SlideShare a Scribd company logo
1 of 32
Eric Voegelin e as religiões
políticas
Quem é este que vos fala?
André Assi Barreto é professor de Filosofia das redes
pública, particular e do Centro Paula Souza. Mestre em
Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Tradutor
e assessor editorial. Associado da Linotipo Digital
Editora.
Site: www.andreassibarreto.org
The New England Primer
“In Adam’s fall
We sinned all”.
João 16:33
“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz;
no mundo tereis aflições”
Eric Voegelin e as religiões políticas
• Eric Voegelin (1901-1985):
filósofo e cientista político.
Talvez o mais importante do
século XX.
• Foi um verdadeiro scholar,
estudou matemática, física e
biologia. Viveu a grande
Viena. Discípulo de Kelsen,
amigo de Mises e outros.
• Reflexões Autobiográficas
• Martim Vasques da Cunha:
https://www.youtube.com/w
atch?v=aJ8sXpZqtPs
I) Propedêutica filosófica
• Transcendente: a) aquilo que transcende a realidade
humana (histórica, poderíamos dizer). b) o que está
para além – Tomás de Aquino afirmava que a teologia
“transcende todas as outras ciências tanto
especulativas quanto práticas, isso porque ela é mais
certa e porque seus objetos “pela elevação,
transcendem a razão” (S.T., I, q. 1, a. 5).
• Imanente: a) o motivo de existência da realidade
humana está em seu próprio interior; não há nada
além dela (que a transcenda). b) Em Aristóteles se
referia às atividades e ações que têm seu fim em si
mesmas. Em Espinosa = Deus é imanente, Deus =
natureza.
Conceituação filosófica
• Teleologia: estudo sobre a finalidade das
coisas específicas (termo de Wolff), télos =
fim. [Kant e a História universal].
≠
• Escatologia: ciência sobre os fins do universo
e da humanidade (cf. A. Lalande). Na teologia:
fim do mundo (nós: fim da História humana).
II) Preâmbulo
• A distinção entre o sagrado e o profano é
CIVILIZADORA.
• Mircea Eliade (1907-1986), estudo de antropologia
religiosa:
Sagrado e Profano
• Para Eliade, a essência do comportamento religioso
está no “modo de diferenciar e separar aquilo que é
sagrado daquilo que é profano”.
• Profano: controlável, SAGRADO: incontrolável (e que
remete a sentimento de humildade e reverência).
• Mundo moderno = universo dessacralizado (porém,
que não escapa a tabus e superstições – conforme dizia
Chesterton, o problema não é não acreditar em Deus,
o problema é acreditar em qualquer coisa).
• Mundo moderno: absorção do sagrado no profano;
guarda-se os esquemas, repele-se o conteúdo
transcendente.
• As religiões políticas imanentizam o eschaton ou,
poderíamos dizer, nos termos de Eliade, profanam o
sagrado. Ou ainda: tratam o fim da História humana
como um fato estritamente imanente, um dilema a ser
resolvido na própria História (modernidade substitui a
Teologia pela História);
• IMPORTANTE: a comparação não é trivial ou simplista.
As religiões políticas copiam a estrutura das religiões
tradicionais com o propósito de substituí-las – não se
trata de termômetro de “radicalismo”.
III A religião política
• Na “religião civil” (Rousseau, Hobbes e depois
termo usado por Raymond Aron para se
referir a nazismo e comunismo depois da 2ª
Guerra Mundial) ou na “religião política”, há:
• Fé Metastática: doença do espírito,
crença numa resolução humana, histórica
e repentina para o “dilema humano”.
• Cópia dos esquemas religiosos, esvaziados de
seu conteúdo metafísico: Leszek Kolakowski
observa no partido comunista os seguintes itens:
Escatologia, Pecado Original, Redenção,
Encarnação, conflito entre Fé e Razão, Natureza e
Graça, Revelação e Mistério, Paraíso e Danação.
• Monenrot: “põem todas as suas esperanças no
mundo” (Sociologia do Comunismo) – [daí que
fracassem].
• A solução está no mundo e o homem é perfeito
(perfectibilidade da natureza humana –
Rousseau).
• Por que isso se deu? The Heavenly City of the
Eighteenth-century philosophers, Carl Becker:
A substituição do cristianismo – o inimigo da
Razão iluminista – não deveria se dar em termos de
oposição (física sim), mas de assimilação
substitutiva.
Primeiro caso: culto do Sol (Akhenaton) no Egito
Antigo (VOEGELIN, As religiões políticas, p.33-42).
Modernidade: o terreno para a
imanentização do eschaton
• PRINCÍPIO: Thomas Hobbes: a necessidade de um Leviatã, um
“deus mortal”, a necessidade de uma “religião civil”.
– “a política e as leis civis fazem parte da religião; não
havendo assim lugar para distinção entre a dominação
temporal e a espiritual” (Leviatã).
– “aquilo que o homem faz, diz ou quer, contra as razões da
cidade, ou seja, contra a lei” = pecado (Do Cidadão).
– Rompimento nítido e definitivo com a concepção
cristã/agostiniana.
• “Deus está morto”: morte de toda a transcendência.
Nietzsche chamará o Estado moderno de “Novo Ídolo”.
Leviatã
• Ecclesia intramundana: Leviatã. Reprodução
simbólica.
• “Ele vê tudo que é alto; é rei sobre todos os
filhos da soberba” (Jó, 41:34).
• Consequência: só há o aqui e o agora. As alternativas: o
ressentimento e o pessimismo niilista OU a criação de
um sentido imanente e histórico (mudança na concepção
de História).
• Exemplos: Kant (a “paz perpétua”), Vico, Comte
(sociedade positiva, lei dos três estados – há “religião
civil” em Comte), Hegel (“fim da História”), Rousseau (a
democracia plebiscitária), Marx (o comunismo),
Fukuyama (a democracia liberal). Pontos finais
(históricos) da História humana.
A política como salvação
• Com o estilhaçar do cristianismo a partir da
Reforma surgem os “milenarismos” de seitas
cristãs. É o Apocalipse acelerado por meio da
revolução política.
• Exemplo: Thomas Müntzer, teólogo e pastor
profético protestante que liderou a chamada
“Revolta dos Camponeses”, ocasionando cerca de
100 mil mortes.
GRAY, John. Missa Negra. p. 41.
• As religiões políticas são cosmovisões (daí que
gerem totalitarismos).
• Segundo Becker, nas religiões políticas:
(1) O homem não é mau por natureza;
(2) A finalidade da vida é a vida mesma, a boa vida
na terra em vez da vida beatífica após a morte (o
bonum communis no lugar do summum bonum);
(3) O homem é capaz, guiado apenas pela luz da
razão e da experiência, de aperfeiçoar a boa vida
na terra;
p. 102 e 103.
IV ERIC VOEGELIN
• O que Eric Voegelin faz é reconstruir
historicamente o fenômeno das religiões políticas
desde uma perspectiva filosófica (LEHMANN,
1985, p. 17).
• Elementos da Filosofia de Voegelin:
– Ideias e símbolos. Ideias políticas evocam símbolos
(ícones?).
– Símbolos religiosos de Israel e da filosofia grega
(História e Nova Ciência).
– Ordem da sociedade é reflexo de ordem do cosmos
(analogia, também em Eliade) – cosmion.
Abertura da Alma
• O indivíduo faz parte de uma ordem social e a
sociedade faz parte de uma ordem cósmica.
• Platão promove então uma “abertura da
Alma”, superando o princípio cosmológico: a
verdade independe da sociedade.
• Através da percepção de sua psique, o
indivíduo, atinado, harmonizado com Deus
conhece a verdade. Deus é a medida, não o
homem ou a sociedade.
A questão: o gnosticismo
• Logo: a realidade histórica não é e não pode ser
medida de si mesma (imanência), mas apenas
por valores transcendentes, acessíveis à alma do
filósofo.
• Imperium e Ecclesia: simbologia que evoca o
dinamismo da relação entre o sacro e o profano
sem confundi-los.
• Gnosticismo: 1) atitude que busca secularizar o
transcendental ou a revelação (LEHMANN, p.
112).
• 2) gnose: “conhecimento” (porém, ≠ da episteme
e da phronesis). Conhecimento que precisa ser
acessado; a-gnóstico.
• Surge como heresia cristã. Alguns iluminados que
têm alguma espécie de conhecimento
privilegiado que lhe fora revelado especialmente
(sábio autoproclamado).
• Gnosticismo: traço eminentemente moderno, “a
natureza da modernidade” (cap. IV de A Nova
Ciência da Política).
• Em que crê o gnóstico?
• O universo é hostil.
• Esse quadro de hostilidade pode ser corrigido e
revertido (por meio do conhecimento obtido pelo
gnóstico).
• Ou seja: o gnóstico crê que uma mudança radical
na ordem da realidade é tanto possível quanto
desejável.
• Isso tudo se dará repentinamente: “tudo será
mais belo” A. Gramsci.
“Wissenschaft, Politik und gnosis”
• (1) Está insatisfeito com sua situação atual.
• (2) Os problemas do mundo se devem a sua
organização ruim.
• (3) A salvação desse mundo mal organizado é
possível.
• (4) De (3) segue que a ordem do ser terá de
ser alterada num processo histórico. De um
mundo malévolo um outro bom deve emergir.
• (5) Uma mudança na ordem do ser é possível no reino
da ação humana, este ato de salvação é possível por
meio do esforço humano.
• (6) O conhecimento (gnose) da alteração da ordem do
ser é a preocupação central do gnóstico, ele é capaz de
elaborar a fórmula capaz de salvar o homem e o
mundo
(Cf. HENNINGSEN, 1984, p. 297-8; vol. V. do “Collected
Works”).
O pecado original é o mar, o gnosticismo um barco que
rema contra ele. Scruton e a definição de conservador.
Marxismo
• É reducionista e trata tudo como “ideologia”.
• Ideologia: véu de ideias que encobre a
realidade; marxismo: fórmula que descobre a
realidade desse véu; com o materialismo
dialético se atinge a camada “verdadeira” da
realidade.
• Quer reforma radical da realidade a ponto de
criar um “novo homem”, o homo sovieticus de
Trotsky.
• Imbuído de fé metastática: o advento de uma
revolução é o estopim para o estabelecimento do
paraíso terreno, Marx em A Ideologia Alemã:
“...na sociedade comunista, onde cada um não tem
atividade exclusiva, mas pode aperfeiçoar-se no ramo que
lhe apraz, a sociedade regula a produção geral, dando-me
assim a possibilidade de hoje fazer tal coisa, amanhã outra,
caçar pela manhã, pescar à tarde, criar animais ao
anoitecer, criticar após o jantar, segundo meu desejo, sem
jamais tornar-me caçador, pescador, pastor ou crítico”
(MARX e ENGELS, 1986: 47).
• Basta que a revolução seja deflagrada, que a burguesia
seja assassinada imediatamente para que nos
encaixemos na trilha do estabelecimento do paraíso. A
autoridade religiosa do mal.
• O mesmo para o nazismo: uma mudança radical na
ordem do real, a eliminação dos “empecilhos” para isso
e teremos instalado um paraíso mundano.
• Raciocínios imbuídos de gnosticismo que rompem
nitidamente com a concepção agostiniana.
• Cheque em branco para o futuro: caridade só amanhã.
“Filantropia telescópica” (Dickens em Bleak House).
Fé metastática
• Os gnósticos são movidos a fé metastática, que é uma
DOENÇA DO ESPÍRITO característica da nossa época.
• Voegelin em Ordem e História – Israel e a revelação:
• “do problema metastático (...) verá imediatamente que
a concepção profética de uma mudança na constituição
do ser está na base de nossas crenças contemporâneas
na perfeição da sociedade, seja mediante o progresso
ou uma revolução comunista” (VOEGELIN, 2009, p. 31)
e segundo Voegelin, esta fé metastática é “uma das
grandes fontes de desordem, se não a principal, no
mundo contemporâneo” (idem).
• Ao “amputado transcendental” só resta Hitler,
Stalin e Che Guevara confirmando a profecia
de Max Scheler, em O eterno no
Homem (1921) onde afirmou que “O homem
acredita quer num deus, quer num ídolo. Não
há terceira opção”.
V Objeções. “Objeções”.
• 1) As observações de Voegelin vão contra a
direção da política por valores religiosos.
Justificação de uma “indiferença com os
pobres”.
• 2) “Ideologia burguesa”, tentativa de
convencer os pobres que sua condição
miserável é normal e deve ser aceita porque
“não tem jeito”.
• 3) Há religião política “de direita”? John Gray.
Referências
• AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. Partes 1 e 2. São Paulo: Vozes de
Bolso, 2012.
• ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
• . Compreender: formação, exílio e totalitarismo. São
Paulo: Companhia das Letras, 2008.
• BARBUY, Heraldo. Marxismo e Religião. São Paulo: Convívio, 1977.
• BECKER, Carl L. The Heavenly City of the Eighteenth-century philosophers.
Massachusetts: Yale Paperbound, 1962.
• CHIROT, Daniel; MCCAULEY, Clark. Why not kill them all? Princeton:
Princeton University Press, 2006.
• ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: WMF Martins Fontes,
2013.
• GRAY, John. Missa Negra. São Paulo: Record, 2009.
• HENNINGSEN, Manfred. The Collected Work of Eric Voegelin, vol. V.
Missouri: University of Missouri Press, 1984.
• JOHNSON, Paul. Tempos Modernos. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990.
• KOLAKOWSKI, Leszek. Main Currents of Marxism. 3 volumes. Oxford:
Clarendon Press, 1978.
• ROTHBARD, Murray. “Karl Marx as religious eschatologist”. Ludwig von
Mises Institute. Disponível em: http://mises.org/daily/3769. Acesso em:
05/09/2014.
• SILVA, Nelson Lehmann da. A religião civil do estado moderno. Brasília:
Thesaurus, 1985.
• VOEGELIN, Eric. As religiões políticas. Lisboa: Vega, 2002.
• . A Nova Ciência da Política. Brasília: UnB, 1982.
• . Ordem e História: Israel e a Revelação. vol. I. São Paulo:
Loyola, 2009.
• . Reflexões Autobiográficas. São Paulo: É Realizações, 2008.
• WEBB, Eugene. Filósofos da Consciência. São Paulo: É Realizações, 2013.
T.S. Eliot (citado por Russell Kirk)
The Sword of Imagination
“Se não quisermos Deus (ele é um Deus
ciumento), devemos reverenciar Hitler ou
Stalin”.

More Related Content

What's hot

Ética na pós-modernidade
Ética na pós-modernidadeÉtica na pós-modernidade
Ética na pós-modernidadeLaércio Góes
 
Modelos explicativos do conhecimento
Modelos explicativos do conhecimentoModelos explicativos do conhecimento
Modelos explicativos do conhecimentoVitor Peixoto
 
Slide fenomenologia
Slide fenomenologiaSlide fenomenologia
Slide fenomenologiaJorge Dutra
 
Teoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristótelesTeoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristótelesCristian Oliveira
 
Filosofia - helenistica
Filosofia - helenistica Filosofia - helenistica
Filosofia - helenistica Samuel Araújo
 
Mapa conceitual - Filosofia moderna
Mapa conceitual - Filosofia modernaMapa conceitual - Filosofia moderna
Mapa conceitual - Filosofia modernaGilberto Cotrim
 
Historia da psicologia
Historia da psicologiaHistoria da psicologia
Historia da psicologiaGLEYDSON ROCHA
 
Mapa conceitual - Pré-socráticos
Mapa conceitual  - Pré-socráticosMapa conceitual  - Pré-socráticos
Mapa conceitual - Pré-socráticosGilberto Cotrim
 
Introdução à Filosofia - Do Mito à Razão
Introdução à Filosofia - Do Mito à RazãoIntrodução à Filosofia - Do Mito à Razão
Introdução à Filosofia - Do Mito à RazãoDiego Sampaio
 
3 ética em aristóteles
3 ética em aristóteles3 ética em aristóteles
3 ética em aristótelesErica Frau
 
Mapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medievalMapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medievalGilberto Cotrim
 
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientifico
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientificoTipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientifico
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientificoAmanda Almeida
 
Pensadores e suas ideias para a educação
Pensadores e suas ideias para a educaçãoPensadores e suas ideias para a educação
Pensadores e suas ideias para a educaçãoAntonio Filho
 
Filosofia aristóteles
Filosofia   aristótelesFilosofia   aristóteles
Filosofia aristótelesFelipe Rocha
 

What's hot (20)

slides da história da psicologia
slides da história da psicologiaslides da história da psicologia
slides da história da psicologia
 
Ética na pós-modernidade
Ética na pós-modernidadeÉtica na pós-modernidade
Ética na pós-modernidade
 
Modelos explicativos do conhecimento
Modelos explicativos do conhecimentoModelos explicativos do conhecimento
Modelos explicativos do conhecimento
 
Slide fenomenologia
Slide fenomenologiaSlide fenomenologia
Slide fenomenologia
 
Aula 3 as cinco vias
Aula 3 as cinco viasAula 3 as cinco vias
Aula 3 as cinco vias
 
Teoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristótelesTeoria do conhecimento aristóteles
Teoria do conhecimento aristóteles
 
Filosofia - helenistica
Filosofia - helenistica Filosofia - helenistica
Filosofia - helenistica
 
Mapa conceitual - Filosofia moderna
Mapa conceitual - Filosofia modernaMapa conceitual - Filosofia moderna
Mapa conceitual - Filosofia moderna
 
Historia da psicologia
Historia da psicologiaHistoria da psicologia
Historia da psicologia
 
Mapa conceitual - Pré-socráticos
Mapa conceitual  - Pré-socráticosMapa conceitual  - Pré-socráticos
Mapa conceitual - Pré-socráticos
 
Fenomenologia
FenomenologiaFenomenologia
Fenomenologia
 
Introdução à Filosofia - Do Mito à Razão
Introdução à Filosofia - Do Mito à RazãoIntrodução à Filosofia - Do Mito à Razão
Introdução à Filosofia - Do Mito à Razão
 
3 ética em aristóteles
3 ética em aristóteles3 ética em aristóteles
3 ética em aristóteles
 
Mapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medievalMapa conceitual - Filosofia medieval
Mapa conceitual - Filosofia medieval
 
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientifico
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientificoTipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientifico
Tipos de conhecimento: Religioso, fisosofico e cientifico
 
Pensadores e suas ideias para a educação
Pensadores e suas ideias para a educaçãoPensadores e suas ideias para a educação
Pensadores e suas ideias para a educação
 
Existencialismo
ExistencialismoExistencialismo
Existencialismo
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
Aristóteles
AristótelesAristóteles
Aristóteles
 
Filosofia aristóteles
Filosofia   aristótelesFilosofia   aristóteles
Filosofia aristóteles
 

Similar to Eric Voegelin e as religiões políticas

Eric voegelin e o cenário político atual
Eric voegelin e o cenário político atualEric voegelin e o cenário político atual
Eric voegelin e o cenário político atualAndre Assi Barreto
 
Confessionalidade.pptx
Confessionalidade.pptxConfessionalidade.pptx
Confessionalidade.pptxRenatoRBorges
 
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdf
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdfAulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdf
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdfJuliano531718
 
Filosofia - do Idealismo Alemão a Marx
Filosofia - do Idealismo Alemão a MarxFilosofia - do Idealismo Alemão a Marx
Filosofia - do Idealismo Alemão a MarxRodrigo Moysés
 
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...Jordano Santos Cerqueira
 
O fascismo e o marxismo cultural
O fascismo e o marxismo culturalO fascismo e o marxismo cultural
O fascismo e o marxismo culturalMariGiopato
 
linha do tempo filosofia antiga, medieval,
linha do tempo filosofia antiga, medieval,linha do tempo filosofia antiga, medieval,
linha do tempo filosofia antiga, medieval,lianebarreto982
 
Design gráfico 9a aula
Design  gráfico   9a aulaDesign  gráfico   9a aula
Design gráfico 9a aulaUnip e Uniplan
 
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdf
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdfLIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdf
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdfFranciscoJosPaiva2
 
Prova - 1º bimestre - 2ª série
Prova - 1º bimestre - 2ª sérieProva - 1º bimestre - 2ª série
Prova - 1º bimestre - 2ª sérieLuiz Valentim
 
Introdução ao pensamento moderno
Introdução ao pensamento modernoIntrodução ao pensamento moderno
Introdução ao pensamento modernoAna Carolina Rigoni
 

Similar to Eric Voegelin e as religiões políticas (20)

Eric voegelin e o cenário político atual
Eric voegelin e o cenário político atualEric voegelin e o cenário político atual
Eric voegelin e o cenário político atual
 
Confessionalidade.pptx
Confessionalidade.pptxConfessionalidade.pptx
Confessionalidade.pptx
 
Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2Filosofia clássica 2
Filosofia clássica 2
 
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdf
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdfAulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdf
Aulão Enem 2020 Alvaro - Sociologia Filosofia.pdf
 
Filosofia - do Idealismo Alemão a Marx
Filosofia - do Idealismo Alemão a MarxFilosofia - do Idealismo Alemão a Marx
Filosofia - do Idealismo Alemão a Marx
 
Intro a teo(td_l e mi)
Intro a teo(td_l e mi)Intro a teo(td_l e mi)
Intro a teo(td_l e mi)
 
Cap 04 sociologia
Cap 04   sociologiaCap 04   sociologia
Cap 04 sociologia
 
A VISÃO CÓSMICA ESPÍRITA
A VISÃO CÓSMICA ESPÍRITAA VISÃO CÓSMICA ESPÍRITA
A VISÃO CÓSMICA ESPÍRITA
 
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Filosofia do Direito - 05 - Períodos...
 
Liberalismo Teológico
Liberalismo TeológicoLiberalismo Teológico
Liberalismo Teológico
 
O fascismo e o marxismo cultural
O fascismo e o marxismo culturalO fascismo e o marxismo cultural
O fascismo e o marxismo cultural
 
linha do tempo filosofia antiga, medieval,
linha do tempo filosofia antiga, medieval,linha do tempo filosofia antiga, medieval,
linha do tempo filosofia antiga, medieval,
 
Design gráfico 9a aula
Design  gráfico   9a aulaDesign  gráfico   9a aula
Design gráfico 9a aula
 
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdf
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdfLIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdf
LIÇÃO_4_QUANDO_A_CRIATURA_VALE_MAIS_QUE_O_CRIADOR_EBD_INTELIGENTE.pdf
 
Prova - 1º bimestre - 2ª série
Prova - 1º bimestre - 2ª sérieProva - 1º bimestre - 2ª série
Prova - 1º bimestre - 2ª série
 
Iluminismo.melissa
Iluminismo.melissaIluminismo.melissa
Iluminismo.melissa
 
A mentalidade medieval
A mentalidade medievalA mentalidade medieval
A mentalidade medieval
 
Nietzsche - tragédia e existência
Nietzsche - tragédia e existênciaNietzsche - tragédia e existência
Nietzsche - tragédia e existência
 
Iluminismo
IluminismoIluminismo
Iluminismo
 
Introdução ao pensamento moderno
Introdução ao pensamento modernoIntrodução ao pensamento moderno
Introdução ao pensamento moderno
 

More from Andre Assi Barreto

Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstói
Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de TolstóiAula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstói
Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de TolstóiAndre Assi Barreto
 
Extrema ou verdadeira direita?
Extrema ou verdadeira direita?Extrema ou verdadeira direita?
Extrema ou verdadeira direita?Andre Assi Barreto
 
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?Andre Assi Barreto
 

More from Andre Assi Barreto (6)

Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstói
Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de TolstóiAula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstói
Aula sobre "A morte de Ivan Ilitch" de Tolstói
 
Oficina de redes sociais
Oficina de redes sociaisOficina de redes sociais
Oficina de redes sociais
 
Quem foi Saul Alinsky?
Quem foi Saul Alinsky?Quem foi Saul Alinsky?
Quem foi Saul Alinsky?
 
Extrema ou verdadeira direita?
Extrema ou verdadeira direita?Extrema ou verdadeira direita?
Extrema ou verdadeira direita?
 
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?
Do Brexit a Trump: por que os especialistas erraram tanto?
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 

Recently uploaded

Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 

Recently uploaded (20)

Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 

Eric Voegelin e as religiões políticas

  • 1. Eric Voegelin e as religiões políticas Quem é este que vos fala? André Assi Barreto é professor de Filosofia das redes pública, particular e do Centro Paula Souza. Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Tradutor e assessor editorial. Associado da Linotipo Digital Editora. Site: www.andreassibarreto.org
  • 2. The New England Primer “In Adam’s fall We sinned all”. João 16:33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições”
  • 3. Eric Voegelin e as religiões políticas • Eric Voegelin (1901-1985): filósofo e cientista político. Talvez o mais importante do século XX. • Foi um verdadeiro scholar, estudou matemática, física e biologia. Viveu a grande Viena. Discípulo de Kelsen, amigo de Mises e outros. • Reflexões Autobiográficas • Martim Vasques da Cunha: https://www.youtube.com/w atch?v=aJ8sXpZqtPs
  • 4. I) Propedêutica filosófica • Transcendente: a) aquilo que transcende a realidade humana (histórica, poderíamos dizer). b) o que está para além – Tomás de Aquino afirmava que a teologia “transcende todas as outras ciências tanto especulativas quanto práticas, isso porque ela é mais certa e porque seus objetos “pela elevação, transcendem a razão” (S.T., I, q. 1, a. 5). • Imanente: a) o motivo de existência da realidade humana está em seu próprio interior; não há nada além dela (que a transcenda). b) Em Aristóteles se referia às atividades e ações que têm seu fim em si mesmas. Em Espinosa = Deus é imanente, Deus = natureza.
  • 5. Conceituação filosófica • Teleologia: estudo sobre a finalidade das coisas específicas (termo de Wolff), télos = fim. [Kant e a História universal]. ≠ • Escatologia: ciência sobre os fins do universo e da humanidade (cf. A. Lalande). Na teologia: fim do mundo (nós: fim da História humana).
  • 6. II) Preâmbulo • A distinção entre o sagrado e o profano é CIVILIZADORA. • Mircea Eliade (1907-1986), estudo de antropologia religiosa:
  • 7. Sagrado e Profano • Para Eliade, a essência do comportamento religioso está no “modo de diferenciar e separar aquilo que é sagrado daquilo que é profano”. • Profano: controlável, SAGRADO: incontrolável (e que remete a sentimento de humildade e reverência). • Mundo moderno = universo dessacralizado (porém, que não escapa a tabus e superstições – conforme dizia Chesterton, o problema não é não acreditar em Deus, o problema é acreditar em qualquer coisa). • Mundo moderno: absorção do sagrado no profano; guarda-se os esquemas, repele-se o conteúdo transcendente.
  • 8. • As religiões políticas imanentizam o eschaton ou, poderíamos dizer, nos termos de Eliade, profanam o sagrado. Ou ainda: tratam o fim da História humana como um fato estritamente imanente, um dilema a ser resolvido na própria História (modernidade substitui a Teologia pela História); • IMPORTANTE: a comparação não é trivial ou simplista. As religiões políticas copiam a estrutura das religiões tradicionais com o propósito de substituí-las – não se trata de termômetro de “radicalismo”.
  • 9. III A religião política • Na “religião civil” (Rousseau, Hobbes e depois termo usado por Raymond Aron para se referir a nazismo e comunismo depois da 2ª Guerra Mundial) ou na “religião política”, há: • Fé Metastática: doença do espírito, crença numa resolução humana, histórica e repentina para o “dilema humano”.
  • 10. • Cópia dos esquemas religiosos, esvaziados de seu conteúdo metafísico: Leszek Kolakowski observa no partido comunista os seguintes itens: Escatologia, Pecado Original, Redenção, Encarnação, conflito entre Fé e Razão, Natureza e Graça, Revelação e Mistério, Paraíso e Danação. • Monenrot: “põem todas as suas esperanças no mundo” (Sociologia do Comunismo) – [daí que fracassem].
  • 11. • A solução está no mundo e o homem é perfeito (perfectibilidade da natureza humana – Rousseau). • Por que isso se deu? The Heavenly City of the Eighteenth-century philosophers, Carl Becker: A substituição do cristianismo – o inimigo da Razão iluminista – não deveria se dar em termos de oposição (física sim), mas de assimilação substitutiva. Primeiro caso: culto do Sol (Akhenaton) no Egito Antigo (VOEGELIN, As religiões políticas, p.33-42).
  • 12. Modernidade: o terreno para a imanentização do eschaton • PRINCÍPIO: Thomas Hobbes: a necessidade de um Leviatã, um “deus mortal”, a necessidade de uma “religião civil”. – “a política e as leis civis fazem parte da religião; não havendo assim lugar para distinção entre a dominação temporal e a espiritual” (Leviatã). – “aquilo que o homem faz, diz ou quer, contra as razões da cidade, ou seja, contra a lei” = pecado (Do Cidadão). – Rompimento nítido e definitivo com a concepção cristã/agostiniana. • “Deus está morto”: morte de toda a transcendência. Nietzsche chamará o Estado moderno de “Novo Ídolo”.
  • 13. Leviatã • Ecclesia intramundana: Leviatã. Reprodução simbólica. • “Ele vê tudo que é alto; é rei sobre todos os filhos da soberba” (Jó, 41:34).
  • 14. • Consequência: só há o aqui e o agora. As alternativas: o ressentimento e o pessimismo niilista OU a criação de um sentido imanente e histórico (mudança na concepção de História). • Exemplos: Kant (a “paz perpétua”), Vico, Comte (sociedade positiva, lei dos três estados – há “religião civil” em Comte), Hegel (“fim da História”), Rousseau (a democracia plebiscitária), Marx (o comunismo), Fukuyama (a democracia liberal). Pontos finais (históricos) da História humana.
  • 15. A política como salvação • Com o estilhaçar do cristianismo a partir da Reforma surgem os “milenarismos” de seitas cristãs. É o Apocalipse acelerado por meio da revolução política. • Exemplo: Thomas Müntzer, teólogo e pastor profético protestante que liderou a chamada “Revolta dos Camponeses”, ocasionando cerca de 100 mil mortes. GRAY, John. Missa Negra. p. 41. • As religiões políticas são cosmovisões (daí que gerem totalitarismos).
  • 16. • Segundo Becker, nas religiões políticas: (1) O homem não é mau por natureza; (2) A finalidade da vida é a vida mesma, a boa vida na terra em vez da vida beatífica após a morte (o bonum communis no lugar do summum bonum); (3) O homem é capaz, guiado apenas pela luz da razão e da experiência, de aperfeiçoar a boa vida na terra; p. 102 e 103.
  • 17. IV ERIC VOEGELIN • O que Eric Voegelin faz é reconstruir historicamente o fenômeno das religiões políticas desde uma perspectiva filosófica (LEHMANN, 1985, p. 17). • Elementos da Filosofia de Voegelin: – Ideias e símbolos. Ideias políticas evocam símbolos (ícones?). – Símbolos religiosos de Israel e da filosofia grega (História e Nova Ciência). – Ordem da sociedade é reflexo de ordem do cosmos (analogia, também em Eliade) – cosmion.
  • 18. Abertura da Alma • O indivíduo faz parte de uma ordem social e a sociedade faz parte de uma ordem cósmica. • Platão promove então uma “abertura da Alma”, superando o princípio cosmológico: a verdade independe da sociedade. • Através da percepção de sua psique, o indivíduo, atinado, harmonizado com Deus conhece a verdade. Deus é a medida, não o homem ou a sociedade.
  • 19. A questão: o gnosticismo • Logo: a realidade histórica não é e não pode ser medida de si mesma (imanência), mas apenas por valores transcendentes, acessíveis à alma do filósofo. • Imperium e Ecclesia: simbologia que evoca o dinamismo da relação entre o sacro e o profano sem confundi-los. • Gnosticismo: 1) atitude que busca secularizar o transcendental ou a revelação (LEHMANN, p. 112).
  • 20. • 2) gnose: “conhecimento” (porém, ≠ da episteme e da phronesis). Conhecimento que precisa ser acessado; a-gnóstico. • Surge como heresia cristã. Alguns iluminados que têm alguma espécie de conhecimento privilegiado que lhe fora revelado especialmente (sábio autoproclamado). • Gnosticismo: traço eminentemente moderno, “a natureza da modernidade” (cap. IV de A Nova Ciência da Política).
  • 21. • Em que crê o gnóstico? • O universo é hostil. • Esse quadro de hostilidade pode ser corrigido e revertido (por meio do conhecimento obtido pelo gnóstico). • Ou seja: o gnóstico crê que uma mudança radical na ordem da realidade é tanto possível quanto desejável. • Isso tudo se dará repentinamente: “tudo será mais belo” A. Gramsci.
  • 22. “Wissenschaft, Politik und gnosis” • (1) Está insatisfeito com sua situação atual. • (2) Os problemas do mundo se devem a sua organização ruim. • (3) A salvação desse mundo mal organizado é possível. • (4) De (3) segue que a ordem do ser terá de ser alterada num processo histórico. De um mundo malévolo um outro bom deve emergir.
  • 23. • (5) Uma mudança na ordem do ser é possível no reino da ação humana, este ato de salvação é possível por meio do esforço humano. • (6) O conhecimento (gnose) da alteração da ordem do ser é a preocupação central do gnóstico, ele é capaz de elaborar a fórmula capaz de salvar o homem e o mundo (Cf. HENNINGSEN, 1984, p. 297-8; vol. V. do “Collected Works”). O pecado original é o mar, o gnosticismo um barco que rema contra ele. Scruton e a definição de conservador.
  • 24. Marxismo • É reducionista e trata tudo como “ideologia”. • Ideologia: véu de ideias que encobre a realidade; marxismo: fórmula que descobre a realidade desse véu; com o materialismo dialético se atinge a camada “verdadeira” da realidade. • Quer reforma radical da realidade a ponto de criar um “novo homem”, o homo sovieticus de Trotsky.
  • 25. • Imbuído de fé metastática: o advento de uma revolução é o estopim para o estabelecimento do paraíso terreno, Marx em A Ideologia Alemã: “...na sociedade comunista, onde cada um não tem atividade exclusiva, mas pode aperfeiçoar-se no ramo que lhe apraz, a sociedade regula a produção geral, dando-me assim a possibilidade de hoje fazer tal coisa, amanhã outra, caçar pela manhã, pescar à tarde, criar animais ao anoitecer, criticar após o jantar, segundo meu desejo, sem jamais tornar-me caçador, pescador, pastor ou crítico” (MARX e ENGELS, 1986: 47).
  • 26. • Basta que a revolução seja deflagrada, que a burguesia seja assassinada imediatamente para que nos encaixemos na trilha do estabelecimento do paraíso. A autoridade religiosa do mal. • O mesmo para o nazismo: uma mudança radical na ordem do real, a eliminação dos “empecilhos” para isso e teremos instalado um paraíso mundano. • Raciocínios imbuídos de gnosticismo que rompem nitidamente com a concepção agostiniana. • Cheque em branco para o futuro: caridade só amanhã. “Filantropia telescópica” (Dickens em Bleak House).
  • 27. Fé metastática • Os gnósticos são movidos a fé metastática, que é uma DOENÇA DO ESPÍRITO característica da nossa época. • Voegelin em Ordem e História – Israel e a revelação: • “do problema metastático (...) verá imediatamente que a concepção profética de uma mudança na constituição do ser está na base de nossas crenças contemporâneas na perfeição da sociedade, seja mediante o progresso ou uma revolução comunista” (VOEGELIN, 2009, p. 31) e segundo Voegelin, esta fé metastática é “uma das grandes fontes de desordem, se não a principal, no mundo contemporâneo” (idem).
  • 28. • Ao “amputado transcendental” só resta Hitler, Stalin e Che Guevara confirmando a profecia de Max Scheler, em O eterno no Homem (1921) onde afirmou que “O homem acredita quer num deus, quer num ídolo. Não há terceira opção”.
  • 29. V Objeções. “Objeções”. • 1) As observações de Voegelin vão contra a direção da política por valores religiosos. Justificação de uma “indiferença com os pobres”. • 2) “Ideologia burguesa”, tentativa de convencer os pobres que sua condição miserável é normal e deve ser aceita porque “não tem jeito”. • 3) Há religião política “de direita”? John Gray.
  • 30. Referências • AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. Partes 1 e 2. São Paulo: Vozes de Bolso, 2012. • ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. • . Compreender: formação, exílio e totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. • BARBUY, Heraldo. Marxismo e Religião. São Paulo: Convívio, 1977. • BECKER, Carl L. The Heavenly City of the Eighteenth-century philosophers. Massachusetts: Yale Paperbound, 1962. • CHIROT, Daniel; MCCAULEY, Clark. Why not kill them all? Princeton: Princeton University Press, 2006. • ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. • GRAY, John. Missa Negra. São Paulo: Record, 2009. • HENNINGSEN, Manfred. The Collected Work of Eric Voegelin, vol. V. Missouri: University of Missouri Press, 1984.
  • 31. • JOHNSON, Paul. Tempos Modernos. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990. • KOLAKOWSKI, Leszek. Main Currents of Marxism. 3 volumes. Oxford: Clarendon Press, 1978. • ROTHBARD, Murray. “Karl Marx as religious eschatologist”. Ludwig von Mises Institute. Disponível em: http://mises.org/daily/3769. Acesso em: 05/09/2014. • SILVA, Nelson Lehmann da. A religião civil do estado moderno. Brasília: Thesaurus, 1985. • VOEGELIN, Eric. As religiões políticas. Lisboa: Vega, 2002. • . A Nova Ciência da Política. Brasília: UnB, 1982. • . Ordem e História: Israel e a Revelação. vol. I. São Paulo: Loyola, 2009. • . Reflexões Autobiográficas. São Paulo: É Realizações, 2008. • WEBB, Eugene. Filósofos da Consciência. São Paulo: É Realizações, 2013.
  • 32. T.S. Eliot (citado por Russell Kirk) The Sword of Imagination “Se não quisermos Deus (ele é um Deus ciumento), devemos reverenciar Hitler ou Stalin”.