SlideShare a Scribd company logo
1 of 44
Download to read offline
1
PanoramadaAvaliaçãodaConformidadeOrgânicanoBrasilenomundo
ARedeEcovidaeoSistemaParticipativodeGarantia
ONúcleoLitoralCatarinensedaRedeEcovidadeAgroecologia
Certificação
Participativa
de Alimentos Agroecológicos
C O L E Ç Ã O
Saber na
Prática
vol. 2
2
1
d e A l i m e n t o s A g r o e c o l ó g i c o s
F l o r i a n ó p o l i s , 2 0 1 3
Certificação
Participativa
2
C E P A G R O
Centro de Estudos e Promoção da
Agricultura de Grupo
www.cepagro.org.br
cepagro@cepagro.org.br
+55 (48) 3334-3176
Florianópolis, SC - Brasil
Coordenação geral
Charles Onassis Peres Lamb
Coordenação do eixo urbano
Marcos José de Abreu
Coordenação do eixo rural
Marcelo Farias
ISBN 978-85-67297-02-6
C o l e ç ã o S a b e r n a P r á t i c a
Conselho Editorial (Volume 2 – Certificação Participativa)
Charles Onassis Peres Lamb, Cristiano Motter,
Gisa Garcia, Laércio Meirelles, Leandro Venturin,
Luiz Carlos Rebelatto, Marcelo Farias,
Marcos José de Abreu, Natal João Magnanti,
Oscar José Rover Marcelo Passos
Coordenação Editorial
Fernando Angeoletto
Redação e edição
Ana Carolina Dionísio e Fernando Angeoletto
Design gráfico
Jonatha Jünge
Fotografia
Fernando Angeoletto, acervo Cepagro e
acervo Rede Ecovida
Produção
Florimage Serviços Gráficos
Apoio
Interamerican Foundation (IAF)
Este trabalho está licenciado sob a Licença
Atribuição-NãoComercial 3.0 Brasil da Creative Commons.
Para ver uma cópia desta licença, visite
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/
3
SANTA
CATARINA
Jaraguá
do Sul
Joinville
Araquari
Itajaí
Itapema
Vidal Ramos
Imbuia
Leoberto Leal
Nova Trento
Major
Gercino
Palhoça
Florianópolis
GaropabaPaulo
Lopes
Alfredo Wagner
Rancho Queimado
Angelina
Brusque
São Bonifácio
Biguaçu
Piçarras
BRASILBRASIL
Área de atuação do Cepago
Saber na PráticaV I V Ê N C I A S E M A G R O E C O L O G I A
C O L E Ç Ã O
Esta coleção apresenta a sistematização de metodologias ado-
tadas pelo Cepagro em seu trabalho de organização popular,
dirigido a famílias em comunidades rurais e urbanas do Lito-
ral Catarinense, Grande Florianópolis e Alto Vale do Itajaí.
A coleção é focada nas ações a partir de 2006, quando foram
firmados os convênios com a IAF (Fundação Interamericana)
e outros parceiros de cooperações internacionais e entes
públicos.
O fortalecimento do Cepagro foi notável neste período,
sobretudo como articulador do Núcleo Litoral Catarinense
da Rede Ecovida de Agroecologia. Somos um importante nó
desta Rede, que representa mais de 3.000 famílias agricultoras
em todo o Sul do Brasil. Além disto, e com igual destaque, foi
neste intervalo de 7 anos que os trabalhos com Agricultura
Urbana tornaram-se um reconhecido eixo
de atuação da entidade.
Dividida em 4 volumes, a coleção Saber na
Prática: Vivências em Agroeocologia é um
registro histórico e metodológico que visa
auxiliar outras organizações a replicarem
as ações apresentadas - levando em conta
o que há de afinidades e diferenças entre
as realidades, sempre no sentido de adotar
técnicas sustentáveis de Agricultura e
Gestão de Resíduos Orgânicos.
4
Certificação
Participativa
Dentre as modalidades de acreditação da produção orgânica
no Brasil, são previstas pela legislação a certificação por
Auditoria e por Sistemas Participativos de Garantia (SPGs),
além das Organizações de Controle Social (OCSs), que garan-
tem a conformidade de alimentos para venda direta.
No caso dos SPGs, cuja formulação da política pública teve
participação decisiva da Rede Ecovida de Agroecologia, um
dos principais diferenciais é a oportunização de um espaço
de formação e intercâmbio entre os agricultores, durante
as sessões de avaliação da conformidade orgânica que acon-
tecem nas propriedades rurais e agroindústrias. Mantendo
a premissa fundamental de qualquer certificação, que é a
de garantir a legitimidade do cultivo orgânico junto à toda
sociedade, os SPGs promovem cidadania e incremento da
produção familiar orgânica, tendo ainda como atributo possi-
bilitar a diminuição do custo do alimento mais saudável para
o consumidor final.
Este volume da coleção “Saber na Prática: Vivências em
Agroeocologia” lança luzes sobre o universo da certificação
participativa, desde a constituição e funcionamento dos
grupos de base da Rede Ecovida até o avanço da legislação
brasileira de produção orgânica. O objetivo é despertar pro-
cessos semelhantes em entidades que atuam em territórios de
agricultura familiar agroecológica de maneira articulada, no
Brasil ou em outros países.
d e A l i m e n t o s A g r o e c o l ó g i c o s
5
Sumário
Panorama da acreditação orgânica
no Brasil e no mundo
Como saber se o produto é orgânico?
Os caminhos da certificação
Participativo por quê?
Uma alternativa para a Agricultura
Familiar Agroecológica
Certificação Participativa no Mundo
Juntos Somos Mais Fortes: Rede Ecovida
Um pouco da(s) história(s) da Rede
Como Funciona a Rede?
Reuniões, Plenárias, Encontros
Gerando credibilidade em rede:
O processo de Certificação Participativa
da Rede Ecovida
Registrar é preciso!
O Núcleo Litoral Catarinense
Com a palavra, os agricultores
Referências Bibliográficas
6
7
8
10
12
14
16
17
22
24
26
30
36
39
40
6
Panorama da
acreditação orgânica
no Brasil e no mundo
7
Como saber se o
produto é orgânico?
Na venda direta em feiras, a principal garantia da qualidade orgânica de
um alimento é o contato direto com os agricultores, respaldado por uma
Declaração de Cadastro em uma Organização de Controle Social (OCS).
Uma OCS é formada por agricultores organizados em grupos que, depois
de ser cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), está habilitada a assegurar a conformidade orgânica dos produtos.
Estes são destinados somente à comercialização direta em feiras e também
para compras governamentais (para alimentação escolar, por exemplo).
Estes alimentos, contudo, não podem ser vendidos em lojas de artigos
naturais nem supermercados.
Para estes casos é preciso um selo do Sisorg – Sistema Brasileiro de Avalia-
ção da Conformidade Orgânica - para mostrar que aquele produto passou
por um processo de certificação, confirmando que ele atende às exigências
da legislação brasileira sobre orgânicos. Este selo facilita a identificação dos
produtos orgânicos no mercado e acaba atribuindo um diferencial a eles.
O selo do Sisorg garante que o produto passou por
uma avaliação criteriosa e controlada pelo MAPA
8
Os caminhos da
certificação
As leis brasileiras reconhecem dois sistemas de avaliação da conformidade
orgânica para venda indireta, que têm o mesmo objetivo: garantir a qua-
lidade ao consumidor. A diferença está nos procedimentos de verificação.
CERTIFICAÇÃO POR AUDITORIA - realizada por uma empresa certi-
ficadora. Neste caso, o agricultor ou a agroindústria contrata e paga uma
empresa para enviar um inspetor à sua propriedade. Este técnico vai avaliar
se os processos produtivos obedecem aos padrões de conformidade orgâ-
nica da legislação brasileira (e também internacional, caso haja interesse de
exportação), da forma mais isenta possível, sem envolvimento com o agri-
cultor que está sendo inspecionado. O técnico não deve dar orientações
nem sugestões sobre como manejar possíveis problemas na propriedade.
Após esta visita, o inspetor escreve um relatório, que é encaminhado para
a empresa contratada. A partir das informações presentes ali, o produtor
poderá usar ou não o selo de produto orgânico. Cada empresa tem critérios
diferentes para calcular o preço da certificação, que também varia de acordo
com o mercado (interno ou externo).
9
SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA: formado por agriculto-
res, processadores, consumidores e comerciantes reunidos em grupos,
que por sua vez fazem parte de núcleos regionais articulados em rede. Neste
cenário, o produtor que busca a certificação é visitado por outros membros
do núcleo, configurando um ambiente de controle social. Mais do que
apontar não-conformidades, esta visita é uma oportunidade para os parti-
cipantes trocarem experiências, através de perguntas, sugestões e relatos. É
um intercâmbio que empodera o agricultor e qualifica a produção familiar
agroecológica. Se o parecer emitido pelo Comitê de Verificação for posi-
No Sistema Participativo de Garantia, a proprie-
dade que solicita a avaliação da conformidade
orgânica é visitada por um comitê de verificação
formado por integrantes dos grupos da Rede
Ecovida, em um ambiente de integração e aprendi-
zado [Núcleo Litoral Catarinense (SC), nov. 2012]
tivo, e a sua documentação estiver adequada, o produtor estará apto a usar
o selo de produto orgânico. O custo desta certificação, para o agricultor, é a
anuidade que ele paga quando se filia à Associação Ecovida de Certificação
Participativa. O valor da anuidade, bem como a destinação dos recursos
arrecadados, é decidido pelos membros do Núcleo em assembleia.
10
Participativo por quê?
O papel ativo dos agricultores e o diálogo de saberes são alguns dos dife-
renciais dos Sistemas Participativos de Garantia (SPGs). Outros princípios
básicos são:
•	 Diferente das certificações por auditoria, baseadas numa relação entre
uma prestadora de serviços e o cliente, a certificação participativa
obedece a princípios de confiança: entre produtores, técnicos e consu-
midores que integram o processo. Eles desenvolvem suas ações com a
responsabilidade de um compromisso assumido em grupo e lavrado em
ata, tendo a agroecologia como princípio fundamental e obrigatório.
•	 Todos os atores – agricultores, consumidores e técnicos - envolvidos
sabem como o sistema funciona e nenhuma informação é confidencial,
tudo está registrado em atas e documentos, garantindo a transparência
do processo.
•	 Como a verificação da conformidade orgânica é feita por um coletivo,
a responsabilidade está dividida entre todos, descentralizada: os
procedimentos e dinâmicas são decididos em assembleia, respeitando
as características regionais de cada núcleo. Quanto mais variados e
organizados forem os grupos, maior será a credibilidade gerada.
11
Entendendo melhor: SPG e OPAC
A avaliação da conformidade orgânica, a concessão do selo do Sisorg e a inclusão
dos agricultores e agroindústrias no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos
são algumas das atividades realizadas no Sistema Participativo de Garantia (SPG).
A entidade responsável por estas funções é o Organismo Participativo de Ava-
liação da Conformidade (OPAC), que precisa estar credenciado junto ao MAPA
para que o SPG seja reconhecido legalmente.
Os OPACs são formados por agricultores, processadores, consumidores e
comerciantes que atuam diretamente com agroecologia. Seus representantes
verificam e atestam que os alimentos agroecológicos atendem às exigências da
Lei 10.831, de 2003, que regulamenta o tema. Por isso, os SPGs se caracterizam
pela responsabilidade coletiva dos seus membros na geração de credibilidade. Os
métodos de cada SPG, contudo, variam de acordo com os locais em que são imple-
mentados, considerando as realidades sócio-culturais e econômicas dos territórios
que formam cada OPAC, que tem autonomia para decidir critérios, condições e
exigências relativas à participação dos seus membros.
O Grupo Terra Viva, de Angelina
(Litoral Catarinense), reunido em
torno da documentação de uma
propriedade (janeiro de 2013)
12
Uma alternativa para
a Agricultura Familiar
Agroecológica
Confiança, transparência, autonomia: estas são
algumas das características que fazem do SPG
a forma mais acessível de assegurar a qualidade
orgânica de produtos da agricultura familiar.
Quais são os CUSTOS?
Como funcionam
as VISITAS DE
VERIFICAÇÃO?
Quais são os
CRITÉRIOS DE
VERIFICAÇÃO?
OBJETIVOS
ENVOLVIMENTO
13
• definido pela empresa, deve cobrir
todas as despesas de transporte, mão-
-de-obra e emissão do relatório, além
de garantir uma margem de lucro
•feitas por um técnico contratado
pela agência, que não deve ter
envolvimento com o agricultor,
pressupondo isenção no processo.
• estabelecidos pela empresa cer-
tificadora, atendendo à legislação
brasileira e em alguns casos tam-
bém a parâmetros de certificação
internacionais.
• concessão do selo de conformidade
orgânica; habilitar o agricultor para o
mercado.
•do produtor com a certificadora:
pagamento do serviço e emissão
do certificado, que é válido por 12
meses.
• do agricultor com a rede: a família precisa
entrar para um grupo que faz parte da rede,
participar das reuniões e dos encontros
de núcleo para fortalecer a articulação do
coletivo e estabelecer dinâmicas de controle
social.
• concessão do selo de conformidade
orgânica; articulação das redes internas de
produção e comercialização agroecológicas,
principalmente da agricultura familiar; equi-
valência para os agricultores que não podem
acessar a certificação por auditoria.
• são determinados pelos membros do
SPG e sistematizadas nos Planos de Manejo,
dentro de dinâmicas abertas a possíveis
adaptações conforme a realidade de cada
núcleo, estando sempre de acordo com a
legislação brasileira.
• realizadas por um Comitê de Verificação
formado por membros dos OPACs, eleitos
em seus grupos para comporem as Comissões
de Avaliação dos Núcleos. Seguem um roteiro
definido pelos membros do SPG (e de acordo
com a legislação brasileira), com o objetivo
não só de fiscalização, mas de intercâmbio de
experiências, saberes e mobilização.
• dividido entre as anuidades pagas pelos
membros, decididas em assembleia em cada
núcleo, e os subsídios das organizações de
apoio que articulam o SPG. Destina-se
ao custeio das equipes de verificação em
campo, encargos burocráticos e emissão do
certificado.
CERTIFICAÇÃO POR
AUDITORIA
SISTEMA PARTICIPATIVO DE
GARANTIA
14
NICARAGUA–Grupo
dePromocióndela
AgriculturaEcológica
COSTARICA–APOT
A Lei 8591 legitima os SPG´s em vários artigos. Pequenos
ou médios GPO´s (Grupos de Produtores Orgânicos),
atrelados a uma pessoa jurídica, podem cadastrar-se junto
ao Ministério da Agricultura para implementar a Certificação.
PARAGUAI
–Altervida
EUA–Certified
NaturallyGrown
Fundada em 2002,
reúne 750 agricultores
e apicultores certifica-
dos. A certificação só
é válida para a venda
direta em feiras e
a documentação é
toda preenchida e
enviada pela internet.
MÉXICO–RedMexicanadeTianguisyMercados
Orgánicos
Criada em 2004, articula produtores e consumidores
em feiras e mercados em 13 regiões do país.
BRASIL-RedeEcovidade
Agroecologia
Formalizada em 1998,
pautou a discussão nacional
sobre SPG’s. Atualmente
tem mais de 1200 famílias
certificadas, nos estados
do Sul (PR, SC e RS) e sul
de SP. O sistema é respal-
dado pelas Comissões de
Avaliação e pressupõe o
fortalecimento dos grupos
de Agroecologia, células dos
Núcleos que compõem a
Rede Ecovida.
BRASIL
–RedeXiquexique
Tem sua missão voltada
para a articulação em
rede visando à comer-
cialização solidária
e ética das cadeias
produtivas dos trabalha-
dores e trabalhadoras
rurais, pescadoras e
pescadores artesanais,
apoiadas na tríade
da Comercialização,
Feminismo e Economia
Solidária.
BRASIL–RedeACSAmazônia
A ACS Amazônia atua no Estado do Acre, sul do
Amazonas e Noroeste de Rondônia, implantando
um processo de certificação com princípios de
auto-suficiência, soberania alimentar e a equidade
social, através da valorização cultural e das
relações socioambientais dos povos da Amazônia.
URUGUAI–Redde
Agroecologia
Em funcionamento
desde 2005, reúne
produtores, consu-
midores, técnicos e
ONGs divididos em 6
regionais. São cerca
de 180 propriedades
certificadas, a
maioria produzindo
hortaliças, frutas, leite
e derivados e mel.
BOLÍVIA–Asociaciónde
OrganizacionesdeProductores
EcológicosdeBolivia
Fundada em 1991, agrupa 60
mil produtores ecológicos em
90 municípios. O programa de
certificação participativa existe
desde 2009 e é levado a cabo
por cerca de 20 organizações de
produtores afiliadas à AOPEB.
PERU–Asociación
NacionaldeProductores
EcológicosdelPerú
Em atividade desde 1998,
começou a implementar a
certificação participativa
em 2005. Hoje conta
com 12 mil agricultores
associados.
XIQUE
XIQUE
Rede
de Comercialização
Solidária
XIQUE
XIQUE
Rede
de Comercialização
Solidária
15
NOVAZELÂNDIA
–OrganicFarm
NewZealand
Estabelecida em
2002, já certificou
cerca de 170
produtores em 11
regiões do país.
INDIA–KeystoneFoundation
Instituída em 1993, vem desenvolvendo
desde 1998 um programa de certificação
de produtos silvestres e cultivados por
comunidades indígenas do sul do país
que inclui o monitoramento ambiental
dos bosques de extrativismo.
FRANÇA–NatureetProgrès
Formada em 1972, lançou em 1978
um primeiro esboço de um sistema de
certificação participativa. Atualmente
conta com 1.300 membros (a maioria
deles consumidores) organizados em
20 grupos locais.
Certificação
Participativa
no MundoA ideia de um sistema que avalia e garante a conformidade
orgânica de produtos já existia na década de 70, quando
a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura
Orgânica (IFOAM) começou a desenvolver, a partir de con-
sultas com os envolvidos na produção orgânica na Europa,
uma estrutura que englobava normas, critérios de acredita-
ção e a concessão de um selo, algo bem parecido com as
regulamentações ISO. Este sistema funcionou muito bem
na Europa e no crescente mercado orgânico internacional,
dando origem às agências certificadoras.
Porém, principalmente em países menos desenvolvidos,
milhares de pequenos agricultores ficaram à margem deste
processo. A partir da década de 90, diversas organizações
ligadas à agroecologia passaram a mobilizar-se contra os
altos custos e falta de diálogo dos sistemas de auditoria,
que não se adequavam à realidade da agricultura familiar
e de pequena escala. Vários SPGs foram desenhados para
diferentes contextos ao redor do mundo, com modos de
funcionamento distintos, mas com objetivos e princípios
similares: confiança, transparência e diálogo de saberes
pautando todo o processo.
16
SANTA
CATARINA
PARANÁ
SÃOPAULO
RIOGRANDE
DOSUL
7
1
2
3
4
5
6
8
9
10 11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
26
27
25
Juntos Somos
Mais FortesNo Brasil, um dos principais OPACs é a Rede Ecovida de Agroecologia,
credenciada junto ao MAPA em 2010. A Rede é formada por 27 núcleos
regionais, compostos por cerca de 200 grupos de agricultores e agriculto-
ras em 170 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e
São Paulo, além de pouco mais de 20 ONGs. Atualmente, conta com mais
de 1200 propriedades certificadas e 800 com o processo em andamento,
além de outras 1000 que não demandaram a certificação mas participam
da construção dos SPGs.
Cada Núcleo é composto por:
• Cooperativas de consumidores
• Entidades de assessoria
• Pequenos comerciantes
• Cooperativas de agricultores
• Agroindústrias
• Grupos de agricultores familiares
1. Agroflorestal
2. Alto Uruguai
3. Alto Vale
4. Arenito Caiuá
5. Centro Paranaense
6. Centro RS
7. Libertação Camponesa
8. Litoral Catarinense
9. Litoral Solidário
10. Luta Camponesa
11. Maurício Burmester do Amaral
12. Missões
13. Monge João Maria
14. Noroeste Catarinense
15. Oeste Catarinense
16. Oeste Paranaense
17. Planalto Norte
18. Planalto RS
19. Planalto Serrano
20. Serra RS
21. Serramar
22. Sudoeste Paranaense
23. Sul RS
24. Sul Catarinense
25. Vale do Caí
26. Vale do Rio Pardo
27. Vale do Rio Uruguai
Distribuição dos núcleos
no Sul do Brasil
17
Um pouco da(s) história(s) da Rede
Apesar de ter sido instituída oficialmente em 1998, algumas organizações
que formaram a Rede Ecovida já vinham atuando no movimento agroeco-
lógico desde o final da década de 1970. Nesta época, destaca-se a oposição à
Revolução Verde, que disseminou o uso intensivo de agrotóxicos, fertilizan-
tes químicos e sementes melhoradas e colocou o agronegócio como modelo
de produção no país.
Em seu histórico de atuação, além de protagonizar os debates sobre os mar-
cos legais da agricultura agroecológica no Brasil, a Ecovida construiu uma
metodologia de SPG que serve de base para outras organizações dentro e
fora do país. Outra característica marcante desta história é a reafirmação da
estrutura em rede, que continua fortalecendo a agricultura familiar.
Feiras e cooperativas
em 1978, a formação da Cooperativa
Ecológica Coolméia, que
realiza duas feiras de
produtos ecológicos em
Porto Alegre, é uma das
primeiras iniciativas de pro-
dução e comercialização
baseada na credibilidade
da relação entre agricultor
e consumidor, um dos
princípios básicos do SPG.
Dentre os procedimentos
de garantia da qualidade
dos produtos, a Coolméia organiza
visitas de consumidores às coope-
rativas de agricultores e possui uma
Comissão de Avaliação que decide a
entrada de novos produtores ao grupo.
1978
18
Tecnologias
alternativas
A luta pela “Lei
dos Agrotóxicos”,
aprovada em 1989 e
que regulamenta o
uso destes insumos
químicos no campo,
aglutina diversas
organizações, asso-
ciações e movimentos
sociais, que começam
a discutir tecnologias
alternativas para a
agricultura e a formar
feiras ecológicas. No
Sul do Brasil, estas ini-
ciativas articulam-se na
Rede de Tecnologias
Alternativas Sul (Rede
TA-Sul). O debate e a
troca de experiências
em encontros e
seminários sobre temas
como agrobiodiversida-
de, manejo ecológico
de solos e sementes
crioulas fortalece a
identidade da Rede.
Propostas de
regulamentação
Em 94, o MAPA inicia um
processo de regulamentação
da agricultura orgânica, num
contexto de crescimento do
mercado e da necessidade de
algumas empresas de estarem
certificadas para exportar. Esta
proposta inclui a certificação
dos produtos, mas ainda
baseada em padrões externos
e alheios às realidades locais,
sendo por isso rejeitada pelo
movimento agroecológico
(Coolméia, Centro Ecológico
Ipê, Cepagri, Centro Vianei,
Cetap, Capa). Paralelo a
isso, em Santa Catarina, uma
fundação estadual (Fundagro)
apresenta um modelo de
certificação de orgânicos nos
moldes das certificadoras por
auditoria. Diversas ONGs e
associações de agricultores
do estado – como Cepagri e
Centro Vianei - se posiciona-
ram contra esta proposição,
que não convergia com os
princípios de garantia de
qualidade discutidos dentro
do movimento agroecológico.
Representantes destas
organizações compareceram
em peso à audiência pública
que decidiria a implantação
da proposta, no final de
1997, conseguindo a sua
anulação. Este foi apenas
um dentre vários momentos
em que a incidência política
dos atores que formariam a
Rede Ecovida foi decisiva
para conter medidas que não
beneficiariam os agricultores
familiares.
Posicionamento
A discussão do marco legal
da agricultura orgânica
no Brasil se intensifica,
levando as organizações do
movimento agroecológico a
se posicionar neste processo
e assumir o compromisso de
participar politicamente na
construção desta legislação,
para que esta abarcasse a
diversidade da agricultura
agroecológica no Brasil. O
objetivo era construir um
texto que respaldasse tanto
as instituições que seguiam
o modelo de certificação da
Federação Internacional de
Movimentos da Agricultura
Orgânica (IFOAM), em que a
verificação da conformidade
ainda estava a cargo de
auditoras, quanto as ONGs
e organizações populares
que defendiam um sistema
solidário e participativo de
geração de credibilidade.
A criação de uma Rede
Regional de Agroecologia,
durante um seminário em
União da Vitória (PR) em
1998, foi um passo decisivo
para estruturar este novo
formato de organização do
movimento agroecológico
no Sul do Brasil: a Rede
Ecovida de Certificação
Participativa, fundada em
novembro deste ano num
seminário em Caçador (SC).
O debate sobre a certificação
é um dos principais diferen-
ciais desta nova Rede.
1980 1994 1998
19
Criação do GAO
É publicada a IN 06, propondo
somente mecanismos de
inspeção para a certificação. Por
ser muito confusa e burocrática e
não considerar mecanismos parti-
cipativos de garantia, a instrução
é fortemente rejeitada pela Rede
Ecovida e outras organizações
ligadas à agroecologia. Uma das
principais reações foi a criação
do Grupo de Agricultura
Orgânica do Brasil (GAO),
durante o 1° Encontro Nacional
de Agroecologia (ENA), com o
objetivo de trabalhar na constru-
ção do marco legal dos orgânicos
e defender iniciativas de pequeno
porte, no campo da produção,
organização e certificação. A
partir daí fica clara a influência
da Rede Ecovida não só do
ponto de vista da construção da
regulamentação governamental,
mas pelo exemplo de sua
experiência de fortalecimento em
rede, que serviu de modelo para
outras iniciativas similares Brasil
afora, como a ACS Amazônica e
a Rede Xique-Xique, no Nordes-
te. Neste ano é também criado o
Núcleo Litoral Catarinense.
Formalização
da Rede
Um dos resultados
do aprofundamento
da discussão sobre
certificação e da
crescente participação
de agências auditoras
estrangeiras no Brasil
é a publicação da
Instrução Normativa 07
pelo MAPA. Dentro da
Rede, vem novamente
à tona divergências
em torno dos meca-
nismos de garantia da
qualidade. Em abril
deste ano a Rede
Ecovida é lançada
em audiência pública
na Assembleia
Legislativa de Santa
Catarina. A partir daí
a organização assume
a denominação de
Rede Ecovida de
Agroecologia, confor-
mando uma dimensão
mais abrangente na
esfera de atuação,
tendo a produção
agroecológica familiar
para mercado interno
como horizonte.
Abrangência no Sul
do Brasil
A participação de representantes do
Paraná e do Rio Grande do Sul no
2º Encontro da Rede, novamente
em Lages, oficializa a abrangência
da Ecovida nos três estados do
Sul brasileiro.
Estruturação
dos núcleos
O debate sobre a
garantia da conformida-
de orgânica ganha cada
vez mais importância
dentro da Rede, com a
fundação da Associação
Ecovida de Certificação
Participativa. O
Encontro Ampliado é
realizado em Francisco
Beltrão (PR), desta
vez com a presença
marcante de associa-
ções e cooperativas de
agricultores, definindo
a característica fun-
damental da Ecovida:
a participação dos
agricultores nas
decisões da Rede. São
aprovados os primeiros
núcleos regionais,
que passam a ser os
articuladores dos grupos
de famílias.
1999 2000 2001 2002
Membros do Núcleo
Litoral Catarinense no
ano de sua fundação
20
2003 2004 2007
A Lei dos Orgânicos
A eleição de Lula para a Presidência
representou mudanças nos
ministérios da Agricultura e do
Desenvolvimento Agrário. Um dos
reflexos desta alteração no poder
foi a aprovação da Lei 10.831 em
de 23 de dezembro de 2003, mais
conhecida como “Lei dos Orgânicos”,
cujo texto base é marcado pela
atuação do GAO e da Rede Ecovida,
não só pela inclusão do SPG dentre
os mecanismos de avaliação da
conformidade, mas pelo respaldo
legal da venda direta sem certifica-
ção. O SPG é tema de uma oficina
durante o 4° Encontro Ampliado da
Rede, em Passo Fundo (RS).
Certificação em debate
Representantes de mais de 20 países se reúnem em Torres
(RS) para o Seminário Internacional sobre Certificação Alterna-
tiva, promovido pelo IFOAM (Federação Internacional dos
Movimentos da Agricultura Orgânica) e MAELA (Movimento
Agroecológico da América Latina e do Caribe). Os partici-
pantes debateram pontos em comum de diferentes SPGs e
desafios para conferir maior legitimidade a estes métodos. A
Rede Ecovida reafirma ali a importância do envolvimento dos
agricultores e consumidores na geração da credibilidade do
produto orgânico.
Consolidação dos SPGs
Dando continuidade a este diálogo acerca de
estratégias e ações para a adoção e aceitação
de diferentes metodologias de certificação
participativa, acontece em Antonio Prado
(RS) o Seminário Latino-Americano sobre
Sistemas Participativos de Garantia. Além de
reiterar a validade dos SPGs como mecanismo
de garantia dos produtos agroecológico, os
participantes de 16 países enfatizaram a sua
importância para facilitar o acesso ao mercado
por agricultores familiares. Neste ano também
foi assinado o Decreto 6.323, que detalha
as normas dos Sistemas Participativos de
Garantia de Qualidade Orgânica.
Oficina de SPG durante
o 4o. Encontro Amplia-
do da Rede Ecovida
21
Continuidade
do OPAC
Ocorrido pela
primeira vez em uma
capital, o 8° Encontro
Ampliado da Rede
Ecovida reúne mais
de mil participantes
em Florianópolis
(SC). Em dezembro
deste ano, uma
auditoria do MAPA
mantém o credencia-
mento da Rede como
OPAC.
20102009 2012
Credenciamento
A Associação Ecovida de
Certificação Participativa é
credenciada pelo Ministério
da Agricultura como OPAC.
Neste mesmo ano torna-se
obrigatória a certificação
de produtos orgânicos para
venda indireta, que devem
levar o selo do Sisorg.
Normas da
certificação
Diversas organizações
que lutam pela certificação
participativa, incluindo a Rede
Ecovida, criam o Fórum Latino
Americano de SPGs. Ainda em
2009 é publicada a Instrução
Normativa 19, que normatiza
a atividade dos Organismos
de Avaliação da Conformidade
(tanto das certificadoras por
auditoria quanto dos participa-
tivos).
7o. Encontro Ampliado da
Rede Ecovida (Ipê, RS)
Em dezembro de 2012, a Rede Ecovida
recebeu uma auditoria de manutenção
do credenciamento como OPAC
22
Como Funciona
a Rede?
A organização da Rede começa nas conversas, interações e diálogos entre
as famílias de agricultores, mediados por entidades de assessoria. Perce-
bendo problemas e necessidades comuns, começam a agir em conjunto,
formando, assim, um grupo, que precisa estar registrado em ata para que
seus procedimentos tenham legitimidade. As visitas de verificação que os
membros dos grupos realizam entre si são uma das etapas da certificação
participativa.
Quando um grupo se une a outros, junto com associações, cooperativas e
entidades de apoio para buscar a certificação e mais conhecimentos sobre
agroecologia, forma-se um Núcleo Regional, que é a unidade de articulação
da Rede Ecovida em cada região.
23
Membros do grupo Semear Sementes
para o Futuro (Litoral Catarinense)
dialogam durante visita de verificação
Os Núcleos promovem encontros em que são expostos os problemas,
desafios e realizações de cada grupo em torno da agroecologia, além de
discutir o processo de certificação, fomentar as ferramentas do SPG com
grupos não consolidados e eleger a Comissão de Avaliação. Além disso, são
responsáveis pela publicação de materiais, manutenção de um banco de
dados dos produtos disponíveis na região e garantia do processo de certifi-
cação. Nos núcleos também são eleitos os representantes de cada estado na
Coordenação Geral da Rede Ecovida.
24
Reuniões, Plenárias,
Encontros
Tomando decisões em Rede
A interação entre agricultores, consumidores e técnicos é a base da organi-
zação da Rede. É nos espaços de diálogo que a articulação destes atores se
fortalece, pois estimula a responsabilidade e o protagonismo coletivos. Os
principais momentos de tomadas de decisão são:
25
Plenária de Núcleos realizada em
Passo Fundo (RS), em abril de 2012
PLENÁRIA DE NÚCLEOS
Uma das principais instâncias deliberativas da Rede Ecovida, formada
por pelo menos 2 representantes de cada Núcleo Regional. Encaminha a
criação de novos núcleos, a eleição da Coordenação Geral e tópicos que
não foram decididos nas Plenárias Estaduais. Acontece geralmente a cada
6 meses.
ENCONTRO AMPLIADO
O grande momento coletivo da Rede Ecovida, em que se discutem questões
políticas mais abrangentes e se aprovam a formação de novos núcleos e a
Coordenação Geral. Acontecem oficinas temáticas e seminários, além da
Feira de Saberes e Sabores, promovendo um forte intercâmbio entre os
participantes. Ocorre a cada 2 anos, coordenado por um ou mais Núcleos
Regionais.
26
GERANDO
CREDIBILIDADE
EM REDE
O processo de Certificação
Participativa da Rede Ecovida
O reconhecimento legal do SPG e a manutenção do
credenciamento da Rede Ecovida como OPAC foram con-
quistas importantes. Por trás delas está o fortalecimento da
metodologia de certificação participativa construída desde
1994 pela Rede e que hoje é referência em vários países do
mundo. Baseada na distribuição de responsabilidades, coo-
peração e empoderamento das famílias, foi sistematizada e
regulamentada para que estivesse de acordo com a legislação
e continuasse equivalentes à certificação por auditoria.
27
Grupo Ecocaxias (RS) em
visita de verificação da
conformidade orgânica
28
Como e onde começa o processo de certificação?
Na unidade mais básica de organização da rede, que é o grupo de agriculto-
res familiares (em que também podem participar consumidores, técnicos,
processadores e comerciantes). É através da participação nas reuniões do
grupo que a família entra para a Rede Ecovida e solicita a certificação da
sua propriedade.
E se não existe um grupo na localidade?
Se o grupo ainda não está constituído, mas existe a demanda para formá-lo,
as famílias devem mostrar interesse em participar do Núcleo local, com-
parecendo a alguma das reuniões regulares. Após este primeiro contato,
alguns integrantes do Núcleo visitarão o grupo para conhecê-lo e explicar o
funcionamento da Rede Ecovida. Se as famílias concordarem em seguir a
metodologia do SPG, devem solicitar ao Núcleo a adesão à Rede Ecovida,
numa reunião registrada em ata, indicando dois membros do grupo – um
titular e um suplente – que integrarão a Comissão de Avaliação do Núcleo.
Os membros do grupo contribuem com uma cota anual para os custos de
certificação (deslocamento e refeição dos conselheiros, expedientes buro-
cráticos), cujo valor é decidido por cada Núcleo. No Litoral Catarinense
(SC), por exemplo, a contribuição anual era de R$ 36,00 por família até
2013.
E quando o grupo já está formado?
A família agricultora deve mostrar interesse em participar da Rede Ecovida,
comparecendo a uma reunião do grupo – se este acabou de ser formalizado,
pode ser já no primeiro encontro. Alguns integrantes do grupo visitarão
a propriedade para conhecer o histórico da família, da terra e explicar o
funcionamento da Rede. A família pode participar do grupo mesmo não
tendo interesse em ser certificada.
Quais são os compromissos da família com o grupo?
Principalmente participar das reuniões do grupo, que devem ser regulares,
de preferência mensais. As reuniões são ferramentas de controle social com-
plementares às visitas de verificação de conformidade. O regulamento diz
que se uma família falta a 40% das reuniões num período de 12 meses, não
terá direito a solicitar a visita do Comitê de Verificação e, caso já possua o
Certificado de Conformidade, este será suspenso.
29
“Se fosse dizer pros meus
amigos hoje, eu diria: pode
ir pro orgânico porque não é
aquele bicho de sete cabeças.
No convencional vira tudo
despesa, com o orgânico eu
mesmo faço o meu adubo, não
preciso comprar. Pra mim está
dando muito certo.”
Jair Scheidt, Imbuia (SC)
30
Registrar é preciso!
O grupo deve manter um livro ata, onde são registradas todas as
reuniões, visitas, novos inscritos no grupo e decisões tomadas pelo
coletivo. Todas as atas devem ter uma lista de presença. Estes registros
são importantes para garantir a manutenção do grupo.
Documentação
Independente se o grupo é novo ou não, os membros que querem
passar pela avaliação da conformidade orgânica devem, além de pagar
a anuidade e participar das reuniões, preencher alguns documentos:
•	Cadastro das unidades produtivas: contém informações para
identificação da família e do grupo.
•	Plano de Manejo e Conversão: é uma descrição detalhada da
propriedade e sua produção.
•	Termo de Compromisso da Família Ecologista: declara que as
informações contidas no Plano de Manejo são verdadeiras e que a
família entende como o SPG funciona.
A documentação preenchida deve ser enviada para a Comissão
de Avaliação do Núcleo, que vai conferir se está tudo certo. Se as
informações estiverem corretas, a família estará habilitada a receber a
visita do Comitê de Verificação do Núcleo, formado por membros
de outros grupos definidos pela Comissão de Avaliação. O prazo para
esta vistoria acontecer é de até 60 dias. Também é fundamental man-
ter em dia o Caderno de Campo, que registra a compra de insumos
para a propriedade e as notas fiscais destes produtos.
O rigor na documentação exigida é o mesmo
na certificação por auditoria e na participativa
31
Capacitação sobre compostagem
durante reunião do grupo de Biguaçu
(Núcleo Litoral Catarinense)
O que acontece nas Visitas de Verificação?
Muito mais do que uma simples fiscalização, a visita do Comitê
de Verificação é uma intensa troca de experiências e saberes entre
os agricultores. Nela são avaliados e discutidos aspectos sociais,
ambientais, relações de trabalho, saneamento, econômicos, pro-
dutivos e organizacionais da propriedade, além de outros pontos
próprios da Rede e da legislação dos orgânicos:
•	a documentação da família e o seu envolvimento no grupo, se
participa das reuniões ou não;
•	proporção de produção ecológica na propriedade e expectativa
de tempo para a conversão total;
•	barreiras entre cultivos agroecológicos e convencionais;
•	origem das sementes, mudas e insumos e sua documentação;
•	se há animais na unidade de produção, como são alimentados
e para onde vão os seus resíduos, além de outros aspectos
relativos ao seu bem-estar;
•	proteção dos cursos e nascentes de água;
•	destinação dos resíduos (orgânico e seco, esgoto);
•	as relações de trabalho dentro da propriedade, registro e
pagamento da mão-de-obra, presença de trabalho infantil e
escolarização.
32
Após a primeira visita de verificação:
•	Se o parecer do Comitê de Veri-
ficação for positivo, o produtor
receberá o Certificado de Confor-
midade Orgânica da Rede Ecovida
e entrará para o Cadastro Nacional
de Produtores Orgânicos do
MAPA. Assim, poderá (e deverá)
utilizar o Selo do Sisorg e da Rede
Ecovida nos seus produtos.
•	 No caso de a avaliação ser negativa,
o produtor terá que assumir um
compromisso com o grupo de se
adequar às normas de conformi-
dade orgânica dentro de um prazo.
Qual é a frequência das visitas de verificação?
O ideal é que todas as famílias do grupo sejam visitadas pelo menos 1 vez
por ano pelos seus pares. Mas no caso de grupos muito grandes, as verifi-
cações podem ser feitas por amostragem: alguns membros são sorteados e
avaliados. Mesmo assim, no prazo de 4 anos todas as propriedades de cada
grupo devem ser visitadas. No intervalo entre essas visitas, as reuniões de
grupo e as visitas de pares (feita por membros do mesmo grupo) servem
como mecanismos de controle social, além de serem espaços importantes
de construção mútua de conhecimento entre os produtores.
Como é registrada a comercialização dentro da
Rede Ecovida?
Cada vez que um agricultor realizar uma venda para um varejista ou
agroindústria, ele precisa emitir uma Declaração de Transação Comercial,
informando o tipo de produto, lote, quantidade e número da nota fiscal.
Tanto o agricultor quanto o comprador devem manter uma cópia deste
documento, que assegura a rastreabilidade do produto: se um consumidor
desejar saber de onde veio o alimento que ele está comprando, é possível
fazer o caminho inverso até chegar à origem.
33
Visita para certificação do cultivo de pera do sr. Cel-
so Gelsleuchter (Angelina, SC – janeiro de 2013).
É importante iniciar a mobilização para convocar o
Comitê de Verificação com antecedência.
IMPORTANTE!
Vencimento da certificação
A certificação é válida por um ano. É
preciso renová-la todos os anos, por
isso é importante que, três meses antes
de vencer o certificado, os produtores
comecem a mobilizar-se através da
reunião do grupo para solicitar a nova
visita do Comitê de Verificação. Assim,
não corre-se o risco de o certificado
estar vencido no momento da comer-
cialização do produto.
34
Uma propriedade precisa ser 100% agroecológica
para ser certificada?
Não. A maioria das famílias que entra para a Rede está em fase de transição
de cultivos convencionais para agroecológicos. Isto é chamado produção
paralela, e não é um impedimento para a certificação, desde que as culturas
agroecológicas e convencionais sejam de espécies ou variedades diferentes
e estejam em áreas distintas, como prevê a IN 46, de outubro de 2011, que
estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção
Animal e Vegetal.
Se estas condições forem cumpridas, a propriedade entra num processo de
conversão, que deve ser completado num prazo de até 5 anos. Este período
é contado a partir da inclusão da família na Rede. Se neste momento a
produção ainda é convencional, a família deve fazer o manejo de culturas
por 12 a 18 meses para que a produção do ciclo seguinte seja considerada
agroecológica. A forma como o produtor pretende fazer a conversão da
propriedade deve estar indicada no Plano de Manejo, em que também vai
sendo registrado o cumprimento das etapas do processo.
A produção paralela
Se uma propriedade possui produção paralela, alguns itens devem ser
observados:
•	Qual a distância entre as culturas agroecológicas e convencionais?
•	Existem barreiras físicas entre elas?
•	A direção do vento, o relevo ou o curso das águas pode levar à
contaminação dos cultivos agroecológicos?
Além disso, é PROIBIDO:
•	Alternar manejo agroecológico e convencional na mesma área;
•	Utilizar equipamentos, implementos e insumos dos cultivos conven-
cionais nas áreas de manejo orgânico;
•	Produzir as mesmas culturas nos dois sistemas (convencional e
agroecológico).
35
Agroindústrias também podem ter a conformidade
orgânica avaliada através da certificação participa-
tiva (Núcleo Serra RS, dezembro de 2012)
A Rede Ecovida certifica agroindústrias?
Sim, a Rede também desenvolveu uma metodologia de certificação para
agroindústrias que processam alimentos agroecológicos. Os procedimentos
básicos são iguais aos das unidades de produção vegetal e animal: a família
ou os responsáveis pela agroindústria precisam entrar para um grupo, pre-
encher a documentação e receber a visita do Comitê de Verificação. Mas há
algumas especificidades:
- Deve utilizar o Cadastro de Agroindústrias no lugar do Cadastro de Uni-
dade Produtiva
- A visita do Comitê de Verificação seguirá um roteiro específico para
agroindústrias, em que serão analisados, dentro outros itens, a procedência
da matéria prima, a higienização dos equipamentos e a receita dos produtos,
bem como se as fiscalizações sanitárias estão em dia.
36
O sr. Gilmar Cognacco, de Leoberto Leal, rompeu com a indústria fuma-
geira e hoje sustenta a família de 7 filhos com uma produção agroecológica
altamente diversificada. O casal Celso e Catarina Gelsleuchter, de Angelina,
mantém ativa sua produção de pêras, mel, açúcar mascavo, melado e fari-
nha, estes últimos produzidos em um centenário engenho movido à roda
d’água, que eles nem pensam em desmanchar e já foram inclusive divulgá-lo
no Encontro Mundial do movimento Slow Food na Itália. José Furtado,
que mantém uma área produtiva com folhosas e morango em ambiente de
forte especulação imobiliária do município de Garopaba, deixou a vida de
caminhoneiro para seguir o legado agrícola da família.
Essas 3 famílias e suas histórias de vida partilham de um mesmo Núcleo da
Rede Ecovida, o Litoral Catarinense. Criado em 2002, o Núcleo abrange os
municípios catarinenses de Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba,
O Núcleo Litoral
Catarinense
37
Major Gercino, Biguaçu, Angelina, Rancho Queimado, São Bonifácio,
Imbuia, Leoberto Leal, Nova Trento, Araquari, Jaraguá do Sul, Joinville,
Piçarras, Itapema e Balneário Camboriú, concentrado em regiões de grande
densidade populacional, que ainda assim apresentam-se não somente como
fortes consumidoras, mas também com uma importante vocação produtiva.
O engajamento do Núcleo Litoral Catarinense resultou, recentemente, na
criação de um espaço inédito: o Primeiro Box de Produtos Agroecológicos
em uma Ceasa (Central de Abastecimento) brasileira, localizado na Grande
Florianópolis, que amplia o acesso da população aos produtos agroecoló-
gicos e fortalece as famílias agricultoras não somente deste território, mas
também de outros Núcleos da Rede, numa articulação de comercialização
que viabiliza a complementaridade e a circulação de produtos em toda a
região Sul do país.
Inaugurado em março de 2013, o
Primeiro Box de Produtos Agroecológicos
em uma Ceasa do Brasil foi um marco
para o Núcleo Litoral Catarinense
38
O 8° Encontro Ampliado da Rede Ecovida,
realizado em 2012, trouxe milhares de agricul-
tores ecologistas a Florianópolis e aproximou
a produção e o mercado consumidor
Vinculada aos procedimentos habituais da Certificação Participativa, esta
articulação de comercialização abastece ainda as compras governamentais
para escolas, creches e instituições públicas, além de feiras locais para venda
direta.
Com seus registros formais acompanhados e sistematizados pelo Cepagro,
o Núcleo Litoral Catarinense, através de seus representantes locais, ocupa
assentos estratégicos em Conselhos e espaços deliberativos, a exemplo do
CONSEA/SC (Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional),
Câmara Técnica da Diversificação da Fumicultura e CPOrg/SC (Comissão
da Produção Orgânica), entre outros. Com atuação em elos diversos, do
fomento da atividade produtiva à incidência política, o Núcleo Litoral Cata-
rinense escreve diariamente sua história no fortalecimento da Agroecologia
no Sul do país, seguindo os princípios da Rede Ecovida e empoderando
suas famílias vinculadas.
Em maio 2012, o Núcleo Litoral Catarinense sediou, em parceria com
o Núcleo Planalto Serrano, o 8o. Encontro Ampliado da Rede Ecovida,
realizado pela primeira vez em uma capital de Estado (Florianópolis), em
pleno campus da Universidade Federal de Santa Catarina. Promovendo o
estreitamento de relações entre o rural e o urbano, repensando a atividade
de produção alimentar e o abastecimento das cidades, este momento
intenso de trocas entre mais de 1000 agricultores ecologistas do Sul do país
demonstrou a capacidade de organização do nosso Núcleo, que assumiu
o compromisso de socializar a produção agroecológica em Rede através
de seus alimentos garantidos pela Certificação Participativa, promovendo
benefícios em mão dupla, tanto aos agricultores quanto à população do
território.
39
Com a palavra,
os agricultores
“Ter nossos produtos certificados vai facilitar a
nossa venda, nós já revendemos pra Ecoserra e pre-
tendemos vender pra fábrica certificada de suco de
Nova Trento. Nosso encontro com o pessoal da Rede
Ecovida foi muito bom, porque as pessoas valorizam
os produtos e, mais que os produtos, os produtores, e
isso faz um bem muito grande.”
Catarina Gelsleuchter, Angelina
“Pra mim, este certificado é a prova de dias e dias de
esforço e luta de famílias trabalhando juntas. Agora
a gente pode chegar com nosso produto em qualquer
lugar e dizer “tá aqui a prova do nosso trabalho”.
Antonio Will e família, Nova Trento
“A gente plantava fumo pra ganhar dinheiro e
parou. Dois dias por semana estamos no trabalho
da feira de Brusque, outros dias nas reuniões do
nosso grupo e do Núcleo. A gente faz o transporte
pra feira e pro Box do Ceasa, mobilizando muitos
agricultores da Rede Ecovida, desde a serra, de
Urupema e Painel, Lages, Alfredo Wagner, Imbuia,
Nova Trento, Major Gercino.”
Gilmar Cognacco, Leoberto Leal
“Conheci o pessoal e fiquei dois anos na fase de
transição pro orgânico. Aí ganhei o certificado e
estou há 7 anos. A gente vende no mercado do pro-
dutor, tem uma feira aos sábados na praça central
e tem a merenda escolar, onde colocamos nosso pão
caseiro e geleia, além de algumas verduras. É uma
maneira de aumentarmos nossa renda e da família
permanecer na propriedade.
José Furtado, Garopaba
40
SÍTIOS DE INTERNET
•	ecovida.org.br
•	ifoam.org
•	aopeb.org
•	anpeperu.org
•	gpae.net
•	altervida.org.py
•	 tianguisorganicos.org.mx
•	keystone-foundation.org/
•	naturallygrown.org
•	organicfarm.org.nz
•	natureetprogres.org
•	 subscriptions.leisa.info/index.php?url=getblob.
php&o_id=138077&a_id=211&a_seq=0.
ARL, Valdemar. Uma Identidade que se constrói em rede. Caderno de Formação.
Lapa (PR): Rede Ecovida de Agroecologia, 2007.
CARRASCAL, Tatiana; TYGEL, Daniel; MOTTA, Eugênia. Fluxos e informações
na Economia Solidária: Comercialização e Certificação Participativa. Rio de
Janeiro: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), 2011.
Certificação participativa em rede: um processo de certificação adequado à
agricultura familiar agroecológica no Sul do Brasil. Relatório Técnico Final.
Florianópolis: CNPq, Cepagro, Rede Ecovida de Agroecologia, 2005.
IFOAM. La Agricultura Ecológica y los Sistemas de Garantía Participativos:
Comercialización y Apoyo para los Productores Ecológicos de Pequeña
Escala. Disponível em www.ifoam.org/sites/default/files/page/files/ifoam_pgs_lea-
flet_spanish_web.pdf, acesso em 18 jul. 2013.
IFOAM. Sistemas de Garantía Participativos: Visión Compartida, Ideales
Compartidos. Disponível em www.ifoam.org/sites/default/files/page/files/
ifoam_pgs_spanish_web.pdf. Acesso em 18 jul. 2013.
IFOAM. Partipatory Guarantee Systems. Case studies from Brazil, New Zealand,
India, USA, France. Disponível em http://www.ifoam.org/sites/default/files/page/
files/studies_book_web.pdf. Acesso em 18 jul. 2013.
IFOAM. La Agricultura Ecológica y los Sistemas de Garantía Participativos.
2007 e 2008
Manual de procedimentos operacionais para a avaliação da conformidade
orgânica na Associação Ecovida de Certificação Participativa
MEIRELLES, Laércio; SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto. Rede Ecovida de Agroeco-
logía, Brasil: “Desarrollando credibilidad”
Regimento Interno da Associação Ecovida de Certificação Participativa
SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto dos; OLIVEIRA, Daniela. CADERNO de formação:
Certificação Participativa de Produtos Ecológicos. Florianópolis: Rede
Ecovida de Agroecologia, 2004.
SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto dos. Formação e consolidação da Rede Ecovida
de agroecologia e a sua experiência de certificação participativa.
Referências bibliográficas
3
4
Saber na PráticaV I V Ê N C I A S E M A G R O E C O L O G I A
C O L E Ç Ã O
Para ser considerado orgânico, um alimento deve passar pelo crivo
de processos de avaliação monitorados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Relativamente
novo no Brasil, o Sistema Participativo de Garantia é um método
de certificação baseado no controle social, que além de oferecer as
garantias exigidas pela Lei configura-se como um importante
processo de fortalecimento da agricultura familiar agroecológica.
A Rede Ecovida, que atualmente certifica 1.200 famílias no Sul do
Brasil através de um OPAC (Organismo Participativo de Avaliação
da Conformidade) teve um papel decisivo na construção da
legislação brasileira, que atualmente considera este modelo com o
mesmo peso de uma certificação por auditoria. O selo Ecovida
estampado em um produto reflete uma relação de confiança
iniciada na unidade produtiva e transparente à toda sociedade.
ISBN 978-85-67297-02-6

More Related Content

What's hot

Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.
Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.
Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.Feab Brasil
 
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVES
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVESAGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVES
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVESCarima Atiyel
 
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia Badue
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia BadueApresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia Badue
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia BadueInstituto-5elementos
 
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...Carima Atiyel
 
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.Feab Brasil
 
Certificação e acompanhamento da produção
Certificação e acompanhamento da produçãoCertificação e acompanhamento da produção
Certificação e acompanhamento da produçãoInstitutoKairosSP
 
Carta política da vi festa da semente da paixão
Carta política da vi festa da semente da paixãoCarta política da vi festa da semente da paixão
Carta política da vi festa da semente da paixãoAsdp Propac
 
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...Feab Brasil
 
Informe Rural - 16/04/2014
Informe Rural - 16/04/2014Informe Rural - 16/04/2014
Informe Rural - 16/04/2014Informe Rural
 
Informe Rural - 06/06/2013
Informe Rural - 06/06/2013Informe Rural - 06/06/2013
Informe Rural - 06/06/2013Informe Rural
 
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoSerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoPalácio do Planalto
 
Desenvolvimento e agroindustria familair
Desenvolvimento e agroindustria familairDesenvolvimento e agroindustria familair
Desenvolvimento e agroindustria familairGilson Santos
 
Agroeco aplicada
Agroeco aplicadaAgroeco aplicada
Agroeco aplicadamvezzone
 
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapaAgricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapaJoão Siqueira da Mata
 
Convivência com o semiárido apres. alidéia e do mark-guanambi-ba
Convivência com o semiárido   apres. alidéia e do mark-guanambi-baConvivência com o semiárido   apres. alidéia e do mark-guanambi-ba
Convivência com o semiárido apres. alidéia e do mark-guanambi-baProjeto Redesan
 
1o dia acolhida mar 2017
1o dia acolhida mar 20171o dia acolhida mar 2017
1o dia acolhida mar 2017redeeco
 

What's hot (20)

Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.
Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.
Revista Agriculturas - Ensino da Agroecologia V7. N4. 2010.
 
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVES
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVESAGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVES
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - ENTRAVES
 
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia Badue
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia BadueApresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia Badue
Apresentação dos Objetivos e Contextos da Oficina e Mediação - Ana Flávia Badue
 
Agricultura Orgânica - Tecnologia de produção de alimentos saudáveis
Agricultura Orgânica - Tecnologia de produção de alimentos saudáveisAgricultura Orgânica - Tecnologia de produção de alimentos saudáveis
Agricultura Orgânica - Tecnologia de produção de alimentos saudáveis
 
Manual.biohorta.coimbra
Manual.biohorta.coimbraManual.biohorta.coimbra
Manual.biohorta.coimbra
 
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...
 
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.
Carta Agroecológica de Curitiba, 2009.
 
03
0303
03
 
Certificação e acompanhamento da produção
Certificação e acompanhamento da produçãoCertificação e acompanhamento da produção
Certificação e acompanhamento da produção
 
Carta política da vi festa da semente da paixão
Carta política da vi festa da semente da paixãoCarta política da vi festa da semente da paixão
Carta política da vi festa da semente da paixão
 
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...
A Defesa do Código Florestal e a Produção de Alimentos Saudáveis Pela Agricul...
 
Informe Rural - 16/04/2014
Informe Rural - 16/04/2014Informe Rural - 16/04/2014
Informe Rural - 16/04/2014
 
Informe Rural - 06/06/2013
Informe Rural - 06/06/2013Informe Rural - 06/06/2013
Informe Rural - 06/06/2013
 
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o SemiáridoSerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
SerTãoVivo - Ações de Convivência com o Semiárido
 
Desenvolvimento e agroindustria familair
Desenvolvimento e agroindustria familairDesenvolvimento e agroindustria familair
Desenvolvimento e agroindustria familair
 
Agroeco aplicada
Agroeco aplicadaAgroeco aplicada
Agroeco aplicada
 
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapaAgricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
 
Como obter certificação orgânica
Como obter certificação orgânicaComo obter certificação orgânica
Como obter certificação orgânica
 
Convivência com o semiárido apres. alidéia e do mark-guanambi-ba
Convivência com o semiárido   apres. alidéia e do mark-guanambi-baConvivência com o semiárido   apres. alidéia e do mark-guanambi-ba
Convivência com o semiárido apres. alidéia e do mark-guanambi-ba
 
1o dia acolhida mar 2017
1o dia acolhida mar 20171o dia acolhida mar 2017
1o dia acolhida mar 2017
 

Viewers also liked

O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...
O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...
O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...Cepagro
 
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...Cepagro
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Cepagro
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco  Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco Cepagro
 
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Cepagro
 
SENAR Minas: Cursos de Artesanato
SENAR Minas: Cursos de ArtesanatoSENAR Minas: Cursos de Artesanato
SENAR Minas: Cursos de ArtesanatoSistema Faemg
 
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)Renata Araújo
 
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoSeminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoCepagro
 
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)""Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"Cepagro
 
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpico
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpicoRegulamento especifico futebol de 7 paralímpico
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpicoSérgio Amaral
 
Certificado senar de reginaldo
Certificado senar de reginaldoCertificado senar de reginaldo
Certificado senar de reginaldoReginaldo Alves
 
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Cepagro
 
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)filipecafonso
 
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...João Siqueira da Mata
 

Viewers also liked (20)

O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...
O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...
O passo-a-passo de uma Revolução – compostagem e agricultura urbana na gestão...
 
Cartilha agrofloresta
Cartilha agroflorestaCartilha agrofloresta
Cartilha agrofloresta
 
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...
Agroecologia, Saberes e Práticas - Um guia rápido para desenvolver a agroeco...
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco  Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco
 
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
 
SENAR Minas: Cursos de Artesanato
SENAR Minas: Cursos de ArtesanatoSENAR Minas: Cursos de Artesanato
SENAR Minas: Cursos de Artesanato
 
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)
Certificado de Conclusão - Curso de Meio Ambiente (CNA/SENAR)
 
Resenha 44º CBEEF
Resenha 44º CBEEFResenha 44º CBEEF
Resenha 44º CBEEF
 
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoSeminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
 
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)""Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
 
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpico
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpicoRegulamento especifico futebol de 7 paralímpico
Regulamento especifico futebol de 7 paralímpico
 
8 insetos que podem devorar sua horta orgânica
8 insetos que podem devorar sua horta orgânica8 insetos que podem devorar sua horta orgânica
8 insetos que podem devorar sua horta orgânica
 
Certificado senar de reginaldo
Certificado senar de reginaldoCertificado senar de reginaldo
Certificado senar de reginaldo
 
5 beneficios do uso de adubos verdes na agricultura organica
5 beneficios do uso de adubos verdes na agricultura organica5 beneficios do uso de adubos verdes na agricultura organica
5 beneficios do uso de adubos verdes na agricultura organica
 
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
 
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)
Apiario de-referencia-gestapi-senar-revisao-paulo-2 (1)
 
Adm de emp rural
Adm de emp ruralAdm de emp rural
Adm de emp rural
 
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...
Workshop- Como gerenciar o estresse e melhorar a qualidade de vida através da...
 
Cartilha fruto organica
Cartilha fruto   organicaCartilha fruto   organica
Cartilha fruto organica
 

Similar to Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa

Certificação.ppt
Certificação.pptCertificação.ppt
Certificação.pptemporio4
 
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...ExternalEvents
 
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacional
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacionalCartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacional
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacionalCarol Daemon
 
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...Manejo Da Lavoura Cafeeira
 
Cartilha de ziraldo
Cartilha de ziraldo Cartilha de ziraldo
Cartilha de ziraldo Keylla Tayne
 
Cartilha organicos_Olho no Consumidor
Cartilha organicos_Olho no ConsumidorCartilha organicos_Olho no Consumidor
Cartilha organicos_Olho no ConsumidorErik Oliveira
 
Art jessica rev final
Art jessica rev finalArt jessica rev final
Art jessica rev finalWitalo Silva
 
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdf
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdfguia-certificacao-organica-int-online-2018.pdf
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdfElizabeteNunes7
 
BPA Sérgio Gonzaga
BPA Sérgio GonzagaBPA Sérgio Gonzaga
BPA Sérgio Gonzagaagencialarue
 
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...BeefPoint
 
Informe Agronegócios - Edição 7
Informe Agronegócios - Edição 7Informe Agronegócios - Edição 7
Informe Agronegócios - Edição 7iicabrasil
 
Ricardo Voltonili 2º dossiê de certificados e rótulos
Ricardo Voltonili  2º dossiê de certificados e rótulosRicardo Voltonili  2º dossiê de certificados e rótulos
Ricardo Voltonili 2º dossiê de certificados e rótulosUnomarketing
 
Ciencia hoje erva-mate_organica
Ciencia hoje erva-mate_organicaCiencia hoje erva-mate_organica
Ciencia hoje erva-mate_organicaMoacir Medrado
 

Similar to Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa (18)

Cartilha sistemas participativos_de_garantia
Cartilha sistemas participativos_de_garantiaCartilha sistemas participativos_de_garantia
Cartilha sistemas participativos_de_garantia
 
Certificação.ppt
Certificação.pptCertificação.ppt
Certificação.ppt
 
Ceritificações
CeritificaçõesCeritificações
Ceritificações
 
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...
Sistema de certificación participativa, experiencia del Brasil en Agricultura...
 
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacional
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacionalCartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacional
Cartilha de produção orgânica regulamentação nacional e internacional
 
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...
Certificações onde estamos e para onde vamos renato josé de melo professor es...
 
Cartilha de ziraldo
Cartilha de ziraldo Cartilha de ziraldo
Cartilha de ziraldo
 
Cartilha Ziraldo
Cartilha ZiraldoCartilha Ziraldo
Cartilha Ziraldo
 
Cartilha organicos_Olho no Consumidor
Cartilha organicos_Olho no ConsumidorCartilha organicos_Olho no Consumidor
Cartilha organicos_Olho no Consumidor
 
O olho do_consumidor
O olho do_consumidorO olho do_consumidor
O olho do_consumidor
 
Cartilha sobre produtos orgânicos
Cartilha sobre produtos orgânicosCartilha sobre produtos orgânicos
Cartilha sobre produtos orgânicos
 
Art jessica rev final
Art jessica rev finalArt jessica rev final
Art jessica rev final
 
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdf
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdfguia-certificacao-organica-int-online-2018.pdf
guia-certificacao-organica-int-online-2018.pdf
 
BPA Sérgio Gonzaga
BPA Sérgio GonzagaBPA Sérgio Gonzaga
BPA Sérgio Gonzaga
 
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...
Certificação sócio-ambiental como ferramenta para atingir o mercado consumido...
 
Informe Agronegócios - Edição 7
Informe Agronegócios - Edição 7Informe Agronegócios - Edição 7
Informe Agronegócios - Edição 7
 
Ricardo Voltonili 2º dossiê de certificados e rótulos
Ricardo Voltonili  2º dossiê de certificados e rótulosRicardo Voltonili  2º dossiê de certificados e rótulos
Ricardo Voltonili 2º dossiê de certificados e rótulos
 
Ciencia hoje erva-mate_organica
Ciencia hoje erva-mate_organicaCiencia hoje erva-mate_organica
Ciencia hoje erva-mate_organica
 

More from Cepagro

Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaComida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaCepagro
 
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Cepagro
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaCepagro
 
Boletim "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...
Boletim  "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...Boletim  "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...
Boletim "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...Cepagro
 
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Cepagro
 
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” “Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” Cepagro
 
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...Cepagro
 
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...Cepagro
 
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...Cepagro
 
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...Cepagro
 
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...Cepagro
 
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...Cepagro
 
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul..."Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...Cepagro
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosCepagro
 

More from Cepagro (14)

Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaComida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
 
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
Abastecimento Agroecológico de Consumidores articulado com Soberania e Segura...
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
 
Boletim "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...
Boletim  "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...Boletim  "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...
Boletim "Critérios Técnicos para Elaboração de Projeto, Operação e Monitoram...
 
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
Manual “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitár...
 
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” “Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
 
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
 
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
 
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
 
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...
“AGRICULTURA URBANA: Um estudo de caso nas comunidades Chico Mendes e Jardim ...
 
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
 
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
 
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul..."Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
 
Revolução dos Baldinhos
Revolução dos BaldinhosRevolução dos Baldinhos
Revolução dos Baldinhos
 

Recently uploaded

Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptxJssicaCassiano2
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptjricardo76
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAJulianeMelo17
 

Recently uploaded (20)

Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 

Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa

  • 2. 2
  • 3. 1 d e A l i m e n t o s A g r o e c o l ó g i c o s F l o r i a n ó p o l i s , 2 0 1 3 Certificação Participativa
  • 4. 2 C E P A G R O Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo www.cepagro.org.br cepagro@cepagro.org.br +55 (48) 3334-3176 Florianópolis, SC - Brasil Coordenação geral Charles Onassis Peres Lamb Coordenação do eixo urbano Marcos José de Abreu Coordenação do eixo rural Marcelo Farias ISBN 978-85-67297-02-6 C o l e ç ã o S a b e r n a P r á t i c a Conselho Editorial (Volume 2 – Certificação Participativa) Charles Onassis Peres Lamb, Cristiano Motter, Gisa Garcia, Laércio Meirelles, Leandro Venturin, Luiz Carlos Rebelatto, Marcelo Farias, Marcos José de Abreu, Natal João Magnanti, Oscar José Rover Marcelo Passos Coordenação Editorial Fernando Angeoletto Redação e edição Ana Carolina Dionísio e Fernando Angeoletto Design gráfico Jonatha Jünge Fotografia Fernando Angeoletto, acervo Cepagro e acervo Rede Ecovida Produção Florimage Serviços Gráficos Apoio Interamerican Foundation (IAF) Este trabalho está licenciado sob a Licença Atribuição-NãoComercial 3.0 Brasil da Creative Commons. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/
  • 5. 3 SANTA CATARINA Jaraguá do Sul Joinville Araquari Itajaí Itapema Vidal Ramos Imbuia Leoberto Leal Nova Trento Major Gercino Palhoça Florianópolis GaropabaPaulo Lopes Alfredo Wagner Rancho Queimado Angelina Brusque São Bonifácio Biguaçu Piçarras BRASILBRASIL Área de atuação do Cepago Saber na PráticaV I V Ê N C I A S E M A G R O E C O L O G I A C O L E Ç Ã O Esta coleção apresenta a sistematização de metodologias ado- tadas pelo Cepagro em seu trabalho de organização popular, dirigido a famílias em comunidades rurais e urbanas do Lito- ral Catarinense, Grande Florianópolis e Alto Vale do Itajaí. A coleção é focada nas ações a partir de 2006, quando foram firmados os convênios com a IAF (Fundação Interamericana) e outros parceiros de cooperações internacionais e entes públicos. O fortalecimento do Cepagro foi notável neste período, sobretudo como articulador do Núcleo Litoral Catarinense da Rede Ecovida de Agroecologia. Somos um importante nó desta Rede, que representa mais de 3.000 famílias agricultoras em todo o Sul do Brasil. Além disto, e com igual destaque, foi neste intervalo de 7 anos que os trabalhos com Agricultura Urbana tornaram-se um reconhecido eixo de atuação da entidade. Dividida em 4 volumes, a coleção Saber na Prática: Vivências em Agroeocologia é um registro histórico e metodológico que visa auxiliar outras organizações a replicarem as ações apresentadas - levando em conta o que há de afinidades e diferenças entre as realidades, sempre no sentido de adotar técnicas sustentáveis de Agricultura e Gestão de Resíduos Orgânicos.
  • 6. 4 Certificação Participativa Dentre as modalidades de acreditação da produção orgânica no Brasil, são previstas pela legislação a certificação por Auditoria e por Sistemas Participativos de Garantia (SPGs), além das Organizações de Controle Social (OCSs), que garan- tem a conformidade de alimentos para venda direta. No caso dos SPGs, cuja formulação da política pública teve participação decisiva da Rede Ecovida de Agroecologia, um dos principais diferenciais é a oportunização de um espaço de formação e intercâmbio entre os agricultores, durante as sessões de avaliação da conformidade orgânica que acon- tecem nas propriedades rurais e agroindústrias. Mantendo a premissa fundamental de qualquer certificação, que é a de garantir a legitimidade do cultivo orgânico junto à toda sociedade, os SPGs promovem cidadania e incremento da produção familiar orgânica, tendo ainda como atributo possi- bilitar a diminuição do custo do alimento mais saudável para o consumidor final. Este volume da coleção “Saber na Prática: Vivências em Agroeocologia” lança luzes sobre o universo da certificação participativa, desde a constituição e funcionamento dos grupos de base da Rede Ecovida até o avanço da legislação brasileira de produção orgânica. O objetivo é despertar pro- cessos semelhantes em entidades que atuam em territórios de agricultura familiar agroecológica de maneira articulada, no Brasil ou em outros países. d e A l i m e n t o s A g r o e c o l ó g i c o s
  • 7. 5 Sumário Panorama da acreditação orgânica no Brasil e no mundo Como saber se o produto é orgânico? Os caminhos da certificação Participativo por quê? Uma alternativa para a Agricultura Familiar Agroecológica Certificação Participativa no Mundo Juntos Somos Mais Fortes: Rede Ecovida Um pouco da(s) história(s) da Rede Como Funciona a Rede? Reuniões, Plenárias, Encontros Gerando credibilidade em rede: O processo de Certificação Participativa da Rede Ecovida Registrar é preciso! O Núcleo Litoral Catarinense Com a palavra, os agricultores Referências Bibliográficas 6 7 8 10 12 14 16 17 22 24 26 30 36 39 40
  • 9. 7 Como saber se o produto é orgânico? Na venda direta em feiras, a principal garantia da qualidade orgânica de um alimento é o contato direto com os agricultores, respaldado por uma Declaração de Cadastro em uma Organização de Controle Social (OCS). Uma OCS é formada por agricultores organizados em grupos que, depois de ser cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), está habilitada a assegurar a conformidade orgânica dos produtos. Estes são destinados somente à comercialização direta em feiras e também para compras governamentais (para alimentação escolar, por exemplo). Estes alimentos, contudo, não podem ser vendidos em lojas de artigos naturais nem supermercados. Para estes casos é preciso um selo do Sisorg – Sistema Brasileiro de Avalia- ção da Conformidade Orgânica - para mostrar que aquele produto passou por um processo de certificação, confirmando que ele atende às exigências da legislação brasileira sobre orgânicos. Este selo facilita a identificação dos produtos orgânicos no mercado e acaba atribuindo um diferencial a eles. O selo do Sisorg garante que o produto passou por uma avaliação criteriosa e controlada pelo MAPA
  • 10. 8 Os caminhos da certificação As leis brasileiras reconhecem dois sistemas de avaliação da conformidade orgânica para venda indireta, que têm o mesmo objetivo: garantir a qua- lidade ao consumidor. A diferença está nos procedimentos de verificação. CERTIFICAÇÃO POR AUDITORIA - realizada por uma empresa certi- ficadora. Neste caso, o agricultor ou a agroindústria contrata e paga uma empresa para enviar um inspetor à sua propriedade. Este técnico vai avaliar se os processos produtivos obedecem aos padrões de conformidade orgâ- nica da legislação brasileira (e também internacional, caso haja interesse de exportação), da forma mais isenta possível, sem envolvimento com o agri- cultor que está sendo inspecionado. O técnico não deve dar orientações nem sugestões sobre como manejar possíveis problemas na propriedade. Após esta visita, o inspetor escreve um relatório, que é encaminhado para a empresa contratada. A partir das informações presentes ali, o produtor poderá usar ou não o selo de produto orgânico. Cada empresa tem critérios diferentes para calcular o preço da certificação, que também varia de acordo com o mercado (interno ou externo).
  • 11. 9 SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA: formado por agriculto- res, processadores, consumidores e comerciantes reunidos em grupos, que por sua vez fazem parte de núcleos regionais articulados em rede. Neste cenário, o produtor que busca a certificação é visitado por outros membros do núcleo, configurando um ambiente de controle social. Mais do que apontar não-conformidades, esta visita é uma oportunidade para os parti- cipantes trocarem experiências, através de perguntas, sugestões e relatos. É um intercâmbio que empodera o agricultor e qualifica a produção familiar agroecológica. Se o parecer emitido pelo Comitê de Verificação for posi- No Sistema Participativo de Garantia, a proprie- dade que solicita a avaliação da conformidade orgânica é visitada por um comitê de verificação formado por integrantes dos grupos da Rede Ecovida, em um ambiente de integração e aprendi- zado [Núcleo Litoral Catarinense (SC), nov. 2012] tivo, e a sua documentação estiver adequada, o produtor estará apto a usar o selo de produto orgânico. O custo desta certificação, para o agricultor, é a anuidade que ele paga quando se filia à Associação Ecovida de Certificação Participativa. O valor da anuidade, bem como a destinação dos recursos arrecadados, é decidido pelos membros do Núcleo em assembleia.
  • 12. 10 Participativo por quê? O papel ativo dos agricultores e o diálogo de saberes são alguns dos dife- renciais dos Sistemas Participativos de Garantia (SPGs). Outros princípios básicos são: • Diferente das certificações por auditoria, baseadas numa relação entre uma prestadora de serviços e o cliente, a certificação participativa obedece a princípios de confiança: entre produtores, técnicos e consu- midores que integram o processo. Eles desenvolvem suas ações com a responsabilidade de um compromisso assumido em grupo e lavrado em ata, tendo a agroecologia como princípio fundamental e obrigatório. • Todos os atores – agricultores, consumidores e técnicos - envolvidos sabem como o sistema funciona e nenhuma informação é confidencial, tudo está registrado em atas e documentos, garantindo a transparência do processo. • Como a verificação da conformidade orgânica é feita por um coletivo, a responsabilidade está dividida entre todos, descentralizada: os procedimentos e dinâmicas são decididos em assembleia, respeitando as características regionais de cada núcleo. Quanto mais variados e organizados forem os grupos, maior será a credibilidade gerada.
  • 13. 11 Entendendo melhor: SPG e OPAC A avaliação da conformidade orgânica, a concessão do selo do Sisorg e a inclusão dos agricultores e agroindústrias no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos são algumas das atividades realizadas no Sistema Participativo de Garantia (SPG). A entidade responsável por estas funções é o Organismo Participativo de Ava- liação da Conformidade (OPAC), que precisa estar credenciado junto ao MAPA para que o SPG seja reconhecido legalmente. Os OPACs são formados por agricultores, processadores, consumidores e comerciantes que atuam diretamente com agroecologia. Seus representantes verificam e atestam que os alimentos agroecológicos atendem às exigências da Lei 10.831, de 2003, que regulamenta o tema. Por isso, os SPGs se caracterizam pela responsabilidade coletiva dos seus membros na geração de credibilidade. Os métodos de cada SPG, contudo, variam de acordo com os locais em que são imple- mentados, considerando as realidades sócio-culturais e econômicas dos territórios que formam cada OPAC, que tem autonomia para decidir critérios, condições e exigências relativas à participação dos seus membros. O Grupo Terra Viva, de Angelina (Litoral Catarinense), reunido em torno da documentação de uma propriedade (janeiro de 2013)
  • 14. 12 Uma alternativa para a Agricultura Familiar Agroecológica Confiança, transparência, autonomia: estas são algumas das características que fazem do SPG a forma mais acessível de assegurar a qualidade orgânica de produtos da agricultura familiar. Quais são os CUSTOS? Como funcionam as VISITAS DE VERIFICAÇÃO? Quais são os CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO? OBJETIVOS ENVOLVIMENTO
  • 15. 13 • definido pela empresa, deve cobrir todas as despesas de transporte, mão- -de-obra e emissão do relatório, além de garantir uma margem de lucro •feitas por um técnico contratado pela agência, que não deve ter envolvimento com o agricultor, pressupondo isenção no processo. • estabelecidos pela empresa cer- tificadora, atendendo à legislação brasileira e em alguns casos tam- bém a parâmetros de certificação internacionais. • concessão do selo de conformidade orgânica; habilitar o agricultor para o mercado. •do produtor com a certificadora: pagamento do serviço e emissão do certificado, que é válido por 12 meses. • do agricultor com a rede: a família precisa entrar para um grupo que faz parte da rede, participar das reuniões e dos encontros de núcleo para fortalecer a articulação do coletivo e estabelecer dinâmicas de controle social. • concessão do selo de conformidade orgânica; articulação das redes internas de produção e comercialização agroecológicas, principalmente da agricultura familiar; equi- valência para os agricultores que não podem acessar a certificação por auditoria. • são determinados pelos membros do SPG e sistematizadas nos Planos de Manejo, dentro de dinâmicas abertas a possíveis adaptações conforme a realidade de cada núcleo, estando sempre de acordo com a legislação brasileira. • realizadas por um Comitê de Verificação formado por membros dos OPACs, eleitos em seus grupos para comporem as Comissões de Avaliação dos Núcleos. Seguem um roteiro definido pelos membros do SPG (e de acordo com a legislação brasileira), com o objetivo não só de fiscalização, mas de intercâmbio de experiências, saberes e mobilização. • dividido entre as anuidades pagas pelos membros, decididas em assembleia em cada núcleo, e os subsídios das organizações de apoio que articulam o SPG. Destina-se ao custeio das equipes de verificação em campo, encargos burocráticos e emissão do certificado. CERTIFICAÇÃO POR AUDITORIA SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA
  • 16. 14 NICARAGUA–Grupo dePromocióndela AgriculturaEcológica COSTARICA–APOT A Lei 8591 legitima os SPG´s em vários artigos. Pequenos ou médios GPO´s (Grupos de Produtores Orgânicos), atrelados a uma pessoa jurídica, podem cadastrar-se junto ao Ministério da Agricultura para implementar a Certificação. PARAGUAI –Altervida EUA–Certified NaturallyGrown Fundada em 2002, reúne 750 agricultores e apicultores certifica- dos. A certificação só é válida para a venda direta em feiras e a documentação é toda preenchida e enviada pela internet. MÉXICO–RedMexicanadeTianguisyMercados Orgánicos Criada em 2004, articula produtores e consumidores em feiras e mercados em 13 regiões do país. BRASIL-RedeEcovidade Agroecologia Formalizada em 1998, pautou a discussão nacional sobre SPG’s. Atualmente tem mais de 1200 famílias certificadas, nos estados do Sul (PR, SC e RS) e sul de SP. O sistema é respal- dado pelas Comissões de Avaliação e pressupõe o fortalecimento dos grupos de Agroecologia, células dos Núcleos que compõem a Rede Ecovida. BRASIL –RedeXiquexique Tem sua missão voltada para a articulação em rede visando à comer- cialização solidária e ética das cadeias produtivas dos trabalha- dores e trabalhadoras rurais, pescadoras e pescadores artesanais, apoiadas na tríade da Comercialização, Feminismo e Economia Solidária. BRASIL–RedeACSAmazônia A ACS Amazônia atua no Estado do Acre, sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia, implantando um processo de certificação com princípios de auto-suficiência, soberania alimentar e a equidade social, através da valorização cultural e das relações socioambientais dos povos da Amazônia. URUGUAI–Redde Agroecologia Em funcionamento desde 2005, reúne produtores, consu- midores, técnicos e ONGs divididos em 6 regionais. São cerca de 180 propriedades certificadas, a maioria produzindo hortaliças, frutas, leite e derivados e mel. BOLÍVIA–Asociaciónde OrganizacionesdeProductores EcológicosdeBolivia Fundada em 1991, agrupa 60 mil produtores ecológicos em 90 municípios. O programa de certificação participativa existe desde 2009 e é levado a cabo por cerca de 20 organizações de produtores afiliadas à AOPEB. PERU–Asociación NacionaldeProductores EcológicosdelPerú Em atividade desde 1998, começou a implementar a certificação participativa em 2005. Hoje conta com 12 mil agricultores associados. XIQUE XIQUE Rede de Comercialização Solidária XIQUE XIQUE Rede de Comercialização Solidária
  • 17. 15 NOVAZELÂNDIA –OrganicFarm NewZealand Estabelecida em 2002, já certificou cerca de 170 produtores em 11 regiões do país. INDIA–KeystoneFoundation Instituída em 1993, vem desenvolvendo desde 1998 um programa de certificação de produtos silvestres e cultivados por comunidades indígenas do sul do país que inclui o monitoramento ambiental dos bosques de extrativismo. FRANÇA–NatureetProgrès Formada em 1972, lançou em 1978 um primeiro esboço de um sistema de certificação participativa. Atualmente conta com 1.300 membros (a maioria deles consumidores) organizados em 20 grupos locais. Certificação Participativa no MundoA ideia de um sistema que avalia e garante a conformidade orgânica de produtos já existia na década de 70, quando a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM) começou a desenvolver, a partir de con- sultas com os envolvidos na produção orgânica na Europa, uma estrutura que englobava normas, critérios de acredita- ção e a concessão de um selo, algo bem parecido com as regulamentações ISO. Este sistema funcionou muito bem na Europa e no crescente mercado orgânico internacional, dando origem às agências certificadoras. Porém, principalmente em países menos desenvolvidos, milhares de pequenos agricultores ficaram à margem deste processo. A partir da década de 90, diversas organizações ligadas à agroecologia passaram a mobilizar-se contra os altos custos e falta de diálogo dos sistemas de auditoria, que não se adequavam à realidade da agricultura familiar e de pequena escala. Vários SPGs foram desenhados para diferentes contextos ao redor do mundo, com modos de funcionamento distintos, mas com objetivos e princípios similares: confiança, transparência e diálogo de saberes pautando todo o processo.
  • 18. 16 SANTA CATARINA PARANÁ SÃOPAULO RIOGRANDE DOSUL 7 1 2 3 4 5 6 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 26 27 25 Juntos Somos Mais FortesNo Brasil, um dos principais OPACs é a Rede Ecovida de Agroecologia, credenciada junto ao MAPA em 2010. A Rede é formada por 27 núcleos regionais, compostos por cerca de 200 grupos de agricultores e agriculto- ras em 170 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, além de pouco mais de 20 ONGs. Atualmente, conta com mais de 1200 propriedades certificadas e 800 com o processo em andamento, além de outras 1000 que não demandaram a certificação mas participam da construção dos SPGs. Cada Núcleo é composto por: • Cooperativas de consumidores • Entidades de assessoria • Pequenos comerciantes • Cooperativas de agricultores • Agroindústrias • Grupos de agricultores familiares 1. Agroflorestal 2. Alto Uruguai 3. Alto Vale 4. Arenito Caiuá 5. Centro Paranaense 6. Centro RS 7. Libertação Camponesa 8. Litoral Catarinense 9. Litoral Solidário 10. Luta Camponesa 11. Maurício Burmester do Amaral 12. Missões 13. Monge João Maria 14. Noroeste Catarinense 15. Oeste Catarinense 16. Oeste Paranaense 17. Planalto Norte 18. Planalto RS 19. Planalto Serrano 20. Serra RS 21. Serramar 22. Sudoeste Paranaense 23. Sul RS 24. Sul Catarinense 25. Vale do Caí 26. Vale do Rio Pardo 27. Vale do Rio Uruguai Distribuição dos núcleos no Sul do Brasil
  • 19. 17 Um pouco da(s) história(s) da Rede Apesar de ter sido instituída oficialmente em 1998, algumas organizações que formaram a Rede Ecovida já vinham atuando no movimento agroeco- lógico desde o final da década de 1970. Nesta época, destaca-se a oposição à Revolução Verde, que disseminou o uso intensivo de agrotóxicos, fertilizan- tes químicos e sementes melhoradas e colocou o agronegócio como modelo de produção no país. Em seu histórico de atuação, além de protagonizar os debates sobre os mar- cos legais da agricultura agroecológica no Brasil, a Ecovida construiu uma metodologia de SPG que serve de base para outras organizações dentro e fora do país. Outra característica marcante desta história é a reafirmação da estrutura em rede, que continua fortalecendo a agricultura familiar. Feiras e cooperativas em 1978, a formação da Cooperativa Ecológica Coolméia, que realiza duas feiras de produtos ecológicos em Porto Alegre, é uma das primeiras iniciativas de pro- dução e comercialização baseada na credibilidade da relação entre agricultor e consumidor, um dos princípios básicos do SPG. Dentre os procedimentos de garantia da qualidade dos produtos, a Coolméia organiza visitas de consumidores às coope- rativas de agricultores e possui uma Comissão de Avaliação que decide a entrada de novos produtores ao grupo. 1978
  • 20. 18 Tecnologias alternativas A luta pela “Lei dos Agrotóxicos”, aprovada em 1989 e que regulamenta o uso destes insumos químicos no campo, aglutina diversas organizações, asso- ciações e movimentos sociais, que começam a discutir tecnologias alternativas para a agricultura e a formar feiras ecológicas. No Sul do Brasil, estas ini- ciativas articulam-se na Rede de Tecnologias Alternativas Sul (Rede TA-Sul). O debate e a troca de experiências em encontros e seminários sobre temas como agrobiodiversida- de, manejo ecológico de solos e sementes crioulas fortalece a identidade da Rede. Propostas de regulamentação Em 94, o MAPA inicia um processo de regulamentação da agricultura orgânica, num contexto de crescimento do mercado e da necessidade de algumas empresas de estarem certificadas para exportar. Esta proposta inclui a certificação dos produtos, mas ainda baseada em padrões externos e alheios às realidades locais, sendo por isso rejeitada pelo movimento agroecológico (Coolméia, Centro Ecológico Ipê, Cepagri, Centro Vianei, Cetap, Capa). Paralelo a isso, em Santa Catarina, uma fundação estadual (Fundagro) apresenta um modelo de certificação de orgânicos nos moldes das certificadoras por auditoria. Diversas ONGs e associações de agricultores do estado – como Cepagri e Centro Vianei - se posiciona- ram contra esta proposição, que não convergia com os princípios de garantia de qualidade discutidos dentro do movimento agroecológico. Representantes destas organizações compareceram em peso à audiência pública que decidiria a implantação da proposta, no final de 1997, conseguindo a sua anulação. Este foi apenas um dentre vários momentos em que a incidência política dos atores que formariam a Rede Ecovida foi decisiva para conter medidas que não beneficiariam os agricultores familiares. Posicionamento A discussão do marco legal da agricultura orgânica no Brasil se intensifica, levando as organizações do movimento agroecológico a se posicionar neste processo e assumir o compromisso de participar politicamente na construção desta legislação, para que esta abarcasse a diversidade da agricultura agroecológica no Brasil. O objetivo era construir um texto que respaldasse tanto as instituições que seguiam o modelo de certificação da Federação Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica (IFOAM), em que a verificação da conformidade ainda estava a cargo de auditoras, quanto as ONGs e organizações populares que defendiam um sistema solidário e participativo de geração de credibilidade. A criação de uma Rede Regional de Agroecologia, durante um seminário em União da Vitória (PR) em 1998, foi um passo decisivo para estruturar este novo formato de organização do movimento agroecológico no Sul do Brasil: a Rede Ecovida de Certificação Participativa, fundada em novembro deste ano num seminário em Caçador (SC). O debate sobre a certificação é um dos principais diferen- ciais desta nova Rede. 1980 1994 1998
  • 21. 19 Criação do GAO É publicada a IN 06, propondo somente mecanismos de inspeção para a certificação. Por ser muito confusa e burocrática e não considerar mecanismos parti- cipativos de garantia, a instrução é fortemente rejeitada pela Rede Ecovida e outras organizações ligadas à agroecologia. Uma das principais reações foi a criação do Grupo de Agricultura Orgânica do Brasil (GAO), durante o 1° Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), com o objetivo de trabalhar na constru- ção do marco legal dos orgânicos e defender iniciativas de pequeno porte, no campo da produção, organização e certificação. A partir daí fica clara a influência da Rede Ecovida não só do ponto de vista da construção da regulamentação governamental, mas pelo exemplo de sua experiência de fortalecimento em rede, que serviu de modelo para outras iniciativas similares Brasil afora, como a ACS Amazônica e a Rede Xique-Xique, no Nordes- te. Neste ano é também criado o Núcleo Litoral Catarinense. Formalização da Rede Um dos resultados do aprofundamento da discussão sobre certificação e da crescente participação de agências auditoras estrangeiras no Brasil é a publicação da Instrução Normativa 07 pelo MAPA. Dentro da Rede, vem novamente à tona divergências em torno dos meca- nismos de garantia da qualidade. Em abril deste ano a Rede Ecovida é lançada em audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A partir daí a organização assume a denominação de Rede Ecovida de Agroecologia, confor- mando uma dimensão mais abrangente na esfera de atuação, tendo a produção agroecológica familiar para mercado interno como horizonte. Abrangência no Sul do Brasil A participação de representantes do Paraná e do Rio Grande do Sul no 2º Encontro da Rede, novamente em Lages, oficializa a abrangência da Ecovida nos três estados do Sul brasileiro. Estruturação dos núcleos O debate sobre a garantia da conformida- de orgânica ganha cada vez mais importância dentro da Rede, com a fundação da Associação Ecovida de Certificação Participativa. O Encontro Ampliado é realizado em Francisco Beltrão (PR), desta vez com a presença marcante de associa- ções e cooperativas de agricultores, definindo a característica fun- damental da Ecovida: a participação dos agricultores nas decisões da Rede. São aprovados os primeiros núcleos regionais, que passam a ser os articuladores dos grupos de famílias. 1999 2000 2001 2002 Membros do Núcleo Litoral Catarinense no ano de sua fundação
  • 22. 20 2003 2004 2007 A Lei dos Orgânicos A eleição de Lula para a Presidência representou mudanças nos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. Um dos reflexos desta alteração no poder foi a aprovação da Lei 10.831 em de 23 de dezembro de 2003, mais conhecida como “Lei dos Orgânicos”, cujo texto base é marcado pela atuação do GAO e da Rede Ecovida, não só pela inclusão do SPG dentre os mecanismos de avaliação da conformidade, mas pelo respaldo legal da venda direta sem certifica- ção. O SPG é tema de uma oficina durante o 4° Encontro Ampliado da Rede, em Passo Fundo (RS). Certificação em debate Representantes de mais de 20 países se reúnem em Torres (RS) para o Seminário Internacional sobre Certificação Alterna- tiva, promovido pelo IFOAM (Federação Internacional dos Movimentos da Agricultura Orgânica) e MAELA (Movimento Agroecológico da América Latina e do Caribe). Os partici- pantes debateram pontos em comum de diferentes SPGs e desafios para conferir maior legitimidade a estes métodos. A Rede Ecovida reafirma ali a importância do envolvimento dos agricultores e consumidores na geração da credibilidade do produto orgânico. Consolidação dos SPGs Dando continuidade a este diálogo acerca de estratégias e ações para a adoção e aceitação de diferentes metodologias de certificação participativa, acontece em Antonio Prado (RS) o Seminário Latino-Americano sobre Sistemas Participativos de Garantia. Além de reiterar a validade dos SPGs como mecanismo de garantia dos produtos agroecológico, os participantes de 16 países enfatizaram a sua importância para facilitar o acesso ao mercado por agricultores familiares. Neste ano também foi assinado o Decreto 6.323, que detalha as normas dos Sistemas Participativos de Garantia de Qualidade Orgânica. Oficina de SPG durante o 4o. Encontro Amplia- do da Rede Ecovida
  • 23. 21 Continuidade do OPAC Ocorrido pela primeira vez em uma capital, o 8° Encontro Ampliado da Rede Ecovida reúne mais de mil participantes em Florianópolis (SC). Em dezembro deste ano, uma auditoria do MAPA mantém o credencia- mento da Rede como OPAC. 20102009 2012 Credenciamento A Associação Ecovida de Certificação Participativa é credenciada pelo Ministério da Agricultura como OPAC. Neste mesmo ano torna-se obrigatória a certificação de produtos orgânicos para venda indireta, que devem levar o selo do Sisorg. Normas da certificação Diversas organizações que lutam pela certificação participativa, incluindo a Rede Ecovida, criam o Fórum Latino Americano de SPGs. Ainda em 2009 é publicada a Instrução Normativa 19, que normatiza a atividade dos Organismos de Avaliação da Conformidade (tanto das certificadoras por auditoria quanto dos participa- tivos). 7o. Encontro Ampliado da Rede Ecovida (Ipê, RS) Em dezembro de 2012, a Rede Ecovida recebeu uma auditoria de manutenção do credenciamento como OPAC
  • 24. 22 Como Funciona a Rede? A organização da Rede começa nas conversas, interações e diálogos entre as famílias de agricultores, mediados por entidades de assessoria. Perce- bendo problemas e necessidades comuns, começam a agir em conjunto, formando, assim, um grupo, que precisa estar registrado em ata para que seus procedimentos tenham legitimidade. As visitas de verificação que os membros dos grupos realizam entre si são uma das etapas da certificação participativa. Quando um grupo se une a outros, junto com associações, cooperativas e entidades de apoio para buscar a certificação e mais conhecimentos sobre agroecologia, forma-se um Núcleo Regional, que é a unidade de articulação da Rede Ecovida em cada região.
  • 25. 23 Membros do grupo Semear Sementes para o Futuro (Litoral Catarinense) dialogam durante visita de verificação Os Núcleos promovem encontros em que são expostos os problemas, desafios e realizações de cada grupo em torno da agroecologia, além de discutir o processo de certificação, fomentar as ferramentas do SPG com grupos não consolidados e eleger a Comissão de Avaliação. Além disso, são responsáveis pela publicação de materiais, manutenção de um banco de dados dos produtos disponíveis na região e garantia do processo de certifi- cação. Nos núcleos também são eleitos os representantes de cada estado na Coordenação Geral da Rede Ecovida.
  • 26. 24 Reuniões, Plenárias, Encontros Tomando decisões em Rede A interação entre agricultores, consumidores e técnicos é a base da organi- zação da Rede. É nos espaços de diálogo que a articulação destes atores se fortalece, pois estimula a responsabilidade e o protagonismo coletivos. Os principais momentos de tomadas de decisão são:
  • 27. 25 Plenária de Núcleos realizada em Passo Fundo (RS), em abril de 2012 PLENÁRIA DE NÚCLEOS Uma das principais instâncias deliberativas da Rede Ecovida, formada por pelo menos 2 representantes de cada Núcleo Regional. Encaminha a criação de novos núcleos, a eleição da Coordenação Geral e tópicos que não foram decididos nas Plenárias Estaduais. Acontece geralmente a cada 6 meses. ENCONTRO AMPLIADO O grande momento coletivo da Rede Ecovida, em que se discutem questões políticas mais abrangentes e se aprovam a formação de novos núcleos e a Coordenação Geral. Acontecem oficinas temáticas e seminários, além da Feira de Saberes e Sabores, promovendo um forte intercâmbio entre os participantes. Ocorre a cada 2 anos, coordenado por um ou mais Núcleos Regionais.
  • 28. 26 GERANDO CREDIBILIDADE EM REDE O processo de Certificação Participativa da Rede Ecovida O reconhecimento legal do SPG e a manutenção do credenciamento da Rede Ecovida como OPAC foram con- quistas importantes. Por trás delas está o fortalecimento da metodologia de certificação participativa construída desde 1994 pela Rede e que hoje é referência em vários países do mundo. Baseada na distribuição de responsabilidades, coo- peração e empoderamento das famílias, foi sistematizada e regulamentada para que estivesse de acordo com a legislação e continuasse equivalentes à certificação por auditoria.
  • 29. 27 Grupo Ecocaxias (RS) em visita de verificação da conformidade orgânica
  • 30. 28 Como e onde começa o processo de certificação? Na unidade mais básica de organização da rede, que é o grupo de agriculto- res familiares (em que também podem participar consumidores, técnicos, processadores e comerciantes). É através da participação nas reuniões do grupo que a família entra para a Rede Ecovida e solicita a certificação da sua propriedade. E se não existe um grupo na localidade? Se o grupo ainda não está constituído, mas existe a demanda para formá-lo, as famílias devem mostrar interesse em participar do Núcleo local, com- parecendo a alguma das reuniões regulares. Após este primeiro contato, alguns integrantes do Núcleo visitarão o grupo para conhecê-lo e explicar o funcionamento da Rede Ecovida. Se as famílias concordarem em seguir a metodologia do SPG, devem solicitar ao Núcleo a adesão à Rede Ecovida, numa reunião registrada em ata, indicando dois membros do grupo – um titular e um suplente – que integrarão a Comissão de Avaliação do Núcleo. Os membros do grupo contribuem com uma cota anual para os custos de certificação (deslocamento e refeição dos conselheiros, expedientes buro- cráticos), cujo valor é decidido por cada Núcleo. No Litoral Catarinense (SC), por exemplo, a contribuição anual era de R$ 36,00 por família até 2013. E quando o grupo já está formado? A família agricultora deve mostrar interesse em participar da Rede Ecovida, comparecendo a uma reunião do grupo – se este acabou de ser formalizado, pode ser já no primeiro encontro. Alguns integrantes do grupo visitarão a propriedade para conhecer o histórico da família, da terra e explicar o funcionamento da Rede. A família pode participar do grupo mesmo não tendo interesse em ser certificada. Quais são os compromissos da família com o grupo? Principalmente participar das reuniões do grupo, que devem ser regulares, de preferência mensais. As reuniões são ferramentas de controle social com- plementares às visitas de verificação de conformidade. O regulamento diz que se uma família falta a 40% das reuniões num período de 12 meses, não terá direito a solicitar a visita do Comitê de Verificação e, caso já possua o Certificado de Conformidade, este será suspenso.
  • 31. 29 “Se fosse dizer pros meus amigos hoje, eu diria: pode ir pro orgânico porque não é aquele bicho de sete cabeças. No convencional vira tudo despesa, com o orgânico eu mesmo faço o meu adubo, não preciso comprar. Pra mim está dando muito certo.” Jair Scheidt, Imbuia (SC)
  • 32. 30 Registrar é preciso! O grupo deve manter um livro ata, onde são registradas todas as reuniões, visitas, novos inscritos no grupo e decisões tomadas pelo coletivo. Todas as atas devem ter uma lista de presença. Estes registros são importantes para garantir a manutenção do grupo. Documentação Independente se o grupo é novo ou não, os membros que querem passar pela avaliação da conformidade orgânica devem, além de pagar a anuidade e participar das reuniões, preencher alguns documentos: • Cadastro das unidades produtivas: contém informações para identificação da família e do grupo. • Plano de Manejo e Conversão: é uma descrição detalhada da propriedade e sua produção. • Termo de Compromisso da Família Ecologista: declara que as informações contidas no Plano de Manejo são verdadeiras e que a família entende como o SPG funciona. A documentação preenchida deve ser enviada para a Comissão de Avaliação do Núcleo, que vai conferir se está tudo certo. Se as informações estiverem corretas, a família estará habilitada a receber a visita do Comitê de Verificação do Núcleo, formado por membros de outros grupos definidos pela Comissão de Avaliação. O prazo para esta vistoria acontecer é de até 60 dias. Também é fundamental man- ter em dia o Caderno de Campo, que registra a compra de insumos para a propriedade e as notas fiscais destes produtos. O rigor na documentação exigida é o mesmo na certificação por auditoria e na participativa
  • 33. 31 Capacitação sobre compostagem durante reunião do grupo de Biguaçu (Núcleo Litoral Catarinense) O que acontece nas Visitas de Verificação? Muito mais do que uma simples fiscalização, a visita do Comitê de Verificação é uma intensa troca de experiências e saberes entre os agricultores. Nela são avaliados e discutidos aspectos sociais, ambientais, relações de trabalho, saneamento, econômicos, pro- dutivos e organizacionais da propriedade, além de outros pontos próprios da Rede e da legislação dos orgânicos: • a documentação da família e o seu envolvimento no grupo, se participa das reuniões ou não; • proporção de produção ecológica na propriedade e expectativa de tempo para a conversão total; • barreiras entre cultivos agroecológicos e convencionais; • origem das sementes, mudas e insumos e sua documentação; • se há animais na unidade de produção, como são alimentados e para onde vão os seus resíduos, além de outros aspectos relativos ao seu bem-estar; • proteção dos cursos e nascentes de água; • destinação dos resíduos (orgânico e seco, esgoto); • as relações de trabalho dentro da propriedade, registro e pagamento da mão-de-obra, presença de trabalho infantil e escolarização.
  • 34. 32 Após a primeira visita de verificação: • Se o parecer do Comitê de Veri- ficação for positivo, o produtor receberá o Certificado de Confor- midade Orgânica da Rede Ecovida e entrará para o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do MAPA. Assim, poderá (e deverá) utilizar o Selo do Sisorg e da Rede Ecovida nos seus produtos. • No caso de a avaliação ser negativa, o produtor terá que assumir um compromisso com o grupo de se adequar às normas de conformi- dade orgânica dentro de um prazo. Qual é a frequência das visitas de verificação? O ideal é que todas as famílias do grupo sejam visitadas pelo menos 1 vez por ano pelos seus pares. Mas no caso de grupos muito grandes, as verifi- cações podem ser feitas por amostragem: alguns membros são sorteados e avaliados. Mesmo assim, no prazo de 4 anos todas as propriedades de cada grupo devem ser visitadas. No intervalo entre essas visitas, as reuniões de grupo e as visitas de pares (feita por membros do mesmo grupo) servem como mecanismos de controle social, além de serem espaços importantes de construção mútua de conhecimento entre os produtores. Como é registrada a comercialização dentro da Rede Ecovida? Cada vez que um agricultor realizar uma venda para um varejista ou agroindústria, ele precisa emitir uma Declaração de Transação Comercial, informando o tipo de produto, lote, quantidade e número da nota fiscal. Tanto o agricultor quanto o comprador devem manter uma cópia deste documento, que assegura a rastreabilidade do produto: se um consumidor desejar saber de onde veio o alimento que ele está comprando, é possível fazer o caminho inverso até chegar à origem.
  • 35. 33 Visita para certificação do cultivo de pera do sr. Cel- so Gelsleuchter (Angelina, SC – janeiro de 2013). É importante iniciar a mobilização para convocar o Comitê de Verificação com antecedência. IMPORTANTE! Vencimento da certificação A certificação é válida por um ano. É preciso renová-la todos os anos, por isso é importante que, três meses antes de vencer o certificado, os produtores comecem a mobilizar-se através da reunião do grupo para solicitar a nova visita do Comitê de Verificação. Assim, não corre-se o risco de o certificado estar vencido no momento da comer- cialização do produto.
  • 36. 34 Uma propriedade precisa ser 100% agroecológica para ser certificada? Não. A maioria das famílias que entra para a Rede está em fase de transição de cultivos convencionais para agroecológicos. Isto é chamado produção paralela, e não é um impedimento para a certificação, desde que as culturas agroecológicas e convencionais sejam de espécies ou variedades diferentes e estejam em áreas distintas, como prevê a IN 46, de outubro de 2011, que estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Se estas condições forem cumpridas, a propriedade entra num processo de conversão, que deve ser completado num prazo de até 5 anos. Este período é contado a partir da inclusão da família na Rede. Se neste momento a produção ainda é convencional, a família deve fazer o manejo de culturas por 12 a 18 meses para que a produção do ciclo seguinte seja considerada agroecológica. A forma como o produtor pretende fazer a conversão da propriedade deve estar indicada no Plano de Manejo, em que também vai sendo registrado o cumprimento das etapas do processo. A produção paralela Se uma propriedade possui produção paralela, alguns itens devem ser observados: • Qual a distância entre as culturas agroecológicas e convencionais? • Existem barreiras físicas entre elas? • A direção do vento, o relevo ou o curso das águas pode levar à contaminação dos cultivos agroecológicos? Além disso, é PROIBIDO: • Alternar manejo agroecológico e convencional na mesma área; • Utilizar equipamentos, implementos e insumos dos cultivos conven- cionais nas áreas de manejo orgânico; • Produzir as mesmas culturas nos dois sistemas (convencional e agroecológico).
  • 37. 35 Agroindústrias também podem ter a conformidade orgânica avaliada através da certificação participa- tiva (Núcleo Serra RS, dezembro de 2012) A Rede Ecovida certifica agroindústrias? Sim, a Rede também desenvolveu uma metodologia de certificação para agroindústrias que processam alimentos agroecológicos. Os procedimentos básicos são iguais aos das unidades de produção vegetal e animal: a família ou os responsáveis pela agroindústria precisam entrar para um grupo, pre- encher a documentação e receber a visita do Comitê de Verificação. Mas há algumas especificidades: - Deve utilizar o Cadastro de Agroindústrias no lugar do Cadastro de Uni- dade Produtiva - A visita do Comitê de Verificação seguirá um roteiro específico para agroindústrias, em que serão analisados, dentro outros itens, a procedência da matéria prima, a higienização dos equipamentos e a receita dos produtos, bem como se as fiscalizações sanitárias estão em dia.
  • 38. 36 O sr. Gilmar Cognacco, de Leoberto Leal, rompeu com a indústria fuma- geira e hoje sustenta a família de 7 filhos com uma produção agroecológica altamente diversificada. O casal Celso e Catarina Gelsleuchter, de Angelina, mantém ativa sua produção de pêras, mel, açúcar mascavo, melado e fari- nha, estes últimos produzidos em um centenário engenho movido à roda d’água, que eles nem pensam em desmanchar e já foram inclusive divulgá-lo no Encontro Mundial do movimento Slow Food na Itália. José Furtado, que mantém uma área produtiva com folhosas e morango em ambiente de forte especulação imobiliária do município de Garopaba, deixou a vida de caminhoneiro para seguir o legado agrícola da família. Essas 3 famílias e suas histórias de vida partilham de um mesmo Núcleo da Rede Ecovida, o Litoral Catarinense. Criado em 2002, o Núcleo abrange os municípios catarinenses de Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, O Núcleo Litoral Catarinense
  • 39. 37 Major Gercino, Biguaçu, Angelina, Rancho Queimado, São Bonifácio, Imbuia, Leoberto Leal, Nova Trento, Araquari, Jaraguá do Sul, Joinville, Piçarras, Itapema e Balneário Camboriú, concentrado em regiões de grande densidade populacional, que ainda assim apresentam-se não somente como fortes consumidoras, mas também com uma importante vocação produtiva. O engajamento do Núcleo Litoral Catarinense resultou, recentemente, na criação de um espaço inédito: o Primeiro Box de Produtos Agroecológicos em uma Ceasa (Central de Abastecimento) brasileira, localizado na Grande Florianópolis, que amplia o acesso da população aos produtos agroecoló- gicos e fortalece as famílias agricultoras não somente deste território, mas também de outros Núcleos da Rede, numa articulação de comercialização que viabiliza a complementaridade e a circulação de produtos em toda a região Sul do país. Inaugurado em março de 2013, o Primeiro Box de Produtos Agroecológicos em uma Ceasa do Brasil foi um marco para o Núcleo Litoral Catarinense
  • 40. 38 O 8° Encontro Ampliado da Rede Ecovida, realizado em 2012, trouxe milhares de agricul- tores ecologistas a Florianópolis e aproximou a produção e o mercado consumidor Vinculada aos procedimentos habituais da Certificação Participativa, esta articulação de comercialização abastece ainda as compras governamentais para escolas, creches e instituições públicas, além de feiras locais para venda direta. Com seus registros formais acompanhados e sistematizados pelo Cepagro, o Núcleo Litoral Catarinense, através de seus representantes locais, ocupa assentos estratégicos em Conselhos e espaços deliberativos, a exemplo do CONSEA/SC (Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional), Câmara Técnica da Diversificação da Fumicultura e CPOrg/SC (Comissão da Produção Orgânica), entre outros. Com atuação em elos diversos, do fomento da atividade produtiva à incidência política, o Núcleo Litoral Cata- rinense escreve diariamente sua história no fortalecimento da Agroecologia no Sul do país, seguindo os princípios da Rede Ecovida e empoderando suas famílias vinculadas. Em maio 2012, o Núcleo Litoral Catarinense sediou, em parceria com o Núcleo Planalto Serrano, o 8o. Encontro Ampliado da Rede Ecovida, realizado pela primeira vez em uma capital de Estado (Florianópolis), em pleno campus da Universidade Federal de Santa Catarina. Promovendo o estreitamento de relações entre o rural e o urbano, repensando a atividade de produção alimentar e o abastecimento das cidades, este momento intenso de trocas entre mais de 1000 agricultores ecologistas do Sul do país demonstrou a capacidade de organização do nosso Núcleo, que assumiu o compromisso de socializar a produção agroecológica em Rede através de seus alimentos garantidos pela Certificação Participativa, promovendo benefícios em mão dupla, tanto aos agricultores quanto à população do território.
  • 41. 39 Com a palavra, os agricultores “Ter nossos produtos certificados vai facilitar a nossa venda, nós já revendemos pra Ecoserra e pre- tendemos vender pra fábrica certificada de suco de Nova Trento. Nosso encontro com o pessoal da Rede Ecovida foi muito bom, porque as pessoas valorizam os produtos e, mais que os produtos, os produtores, e isso faz um bem muito grande.” Catarina Gelsleuchter, Angelina “Pra mim, este certificado é a prova de dias e dias de esforço e luta de famílias trabalhando juntas. Agora a gente pode chegar com nosso produto em qualquer lugar e dizer “tá aqui a prova do nosso trabalho”. Antonio Will e família, Nova Trento “A gente plantava fumo pra ganhar dinheiro e parou. Dois dias por semana estamos no trabalho da feira de Brusque, outros dias nas reuniões do nosso grupo e do Núcleo. A gente faz o transporte pra feira e pro Box do Ceasa, mobilizando muitos agricultores da Rede Ecovida, desde a serra, de Urupema e Painel, Lages, Alfredo Wagner, Imbuia, Nova Trento, Major Gercino.” Gilmar Cognacco, Leoberto Leal “Conheci o pessoal e fiquei dois anos na fase de transição pro orgânico. Aí ganhei o certificado e estou há 7 anos. A gente vende no mercado do pro- dutor, tem uma feira aos sábados na praça central e tem a merenda escolar, onde colocamos nosso pão caseiro e geleia, além de algumas verduras. É uma maneira de aumentarmos nossa renda e da família permanecer na propriedade. José Furtado, Garopaba
  • 42. 40 SÍTIOS DE INTERNET • ecovida.org.br • ifoam.org • aopeb.org • anpeperu.org • gpae.net • altervida.org.py • tianguisorganicos.org.mx • keystone-foundation.org/ • naturallygrown.org • organicfarm.org.nz • natureetprogres.org • subscriptions.leisa.info/index.php?url=getblob. php&o_id=138077&a_id=211&a_seq=0. ARL, Valdemar. Uma Identidade que se constrói em rede. Caderno de Formação. Lapa (PR): Rede Ecovida de Agroecologia, 2007. CARRASCAL, Tatiana; TYGEL, Daniel; MOTTA, Eugênia. Fluxos e informações na Economia Solidária: Comercialização e Certificação Participativa. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), 2011. Certificação participativa em rede: um processo de certificação adequado à agricultura familiar agroecológica no Sul do Brasil. Relatório Técnico Final. Florianópolis: CNPq, Cepagro, Rede Ecovida de Agroecologia, 2005. IFOAM. La Agricultura Ecológica y los Sistemas de Garantía Participativos: Comercialización y Apoyo para los Productores Ecológicos de Pequeña Escala. Disponível em www.ifoam.org/sites/default/files/page/files/ifoam_pgs_lea- flet_spanish_web.pdf, acesso em 18 jul. 2013. IFOAM. Sistemas de Garantía Participativos: Visión Compartida, Ideales Compartidos. Disponível em www.ifoam.org/sites/default/files/page/files/ ifoam_pgs_spanish_web.pdf. Acesso em 18 jul. 2013. IFOAM. Partipatory Guarantee Systems. Case studies from Brazil, New Zealand, India, USA, France. Disponível em http://www.ifoam.org/sites/default/files/page/ files/studies_book_web.pdf. Acesso em 18 jul. 2013. IFOAM. La Agricultura Ecológica y los Sistemas de Garantía Participativos. 2007 e 2008 Manual de procedimentos operacionais para a avaliação da conformidade orgânica na Associação Ecovida de Certificação Participativa MEIRELLES, Laércio; SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto. Rede Ecovida de Agroeco- logía, Brasil: “Desarrollando credibilidad” Regimento Interno da Associação Ecovida de Certificação Participativa SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto dos; OLIVEIRA, Daniela. CADERNO de formação: Certificação Participativa de Produtos Ecológicos. Florianópolis: Rede Ecovida de Agroecologia, 2004. SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto dos. Formação e consolidação da Rede Ecovida de agroecologia e a sua experiência de certificação participativa. Referências bibliográficas
  • 43. 3
  • 44. 4 Saber na PráticaV I V Ê N C I A S E M A G R O E C O L O G I A C O L E Ç Ã O Para ser considerado orgânico, um alimento deve passar pelo crivo de processos de avaliação monitorados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Relativamente novo no Brasil, o Sistema Participativo de Garantia é um método de certificação baseado no controle social, que além de oferecer as garantias exigidas pela Lei configura-se como um importante processo de fortalecimento da agricultura familiar agroecológica. A Rede Ecovida, que atualmente certifica 1.200 famílias no Sul do Brasil através de um OPAC (Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade) teve um papel decisivo na construção da legislação brasileira, que atualmente considera este modelo com o mesmo peso de uma certificação por auditoria. O selo Ecovida estampado em um produto reflete uma relação de confiança iniciada na unidade produtiva e transparente à toda sociedade. ISBN 978-85-67297-02-6