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O discurso da qualidade e a qualidade do discurso.
1. “O DISCURSO DA
QUALIDADE E A QUALIDADE
DO DISCURSO”
MARIANO FERNÁNDEZ ENGUITA
Mestrado em Ciências da Educação
Avaliação e Qualidade
Docente: Prof. Dr. Pedro Rodrigues
Discentes: Andreia Durães, Mónica Maia e Teresa Matos
2. Mariano Fernández ENGUITA
• Professor Catedrático de Sociologia
• Director do Departamento de Sociologia e Comunicação
da Faculdade de Educação da Universidade de Salamanca
• Director do Observatório Social de Castela e Leão
(OSCYL)
• Coordenador do Grupo de Análises Sociológicas (GAS)
• Fundador e director das revistas "Política y Sociedad" e
"Educación y Sociedad"
3. Mariano Fernández ENGUITA
Foi professor convidado nas Universidades:
• Stanford
• Wisconsin-Madison
• Berkeley
• Lumière-Lyon II
• London Institute of Education
• London School of Economics
4. QUALIDADE – UM GRITO DE
GUERRA
ORGANISMOS INTERNACIONAIS
AUTORIDADES EDUCATIVAS
ASSOCIAÇÕES SINDICAIS
ASSOCIAÇÕES DE
PAIS/PROFESSORES/ALUNOS
REPRESENTANTES EMPRESARIAIS
DIVERSOS ESPECIALISTAS
8. 1950
James B. Conant reforça a ideia da
necessidade de adaptar os conteúdos
escolares ao mundo empresarial
9. 1960
- Industrialização soviética
- Chegada soviética ao espaço através
do lançamento colocação em órbita do
Sputnik
- Mal-estar social que invadiu o
Ocidente
10. 1960
James B. Conant, diante do mal-estar social, centrou-se
nas questões da igualdade de oportunidades, da
educação como investimento e da sua relação com o
desenvolvimento
Os discursos de apoio de uma reforma educacional (igualdade e
eficiência) fundiram-se num único, resultando algumas teorias
sociais:
- Teoria funcionalista da estratificação social;
- Teoria do capital humano;
- Teoria da modernização.
11. 1970
- Organizações internacionais desempenham um
papel determinante na extensão das políticas
educativas
- Através da educação, a sociedade garantia
igualdade de oportunidades
- Políticas escolares expansivas, com o objectivo de
prolongar a escolaridade obrigatória
12. 1980
Crescente participação no Mercado
Mundial dos países industrializados do
Pacífico
Ofensiva contra as políticas
igualitárias, culpabilizadas pela queda
do nível geral do ensino
Maus resultados escolares, crise de
disciplina, proliferação de conteúdos
optativos em detrimento dos
conteúdos tradicionais
O discurso da reforma educacional
limita-se à questão da eficiência
A igualdade de oportunidades coloca
a tónica no comum, a qualidade
enfatiza a diferença
13. 1980
Papel importante dos organismos internacionais na difusão da temática da
qualidade
Políticas educativas orientadas para a excelência
As profundas desigualdades sociais, com origem no berço, demonstram a
ineficácia da educação no acesso à riqueza, poder, prestigio e autonomia no
trabalho
Crise de valores da juventude, queda geral do nível de qualidade do
ensino traduzem-se em ofensivas contra as políticas igualitárias
14. ACTUALMENTE
O sistema escolar não produz o que o mundo empresarial
necessita
Culpabilizam-se os indivíduos pelo fenómeno do desemprego pois
eles é que não souberam adquirir uma educação adequada, ou os
poderes políticos não a souberam oferecer
O mundo empresarial é quem decide sobre os investimentos de
emprego e organizam os processos de trabalho
Escasso crescimento económico, desemprego de massas,
educação responsável pelos problemas sociais
15. EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE
“QUALIDADE”
1ª FASE: LÓGICA QUANTITATIVA
- Qualidade como sinónimo de IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
- MAIS professores, MAIS equipamentos, MAIOR carga horária =
ACESSO DEMOCRÁTICO À ESCOLA
- Descuido da qualidade em favor da quantidade
16. Evolução do conceito de
“QUALIDADE”
“Desaparecido em boa parte o seu valor
extrínseco – baseado essencialmente na sua
escassez – havia chegado o momento de
perguntar-se pelo valor intrínseco (…)”
Mariano Enguita
17. Evolução do conceito de
“QUALIDADE”
2ª FASE: LÓGICA QUALITATIVA
- Qualidade como sinónimo de INDIVIDUALISMO
- Ensino MAIS ACTIVO, PARTICIPATIVO, CENTRADO NOS
INTERESSES DOS ALUNOS
- MAIS E MELHOR formação de professores e equipamentos
educativos
18. Evolução do conceito de
“QUALIDADE”
3ª FASE
- A Qualidade “passa por não ser o melhor para
todos, mas para poucos, e igual ou pior para os demais”
(pág. 107)
- Abarca simultaneamente a IGUALDADE DE
OPORTUNIDADES e a ênfase da DIFERENÇA, o
DESENVOLVIMENTO e a COMPETIÇÃO
19. “BACK TO THE BASICS”
- Os empregadores não se queixam das qualificações académicas, queixam-se do
escasso respeito pela autoridade hierárquica, a pouca disposição para assumir
tarefas rotineiras, e da ideia de que o trabalho deve ser uma actividade pessoalmente
gratificante
Portanto, a escola já não cumpre a sua função (função socializadora)
- Se a escola evoluiu para uma organização aberta, direccionada para responder às
necessidades e interesses dos alunos, o mercado de trabalho não acompanhou esta
evolução
- Retorno ao ensino tradicional, assente nos conteúdos valorizados pelo mercado de
trabalho
20. “BACK TO THE BASICS”
CONTUDO…
SERIA a opinião pública favorável a propostas de
um trabalho escolar repetitivo e enfadonho, que
não alimentasse falsas expectativas nos alunos?
Ou ao reforço das penalizações como estratégia
de autoridade?