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ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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GRAU UM – CAVALEIRO TEMPLÁRIO NOVIÇO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO
GRÃO-PRIORADO DA CIDADE SANTA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ESTADO DE SÃO PAULO
ANNO DOMINI 2014
NON NOBIS DOMINI
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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GRAU UM – TEMPLÁRIO NOVIÇO
Origens dos Cavaleiros Templários
Os peregrinos
Hugo de Payens
Jacques Demolay
Rei Felipe o Belo
Papa Clemente V
Baphome
Janus
Leis e Regulamentos
Ensino Religioso: Pater Noster
Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria
A investidura
São Bernardo de Claraval
Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro Templário
Ensino Templário: O Noviço
Exercício Espiritual: A semente
Imagens (personagens desta apostila)
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você.
A intenção do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Maçônicos) é divulgar a
doutrina dos Cavaleiros Templários principalmente aos não-iniciados, possibilitando desta
forma, que um grande número de pessoas, ainda que não ligados diretamente aos
templários, possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos
segredos desta Ordem Secular.
Seguindo este raciocínio, o Ibemac preparou o “Curso de Cavaleiros Templários”,
dividido em quatro graus ou estágios, que correspondem aos “quatro graus acadêmicos”
para o estudo da filosofia templária.
Ao final de cada uma das lições encontra-se um questionário o qual deverá ser
respondido e enviado para o Ibemac para fins de correção e nota; somente receberá o
Certificado de Aprovação e o selo de “apto para o próximo grau” o aluno que responder as
questões e obtiver nota mínima 5,0 (cinco). Juntamente com as apostilas do curso, ao final
de cada grau, o aluno receberá uma folha avulsa contendo todas as questões, poderá
responder nessa folha e enviá-la para a Caixa Postal do Ibemac neste endereço: IBEMAC -
Caixa Postal nº 51 Cep 15150-970 Monte Aprazível/SP. A folha de exame corrigida será
devolvida para o candidato com a nota final obtida e o carimbo de aprovado.
Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas para
formar o questionário estão todas ali. Você pode responder as questões logo após a lição,
pois isso facilitará o preenchimento da “folha de prova” no final da terceira apostila. Ao
terminar o Grau Quatro de Cavaleiro Templário, o aluno que obtiver nota mínima de 5,0
(cinco) em cada um dos graus, com média final 5,0 (cinco) será indicado, caso seja de sua
vontade, para um dos Priorados filiados ao Ibemac e poderá tornar-se um Cavaleiro
Templário consagrado devidamente, caso preencha os requisitos básicos para ingresso na
ordem.
Todo acadêmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence ao quadro de
“alunos” da Ordem dos Cavaleiros Templários do Brasil fundada pelos Mestres Templários
do Instituto Brasileiro de Ensino Maçônico, com a finalidade de atender as necessidades dos
alunos e dirimir as dúvidas que naturalmente surgem durante o período de estudos. Esse
priorado está localizado na Cidade Santa de São José do Rio Preto no Estado de São Paulo e
atende pelo site www.templariosbrasil.com.br
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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O Mestre da sua classe sempre atenderá às suas solicitações e durante o curso
manterá contato para orientá-lo da melhor forma possível para a conclusão dos estudos. Ele
também será o seu padrinho para um futuro ingresso na Ordem dos Templários.
Introdução
Nesta primeira apostila do curso sobre Cavaleiros Templários o aluno terá contato com
personagens da história da Idade Média que poderiam ser comparados aos maiores super-
heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema, também terá contato com os maiores vilões
da época, pessoas que não mediram esforços para saciar a sede pelo poder e riqueza,
acusando falsamente e criando provas nada concretas contra os Cavaleiros Templários até
conseguirem leva-los a morte na fogueira com a acusação de heresia (adoração ao demônio,
sodomia, avareza, luxuria etc), tendo como seu principal mártir o Mestre Templário Jacques
Demolay (Demolé), considerado o último dos templários.
Conhecerá a origem dos Cavaleiros Templários e o seu nascimento após a “Primeira
Cruzada”, entenderá a diferença entre “cruzados” e “templários”, acompanhará a saga de
Hugo de Payens e toda a sua trajetória juntamente com mais oito cavaleiros para a fundação
da Ordem dos Cavaleiros de Cristo.
Outro importante personagem da época, o “abade Bernardo de Claraval” sem o qual
os Templários não teriam obtido a Graça do Papa Honório II e autorização para lutarem em
nome da Igreja Católica; abade que preparou as “antigas regras” dos Templários e seus
exercícios espirituais, fortalecendo-os tanto na parte militar quanto religiosa.
A importância do Rei Bauduino II, Rei da Cidade Santa de Jerusalém, que admirado
com a bravura daqueles cavaleiros, permitiu que construíssem a sua primeira fortificação nas
terras onde se supunha ter existido o “Templo de Salomão” e onde, talvez, os templários
tivessem feito suas descobertas sagradas que os tornariam temidos por todos até pela própria
Igreja Católica.
Em toda história onde existem heróis e homens corajosos temos também, como
contrapeso, os arqui-inimigos e os covardes que tentam atacar e destruir os heróis
constantemente e, como a história real nem sempre tem um final feliz, muitas das vezes esses
covardes conseguem, através de suas armadilhas e farsas, atingir os heróis e até mesmo
derrota-los, ainda que momentaneamente. Nessa história dos templários encontramos duas
figuras perversas: Felipe, o Belo (Rei da França) e o Papa Clemente V. – O Generoso. Certo que
não foram apenas esses dois que tramaram contra a Ordem dos Templários, pois centenas de
príncipes e padres nutriam o interesse secreto pelo fim da ordem; dentro do seio da Ordem
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
WWW.IBEMAC.COM.BR 5
dos Templários também existiam os traidores, como foi o caso de “Ignacio de Loyola” que era
um dos Mestres Templários e traiu a organização em benefício próprio, uma vez que queria
fundar a sua própria ordem, dano origem aos Jesuítas (Ordem da Companhia de jesus) dentro
da Igreja Católica.
Felipe, assim chamado de “o belo”, Rei da França, estava com o seu reino totalmente
endividado, enfrentado várias batalhas internas para as quais não possuía mais condições
financeiras e nem mesmo exército para apoiar seus súditos; por outro lado encontrava-se
endividado com os Templários, com os quais havia obtido empréstimos de vultosas quantias
em ouro e prata e não tinha meios de quitar a dívida; Por outro lado, a sua amizade com o
Papa Clemente V (e os favores que o Papa lhe devia) permitiam traçar um plano sórdido para
quitar sua dívida e pôr fim aos Cavaleiros Templários e ainda por cima se apoderar da fortuna
dos Templários que era estimada em toneladas de ouro e prata. Toda essa trama será
esmiuçada nessas mais de oitenta páginas desta apostila.
O leitor terá contato, ainda, com o “antigo código da cavalaria” e compreenderá de
onde herdamos o compromisso em proteger os mais fracos e debilitados, a viúva e os filhos
órfãos, a igreja e o estado.
Conhecerá as “antigas regras dos templários” e perceberá que código perfeito e
totalmente aplicável que aqueles bravos homens decidiram seguir.
Entenderá a proximidade entre os Cavaleiros Templários e os “peregrinos de Santiago
de Compostela” e a necessidade de que todo aquele que deseja realmente se tornar um
templário faça essa peregrinação, que nada mais é do que a “peregrinação dentro de nós
mesmos” em busca de retificarmos a nossa “pedra bruta”.
Verá, com destaque, as imagens referentes aos locais e personagens que são
mencionados neste texto e terá uma perfeita noção de como eram aquelas paisagens e o perfil
de cada um desses personagens e sua fisionomia, pelo menos àquelas que temos
conhecimento nos dias de hoje.
E, como não poderia deixar de faltar, o aluno encontrará, dois exercícios espirituais
maravilhosos, um deles é o Pater Nostro ou o Pai Nosso em Latim; oração poderosíssima que
deveria ser praticada diariamente por todo cristão em busca de forças e regeneração dos seus
votos; outro exercício, esse de cunho místico, que nos dias de hoje foi adotado por várias
correntes de exotéricos, é o chamado “exercício espiritual da semente”, uma magnífica
experiência personalíssima eu trará para cada um dos praticantes sensações, emoções e
reflexões diversas e profundas. Desejamos a todos uma boa viagem nessa maravilhosa história
sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários.
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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Origens dos Cavaleiros Templários
No final do século XI, a Europa, enfrentava uma profunda crise
econômica e vivia um momento de estagnação sociocultural. O
Cristianismo encontrava-se tumultuado e dividido; esse clima tenso era
propício para guerras e disputas internas que só colaboravam para o
agravamento da situação.
O novo Sumo Pontífice a ocupar o Trono de São Pedro, Urbano II,
eleito papa em 1088, revelou-se, muito além daquelas qualidades e
funções cabíveis ao suposto representante de Deus na terra, um notável
político e excelente articulador.
Um dos sonhos da Igreja da época, e de Urbano II, era retomar a
cidade de Jerusalém, cuja posse estava nas mãos dos "infiéis do islã"
havia mais de quatro séculos, desde o ano 638 d.C., quando fora tomada
pelo exército muçulmano. Além da importância histórica para os cristãos
da própria cidade em si, os supostos tesouros ali encerrados, havia
também por parte de toda a alta hierarquia do clero, o desejo de "unificar"
cristãos ocidentais e orientais sob o jugo único do pontificado Papal.
Esses eram motivos mais que suficientes para justificar uma empreitada a
terra santa.
A habilidade política do Papa Urbano II conquistou a submissão
espiritual de praticamente todos os cristãos ocidentais, fazendo com que
parte da Europa entendesse que havia uma necessidade premente e
divina de se recuperar aquilo que, por direito, pertencia aos cristãos. E
desta forma foi articulada a Primeira Cruzada, cujo divino objetivo era
"devolver a Deus o que era de Deus". Teve início a Primeira Cruzada, e
assim Jerusalém viria a cair sob domínio cristão ocidental. Estava
inaugurada a era das "guerras santas".
As peregrinações, naquela época, eram costumeiras entre os
europeus, principalmente entre os cristãos, sendo uma atividade
abençoada e encorajada pela Igreja e pelo Papa. Um dos caminhos de
maior importância, senão o mais importante, era justamente aquele que
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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conduzia os peregrinos à Terra Santa, ou seja, Jerusalém. Esse caminho,
contudo, não era seguro, deixando os que nele se aventurassem a toda
sorte de bandidismo, assaltos, etc., e mesmo à morte.
Alguns anos após a queda de Jerusalém, em 1118, nove Cavaleiros
então, liderados por Hughes de Payens, todos veteranos da Primeira
Cruzada, se reuniam para prestar um nobre serviço ao reino cristão e
fundaram a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, tomando o tríplice voto de
Castidade, Pobreza e Obediência, dedicando suas vidas, dali até a morte,
à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de Cristo.
O então novo Rei de Jerusalém, Balduíno II, que sucedera seu
primo Balduíno I, logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros
algo de grande valor e importância. A título de reconhecimento e
confiança, cedeu-lhes terras e construções para que lhes servissem de
acomodação e base. As terras eram situadas no local onde supostamente
havia sido construído o famoso Templo de Salomão. Não tardou e os
"Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo" passaram a se denominar de
"Cavaleiros do Templo de Salomão", ou simplesmente de "Cavaleiros
Templários" e, assim nasceu a "Ordem do Templo", cuja denominação
completa era: "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão"
Relação com os nomes dos nove fundadores da Ordem
TEMPLARIOS OS NOVE FUNDADORES
Os Nove Fundadores originais da Ordem
1. Hugues de Payens (ou Payns, um cavaleiro e vassalo de Hugh de
Champagne e um parente por casamento com a família escocesa dos
Saint Clair de Roslin.)
2. Godofredo de Saint-Omer, um filho de Hugh de St. Omer;
3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);
4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier); um parente dos
governantes de Flandres.
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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5. André de Montbard (tio de S. Bernardo de Clairvaux e outro vassalo
do Conde de Champagne, Hugh de Champagne);
6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan; outro
parente da casa reinante na região de Flandres;
7. Hugo Rigaud
8. Gondemaro, (ou Gondomar, ou Gondemare, ou Gondomar . (N.1090 ?
- ?) Templário que se supõe ter sido Português.);
9. Arnaldo ou Arnoldo : Frei Arnaldo, ou Arnoldo, ou ainda segundo
Andre Paraschi: D. Pedro Arnaldo da Rocha que teria sido um dos nove
fundadores da Ordem dos Cavaleiros Templários em Jerusalém, em 1.118.
Os peregrinos
O Império Romano estava em decadência, e por volta de 813-820 foi
descoberto o túmulo do Apóstolo Santiago, mesmo com os muçulmanos
dominando grande parte da Península Ibérica, as peregrinações foram
reiniciadas, havia uma necessidade premente na quebra daquela
monotonia reinante na época. Nesse artigo abordaremos como se deu
origem a uma Tradição.
A lenda marra-nos que o bispo Teodomiro de Iria Flavia, após ter
reconhecido o sepulcro de Santiago, imediatamente fez a notícia chegar a
Afonso II (759-842), “o Casto”, rei das Astúrias, que vê na descoberta um
sinal promissor para as suas batalhas contra os mouros, e com o seu
séquito acode rapidamente ao chamado. Parte de Oviedo para visitar o
lugar constatando a milagrosa revelação. O rei “Casto” era na época
considerado pelo cristianismo como um elemento catalisador e unificador
contra o Islamismo. O achado das relíquias do Apóstolo dentro dos
limites do seu reino constitui-se num poderoso instrumento político
religioso que fortalecia a Igreja na Galícia frente aos ataques islâmicos e
ao expansionismo carolíngio. O rei Afonso II foi assim o primeiro
peregrino deste novo ciclo do culto a Tiago. O “Libre-don” ganha o nome
de “Campus Stellae”.
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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Com a queda do Império Romano frente aos muçulmanos,
produziu-se na Espanha – como em outros lugares devido a distância da
autoridade de Roma – a queda das instituições sociais e por isso perdeu
os seus funcionários a legitimação de suas funções. A única instancia
capaz de assumir a responsabilidade coletiva foram os bispos da Igreja
Cristã. Na Galícia conseguiram dialogar com os invasores e até
conseguiram a prematura conversão ao catolicismo do príncipe suevo
Reckiario, que ao morrer seu pai Reckila no ano de 448, converteu-se no
primeiro rei bárbaro católico.
Este problema se aguçaria quando, a partir do ano 713, caiu toda a
Espanha em poder dos muçulmanos menos a área situada ao norte da
Península Ibérica. Na Galícia se refugiaram uma infinidade de cristãos e
bispos. O bispo de Dumia se refugia em Mondoñedo. Lugo, Orense,
Astorga, Tuí e a metropolitana Braga ficam sem os seus bispos. Somente
continua sem interrupção a sucessão dos bispos de Iria Flavia. Aqui deve
estar a origem, primeira do senhorio temporal dos bispos sobre a terra de
Iria Flavia e depois o dos arcebispos de Santiago, senhorio esse que
aumentou e consolidou-se com os donativos dos reis, tratando com isso
a honrar o Apóstolo Santiago patrono da Espanha.
As lendas como sempre mexeram nas coordenadas habituais:
naquele tempo somente a sanção real dava validade permanente e
definitiva a qualquer ato. A presença de Afonso II e a conformidade do
monarca eram a cunha que dava impulso oficial ao culto local ao
Apóstolo Santiago no seu sepulcro recém descoberto. No presente caso
foram duas, e em diferentes planos as autoridades que deram impulso ao
culto apostólico: primeiro o bispo, na sua função de chefe da Igreja local,
e em segundo lugar o soberano, como responsável por todas as decisões
religiosas ou políticas do seu reino.
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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Esta dupla linha de defensores e promotores do culto Jacobeu
deve ter-se mantido ao longo de muito tempo. É verdade que alguns dos
bispos de Iria Flavia se mostraram despreocupado não só no culto ao
Apóstolo, mas também de toda a administração espiritual da diocese, que
(como diz o poema dos anos 883 que acompanha a crônica de Albelda),
brilha pela presença de Santiago, no “lócus apostolicus” ou “lócus
sanctus”.
O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota secular de
peregrinação religiosa, que se estende por toda a Península Ibérica até a
cidade de Santiago de Compostela, localizada no extremo Oeste da
Espanha, onde se encontra o túmulo do apóstolo Tiago.
Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades;
filho de Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a
tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o
evangelho na província romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De
volta a Jerusalém, o apóstolo foi perseguido, preso e decapitado a mando
de Herodes no ano 44. Seus restos foram lançados para fora das
muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio recolheram seu
corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa
espanhola, na cidade de Iria Flavia.
O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque
chamado Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito
séculos. Uma certa noite, o ermitão Pelayo observou um fenômeno que
ocorria neste bosque: uma chuva de estrelas se derramava sobre um
mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma luminosidade intensa.
Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria Flavia,
Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no
dia 25 de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de
mármore com os restos do apóstolo Tiago Maior.
A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado
por andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A
quantidade de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e
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camponeses dirigiam-se em caravanas, caminhando ou cavalgando em
busca de bênçãos, cura para as enfermidades, cumprir promessas ou
apenas aventuravam-se em terras distantes.
O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida
uma capela em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro
de todo o seu reino. Em pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno
daquele bosque, e denominada Compostela. A origem etimológica do
nome remete ao latim: Campus Stellae, ou Campo das Estrelas, e assim a
junção final: Compostela.
No ano de 899, Afonso III construiu uma basílica sobre o rústico
templo erguido por seu antecessor. Porém, oitos anos mais tarde, a
basílica foi saqueada pelo árabe Almanzor, que respeitosamente,
preservou as relíquias do apóstolo. Em 1075, iniciou-se a construção da
atual catedral, cinco vezes maior que a anterior.
É importante observar que a promoção do culto à sepultura de
Apóstolo Santiago foi realizada em detrimento das Igrejas de Oviedo e de
Iria Flavia. Posteriormente, o bispo Teodomiro visando um futuro
promissor com a descoberta, passou a viver no bosque de “Arcis
Marmáris”, aonde veio a falecer em 20 de outubro do ano de 847, local
onde se encontra o seu sepulcro situado a poucos quilômetros de sede
de Iria Flavia
Com a descoberta do tumulo, iniciou-se a grande movimentação
dos peregrinos ao culto a Santiago. Tinha-se em conta que os túmulos
dos mártires eram locais de culto onde o cristão recordavam aqueles que
tinham permanecido firmes na fé no meio das perseguições. Não tardou
muito para que peregrinos de toda a Europa começassem a acorrer a
Compostela para venerarem as relíquias de Santiago.
Também foi comunicada a boa nova da descoberta ao Papa Leão III
(795-816), que deu conhecimento ao mundo cristão no escrito “noscat
fraternitas vestra” que “o corpo do bem aventurado Apóstolo Santiago foi
transladado inteiro na Espanha, no território da Galicia”.
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Segundo consta, o rei Afonso II, comunicaria o fato a Carlos
Magno, imperador, cuja corte estava em Aquisgrán, de onde se origina a
lenda do Imperador e seus heróis Martell e Roldán, que, segundo conta à
lenda, foram então à Espanha para libertar o Caminho que estava em
poder dos muçulmanos.
O poeta e filosofo árabe Algazal, de Jaén, descreve em 845: “A sua
kaaba é um ídolo colossal que têm no centro da igreja; juram por ele, e
dos locais mais longínquos, de Roma e de outros países, acodem a ele
em peregrinação e dizem que a tumba que se vê dentro é a de Santiago,
um dos doze Apóstolos ...”.
O rei Afonso II impressionado com o achado e aproveitando-se da
ocasião, declara a Santiago protetor de toda a Espanha e manda construir
no local uma modesta capela de pedras e barro para acolher o mausoléu,
coloca um oratório de tal forma que este acaba convertendo-se no local
de celebrações comunicando-se com a nave por uma pequena porta, ao
seu redor se estabeleceu um cemitério, que esteve em uso até o século
XI. A partir desse ponto, o pequeno local chamado de Tamarisco que
contava apenas com trezentos habitantes, começou a crescer
rapidamente, convertendo-se em Compostela nome derivado de Campus
Stellae. Nascia, assim, um dos mais importantes centros de peregrinação
da Cristandade.
Com o novo culto chegam às ordens religiosas, os peregrinos e,
sobre o velho caminho druídico, recria-se uma rota atravessando a
península para visitar o túmulo do Apóstolo, as pessoas partiam de vários
pontos da Europa, percorrendo um longo caminho cheio de perigo, um
caminho que ficaria conhecido pelos séculos futuros como o Caminho de
Santiago do Campus Stellae ou Campos das Estrelas, origem da palavra
Compostela, numa referência às luzes vistas por Pelayo e à Via Láctea,
pois, esta rota situa-se diretamente sob a Via Láctea. Sendo uma das
poucas rotas do mundo que não se formou por motivos comerciais.
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Os peregrinos que chegam a Santiago de Compostela imaginaram
o Santo como sendo o primeiro dos peregrinos. Isto justifica o fato de em
uma de suas representações, incluírem o chapéu, o bastão, a capa, a
mochila, a cabaça..., tudo aquilo necessário a uma peregrinação pelos
caminhos, que no desenrolar da Idade Média vão configurando essa
relativa unidade de cultura europeia que idealizou o românico.
Os Templários e sua relação com os Peregrinos de Santiago
“Em Puente la Reina há uma ponte; em Ponferrada, mais a oeste, também.
O Templo também se estabelece ali. Em outros termos, sem negligenciar
os deveres de abrigo, mas sem se preocupar com a especialização, o
Templo privilegiou, nas estradas de Santiago, bem como em outras, a
função de cruzamento, de passagem e de travessia de cursos d´água”.
Tais afirmativas nos deixam muito a pensar sobre o referido
assunto, temos conhecimento de que a Ordem possuiu algumas relíquias
no caminho francês das peregrinações a Santiago de Compostela, tais
como: a Igreja de Santa Maria de Eunates; em Ponferrada fica o magnífico
castelo que era à base da Ordem na região. Perto da cidade existe o
refúgio de Manjarín, uma casa de pedras vizinha a Foncebadón, uma vila
fantasma que atualmente começa a reviver; em Torres del Rio a Igreja do
Santo Sepulcro e, segundo alguns historiadores a Igreja do Monastério de
Irache.
A Igreja de Santa Maria de Eunates
Apesar de não estar na rota do caminho francês procedente de
Saint Jean de Pied-de-Port e sim no que passa por Samport, nos Pirineus
Aragonês, a mesma abre um amplo leque de especulações as mais
fantasiosas possíveis, a Igreja de Eunates não está imune às mesmas,
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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podemos ler as diversas teorias sobre o assunto, podendo cada uma
apresentar as suas razões.
A Igreja de Eunates encontra-se situada no meio de uma planície
entre campos de lavoura, não existindo nenhuma construção em seus
arredores, é sem dúvida um dos monumentos mais emblemáticos e
conhecidos do Caminho, é um dos maiores mistérios e também um dos
mais valiosos.
Trata-se de um pequeno templo românico de planta octogonal não
simétrica, com abside pentagonal rodeado por um corredor porticado a
maneira de um claustro exterior. O seu corpo poligonal de oito lados é
coroado com um telhado piramidal de oito águas. Em especial temos a
sua portada ocidental ricamente ornamentada e carregada de simbolismo.
Não existe nenhuma documentação sobre a sua construção,
podendo-se dizer pertencer a meados do séc. XII. Para alguns esse tipo
de edificações estão vinculadas à Ordem dos Cavaleiros Templários, que
importaram do oriente estas peculiares plantas octogonal na imitação do
Templo do Santo Sepulcro de Jerusalém por eles defendidos dos
muçulmanos durante longos anos. Isso explicaria também a função como
local de sepultamento. Seja como for, não há provas documentais que
certifiquem a vinculação desse templo com a misteriosa Ordem Militar.
Sem embargo, é inolvidável o caráter de capela funerária similar a outras
que encontramos, como a de Vera Cruz de Segóvia, e sem irmos muito
longe, em Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro.
Se os Templários construíram Eunate, há de se perguntar: com que
fins o fizeram e com aquelas características? Para que usaram? Foi
paróquia de um lugar despovoado, hospital ou cemitério de peregrinos?
Porque Eunate “cem portas” se não existem tantas nem pouco mais ou
menos. Longe de tudo, pode-se pensar que os mesmos praticavam
naquele local seus rituais secretos de sua iniciação. Os seus arcos
externos deixam a antever que o local era indicado para se observar à
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aproximação de alguém mesmo durante a noite, porque Eunate sugere
cerimônias noturnas à luz da lua penetrando pelos seus óculos situados
na sua cúpula.
Seja o que for a sua real história penetra na zona cinzenta das
imaginações, dando lugar a um grande número de livros escritos a seu
respeito.
Hugo de Payens
Hugo de Payens (1070-1136), um fidalgo francês da região de
Champanhe, foi o primeiro mestre e fundador da Ordem dos Templários.
Ele era de uma família que, segundo cartas que pertenciam à
Abadia de Molesmes, tinha parentesco com os Montbard (família a qual
pertencia São Bernardo de Claraval e André de Montbard) e era
originalmente um vassalo do conde Hugo de Champanhe. Com ele visitou
Jerusalém uma vez e ficou por lá depois de o conde voltar para a
Condado de Champanhe. Foi aí que organizou um grupo de nove
cavaleiros para proteger os peregrinos que se dirigiam para a Terra Santa
no seguimento das iniciativas propostas pelo Papa Urbano II.
De Payens aproximou-se do rei Balduíno II com oito cavaleiros, dos
quais dois eram irmãos e todos eram seus parentes, de Hugo de Payens,
alguns de sangue e outros de casamento, para formar a Ordem do Templo
de Jerusalém.
Os outros cavaleiros eram: Godofredo de Saint-Omer, Arcambaldo
de Saint-Aignan, Payan de Montdidier, Godofredo Bissot, Hugo Rigaldo, e
dois homens registrados apenas com os nomes de Rossal ou
possivelmente Rolando e Gondemaro. O nono cavaleiro permanece
ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ
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desconhecido, apesar de se especular que ele era o próprio Conde de
Champanhe.
Hugo de Payens terá nascido provavelmente em Château Payns, a
aproximadamente 10 km de Troyes, em Champanhe, na França. Ele
também foi um veterano da Primeira Cruzada (em 1099) tendo passado 22
anos de sua vida no leste da Europa.
É provável que Hugo de Payens tenha servido no exército de
Godofredo de Bulhão durante essa Cruzada. Como grão-mestre, ele
liderou a Ordem dos Templários por quase vinte anos até a sua morte,
ajudando a estabelecer a fundação da Ordem como uma importante e
influente instituição internacional militar e financeira.
Na sua visita a Londres em 1128, ele conseguiu homens e dinheiro
para a Ordem, e também fundou a sua primeira sede lá, iniciando a
história dos Templários na Inglaterra. Ele morreu na Palestina em 1136
tendo sido sucedido, como mestre, por Roberto de Craon.
Jacques Demolay
Historiadores modernos acreditam que Jacques DeMolay nasceu
em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou
sua primeira infância, porém, na idade de 21 anos, ele tornou-se membro
da Ordem dos Cavaleiros Templários
A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o
seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298,
DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e
muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o
cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente
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estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das
Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram
somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para
confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma
sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a
esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem
auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das
Cruzadas havia-se extinguido.
Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-
Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus
tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos
pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus
planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os
desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda.
Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso
poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e
Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem
sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria
destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo
Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.
Em 14 de setembro de 1307, Felipe agiu. Ele emitiu regulamentos
secretos para aprisionar todos os Templários.
DeMolay e centenas de outros Templários foram presos e atirados
em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e
torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe
forçou o Papa Clemente a apoiar a condenação da Ordem, e todas as
propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei
forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas
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as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do
cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se.
Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que
havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o
destino de DeMolay e três de seus Preceptores na Ordem. Entre a
evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada
de Jacques DeMolay há seis anos passados. A sentença dos juizes para
os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a
sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy
D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época,
isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão
suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis
adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os
prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde.
Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer
do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram
queimados vivos no pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena,
destemidos até o fim. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido naquele
dia, o espírito e as virtudes desse homem, para quem a Ordem DeMolay
foi denominada, viverão para sempre.
"Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu
espírito e suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em
sua homenagem viverá eternamente."
Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira
intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e
amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe "O belo":
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"NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL!!! PAPA CLEMENTE...
CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A
COMPARECER PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO
PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS
MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!"
(Jacques de Molay)
Papa Clemente V – o Generoso
Clemente V (Bertrand de Got) - Papa de 1305 a 1314; nascido em
Villandraut (Gironde), na França, em 1264. Teve a sede de seu papado em
Avignon, cidade ao sul de França, devido as pressões de Filipe, o Belo. A
sede do papado manteve-se em Avignon por 70 anos (1307- 1377),
episódio que ficou conhecido como Cativeiro de Avignon. Morto por
ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de
angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O
remédio foi receitado por médicos desconhecidos (?), quando o papa
retornava a sua cidade natal.
Guilherme de Nogaret (Guarda-Selos do reino) – Nogaret já havia
cometido ações contra Bonifácio VIII: Bonifácio VIII (Benedetto Caetani) -
Papa de 1294 a 1303; nascido em Anagni, entre 1220 e 1230. Dedicou-se
ao estudo de Direito, sendo considerado, quando cardeal, eminente
jurista e hábil diplomata. Convenceu o Papa eremita Celestino V a
renunciar, sendo eleito em seu lugar. Entrou em choque com Filipe, o
Belo; quando promulgou a bula Clericis Laicos, proibindo o clero de
pagar impostos sem autorização papal. Depois de 1300, cresceram as
dificuldades entre Bonifácio VIII e Filipe, o Belo; que falsificou bulas e pôs
os franceses contra o Papa. Guilherme de Nogaret, aliado a dois cardeais
da família Collona, recruta na Itália um exército, e assalta o Palácio
Anagni. Lá o Papa em seus 86 anos, dentro de seus aposentos
sacerdotais, intimado a renunciar o papado teria dito: ''Aqui está meu
pescoço, aqui está minha cabeça: morrerei, mas morrerei papa!''. Foi
esbofeteado por um dos cardeais Collona e excomungou Guilherme de
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Nogaret. Permaneceu prisioneiro por dois dias, até que a população o
socorreu. Regressando à Roma, enlouqueceu devido ao golpe e morreu
blasfemando depois de quatro meses (11 de outubro). Diz-se que morreu
envenenado, fato que se atribui a Nogaret.
Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo Templário, com a
ajuda de Beatriz d'Hirson (dama de companhia de Mafalda d'Artois, mãe
de Joana e Branca de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha, esposas
de Filipe, Carlos e Luís, respectivamente, filhos de Filipe, o Belo. Era
também tia de Roberto d'Artois, um dos muitos amantes de Isabel, filha
de Filipe, o Belo; cuja De Molay era padrinho de batismo). O veneno
contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:
CINZA: Cinzas da língua de um dos irmãos d'Aunay (que foram
queimados por terem corneado Carlos e Luís com suas respectivas
esposas). Elas tinham um suposto efeito sobrenatural para atrair o
demônio.
CRISTAL ESBRANQUIÇADO: "Serpente de Faraó". Provavelmente
sulfocianeto de mercúrio. Gera por combustão: Ácido sulfúrico, vapores
de mercúrio e compostos anídricos; podendo assim, provocar
intoxicações tanto cianídrica, quanto mercurial.
Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome dos que
morreram por suas mãos.
Rei Felipe o Belo
Filipe IV (o Belo) - (1268 - 1314) Rei da dinastia Capetíngea .Casado
com Joana de Navarra. Foi excomungado por Bonifácio VIII, excomunhão
que foi levantada por Clemente V. Saiu a caçar com seu camareiro, Hugo
de Bouville; seu secretário particular, Maillard e alguns familiares na
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floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seu cães
.Foram em busca de um raro cervo de doze galhos visto perto ao local. O
rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que livra-se
de ser servo. Deu-lhe sua trompa como presente por tê-lo ajudado a
localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe, percebeu uma
cruz (dois galhos que se prenderam nos chifres do cervo) que brilhava ( o
verniz do galho que reluzia ao sol). Começou a passar mal, não consegui
chamar ninguém, pois estava desprovido de sua trompa. Sentiu um estalo
na cabeça e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado
de volta ao palácio, repetindo sempre - "A cruz, a cruz..."e sempre com
muita sede. Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte, que
fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau. O rei ficou
perdido no seu interior, parecendo um louco, durante uns doze dias. Era
dito aos que perguntavam dele, que tinha caído do cavalo e atacado por
um cervo. Filipe foi levado a fazer um novo testamento e foi instigado por
seus irmãos: Carlos de Valois e Luís d'Evreux, a escrever o que eles
queriam. Logo após terminado, sempre com sede, faleceu.
Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisitor de França, que
acompanhou o rei em seus últimos dias, não conseguiu fechar suas
pálpebras, que se abriam novamente. Foi assim, em seu velório,
necessária uma faixa que cobrisse seus olhos.
Segundo os documentos e relatórios de embaixadores de que se
dispõe, Chega-se a conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma
apoplexia cerebral em uma zona não motora. A afasia do início pode ter
sido devido a uma lesão na região da base do crânio ( região infundíbo-
tuberiana). Teve sua recaída mortal por volta de 26 de novembro.
Frases Atribuídas a Filipe:
"Fizemos canonizar o Rei Luís por Bonifácio, mas seria ele
realmente um santo?"
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"Não, meu irmão, não estou contente; cometi um erro: Devia ter
mandado arrancar-lhe a língua antes de queimá-lo"( A Carlos de Valois,
referindo-se a Jacques de Molay)
CONCLUSÃO
Com a morte de Filipe, o Belo; seu filho Luís sucedeu-o. Luís de
Navarra; chamado Luís X (1289- 1316), reinou de 1314 à 1316 quando
morreu. Deixou um filho, que nasceu logo após de sua morte, chamado
João I; que foi assassinado por Mafalda d'Artois.
Assim o reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto
(1294- 1322), reinou de 1317 à 1322. Morreu sem filhos homens.
O reinado passa ao irmão mais novo, Carlos. Carlos IV, o Justo
(1295 - 1328), reinou de 1323 à 1328. Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu
marido, Eduardo II, do seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O
reino assim caiu sobre a casa dos Valois. Acabando assim a dinastia dos
Capeto (987 d.C. - Hugo Capeto até 1328 d.C. - Carlos IV). A maldição de
Jacques de Molay cumpriu-se dentro do tempo estipulado, os três
condenados morreram em menos de um ano. Decorreram-se nove meses
desde a morte de Jacques até a morte de Filipe, o Belo.
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Baphome
Baphomet ou Bafomé é uma síntese de vários conceitos mágico-
místicos, mais conhecida por sua relação com os Templários e a
Maçonaria.
Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de
nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada
representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia,
apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos
Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta
enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta
imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje
representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente
celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?
História
Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição
imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e
pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a
Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos
Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo
inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de
setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do
Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos
queimados pelas chamas da Inquisição.
No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de
sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia,
além de práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações
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montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos
princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma
heterodoxia doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica.
No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os
Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a
um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico
utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época
das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os
Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a
forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na
acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um
"crânio", ou de um "ídolo com três faces", nada é mencionado,
especificamente, sobre a denominação Baphomet.
Origens
De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão
onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é
atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer-
Pürgstall, um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera
um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet,
sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos,
"Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta
conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da
existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos
mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.
O Simbolismo
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Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos
Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos
valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma
estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto
faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte
presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que,
ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam
cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os
Templários. Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre
o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um
"homem velho", o qual seria adorado pelos Templários. Este "homem
velho" possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado
"antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por vezes
aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com
o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro
Baphomet dos Templários.
Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo
Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que
sua procedência esteja na conjunção das palavras "Baphe" e "Metros",
algo como "Batismo da Mãe". Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge
uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre
Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma corruptela de
Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é
importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma
grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo
uma das representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth.
Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma
espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual
existem os bíblicos Behemot e Leviathan.
De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha
importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são
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rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma
fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as
palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet,
seriam "Baphe" e "Metios". Assim, teríamos a expressão "Tintura de
Sabedoria", ou o já apresentado "Batismo de Sabedoria", como o
significado de Baphomet.
Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes,
especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda
Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para "Pai do
Entendimento" ou "Cabeça do Conhecimento". Se nos lembrarmos das
acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma
"Cabeça", veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito. Apesar de
todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais
famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é
mesmo aquela cunhada no século 19 pelo Abade Alfonse Louis Constant,
mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas
Levi.
De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez
em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do
Sabbath, é feita do seguinte modo: "Figura panteística e mágica do
absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência
equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne
alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a
responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados
corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho;
fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o
mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que
está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações
do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está
coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente
pelo símbolo do caduceu.
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O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o
semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o
peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim
só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os
sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do
microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência
humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma
imagem da revelação divina.
Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer
uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular." Devido à eficiência
de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que
exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos
Antigos Mistérios.
A Imagem de Eliphas Levi
A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como
vemos no início deste texto do site GnosisOnline, foi uma das primeiras,
senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito
provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis
Constant, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe
servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um
significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido
na cidade de Mendes. Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de
Mendes.
Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo
como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e
força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares,
o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar
carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados
"positivos" das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados
os "negativos".
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Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de
pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e
perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto
o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares,
sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade, enquanto no
segundo a expiação e morte do Deus.
As inscrições SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são
outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente
presentes nos antebraços do Hermafrodita de Khunrath, esses dois
preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente
o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente
onipotente. As inscrições são dois polos que marcam o ciclo solar de
Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma
nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida.
Em seu livro está:
"O bode que é representado no nosso frontispício, traz na fronte
o signo do pentagrama, com a ponta para cima, o que é suficiente para
fazer dele um símbolo de luz; faz com as mãos o sinal do ocultismo, e
mostra em cima a lua branca de Chesed e embaixo a lua preta de
Geburah. Este sinal exprime o perfeito acordo da misericórdia com a
justiça. Um dos seus braços é feminino, o outro é masculino, como no
andrógino Khunrath, cujos atributos tivemos de reunir aos do nosso
bode, pois que é um único e mesmo símbolo. O facho da inteligência que
brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal; é também
a figura da alma elevada acima da matéria, como a chama está presa ao
facho. A cabeça horrenda do animal exprime o horror do pecado de que
só o agente material, único responsável, deve para sempre sofrer a pena:
porque a alma é impassível por sua própria natureza, e só chega a sofrer,
materializando-se. O caduceu, que está em lugar do órgão gerador,
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representa a vida eterna; o ventre coberto de escamas é a água; o círculo
que está em cima é a atmosfera; as penas que vem depois são o emblema
do volátil; depois, a humanidade é representada pelos dois seios e os
braços andróginos desta esfinge das ciências ocultas.
Eis dissipadas as trevas do santuário infernal, eis a esfinge dos
terrores da Idade Média adivinhada e precipitada do seu trono; 'quomodo
cecidisti, Lúcifer'? O terrível Baphomet não é mais, como todos os ídolos
monstruosos, enigmas da ciência antiga e dos seus sonhos, senão um
hieróglifo inocente e até piedoso."
(Dogma e Ritual da Alta Magia, Ed. Pensamento)
A essa propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que
permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio
Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual
falava o gnóstico Basilides ainda no século II. A imagem do Baphomet de
Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio
Filosofal ou do Andrógino Primordial. Também de Eliphas Levi vem outra
curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou
voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma
cifrada de se dizer TEM OHP AB, uma espécie de acróstico inverso de
Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum
Pacis Abbas.
Como Nome Mágico de Aleister Crowley
Crowley usou este nome como motto na O.T.O. Durante seis anos
ele tentou descobrir sua exata grafia. Ele sabia apenas que deveria ter 8
letras.
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Uma das suas parceiras mágicas, doutora em farmácia,
especializada em análises patológicas e posteriormente perfumes,
fumava ópio quando passou a ter visões, dizendo que "Um Feiticeiro"
gostaria de falar com ele. Como Crowley insistiu em saber a identidade do
"Feiticeiro". Como teste perguntou: "Se você possuía o conhecimento
superior que declarara, então diga-me, como escreve-se Baphomet?"
Como o a amiga não sabia nada de hebraico ou grego, ele achou que
seria um bom teste. A entidade respondeu que deveria haver um "R" no
final (BAFVMIThR, trocando Ayin por Vau, 6 em vez de 70). Crowley tinha
duas teorias: de que seria uma variação do nome grego bafo methis, que
significa o "batismo da sabedoria", ou que seria uma corruptela de Pai
Mithras. A resposta batia com a segunda opção, cuja a soma resulta em
729, um número que nunca antes aparecera nos cálculos cabalísticos da
Besta. Significava apenas o cubo de 9.
Baphomet era o Pai Mithras (por isso que os Templários deram
esse nome ao ídolo), a rocha cúbica que ficava no canto do Templo.
Baphomet para G.O Mebes
G.O Mebes define Baphomet como o deus astral e como sendo o
mesmo que Nahashe seu campo de atividade é a Humanidade Universal.
Segundo o autor, todos os globos são imantados por um turbilhão
astral ao mesmo tempo evolutivo e involutivo e o turbilhão involutivo é
Baphome pois ele inicia nos planos superiores e desce ao planos
inferiores. O caminho para a Reintegração seria libertar-se das cadeias do
astral inferior.
O autor explica a gravura a partir da representação do arcano xv do
Taro de Marselha.
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A figura sentada sobre um cubo, representa as quatro virtudes
herméticas, sendo o portador dos símbolos dos quatro elementos. A
figura está com as pernas cruzadas de modo que o casco direito está do
lado esquerdo do globo sobre o qual se apoia; e o casco esquerdo está
do lado direito do mesmo globo para representar o modo invertido como
o não- Iniciado percebe o astral
Janus
Janus, ou também nomeado como Jano, é um Deus de origem pré-
latina e muito cultuado pelos romanos, ele é um Deus que representa a
dualidade, é o porteiro celestial, Deus das Portas e Portais como também
e das entradas, Senhor do sol e do dia, das indecisões e representante
dos términos e dos começos, passado e futuro e das transições. Seu mês
é Janeiro, o primeiro mês do ano o qual leva seu nome, é um mês que tem
em si um pouco do passado e a promessa do futuro que o início do ano
marca. Ele era considerado o Pai dos Deuses e é dito que foi o primeiro
Deus a ser cultuado em cerimônia em Roma antes dos deuses gregos
serem introduzidos as crenças romanas, e assim, Janus passando a ser
considerando um Deus Menor.
Diz a história, que os Cavaleiros Templários mantinham dentro dos
seus templos uma estátua de um deus com duas faces: Janus.
Possivelmente, daí os maçons tiraram a sua adoração também por
aquele Deus, mas evitando contradizer os ensinamentos da Igreja
Católica, teriam eles (os maçons) alterado o nome do Deus para São João
(o Batista, da Igreja Católica) e até nos dias de hoje, a maçonaria rende
homenagem a dois santos com o mesmo nome, diferenciados em suas
características cristãs, sendo um “o batista” e o outro “o evangelista”.
As lendas contam que Janus era um homem mortal que nasceu
na Tessália que se localiza na Grécia e ao se mudar para o Lácio, casou-
se com a rainha e assim dividindo o reino. Após a morte de sua esposa,
Janus passou a governar sozinho todo o território e dedicou seu governo
as transformações, desenvolvimentos científicos, criação de leis,
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aprimoramento do cultivo e as primeiras moedas correntes, muitas
mudanças foram implementadas durante seu reinado trazendo para o
Lácio um período de paz e prosperidade nunca visto antes. Ao morrer,
Janus recebeu o status de Deus, devido à sua vida dedicada às
transformações, adquirindo assim a dualidade do deus das transições,
olhando tanto para o passado como para o futuro.
Sua representação era a de um homem com duas faces, uma
voltada para o passado e uma voltada para o futuro, mas também há
representações das faces como a de um homem jovial e belo
(representando o futuro) e de um ancião de olhar profundo
(representando o passado). Sua equivalência feminina e também
considerada consorte é a Deusa Jana, Deusa da Lua, Caminhos, Magia e
muito cultuada até hoje em várias tradições da Stregheria e também ela
era representada com duas faces, uma olhando sempre para o passado e
a outra para o futuro. Os romanos o associaram também com o deus
estruco Ani, Deus do Céu, que como Janus, era representado com duas
faces.
Ele era adorado no primeiro dia de todos os meses, nas
épocas de plantio e colheitas, nos casamentos, nascimentos e
acontecimentos considerados importantes na vida das pessoas,
representava também momentos de transição e escolhas que mudavam
os cursos da vida. Seu templo tinha uma porta voltada para o Leste, onde
o Sol e a Lua nascia, e uma porta para o Oeste, onde os astros sumiam ao
horizonte fechando o ciclo do dia e da noite. Seu templo também tinha
uma serventia simbólica, em dias de paz suas portas estavam sempre
fechadas e nos dias de guerra eram abertas, de acordo com os mitos as
portas de seu templo só foram fechadas duas vezes na história — uma no
reinado de Numa e outra no de Augusto. Nos fóruns romanos também
foram construídos templos a Janus, mas estes continham quatro portais
chamados Quadrifons Ianus e a maioria dos portões das cidades romanas
havia uma representação das faces de Janus.
Na mitologia uma das faces de Janus falava a verdade
enquanto a outra mentia, confundindo assim a pessoa na hora de fazer
uma escolha importante que poderia trazer grandes consequências, isto
mostra a dualidade de Janus e seu papel como Deus das indecisões, pois
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representava assim aquele que acalenta e guia, protege e ama ao mesmo
tempo que aquele que engana, que trai, que odeia e que trapaceia.
Algumas tradições acreditavam que Janus também encarnava o caos,
tanto exterior como interior.
Algumas das simbologias associadas a Janus é o oculto e
o conhecido, a verdade e a mentira, a Lua e o Sol, o passado e o futuro, a
dualidade que todos temos dentro de nós e que muitas vezes se
manifesta em momentos cruciais de nossas vidas, nos confundindo e
embaralhando nossos sentimentos e a capacidade de raciocinar, o
emocional em atrito com o racional.
Seu símbolo é uma chave a qual abre todas as portas e
possibilidades como também as tranca. Seu mês é Janeiro. Na Streghria
ele é cultuado como Ani, o Deus do Sol, tendo participação crucial
durante a Roda do Ano. Notamos que este símbolo “das chaves” foi
adotado pela Igreja católica junto a São Pedro que detém as chaves do
céu.
"Em todas as épocas o Homem tem se inclinado sobre o seu
destino, fazendo a si mesmo a tríplice pergunta: "Quem somos?, De onde
viemos?, Para onde vamos?" - Se não podemos ainda antecipar sobre o
futuro ou preconceber sobre o devir, isso se deve na verdade a uma razão
bem simples: não conhecemos a outra face de JANUS, que é a do
passado, ou antes, julgamos ver seu rosto, e esse rosto, entretanto,
continua afogado na sombra"
Leis e Regulamentos dos Templários
A Regra Primitiva dos Templários
Trad. Monserrat Robrenyo, Barcelona, 2000. Trad. Mrs. Judith
Upton-Ward (Reimpressa com a amável permissão do autor)
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Esta tradução do original, ou primitiva, Regra dos Templários está
baseada na edição de 1886 de Henri de Curzon, A Regra do Templo como
Manual Militar, ou Como Desempenhar um Posto de Cavalaria.
Representa a Regra dada aos recém originados Cavaleiros do Templo
pelo Concílio de Troyes, 1129, embora "não se deva esquecer que a
Ordem já existia durante vários anos e desenvolvido suas próprias
tradições e costumes antes da aparição de Hugues de Payens no Concílio
de Troyes. Portanto, até certo ponto, a Regra Primitiva é baseada em
práticas já existentes".(Upton-Ward, p.11)
Esta tradução é cópia da "A Regra dos Templários" de Judith
Upton-Ward, Woodbridge: The Boydell Press, 1992, e foi reeditada com
sua permissão. A Regra dos Templários inclui uma introdução de Upton-
Ward; também a Regra dos Templários Primitiva e seus estatutos
hierárquicos, castigos sobre normas de conduta, vida conventual,
capítulos ordinários, admissão na Ordem e um apêndice por Matthew
Bennett, "A Regra do Templo como um Manual Militar, ou Como
desempenhar um Posto de Cavalaria".
O livro é extremamente recomendável para aqueles interessados
nos Templários ou em qualquer ordem militar. Agora também em formato
econômico.
As notas para a Regra Primitiva, facilitada por Mrs. Upton-Ward na
Regra dos Templários, não se incluem neste texto. São de considerável
interesse e deveriam ser consultadas por aqueles que desejam estudar a
Regra com mais detalhe.
Nota do tradutor para o Português:
Toda a matéria relativa à Regra Primitiva dos Templários, inclusive
a que antecede a presente Nota, foi extraída do texto original em
Espanhol constante do site www.osmtj.org - Espanha.
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A Regra Primitiva
Aqui começa o prólogo à Regra do Templo
1. Dirigimo-nos, em primeiro lugar, a todos aqueles que com
discernimento rechaçam sua própria vontade e desejam de todo o
coração servir a seu rei soberano como cavaleiro; levar com supremo afã,
e permanentemente, a mui nobre armadura da obediência. E, portanto,
nós os convidamos a seguir os escolhidos por Deus entre a massa
perdida aos quais propiciou, em virtude de sua sutil misericórdia,
defender a Santa Igreja, e que vós ansiais abraçar para sempre.
2. Sobre todas as coisas, quem quer ser um cavaleiro de Cristo
escolhendo essas sagradas ordens em sua profissão de fé, deve unir
simples diligência e firme perseverança, que é tão valiosa e sagrada e se
revela tão nobre, que se se mantém impoluta para sempre, merecerá
acompanhar os mártires que deram suas almas por Cristo Jesus. Nesta
ordem religiosa floresceu e se revitaliza a ordem de cavalaria. A cavalaria,
apesar do amor pela justiça que constitui seu dever, não cumpriu com
seus deveres para com os pobres, viúvas, órfãos e igrejas defendendo-
os, antes se aparelharam para destruir, despojar e matar. Deus, que atua
conforme para conosco, e nosso salvador Cristo Jesus, enviou seus
seguidores, desde a cidade Santa de Jerusalém aos quartéis da França e
Borgonha, para nossa salvação e exemplo da verdadeira fé, pois não
cessam de oferecer suas vidas por Deus em piedoso sacrifício.
3. Ante isso nós, em deleite e irmanados, por requerimento do
Mestre Hugues de Payens, por quem a mencionada ordem de cavalaria foi
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fundada com a graça do Espírito Santo, nos reunimos em Troyes, dentre
as províncias mais além das montanhas, na festa de São Hilário, no ano
da encarnação de Cristo Jesus de 1128, no nono ano após a fundação da
anteriormente mencionada ordem de cavalaria. Da conduta nos princípios
da Ordem de Cavalaria escutamos em capítulo comum dos lábios do
anteriormente citado Mestre, Irmão Hugues de Payens, e de acordo com
as limitações de nosso entendimento, o que nos pareceu correto e
benéfico elogiamos, e o que nos pareceu errôneo rechaçamos.
4. E tudo o que aconteceu naquele Conselho não pode ser contado
nem recontado e para que não seja tomado por precipitação nossa, senão
considerado com sábia prudência, desejamos a discrição de ambos,
nosso honorável padre o Senhor Honório e do nobre Patriarca de
Jerusalém, Esteban, que conhece os problemas do Leste e dos Pobres
Cavaleiros de Cristo; por conselho do concilio comum o aprovamos
unanimemente. Embora um grande número de padres religiosos reunidos
em capítulo aprovou a veracidade de nossas palavras, não obstante não
devemos silenciar os verdadeiros pronunciamentos e juízos que
emitiram.
5. Portanto, eu, Jean Michel, a quem foi encomendado e confiado
tão divino serviço, pela graça de Deus, servi de humilde escriba do
presente documento por ordem do conselho e do venerável padre
Bernardo, abade de Clairvaux.
O nome dos Padres que compareceram ao Concílio
6. Primeiro foi Mateo, bispo de Albano, pela graça de Deus, legado
da Santa Igreja de Roma; R[enaud], arcebispo de Reims; H[enri},
arcebispo de Sens; e seus clérigos: G[ocelin], bispo de Soissons; o bispo
de Paris; o bispo de Troyes; o bispo de Orlèans; o bispo de Auxerre; o
bispo de Meaux; o bispo de Chalons; o bispo de Laon; o bispo de
Beauvais; o abade de Vèzelay, que posteriormente foi arcebispo de Lyon
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e legado da Igreja de Roma; o abade Citeaux; o abade de Pontigny; o
abade de Trois-Fontaines; o abade de St. Denis de Reims; o abade de St-
Etienne de Dijon; o abade de Molesmes; ao anteriormente mencionado
B[ernard], abade de Clairvaux: cujas palavras o anteriormente citado
elogiou abertamente. Também estiveram presentes o mestre Aubri de
Reims; mestre Fulcher e vários outros que seria tedioso mencionar. E dos
outros que não se mencionaram, é importante assentar, neste assunto, de
que são amantes da verdade: eles são o conde Theobald; o conde de
Nevers; Andrè de Baudemant. Estiveram no concílio e atuaram com
perfeito e cuidadoso estudo selecionando o correto e descartando o que
não lhes parecia justo.
7. E também estava presente o Irmão Hugues de Payens, Mestre de
Cavalaria, com alguns dos irmãos que o acompanharam. Estes eram
Irmão Roland, Irmão Godefroy, e Irmão Geoffroi Bisot, Irmão Payens de
Montdidier, Irmão Archambaut de Saint-Amand. O próprio Mestre Hugues
com seus seguidores anteriormente citados, expuseram os costumes e
observâncias de seus humildes começos e um deles disse: 'Ego
principium qui est loquor vobis', que significa "Eu que falo a vós sou o
princípio" segundo minha lembrança pessoal.
8. Agradou ao concílio ordinário que as deliberações e o estudo das
Sagradas Escrituras, que se examinaram profundamente com a sabedoria
de meu senhor H[onorius], papa da Santa Igreja de Roma, e do Patriarca
de Jerusalém, se fizessem ali em conformidade com o capítulo. Juntos, e
de acordo com os Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo que está em
Jerusalém, deve-se pôr por escrito e não esquecido, zelosamente
guardado, de tal forma que para uma vida de observância possam se
referir a seu criador como mais doce que mel e em conformidade com
Deus, cuja piedade parece óleo e nos permite ir a Ele a quem desejamos
servir 'Per infinita saecula saeculorum.Amen'.
Aqui começa a Regra dos Pobres Cavaleiros do Templo
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9. Vós, os que renunciais à vossa vontade, e vós, os outros, os que
servis a um rei soberano com cavalos e armas para salvação de vossas
almas e por tempo estabelecido, atendereis com desejo virtuoso ao ouvir
as matinas e ao serviço completo, segundo a lei canônica e aos costumes
dos mestres da Cidade Santa de Jerusalém. Oh vós, veneráveis irmãos,
que Deus esteja convosco, se prometeis desprezar o mundo por perpétuo
amor a Deus, desterrar as tentações de vosso corpo, sustentado pelos
alimentos de Deus, beber e ser instruído nos mandamentos de Nosso
Senhor, ao final do ofício divino nenhum deve temer entrar em batalha se,
por fim, usais a tonsura.
10. Mas se qualquer irmão for enviado para o trabalho da casa e
pela Cristandade no Leste - algo que cremos ocorrerá frequentemente - e
não puder ouvir o divino ofício, deverá dizer em lugar das matinas treze
pai-nossos; sete por hora e nove às vésperas. E todos juntos ordenamos
que assim o faça. Mas aqueles que foram enviados e não puderem voltar
para assistir ao divino ofício, se lhes for possível às horas estabelecidas,
que não deverão ser omitidas, render a Deus sua homenagem.
A Forma em que devem ser recebidos os Irmãos
11. Se qualquer cavaleiro secular, ou qualquer outro homem, deseja
deixar a massa de perdição e abandonar a vida secular escolhendo a
vossa comunidade, não consintais em recebê-lo imediatamente, porque
segundo disse meu Senhor São Paulo: 'Probate spiritus si ex Deo sunt'.
Que quer dizer: "Prove-lhe a alma para ver se vem de Deus". Sem
embargo, se a companhia de seus irmãos lhe deve ser concedida, deixai
que a ele seja lida a Regra, e se deseja explicitamente obedecer os
mandamentos da Regra, e compraz tanto ao Mestre quanto aos irmãos o
receber-lhe, deixai-o revelar seu desejo perante todos os irmãos reunidos
em capítulo e fazer sua solicitação com coração digno.
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Sobre Cavaleiros excomungados
12. Onde saibais que se concentram cavaleiros excomungados, aí
os obrigamos a ir; e se alguém deseja se unir à ordem de cavalaria
proveniente de regiões distantes, não devereis considerar tanto o valor
terrenal como o valor da eterna salvação de sua alma. Nós ordenamos
que seja recebido condicionalmente, que se apresente perante o bispo da
província e o comunique de sua intenção. E, quando o bispo o houver
escutado e absolvido, o enviará ao Mestre e irmãos do Templo, e se sua
vida for honesta e merecedora de sua companhia, se parece justo ao
Mestre e irmãos, deixai que seja piedosamente recebido; e se morrer
durante esse tempo, pela angústia e tormento que sofreu, deixai que se
lhe outorguem todos os favores da irmandade, dados a cada um dos
Pobres Cavaleiros do Templo.
13. Sob nenhuma outra circunstância deverão os irmãos do Templo
compartilhar da companhia dos indiscutivelmente excomungados, nem
que se fiquem com seus pertences; e isso deve ser encarecidamente
proibido porque seria terrível que fossem assim mesmo repudiados. Mas,
se só lhe foi proibido escutar o Divino Ofício, é certamente possível
permanecer em sua companhia, assim como ficar com seus pertences,
entregando-os à caridade com a permissão de seu comandante.
Sobre não aceitar meninos
14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na
vida religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje
entregar seu filho eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até
que seja capaz de usar as armas com vigor e liberar a terra dos inimigos
de Cristo Jesus. Então, que sua mãe e pai o levem à casa e que sua
petição seja conhecida pelos irmãos; e é muito melhor que não tome os
votos quando menino, senão ao ser maior, pois é conveniente que não se
arrependa disso, do que o faça. E em seguida que seja posto à prova de
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acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos, conforme a honestidade de
sua vida ao solicitar ser admitido na irmandade.
Sobre os que estão demasiado tempo de pé na Capela
15. Foi-nos feito saber, e o escutamos de testemunhas presenciais,
que de forma imoderada e sem restrição alguma, vós escutais o divino
ofício de pé. Nós não ordenamos que comportais dessa forma, ao
contrário o desaprovamos. Dispomos que, tanto os fortes quanto os
debilitados, para evitar desordens, cantem o salmo chamado Venite com
a invitatória e o hino sentados, e digam suas orações em silêncio, em voz
baixa não vociferando, para não perturbar as orações dos outros irmãos.
16. Mas ao final dos salmos, quando se canta o 'Gloria Patri' em
reverência à Santíssima Trindade, vos poreis de pé e vos inclinareis
frente ao altar, enquanto os debilitados ou enfermos só inclinarão a
cabeça. Portanto, mandamos que, quando a explicação dos Evangelhos
seja lida, e se cante o 'Te Deum laudamus', e enquanto se cantem os
louvores, e as matinas terminam, vós estejais de pé. Desta mesma forma
determinamos que permaneceis de pé durante as matinas e em todas as
horas de Nossa Senhora.
Sobre a vestimenta dos Irmãos
17. Dispomos que todos os hábitos dos irmãos sejam de uma só
cor, quer seja branco, negro ou marrom. E sugerimos que tanto no
inverno como no verão, se for possível, usem capas brancas; e a ninguém
que não pertença à mencionada cavalaria de Cristo lhe será permitido ter
uma capa branca para que aqueles que hajam abandonado a vida em
obscuridade se reconheçam uns aos outros como seres reconciliados
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com seu criador pelo símbolo de seus hábitos brancos: que significa
pureza e completa castidade. A Castidade é certeza no coração e saúde
no corpo. Porque se um irmão não toma votos de castidade não pode
aceder ao eterno descanso nem ver a Deus, pela promessa do apóstolo
que disse: 'sectamini cum omnibus et castimoniam sine qua nemo Deum
videbit'. Que significa: "Luta para levar a paz a todos, mantem-te casto,
sem o qual ninguém pode ver a Deus".
18. Mas essas vestimentas deverão se manter sem riquezas e sem
nenhum símbolo de orgulho. E assim, nós exigimos que nenhum irmão
use pele em suas vestimentas, nem qualquer outra coisa que não
pertença ao uso do corpo, nem tão sequer uma manta que não seja de lã
or cordeiro. Concordamos em que todos tenham o mesmo, de tal forma
que possam se vestir e se despir, e por e tirar as botas com facilidade. E o
alfaiate, ou quem faça suas funções, deverá se mostrar minucioso e
cuidar que se mantenha a aprovação de Deus em todas as coisas
mencionadas, para que os olhos dos invejosos e mal intencionados não
possam observar que as vestimentas sejam demasiado compridas ou
curtas; deverá distribuí-las de tal maneira que sejam da medida de quem
as há de usar, segundo a corpulência de cada um.
19. E se algum por orgulho ou arrogância deseja ter para ele um
melhor e mais fino hábito, dai-lhe o pior. E aqueles que recebam
vestimentas novas deverão imediatamente devolver as velhas para que
sejam entregues a escudeiros e sargentos, e com frequência aos pobres,
segundo o que considere conveniente o encarregado desse mister.
Sobre as Camisas
20. Entre outros assuntos sobre os que regulamos, devido ao
intenso calor existente no Leste, desde a Páscoa até Todos os Santos,
graças à compaixão e de nenhuma forma como de direito, uma camisa de
linho será entregue ao irmão que assim o solicite.
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Sobre a Roupa de Cama
21. Ordenamos por unanimidade que cada homem tenha a roupa e
lençóis de acordo com o juízo de seu Mestre. É nosso propósito que um
colchão, um almofadão e uma colcha são suficientes para cada um; e
àquele que lhe falte um desses pode usar uma coberta e uma colcha de
linho que seja sempre de fio fino, e dormirão sempre vestidos com
camisa e calça, sapatos e cinturões, e onde repousem deverá sempre
haver uma luz acesa até a manhã. E o Alfaiate se assegurará que os
irmãos estejam tão bem tonsurados que possam ser examinados tanto de
frente como de costas; e nós ordenamos que vós adirais a essa mesma
conduta no tocante a barbas e bigodes para que nenhum excesso se
mostre em seus corpos.
Sobre Sapatos pontiagudos e Cadarços
22. proibimos os sapatos pontiagudos e os cadarços e
condenamos que um irmão os usem; nem os permitimos àqueles que
servem na casa por tempo determinado; melhor, proibimos que os usem
em qualquer circunstância. Porque é manifesto e bem sabido que essas
coisas abomináveis pertencem aos pagãos. Também não deverão usar
nem o cabelo nem o hábito demasiado compridos. Porque aqueles que
servem ao soberano Criador devem surgir da necessidade dentro e fora
mediante a promessa do próprio Deus que disse: 'Estote mundi quia ego
mundus sum'. Que quer dizer: "Nasça como eu nasço".
Como devem comer
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23. No palácio, ou o que deveria se chamar refeitório, devereis
comer juntos. Porém, se estais necessitado de algo, pois não estais
acostumados aos utilizados pelos religiosos, em voz baixa e em particular
devereis pedir o que necessitais na mesa com toda a humildade e
submissão. Porque o Apóstolo disse: 'Manduca panem tuo cum silentio'.
Que significa: "Come teu pão em silêncio". E o Salmista: 'Posui ore meo
custodiam'. Que quer dizer: "Eu reprimi minha língua". Que significa que
"Eu creio que minha língua me trairia" o que vem a ser "Calei para não
falar mal".
Sobre a Leitura da Lição 24. Sempre, durante a refeição e ceia no
convento, que se leiam as Sagradas Escrituras, se isso for possível. Se
amamos a Deus, suas Santas palavras e seus Santos Mandamentos
desejaremos escutar atentamente; e o leitor do texto exigirá silêncio
antes de começar a ler.
Sobre Recipientes e Cálices
25. Devido à escassez de recipientes os irmãos comerão aos pares,
de tal forma que um possa observar de mais perto o outro para que nem a
austeridade nem a abstinência em segredo sejam introduzidas na refeição
da comunidade. E nos parece justo que cada irmão tenha a mesma
quantidade de vinho em sua taça.
Sobre comer Carne
26. Deverá ser suficiente comer carne três vezes por semana,
exceto no Natal, Todos os Santos, Assunção e na festividade dos doze
apóstolos. Porque se entende que o costume de comer carne corrompe o
corpo. Porém, se num jejum em que se deve suprimir a carne cair numa
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terça-feira, no dia seguinte será dada uma grande porção aos irmãos. E
nos Domingos todos os irmãos do Templo, os capelães e clérigos
receberão dois ágapes de carne em honra à santa ressurreição de Cristo
Jesus. E os demais da casa, que inclui os escudeiros e sargentos,
deverão se contentar com uma refeição e ser agradecidos ao Senhor por
ela.
Sobre as refeições durante a Semana 27. Sobre os outros dias da
semana, que são segunda-feira, quarta-feira e inclusive Sábados, os
irmãos tenham duas ou três refeições de vegetais ou outros pratos
comidos com pão; e nós cremos que seja suficiente e ordenamos que
assim seja, de tal maneira que aquele que não comer em uma refeição o
faça na outra.
Sobre a refeição de Sexta-feira
28. Às Sextas-feiras, que se ofereça à toda a congregação refeição
quaresmal, oriunda da reverência pela paixão de Cristo Jesus; e fareis
abstinência desde a festividade de Todos os Santos até a Páscoa, exceto
no dia de Natal, da Assunção e da festividade dos doze apóstolos. Porém,
os irmãos debilitados ou enfermos não deverão ser obrigados a isso.
Desde a Páscoa até a festa de Todos os Santos podem comer duas vezes,
conquanto não seja abstinência geral.
Sobre dar Graças
29. Sempre depois de cada refeição ou ceia todos os irmãos
deverão dar graças a Deus na igreja e em silêncio se essa se encontra no
lugar onde fazem a refeição, e se não estiver no mesmo lugar onde hajam
tomado a refeição, com humildade deverão dar graças a Cristo Jesus, que
é o Senhor que Provê. Deixai que os pedaços de pão rompido sejam
dados aos pobres, e os que estejam em rodelas inteiras sejam guardados.
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Embora a recompensa dos pobres seja o reino dos céus, se oferecerá aos
pobres sem qualquer dúvida, e a fé Cristã os reconhecerá entre os seus;
portanto, concordemos que uma décima parte do pão seja entregue a
vosso Esmoleiro.
Sobre a Merenda
30. Quando cai o sol e começa a noite escutais o sinal do sino ou a
chamada à oração, segundo os costumes do país, e acudís todos ao
capítulo. Porém, dispomos que primeiro merendeis, se bem que deixamos
a tomada desse refrigério ao arbítrio e discrição do Mestre. Quando
quiserdes água ou ordenais, por caridade, vinho aguado, que se lhes dê
com comedimento. Certamente, não deverá ser em excesso, senão com
moderação. Porque Salomão disse: 'Quia vinunfacit apostatare sapientes'.
Que quer dizer: "que o vinho corrompe os sábios".
Sobre se manter em Silêncio
31. Quando os irmãos saírem do capítulo não devem falar
abertamente, exceto em uma emergência. Deixai que cada um vá para sua
cama tranquilo e em silêncio, e se necessita falar a seu escudeiro, deverá
dizer em voz baixa. Mas, se por casualidade, à saída do capítulo, a
cavalaria ou a casa tem um sério problema que deve ser resolvido antes
da manhã, entendemos que o Mestre ou o grupo de irmãos maiores que
governam a Ordem pelo Mestre, podem falar apropriadamente. E por esta
razão obrigamos que seja feita desta maneira.
32. Porque está escrito: 'In multiloquio non effugies peccatum'. Que
quer dizer: "O falar em demasia não está livre de pecado". E em algum
outro lugar: 'Mors et vita in manibus lingue'. Que significa: "A vida e a
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morte estão sob o poder da língua". E dentro desse entendimento nós
conjuntamente proibimos palavras vãs e ataques estrondosos de riso. E
se algo se disse durante essa conversa que não deveria ter sido dito,
ordenamos que ao recostar-vos rezeis um pai-nosso com bastante
humildade e sincera devoção.
Sobre os Irmãos Convalescentes
33. Os irmãos que, devido aos trabalhos da casa, padeçam de
enfermidade, podem se levantar às matinas com o consentimento e
permissão do Mestre ou daqueles que se encarreguem desse mister.
Deverão dizer em lugar das matinas treze pai-nossos, assim fica
estabelecido, de tal forma e maneira que suas palavras reflitam seu
coração. Assim o disse David: 'Psallite sapienter'. Que significa: "Canta
com sabedoria". E igualmente disse David: 'In conspectu Angelorum
psallam tibi'. Que significa: "Eu cantarei para ti ante os anjos". E deixai
que isso seja sempre assim e à discrição do Mestre ou daqueles
encarregados de tal mister.
Sobre a Vida em Comunidade
34. Lemos nas Sagradas Escrituras: 'Dividebatur singulis prout
cuique opus erat'. Que significa: "A cada um lhe será dado segundo sua
necessidade". Por essa razão nós decidimos que nenhum estará acima de
vós, senão que todos cuidareis dos enfermos; e aquele que está menos
enfermo dará graças a Deus e não se preocupará; e permitireis que
aquele que estiver pior se humilhe mediante sua debilidade e não se
orgulhe pela piedade. Desse modo todos os membros viverão em paz. E
proibimos a todos que abracem a excessiva abstinência, antes que
firmemente mantenham a vida em comunidade.
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Sobre o Mestre
35. O Mestre pode, a quem lhe apraza, entregar o cavalo e a
armadura e o que deseje de outro irmão, e o irmão cuja coisa pertencia
não se sentirá vexado nem aborrecido: por que se se aborrece irá contra
Deus.
Sobre dar Conselhos
36. Permitir só àqueles irmãos que o Mestre reconhece que darão
sábios e bons conselhos sejam chamados para a reunião; e assim os
ordenamos, e que de nenhuma outra forma alguém possa ser escolhido.
Porque quando ocorrer que se deseje tratar de matérias serias como a
entrega de terra comunal, ou falar dos assuntos da casa, ou receber a um
irmão, então, se o Mestre o desejar, ser apropriado reunir a congregação
inteira para escutar o conselho de todo o capítulo; e o que considere o
Mestre melhor e mais benéfico, deixar que assim se faça.
Sobre os Irmãos enviados a Ultramar
37. Os Irmãos que sejam enviados a diversos países do mundo
deverão observar os mandatos da Regra segundo sua habilidade e viver
sem desaprovação no que diz respeito a carne e o vinho, etc, para que
recebam elogios de estranhos e não macular por feitos e palavras os
preceitos da Ordem, e para ser um exemplo de boas obras e sabedoria;
acima de tudo, para que aqueles com os quais se associem e em cuja
pousadas repousem, sejam recebidos com honra. E a ser possível, a casa
onde durmam e se hospedem que não fique sem luz durante a noite, para
que os tenebrosos inimigos não os conduzam à maldade, dado que Deus
assim o proíbe.
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Sobre Manter a Paz
38. Cada irmão deve se assegurar de não incitar outro à ira ou
aborrecimento, porque a soberana piedade de Deus vê o irmão forte de
forma igual que a um debilitado, em nome da Caridade.
Como devem atuar os Irmãos
39. A fim de levar a cabo seus santos deveres, merecer a Glória do
Senhor e escapar do temível fogo do inferno, é concorde que todos os
irmãos professos obedeçam estritamente a seu Mestre. Porque nada é
mais agradável a Cristo Jesus que a obediência. Por esta razão, tão logo
seja ordenado pelo Mestre ou em quem haja delegado sua autoridade,
deverá ser obedecido sem dilação como se o Cristo o tivesse imposto.
Por isso Cristo Jesus pela boca de David disse e é certo: 'Ob auditu auris
obdevit mihi'. Que quer dizer: "Me obedeceu tão pronto me escutou".
40. Por esta razão rezamos e firmemente damos como ditame aos
irmãos cavaleiros que abandonaram sua ambição pessoal e a todos
aqueles que servem por um período determinado, a não sair por
povoados ou cidades sem a permissão do Mestre ou de quem o haja
delegado, exceto pela noite ao Sepulcro e outros lugares de oração
dentro dos muros da cidade de Jerusalém.
41. Lá, os irmãos irão aos pares, e de outra forma não poderão sair
nem de dia nem de noite; e quando se detiverem em uma pousada,
nenhum irmão, escudeiro ou sargento pode acudir aos aposentos de
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outro para vê-lo ou falar com ele sem permissão, tal como foi dito.
Ordenamos, por unânime consentimento, que nesta Ordem regida por
Deus, nenhum irmão deverá lutar ou descansar segundo sua vontade,
senão seguindo as ordens do Mestre, a quem todos devem se submeter,
para que sigam as indicações de Cristo Jesus, que disse: 'Non veni facere
voluntatem meam, sed ejus qui meset me Patris'. Que significa: "Eu não
vim para fazer minha própria vontade, senão a vontade de meu pai, quem
me enviou".
Como devem Possuir e Intercambiar
42. Sem a permissão do Mestre ou de quem em seu lugar ostente o
cargo, que nenhum irmão intercambie coisa alguma com outro, nem
mesmo peça, a menos que seja de escasso valor ou nulo.
Sobre Fechos
43. Sem permissão do Mestre ou quem o represente, nenhum irmão
terá uma bolsa ou sacola que possa ser fechada; mas os diretores de
casas ou províncias e o Mestre não observarão isso. Sem o
consentimento do Mestre ou seu comandante, que nenhum irmão tenha
carta de seus parentes ou outras pessoas; mas se tem permissão, e
assim o quer o Mestre ou comandante, essas cartas podem ser lidas.
Sobre Presentes de leigos
44. Se algo que não se pode conservar, como a carne, for
presenteado em agradecimento a um irmão por um leigo, este o
apresentará ao Mestre ou ao Comandante de gêneros alimentícios. Porém
se ocorre que algum de seus amigos ou parentes deseje presentear só a
ele, que não se aceite sem a permissão do Mestre ou seu delegado. E
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mais, se o irmão recebe qualquer outra coisa de seus parentes, que não o
aceite sem permissão do Mestre ou de quem ostenta o cargo.
Especificamos que os comandantes ou mordomos, que estão a cargo
desses ofícios, que não se atenham à citada regra.
Sobre Faltas
45. Se algum irmão, falando ou em tropa indisciplinada, ou de
algum outro modo comete um pecado venial, deverá voluntariamente
dize-lo ao Mestre para se redimir com o coração limpo. Se não costuma a
se redimir desse modo, que receba uma penitência leve, mas se a falta é
muito séria, que se alije da companhia de seus irmãos de tal forma que
não coma nem beba na mesa com eles, senão sozinho; e se submeterá à
piedade e juízo do Mestre e irmãos, para que seja salvo do Juízo Final.
Sobre faltas Graves
46. Acima de tudo, devemos nos assegurar que nenhum irmão,
poderoso ou não, forte ou debilitado, que deseje promover gradualmente
reinvindicações orgulhosas, que defenda seu próprio crime e permaneça
sem castigo. Porém, se não quiser se submeter por isso, que receba um
castigo maior. E se misericordiosas orações do conselho se rezam por
ele a Deus, e ele não quiser se emendar, senão que se orgulha mais e
mais disso, que seja erradicado do rebanho piedoso, segundo o que o
apóstolo disse: 'Auferte malum ex vobis'. Que quer dizer: "Aparta os
malvados dentre os teus". É necessário para vós separar as ovelhas
perversas da companhia dos irmãos piedosos.
47. E mais, o Mestre, que deve levar em suas mãos o báculo - e
bastão de mando que sustenta as debilidades e fortaleza dos demais,
deverá se ocupar disso. Mas também, como meu senhor St. Maxime
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disse:" Que a misericórdia não seja maior que a falta, nem que o
excessivo castigo conduza o pecador a regressar às suas más ações".
Sobre a Maledicência
48. Mandamos, por divino conselho, o evitar as pragas da inveja,
maledicência, despeito e calúnia. Portanto, cada um deve guardar
zelosamente o que o apóstolo disse: 'No sis criminator et susurro in
populu'. Que significa: "Não acuses ou prejudique o povo de Deus". Mas
quando um irmão saiba com certeza que seu companheiro pecou, em
privado e com fraternal misericórdia, que seja ele mesmo quem o
admoeste secretamente, e, se não quiser escutar, outro irmão deverá ser
chamado, e se os recusa a ambos, deverão dizê-lo publicamente perante
o capítulo. Aqueles que depreciam seus semelhantes sofrem de terrível
cegueira e muitos estão cheios de grande tristeza já que não desarraigam
a inveja que sentem dos outros; e por isso, serão arremessados para a
imemorável perversidade do demônio.
Que ninguém se orgulhe de suas faltas
49. As palavras vãs se sabe serem pecaminosas, e as dizem
aqueles que se orgulham de seu próprio pecado frente ao justo juiz Cristo
Jesus, o que fica demonstrado pelas palavras de David: 'Obmutui est silui
a bonis'. Que significa: "Deveria inclusive refrear-se de falar bem e
observar o silêncio". Também prevenis falar mal para evitar a desgraça do
pecado. Ordenamos e firmemente proibimos que um irmão conte a outro
irmão, ou a qualquer outro, as ações de valentia que desempenhou em
sua vida secular e os prazeres da carne que manteve com mulheres
imorais. Deverão ser consideradas faltas cometidas durante sua vida
anterior e se sabe que foi expressa por algum outro irmão, deverá
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silenciá-lo imediatamente; e se não consegue, abandonará o lugar sem
permitir que seu coração seja maculado por essas palavras.
Que Ninguém Peça
50. A este costume, entre outros, ordenamos que adotais
firmemente: que nenhum irmão explicitamente peça o cavalo ou a
armadura de outro. Será feito da seguinte maneira: se a enfermidade de
um irmão ou a fragilidade de seus animais ou a armadura for conhecida e
portanto não puder fazer o trabalho da casa sem perigo, que vá ao Mestre
e exponha a situação a respeito, solicite fé e fraternidade, e se atenha à
disposição do Mestre ou de quem ostente seu cargo.
Sobre animais e escudeiros
51. Cada irmão pode ter três cavalos e nenhum mais sem a
permissão do Mestre devido a grande pobreza que existe na atualidade na
casa de Deus e no Templo de Salomão. A cada irmão permitimos três
cavalos e um escudeiro; e se este último serve por caridade, o irmão não
deveria castigá-lo pelos pecados que cometa.
Que nenhum Irmão possa ter um bridão ornado
52. Nós proibimos enfaticamente a qualquer irmão que lustre o ouro
ou prata de seus bridões, estribos e esporas. Isso se aplica se forem
comprados. Porém, se forem presenteados por caridade, os arreios de
prata e o ouro, que fiquem tão velhos que não reluzam, que sua beleza
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não possa ser vista por outros nem ser sinal de orgulho; então se poderá
ficar com eles. Porém, se são presenteados novos, que seja o Mestre
quem disponha deles como creia oportuno.
Sobre aljavas de Lança
53. Que nenhum irmão traga uma aljava nem para sua lança nem
para seu escudo, pois não traz nenhum benefício, ao contrário, pode ser
muito prejudicial.
Sobre bolsas de comida
54. Este mandato que estabelecemos é conveniente para todos e
por esta razão exigimos seja observado de agora em diante, e que
nenhum irmão possa portar uma bolsa para comida de linho ou lã, ou de
qualquer outro material que não seja de "profinel".
Sobre a Caça
55. Proibimos coletivamente. Que nenhum irmão cace uma ave com
outra. Não é adequado para um religioso sucumbir aos prazeres, senão
escutar voluntariamente os mandamentos de Deus, estar frequentemente
orando e confessar diariamente implorando a Deus em suas orações o
perdão dos pecados que haja cometido. Nenhum irmão pode ter a
presunção de ser um homem que caça uma ave com outra. Ao contrário,
é apropriado para um religioso agir de modo simples e humildemente,
sem rir e falar em demasia, com ponderação e sem levantar a voz. E por
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esta razão dispomos especialmente a todos os irmãos que não adentrem
os bosques com lanças nem arcos para caçar animais, nem que o façam
em companhia de caçadores, exceto movidos pelo amor de preservá-los
dos pagãos infiéis. Nem devereis ir com cachorros, nem gritar, nem
conversar, nem esporear vosso cavalo só pelo desejo de capturar um
animal selvagem.
Sobre o Leão
56. É verdade que haveis entregue vossas almas por vossos
irmãos, tal como o fez Cristo Jesus, e defender a terra dos incrédulos
pagãos, inimigos do filho da Virgem Maria. Esta célebre proibição de caça
não inclui de forma alguma o leão. Dado que vem sorrateiro e envolvente
para capturar sua presa com suas garras contra o homem, ide com
vossas mãos contra ele.
Como podem ter propriedades e homens
57. Esta bondosa nova ordem a cremos emanar das Sagradas
Escrituras e da divina providência na Sagrada Terra do Leste. O que
significa que esta companhia armada de cavaleiros pode matar os
inimigos da cruz sem pecar. Por esta razão julgamos que deveis ser
chamados Cavaleiros do Templo, com o duplo mérito e o garbo da
honestidade; que podeis possuir terras e mantê-las, vilarejos e campos e
os governais com justiça, e imponhais vosso direito tal e como está
especificamente estabelecido.
Sobre os Dízimos
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58. Vós haveis abandonado as sedutoras riquezas deste mundo e
vos haveis submetido voluntariamente à pobreza; e por isso resolvemos
que vós que viveis em comunidade possais receber dízimos. Se o bispo
da localidade, a quem o dízimo deveria ser entregue por direito, deseja
dá-lo por caridade com o consentimento do capítulo, pode doar esses
dízimos que possui sua igreja. E mais, se um plebeu guarda os dízimos
de seu patrimônio para si, em desfavor da igreja, e deseja cede-los a vós,
o podeis aceitar com a permissão do prelado e seu capítulo.
Sobre fazer juízos
59. Sabemos, já que o vimos, que os perseguidores e amantes de
lutas e dedicados cruelmente a atormentar os fiéis da Sagrada Igreja e
seus amigos, são incontáveis. Pelo claro juízo do conselho, ordenamos
que se alguém, nos lugares do Leste ou em qualquer outro sítio, os
solicita parecer, porque crentes e amantes da verdade, deveis julgar o
fato se a outra parte concorda. Este mesmo mandato se aplicará sempre
que algo lhes seja roubado.
Sobre os Irmãos Idosos
60. Dispomos, por se tratar de um conselho compassivo, que os
irmãos idosos e debilitados sejam honrados com diligência e recebam a
atenção de acordo com sua fragilidade, e cuidados pela autoridade
naqueles ofícios necessários para seu bem-estar físico, e que de forma
alguma se sintam aflitos.
Sobre os Irmãos Enfermos
61. Que os irmãos enfermos recebam a consideração e os cuidados
e sejam servidos segundo os ensinamentos do evangelista e de Cristo
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  • 1. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 1 GRAU UM – CAVALEIRO TEMPLÁRIO NOVIÇO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO GRÃO-PRIORADO DA CIDADE SANTA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ESTADO DE SÃO PAULO ANNO DOMINI 2014 NON NOBIS DOMINI
  • 2. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 2 GRAU UM – TEMPLÁRIO NOVIÇO Origens dos Cavaleiros Templários Os peregrinos Hugo de Payens Jacques Demolay Rei Felipe o Belo Papa Clemente V Baphome Janus Leis e Regulamentos Ensino Religioso: Pater Noster Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria A investidura São Bernardo de Claraval Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro Templário Ensino Templário: O Noviço Exercício Espiritual: A semente Imagens (personagens desta apostila)
  • 3. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 3 Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você. A intenção do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Maçônicos) é divulgar a doutrina dos Cavaleiros Templários principalmente aos não-iniciados, possibilitando desta forma, que um grande número de pessoas, ainda que não ligados diretamente aos templários, possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos segredos desta Ordem Secular. Seguindo este raciocínio, o Ibemac preparou o “Curso de Cavaleiros Templários”, dividido em quatro graus ou estágios, que correspondem aos “quatro graus acadêmicos” para o estudo da filosofia templária. Ao final de cada uma das lições encontra-se um questionário o qual deverá ser respondido e enviado para o Ibemac para fins de correção e nota; somente receberá o Certificado de Aprovação e o selo de “apto para o próximo grau” o aluno que responder as questões e obtiver nota mínima 5,0 (cinco). Juntamente com as apostilas do curso, ao final de cada grau, o aluno receberá uma folha avulsa contendo todas as questões, poderá responder nessa folha e enviá-la para a Caixa Postal do Ibemac neste endereço: IBEMAC - Caixa Postal nº 51 Cep 15150-970 Monte Aprazível/SP. A folha de exame corrigida será devolvida para o candidato com a nota final obtida e o carimbo de aprovado. Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas para formar o questionário estão todas ali. Você pode responder as questões logo após a lição, pois isso facilitará o preenchimento da “folha de prova” no final da terceira apostila. Ao terminar o Grau Quatro de Cavaleiro Templário, o aluno que obtiver nota mínima de 5,0 (cinco) em cada um dos graus, com média final 5,0 (cinco) será indicado, caso seja de sua vontade, para um dos Priorados filiados ao Ibemac e poderá tornar-se um Cavaleiro Templário consagrado devidamente, caso preencha os requisitos básicos para ingresso na ordem. Todo acadêmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence ao quadro de “alunos” da Ordem dos Cavaleiros Templários do Brasil fundada pelos Mestres Templários do Instituto Brasileiro de Ensino Maçônico, com a finalidade de atender as necessidades dos alunos e dirimir as dúvidas que naturalmente surgem durante o período de estudos. Esse priorado está localizado na Cidade Santa de São José do Rio Preto no Estado de São Paulo e atende pelo site www.templariosbrasil.com.br
  • 4. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 4 O Mestre da sua classe sempre atenderá às suas solicitações e durante o curso manterá contato para orientá-lo da melhor forma possível para a conclusão dos estudos. Ele também será o seu padrinho para um futuro ingresso na Ordem dos Templários. Introdução Nesta primeira apostila do curso sobre Cavaleiros Templários o aluno terá contato com personagens da história da Idade Média que poderiam ser comparados aos maiores super- heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema, também terá contato com os maiores vilões da época, pessoas que não mediram esforços para saciar a sede pelo poder e riqueza, acusando falsamente e criando provas nada concretas contra os Cavaleiros Templários até conseguirem leva-los a morte na fogueira com a acusação de heresia (adoração ao demônio, sodomia, avareza, luxuria etc), tendo como seu principal mártir o Mestre Templário Jacques Demolay (Demolé), considerado o último dos templários. Conhecerá a origem dos Cavaleiros Templários e o seu nascimento após a “Primeira Cruzada”, entenderá a diferença entre “cruzados” e “templários”, acompanhará a saga de Hugo de Payens e toda a sua trajetória juntamente com mais oito cavaleiros para a fundação da Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Outro importante personagem da época, o “abade Bernardo de Claraval” sem o qual os Templários não teriam obtido a Graça do Papa Honório II e autorização para lutarem em nome da Igreja Católica; abade que preparou as “antigas regras” dos Templários e seus exercícios espirituais, fortalecendo-os tanto na parte militar quanto religiosa. A importância do Rei Bauduino II, Rei da Cidade Santa de Jerusalém, que admirado com a bravura daqueles cavaleiros, permitiu que construíssem a sua primeira fortificação nas terras onde se supunha ter existido o “Templo de Salomão” e onde, talvez, os templários tivessem feito suas descobertas sagradas que os tornariam temidos por todos até pela própria Igreja Católica. Em toda história onde existem heróis e homens corajosos temos também, como contrapeso, os arqui-inimigos e os covardes que tentam atacar e destruir os heróis constantemente e, como a história real nem sempre tem um final feliz, muitas das vezes esses covardes conseguem, através de suas armadilhas e farsas, atingir os heróis e até mesmo derrota-los, ainda que momentaneamente. Nessa história dos templários encontramos duas figuras perversas: Felipe, o Belo (Rei da França) e o Papa Clemente V. – O Generoso. Certo que não foram apenas esses dois que tramaram contra a Ordem dos Templários, pois centenas de príncipes e padres nutriam o interesse secreto pelo fim da ordem; dentro do seio da Ordem
  • 5. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 5 dos Templários também existiam os traidores, como foi o caso de “Ignacio de Loyola” que era um dos Mestres Templários e traiu a organização em benefício próprio, uma vez que queria fundar a sua própria ordem, dano origem aos Jesuítas (Ordem da Companhia de jesus) dentro da Igreja Católica. Felipe, assim chamado de “o belo”, Rei da França, estava com o seu reino totalmente endividado, enfrentado várias batalhas internas para as quais não possuía mais condições financeiras e nem mesmo exército para apoiar seus súditos; por outro lado encontrava-se endividado com os Templários, com os quais havia obtido empréstimos de vultosas quantias em ouro e prata e não tinha meios de quitar a dívida; Por outro lado, a sua amizade com o Papa Clemente V (e os favores que o Papa lhe devia) permitiam traçar um plano sórdido para quitar sua dívida e pôr fim aos Cavaleiros Templários e ainda por cima se apoderar da fortuna dos Templários que era estimada em toneladas de ouro e prata. Toda essa trama será esmiuçada nessas mais de oitenta páginas desta apostila. O leitor terá contato, ainda, com o “antigo código da cavalaria” e compreenderá de onde herdamos o compromisso em proteger os mais fracos e debilitados, a viúva e os filhos órfãos, a igreja e o estado. Conhecerá as “antigas regras dos templários” e perceberá que código perfeito e totalmente aplicável que aqueles bravos homens decidiram seguir. Entenderá a proximidade entre os Cavaleiros Templários e os “peregrinos de Santiago de Compostela” e a necessidade de que todo aquele que deseja realmente se tornar um templário faça essa peregrinação, que nada mais é do que a “peregrinação dentro de nós mesmos” em busca de retificarmos a nossa “pedra bruta”. Verá, com destaque, as imagens referentes aos locais e personagens que são mencionados neste texto e terá uma perfeita noção de como eram aquelas paisagens e o perfil de cada um desses personagens e sua fisionomia, pelo menos àquelas que temos conhecimento nos dias de hoje. E, como não poderia deixar de faltar, o aluno encontrará, dois exercícios espirituais maravilhosos, um deles é o Pater Nostro ou o Pai Nosso em Latim; oração poderosíssima que deveria ser praticada diariamente por todo cristão em busca de forças e regeneração dos seus votos; outro exercício, esse de cunho místico, que nos dias de hoje foi adotado por várias correntes de exotéricos, é o chamado “exercício espiritual da semente”, uma magnífica experiência personalíssima eu trará para cada um dos praticantes sensações, emoções e reflexões diversas e profundas. Desejamos a todos uma boa viagem nessa maravilhosa história sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários.
  • 6. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 6 Origens dos Cavaleiros Templários No final do século XI, a Europa, enfrentava uma profunda crise econômica e vivia um momento de estagnação sociocultural. O Cristianismo encontrava-se tumultuado e dividido; esse clima tenso era propício para guerras e disputas internas que só colaboravam para o agravamento da situação. O novo Sumo Pontífice a ocupar o Trono de São Pedro, Urbano II, eleito papa em 1088, revelou-se, muito além daquelas qualidades e funções cabíveis ao suposto representante de Deus na terra, um notável político e excelente articulador. Um dos sonhos da Igreja da época, e de Urbano II, era retomar a cidade de Jerusalém, cuja posse estava nas mãos dos "infiéis do islã" havia mais de quatro séculos, desde o ano 638 d.C., quando fora tomada pelo exército muçulmano. Além da importância histórica para os cristãos da própria cidade em si, os supostos tesouros ali encerrados, havia também por parte de toda a alta hierarquia do clero, o desejo de "unificar" cristãos ocidentais e orientais sob o jugo único do pontificado Papal. Esses eram motivos mais que suficientes para justificar uma empreitada a terra santa. A habilidade política do Papa Urbano II conquistou a submissão espiritual de praticamente todos os cristãos ocidentais, fazendo com que parte da Europa entendesse que havia uma necessidade premente e divina de se recuperar aquilo que, por direito, pertencia aos cristãos. E desta forma foi articulada a Primeira Cruzada, cujo divino objetivo era "devolver a Deus o que era de Deus". Teve início a Primeira Cruzada, e assim Jerusalém viria a cair sob domínio cristão ocidental. Estava inaugurada a era das "guerras santas". As peregrinações, naquela época, eram costumeiras entre os europeus, principalmente entre os cristãos, sendo uma atividade abençoada e encorajada pela Igreja e pelo Papa. Um dos caminhos de maior importância, senão o mais importante, era justamente aquele que
  • 7. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 7 conduzia os peregrinos à Terra Santa, ou seja, Jerusalém. Esse caminho, contudo, não era seguro, deixando os que nele se aventurassem a toda sorte de bandidismo, assaltos, etc., e mesmo à morte. Alguns anos após a queda de Jerusalém, em 1118, nove Cavaleiros então, liderados por Hughes de Payens, todos veteranos da Primeira Cruzada, se reuniam para prestar um nobre serviço ao reino cristão e fundaram a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, tomando o tríplice voto de Castidade, Pobreza e Obediência, dedicando suas vidas, dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de Cristo. O então novo Rei de Jerusalém, Balduíno II, que sucedera seu primo Balduíno I, logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros algo de grande valor e importância. A título de reconhecimento e confiança, cedeu-lhes terras e construções para que lhes servissem de acomodação e base. As terras eram situadas no local onde supostamente havia sido construído o famoso Templo de Salomão. Não tardou e os "Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo" passaram a se denominar de "Cavaleiros do Templo de Salomão", ou simplesmente de "Cavaleiros Templários" e, assim nasceu a "Ordem do Templo", cuja denominação completa era: "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão" Relação com os nomes dos nove fundadores da Ordem TEMPLARIOS OS NOVE FUNDADORES Os Nove Fundadores originais da Ordem 1. Hugues de Payens (ou Payns, um cavaleiro e vassalo de Hugh de Champagne e um parente por casamento com a família escocesa dos Saint Clair de Roslin.) 2. Godofredo de Saint-Omer, um filho de Hugh de St. Omer; 3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel); 4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier); um parente dos governantes de Flandres.
  • 8. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 8 5. André de Montbard (tio de S. Bernardo de Clairvaux e outro vassalo do Conde de Champagne, Hugh de Champagne); 6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan; outro parente da casa reinante na região de Flandres; 7. Hugo Rigaud 8. Gondemaro, (ou Gondomar, ou Gondemare, ou Gondomar . (N.1090 ? - ?) Templário que se supõe ter sido Português.); 9. Arnaldo ou Arnoldo : Frei Arnaldo, ou Arnoldo, ou ainda segundo Andre Paraschi: D. Pedro Arnaldo da Rocha que teria sido um dos nove fundadores da Ordem dos Cavaleiros Templários em Jerusalém, em 1.118. Os peregrinos O Império Romano estava em decadência, e por volta de 813-820 foi descoberto o túmulo do Apóstolo Santiago, mesmo com os muçulmanos dominando grande parte da Península Ibérica, as peregrinações foram reiniciadas, havia uma necessidade premente na quebra daquela monotonia reinante na época. Nesse artigo abordaremos como se deu origem a uma Tradição. A lenda marra-nos que o bispo Teodomiro de Iria Flavia, após ter reconhecido o sepulcro de Santiago, imediatamente fez a notícia chegar a Afonso II (759-842), “o Casto”, rei das Astúrias, que vê na descoberta um sinal promissor para as suas batalhas contra os mouros, e com o seu séquito acode rapidamente ao chamado. Parte de Oviedo para visitar o lugar constatando a milagrosa revelação. O rei “Casto” era na época considerado pelo cristianismo como um elemento catalisador e unificador contra o Islamismo. O achado das relíquias do Apóstolo dentro dos limites do seu reino constitui-se num poderoso instrumento político religioso que fortalecia a Igreja na Galícia frente aos ataques islâmicos e ao expansionismo carolíngio. O rei Afonso II foi assim o primeiro peregrino deste novo ciclo do culto a Tiago. O “Libre-don” ganha o nome de “Campus Stellae”.
  • 9. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 9 Com a queda do Império Romano frente aos muçulmanos, produziu-se na Espanha – como em outros lugares devido a distância da autoridade de Roma – a queda das instituições sociais e por isso perdeu os seus funcionários a legitimação de suas funções. A única instancia capaz de assumir a responsabilidade coletiva foram os bispos da Igreja Cristã. Na Galícia conseguiram dialogar com os invasores e até conseguiram a prematura conversão ao catolicismo do príncipe suevo Reckiario, que ao morrer seu pai Reckila no ano de 448, converteu-se no primeiro rei bárbaro católico. Este problema se aguçaria quando, a partir do ano 713, caiu toda a Espanha em poder dos muçulmanos menos a área situada ao norte da Península Ibérica. Na Galícia se refugiaram uma infinidade de cristãos e bispos. O bispo de Dumia se refugia em Mondoñedo. Lugo, Orense, Astorga, Tuí e a metropolitana Braga ficam sem os seus bispos. Somente continua sem interrupção a sucessão dos bispos de Iria Flavia. Aqui deve estar a origem, primeira do senhorio temporal dos bispos sobre a terra de Iria Flavia e depois o dos arcebispos de Santiago, senhorio esse que aumentou e consolidou-se com os donativos dos reis, tratando com isso a honrar o Apóstolo Santiago patrono da Espanha. As lendas como sempre mexeram nas coordenadas habituais: naquele tempo somente a sanção real dava validade permanente e definitiva a qualquer ato. A presença de Afonso II e a conformidade do monarca eram a cunha que dava impulso oficial ao culto local ao Apóstolo Santiago no seu sepulcro recém descoberto. No presente caso foram duas, e em diferentes planos as autoridades que deram impulso ao culto apostólico: primeiro o bispo, na sua função de chefe da Igreja local, e em segundo lugar o soberano, como responsável por todas as decisões religiosas ou políticas do seu reino.
  • 10. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 10 Esta dupla linha de defensores e promotores do culto Jacobeu deve ter-se mantido ao longo de muito tempo. É verdade que alguns dos bispos de Iria Flavia se mostraram despreocupado não só no culto ao Apóstolo, mas também de toda a administração espiritual da diocese, que (como diz o poema dos anos 883 que acompanha a crônica de Albelda), brilha pela presença de Santiago, no “lócus apostolicus” ou “lócus sanctus”. O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota secular de peregrinação religiosa, que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela, localizada no extremo Oeste da Espanha, onde se encontra o túmulo do apóstolo Tiago. Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades; filho de Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o evangelho na província romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De volta a Jerusalém, o apóstolo foi perseguido, preso e decapitado a mando de Herodes no ano 44. Seus restos foram lançados para fora das muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio recolheram seu corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa espanhola, na cidade de Iria Flavia. O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque chamado Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito séculos. Uma certa noite, o ermitão Pelayo observou um fenômeno que ocorria neste bosque: uma chuva de estrelas se derramava sobre um mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma luminosidade intensa. Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no dia 25 de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de mármore com os restos do apóstolo Tiago Maior. A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado por andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A quantidade de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e
  • 11. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 11 camponeses dirigiam-se em caravanas, caminhando ou cavalgando em busca de bênçãos, cura para as enfermidades, cumprir promessas ou apenas aventuravam-se em terras distantes. O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida uma capela em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro de todo o seu reino. Em pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno daquele bosque, e denominada Compostela. A origem etimológica do nome remete ao latim: Campus Stellae, ou Campo das Estrelas, e assim a junção final: Compostela. No ano de 899, Afonso III construiu uma basílica sobre o rústico templo erguido por seu antecessor. Porém, oitos anos mais tarde, a basílica foi saqueada pelo árabe Almanzor, que respeitosamente, preservou as relíquias do apóstolo. Em 1075, iniciou-se a construção da atual catedral, cinco vezes maior que a anterior. É importante observar que a promoção do culto à sepultura de Apóstolo Santiago foi realizada em detrimento das Igrejas de Oviedo e de Iria Flavia. Posteriormente, o bispo Teodomiro visando um futuro promissor com a descoberta, passou a viver no bosque de “Arcis Marmáris”, aonde veio a falecer em 20 de outubro do ano de 847, local onde se encontra o seu sepulcro situado a poucos quilômetros de sede de Iria Flavia Com a descoberta do tumulo, iniciou-se a grande movimentação dos peregrinos ao culto a Santiago. Tinha-se em conta que os túmulos dos mártires eram locais de culto onde o cristão recordavam aqueles que tinham permanecido firmes na fé no meio das perseguições. Não tardou muito para que peregrinos de toda a Europa começassem a acorrer a Compostela para venerarem as relíquias de Santiago. Também foi comunicada a boa nova da descoberta ao Papa Leão III (795-816), que deu conhecimento ao mundo cristão no escrito “noscat fraternitas vestra” que “o corpo do bem aventurado Apóstolo Santiago foi transladado inteiro na Espanha, no território da Galicia”.
  • 12. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 12 Segundo consta, o rei Afonso II, comunicaria o fato a Carlos Magno, imperador, cuja corte estava em Aquisgrán, de onde se origina a lenda do Imperador e seus heróis Martell e Roldán, que, segundo conta à lenda, foram então à Espanha para libertar o Caminho que estava em poder dos muçulmanos. O poeta e filosofo árabe Algazal, de Jaén, descreve em 845: “A sua kaaba é um ídolo colossal que têm no centro da igreja; juram por ele, e dos locais mais longínquos, de Roma e de outros países, acodem a ele em peregrinação e dizem que a tumba que se vê dentro é a de Santiago, um dos doze Apóstolos ...”. O rei Afonso II impressionado com o achado e aproveitando-se da ocasião, declara a Santiago protetor de toda a Espanha e manda construir no local uma modesta capela de pedras e barro para acolher o mausoléu, coloca um oratório de tal forma que este acaba convertendo-se no local de celebrações comunicando-se com a nave por uma pequena porta, ao seu redor se estabeleceu um cemitério, que esteve em uso até o século XI. A partir desse ponto, o pequeno local chamado de Tamarisco que contava apenas com trezentos habitantes, começou a crescer rapidamente, convertendo-se em Compostela nome derivado de Campus Stellae. Nascia, assim, um dos mais importantes centros de peregrinação da Cristandade. Com o novo culto chegam às ordens religiosas, os peregrinos e, sobre o velho caminho druídico, recria-se uma rota atravessando a península para visitar o túmulo do Apóstolo, as pessoas partiam de vários pontos da Europa, percorrendo um longo caminho cheio de perigo, um caminho que ficaria conhecido pelos séculos futuros como o Caminho de Santiago do Campus Stellae ou Campos das Estrelas, origem da palavra Compostela, numa referência às luzes vistas por Pelayo e à Via Láctea, pois, esta rota situa-se diretamente sob a Via Láctea. Sendo uma das poucas rotas do mundo que não se formou por motivos comerciais.
  • 13. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 13 Os peregrinos que chegam a Santiago de Compostela imaginaram o Santo como sendo o primeiro dos peregrinos. Isto justifica o fato de em uma de suas representações, incluírem o chapéu, o bastão, a capa, a mochila, a cabaça..., tudo aquilo necessário a uma peregrinação pelos caminhos, que no desenrolar da Idade Média vão configurando essa relativa unidade de cultura europeia que idealizou o românico. Os Templários e sua relação com os Peregrinos de Santiago “Em Puente la Reina há uma ponte; em Ponferrada, mais a oeste, também. O Templo também se estabelece ali. Em outros termos, sem negligenciar os deveres de abrigo, mas sem se preocupar com a especialização, o Templo privilegiou, nas estradas de Santiago, bem como em outras, a função de cruzamento, de passagem e de travessia de cursos d´água”. Tais afirmativas nos deixam muito a pensar sobre o referido assunto, temos conhecimento de que a Ordem possuiu algumas relíquias no caminho francês das peregrinações a Santiago de Compostela, tais como: a Igreja de Santa Maria de Eunates; em Ponferrada fica o magnífico castelo que era à base da Ordem na região. Perto da cidade existe o refúgio de Manjarín, uma casa de pedras vizinha a Foncebadón, uma vila fantasma que atualmente começa a reviver; em Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro e, segundo alguns historiadores a Igreja do Monastério de Irache. A Igreja de Santa Maria de Eunates Apesar de não estar na rota do caminho francês procedente de Saint Jean de Pied-de-Port e sim no que passa por Samport, nos Pirineus Aragonês, a mesma abre um amplo leque de especulações as mais fantasiosas possíveis, a Igreja de Eunates não está imune às mesmas,
  • 14. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 14 podemos ler as diversas teorias sobre o assunto, podendo cada uma apresentar as suas razões. A Igreja de Eunates encontra-se situada no meio de uma planície entre campos de lavoura, não existindo nenhuma construção em seus arredores, é sem dúvida um dos monumentos mais emblemáticos e conhecidos do Caminho, é um dos maiores mistérios e também um dos mais valiosos. Trata-se de um pequeno templo românico de planta octogonal não simétrica, com abside pentagonal rodeado por um corredor porticado a maneira de um claustro exterior. O seu corpo poligonal de oito lados é coroado com um telhado piramidal de oito águas. Em especial temos a sua portada ocidental ricamente ornamentada e carregada de simbolismo. Não existe nenhuma documentação sobre a sua construção, podendo-se dizer pertencer a meados do séc. XII. Para alguns esse tipo de edificações estão vinculadas à Ordem dos Cavaleiros Templários, que importaram do oriente estas peculiares plantas octogonal na imitação do Templo do Santo Sepulcro de Jerusalém por eles defendidos dos muçulmanos durante longos anos. Isso explicaria também a função como local de sepultamento. Seja como for, não há provas documentais que certifiquem a vinculação desse templo com a misteriosa Ordem Militar. Sem embargo, é inolvidável o caráter de capela funerária similar a outras que encontramos, como a de Vera Cruz de Segóvia, e sem irmos muito longe, em Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro. Se os Templários construíram Eunate, há de se perguntar: com que fins o fizeram e com aquelas características? Para que usaram? Foi paróquia de um lugar despovoado, hospital ou cemitério de peregrinos? Porque Eunate “cem portas” se não existem tantas nem pouco mais ou menos. Longe de tudo, pode-se pensar que os mesmos praticavam naquele local seus rituais secretos de sua iniciação. Os seus arcos externos deixam a antever que o local era indicado para se observar à
  • 15. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 15 aproximação de alguém mesmo durante a noite, porque Eunate sugere cerimônias noturnas à luz da lua penetrando pelos seus óculos situados na sua cúpula. Seja o que for a sua real história penetra na zona cinzenta das imaginações, dando lugar a um grande número de livros escritos a seu respeito. Hugo de Payens Hugo de Payens (1070-1136), um fidalgo francês da região de Champanhe, foi o primeiro mestre e fundador da Ordem dos Templários. Ele era de uma família que, segundo cartas que pertenciam à Abadia de Molesmes, tinha parentesco com os Montbard (família a qual pertencia São Bernardo de Claraval e André de Montbard) e era originalmente um vassalo do conde Hugo de Champanhe. Com ele visitou Jerusalém uma vez e ficou por lá depois de o conde voltar para a Condado de Champanhe. Foi aí que organizou um grupo de nove cavaleiros para proteger os peregrinos que se dirigiam para a Terra Santa no seguimento das iniciativas propostas pelo Papa Urbano II. De Payens aproximou-se do rei Balduíno II com oito cavaleiros, dos quais dois eram irmãos e todos eram seus parentes, de Hugo de Payens, alguns de sangue e outros de casamento, para formar a Ordem do Templo de Jerusalém. Os outros cavaleiros eram: Godofredo de Saint-Omer, Arcambaldo de Saint-Aignan, Payan de Montdidier, Godofredo Bissot, Hugo Rigaldo, e dois homens registrados apenas com os nomes de Rossal ou possivelmente Rolando e Gondemaro. O nono cavaleiro permanece
  • 16. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 16 desconhecido, apesar de se especular que ele era o próprio Conde de Champanhe. Hugo de Payens terá nascido provavelmente em Château Payns, a aproximadamente 10 km de Troyes, em Champanhe, na França. Ele também foi um veterano da Primeira Cruzada (em 1099) tendo passado 22 anos de sua vida no leste da Europa. É provável que Hugo de Payens tenha servido no exército de Godofredo de Bulhão durante essa Cruzada. Como grão-mestre, ele liderou a Ordem dos Templários por quase vinte anos até a sua morte, ajudando a estabelecer a fundação da Ordem como uma importante e influente instituição internacional militar e financeira. Na sua visita a Londres em 1128, ele conseguiu homens e dinheiro para a Ordem, e também fundou a sua primeira sede lá, iniciando a história dos Templários na Inglaterra. Ele morreu na Palestina em 1136 tendo sido sucedido, como mestre, por Roberto de Craon. Jacques Demolay Historiadores modernos acreditam que Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância, porém, na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente
  • 17. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 17 estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido. Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã- Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda. Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja. Em 14 de setembro de 1307, Felipe agiu. Ele emitiu regulamentos secretos para aprisionar todos os Templários. DeMolay e centenas de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas
  • 18. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 18 as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se. Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e três de seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde. Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido naquele dia, o espírito e as virtudes desse homem, para quem a Ordem DeMolay foi denominada, viverão para sempre. "Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu espírito e suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em sua homenagem viverá eternamente." Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe "O belo":
  • 19. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 19 "NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL!!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!" (Jacques de Molay) Papa Clemente V – o Generoso Clemente V (Bertrand de Got) - Papa de 1305 a 1314; nascido em Villandraut (Gironde), na França, em 1264. Teve a sede de seu papado em Avignon, cidade ao sul de França, devido as pressões de Filipe, o Belo. A sede do papado manteve-se em Avignon por 70 anos (1307- 1377), episódio que ficou conhecido como Cativeiro de Avignon. Morto por ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos (?), quando o papa retornava a sua cidade natal. Guilherme de Nogaret (Guarda-Selos do reino) – Nogaret já havia cometido ações contra Bonifácio VIII: Bonifácio VIII (Benedetto Caetani) - Papa de 1294 a 1303; nascido em Anagni, entre 1220 e 1230. Dedicou-se ao estudo de Direito, sendo considerado, quando cardeal, eminente jurista e hábil diplomata. Convenceu o Papa eremita Celestino V a renunciar, sendo eleito em seu lugar. Entrou em choque com Filipe, o Belo; quando promulgou a bula Clericis Laicos, proibindo o clero de pagar impostos sem autorização papal. Depois de 1300, cresceram as dificuldades entre Bonifácio VIII e Filipe, o Belo; que falsificou bulas e pôs os franceses contra o Papa. Guilherme de Nogaret, aliado a dois cardeais da família Collona, recruta na Itália um exército, e assalta o Palácio Anagni. Lá o Papa em seus 86 anos, dentro de seus aposentos sacerdotais, intimado a renunciar o papado teria dito: ''Aqui está meu pescoço, aqui está minha cabeça: morrerei, mas morrerei papa!''. Foi esbofeteado por um dos cardeais Collona e excomungou Guilherme de
  • 20. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 20 Nogaret. Permaneceu prisioneiro por dois dias, até que a população o socorreu. Regressando à Roma, enlouqueceu devido ao golpe e morreu blasfemando depois de quatro meses (11 de outubro). Diz-se que morreu envenenado, fato que se atribui a Nogaret. Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson (dama de companhia de Mafalda d'Artois, mãe de Joana e Branca de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha, esposas de Filipe, Carlos e Luís, respectivamente, filhos de Filipe, o Belo. Era também tia de Roberto d'Artois, um dos muitos amantes de Isabel, filha de Filipe, o Belo; cuja De Molay era padrinho de batismo). O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes: CINZA: Cinzas da língua de um dos irmãos d'Aunay (que foram queimados por terem corneado Carlos e Luís com suas respectivas esposas). Elas tinham um suposto efeito sobrenatural para atrair o demônio. CRISTAL ESBRANQUIÇADO: "Serpente de Faraó". Provavelmente sulfocianeto de mercúrio. Gera por combustão: Ácido sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anídricos; podendo assim, provocar intoxicações tanto cianídrica, quanto mercurial. Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome dos que morreram por suas mãos. Rei Felipe o Belo Filipe IV (o Belo) - (1268 - 1314) Rei da dinastia Capetíngea .Casado com Joana de Navarra. Foi excomungado por Bonifácio VIII, excomunhão que foi levantada por Clemente V. Saiu a caçar com seu camareiro, Hugo de Bouville; seu secretário particular, Maillard e alguns familiares na
  • 21. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 21 floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seu cães .Foram em busca de um raro cervo de doze galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que livra-se de ser servo. Deu-lhe sua trompa como presente por tê-lo ajudado a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe, percebeu uma cruz (dois galhos que se prenderam nos chifres do cervo) que brilhava ( o verniz do galho que reluzia ao sol). Começou a passar mal, não consegui chamar ninguém, pois estava desprovido de sua trompa. Sentiu um estalo na cabeça e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio, repetindo sempre - "A cruz, a cruz..."e sempre com muita sede. Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte, que fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau. O rei ficou perdido no seu interior, parecendo um louco, durante uns doze dias. Era dito aos que perguntavam dele, que tinha caído do cavalo e atacado por um cervo. Filipe foi levado a fazer um novo testamento e foi instigado por seus irmãos: Carlos de Valois e Luís d'Evreux, a escrever o que eles queriam. Logo após terminado, sempre com sede, faleceu. Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisitor de França, que acompanhou o rei em seus últimos dias, não conseguiu fechar suas pálpebras, que se abriam novamente. Foi assim, em seu velório, necessária uma faixa que cobrisse seus olhos. Segundo os documentos e relatórios de embaixadores de que se dispõe, Chega-se a conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma apoplexia cerebral em uma zona não motora. A afasia do início pode ter sido devido a uma lesão na região da base do crânio ( região infundíbo- tuberiana). Teve sua recaída mortal por volta de 26 de novembro. Frases Atribuídas a Filipe: "Fizemos canonizar o Rei Luís por Bonifácio, mas seria ele realmente um santo?"
  • 22. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 22 "Não, meu irmão, não estou contente; cometi um erro: Devia ter mandado arrancar-lhe a língua antes de queimá-lo"( A Carlos de Valois, referindo-se a Jacques de Molay) CONCLUSÃO Com a morte de Filipe, o Belo; seu filho Luís sucedeu-o. Luís de Navarra; chamado Luís X (1289- 1316), reinou de 1314 à 1316 quando morreu. Deixou um filho, que nasceu logo após de sua morte, chamado João I; que foi assassinado por Mafalda d'Artois. Assim o reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto (1294- 1322), reinou de 1317 à 1322. Morreu sem filhos homens. O reinado passa ao irmão mais novo, Carlos. Carlos IV, o Justo (1295 - 1328), reinou de 1323 à 1328. Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu marido, Eduardo II, do seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O reino assim caiu sobre a casa dos Valois. Acabando assim a dinastia dos Capeto (987 d.C. - Hugo Capeto até 1328 d.C. - Carlos IV). A maldição de Jacques de Molay cumpriu-se dentro do tempo estipulado, os três condenados morreram em menos de um ano. Decorreram-se nove meses desde a morte de Jacques até a morte de Filipe, o Belo.
  • 23. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 23 Baphome Baphomet ou Bafomé é uma síntese de vários conceitos mágico- místicos, mais conhecida por sua relação com os Templários e a Maçonaria. Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério? História Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos queimados pelas chamas da Inquisição. No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações
  • 24. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 24 montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica. No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um "crânio", ou de um "ídolo com três faces", nada é mencionado, especificamente, sobre a denominação Baphomet. Origens De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer- Pürgstall, um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet, sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo. O Simbolismo
  • 25. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 25 Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que, ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários. Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um "homem velho", o qual seria adorado pelos Templários. Este "homem velho" possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado "antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos Templários. Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na conjunção das palavras "Baphe" e "Metros", algo como "Batismo da Mãe". Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma corruptela de Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo uma das representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth. Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual existem os bíblicos Behemot e Leviathan. De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são
  • 26. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 26 rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam "Baphe" e "Metios". Assim, teríamos a expressão "Tintura de Sabedoria", ou o já apresentado "Batismo de Sabedoria", como o significado de Baphomet. Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para "Pai do Entendimento" ou "Cabeça do Conhecimento". Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma "Cabeça", veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito. Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século 19 pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi. De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo: "Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.
  • 27. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 27 O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina. Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular." Devido à eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios. A Imagem de Eliphas Levi A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como vemos no início deste texto do site GnosisOnline, foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constant, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes. Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes. Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares, o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados "positivos" das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados os "negativos".
  • 28. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 28 Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade, enquanto no segundo a expiação e morte do Deus. As inscrições SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do Hermafrodita de Khunrath, esses dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente. As inscrições são dois polos que marcam o ciclo solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida. Em seu livro está: "O bode que é representado no nosso frontispício, traz na fronte o signo do pentagrama, com a ponta para cima, o que é suficiente para fazer dele um símbolo de luz; faz com as mãos o sinal do ocultismo, e mostra em cima a lua branca de Chesed e embaixo a lua preta de Geburah. Este sinal exprime o perfeito acordo da misericórdia com a justiça. Um dos seus braços é feminino, o outro é masculino, como no andrógino Khunrath, cujos atributos tivemos de reunir aos do nosso bode, pois que é um único e mesmo símbolo. O facho da inteligência que brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal; é também a figura da alma elevada acima da matéria, como a chama está presa ao facho. A cabeça horrenda do animal exprime o horror do pecado de que só o agente material, único responsável, deve para sempre sofrer a pena: porque a alma é impassível por sua própria natureza, e só chega a sofrer, materializando-se. O caduceu, que está em lugar do órgão gerador,
  • 29. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 29 representa a vida eterna; o ventre coberto de escamas é a água; o círculo que está em cima é a atmosfera; as penas que vem depois são o emblema do volátil; depois, a humanidade é representada pelos dois seios e os braços andróginos desta esfinge das ciências ocultas. Eis dissipadas as trevas do santuário infernal, eis a esfinge dos terrores da Idade Média adivinhada e precipitada do seu trono; 'quomodo cecidisti, Lúcifer'? O terrível Baphomet não é mais, como todos os ídolos monstruosos, enigmas da ciência antiga e dos seus sonhos, senão um hieróglifo inocente e até piedoso." (Dogma e Ritual da Alta Magia, Ed. Pensamento) A essa propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico Basilides ainda no século II. A imagem do Baphomet de Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio Filosofal ou do Andrógino Primordial. Também de Eliphas Levi vem outra curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma cifrada de se dizer TEM OHP AB, uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum Pacis Abbas. Como Nome Mágico de Aleister Crowley Crowley usou este nome como motto na O.T.O. Durante seis anos ele tentou descobrir sua exata grafia. Ele sabia apenas que deveria ter 8 letras.
  • 30. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 30 Uma das suas parceiras mágicas, doutora em farmácia, especializada em análises patológicas e posteriormente perfumes, fumava ópio quando passou a ter visões, dizendo que "Um Feiticeiro" gostaria de falar com ele. Como Crowley insistiu em saber a identidade do "Feiticeiro". Como teste perguntou: "Se você possuía o conhecimento superior que declarara, então diga-me, como escreve-se Baphomet?" Como o a amiga não sabia nada de hebraico ou grego, ele achou que seria um bom teste. A entidade respondeu que deveria haver um "R" no final (BAFVMIThR, trocando Ayin por Vau, 6 em vez de 70). Crowley tinha duas teorias: de que seria uma variação do nome grego bafo methis, que significa o "batismo da sabedoria", ou que seria uma corruptela de Pai Mithras. A resposta batia com a segunda opção, cuja a soma resulta em 729, um número que nunca antes aparecera nos cálculos cabalísticos da Besta. Significava apenas o cubo de 9. Baphomet era o Pai Mithras (por isso que os Templários deram esse nome ao ídolo), a rocha cúbica que ficava no canto do Templo. Baphomet para G.O Mebes G.O Mebes define Baphomet como o deus astral e como sendo o mesmo que Nahashe seu campo de atividade é a Humanidade Universal. Segundo o autor, todos os globos são imantados por um turbilhão astral ao mesmo tempo evolutivo e involutivo e o turbilhão involutivo é Baphome pois ele inicia nos planos superiores e desce ao planos inferiores. O caminho para a Reintegração seria libertar-se das cadeias do astral inferior. O autor explica a gravura a partir da representação do arcano xv do Taro de Marselha.
  • 31. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 31 A figura sentada sobre um cubo, representa as quatro virtudes herméticas, sendo o portador dos símbolos dos quatro elementos. A figura está com as pernas cruzadas de modo que o casco direito está do lado esquerdo do globo sobre o qual se apoia; e o casco esquerdo está do lado direito do mesmo globo para representar o modo invertido como o não- Iniciado percebe o astral Janus Janus, ou também nomeado como Jano, é um Deus de origem pré- latina e muito cultuado pelos romanos, ele é um Deus que representa a dualidade, é o porteiro celestial, Deus das Portas e Portais como também e das entradas, Senhor do sol e do dia, das indecisões e representante dos términos e dos começos, passado e futuro e das transições. Seu mês é Janeiro, o primeiro mês do ano o qual leva seu nome, é um mês que tem em si um pouco do passado e a promessa do futuro que o início do ano marca. Ele era considerado o Pai dos Deuses e é dito que foi o primeiro Deus a ser cultuado em cerimônia em Roma antes dos deuses gregos serem introduzidos as crenças romanas, e assim, Janus passando a ser considerando um Deus Menor. Diz a história, que os Cavaleiros Templários mantinham dentro dos seus templos uma estátua de um deus com duas faces: Janus. Possivelmente, daí os maçons tiraram a sua adoração também por aquele Deus, mas evitando contradizer os ensinamentos da Igreja Católica, teriam eles (os maçons) alterado o nome do Deus para São João (o Batista, da Igreja Católica) e até nos dias de hoje, a maçonaria rende homenagem a dois santos com o mesmo nome, diferenciados em suas características cristãs, sendo um “o batista” e o outro “o evangelista”. As lendas contam que Janus era um homem mortal que nasceu na Tessália que se localiza na Grécia e ao se mudar para o Lácio, casou- se com a rainha e assim dividindo o reino. Após a morte de sua esposa, Janus passou a governar sozinho todo o território e dedicou seu governo as transformações, desenvolvimentos científicos, criação de leis,
  • 32. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 32 aprimoramento do cultivo e as primeiras moedas correntes, muitas mudanças foram implementadas durante seu reinado trazendo para o Lácio um período de paz e prosperidade nunca visto antes. Ao morrer, Janus recebeu o status de Deus, devido à sua vida dedicada às transformações, adquirindo assim a dualidade do deus das transições, olhando tanto para o passado como para o futuro. Sua representação era a de um homem com duas faces, uma voltada para o passado e uma voltada para o futuro, mas também há representações das faces como a de um homem jovial e belo (representando o futuro) e de um ancião de olhar profundo (representando o passado). Sua equivalência feminina e também considerada consorte é a Deusa Jana, Deusa da Lua, Caminhos, Magia e muito cultuada até hoje em várias tradições da Stregheria e também ela era representada com duas faces, uma olhando sempre para o passado e a outra para o futuro. Os romanos o associaram também com o deus estruco Ani, Deus do Céu, que como Janus, era representado com duas faces. Ele era adorado no primeiro dia de todos os meses, nas épocas de plantio e colheitas, nos casamentos, nascimentos e acontecimentos considerados importantes na vida das pessoas, representava também momentos de transição e escolhas que mudavam os cursos da vida. Seu templo tinha uma porta voltada para o Leste, onde o Sol e a Lua nascia, e uma porta para o Oeste, onde os astros sumiam ao horizonte fechando o ciclo do dia e da noite. Seu templo também tinha uma serventia simbólica, em dias de paz suas portas estavam sempre fechadas e nos dias de guerra eram abertas, de acordo com os mitos as portas de seu templo só foram fechadas duas vezes na história — uma no reinado de Numa e outra no de Augusto. Nos fóruns romanos também foram construídos templos a Janus, mas estes continham quatro portais chamados Quadrifons Ianus e a maioria dos portões das cidades romanas havia uma representação das faces de Janus. Na mitologia uma das faces de Janus falava a verdade enquanto a outra mentia, confundindo assim a pessoa na hora de fazer uma escolha importante que poderia trazer grandes consequências, isto mostra a dualidade de Janus e seu papel como Deus das indecisões, pois
  • 33. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 33 representava assim aquele que acalenta e guia, protege e ama ao mesmo tempo que aquele que engana, que trai, que odeia e que trapaceia. Algumas tradições acreditavam que Janus também encarnava o caos, tanto exterior como interior. Algumas das simbologias associadas a Janus é o oculto e o conhecido, a verdade e a mentira, a Lua e o Sol, o passado e o futuro, a dualidade que todos temos dentro de nós e que muitas vezes se manifesta em momentos cruciais de nossas vidas, nos confundindo e embaralhando nossos sentimentos e a capacidade de raciocinar, o emocional em atrito com o racional. Seu símbolo é uma chave a qual abre todas as portas e possibilidades como também as tranca. Seu mês é Janeiro. Na Streghria ele é cultuado como Ani, o Deus do Sol, tendo participação crucial durante a Roda do Ano. Notamos que este símbolo “das chaves” foi adotado pela Igreja católica junto a São Pedro que detém as chaves do céu. "Em todas as épocas o Homem tem se inclinado sobre o seu destino, fazendo a si mesmo a tríplice pergunta: "Quem somos?, De onde viemos?, Para onde vamos?" - Se não podemos ainda antecipar sobre o futuro ou preconceber sobre o devir, isso se deve na verdade a uma razão bem simples: não conhecemos a outra face de JANUS, que é a do passado, ou antes, julgamos ver seu rosto, e esse rosto, entretanto, continua afogado na sombra" Leis e Regulamentos dos Templários A Regra Primitiva dos Templários Trad. Monserrat Robrenyo, Barcelona, 2000. Trad. Mrs. Judith Upton-Ward (Reimpressa com a amável permissão do autor)
  • 34. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 34 Esta tradução do original, ou primitiva, Regra dos Templários está baseada na edição de 1886 de Henri de Curzon, A Regra do Templo como Manual Militar, ou Como Desempenhar um Posto de Cavalaria. Representa a Regra dada aos recém originados Cavaleiros do Templo pelo Concílio de Troyes, 1129, embora "não se deva esquecer que a Ordem já existia durante vários anos e desenvolvido suas próprias tradições e costumes antes da aparição de Hugues de Payens no Concílio de Troyes. Portanto, até certo ponto, a Regra Primitiva é baseada em práticas já existentes".(Upton-Ward, p.11) Esta tradução é cópia da "A Regra dos Templários" de Judith Upton-Ward, Woodbridge: The Boydell Press, 1992, e foi reeditada com sua permissão. A Regra dos Templários inclui uma introdução de Upton- Ward; também a Regra dos Templários Primitiva e seus estatutos hierárquicos, castigos sobre normas de conduta, vida conventual, capítulos ordinários, admissão na Ordem e um apêndice por Matthew Bennett, "A Regra do Templo como um Manual Militar, ou Como desempenhar um Posto de Cavalaria". O livro é extremamente recomendável para aqueles interessados nos Templários ou em qualquer ordem militar. Agora também em formato econômico. As notas para a Regra Primitiva, facilitada por Mrs. Upton-Ward na Regra dos Templários, não se incluem neste texto. São de considerável interesse e deveriam ser consultadas por aqueles que desejam estudar a Regra com mais detalhe. Nota do tradutor para o Português: Toda a matéria relativa à Regra Primitiva dos Templários, inclusive a que antecede a presente Nota, foi extraída do texto original em Espanhol constante do site www.osmtj.org - Espanha.
  • 35. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 35 A Regra Primitiva Aqui começa o prólogo à Regra do Templo 1. Dirigimo-nos, em primeiro lugar, a todos aqueles que com discernimento rechaçam sua própria vontade e desejam de todo o coração servir a seu rei soberano como cavaleiro; levar com supremo afã, e permanentemente, a mui nobre armadura da obediência. E, portanto, nós os convidamos a seguir os escolhidos por Deus entre a massa perdida aos quais propiciou, em virtude de sua sutil misericórdia, defender a Santa Igreja, e que vós ansiais abraçar para sempre. 2. Sobre todas as coisas, quem quer ser um cavaleiro de Cristo escolhendo essas sagradas ordens em sua profissão de fé, deve unir simples diligência e firme perseverança, que é tão valiosa e sagrada e se revela tão nobre, que se se mantém impoluta para sempre, merecerá acompanhar os mártires que deram suas almas por Cristo Jesus. Nesta ordem religiosa floresceu e se revitaliza a ordem de cavalaria. A cavalaria, apesar do amor pela justiça que constitui seu dever, não cumpriu com seus deveres para com os pobres, viúvas, órfãos e igrejas defendendo- os, antes se aparelharam para destruir, despojar e matar. Deus, que atua conforme para conosco, e nosso salvador Cristo Jesus, enviou seus seguidores, desde a cidade Santa de Jerusalém aos quartéis da França e Borgonha, para nossa salvação e exemplo da verdadeira fé, pois não cessam de oferecer suas vidas por Deus em piedoso sacrifício. 3. Ante isso nós, em deleite e irmanados, por requerimento do Mestre Hugues de Payens, por quem a mencionada ordem de cavalaria foi
  • 36. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 36 fundada com a graça do Espírito Santo, nos reunimos em Troyes, dentre as províncias mais além das montanhas, na festa de São Hilário, no ano da encarnação de Cristo Jesus de 1128, no nono ano após a fundação da anteriormente mencionada ordem de cavalaria. Da conduta nos princípios da Ordem de Cavalaria escutamos em capítulo comum dos lábios do anteriormente citado Mestre, Irmão Hugues de Payens, e de acordo com as limitações de nosso entendimento, o que nos pareceu correto e benéfico elogiamos, e o que nos pareceu errôneo rechaçamos. 4. E tudo o que aconteceu naquele Conselho não pode ser contado nem recontado e para que não seja tomado por precipitação nossa, senão considerado com sábia prudência, desejamos a discrição de ambos, nosso honorável padre o Senhor Honório e do nobre Patriarca de Jerusalém, Esteban, que conhece os problemas do Leste e dos Pobres Cavaleiros de Cristo; por conselho do concilio comum o aprovamos unanimemente. Embora um grande número de padres religiosos reunidos em capítulo aprovou a veracidade de nossas palavras, não obstante não devemos silenciar os verdadeiros pronunciamentos e juízos que emitiram. 5. Portanto, eu, Jean Michel, a quem foi encomendado e confiado tão divino serviço, pela graça de Deus, servi de humilde escriba do presente documento por ordem do conselho e do venerável padre Bernardo, abade de Clairvaux. O nome dos Padres que compareceram ao Concílio 6. Primeiro foi Mateo, bispo de Albano, pela graça de Deus, legado da Santa Igreja de Roma; R[enaud], arcebispo de Reims; H[enri}, arcebispo de Sens; e seus clérigos: G[ocelin], bispo de Soissons; o bispo de Paris; o bispo de Troyes; o bispo de Orlèans; o bispo de Auxerre; o bispo de Meaux; o bispo de Chalons; o bispo de Laon; o bispo de Beauvais; o abade de Vèzelay, que posteriormente foi arcebispo de Lyon
  • 37. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 37 e legado da Igreja de Roma; o abade Citeaux; o abade de Pontigny; o abade de Trois-Fontaines; o abade de St. Denis de Reims; o abade de St- Etienne de Dijon; o abade de Molesmes; ao anteriormente mencionado B[ernard], abade de Clairvaux: cujas palavras o anteriormente citado elogiou abertamente. Também estiveram presentes o mestre Aubri de Reims; mestre Fulcher e vários outros que seria tedioso mencionar. E dos outros que não se mencionaram, é importante assentar, neste assunto, de que são amantes da verdade: eles são o conde Theobald; o conde de Nevers; Andrè de Baudemant. Estiveram no concílio e atuaram com perfeito e cuidadoso estudo selecionando o correto e descartando o que não lhes parecia justo. 7. E também estava presente o Irmão Hugues de Payens, Mestre de Cavalaria, com alguns dos irmãos que o acompanharam. Estes eram Irmão Roland, Irmão Godefroy, e Irmão Geoffroi Bisot, Irmão Payens de Montdidier, Irmão Archambaut de Saint-Amand. O próprio Mestre Hugues com seus seguidores anteriormente citados, expuseram os costumes e observâncias de seus humildes começos e um deles disse: 'Ego principium qui est loquor vobis', que significa "Eu que falo a vós sou o princípio" segundo minha lembrança pessoal. 8. Agradou ao concílio ordinário que as deliberações e o estudo das Sagradas Escrituras, que se examinaram profundamente com a sabedoria de meu senhor H[onorius], papa da Santa Igreja de Roma, e do Patriarca de Jerusalém, se fizessem ali em conformidade com o capítulo. Juntos, e de acordo com os Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo que está em Jerusalém, deve-se pôr por escrito e não esquecido, zelosamente guardado, de tal forma que para uma vida de observância possam se referir a seu criador como mais doce que mel e em conformidade com Deus, cuja piedade parece óleo e nos permite ir a Ele a quem desejamos servir 'Per infinita saecula saeculorum.Amen'. Aqui começa a Regra dos Pobres Cavaleiros do Templo
  • 38. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 38 9. Vós, os que renunciais à vossa vontade, e vós, os outros, os que servis a um rei soberano com cavalos e armas para salvação de vossas almas e por tempo estabelecido, atendereis com desejo virtuoso ao ouvir as matinas e ao serviço completo, segundo a lei canônica e aos costumes dos mestres da Cidade Santa de Jerusalém. Oh vós, veneráveis irmãos, que Deus esteja convosco, se prometeis desprezar o mundo por perpétuo amor a Deus, desterrar as tentações de vosso corpo, sustentado pelos alimentos de Deus, beber e ser instruído nos mandamentos de Nosso Senhor, ao final do ofício divino nenhum deve temer entrar em batalha se, por fim, usais a tonsura. 10. Mas se qualquer irmão for enviado para o trabalho da casa e pela Cristandade no Leste - algo que cremos ocorrerá frequentemente - e não puder ouvir o divino ofício, deverá dizer em lugar das matinas treze pai-nossos; sete por hora e nove às vésperas. E todos juntos ordenamos que assim o faça. Mas aqueles que foram enviados e não puderem voltar para assistir ao divino ofício, se lhes for possível às horas estabelecidas, que não deverão ser omitidas, render a Deus sua homenagem. A Forma em que devem ser recebidos os Irmãos 11. Se qualquer cavaleiro secular, ou qualquer outro homem, deseja deixar a massa de perdição e abandonar a vida secular escolhendo a vossa comunidade, não consintais em recebê-lo imediatamente, porque segundo disse meu Senhor São Paulo: 'Probate spiritus si ex Deo sunt'. Que quer dizer: "Prove-lhe a alma para ver se vem de Deus". Sem embargo, se a companhia de seus irmãos lhe deve ser concedida, deixai que a ele seja lida a Regra, e se deseja explicitamente obedecer os mandamentos da Regra, e compraz tanto ao Mestre quanto aos irmãos o receber-lhe, deixai-o revelar seu desejo perante todos os irmãos reunidos em capítulo e fazer sua solicitação com coração digno.
  • 39. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 39 Sobre Cavaleiros excomungados 12. Onde saibais que se concentram cavaleiros excomungados, aí os obrigamos a ir; e se alguém deseja se unir à ordem de cavalaria proveniente de regiões distantes, não devereis considerar tanto o valor terrenal como o valor da eterna salvação de sua alma. Nós ordenamos que seja recebido condicionalmente, que se apresente perante o bispo da província e o comunique de sua intenção. E, quando o bispo o houver escutado e absolvido, o enviará ao Mestre e irmãos do Templo, e se sua vida for honesta e merecedora de sua companhia, se parece justo ao Mestre e irmãos, deixai que seja piedosamente recebido; e se morrer durante esse tempo, pela angústia e tormento que sofreu, deixai que se lhe outorguem todos os favores da irmandade, dados a cada um dos Pobres Cavaleiros do Templo. 13. Sob nenhuma outra circunstância deverão os irmãos do Templo compartilhar da companhia dos indiscutivelmente excomungados, nem que se fiquem com seus pertences; e isso deve ser encarecidamente proibido porque seria terrível que fossem assim mesmo repudiados. Mas, se só lhe foi proibido escutar o Divino Ofício, é certamente possível permanecer em sua companhia, assim como ficar com seus pertences, entregando-os à caridade com a permissão de seu comandante. Sobre não aceitar meninos 14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na vida religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje entregar seu filho eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até que seja capaz de usar as armas com vigor e liberar a terra dos inimigos de Cristo Jesus. Então, que sua mãe e pai o levem à casa e que sua petição seja conhecida pelos irmãos; e é muito melhor que não tome os votos quando menino, senão ao ser maior, pois é conveniente que não se arrependa disso, do que o faça. E em seguida que seja posto à prova de
  • 40. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 40 acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos, conforme a honestidade de sua vida ao solicitar ser admitido na irmandade. Sobre os que estão demasiado tempo de pé na Capela 15. Foi-nos feito saber, e o escutamos de testemunhas presenciais, que de forma imoderada e sem restrição alguma, vós escutais o divino ofício de pé. Nós não ordenamos que comportais dessa forma, ao contrário o desaprovamos. Dispomos que, tanto os fortes quanto os debilitados, para evitar desordens, cantem o salmo chamado Venite com a invitatória e o hino sentados, e digam suas orações em silêncio, em voz baixa não vociferando, para não perturbar as orações dos outros irmãos. 16. Mas ao final dos salmos, quando se canta o 'Gloria Patri' em reverência à Santíssima Trindade, vos poreis de pé e vos inclinareis frente ao altar, enquanto os debilitados ou enfermos só inclinarão a cabeça. Portanto, mandamos que, quando a explicação dos Evangelhos seja lida, e se cante o 'Te Deum laudamus', e enquanto se cantem os louvores, e as matinas terminam, vós estejais de pé. Desta mesma forma determinamos que permaneceis de pé durante as matinas e em todas as horas de Nossa Senhora. Sobre a vestimenta dos Irmãos 17. Dispomos que todos os hábitos dos irmãos sejam de uma só cor, quer seja branco, negro ou marrom. E sugerimos que tanto no inverno como no verão, se for possível, usem capas brancas; e a ninguém que não pertença à mencionada cavalaria de Cristo lhe será permitido ter uma capa branca para que aqueles que hajam abandonado a vida em obscuridade se reconheçam uns aos outros como seres reconciliados
  • 41. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 41 com seu criador pelo símbolo de seus hábitos brancos: que significa pureza e completa castidade. A Castidade é certeza no coração e saúde no corpo. Porque se um irmão não toma votos de castidade não pode aceder ao eterno descanso nem ver a Deus, pela promessa do apóstolo que disse: 'sectamini cum omnibus et castimoniam sine qua nemo Deum videbit'. Que significa: "Luta para levar a paz a todos, mantem-te casto, sem o qual ninguém pode ver a Deus". 18. Mas essas vestimentas deverão se manter sem riquezas e sem nenhum símbolo de orgulho. E assim, nós exigimos que nenhum irmão use pele em suas vestimentas, nem qualquer outra coisa que não pertença ao uso do corpo, nem tão sequer uma manta que não seja de lã or cordeiro. Concordamos em que todos tenham o mesmo, de tal forma que possam se vestir e se despir, e por e tirar as botas com facilidade. E o alfaiate, ou quem faça suas funções, deverá se mostrar minucioso e cuidar que se mantenha a aprovação de Deus em todas as coisas mencionadas, para que os olhos dos invejosos e mal intencionados não possam observar que as vestimentas sejam demasiado compridas ou curtas; deverá distribuí-las de tal maneira que sejam da medida de quem as há de usar, segundo a corpulência de cada um. 19. E se algum por orgulho ou arrogância deseja ter para ele um melhor e mais fino hábito, dai-lhe o pior. E aqueles que recebam vestimentas novas deverão imediatamente devolver as velhas para que sejam entregues a escudeiros e sargentos, e com frequência aos pobres, segundo o que considere conveniente o encarregado desse mister. Sobre as Camisas 20. Entre outros assuntos sobre os que regulamos, devido ao intenso calor existente no Leste, desde a Páscoa até Todos os Santos, graças à compaixão e de nenhuma forma como de direito, uma camisa de linho será entregue ao irmão que assim o solicite.
  • 42. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 42 Sobre a Roupa de Cama 21. Ordenamos por unanimidade que cada homem tenha a roupa e lençóis de acordo com o juízo de seu Mestre. É nosso propósito que um colchão, um almofadão e uma colcha são suficientes para cada um; e àquele que lhe falte um desses pode usar uma coberta e uma colcha de linho que seja sempre de fio fino, e dormirão sempre vestidos com camisa e calça, sapatos e cinturões, e onde repousem deverá sempre haver uma luz acesa até a manhã. E o Alfaiate se assegurará que os irmãos estejam tão bem tonsurados que possam ser examinados tanto de frente como de costas; e nós ordenamos que vós adirais a essa mesma conduta no tocante a barbas e bigodes para que nenhum excesso se mostre em seus corpos. Sobre Sapatos pontiagudos e Cadarços 22. proibimos os sapatos pontiagudos e os cadarços e condenamos que um irmão os usem; nem os permitimos àqueles que servem na casa por tempo determinado; melhor, proibimos que os usem em qualquer circunstância. Porque é manifesto e bem sabido que essas coisas abomináveis pertencem aos pagãos. Também não deverão usar nem o cabelo nem o hábito demasiado compridos. Porque aqueles que servem ao soberano Criador devem surgir da necessidade dentro e fora mediante a promessa do próprio Deus que disse: 'Estote mundi quia ego mundus sum'. Que quer dizer: "Nasça como eu nasço". Como devem comer
  • 43. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 43 23. No palácio, ou o que deveria se chamar refeitório, devereis comer juntos. Porém, se estais necessitado de algo, pois não estais acostumados aos utilizados pelos religiosos, em voz baixa e em particular devereis pedir o que necessitais na mesa com toda a humildade e submissão. Porque o Apóstolo disse: 'Manduca panem tuo cum silentio'. Que significa: "Come teu pão em silêncio". E o Salmista: 'Posui ore meo custodiam'. Que quer dizer: "Eu reprimi minha língua". Que significa que "Eu creio que minha língua me trairia" o que vem a ser "Calei para não falar mal". Sobre a Leitura da Lição 24. Sempre, durante a refeição e ceia no convento, que se leiam as Sagradas Escrituras, se isso for possível. Se amamos a Deus, suas Santas palavras e seus Santos Mandamentos desejaremos escutar atentamente; e o leitor do texto exigirá silêncio antes de começar a ler. Sobre Recipientes e Cálices 25. Devido à escassez de recipientes os irmãos comerão aos pares, de tal forma que um possa observar de mais perto o outro para que nem a austeridade nem a abstinência em segredo sejam introduzidas na refeição da comunidade. E nos parece justo que cada irmão tenha a mesma quantidade de vinho em sua taça. Sobre comer Carne 26. Deverá ser suficiente comer carne três vezes por semana, exceto no Natal, Todos os Santos, Assunção e na festividade dos doze apóstolos. Porque se entende que o costume de comer carne corrompe o corpo. Porém, se num jejum em que se deve suprimir a carne cair numa
  • 44. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 44 terça-feira, no dia seguinte será dada uma grande porção aos irmãos. E nos Domingos todos os irmãos do Templo, os capelães e clérigos receberão dois ágapes de carne em honra à santa ressurreição de Cristo Jesus. E os demais da casa, que inclui os escudeiros e sargentos, deverão se contentar com uma refeição e ser agradecidos ao Senhor por ela. Sobre as refeições durante a Semana 27. Sobre os outros dias da semana, que são segunda-feira, quarta-feira e inclusive Sábados, os irmãos tenham duas ou três refeições de vegetais ou outros pratos comidos com pão; e nós cremos que seja suficiente e ordenamos que assim seja, de tal maneira que aquele que não comer em uma refeição o faça na outra. Sobre a refeição de Sexta-feira 28. Às Sextas-feiras, que se ofereça à toda a congregação refeição quaresmal, oriunda da reverência pela paixão de Cristo Jesus; e fareis abstinência desde a festividade de Todos os Santos até a Páscoa, exceto no dia de Natal, da Assunção e da festividade dos doze apóstolos. Porém, os irmãos debilitados ou enfermos não deverão ser obrigados a isso. Desde a Páscoa até a festa de Todos os Santos podem comer duas vezes, conquanto não seja abstinência geral. Sobre dar Graças 29. Sempre depois de cada refeição ou ceia todos os irmãos deverão dar graças a Deus na igreja e em silêncio se essa se encontra no lugar onde fazem a refeição, e se não estiver no mesmo lugar onde hajam tomado a refeição, com humildade deverão dar graças a Cristo Jesus, que é o Senhor que Provê. Deixai que os pedaços de pão rompido sejam dados aos pobres, e os que estejam em rodelas inteiras sejam guardados.
  • 45. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 45 Embora a recompensa dos pobres seja o reino dos céus, se oferecerá aos pobres sem qualquer dúvida, e a fé Cristã os reconhecerá entre os seus; portanto, concordemos que uma décima parte do pão seja entregue a vosso Esmoleiro. Sobre a Merenda 30. Quando cai o sol e começa a noite escutais o sinal do sino ou a chamada à oração, segundo os costumes do país, e acudís todos ao capítulo. Porém, dispomos que primeiro merendeis, se bem que deixamos a tomada desse refrigério ao arbítrio e discrição do Mestre. Quando quiserdes água ou ordenais, por caridade, vinho aguado, que se lhes dê com comedimento. Certamente, não deverá ser em excesso, senão com moderação. Porque Salomão disse: 'Quia vinunfacit apostatare sapientes'. Que quer dizer: "que o vinho corrompe os sábios". Sobre se manter em Silêncio 31. Quando os irmãos saírem do capítulo não devem falar abertamente, exceto em uma emergência. Deixai que cada um vá para sua cama tranquilo e em silêncio, e se necessita falar a seu escudeiro, deverá dizer em voz baixa. Mas, se por casualidade, à saída do capítulo, a cavalaria ou a casa tem um sério problema que deve ser resolvido antes da manhã, entendemos que o Mestre ou o grupo de irmãos maiores que governam a Ordem pelo Mestre, podem falar apropriadamente. E por esta razão obrigamos que seja feita desta maneira. 32. Porque está escrito: 'In multiloquio non effugies peccatum'. Que quer dizer: "O falar em demasia não está livre de pecado". E em algum outro lugar: 'Mors et vita in manibus lingue'. Que significa: "A vida e a
  • 46. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 46 morte estão sob o poder da língua". E dentro desse entendimento nós conjuntamente proibimos palavras vãs e ataques estrondosos de riso. E se algo se disse durante essa conversa que não deveria ter sido dito, ordenamos que ao recostar-vos rezeis um pai-nosso com bastante humildade e sincera devoção. Sobre os Irmãos Convalescentes 33. Os irmãos que, devido aos trabalhos da casa, padeçam de enfermidade, podem se levantar às matinas com o consentimento e permissão do Mestre ou daqueles que se encarreguem desse mister. Deverão dizer em lugar das matinas treze pai-nossos, assim fica estabelecido, de tal forma e maneira que suas palavras reflitam seu coração. Assim o disse David: 'Psallite sapienter'. Que significa: "Canta com sabedoria". E igualmente disse David: 'In conspectu Angelorum psallam tibi'. Que significa: "Eu cantarei para ti ante os anjos". E deixai que isso seja sempre assim e à discrição do Mestre ou daqueles encarregados de tal mister. Sobre a Vida em Comunidade 34. Lemos nas Sagradas Escrituras: 'Dividebatur singulis prout cuique opus erat'. Que significa: "A cada um lhe será dado segundo sua necessidade". Por essa razão nós decidimos que nenhum estará acima de vós, senão que todos cuidareis dos enfermos; e aquele que está menos enfermo dará graças a Deus e não se preocupará; e permitireis que aquele que estiver pior se humilhe mediante sua debilidade e não se orgulhe pela piedade. Desse modo todos os membros viverão em paz. E proibimos a todos que abracem a excessiva abstinência, antes que firmemente mantenham a vida em comunidade.
  • 47. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 47 Sobre o Mestre 35. O Mestre pode, a quem lhe apraza, entregar o cavalo e a armadura e o que deseje de outro irmão, e o irmão cuja coisa pertencia não se sentirá vexado nem aborrecido: por que se se aborrece irá contra Deus. Sobre dar Conselhos 36. Permitir só àqueles irmãos que o Mestre reconhece que darão sábios e bons conselhos sejam chamados para a reunião; e assim os ordenamos, e que de nenhuma outra forma alguém possa ser escolhido. Porque quando ocorrer que se deseje tratar de matérias serias como a entrega de terra comunal, ou falar dos assuntos da casa, ou receber a um irmão, então, se o Mestre o desejar, ser apropriado reunir a congregação inteira para escutar o conselho de todo o capítulo; e o que considere o Mestre melhor e mais benéfico, deixar que assim se faça. Sobre os Irmãos enviados a Ultramar 37. Os Irmãos que sejam enviados a diversos países do mundo deverão observar os mandatos da Regra segundo sua habilidade e viver sem desaprovação no que diz respeito a carne e o vinho, etc, para que recebam elogios de estranhos e não macular por feitos e palavras os preceitos da Ordem, e para ser um exemplo de boas obras e sabedoria; acima de tudo, para que aqueles com os quais se associem e em cuja pousadas repousem, sejam recebidos com honra. E a ser possível, a casa onde durmam e se hospedem que não fique sem luz durante a noite, para que os tenebrosos inimigos não os conduzam à maldade, dado que Deus assim o proíbe.
  • 48. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 48 Sobre Manter a Paz 38. Cada irmão deve se assegurar de não incitar outro à ira ou aborrecimento, porque a soberana piedade de Deus vê o irmão forte de forma igual que a um debilitado, em nome da Caridade. Como devem atuar os Irmãos 39. A fim de levar a cabo seus santos deveres, merecer a Glória do Senhor e escapar do temível fogo do inferno, é concorde que todos os irmãos professos obedeçam estritamente a seu Mestre. Porque nada é mais agradável a Cristo Jesus que a obediência. Por esta razão, tão logo seja ordenado pelo Mestre ou em quem haja delegado sua autoridade, deverá ser obedecido sem dilação como se o Cristo o tivesse imposto. Por isso Cristo Jesus pela boca de David disse e é certo: 'Ob auditu auris obdevit mihi'. Que quer dizer: "Me obedeceu tão pronto me escutou". 40. Por esta razão rezamos e firmemente damos como ditame aos irmãos cavaleiros que abandonaram sua ambição pessoal e a todos aqueles que servem por um período determinado, a não sair por povoados ou cidades sem a permissão do Mestre ou de quem o haja delegado, exceto pela noite ao Sepulcro e outros lugares de oração dentro dos muros da cidade de Jerusalém. 41. Lá, os irmãos irão aos pares, e de outra forma não poderão sair nem de dia nem de noite; e quando se detiverem em uma pousada, nenhum irmão, escudeiro ou sargento pode acudir aos aposentos de
  • 49. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 49 outro para vê-lo ou falar com ele sem permissão, tal como foi dito. Ordenamos, por unânime consentimento, que nesta Ordem regida por Deus, nenhum irmão deverá lutar ou descansar segundo sua vontade, senão seguindo as ordens do Mestre, a quem todos devem se submeter, para que sigam as indicações de Cristo Jesus, que disse: 'Non veni facere voluntatem meam, sed ejus qui meset me Patris'. Que significa: "Eu não vim para fazer minha própria vontade, senão a vontade de meu pai, quem me enviou". Como devem Possuir e Intercambiar 42. Sem a permissão do Mestre ou de quem em seu lugar ostente o cargo, que nenhum irmão intercambie coisa alguma com outro, nem mesmo peça, a menos que seja de escasso valor ou nulo. Sobre Fechos 43. Sem permissão do Mestre ou quem o represente, nenhum irmão terá uma bolsa ou sacola que possa ser fechada; mas os diretores de casas ou províncias e o Mestre não observarão isso. Sem o consentimento do Mestre ou seu comandante, que nenhum irmão tenha carta de seus parentes ou outras pessoas; mas se tem permissão, e assim o quer o Mestre ou comandante, essas cartas podem ser lidas. Sobre Presentes de leigos 44. Se algo que não se pode conservar, como a carne, for presenteado em agradecimento a um irmão por um leigo, este o apresentará ao Mestre ou ao Comandante de gêneros alimentícios. Porém se ocorre que algum de seus amigos ou parentes deseje presentear só a ele, que não se aceite sem a permissão do Mestre ou seu delegado. E
  • 50. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 50 mais, se o irmão recebe qualquer outra coisa de seus parentes, que não o aceite sem permissão do Mestre ou de quem ostenta o cargo. Especificamos que os comandantes ou mordomos, que estão a cargo desses ofícios, que não se atenham à citada regra. Sobre Faltas 45. Se algum irmão, falando ou em tropa indisciplinada, ou de algum outro modo comete um pecado venial, deverá voluntariamente dize-lo ao Mestre para se redimir com o coração limpo. Se não costuma a se redimir desse modo, que receba uma penitência leve, mas se a falta é muito séria, que se alije da companhia de seus irmãos de tal forma que não coma nem beba na mesa com eles, senão sozinho; e se submeterá à piedade e juízo do Mestre e irmãos, para que seja salvo do Juízo Final. Sobre faltas Graves 46. Acima de tudo, devemos nos assegurar que nenhum irmão, poderoso ou não, forte ou debilitado, que deseje promover gradualmente reinvindicações orgulhosas, que defenda seu próprio crime e permaneça sem castigo. Porém, se não quiser se submeter por isso, que receba um castigo maior. E se misericordiosas orações do conselho se rezam por ele a Deus, e ele não quiser se emendar, senão que se orgulha mais e mais disso, que seja erradicado do rebanho piedoso, segundo o que o apóstolo disse: 'Auferte malum ex vobis'. Que quer dizer: "Aparta os malvados dentre os teus". É necessário para vós separar as ovelhas perversas da companhia dos irmãos piedosos. 47. E mais, o Mestre, que deve levar em suas mãos o báculo - e bastão de mando que sustenta as debilidades e fortaleza dos demais, deverá se ocupar disso. Mas também, como meu senhor St. Maxime
  • 51. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 51 disse:" Que a misericórdia não seja maior que a falta, nem que o excessivo castigo conduza o pecador a regressar às suas más ações". Sobre a Maledicência 48. Mandamos, por divino conselho, o evitar as pragas da inveja, maledicência, despeito e calúnia. Portanto, cada um deve guardar zelosamente o que o apóstolo disse: 'No sis criminator et susurro in populu'. Que significa: "Não acuses ou prejudique o povo de Deus". Mas quando um irmão saiba com certeza que seu companheiro pecou, em privado e com fraternal misericórdia, que seja ele mesmo quem o admoeste secretamente, e, se não quiser escutar, outro irmão deverá ser chamado, e se os recusa a ambos, deverão dizê-lo publicamente perante o capítulo. Aqueles que depreciam seus semelhantes sofrem de terrível cegueira e muitos estão cheios de grande tristeza já que não desarraigam a inveja que sentem dos outros; e por isso, serão arremessados para a imemorável perversidade do demônio. Que ninguém se orgulhe de suas faltas 49. As palavras vãs se sabe serem pecaminosas, e as dizem aqueles que se orgulham de seu próprio pecado frente ao justo juiz Cristo Jesus, o que fica demonstrado pelas palavras de David: 'Obmutui est silui a bonis'. Que significa: "Deveria inclusive refrear-se de falar bem e observar o silêncio". Também prevenis falar mal para evitar a desgraça do pecado. Ordenamos e firmemente proibimos que um irmão conte a outro irmão, ou a qualquer outro, as ações de valentia que desempenhou em sua vida secular e os prazeres da carne que manteve com mulheres imorais. Deverão ser consideradas faltas cometidas durante sua vida anterior e se sabe que foi expressa por algum outro irmão, deverá
  • 52. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 52 silenciá-lo imediatamente; e se não consegue, abandonará o lugar sem permitir que seu coração seja maculado por essas palavras. Que Ninguém Peça 50. A este costume, entre outros, ordenamos que adotais firmemente: que nenhum irmão explicitamente peça o cavalo ou a armadura de outro. Será feito da seguinte maneira: se a enfermidade de um irmão ou a fragilidade de seus animais ou a armadura for conhecida e portanto não puder fazer o trabalho da casa sem perigo, que vá ao Mestre e exponha a situação a respeito, solicite fé e fraternidade, e se atenha à disposição do Mestre ou de quem ostente seu cargo. Sobre animais e escudeiros 51. Cada irmão pode ter três cavalos e nenhum mais sem a permissão do Mestre devido a grande pobreza que existe na atualidade na casa de Deus e no Templo de Salomão. A cada irmão permitimos três cavalos e um escudeiro; e se este último serve por caridade, o irmão não deveria castigá-lo pelos pecados que cometa. Que nenhum Irmão possa ter um bridão ornado 52. Nós proibimos enfaticamente a qualquer irmão que lustre o ouro ou prata de seus bridões, estribos e esporas. Isso se aplica se forem comprados. Porém, se forem presenteados por caridade, os arreios de prata e o ouro, que fiquem tão velhos que não reluzam, que sua beleza
  • 53. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 53 não possa ser vista por outros nem ser sinal de orgulho; então se poderá ficar com eles. Porém, se são presenteados novos, que seja o Mestre quem disponha deles como creia oportuno. Sobre aljavas de Lança 53. Que nenhum irmão traga uma aljava nem para sua lança nem para seu escudo, pois não traz nenhum benefício, ao contrário, pode ser muito prejudicial. Sobre bolsas de comida 54. Este mandato que estabelecemos é conveniente para todos e por esta razão exigimos seja observado de agora em diante, e que nenhum irmão possa portar uma bolsa para comida de linho ou lã, ou de qualquer outro material que não seja de "profinel". Sobre a Caça 55. Proibimos coletivamente. Que nenhum irmão cace uma ave com outra. Não é adequado para um religioso sucumbir aos prazeres, senão escutar voluntariamente os mandamentos de Deus, estar frequentemente orando e confessar diariamente implorando a Deus em suas orações o perdão dos pecados que haja cometido. Nenhum irmão pode ter a presunção de ser um homem que caça uma ave com outra. Ao contrário, é apropriado para um religioso agir de modo simples e humildemente, sem rir e falar em demasia, com ponderação e sem levantar a voz. E por
  • 54. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 54 esta razão dispomos especialmente a todos os irmãos que não adentrem os bosques com lanças nem arcos para caçar animais, nem que o façam em companhia de caçadores, exceto movidos pelo amor de preservá-los dos pagãos infiéis. Nem devereis ir com cachorros, nem gritar, nem conversar, nem esporear vosso cavalo só pelo desejo de capturar um animal selvagem. Sobre o Leão 56. É verdade que haveis entregue vossas almas por vossos irmãos, tal como o fez Cristo Jesus, e defender a terra dos incrédulos pagãos, inimigos do filho da Virgem Maria. Esta célebre proibição de caça não inclui de forma alguma o leão. Dado que vem sorrateiro e envolvente para capturar sua presa com suas garras contra o homem, ide com vossas mãos contra ele. Como podem ter propriedades e homens 57. Esta bondosa nova ordem a cremos emanar das Sagradas Escrituras e da divina providência na Sagrada Terra do Leste. O que significa que esta companhia armada de cavaleiros pode matar os inimigos da cruz sem pecar. Por esta razão julgamos que deveis ser chamados Cavaleiros do Templo, com o duplo mérito e o garbo da honestidade; que podeis possuir terras e mantê-las, vilarejos e campos e os governais com justiça, e imponhais vosso direito tal e como está especificamente estabelecido. Sobre os Dízimos
  • 55. ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 55 58. Vós haveis abandonado as sedutoras riquezas deste mundo e vos haveis submetido voluntariamente à pobreza; e por isso resolvemos que vós que viveis em comunidade possais receber dízimos. Se o bispo da localidade, a quem o dízimo deveria ser entregue por direito, deseja dá-lo por caridade com o consentimento do capítulo, pode doar esses dízimos que possui sua igreja. E mais, se um plebeu guarda os dízimos de seu patrimônio para si, em desfavor da igreja, e deseja cede-los a vós, o podeis aceitar com a permissão do prelado e seu capítulo. Sobre fazer juízos 59. Sabemos, já que o vimos, que os perseguidores e amantes de lutas e dedicados cruelmente a atormentar os fiéis da Sagrada Igreja e seus amigos, são incontáveis. Pelo claro juízo do conselho, ordenamos que se alguém, nos lugares do Leste ou em qualquer outro sítio, os solicita parecer, porque crentes e amantes da verdade, deveis julgar o fato se a outra parte concorda. Este mesmo mandato se aplicará sempre que algo lhes seja roubado. Sobre os Irmãos Idosos 60. Dispomos, por se tratar de um conselho compassivo, que os irmãos idosos e debilitados sejam honrados com diligência e recebam a atenção de acordo com sua fragilidade, e cuidados pela autoridade naqueles ofícios necessários para seu bem-estar físico, e que de forma alguma se sintam aflitos. Sobre os Irmãos Enfermos 61. Que os irmãos enfermos recebam a consideração e os cuidados e sejam servidos segundo os ensinamentos do evangelista e de Cristo