2. Os postulados teóricos criados por Benveniste são
convencionalmente chamados de
Teoria da Enunciação
Sua obra está dividida em 6 (seis) blocos temáticos:
Transformações linguísticas;
A comunicação;
Estrutura e análises;
Funções sintáticas;
O homem na língua;
Léxico e cultura.
Conceitos básicos de Émile Benveniste
3.
No texto “O aparelho formal da enunciação” (PLG
II), Benveniste apresenta a definição de Enunciação.
“A enunciação é este colocar em funcionamento a
língua por um ato individual de utilização ”
(p.82)
Em outras palavras é;
O ato de dizer;
É a passagem da língua para a fala;
Enunciação é o processo e Enunciado é o produto
Conceitos básicos de Émile Benveniste
4.
Quadro da Enunciação
Conceitos básicos de Émile Benveniste
Quadro da
Enunciação
Quadro da
Enunciação
EuEu TuTu
Aqui/
Espaço
Aqui/
Espaço
Agora/
Tempo
Agora/
Tempo
5.
A noção de pessoa é abordada por Benveniste nos
textos; “A subjetividade da linguagem” (PLG I),
“A natureza dos pronomes” (PLG I) e “Estrutura
das relações de pessoas no verbo” (PLG II).
Se a enunciação é um ato individual de utilização
da língua, quem realiza esse ato? R- A pessoa
A noção de pessoa, conforme a tradição clássica
está relacionada as categorias dos pronomes
pessoais e do verbo.
Noção de Pessoa
7. Benveniste é contra os estudos que afirma que
as três pessoas são:
1ª- a que fala
2ª- com quem se fala
3ª- a que fala
Segundo ele, a pessoa:
Eu – pessoa subjetiva
Tu – pessoa não-subjetiva
Ele – não pessoa
Noção de Pessoa
8.
Benveniste apresenta uma nova divisão:
- pronomes que pertencem à sintaxe (ele)
- pronomes que pertencem às instâncias do
- discurso: como signos que são atualizados na
instância do discurso pelo locutor (eu – tu)
9. homem => indivíduo => locutor => pessoa ==>
“eu”
Principalmente em textos falados
O enunciado que tem “eu” inclui nele mesmo o
locutor
Não tem uma única referência. Cada “eu” tem sua
referência própria – o ser único que enuncia
“Eu” é aquele que enuncia a presente instância de
discurso que contém a instância linguística “eu”
Isso pode ser explícito ou implícito no enunciado
Eu
11.
Benveniste:
eu = não é um conceito, não se refere a um
indivíduo particular
“eu” – não tem um conteúdo/referente como
“árvore”; não designa um único indivíduo
Se refere ao ato de discurso individual no qual é
pronunciado, e lhe designa o locutor. E o locutor se
enuncia como sujeito.
Noção de pessoa
12.
Capacidade do locutor para se propor como sujeito
(no discurso, pela linguagem)
Subjetividade:
13.
“eu” se refere ao ato de discurso individual
no qual é pronunciado e lhe designa o locutor
Sua referência é sempre atual (agora) e só
pode ser identificado na instância de discurso
“eu” é do nível pragmático da linguagem:
signo + sujeito que emprega o signo
Noção de pessoa
14.
O sujeito se constitui lingüisticamente pela
enunciação do eu no enunciado.
O eu se constitui como locutor no seu enunciado e
institui um tu, seu interlocutor.
Subjetividade
15.
O eu é o centro da enunciação. Só existe o tu
em função de um eu.
O eu instaura o tu.
Só existe um eu porque existe um tu.
A consciência de si mesmo só é possível se
expermentada por contraste.
Intersubjetividade
16.
O eu e o tu trocam de posição durante um diálogo.
Intercambialidade
17. Sobre o ele: conteúdo representativo da
enunciação, enunciado. Passa a ser visto como
elemento integrante e constituidor da
enunciação.
Não só o eu e o tu estão na relação semântica,
mas também o ele. O eu (quem diz) só se
constitui como sujeito de discurso e só institui o
tu (para quem diz) como seu interlocutor em
função de um ele (o que é dito).
A não-pessoa (ele) é elemento constitutivo da
relação interpessoal.
Noção de pessoa
18. Segundo Fiorin (1999):
EU: quem fala, eu é aquele que diz eu;
TU: aquele com quem se fala, aquele a quem o
eu diz tu, e por esse fato se torna interlocutor;
ELE: aquele de que eu e tu falam. Pode ser
qualquer coisa, pode representar qualquer
sujeito.
Noção de pessoa
19. Segundo Fiorin (1999):
NÓS: não é soma de eu, mas a soma de um eu e um
não-eu. Inclusivo – eu + tu. Exclusivo - eu + eles
VÓS/VOCÊS : é o plural de tu, e a soma de tu +
ele/ eles;
ELES: é o plural de ele.
Noção de pessoa
20.
“Papos” (Verissimo, 2001, p.65-66)
– Me disseram...
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
– O quê?
– Digo-te que você...
Importância do sujeito
21.
– O “te” e o “você” não combinam. [...] O que você ia
me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que
eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. [...] Mais uma
correção e eu...
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
Importância do sujeito
22.
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. [...]
– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas
dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
– Por quê?
– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Importância do sujeito