O documento descreve o Transtorno Desafiador Opositivo, definido como um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador observado em crianças e adolescentes. Os principais sintomas incluem discussões frequentes, desafio à autoridade, irritabilidade e raiva. O diagnóstico é realizado através de avaliação da criança, família e escola, considerando fatores como métodos parentais, hereditariedade e problemas de desenvolvimento. O tratamento envolve terapias cognitivo-comportamentais, medicamentos e treinamento
5. Transtorno Desafiador Opositivo
Definido como um padrão persistente de comportamento
negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas
interações da criança com adultos e figuras de autoridade, como
pais, tios, avós e professores; podendo estar presente também em
seus relacionamentos com seus amigos e colegas de escola.
6. Frequente impaciência;
Discussões com adultos;
Desafio;
Indisciplina;
Comportamento opositivo;
Recusa a obedecer solicitações ou regras;
Perturbação e implicância com as pessoas, podendo
responsabilizá-las pelos seus erros;
Se aborrece com facilidade;
Comumente apresenta-se enraivecido, irritado,
ressentido, mostrando-se rancoroso e com ideias de vingança.
Principais Características
7. Os sintomas aparecem em vários
ambiente, mas é na sala de aula e em
casa que são melhor observados;
Tais sintomas devem causar prejuízo
significativo nas vidas SOCIAL,
ACADÊMICA e OCUPACIONAL da
criança ou do adolescente;
Estudos internacionais identificam
esse diagnóstico em 2% a 16% das
crianças em idade escolar. Geralmente,
tem seu início por volta dos 6 anos de
idade, tendo mais ocorrência em
meninos do que meninas.
Sintomas
9. Com frequência essas crianças apresentam baixa autoestima,
fraca tolerância às frustrações, humor deprimido, ataques de raiva e
possuem poucos amigos, pois são rejeitados pelos colegas, devido a
seus comportamento impulsivos, opositores e de desafio às regras
sociais.
Sintomas
O desempenho escolar pode ficar comprometido, e
reprovações escolares são muito comuns. Esses jovens não
participam de atividades em grupo, recusam-se a pedir ou
aceitar ajuda dos professores e querem sempre solucionar
seus problemas sozinhos.
10. A avaliação se inicia com uma cuidadosa entrevista com os pais ou
responsáveis pela criança. Nesse momento serão investigados os
sintomas, características e prejuízos que motivaram a busca por ajuda;
Essa avaliação familiar será importante para o entendimento os
padrões de comportamento dos pais, o estilo e o método de criação
parental, além da história familiar de transtornos comportamentais,
alcoolismo, drogas, agressividade e violência;
A avaliação escolar também será fundamental, afinal a criança
passa grande parte de seu dia na escola. Através da qual poderá se
obter informações essenciais a respeito do desempenho acadêmico, do
padrão de comportamento em sala de aula e no recreio, da interação
social com os colegas, professores e demais funcionários da
instituição.
Avaliação e Diagnóstico
11. Critérios diagnósticos segundo o DSM IV (313.81):
A. Um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador durando
pelo menos 6 MESES, durante os quais QUATRO (ou mais) das
seguintes características estão presentes:
(1) frequentemente perde a paciência;
(2) frequentemente discute com adultos;
(3) com frequência desafia ou se recusa ativamente a obedecer a
solicitações ou regras dos adultos;
(4) frequentemente perturba as pessoas de forma deliberada;
(5) frequentemente responsabiliza os outros por seus erros ou mau
comportamento;
(6) mostra-se frequentemente suscetível ou é aborrecido com
facilidade pelos outros;
(7) frequentemente enraivecido e ressentido;
(8) frequentemente rancoroso ou vingativo.
Avaliação e Diagnóstico
12. OBS: Considerar o critério satisfeito apenas se o comportamento
ocorre com maior frequência do que se observa tipicamente em
indivíduos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis.
B. A perturbação do comportamento causa prejuízo clinicamente
significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o
curso de um Transtorno Psicótico ou Transtorno do Humor.
D. Não são satisfeitos os critérios para Transtorno da
Conduta e, se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são
satisfeitos os critérios para Transtorno da Personalidade
Anti-Social.
Avaliação e Diagnóstico
14. Avaliação e Diagnóstico
É importante ressaltar que não existem exames
laboratoriais ou de imagem, como tomografia
computadorizada e ressonância nuclear magnética,
capazes de realizar o diagnóstico, sendo efetuado
através de uma avaliação criteriosa envolvendo a
criança, a família e a escola.
15. São complexas e multifatoriais. Os estudos científicos evidenciam
que múltiplos fatores de risco estão relacionados com o surgimento do
transtorno;
FATORES BIOLÓGICOS: Possível herança genética,
características herdadas pela criança que podem predispor essa
condição comportamental, como temperamento impulsivo, baixo
limiar de frustração, irritabilidade e disfunções em
neurotransmissores.
FATORES AMBIENTAIS: Métodos de criação parental,
comportamento criminoso, alcoolismo e uso de drogas por
pais ou responsáveis, negligência, falta de afeto e
de suporte emocional à criança. Além disso, alterações
e complicações no desenvolvimento, como
prematuridade, complicações na gravidez e de parto,
podem participar como fatores de risco.
CAUSAS
16. Uma vez que a origem do problema é multifatorial, uma série de
estratégias deve ser utilizada para se obter o sucesso terapêutico e a
redução dos sintomas comportamentais;
MEDICAMENTOS: Alguns medicamentos apresentam
resultados promissores no manejo de sintomas como agressividade,
impulsividade, ataques de raiva e baixo limiar de frustração. É
importante informar que os medicamentos não são curativos, apenas
objetivam reduzir sintomas, para facilitar o trabalho de pais e
educadores.
TRATAMENTO PSICOSSOCIAL: Envolvem uma série de
estratégias que objetivam a melhoria das relações interpessoais da
criança com seus familiares, professores e colegas de classe.
São elas: Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, Terapia Familiar,
Psicoeducação Familiar, Treinamento de Pais, Psicoeducação escolar
e Intervenções Escolares.
TRATAMENTO