O documento discute o conceito de hibridação cultural e como ele pode ser aplicado para entender processos socioculturais modernos. A hibridação descreve como estruturas e práticas discretas se combinam para gerar novas formas, desafiando dicotomias como tradição x modernidade. A hibridação ocorre em contextos específicos que promovem misturas culturais, como fronteiras e grandes cidades, mas também gera tensões ao mesmo tempo que novas formas.
Culturas Híbridas: Processos de Reconversão e Interculturalidade
1.
2. Hibridação
• Recoloca/tensiona termos dos Estudos Culturais:
identidade, cultura, diferença, desigualdade,
multiculturalismo.
• Problematiza dicotomias: tradição-modernidade,
norte-sul, local-global.
• Combate a ideia de que fusões interculturais
ocorrem sem contradições.
• Ajuda a compreender os conflitos gerados na
interculturalidade.
• Descreve e explica processos de reconversão
econômica e simbólica de patrimônios em novas
condições de produção e mercado.
3. Objeto de Estudo de
“Culturas Híbridas”
• Foco nos processos socioculturais em que
estruturas e práticas discretas combinam-se para
gerar novas estruturas, práticas e objetos
discretos.
• Processos de hibridação: estratégias de
reconversão.
• Hibridação pode traduzir mestiçagem,
crioulização e sincretismo. O autor, entretanto,
prefere utilizar o termo para descrever
fenômenos modernos, enquanto os outros
relacionam-se a processos tradicionais ou pré-
modernos.
4. Tensões
• Mestiçagem e crioulização: processos de
confluência cultural caracterizados pela
desigualdade de poder, prestígio e recursos
materiais (estratégias de sobrevivência).
• Tais conceitos não devem ser vistos como simples
homogeneização e reconciliação interculturais.
• Pensamento e prática mestiça: reconhecer o
diferente e elaborar as tensões.
• Identidades não são autosuficientes, nem
essenciais. Em um mundo fluidamente
interconectado, sedimentações identitárias
(etnias, nações, classes) se reestruturam.
5. Tensões
• Multiculturalidade: pode levar à segregação ou
se converter em interculturalidade.
• Hibridação identifica e explica alianças fecundas
(tom celebrativo), mas também deve considerar
aquilo que não se deixa hibridar.
• O conceito deve crescer para a interpretação das
relações de sentido que se reconstroem nas
misturas.
• Foco: interculturalidades migratória, econômica e
midiática.
6. Contexto de Análise
• Fronteiras e grandes cidades.
• A hibridação não ocorre de modo indeterminado
ou livre. Condições históricas e sociais específicas
promovem as misturas modernas.
• Observa-se a coação de sistemas de produção e
consumo.
• 2ª Globalização: gera e integra mestiçagens;
segrega e promove desigualdades; afirma e
expande particularidades étnicas.
• Contexto na América Latina: estados nacionais,
populismo político e indústrias culturais.
7. América Latina
• Decadência dos projetos nacionais de
modernização.
• Abdicação do público em prol do privado, do
nacional ao transnacional.
• Digitalização e midiatização da cultura.
• Fechamento de editoras (produção nacional).
• Precarização do trabalho, da economia, da
política e do pensamento (universidades).
• Narcotráfico .
• Destruição dos laços sociais.
8. América Latina
• O acesso maior a bens (globalização)
democratiza a multiculturalidade criativa?
• Quem concentra as iniciativas combinatórias nos
processos interculturais?
• Encenação do popular (folclorização).
• Promoção do “estilo internacional”.
• A hibridação não depende mais de tempos
longos, paciência artesanal e erudita.
• “Glocalização”: indústrias culturais promovem
entrada e saída nos conteúdos locais/globais.