SlideShare a Scribd company logo
1 of 32
Download to read offline
1
A TECNOLOGIA SOCIAL
DA GESTÃO COMUNITÁRIA
DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
e Agricultura Urbana
REVOLUÇÃO
DOS BALDINHOS
REVOLUÇÃO
DOS BALDINHOS
A TECNOLOGIA SOCIAL
DA GESTÃO COMUNITÁRIA
DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
e Agricultura Urbana
EXPEDIENTE
CEPAGRO - Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo
Presidente: Érika Sagae
Coordenador Rural: Charles Onassis Peres Lamb
Coordenador de Projetos Urbanos: Marcos José de Abreu
Coordenador de Comunicação: Fernando Angeoletto
Coordenação Administrativa e Financeira: Eduardo Rocha e Rafael Beghini
Cartilha “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitária
de Resíduos Orgânicos e Agricultura Urbana”
Conselho Editorial: Fernando Angeoletto, Júlio César Maestri e Marcos José de Abreu
Projeto Editorial e Textos: Fernando Angeoletto e Marcos José de Abreu
Edição e Fotografia: Fernando Angeoletto
Ilustrações: Hatsi Rio Apa e Jonatha Jünge
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Jonatha Jünge
Fundação Banco do Brasil
Presidente:
José Caetano de Andrade Minchillo
Diretor Executivo de Desenvolvimento Social:
Marcos Melo Frade
Diretor Executivo de Gestão de Pessoas, Controladoria e Logística:
Vagner Lacerda Ribeiro
Secretário Executivo:
Allan Lopes Santos
Gerente de Autorização de Pagamentos:
Alirio Pereira Filho
Gerente de Assessoramento Estratégico e Controles Internos:
Ana Carolina Barchesi
Gerente de Pessoas e Infraestrutura:
André Grangeiro Botelho
Gerente de Análise de Projetos:
Claudia Marcia Pereira
Gerente de Comunicação:
Emerson Flávio Moura Weiber
Gerente de Tecnologia da Informação:
Fábio Marcelo Depine
Gerente de Parcerias Estratégicas e Modelagem de Programas e Projetos:
João Bezerra Rodrigues júnior
Gerente de Monitoramento e Avaliação:
Patricia Lustosa Borges de Lima Vieira
Gerente de Finanças e Controladoria:
Rodrigo Octavio Lopes Neves
Assessoria Técnica:
Fabrício Erick Araújo, Maria Eduarda Junqueira da Veiga Serra, Rogério Miziara
Quando o bairro Monte Cristo uniu esforços para
combater um grave problema de saúde pública, não
imaginava que o engajamento pudesse se transformar
em uma metodologia de ecologia urbana com viés
social – embora seu nome de batismo, “Revolução dos
Baldinhos”, já deixasse claro que tratava-se de algo
com raízes e impactos profundos.
Das intervenções em Agricultura Urbana imple-
mentadas pelo Cepagro, somadas à necessidade de
retirar das ruas as sobras de comida misturadas ao
lixo comum que tornavam-se fonte de proliferação de
ratos, surgiu um projeto transformador do ambiente
urbano e do tecido social, evoluindo ao atual modelo
de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos que
tem inspirado empresas, organizações, condomínios,
comunidades e bairros, além de projetos de limpeza
urbana em municípios de pequeno a grande porte.
Com o advento da inclusão ao banco de Tecno-
logias Sociais da Fundação Banco do Brasil, o projeto
Revolução dos Baldinhos passou a ser reconhecido
como uma ferramenta replicável, adequado a escalas
e realidades distintas de habitações populares em
todo o país. Com a publicação que ora se apresenta,
pretendemos tornar acessível o passo a passo de
implementação deste método, desde o engajamento
comunitário até a logística de operacionalização da
compostagem e promoção da Agricultura Urbana, pas-
sando pelas esferas de articulação fundamentais para
a consolidação da iniciativa.
Abertura
índice
1. OLHANDO NOSSA CASA E A
COMUNIDADE
2. REPENSANDO A RELAÇÃO COM
NOSSOS RESÍDUOS
3. PROMOVENDO INOVAÇÃO E
BENEFÍCIOS
4. OPTAMOS PELA GESTÃO
COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS, E
AGORA?
4.1 RECEBENDO APOIO PARA ADOTAR O
MÉTODO
4.2 O PASSO A PASSO DA
TRANSFORMAÇÃO LOCAL
4.3 EXPANDINDO O PLANO PARA O
RESTANTE DO EMPREENDIMENTO
5. A TÉCNICA FUNDAMENTAL
5.1 MONTANDO UMA LEIRA DE
COMPOSTAGEM
6. UTILIZANDO O COMPOSTO
ORGÂNICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8
10
11
12
14
16
17
18
19
22
30
8
1 Primeiros passos
OLHANDO
NOSSA CASA
E A COMUNIDADE
COMO CUIDAMOS DO NOSSO LIXO E QUAIS OS
CAMINHOS DA COLETA EM NOSSO BAIRRO?
Depois que o lixo sai
da nossa casa, qual o
destino? Existe algum
tipo de coleta em nossa
rua ou proximidades?
Sem coleta
Em locais com pouca ou nenhuma presença do poder
público, o lixo torna-se um poluente em terrenos baldios
ou cursos d’água dentro da própria comunidade, atraindo
vetores de doenças.
Aterro sanitário
Ambiente controlado, com coleta de chorume e de gases,
para depósito dos resíduos da cidade. Se for mal operado,
pode acarretar em danos ambientais. Há que se considerar
o alto custo de mão de obra, transporte e logística necessá-
rios a este sistema de tratamento, além de não possibilitar
o retorno das matérias primas ao ciclo produtivo.
Lixão
Descarga dos resíduos a céu aberto, sem proteção ao solo e
ao ar, com ameaças ao meio ambiente e à saúde pública.
9
Resíduos Secos Recicláveis
São os vidros, papéis, plásticos e latas, geralmente mane-
jados por cooperativas municipais, ou por associações de
catadores no próprio bairro.
Resíduos Orgânicos Compostáveis
São: 1) tudo o que sobra da cozinha (folhas, cascas, restos
de comida em geral); 2) resíduos dos serviços de jardi-
nagem e limpeza pública (folhas secas, podas, roçadas).
Depois de compostados, transformam-se no “ouro” – um
belo adubo para retornar ao ciclo produtivo.
Rejeitos
É “aquilo que não tem jeito”, ou seja, não podem retornar
ao ciclo produtivo: lixo de banheiro, restos de embalagens
sujas de gordura, sacolas sujas e outros. São os únicos resí-
duos que devem ser encaminhados a um aterro sanitário.
É tudo junto e misturado ou uma
COLETA SELETIVA? Entenda
este conceito que é fundamental
para a reciclagem. Uma boa sepa-
ração dos resíduos sólidos – que
deixam de ser “lixo” para torna-
rem-se recursos - deve começar
dentro de casa e estender-se às
áreas públicas.
Como é de amplo conheci-
mento, os resíduos secos
recicláveis são valorizados
pela indústria da reciclagem.
Uma das maneiras de orga-
nizar os recicláveis secos é
através de Associações
de Catadores. Temos
alguma em nosso condomí-
nio, vila ou bairro?
Os catadores infor-
mais também são muito
importantes para a coleta
e reciclagem dos resíduos
secos recicláveis. Eles cir-
culam pelas nossas ruas?
10
2 Mudança de rumos
Repensando a
relação com nossos
resíduos
OS ORGÂNICOS COMO FONTE DE AGRICULTURA URBANA, SAÚDE, RENDA
E QUALIDADE DE VIDA
Ter plantas em casa é
sempre um hábito saudável,
seja pela terapia de mexer
com a terra ou pelo acesso
a alimentos fresquinhos
colhidos no próprio quintal.
Um bom adubo orgânico é a
base de tudo.
Em nossa abordagem, a gestão
comunitária de limpeza urbana
pode gerar trabalho e renda. Além
de ser a base da agricultura urbana,
a compostagem possibilita
excedentes de adubo orgânico que
podem ser vendidos.
11
Uma boa área
para pátio de
compostagem,
com drenagem,
cercamento, áreas
verdes e galpão, deve
ser disponibilizada
para a iniciativa.
3Mirando novas possibilidades
PROMOVENDO
INOVAÇÃO E
BENEFÍCIOS
O QUE PRECISAMOS PARA IMPLEMENTAR
A TECNOLOGIA SOCIAL DE GESTÃO
COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
E AGRICULTURA URBANA?
Parcerias com órgãos
públicos, iniciativa privada
e organizações do próprio
bairro são fundamentais
para o sucesso da iniciativa.
Entenda o papel de cada
uma.
órgãos públicos
Com a prefeitura e a empresa municipal de limpeza,
busca-se apoio para a coleta dos resíduos, implan-
tação dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), cons-
trução de infraestruturas e pagamento dos agentes
locais do grupo comunitário.
iniciativa privada
Com supermercados, lanchonetes e padarias, pode-
mos obter sem custos os baldinhos com tampas para
separação dos resíduos orgânicos nas residências.
Podem também ser feitas parcerias com empresas
especializadas para coleta dos resíduos.
organizações do próprio bairro
Com as escolas, creches e associações comunitárias
do bairro, a parceria permite ampliar a sensibilização
para a correta separação e destinação dos resíduos
na comunidade.
PEV
12
4 O acesso à Tecnologia Social
OPTAMOS PELA GESTÃO
COMUNITÁRIA DE
RESÍDUOS, E AGORA?
COMO RECEBER AJUDA PARA IMPLANTAR LOCALMENTE
Há 7 anos, o Cepagro – Centro
de Estudos e Promoção da
Agricultura de Grupo
(Florianópolis/SC) - coordena
o Projeto Revolução dos
Baldinhos, hoje caracterizado
como uma referência nacional
neste modelo de Gestão
Comunitária de Resíduos
Orgânicos e Agricultura
Urbana.
Leira de compostagem na
Revolução dos Baldinhos
13
Em março de 2015, a entidade realizou a
primeira Formação em Gestão Comunitária
de Resíduos Orgânicos, Compostagem
e Agricultura Urbana, que reuniu muitas
pessoas e organizações de todo o país que
estão replicando esta Tecnologia Social (TS).
Uma das etapas da Formação foi colocar
em prática a metodologia de replicação da
iniciativa, da mesma forma que será desen-
volvida quando a comunidade ou empre-
endimento vinculado ao PNHU (Programa
Nacional de Habitação Urbana) escolher esta
TS para implantação.
Participantes do Curso de Formação
em Gestão Comunitária de
Resíduos Orgânicos. No fundo, uma
leira de compostagem no Parque
Estadual do Rio Vermelho
Construção do plano de
Gestão Comunitária de
Resíduos orgânicos no
Curso de Formação
14
4.1
RECEBENDO APOIO PARA
ADOTAR O MÉTODO
Ao escolher a TS Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e Agricultura
Urbana (Revolução dos Baldinhos), o empreendimento habitacional receberá,
através de sua Organização Local de Mobilização, uma assessoria técnica do
Cepagro para implantação. A partir daí será possível a aquisição de equipamen-
tos, realização de oficinas e criação de um fluxo de comunicação virtual. Serão
disponibilizados materiais didáticos como cartilhas, vídeos e trabalhos acadêmi-
cos, entre outros, em um espaço da internet.
Formação de um grupo comunitário
para gestão dos resíduos;
Métodos de sensibilização das famílias
para separação doméstica dos resíduos;
Articulação com o poder público e
INICIATIVA PRIVADA local;
Técnica de compostagem;
Promoção de atividades para o uso do
adubo orgânico produzido.
OS TEMAS DESTA ASSESSORIA TÉCNICA SERÃO:
A partir da assessoria, o empreendimento pode começar a traçar uma estratégia
para estimular a separação dos resíduos orgânicos nas residências, coletá-los
periodicamente e transformá-los em composto orgânico de alta qualidade.
15
No momento que a Organização Local de Mobilização der o
sinal verde para receber esta TS, receberá um aporte financeiro
para aquisição de equipamentos como ferramentas, bombonas,
baldinhos, botas, luvas, transporte, etc. As quantidades serão
variáveis de acordo com o tamanho do empreendimento, conforme
quadro abaixo:
Item
Quantidade de materiais por faixas de números de habitações.
Até 100
101 a
300
301 a
500
501 a
1000
1001 a
1500
1501 a
2000
2001 a
4000
Bombona plástica de
50 litros
50 150 250 500 750 1000 2000
Baldinhos plásticos
de 15 litros
100 300 500 1000 1500 2000 4000
Placas de identifica-
ção dos PEVs (Pontos
de Entrega Voluntá-
ria)
30 50 70 300 370 600 1200
Peneira mecânica 01 01 01 01 01 01 01
Ensacador elétrico
para o composto
orgânico
01 01 01 01 01 01 01
Carrinho transporta-
dor para bombonas
02 03 04 08 12 16 32
Botas 04 08 09 18 27 36 72
Garfos de Jardina-
gem
06 10 12 24 36 48 96
Enxada 04 08 09 18 27 36 72
Pá com cabo de
madeira
04 08 09 18 27 36 72
Luva 04 08 09 18 27 36 72
Palha (m3
) 05 10 15 30 45 60 120
Serragem (m3
) 05 10 15 30 45 60 120
Após a aquisição deste kit de materiais, haverá uma primeira
formação de 16 horas/aulas, com o objetivo de capacitar o Grupo
Comunitário e desenvolver um plano de ação inicial para 100 famí-
lias iniciarem a sua gestão comunitária de resíduos orgânicos.
O Grupo Comunitário deverá ser mobilizado previamente
através de chamadas, convites e reuniões explicativas realizados
pela Organização Local Mobilizadora. Também poderão ser convida-
dos integrantes do conselho gestor do empreendimento, gestores
públicos municipais, integrantes do Banco do Brasil e representan-
tes das famílias beneficiadas.
16
4.2
O passo a passo da
transformação local
Metodologia simplificada da construção do Plano de Gestão Comunitária de
Resíduos Orgânico e Agricultura Urbana
Passo Descrição Atividade
1º passo Critérios de escolha das 100 famílias
2º passo Estratégia de sensibilização das 100 famílias para
separação e acondicionamento dos resíduos orgânicos de
suas residências
3º passo Definição do sistema de acondicionamento dos Resíduos:
porta a porta (PaP) ou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)
4º passo Definição da periodicidade e sistema de coleta dos
resíduos orgânicos
5º passo Escolha do local para o Pátio de Compostagem
6º passo Socialização das técnicas de compostagem, da montagem
ao manejo das leiras, sistematização do pátio e
organização dos materiais
7º passo Interação com o sistema atual de coleta de resíduos
sólidos no empreendimento
8º passo Articulação com parcerias para sustentabilidade do
Modelo de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e
Agricultura Urbana do empreendimento
17
4.3
EXPANDINDO O PLANO
PARA O RESTANTE DO
EMPREENDIMENTO
Após 90 dias acontecerá uma segunda etapa de formação técnica,
novamente com 16 horas. Iniciará com uma avaliação da implantação
do módulo de 100 famílias, observando os pontos de acertos e erros,
bem como os potenciais e desafios. Após esta análise, todas as refle-
xões e percepções serão levadas em consideração e haverá a constru-
ção de um plano de ampliação para todo empreendimento. Além disto
será avaliada a interação com o poder público local para tornar esta TS
uma política pública assumida pela municipalidade.
Nesta segunda formação, os aspectos técnicos serão observados
cuidadosamente. Além de um técnico do Cepagro, contaremos com a
presença de um jovem integrante do Grupo Comunitário da Revolução
dos Baldinhos, que contribuirá qualitativamente com suas experiên-
cias. Também serão aprofundados os temas de utilização do composto
orgânico nas hortas caseiras, comunitárias e escolares. Além disso os
temas ampliam-se para a geração de renda a partir do composto pro-
duzido e o direito do grupo comunitário ser remunerado pelo poder
público local pela realização do serviço de coleta e destino final dos
resíduos orgânicos.
18
5
A técnica
fundamentalCOMPOSTAGEM TERMOFÍLICA DE LEIRAS ESTÁTICAS
COM AERAÇÃO PASSIVA
Este método foi desenvolvido
no Departamento de Engenharia
Rural da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), e por
isso é conhecido como “modelo
UFSC”. Foi amplamente difun-
dido em todos os trabalhos do
Cepagro e diversas outras insti-
tuições no Brasil e no mundo. As
imagens demonstram a prática
em diferentes escalas.
Compostagem no
projeto Família Casca,
realizada em um parque
ecológico municipal
Pátio de compostagem na
subprefeitura da Lapa (São Paulo),
inspirado na Revolução dos Baldinhos,
com capacidade para 140 toneladas
mensais de resíduos orgânicos
19
5.1
Montando uma leira
de compostagem
O terreno deve ser plano e estar limpo. A seguir, delimitar a área da leira
no solo. No exemplo do desenho temos o início de uma leira de 2x8m,
cuja capacidade e de até 10 toneladas de resíduos orgânicos por mes.
O solo deve receber um sistema de drenagem com a mesma largura e
comprimento de cada leira, e profundidade de 0,25m escavada em for-
mato de um V. O buraco recebe uma camada de brita e um cano de PVC
perfurado, envolvido em uma manta impermeável. O cano deve ter uma
declividade de 2% para conduzir o líquido percolado até uma caixa de
concreto, podendo ser reintroduzido na própria leira ou utilizado como
fertilizante líquido.
1 Escolhendo o terreno
2 montagem
20
Na base da leira (em cima do sistema de drenagem), são colocados
materiais secos mais volumosos, como restos de podas, galhos e folhas
de palmeiras, possibilitando uma aeração natural do sistema.
Em seguida é colocada uma camada de serragem ou de restos de poda
picados, utilizada para absorver parte dos líquidos. Acima dela vem uma
camada de composto já pronto, que funciona como inoculante, acres-
centando as bactérias e fungos responsáveis pela compostagem. No
contorno da leira coloca-se uma barreira de palha, que funciona como
uma “parede”, contendo os resíduos e controlando o acesso de peque-
nos animais ao interior.
3 base
4 primeiras camadas
21
A seguir é colocada a camada de restos de comida e outros materiais
verdes e úmidos, distribuídos de maneira uniforme ao longo da leira.
Com ferramenta apropriada, o material novo deve ser revirado para
incorporar-se às camadas de baixo.
Por cima dos resíduos úmidos deve ser adicionada uma camada de
serragem ou de restos de poda picados. Por fim, a leira é coberta com
palha. A cada nova carga, a palha de cima é afastada e transforma-se em
“parede”. Com a leira aberta, repetem-se os passos anteriores: introdu-
ção dos resíduos, revirada, colocação de serragem e cobertura de palha.
5 colocando resíduos
6 fechando a leira
22
A Agricultura Urbana é diretamente estimulada com a Gestão
Comunitária de Resíduos Orgânicos. De acordo com os locais e
demandas, podem surgir hortas em quintais, hortas suspensas,
hortas comunitárias e escolares. As imagens a seguir demons-
tram boa parte dos potenciais criados com a disponibilidade de
composto orgânico.
Horta com materiais
alternativos e
reutilizados
6
UTILIZANDO O
COMPOSTO ORGÂNICOAGRICULTURA URBANA E GERAÇÃO DE RENDA
23
Horta mandala feita
pelos moradores na
Escola América Dutra
Machado
À margem de uma rodovia,
moradora da comunidade Chico
Mendes transforma o canteiro em
uma pequena chácara, utilizando
composto orgânico da Revolução
dos Baldinhos
24
Horta
comunitária,
com foco em
geração de renda,
no município de
Itajaí (SC)
A Gestão Comu-
nitária é também
potencializadora
de ações didá-
ticas, como
esta atividade
do Programa
Educando com a
Horta Escolar e
a Gastronomia
(PEHEG)
25
Outra fase da horta
comunitária na
Escola América
Dutra Machado
No Parque Estadual do Rio
Vermelho (Florianópolis, SC),
a compostagem atua na recu-
peração de áreas degradadas
e abastece uma horta de uso
pedagógico
26
Horta vertical com
reaproveitamento
de pneus
Mesmo com a restrição
de espaço nos quintais,
moradores da Comunidade
Chico Mendes incrementam
o ambiente com plantas
ornamentais e alimentícias
27
A criação de micropraças
em ambientes carentes
de vegetação tornou-se
um hábito dos moradores
participantes do projeto
28
Mesmo com a doação às famílias
participantes do projeto, são
gerados excedentes de composto
orgânico. Depois de peneirado e
ensacado, o produto qualifica-se
para a comercialização
Todo o trabalho operacional da
Gestão Comunitária de Resíduos
Orgânicos, da sensibilização de famí-
lias ao manejo da compostagem e do
adubo pronto, é realizado por jovens
moradores do bairro. Atualmente,
o Grupo Comunitário da Revolução
dos Baldinhos passa pelo rito da
consolidação associativa, almejando
a geração de renda tanto pela comer-
cialização do composto, quanto
pelos serviços ambientais prestados
à municipalidade. Esta meta é inter-
mediada e facilitada pela Incubadora
Tecnológica de Cooperativas Popu-
lares (ITCP/Univali).
29
30
Referências Bibliográficas
Realização
Contatos
INÁCIO, C. T. & MILLER, P. R. M. Compostagem: ciência e prática para a gestão
de resíduos orgânicos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2009. 156p.
FARIAS, EDUARDO. Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão
comunitária de resíduos orgânicos que promove a Agricultura Urbana.
Trabalho de Conclusão de Curso. CCA/UFSC, 2011
ABREU, MARCOS JOSÉ DE. Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos: o
caso do Projeto Revolução dos Baldinhos (PRB), Capital Social e Agricultura
Urbana. Dissertação de Mestrado, PPGA/UFSC, 2013
CEPAGRO
(48) 3334-3176
www.cepagro.org.br
Banco de Tecnologias Sociais
fbb.org.br/tecnologiasocial
Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social
moradiaurbanats.org.br
Realização

More Related Content

What's hot

Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Cepagro
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaCepagro
 
Viveiro de mudas embrapa
Viveiro de mudas embrapaViveiro de mudas embrapa
Viveiro de mudas embraparamyrobatista
 
Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos
Coleta Seletiva de Resíduos SólidosColeta Seletiva de Resíduos Sólidos
Coleta Seletiva de Resíduos SólidosMaster Ambiental
 
Recursos naturais e a ação humana
Recursos naturais e a ação humanaRecursos naturais e a ação humana
Recursos naturais e a ação humanaAndré Luiz Marques
 
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio VermelhoRevista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio VermelhoCamping PAERVE
 
Apostila Embrapa Como plantar hortaliça
Apostila Embrapa Como plantar hortaliçaApostila Embrapa Como plantar hortaliça
Apostila Embrapa Como plantar hortaliçaEvelyn Golin
 
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃOBETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃOAgricultura Sao Paulo
 
"Indicadores de Sustentabilidade"
"Indicadores de Sustentabilidade""Indicadores de Sustentabilidade"
"Indicadores de Sustentabilidade"UNDP Policy Centre
 
Apresentação - Agricultura Familiar
Apresentação - Agricultura FamiliarApresentação - Agricultura Familiar
Apresentação - Agricultura FamiliarClaudio Bomfim
 
Cartilha Ambiental
Cartilha AmbientalCartilha Ambiental
Cartilha AmbientalPADOSA
 
Premio cidades mais sustentáveis
Premio cidades mais sustentáveisPremio cidades mais sustentáveis
Premio cidades mais sustentáveisElinaldoMS
 
Reciclagem e sua sustentabilidade
Reciclagem e sua sustentabilidadeReciclagem e sua sustentabilidade
Reciclagem e sua sustentabilidadeeercavalcanti
 

What's hot (20)

Horta mandala
Horta mandalaHorta mandala
Horta mandala
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
Coleção Saber na Prática - Vol. 3, Agricultura Urbana
 
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roçaRede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
Rede SAFAS: Trazendo a floresta pra dentro da roça
 
Potassio
PotassioPotassio
Potassio
 
Viveiro de mudas embrapa
Viveiro de mudas embrapaViveiro de mudas embrapa
Viveiro de mudas embrapa
 
Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos
Coleta Seletiva de Resíduos SólidosColeta Seletiva de Resíduos Sólidos
Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos
 
Horta didática na escola 01
Horta didática na escola 01Horta didática na escola 01
Horta didática na escola 01
 
Recursos naturais e a ação humana
Recursos naturais e a ação humanaRecursos naturais e a ação humana
Recursos naturais e a ação humana
 
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio VermelhoRevista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho
 
Apostila Embrapa Como plantar hortaliça
Apostila Embrapa Como plantar hortaliçaApostila Embrapa Como plantar hortaliça
Apostila Embrapa Como plantar hortaliça
 
Hortas urbanas
Hortas urbanasHortas urbanas
Hortas urbanas
 
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃOBETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO
BETERRABA: DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO
 
"Indicadores de Sustentabilidade"
"Indicadores de Sustentabilidade""Indicadores de Sustentabilidade"
"Indicadores de Sustentabilidade"
 
Apresentação projeto salve óleo
Apresentação projeto salve óleoApresentação projeto salve óleo
Apresentação projeto salve óleo
 
Apresentacao tcc
Apresentacao tccApresentacao tcc
Apresentacao tcc
 
Apresentação - Agricultura Familiar
Apresentação - Agricultura FamiliarApresentação - Agricultura Familiar
Apresentação - Agricultura Familiar
 
Cartilha Ambiental
Cartilha AmbientalCartilha Ambiental
Cartilha Ambiental
 
Premio cidades mais sustentáveis
Premio cidades mais sustentáveisPremio cidades mais sustentáveis
Premio cidades mais sustentáveis
 
Adubação verde e plantio direto
Adubação verde e plantio diretoAdubação verde e plantio direto
Adubação verde e plantio direto
 
Reciclagem e sua sustentabilidade
Reciclagem e sua sustentabilidadeReciclagem e sua sustentabilidade
Reciclagem e sua sustentabilidade
 

Similar to Gestão comunitária de resíduos e agricultura urbana

Manual de educação ambiental vol 4
Manual de educação ambiental vol 4Manual de educação ambiental vol 4
Manual de educação ambiental vol 4Ananda Helena
 
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo FruetCarta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo FruetJessica Pertile
 
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resolução
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resoluçãoCartilha agricultura urbana na pratica baixa resolução
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resoluçãoAlexandre Panerai
 
Cartilha colhendo novo_baixa
Cartilha colhendo novo_baixaCartilha colhendo novo_baixa
Cartilha colhendo novo_baixaAlexandre Panerai
 
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula edmara isabelle -...
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula   edmara isabelle -...Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula   edmara isabelle -...
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula edmara isabelle -...norivalfp
 
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...REDERESÍDUO
 
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino MédioCompostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino MédioSamuel Anderson
 
Destinação de Residuos Solidos
Destinação de Residuos SolidosDestinação de Residuos Solidos
Destinação de Residuos SolidosMatheus Pereira
 
PGRS Arroio dos Ratos
PGRS Arroio dos RatosPGRS Arroio dos Ratos
PGRS Arroio dos RatosSâmara Gomes
 
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMB
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMBPLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMB
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMBDeisi Motter
 
Desenvolvimento sustentável corporativo made in forest - mar13
Desenvolvimento sustentável corporativo   made in forest - mar13Desenvolvimento sustentável corporativo   made in forest - mar13
Desenvolvimento sustentável corporativo made in forest - mar13Made in Forest
 
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014Deise Mara do Nascimento
 
Dimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosDimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosCarlos Elson Cunha
 

Similar to Gestão comunitária de resíduos e agricultura urbana (20)

Manual de educação ambiental vol 4
Manual de educação ambiental vol 4Manual de educação ambiental vol 4
Manual de educação ambiental vol 4
 
Agricultura urbana na prática
Agricultura urbana na práticaAgricultura urbana na prática
Agricultura urbana na prática
 
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo FruetCarta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet
Carta Aberta Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet
 
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resolução
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resoluçãoCartilha agricultura urbana na pratica baixa resolução
Cartilha agricultura urbana na pratica baixa resolução
 
Cartilha colhendo novo_baixa
Cartilha colhendo novo_baixaCartilha colhendo novo_baixa
Cartilha colhendo novo_baixa
 
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula edmara isabelle -...
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula   edmara isabelle -...Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula   edmara isabelle -...
Trabalho de geografia....pptx sustentabilidades ana paula edmara isabelle -...
 
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...
Sistema de Informação para Leilão e Comercialização de Resíduos Recicláveis n...
 
GEOGRAFIA URBANA
GEOGRAFIA URBANAGEOGRAFIA URBANA
GEOGRAFIA URBANA
 
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino MédioCompostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
Compostagem: Educação Ambiental Aplicada ao Ensino Médio
 
Destinação de Residuos Solidos
Destinação de Residuos SolidosDestinação de Residuos Solidos
Destinação de Residuos Solidos
 
Cartilha PNRS
Cartilha PNRSCartilha PNRS
Cartilha PNRS
 
Slide coleta seletiva
Slide coleta seletivaSlide coleta seletiva
Slide coleta seletiva
 
PGRS Arroio dos Ratos
PGRS Arroio dos RatosPGRS Arroio dos Ratos
PGRS Arroio dos Ratos
 
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMB
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMBPLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMB
PLANEJAMENTO URBANO NO MEIO AMBIENTE - ATERRO DA CAXIMB
 
Desenvolvimento sustentável corporativo made in forest - mar13
Desenvolvimento sustentável corporativo   made in forest - mar13Desenvolvimento sustentável corporativo   made in forest - mar13
Desenvolvimento sustentável corporativo made in forest - mar13
 
O tripé da compostagem
O tripé da compostagemO tripé da compostagem
O tripé da compostagem
 
O tripé da compostagem!
O tripé da compostagem!O tripé da compostagem!
O tripé da compostagem!
 
Tcc
TccTcc
Tcc
 
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014
Projeto Nascentes Urbanas - Atualização 2014
 
Dimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitáriosDimensionamento de aterros sanitários
Dimensionamento de aterros sanitários
 

More from Cepagro

Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaComida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaCepagro
 
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Cepagro
 
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a..."Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...Cepagro
 
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...Cepagro
 
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç..."As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...Cepagro
 
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” “Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” Cepagro
 
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense”
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense” “Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense”
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense” Cepagro
 
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...Cepagro
 
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...Cepagro
 
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...Cepagro
 
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Cepagro
 
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)""Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"Cepagro
 
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...Cepagro
 
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...Cepagro
 
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul..."Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...Cepagro
 
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoSeminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoCepagro
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação Produtiva
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação ProdutivaColeção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação Produtiva
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação ProdutivaCepagro
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação ParticipativaColeção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação ParticipativaCepagro
 

More from Cepagro (18)

Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesaComida de Engenho: celebrando histórias à mesa
Comida de Engenho: celebrando histórias à mesa
 
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
Proposições às reuniões técnicas preparatórias da conferência municipa...
 
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a..."Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...
"Certificação Participativa em rede: um processo de certificação adequado à a...
 
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...
“A Certificação Participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede E...
 
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç..."As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...
"As implicações da lei da agricultura orgânica no atual processo de certficaç...
 
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária” “Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
“Agricultura Urbana: Desenvolvimento de uma Unidade Agroecológica Comunitária”
 
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense”
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense” “Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense”
“Rede Ecovida e a Certificação Participativa no litoral catarinense”
 
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
“Projeto Integrador Final: Contribuições sociais, econômicas e ambientais par...
 
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
“As contribuições do Design para o meio rural: um estudo de caso com o grupo ...
 
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
“Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânic...
 
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
Manejo local de agrobiodiversidade: conservação e geração de diversidade de m...
 
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)""Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
"Agricultura Urbana (AU): um estudo de caso em Itajaí (SC)"
 
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
“O crescimento urbano de Florianópolis no contexto da modernização agrícola: ...
 
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
AGRICULTURA URBANA: Diagnóstico e Educação Ambiental na Comunidade da Praia d...
 
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul..."Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
"Condições para ampliação da comercialização de produtos orgânicos da agricul...
 
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programaçãoSeminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
Seminario Estadual de Agricultura Urbana - programação
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação Produtiva
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação ProdutivaColeção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação Produtiva
Coleção Saber na Prática - Vol. 4, Diversificação Produtiva
 
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação ParticipativaColeção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa
Coleção Saber na Prática - Vol. 2, Certificação Participativa
 

Recently uploaded

Catálogo de Produtos - GrandSol Aquecedores
Catálogo de Produtos - GrandSol AquecedoresCatálogo de Produtos - GrandSol Aquecedores
Catálogo de Produtos - GrandSol Aquecedoresdiogodidi3
 
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdfRenandantas16
 
Relatório Meio Ambiente - Roberto . Iguaí
Relatório Meio Ambiente - Roberto . IguaíRelatório Meio Ambiente - Roberto . Iguaí
Relatório Meio Ambiente - Roberto . IguaíMarcelo Guerra
 
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.pptNormasAgenda
 
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdf
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdfUFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdf
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdfManuais Formação
 
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEA
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEAdeferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEA
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEAmjhordam
 
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptx
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptxINTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptx
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptxGeagra UFG
 

Recently uploaded (7)

Catálogo de Produtos - GrandSol Aquecedores
Catálogo de Produtos - GrandSol AquecedoresCatálogo de Produtos - GrandSol Aquecedores
Catálogo de Produtos - GrandSol Aquecedores
 
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf
004170000101011 (1DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD8).pdf
 
Relatório Meio Ambiente - Roberto . Iguaí
Relatório Meio Ambiente - Roberto . IguaíRelatório Meio Ambiente - Roberto . Iguaí
Relatório Meio Ambiente - Roberto . Iguaí
 
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt
3_E_reciclagem_DE_EMBALAGENS_PLASRICAS.ppt
 
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdf
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdfUFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdf
UFCD_5869_Gestão da Emergência_índice.pdf
 
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEA
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEAdeferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEA
deferido.PDF ENFIMDDSWWAEAEAWEAAEAAAEAEA
 
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptx
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptxINTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptx
INTRODUÇÃO À COTONICULTURA - THAÍS MOREIRA.pptx
 

Gestão comunitária de resíduos e agricultura urbana

  • 1. 1 A TECNOLOGIA SOCIAL DA GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS e Agricultura Urbana REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS
  • 2.
  • 3. REVOLUÇÃO DOS BALDINHOS A TECNOLOGIA SOCIAL DA GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS e Agricultura Urbana
  • 4. EXPEDIENTE CEPAGRO - Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo Presidente: Érika Sagae Coordenador Rural: Charles Onassis Peres Lamb Coordenador de Projetos Urbanos: Marcos José de Abreu Coordenador de Comunicação: Fernando Angeoletto Coordenação Administrativa e Financeira: Eduardo Rocha e Rafael Beghini Cartilha “Revolução dos Baldinhos – A Tecnologia Social da Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e Agricultura Urbana” Conselho Editorial: Fernando Angeoletto, Júlio César Maestri e Marcos José de Abreu Projeto Editorial e Textos: Fernando Angeoletto e Marcos José de Abreu Edição e Fotografia: Fernando Angeoletto Ilustrações: Hatsi Rio Apa e Jonatha Jünge Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Jonatha Jünge Fundação Banco do Brasil Presidente: José Caetano de Andrade Minchillo Diretor Executivo de Desenvolvimento Social: Marcos Melo Frade Diretor Executivo de Gestão de Pessoas, Controladoria e Logística: Vagner Lacerda Ribeiro Secretário Executivo: Allan Lopes Santos Gerente de Autorização de Pagamentos: Alirio Pereira Filho Gerente de Assessoramento Estratégico e Controles Internos: Ana Carolina Barchesi Gerente de Pessoas e Infraestrutura: André Grangeiro Botelho Gerente de Análise de Projetos: Claudia Marcia Pereira Gerente de Comunicação: Emerson Flávio Moura Weiber Gerente de Tecnologia da Informação: Fábio Marcelo Depine Gerente de Parcerias Estratégicas e Modelagem de Programas e Projetos: João Bezerra Rodrigues júnior Gerente de Monitoramento e Avaliação: Patricia Lustosa Borges de Lima Vieira Gerente de Finanças e Controladoria: Rodrigo Octavio Lopes Neves Assessoria Técnica: Fabrício Erick Araújo, Maria Eduarda Junqueira da Veiga Serra, Rogério Miziara
  • 5. Quando o bairro Monte Cristo uniu esforços para combater um grave problema de saúde pública, não imaginava que o engajamento pudesse se transformar em uma metodologia de ecologia urbana com viés social – embora seu nome de batismo, “Revolução dos Baldinhos”, já deixasse claro que tratava-se de algo com raízes e impactos profundos. Das intervenções em Agricultura Urbana imple- mentadas pelo Cepagro, somadas à necessidade de retirar das ruas as sobras de comida misturadas ao lixo comum que tornavam-se fonte de proliferação de ratos, surgiu um projeto transformador do ambiente urbano e do tecido social, evoluindo ao atual modelo de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos que tem inspirado empresas, organizações, condomínios, comunidades e bairros, além de projetos de limpeza urbana em municípios de pequeno a grande porte. Com o advento da inclusão ao banco de Tecno- logias Sociais da Fundação Banco do Brasil, o projeto Revolução dos Baldinhos passou a ser reconhecido como uma ferramenta replicável, adequado a escalas e realidades distintas de habitações populares em todo o país. Com a publicação que ora se apresenta, pretendemos tornar acessível o passo a passo de implementação deste método, desde o engajamento comunitário até a logística de operacionalização da compostagem e promoção da Agricultura Urbana, pas- sando pelas esferas de articulação fundamentais para a consolidação da iniciativa. Abertura
  • 6.
  • 7. índice 1. OLHANDO NOSSA CASA E A COMUNIDADE 2. REPENSANDO A RELAÇÃO COM NOSSOS RESÍDUOS 3. PROMOVENDO INOVAÇÃO E BENEFÍCIOS 4. OPTAMOS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS, E AGORA? 4.1 RECEBENDO APOIO PARA ADOTAR O MÉTODO 4.2 O PASSO A PASSO DA TRANSFORMAÇÃO LOCAL 4.3 EXPANDINDO O PLANO PARA O RESTANTE DO EMPREENDIMENTO 5. A TÉCNICA FUNDAMENTAL 5.1 MONTANDO UMA LEIRA DE COMPOSTAGEM 6. UTILIZANDO O COMPOSTO ORGÂNICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 10 11 12 14 16 17 18 19 22 30
  • 8. 8 1 Primeiros passos OLHANDO NOSSA CASA E A COMUNIDADE COMO CUIDAMOS DO NOSSO LIXO E QUAIS OS CAMINHOS DA COLETA EM NOSSO BAIRRO? Depois que o lixo sai da nossa casa, qual o destino? Existe algum tipo de coleta em nossa rua ou proximidades? Sem coleta Em locais com pouca ou nenhuma presença do poder público, o lixo torna-se um poluente em terrenos baldios ou cursos d’água dentro da própria comunidade, atraindo vetores de doenças. Aterro sanitário Ambiente controlado, com coleta de chorume e de gases, para depósito dos resíduos da cidade. Se for mal operado, pode acarretar em danos ambientais. Há que se considerar o alto custo de mão de obra, transporte e logística necessá- rios a este sistema de tratamento, além de não possibilitar o retorno das matérias primas ao ciclo produtivo. Lixão Descarga dos resíduos a céu aberto, sem proteção ao solo e ao ar, com ameaças ao meio ambiente e à saúde pública.
  • 9. 9 Resíduos Secos Recicláveis São os vidros, papéis, plásticos e latas, geralmente mane- jados por cooperativas municipais, ou por associações de catadores no próprio bairro. Resíduos Orgânicos Compostáveis São: 1) tudo o que sobra da cozinha (folhas, cascas, restos de comida em geral); 2) resíduos dos serviços de jardi- nagem e limpeza pública (folhas secas, podas, roçadas). Depois de compostados, transformam-se no “ouro” – um belo adubo para retornar ao ciclo produtivo. Rejeitos É “aquilo que não tem jeito”, ou seja, não podem retornar ao ciclo produtivo: lixo de banheiro, restos de embalagens sujas de gordura, sacolas sujas e outros. São os únicos resí- duos que devem ser encaminhados a um aterro sanitário. É tudo junto e misturado ou uma COLETA SELETIVA? Entenda este conceito que é fundamental para a reciclagem. Uma boa sepa- ração dos resíduos sólidos – que deixam de ser “lixo” para torna- rem-se recursos - deve começar dentro de casa e estender-se às áreas públicas. Como é de amplo conheci- mento, os resíduos secos recicláveis são valorizados pela indústria da reciclagem. Uma das maneiras de orga- nizar os recicláveis secos é através de Associações de Catadores. Temos alguma em nosso condomí- nio, vila ou bairro? Os catadores infor- mais também são muito importantes para a coleta e reciclagem dos resíduos secos recicláveis. Eles cir- culam pelas nossas ruas?
  • 10. 10 2 Mudança de rumos Repensando a relação com nossos resíduos OS ORGÂNICOS COMO FONTE DE AGRICULTURA URBANA, SAÚDE, RENDA E QUALIDADE DE VIDA Ter plantas em casa é sempre um hábito saudável, seja pela terapia de mexer com a terra ou pelo acesso a alimentos fresquinhos colhidos no próprio quintal. Um bom adubo orgânico é a base de tudo. Em nossa abordagem, a gestão comunitária de limpeza urbana pode gerar trabalho e renda. Além de ser a base da agricultura urbana, a compostagem possibilita excedentes de adubo orgânico que podem ser vendidos.
  • 11. 11 Uma boa área para pátio de compostagem, com drenagem, cercamento, áreas verdes e galpão, deve ser disponibilizada para a iniciativa. 3Mirando novas possibilidades PROMOVENDO INOVAÇÃO E BENEFÍCIOS O QUE PRECISAMOS PARA IMPLEMENTAR A TECNOLOGIA SOCIAL DE GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS E AGRICULTURA URBANA? Parcerias com órgãos públicos, iniciativa privada e organizações do próprio bairro são fundamentais para o sucesso da iniciativa. Entenda o papel de cada uma. órgãos públicos Com a prefeitura e a empresa municipal de limpeza, busca-se apoio para a coleta dos resíduos, implan- tação dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), cons- trução de infraestruturas e pagamento dos agentes locais do grupo comunitário. iniciativa privada Com supermercados, lanchonetes e padarias, pode- mos obter sem custos os baldinhos com tampas para separação dos resíduos orgânicos nas residências. Podem também ser feitas parcerias com empresas especializadas para coleta dos resíduos. organizações do próprio bairro Com as escolas, creches e associações comunitárias do bairro, a parceria permite ampliar a sensibilização para a correta separação e destinação dos resíduos na comunidade. PEV
  • 12. 12 4 O acesso à Tecnologia Social OPTAMOS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DE RESÍDUOS, E AGORA? COMO RECEBER AJUDA PARA IMPLANTAR LOCALMENTE Há 7 anos, o Cepagro – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Florianópolis/SC) - coordena o Projeto Revolução dos Baldinhos, hoje caracterizado como uma referência nacional neste modelo de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e Agricultura Urbana. Leira de compostagem na Revolução dos Baldinhos
  • 13. 13 Em março de 2015, a entidade realizou a primeira Formação em Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos, Compostagem e Agricultura Urbana, que reuniu muitas pessoas e organizações de todo o país que estão replicando esta Tecnologia Social (TS). Uma das etapas da Formação foi colocar em prática a metodologia de replicação da iniciativa, da mesma forma que será desen- volvida quando a comunidade ou empre- endimento vinculado ao PNHU (Programa Nacional de Habitação Urbana) escolher esta TS para implantação. Participantes do Curso de Formação em Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos. No fundo, uma leira de compostagem no Parque Estadual do Rio Vermelho Construção do plano de Gestão Comunitária de Resíduos orgânicos no Curso de Formação
  • 14. 14 4.1 RECEBENDO APOIO PARA ADOTAR O MÉTODO Ao escolher a TS Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e Agricultura Urbana (Revolução dos Baldinhos), o empreendimento habitacional receberá, através de sua Organização Local de Mobilização, uma assessoria técnica do Cepagro para implantação. A partir daí será possível a aquisição de equipamen- tos, realização de oficinas e criação de um fluxo de comunicação virtual. Serão disponibilizados materiais didáticos como cartilhas, vídeos e trabalhos acadêmi- cos, entre outros, em um espaço da internet. Formação de um grupo comunitário para gestão dos resíduos; Métodos de sensibilização das famílias para separação doméstica dos resíduos; Articulação com o poder público e INICIATIVA PRIVADA local; Técnica de compostagem; Promoção de atividades para o uso do adubo orgânico produzido. OS TEMAS DESTA ASSESSORIA TÉCNICA SERÃO: A partir da assessoria, o empreendimento pode começar a traçar uma estratégia para estimular a separação dos resíduos orgânicos nas residências, coletá-los periodicamente e transformá-los em composto orgânico de alta qualidade.
  • 15. 15 No momento que a Organização Local de Mobilização der o sinal verde para receber esta TS, receberá um aporte financeiro para aquisição de equipamentos como ferramentas, bombonas, baldinhos, botas, luvas, transporte, etc. As quantidades serão variáveis de acordo com o tamanho do empreendimento, conforme quadro abaixo: Item Quantidade de materiais por faixas de números de habitações. Até 100 101 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 1500 1501 a 2000 2001 a 4000 Bombona plástica de 50 litros 50 150 250 500 750 1000 2000 Baldinhos plásticos de 15 litros 100 300 500 1000 1500 2000 4000 Placas de identifica- ção dos PEVs (Pontos de Entrega Voluntá- ria) 30 50 70 300 370 600 1200 Peneira mecânica 01 01 01 01 01 01 01 Ensacador elétrico para o composto orgânico 01 01 01 01 01 01 01 Carrinho transporta- dor para bombonas 02 03 04 08 12 16 32 Botas 04 08 09 18 27 36 72 Garfos de Jardina- gem 06 10 12 24 36 48 96 Enxada 04 08 09 18 27 36 72 Pá com cabo de madeira 04 08 09 18 27 36 72 Luva 04 08 09 18 27 36 72 Palha (m3 ) 05 10 15 30 45 60 120 Serragem (m3 ) 05 10 15 30 45 60 120 Após a aquisição deste kit de materiais, haverá uma primeira formação de 16 horas/aulas, com o objetivo de capacitar o Grupo Comunitário e desenvolver um plano de ação inicial para 100 famí- lias iniciarem a sua gestão comunitária de resíduos orgânicos. O Grupo Comunitário deverá ser mobilizado previamente através de chamadas, convites e reuniões explicativas realizados pela Organização Local Mobilizadora. Também poderão ser convida- dos integrantes do conselho gestor do empreendimento, gestores públicos municipais, integrantes do Banco do Brasil e representan- tes das famílias beneficiadas.
  • 16. 16 4.2 O passo a passo da transformação local Metodologia simplificada da construção do Plano de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânico e Agricultura Urbana Passo Descrição Atividade 1º passo Critérios de escolha das 100 famílias 2º passo Estratégia de sensibilização das 100 famílias para separação e acondicionamento dos resíduos orgânicos de suas residências 3º passo Definição do sistema de acondicionamento dos Resíduos: porta a porta (PaP) ou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) 4º passo Definição da periodicidade e sistema de coleta dos resíduos orgânicos 5º passo Escolha do local para o Pátio de Compostagem 6º passo Socialização das técnicas de compostagem, da montagem ao manejo das leiras, sistematização do pátio e organização dos materiais 7º passo Interação com o sistema atual de coleta de resíduos sólidos no empreendimento 8º passo Articulação com parcerias para sustentabilidade do Modelo de Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos e Agricultura Urbana do empreendimento
  • 17. 17 4.3 EXPANDINDO O PLANO PARA O RESTANTE DO EMPREENDIMENTO Após 90 dias acontecerá uma segunda etapa de formação técnica, novamente com 16 horas. Iniciará com uma avaliação da implantação do módulo de 100 famílias, observando os pontos de acertos e erros, bem como os potenciais e desafios. Após esta análise, todas as refle- xões e percepções serão levadas em consideração e haverá a constru- ção de um plano de ampliação para todo empreendimento. Além disto será avaliada a interação com o poder público local para tornar esta TS uma política pública assumida pela municipalidade. Nesta segunda formação, os aspectos técnicos serão observados cuidadosamente. Além de um técnico do Cepagro, contaremos com a presença de um jovem integrante do Grupo Comunitário da Revolução dos Baldinhos, que contribuirá qualitativamente com suas experiên- cias. Também serão aprofundados os temas de utilização do composto orgânico nas hortas caseiras, comunitárias e escolares. Além disso os temas ampliam-se para a geração de renda a partir do composto pro- duzido e o direito do grupo comunitário ser remunerado pelo poder público local pela realização do serviço de coleta e destino final dos resíduos orgânicos.
  • 18. 18 5 A técnica fundamentalCOMPOSTAGEM TERMOFÍLICA DE LEIRAS ESTÁTICAS COM AERAÇÃO PASSIVA Este método foi desenvolvido no Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e por isso é conhecido como “modelo UFSC”. Foi amplamente difun- dido em todos os trabalhos do Cepagro e diversas outras insti- tuições no Brasil e no mundo. As imagens demonstram a prática em diferentes escalas. Compostagem no projeto Família Casca, realizada em um parque ecológico municipal Pátio de compostagem na subprefeitura da Lapa (São Paulo), inspirado na Revolução dos Baldinhos, com capacidade para 140 toneladas mensais de resíduos orgânicos
  • 19. 19 5.1 Montando uma leira de compostagem O terreno deve ser plano e estar limpo. A seguir, delimitar a área da leira no solo. No exemplo do desenho temos o início de uma leira de 2x8m, cuja capacidade e de até 10 toneladas de resíduos orgânicos por mes. O solo deve receber um sistema de drenagem com a mesma largura e comprimento de cada leira, e profundidade de 0,25m escavada em for- mato de um V. O buraco recebe uma camada de brita e um cano de PVC perfurado, envolvido em uma manta impermeável. O cano deve ter uma declividade de 2% para conduzir o líquido percolado até uma caixa de concreto, podendo ser reintroduzido na própria leira ou utilizado como fertilizante líquido. 1 Escolhendo o terreno 2 montagem
  • 20. 20 Na base da leira (em cima do sistema de drenagem), são colocados materiais secos mais volumosos, como restos de podas, galhos e folhas de palmeiras, possibilitando uma aeração natural do sistema. Em seguida é colocada uma camada de serragem ou de restos de poda picados, utilizada para absorver parte dos líquidos. Acima dela vem uma camada de composto já pronto, que funciona como inoculante, acres- centando as bactérias e fungos responsáveis pela compostagem. No contorno da leira coloca-se uma barreira de palha, que funciona como uma “parede”, contendo os resíduos e controlando o acesso de peque- nos animais ao interior. 3 base 4 primeiras camadas
  • 21. 21 A seguir é colocada a camada de restos de comida e outros materiais verdes e úmidos, distribuídos de maneira uniforme ao longo da leira. Com ferramenta apropriada, o material novo deve ser revirado para incorporar-se às camadas de baixo. Por cima dos resíduos úmidos deve ser adicionada uma camada de serragem ou de restos de poda picados. Por fim, a leira é coberta com palha. A cada nova carga, a palha de cima é afastada e transforma-se em “parede”. Com a leira aberta, repetem-se os passos anteriores: introdu- ção dos resíduos, revirada, colocação de serragem e cobertura de palha. 5 colocando resíduos 6 fechando a leira
  • 22. 22 A Agricultura Urbana é diretamente estimulada com a Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos. De acordo com os locais e demandas, podem surgir hortas em quintais, hortas suspensas, hortas comunitárias e escolares. As imagens a seguir demons- tram boa parte dos potenciais criados com a disponibilidade de composto orgânico. Horta com materiais alternativos e reutilizados 6 UTILIZANDO O COMPOSTO ORGÂNICOAGRICULTURA URBANA E GERAÇÃO DE RENDA
  • 23. 23 Horta mandala feita pelos moradores na Escola América Dutra Machado À margem de uma rodovia, moradora da comunidade Chico Mendes transforma o canteiro em uma pequena chácara, utilizando composto orgânico da Revolução dos Baldinhos
  • 24. 24 Horta comunitária, com foco em geração de renda, no município de Itajaí (SC) A Gestão Comu- nitária é também potencializadora de ações didá- ticas, como esta atividade do Programa Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia (PEHEG)
  • 25. 25 Outra fase da horta comunitária na Escola América Dutra Machado No Parque Estadual do Rio Vermelho (Florianópolis, SC), a compostagem atua na recu- peração de áreas degradadas e abastece uma horta de uso pedagógico
  • 26. 26 Horta vertical com reaproveitamento de pneus Mesmo com a restrição de espaço nos quintais, moradores da Comunidade Chico Mendes incrementam o ambiente com plantas ornamentais e alimentícias
  • 27. 27 A criação de micropraças em ambientes carentes de vegetação tornou-se um hábito dos moradores participantes do projeto
  • 28. 28 Mesmo com a doação às famílias participantes do projeto, são gerados excedentes de composto orgânico. Depois de peneirado e ensacado, o produto qualifica-se para a comercialização Todo o trabalho operacional da Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos, da sensibilização de famí- lias ao manejo da compostagem e do adubo pronto, é realizado por jovens moradores do bairro. Atualmente, o Grupo Comunitário da Revolução dos Baldinhos passa pelo rito da consolidação associativa, almejando a geração de renda tanto pela comer- cialização do composto, quanto pelos serviços ambientais prestados à municipalidade. Esta meta é inter- mediada e facilitada pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Popu- lares (ITCP/Univali).
  • 29. 29
  • 30. 30 Referências Bibliográficas Realização Contatos INÁCIO, C. T. & MILLER, P. R. M. Compostagem: ciência e prática para a gestão de resíduos orgânicos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2009. 156p. FARIAS, EDUARDO. Revolução dos Baldinhos: um modelo de gestão comunitária de resíduos orgânicos que promove a Agricultura Urbana. Trabalho de Conclusão de Curso. CCA/UFSC, 2011 ABREU, MARCOS JOSÉ DE. Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos: o caso do Projeto Revolução dos Baldinhos (PRB), Capital Social e Agricultura Urbana. Dissertação de Mestrado, PPGA/UFSC, 2013 CEPAGRO (48) 3334-3176 www.cepagro.org.br Banco de Tecnologias Sociais fbb.org.br/tecnologiasocial Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social moradiaurbanats.org.br
  • 31.