0 6/5 −7       Da ´ultima matriz podemos tirar as seguintes informa¸c˜oes: • Vari´aveis n˜ao b´asicas: x1 = f1 = f2 = η2 = 0 • Vari´aveis b´asicas: x2 = 3, η1 = 7 • Vari´avel que entra na base: x1, coluna pivˆo C2 • Vari´avel b´asica que sai da base: η1 • Elemento Pivˆo: 9 5 • Z = −6 (n˜ao conv´em) Aplicando a opera¸c˜ao elementar L2 −→ 5 9 L2 na linha pivˆo (na ´ultima matriz), temos:       −1 13/5 0 0 2/5 0 −2/5 −6 0 1 0 −5/9 1/9 5/9 −1/9 35/9 0 1/5 1 0 −1/5 0 1/5 3 −1 −9/5 0 1 −1/5 0 6/5 −7       44
  • 45. L1 −→ L1 − 13 5 L2 L3 −→ L3 − 1 5 L2 L4 −→ L4 + 9 5 L2       −1 0 0 13/9 1/9 −13/9 −1/9 −145/9 0 1 0 −5/9 1/9 5/9 −1/9 35/9 0 0 1 1/9 −2/9 −1/9 2/9 20/9 −1 0 0 0 0 1 1 0       Est´a matriz nos d´a a nova solu¸c˜ao b´asica. Agora, temos as seguintes informa¸c˜oes: • Vari´aveis n˜ao b´asicas: f1 = f2 = η1 = η2 = 0 • Vari´aveis b´asicas: x1 = 3, ¯88, x2 = 2, ¯22 Observe que, agora, a solu¸c˜ao b´asica est´a formada com as vari´aveis originais, pois η1 = η2 = 0. Assim, podemos abandonar o ´ultimo quadro e reescrever a nova tabela Simplex sem as vari´aveis auxiliares e sem a fun¸c˜ao objetivo auxiliar. C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 -1 0 0 13/9 1/9 -145/9 L2 0 1 0 -5/9 1/9 35/9 L3 0 0 1 1/9 -2/9 20/9 Veja que n˜ao h´a coeficientes negativos na fun¸c˜ao objetivo, isto significa que a solu¸c˜ao −Z = − 145 9 ⇒ Z = 145 9 ´e a solu¸c˜ao ´otima se, e somente se, x1 = 35 9 e x2 = 20 9 . 45
  • 46. CAP´ITULO 5 DUALIDADE Um problema que d´a origem a maximiza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao em Programa¸c˜ao Linear, ´e chamado de Modelo Primal. J´a mostramos que tais modelos s˜ao escritos da seguinte forma: MaxZ = n j=1 cjxj Sujeita a: n j=1 aijxj ≤ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0 ou MinZ = n j=1 cjxj Sujeita a: n j=1 aijxj ≥ bi ∀ i = 1, 2, 3, . . . , m sendo xj ≥ 0 Para todo modelo primal, tem-se associado um outro modelo denominado de Mo- delo Dual. O modelo dual ´e subsequente do modelo primal, isto ´e, se o modelo primal ´e de maximiza¸c˜ao ou minimiza¸c˜ao, ent˜ao o modelo dual ser´a de minimiza¸c˜ao ou maximiza¸c˜ao. 46
  • 47. O modelo dual associado ao primal ser´a escrito como: MinW = m i=1 biyi Sujeita a: m i=1 aijyi ≥ cj ∀ j = 1, 2, 3, . . . , m sendo yi ≥ 0 ou MaxW = m i=1 biyi Sujeita a: m i=1 aijyi ≤ cj ∀ j = 1, 2, 3, . . . , m sendo yi ≥ 0 Analisando os modelos primal e dual, pode-se concluir que: • Os termos independentes das restri¸c˜oes do primal, s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao ob- jetivo do dual; • Os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do primal, s˜ao os termos independentes do dual; • O n´umero de vari´aveis do primal, corresponde ao n´umero de restri¸c˜oes do dual. Isto ´e, o dual tem tantas vari´aveis quantas restri¸c˜oes h´a no primal; • Na transforma¸c˜ao do primal para o dual, o dual perde uma vari´avel existente no primal; • Os resultados do primal e do dual s˜ao iguais; • O dual do problema dual resulta no primal; • O dual ser´a indicado no quadro Simplex pelos coeficientes das vari´aveis de folga (ou excesso) na linha da fun¸c˜ao objetivo da situa¸c˜ao final, e ir´a representar os custos internos que vamos denominar de pre¸cos sombra. 5.1 Problema Primal × Problema Dual: Dado um problema de programa¸c˜ao Linear do tipo MaxZ = n j=1 cjxj. Na forma ma- tricial temos; MaxZ = CX Sujeita a: AX ≤ B com X ≥ 0. Ent˜ao a forma matricial do seu modelo dual ser´a: MinW = BY Sujeita a: AT Y ≥ C com Y ≥ 0. Veja que, o modelo dual associado ao modelo primal ´e determinado pela transposta da matriz dos coeficientes das vari´aveis yi do modelo dual com sinal ≥. Al´em disso, os coeficientes ci do modelo primal, passam a ser os termos independentes do modelo dual. 47
  • 48. Vejamos um exemplo: MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3 sujeito a :    2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23 x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 • Representa¸c˜ao Matricial do Primal Max Z = 4 6 5    x1 x2 x3    Sujeito a: 2 5 3 1 3 4    x1 x2 x3   ≤ 23 19 Como j´a sabemos: • Os termos independentes das restri¸c˜oes do primal, s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao ob- jetivo do dual, isto ´e: 21 16 ·• Os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do primal, correspondem aos termos independentes do dual, o que nos d´a:    4 6 5    • Os termos independentes do primal, agora s˜ao os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo do dual; 21 16 • A matriz dos coeficientes das restri¸c˜oes do dual, corresponde `a transposta da matriz do primal, ou seja:    2 1 5 3 3 4    48
  • 49. • O n´umero de restri¸c˜oes do dual, corresponde ao n´umero de vari´aveis do primal com a perda de uma vari´avel, no caso x3. y1 y2 Ent˜ao, o modelo dual pode ser escrito: MinW = 21 16 · y1 y2 Sujeito a:    2 1 5 3 3 4    y1 y2 ≥    4 6 5    Isto ´e: MinW = 23y1 + 19y2 Sujeito a :    2y1 + y2 ≥ 4 5y1 + 3y2 ≥ 6 3y1 + 4y2 ≥ 5 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 Ent˜ao temos: Modelo Primal MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3 Sujeito a :    2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23 x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 49
  • 50. Modelo Dual MinW = 23y1 + 19y2 sujeito a :    2y1 + y2 ≥ 4 5y1 + 3y2 ≥ 6 3y1 + 4y2 ≥ 5 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 5.1.1 Algor´ıtmo de Transforma¸c˜ao do Primal Para Dual O algor´ıtmo que ser´a apresentado para transformar um modelo primal em um modelo dual ser´a denominado de M´etodo Indiano, ele facilitar´a em muito o processo que envolve transforma¸c˜ao de problemas primais em problemas duais, para aplica¸c˜ao do algor´ıtmo, voltemos ao problema anterior, obter o modelo dual correspondente ao modelo primal: MaxZ = 4x1 + 6x2 + 5x3 Sujeito a :    2x1 + 5x2 + 3x3 ≤ 23 x1 + 3x2 + 4x3 ≤ 19 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, x3 ≥ 0 Construa a matriz ampliada do conjunto de restri¸c˜oes t´ecnicas A =    2 5 3 23 1 3 4 19 − − − −    Introduza os coeficientes e o termo independente da fun¸c˜ao objetivo na ´ultima linha da matriz. Note que, se Z = 0 (solu¸c˜ao b´asica inicial), ent˜ao 4x1 + 6x2 + 5x3 = 0. A =    2 5 3 23 1 3 4 19 4 6 5 0    Calcule At At =       2 1 4 5 3 6 3 4 5 23 19 0       50
  • 51. Que corresponde ao modelo dual MinW = 23y1 + 19y2 sujeito a :    2y1 + y2 ≥ 4 5y1 + 3y2 ≥ 6 3y1 + 4y2 ≥ 5 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 Vejamos um exemplo: Uma f´abrica de embalagens produz dois tipos de caixas, cereais e sab˜ao em p´o. Nas caixas de cereais s˜ao gastos 60dm2 de papel˜ao e 0,20 homem-hora1 e nas caixas de sab˜ao em p´o gastam-se 100dm2 de papel˜ao e 0,25 homem-hora. A empresa pode contar dia- riamente, com 100m2 de papel˜ao e, atualmente, possui 5 funcion´arios que trabalham 6 horas por dia. Sabendo-se que a contribui¸c˜ao para o lucro das caixas de cereais e das caixas de sab˜ao em p´o ´e de R$ 5,00 e R$ 8,00 respectivamente, responda: a) Qual o modelo que maximiza o lucro da f´abrica? b) Quantas caixas de cereais e de sab˜ao em p´o a f´abrica deve produzir para obter o lucro m´aximo? Qual ´e esse lucro? c) Com quais valores cada recurso utilizado deve contribuir para forma¸c˜ao do lucro na venda de cada caixa? Fa¸ca uma an´alise econˆomica? Solu¸c˜ao (a): Inicialmente, vamos fazer a MODELAGEM. Chamaremos de n´ıveis de produ¸c˜ao das caixas de cereais e sab˜ao em p´o de x1 e x2 respectivamente. Para produ¸c˜ao di´aria das caixas de cereais s˜ao gastos 60dm2 de papel˜ao e para as caixas de sab˜ao em p´o 100dm2 , como existe uma disponibilidade m´axima di´aria de 100m2 , tem-se que 60x1 + 100x2 ≤ 10.000 (100m2 −→ 10.000dm2) que ´e a restri¸c˜ao (R1). A segunda restri¸c˜ao ´e composta pelo recurso Homem-hora. Para as caixas de cereal e sab˜ao em p´o necessitam-se de 0,20 e 0,25 homens-hora respectivamente, isso nos leva a segunda restri¸c˜ao (R2): 0, 20x1 + 0, 25x2 ≤ 30. As contribui¸c˜oes individuais para o lucro da f´abrica s˜ao R$ 5,00 para as caixas de cereais e R$ 8,00 para as caixas de sab˜ao em p´o, e portanto, a fun¸c˜ao objetivo ´e MaxZ = 5x1 + 8x2 = 0. Em resumo, o modelo pode ser escrito. 1 Unidade convencionada e subjetiva que mede a quantidade de trabalho realizada por uma pessoa durante uma hora. 51
  • 52. MODELO PRIMAL MaxZ = 5x1 + 8x2 Sujeito a :    60x1 + 100x2 ≤ 10.000 20x1 + 25x2 ≤ 3000 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 b) Vamos aplicar o M´etodo Simplex para responder a pergunta: Quantas caixas de cereais e de sab˜ao em p´o a f´abrica deve produzir para obter o lucro m´aximo? De MaxZ = 5x1 + 8x2 temos Z − 5x1 − 8x2 = 0. Inserindo as vari´aveis de folga f1 e f2 nas restri¸c˜oes temos:    60x1 + 100x2 + f1 = 10.000 20x1 + 25x2 + f2 = 3.000 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0, f1 ≥ 0, f2 ≥ 0 C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 -5 -8 0 0 0 L2 0 60 100 1 0 10.000 L3 0 20 25 0 1 3.000 Podemos observar que: A solu¸c˜ao b´asica inicial ´e dada por: • Vari´aveis n˜ao b´asicas:    x1 = 0 x2 = 0 • Vari´aveis b´asicas:    f1 = 10.000 f2 = 3.000 A vari´avel que entra na base2 ´e x2 e portanto a coluna pivˆo ´e C3. A vari´avel que sai da base3 ´e f1 e ent˜ao a linha pivˆo ´e L2. O elemento pivˆo ´e dado por C3 L2 = 100 2 Aquela que possui coeficiente negativo de maior valor absoluto 3 identificada pela divis˜ao dos termos independente com elementos da coluna pivˆo 52
  • 53. Dadas todas as informa¸c˜oes necess´arias, vamos `as itera¸c˜oes que nos mostrar´a a nova solu¸c˜ao. C´alculo da Nova Solu¸c˜ao: C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 -5 -8 0 0 0 L2 0 60 100 1 0 10.000 L3 0 20 25 0 1 3.000 L2 −→ 1 100 L2    1 −5 −8 0 0 0 0 3/5 1 1/100 0 100 0 20 25 0 1 3.000    L1 −→ L1 + 8L2 L3 −→ L3 − 25L2    1 −1/5 0 8/100 0 800 0 3/5 1 1/100 0 100 0 5 0 −1/4 1 500    Desse ultimo quadro (matriz), podemos notar que a solu¸c˜ao ainda n˜ao ´e ´otima4 , dessa forma, devemos continuar as itera¸c˜oes na busca da solu¸c˜ao ´otima, mas antes, vamos analisar o ´ultimo quadro: A solu¸c˜ao b´asica ´e: • Vari´aveis n˜ao b´asicas:    x1 = 0 f1 = 0 • Vari´aveis b´asicas:    x2 = 100 f2 = 500 A vari´avel que entra na base ´e x1 e a coluna pivˆo ´e C2. A vari´avel que sai da base ´e f2 e a linha pivˆo ´e L3. O elemento pivˆo ´e C2 L3 = 5 Multiplicando toda a linha L3 por 1 5 , isto ´e L3 −→ 1 5 L3 temos: 4 Pois ainda existe coeficiente negativo na fun¸c˜ao objetivo (primeira linha da matriz). 53
  • 54. C´alculo da nova solu¸c˜ao b´asica:    1 −1/5 0 8/100 0 800 0 3/5 1 1/100 0 100 0 1 0 −1/20 1/5 100    L1 −→ L1 + 1 5 L3 L2 −→ L2 − 3 5 L3    1 0 0 7/100 1/25 820 0 0 1 3/100 −3/25 40 0 1 0 −1/20 1/5 100    No novo quadro Simplex podemos ver que para a f´abrica conseguir um lucro m´aximo de R$ 820,00 diariamente, ´e necess´ario produzir 40 caixas de cereais e 100 caixas de sab˜ao em p´o. No item (c) a pergunta ´e: Com quais valores cada recurso utilizado deve contribuir para forma¸c˜ao do lucro na venda de cada caixa? Isso nos remete ao que denominamos de pre¸cos sombra. Na Dualidade o principal objetivo ´e identificar o valor de oportunidade de cada re- curso produtivo envolvido na produ¸c˜ao de bem. O gestor decide por meio da Dualidade se existe a necessidade de produ¸c˜ao de um bem, ou mesmo, se mant´em em estoque os recursos envolvidos no processo produtivo. Chamamos de Pre¸cos Sombra, os valores duais, que tem o significado de ser a contribui¸c˜ao unit´aria de cada recurso utilizado para forma¸c˜ao do lucro que ´e produzido na venda do bem, ou seja, os pre¸cos sombra s˜ao os valores por unidade dos recursos adicionais. Ent˜ao, para an´alise dos pre¸cos sombras, precisamos do MODELO DUAL: Tal modelo pode ser obtido da transposta da matriz ampliada do primal: A =    60 100 10.000 20 25 3.000 5 8 0    At =    60 20 5 100 25 8 10.000 3.000 0    54
  • 55. Ent˜ao o modelo dual ser´a: MinW = 10.000y1 + 3.000y2 Sujeito a :    60y1 + 20y2 ≥ 5 100y1 + 25y2 ≥ 8 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 5.1.2 An´alise Econˆomica do Dual: Do quadro final Simplex do primal, podemos construir um quadro final Dual Simplex da seguinte forma: W y1 y2 s1 s2 B 1 0 0 100 40 820 1 0 7/100 0 1 1/25 • O valor de y1 (0,07) foi obtido do coeficiente f1, e representa, portanto, o valor de oportunidade do recurso R1, isto ´e, cada unidade do recurso R1 tem a capacidade de gerar um lucro de R$ 0,07. • O valor de y2 (0,04) foi obtido do coeficiente f2, e representa, portanto, o valor de oportunidade do recurso R2, isto ´e, cada unidade do recurso R2 tem a capacidade de gerar um lucro de R$ 0,07. Os valores de y1 e y2 s˜ao, portanto, o valor de oportunidade por unidade do recurso R1 e R2, isto ´e, a capacidade de os recursos gerarem lucro nessa situa¸c˜ao. Veja que, na solu¸c˜ao ´otima, os valores coincidem com o lucro atribu´ıdo aos produtos pelo mercado, ou seja, o valor de oportunidade do mercado. Cada uma das restri¸c˜oes compara o valor de oportunidade atribu´ıda aos produtos pelos recursos, com o valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelo mercado. Vamos fazer uma verifica¸c˜ao pela primeira restri¸c˜ao do modelo dual: • Caixas de Cereal: A restri¸c˜ao 60y1 + 20y2 ≥ 5 nos mostra que para produzir uma caixa de cereal s˜ao necess´arios 60dm2 de papel˜ao mais 20 homens/hora, estes recurso s˜ao denominados valor interno(lado esquerdo da desigualdade). O valor (5) (lado direito da desigualdade), indica o valor de oportunidade atribu´ıdo pelo mercado, este valor tamb´em ´e conhecido como valor externo. Quando a remunera¸c˜ao do mercado (valor externo) cobre o valor interno, o produto pode ser fabricado. 55
  • 56. Se o valor de mercado for menor que o valor interno, o produto poder´a ser ou n˜ao fabricado. Mas fique atento, se o valor interno superar o valor externo, ent˜ao algo de errado pode est´a ocorrendo dentro da empresa, como: problemas na negocia¸c˜ao de pre¸cos dos recursos produtivos junto aos fornecedores, ou a empresa pode estar atuando com margens de lucros muito pequenas. Vejamos o que est´a ocorrendo na F´abrica de caixas de cereal e sab˜ao em p´o em rela¸c˜ao a primeira restri¸c˜ao 60y1 + 20y2 ≥ 5. Substituindo os valores (pre¸cos sombra) no modelo tem-se: 60(0, 07) + 20(0, 04) ≥ 5 ⇒ 5 ≥ 5 O resultado nos mostra que o valor interno ´e igual ao valor externo, quando isso acontece, significa que o bem deve ser fabricado, portanto, as caixas de cereal devem ser fabricadas. De forma an´aloga, na segunda restri¸c˜ao, tem-se que o valor interno ´e igual ao valor ex- terno, e portanto as caixas de sab˜ao em p´o tamb´em podem ser fabricadas. A decis˜ao de fabricar ou n˜ao um bem deve ser tomada com base no desempenho do modelo quanto ao pre¸co sombra, se ao substituir o pre¸co sombra no modelo o resultado indicar que o valor interno ´e menor ou igual do que o valor externo, sugere-se fabricar o bem, no entanto, se o valor interno ´e maior do que o valor externo, sugere-se que o produto n˜ao seja fabricado5 . Exemplo 2: Considere uma empresa que fabrica porta e port˜oes de ferro cujo mo- delo que maximiza os lucros da empresa ´e: MaxZ = 200x1 + 500x2 Sujeito a :    20x1 + 30x2 ≤ 120 20x1 + 10x2 ≤ 80 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 . Sendo R1: Recurso Ferro (Restri¸c˜ao 1) e R2: Horas m˜ao de obra e a situa¸c˜ao final do quadro Simplex Z x1 x2 f1 f2 b 1 133,3 0 16,66 0 2.000 0 0,67 1 0,03 0 4 0 13,33 0 -0,33 1 40 5 Note que, em termos de mercado, dificilmente o produto n˜ao seria fabricado, pois isso poderia resultar em perdas significativas para a empresa, como clientes insatisfeitos e perda de participa¸c˜ao de mercado. Cabe ao decisor analisar o cen´ario atual para decidir sobre o fabrico ou n˜ao do produto. 56
  • 57. Pergunta-se: a) Qual o modelo Dual? b) Qual o quadro Dual Simplex (situa¸c˜ao final)? c) Qual o valor de oportunidade do recurso R1. Explique. d) Qual o valor de oportunidade do recurso R1. Explique. e) Se vocˆe fosse o Engenheiro de Produ¸c˜ao dessa f´abrica, vocˆe produziria port˜oes de ferro? Por quˆe? f) Quanto as portas de ferro, vale a pena a produ¸c˜ao desse bem? Por quˆe? Solu¸c˜ao: O modelo Primal ´e: MaxZ = 200x1 + 500x2 Sujeito a :    20x1 + 30x2 ≤ 120 20x1 + 10x2 ≤ 80 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 . O modelo Dual ´e dado pela matriz transposta da matriz ampliada do primal, isto ´e: A =    20 30 120 20 10 80 200 500 0    At =    20 20 200 30 10 500 120 80 0    logo:MinW = 120y1 + 80y2 Sujeito a :    20y1 + 20y2 ≥ 200 30y1 + 10y2 ≥ 500 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 O quadro final Dual Simplex ´e: W y1 y2 s1 s2 B 1 0 40 0 4 2000 1 0 16,66 0 1 133,33 O valor de oportunidade do recurso R1 (ferro) ´e R$ 16,66, isto ´e, cada unidade do recurso I, se aumentada, tem capacidade de gerar R$ 16,66 de lucro para empresa. 57
  • 58. J´a o recurso R2 (m˜ao de obra),n˜ao ´e escasso6 . Veja que de fato o resultado ´e l´ogico, se y2 = 0, ent˜ao existem 40 horas de m˜ao de obra dispon´ıveis para uso. Agora, vamos comparar o valor de oportunidade atribu´ıda ao produto pelos recursos de cada uma das restri¸c˜oes com o valor atribu´ıdo aos produtos pelo mercado. • Da primeira restri¸c˜ao do Dual temos: 20y1 + 20y2 ≥ 200. Veja que a restri¸c˜ao dual indica quanto de cada recurso ´e utilizado na fabrica¸c˜ao de uma porta de ferro, isto ´e, para produzir uma porta de ferro, s˜ao necess´arios 20 unidades do recurso ferro e 20 horas de m˜ao de obra. Substituindo os valores de oportunidade de cada recurso temos: 20(16, 66) + 20(0) ≥ 200 ⇒ 333, 2 ≥ 200 Isso significa que o valor interno (lado esquerdo da desigualdade) supera o valor ex- terno (lado direito da desigualdade), nesse caso, sugere-se n˜ao fabricar portas de ferro, pois algum problema pode est´a ocorrendo na empresa, como estabelecimento de uma margem muito pequena de lucro. • Da segunda restri¸c˜ao do Dual temos: 30y1 + 10y2 ≥ 500, ou seja, para fabricar um port˜ao de ferro, s˜ao necess´arios 30 unidades de ferro e 10 horas de m˜ao de obra. Substituindo os valores de oportunidade de cada recurso temos: 30(16, 66) + 10(0) ≥ 500 ⇒ 499, 8 ≥ 500 Isso significa que o valor de mercado cobre o valor interno, e dessa forma, o produto pode ser fabricado. Conclus˜ao: Pode-se fabricar os port˜oes de ferro, mas ´e necess´ario cautela na decis˜ao de fabricar portas de ferro, recomenda-se o n˜ao fabrico desse produto. Agora, imagine que a empresa decida realizar um estudo para verificar o impacto que a fabrica¸c˜ao de uma unidade de porta de ferro (x1) causaria na resultado final da fabrica¸c˜ao dos port˜oes (x2) e como o lucro da empresa (Z) seria afetado com essa fabrica¸c˜ao. Para isso, vamos procurar na coluna de x2 o elemento pivˆo (1). Como o produto a ser fabricado ser´a x1, devemos localizar na linha do elemento pivˆo o valor correspondente em x1, que no caso ´e 0, 67. Este valor representa a varia¸c˜ao que x2 sofrer´a com a fabrica¸c˜ao de x1, ent˜ao, ∆x2 = −0, 67 (varia¸c˜ao negativa), pois x2 + 0, 67 = 4, o que resulta em x2 = 3, 33. Da´ı tem-se que se, Z = 200x1 + 500x2 ⇒ Z = 200.(1) + 500(3, 33) ∴ Z = 1.865. Esse resultado, mostra que se uma unidade de porta de ferro for fabricada, haver´a um preju´ızo para a empresa de R$ 135,00. Isso se chama An´alise de Sensibilidade, ´e o que estudaremos no pr´oximo cap´ıtulo. 6 N˜ao escassez significa um bem que n˜ao ´e desejado, N˜ao h´a procura por esse bem no mercado. Matematicamente isso ocorre quando uma vari´avel de decis˜ao do Dual ´e n˜ao b´asica (igual a zero), pois se isto acontece, ´e devido ao valor da vari´avel de folga no quadro final do primal, que indica sobra de recursos. 58
  • 59. CAP´ITULO 6 AN´ALISE DE SENSIBILIDADE Segundo Lachtermacher (2009) uma das hip´otese dos problemas de programa¸c˜ao linear ´e a certeza sobre os valores dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo e das constantes das restri¸c˜oes. Na modelagem de um problema em Pesquisa Operacional, a inclus˜ao de da- dos cujos valores s˜ao dependentes do mercado podem sofrer varia¸c˜oes com o tempo ou com a inser¸c˜ao de novas informa¸c˜oes. Por isso , a pesquisa da estabilidade da solu¸c˜ao adotada em face dessas varia¸c˜oes ´e muito importante. Nesse estudo, veremos que a solu¸c˜ao otimizada ´e dependente dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo (geralmente lucro, receita ou custo), dos coeficientes e das constantes das restri¸c˜oes (geralmente necessi- dades por produto e disponibilidade de um recurso). Como quase nunca temos certeza destes valores na vida real, devemos saber o quanto a solu¸c˜ao otimizada est´a depen- dente de uma determinada constante ou coeficiente. Se for observada uma alto grau de dependˆencia, devemos tomar um grande cuidado na determina¸c˜ao dessa solu¸c˜ao. Para isso, realizaremos uma an´alise p´os-otimiza¸c˜ao que tem o intuito de verificar as poss´ıveis varia¸c˜oes para cima e para baixo dos valores dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo, dos coeficientes e das constantes das restri¸c˜oes, sem que os pre¸cos sombra sejam alterados. Este estudo ´e denominado de An´alise de Sensibilidade. Para realiza¸c˜ao dele, devemos responder basicamente a trˆes perguntas: Qual o efeito de uma mudan¸ca num coeficiente da fun¸c˜ao objetivo? Qual o efeito de uma mudan¸ca numa constante (termo independente) de uma res- tri¸c˜ao? Qual o efeito de uma mudan¸ca num coeficiente de uma restri¸c˜ao? 59
  • 60. Existem dois tipos b´asicos de an´alise de sensibilidade. O primeiro estabelece limites inferiores e superiores para todos os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo e para as constantes das restri¸c˜oes. O segundo verifica se mais de uma mudan¸ca simultˆanea em um problema altera a sua solu¸c˜ao ´otima. Para melhor compreen¸c˜ao do que foi exposto, vamos resolver o problema da fabrica de tijolos. Uma fabrica produz dois tipos de tijolos para constru¸c˜ao civil: tijolo baiano e tijolo comum. A f´abrica gasta 2 unidades do recurso I e 4 unidade dos recurso II na fa- brica¸c˜ao dos tijolos do tipo baiano. Na fabrica¸c˜ao dos tijolos do tipo comum s˜ao gastos 5 unidades do recurso I e 5 unidades do recurso II. A contribui¸c˜ao para o lucro dos tijolos baiano e comum ´e R$ 10,00 e R$ 14,00, respectivamente. A f´abrica disp˜oe de 400 unidades do recurso I e 600 unidades do recurso II. Deseja-se saber quais as quan- tidades que devem ser produzidas para que o lucro da empresa seja m´aximo. O modelo que maximiza o lucro da f´abrica ´e: MaxZ = 10x1 + 14x2 Sujeito a :    2x1 + 5x2 ≤ 400 4x1 + 5x2 ≤ 600 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 . O quadro que Simplex inicial ´e: C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 -10 -14 0 0 0 L2 0 2 5 1 0 400 L3 0 4 5 0 1 600 Ap´os todas as itera¸c˜oes para determina¸c˜ao da solu¸c˜ao ´otima tem-se o seguinte quadro final: C1 C2 C3 C4 C5 C6 Z x1 x2 f1 f2 bi L1 1 0 0 3/5 11/5 1.560 L2 0 0 1 2/5 -1/5 40 L3 0 1 0 -1/2 1/2 100 60
  • 61. Analisando o ´ultimo quadro, podemos afirmar que: Para maximizar os lucros da f´abrica de tijolos em R$ 1.560 u.m ´e necess´ario a produ¸c˜ao di´aria de 100 unidades de tijolo baiano e 40 unidades de tijolo comum. O valor de oportunidade (pre¸co sombra) do tijolo baiano ´e de R$ 0,60 u.m e do tijolo comum ´e de R$ 2,20 u.m. Portanto a capacidade dos tijolos baiano e comum de gerar lucro para a f´abrica ´e de R$ 0,60 u.m e R$ 2,20 u.m respectivamente. ´E importante observar se o valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelos recursos ´e maior, menor ou igual ao valor de oportunidade atribu´ıdo aos produtos pelo mercado. Para isso precisamos do modelo dual: A =    2 5 400 4 5 600 10 14 0    At =    2 4 10 5 5 14 400 600 0    O modelo dual ´e: MinW = 400y1 + 600y2 Sujeito a :    2y1 + 4y2 ≥ 10 5y1 + 5y2 ≥ 14 y1 ≥ 0, y2 ≥ 0 Da primeira restri¸c˜ao temos 2y1 + 4y2 ≥ 10 ⇒ 2(0, 60) + 4(2, 20) = 10, 00, e por- tanto, o valor de oportunidade de mercado ´e igual ao valor de oportunidade atribu´ıdo ao produto pelo recurso, recomenda-se a fabrica¸c˜ao dos tijolos do tipo baiano. De forma an´aloga podemos interpretar a situa¸c˜ao na segunda restri¸c˜ao, pois: 5y1 + 5y2 ≥ 14 ⇒ 5(0, 60) + 5(2, 20) = 14, o nos mostra que os tijolos do tipo comum tamb´em podem ser fabricados. Mas, se quisermos saber, qual o intervalo de estabilidade dos recursos I e II (termos independentes)? Esse estudo deve ser realizado separadamente, portanto, inicialmente, vamos ver como identificar um intervalo est´avel para o recurso I, isto ´e, vamos identificar os valores m´aximo e minimo no qual podemos crescer e decrescer este recurso sem alterar o pre¸co sombra. 61
  • 62. Para isso, vamos considerar apenas as restri¸c˜oes do modelo primal Sujeito a :    2x1 + 5x2 ≤ 400 4x1 + 5x2 ≤ 600 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 . 6.0.1 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es- tabilidade do Recurso I Se queremos estabelecer o intervalo de varia¸c˜ao do recurso I, devemos tomar a primeira restri¸c˜ao do primal: 2x1 + 5x2 ≤ 400 Para identificar o intervalo de varia¸c˜ao do recurso I devemos obter os pontos (x1, 0) e (0, x2) na segunda restri¸c˜ao: • Para x1 = 0 temos 4(0) + 5x2 = 600 ∴ x2 = 120 e portanto (0, 120) • Para x2 = 0 temos 4x1 + 5(0) = 600 ∴ x1 = 150 e portanto (150, 0) Esses valores s˜ao os limites aceit´aveis para o recurso I, dessa forma, substituindo os pontos encontrados na restri¸c˜ao que representa o recurso I temos: • Para (0, 120) ⇒ 2(0) + 5(120) = 600 • Para (150, 0) ⇒ 2(150) + 5(0) = 300 Esse dois valores s˜ao os limites admiss´ıveis para o crescimento das quantidades do recurso I, logo, seu intervalo de varia¸c˜ao ser´a: 300 ≤ b1 ≤ 600 Como o recurso I dispon´ıvel ´e de 400 unidades, o valores podem decrescer de 100 uni- dades ou aumentar de 200 unidades que o pre¸co sombra n˜ao se alterar´a e o valor de Z permanecer´a maximizado. Obs: Esse m´etodo ´e baseado em an´alise geom´etrica, pois, mantendo-se a reta que representa a segunda restri¸c˜ao fixa, a reta que representa a primeira restri¸c˜ao s´o po- der´a se deslocar at´e os pontos (0, 120) e (150, 0), devido a tal deslocamento somente ser poss´ıvel enquanto houver intersec¸c˜ao entre as duas retas. 62
  • 63. 6.0.2 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es- tabilidade do Recurso II Vamos obter o intervalo de varia¸c˜ao do recurso II de forma an´aloga ao recurso I. Tomando a segunda restri¸c˜ao temos: 4x1 + 5x2 ≤ 600 vamos obter os limites aceit´aveis de varia¸c˜ao fazendo: • x1 = 0 na primeira restri¸c˜ao: 2(0) + 5x2 = 400 ∴ x2 = 80 da´ı (0, 80) • x2 = 0 na primeira restri¸c˜ao: 2x1 + 5(0) = 400 ∴ x1 = 200 da´ı (200, 0) Substituindo os pontos na segunda restri¸c˜ao temos: • Para (0, 80) ⇒ 4(0) + 5(80) = 400 • Para (200, 0) ⇒ 4(200) + 5(0) = 800 Ent˜ao, o intervalo de varia¸c˜ao para o recurso II ser´a: 400 ≤ b2 ≤ 800 Como o recurso II dispon´ıvel ´e de 600 unidades, os valores s´o podem crescer at´e 200 unidades e decrescer at´e 200 unidades sem alterar o pre¸co sombra. 6.0.3 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Intervalo de Es- tabilidade para os Coeficientes da Fun¸c˜ao Objetivo Assim como utilizamos a ideia de an´alise geom´etrica baseada nas retas que representa- vam as restri¸c˜oes, quando estabelecemos um intervalo de estabilidade para os recursos (termos independentes), faremos o mesmo para determinar os intervalos de varia¸c˜ao dos coeficientes da fun¸c˜ao objetivo, contudo, nesse caso, devemos garantir que, enquanto o coeficiente angular da fun¸c˜ao objetivo estiver entre os coeficientes angulares das retas que determinam a solu¸c˜ao ´otima (restri¸c˜oes), a solu¸c˜ao ´otima n˜ao se alterar´a. Para isso, vamos considerar o problema proposto da f´abrica de tijolos, em que a fun¸c˜ao objetivo ´e MaxZ = 10x1 + 14x2. Sabemos que as restri¸c˜oes do problema s˜ao:    2x1 + 5x2 ≤ 400 4x1 + 5x2 ≤ 600 x1 ≥ 0, x2 ≥ 0 . 63
  • 64. Vamos, inicialmente, descobrir os coeficientes angulares de cada uma das retas que representam as restri¸c˜oes: • 2x1 + 5x2 = 400 ⇒ 5x2 = −2x1 + 400 ∴ x2 = − 2 5 x1 + 400. Logo α = − 2 5 . • 4x1 + 5x2 = 600 ⇒ 5x2 = −4x1 + 600 ∴ x2 = − 4 5 x1 + 600. Logo β = − 4 5 . Agora devemos calcular o coeficiente da fun¸c˜ao objetivo sabendo que: −0, 80 ≤ Coeficiente da F.O ≤ −0, 4 De uma forma geral, a fun¸c˜ao objetivo com duas vari´aveis de decis˜ao pode ser escrita como Z = c1x1 + c2x2, e portanto x2 = − c1 c2 x1 + Z c2 Podemos perceber que o seu coeficiente ser´a dado por θ = − c1 c2 Vamos tomar a fun¸c˜ao objetivo do problema Z = 10x1 + 14x2 ∴ x2 = − 10 14 x1 + Z 14 , donde θ = − 10 14 . Assim, para obter o intervalo de estabilidade do coeficiente da fun¸c˜ao objetivo, proce- demos da seguinte forma: −0, 80 ≤ − c1 c2 ≤ −0, 40 Inicialmente vamos supor que c1 sofrer´a altera¸c˜ao:    − c1 14 ≤ −0, 4 − c1 14 ≥ −0, 80 . Para c2 = 14 temos: −0, 80 ≤ − c1 14 ≤ −0, 40 − c1 14 ≥ −0, 80 ⇒ −c1 ≥ −11, 20 ∴ c1 ≤ 11, 20 − c1 14 ≤ −0, 4 ⇒ −c1 ≤ −5, 6 ∴ c1 ≥ 5, 6 5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20 64
  • 65. Interpreta¸c˜ao dos resultados: ´E sabido que os coeficientes da fun¸c˜ao objetivo ´e a contribui¸c˜ao individual de cada vari´avel para o lucro, que no caso prov´em da fabrica¸c˜ao de tijolos, dessa forma, podemos dizer que o intervalo da contribui¸c˜ao para o lucro da venda de tijolos do tipo baiano ´e 5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20, ou seja, 10−5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20−10, o que nos leva a 4, 40 ≤ c1 ≤ 1, 20, isto ´e, c1 pode decrescer em 4,40 unidades ou au- mentar em 1,20 unidades que o lucro permanecer´a o mesmo. O lucro em ambas as situa¸c˜oes permaneceria o mesmo, pois os valores em quest˜ao se encontram dentro do intervalo 5, 6 ≤ c1 ≤ 11, 20. Isso garante que o intervalo de estabilidade ´e leg´ıtimo. Agora faremos c2 sofrer `a altera¸c˜ao: Para c1 = 10 temos: −0, 80 ≤ − 10 c2 ≤ −0, 40    − 10 c2 ≤ −0, 40 − 10 c2 ≥ −0, 80 . − 10 c2 ≥ −0, 80 ⇒ −10 ≥ −0, 8c2 ∴ 12, 5 ≤ c2 − 10 c2 ≤ −0, 4 ⇒ −10 ≤ −0, 4c2 ∴ 25 ≥ c2 12, 5 ≤ c2 ≤ 25 Interpreta¸c˜ao dos resultados: Nesse caso, o intervalo da contribui¸c˜ao para o lucro da venda de tijolos do tipo comum ´e 12, 5 ≤ c2 ≤ 25 . Isto ´e, pode decrescer at´e o limite de 1,5 unidades ou aumentar at´e o limite de 11 unidades que o lucro permanecer´a o mesmo, pois, se a contribui¸c˜ao para o lucro na fabrica¸c˜ao de tijolos do tipo comum ´e de R$ 14,00, ent˜ao, se fizermos 14 − 12, 5 ≤ c2 ≤ 25 − 14 teremos 1, 5 ≤ c2 ≤ 11. Portanto, o limite minimo permitido ´e 1,5 unidades e o limite m´aximo permitido ´e de 11 unidades. O lucro em qualquer das situa¸c˜oes permaneceria o mesmo por se encontrarem dentro do intervalo de estabilidade, assim, n˜ao h´a altera¸c˜ao dos pre¸cos sombra, o que legitima o intervalo de estabilidade encontrado. 6.0.4 Aplica¸c˜ao da An´alise de Sensibilidade: Mudan¸ca no Co- eficiente de uma Restri¸c˜ao 65
  • 66. CAP´ITULO 7 TRANSPORTES O problema de transportes ´e um problema de fluxo de redes, que esquematicamente ´e representado por meio de grafos . Grafo ´e uma representa¸c˜ao esquem´atica de pontos que s˜ao ligados por linhas, os pontos s˜ao geralmente denominados por n´os e as linhas de arcos. N´os s˜ao c´ırculos em cujo interior ´e inserido um n´umero ou letra que os identifica, eles s˜ao ligados pelos arcos. Sobre os arcos s˜ao colocados valores represen- tativos de suas capacidades, distˆancias, tempo. Num problema de transporte ´e muito comum que tais valores representem os custos de distribui¸c˜ao. Ali´as falar em problemas de transportes significa resolver problemas de distribui¸c˜ao. Os grafos bipartidos s˜ao aqueles que geralmente mais aparecem em problemas de transporte, pois esses grafos possuem dois n´os com caracter´ısticas distintas. 66
  • 67. 7.1 Rela¸c˜ao entre Redes e Transporte Num modelo de distribui¸c˜ao ´e necess´ario identificar duas informa¸c˜oes muito importan- tes: O ofertante e o demandante. O ofertante ´e aquele produz, distribui aquilo que foi produzido, o demandante ´e aquele que procura, necessita do que foi produzido pelo ofertante. Nosso esquema ent˜ao ser´a: Figura 7.1: • Do lado esquerdo encontram-se os n´os 1, 2 e 3 que representam as origens. • Respectivamente, ao lado das origens 1, 2 e 3, localizam-se as ofertas 50, 100 e 120. • O somat´orio da oferta ´e igual a 270. • Do lado direito est˜ao localizados os n´os 1 e 2 que correspondem aos destinos. • As demandas 100 e 170 encontram-se ao lado dos n´os 1 e 2 (destinos). • O somat´orio das ofertas e das demandas s˜ao iguais a 270. • Os custos dos transportes da origem i para os destinos j est˜ao representados pelos Cij, isto ´e: o custo do transporte da origem 1 para o destino 1 ´e dado por C11 = 10, o custo de distribui¸c˜ao da origem 1 para o destino 2 ´e de C12 = 12. De forma an´aloga, os custos de transportes das origens 2 (azul) s˜ao C21 = 20, C22 = 8 e 3 (verde) s˜ao C31 = 6 e C32 = 15. • A quantidade m´ınima a ser transportada (os caminhos) de cada origem i para cada destino j est´a representada pelos arcos vermelhos, azuis e verdes. 67
  • 68. 7.2 Sistemas Equilibrados e N˜ao Equilibrados Dois casos podem ocorrer quando da necessidade de resolver um problema de distri- bui¸c˜ao: o sistema pode estar em equil´ıbrio ou desequilibrado. Quando o sistema se encontra equilibrado, as quantidades existentes na origem e no destino s˜ao iguais, isto ´e, o somat´orio da oferta ´e igual ao somat´orio da demanda. No caso do sistema se encontrar desequilibrado, as quantidades na origem e no destino s˜ao diferentes. • Caso 1: Sistema Equilibrado A quantidade ofertada ´e igual a quantidade deman- dada, isto ´e: Oferta = Demanda na figura 6.1 podemos observar que o sistema est´a equilibrado, pois Oferta = Demanda = 270 • Caso 2: Sistema N˜ao Equilibrado: A quantidade ofertada ´e diferente da quan- tidade demandada, podem ocorrer duas situa¸c˜oes: Oferta > Demanda ou Oferta < Demanda Quando a quantidade ofertada ´e maior do que a quantidade demandada, acrescenta-se uma demanda fantasma no destino com custo zero e a carga obtida de Oferta− Demanda, completando assim com a quantidade necess´aria para o equil´ıbrio da de- manda. Figura 7.2: 68
  • 69. De forma an´aloga, se a quantidade do que se procura ´e maior do que a quantidade ofer- tada, ent˜ao acrescenta-se uma origem fantasma de valor Demanda− Oferta, que ir´a equilibrar o sistema. Figura 7.3: Em verdade, as quantidades que s˜ao transportadas para o destino fantasma, ficam depositadas na origem e tem o ´unico intuito de equilibrar o sistema, o mesmo vale para a origem fantasma, suas quantidades s˜ao mantidas nos dep´ositos origin´arios e s˜ao acrescentadas com o objetivo de manter o sistema balanceado. 7.3 Modelo para Transporte a. Vari´aveis de Decis˜ao: O significado das vari´aveis de decis˜ao num modelo de transporte s˜ao as quantidades a serem transportadas de uma origem i para um destino j que denotaremos por xij. Cada arco no esquema de redes representa uma das vari´aveis de decis˜ao. b. Fun¸c˜ao Objetivo: A fun¸c˜ao objetivo, no modelo de transporte, ´e dada pela soma dos produtos dos custos individuais Cij de cada transporte realizado da origem i para um destino j. O objetivo ´e minimizar os custos de transporte. De acordo com o esquema apresentado na figura 6.1 temos a seguinte fun¸c˜ao objetivo: MinZ = 10x11 + 12x12 + 20x21 + 8x22 + 6x31 + 15x32 69
  • 70. Podemos dizer ent˜ao que a fun¸c˜ao objetivo ´e um somat´orio duplo das cargas a serem transportadas em que os ´ındices representam as origens e os destinos. De uma forma geral, a fun¸c˜ao objetivo ligada ao transporte pode ser escrita da seguinte forma: MinZ = m i n j xij em que i indica a origem e j o destino. c. Restri¸c˜oes: As restri¸c˜oes do problema de transporte est˜ao relacionadas as capa- cidades das quantidades existentes na origem (disponibilidade) e no destino (necessi- dade). No problema em comento temos que,as quantidades retiradas das origens devem ser a disponibilidade existente em cada uma delas Restri¸c˜oes de Disponibilidade:    x11 + x12 = 50 x21 + x22 = 100 x31 + x32 = 120 As quantidades transportadas para cada destino devem ser a necessidade em cada um deles Restri¸c˜oes de Demanda:    x11 + x21 + x31 = 100 x12 + x22 + x31 = 170 . De uma forma geral, as restri¸c˜oes podem ser escrita da seguinte forma:    m i=1 xij = ai n j=1 xij = bj xij ≥ 0; i = 1, 2, 3, . . . , m ∧ j = 1, 2, 3, . . . , n Como em qualquer modelo de PL, n˜ao podemos esquecer a condi¸c˜ao de n˜ao nega- tividade: xij ≥ 0. Em resumo, o modelo geral ´e: MinZ = m i n j xij Sujeito a:    m i=1 xij = ai n j=1 xij = bj xij ≥ 0; i = 1, 2, 3, . . . , m ∧ j = 1, 2, 3, . . . , n com xij ≥ 0 70
  • 71. Do problema proposto inicialmente tem-se: MinZ = 10x11 + 12x12 + 20x21 + 8x22 + 6x31 + 15x32 Sujeito a:    x11 + x21 + x31 = 100 x12 + x22 + x31 = 170 x11 + x12 = 50 x21 + x22 = 100 x31 + x32 = 120 xij ≥ 0 7.4 Solu¸c˜ao B´asica Inicial para Transportes Vamos agora descobrir, como determinar uma solu¸c˜ao b´asica inicial vi´avel para um problema de transportes. Ser˜ao apresentados trˆes algoritmos para isso: M´etodo do Canto Noroeste, M´etodo do Custo M´ınimo e o M´etodo de Vogel ou das Pe- nalidades. Cada m´etodo tem caracter´ıstica pr´opria, mas fazem uso de ideias similares. Considere o problema a seguir: A prefeitura de Salvador est´a atualmente fazendo obras em trˆes pontos diferentes da cidade. O material para essas obras ´e transportado dos dep´ositos do Sub´urbio Fer- rovi´ario de Salvador,Lauro de Freitas e S˜ao Caetano, de onde s˜ao retiradas 57, 76 e 93 toneladas de material respectivamente. As Obras s˜ao nos bairros da Barra, Itapu˜a e Rio Vermelho , que necessitam, diariamente, de 41, 80 e 105 toneladas, respectivamente. Os custos unit´arios para o transporte desse material, bem como as disponibilidades e necessidades encontram-se na tabela Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades Sub. Ferrovi´ario 7 8 4 57 Lauro de Freitas 5 3 6 76 S˜ao Caetano 6 5 4 93 Necessidades 41 80 105 226 71
  • 72. 7.4.1 M´etodo do Canto Noroeste Este m´etodo tem o intuito de alocar carga a partir da primeira c´elula situada no canto noroeste. O processo consiste em descarregar o m´aximo poss´ıvel de carga de acordo com a demanda da primeira coluna e as ofertas da primeira linha, repetindo o processo da esquerda para direita at´e que toda a carga dispon´ıvel no primeiro dep´osito tenha sido distribu´ıda. Em seguida, repetimos o processo para as linhas seguintes, at´e que toda carga seja distribu´ıda. O processo finaliza quando toda a capacidade de oferta satisfaz a toda demanda existente. Vejamos sua aplica¸c˜ao. Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades Sub. Ferrovi´ario 7 8 4 57 Lauro de Freitas 5 3 6 76 S˜ao Caetano 6 5 4 93 Necessidades 41 80 105 226 Barra Itapu˜a Rio Vermelho Disponibilidades Sub. Ferrovi´ario 41 16 57 16 0 Lauro de Freitas 64 12 76 12 0 S˜ao Caetano 93 93 0 Necessidades 41 0 80 64 0 105 93 0 226 72
  • 73. CAP´ITULO 8 PESQUISA OPERACIONAL NO EXCEL - SOLVER 73