3. O PODER E A POLÍTICA O PODER consiste num conjunto de relações de forças que indivíduos ou grupos sociais estabelecem entre si a partir da posição que ocupam na sociedade.
4. O PODER PODER é o domínio sobre algo ou situação, que privilegia um determinado lado da relação devido à condição de força que cada um apresenta.
5. FORÇA FORÇA são recursos utilizados na conquista e manutenção do poder. A força existe sob várias formas: física, psíquica, apelo à emoção, chantagem.
6. O objetivo do poder é manter a ordem, assegurar a defesa e promover o bem- estar da sociedade; é realizar, enfim, o bem público . O verdadeiro sentido do poder ou dominação estatal não é que alguns homens estão submetidos a outros, mas sim o de que todos os homens estão submetidos às normas. OBJETIVOS DO PODER POLÍTICO
7. JUSTIÇA E FORÇA É justo que o que é justo seja seguido. É necessário que o que é mais forte seja seguido . A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a força será contestada, porque há sempre maus; a força sem a justiça será acusada. É preciso, pois, reunir a justiça e a força; e, dessa forma, fazer com que o que é justo seja forte, e o que é forte seja justo. Blaise Pascal
8. A POLÍTICA O poder não se restringe à organização do Estado, está presente em todas as relações sociais. Todas as situações em que vivemos envolvem relações de poder que estruturam e mantêm a ordem social: a família, a escola, o mercado.
9. HETERONOMIA Aceitação da norma que não é nossa, que vem de fora. Nos submetemos passivamente aos costumes por conformismo ou temor à reprovação da sociedade ou dos deuses. Essa postura permite as relações políticas autoritárias. Hetero - “diferente” nomos - “lei”
10. AUTORITARISMO Relação de exploração onde quem exerce o poder obtém todas as vantagens através da manipulação daquele sobre o qual o poder é exercido. O poder é uma imposição baseada na força física, no status, no cargo que se ocupa numa empresa, na política, na família etc.
11. TEMOR E OBEDIÊNCIA No sistema autoritário não há escolha; quem determina as normas, o bem e o mal é sempre uma autoridade superior. Sistema baseado não na razão e no conhecimento, mas no temor à autoridade e na sensação de fraqueza e dependência dos subordinados.
12. A VIRTUDE É A OBEDIÊNCIA A virtude é a obediência. O pecado é a rebeldia, a objeção ao poder da autoridade de ditar normas segundo os seus interesses.
13. UMA ÉTICA DE DOMINAÇÃO O autoritarismo é uma “ética” fechada, exploradora e dominadora. O bem e o mal são estabelecidos em função dos interesses da autoridade.
14. AUTONOMIA Não nega a influência externa, mas recoloca no homem a capacidade de refletir sobre as imposições, orientando a sua ação para superar os condicionamentos. Somente o homem pode determinar, segundo a sua consciência moral, o que deve e o que não deve fazer. Auto - “próprio” nomos - “lei”
15. O CENTRO DE DECISÃO É A CONSCIÊNCIA DO INDIVÍDUO Pressupõe conhecer diferentes valores e poder apreciá-los, experimentá-los, analisá-los criticamente e eleger um sistema de valores para si. Fora disso, o máximo que se consegue são comportamentos adequados, sob controle externo.
16. AUTORIDADE A autonomia dificulta a relação autoritária, pois o respeito não é obrigatório , não implica em medo, surge como resultado da atuação moral, ou seja, da competência, da interferência com discernimento e justiça com que o indivíduo se relaciona com os demais.
17. FORMAS DE PODER ECONÔMICO Riqueza - organiza as forças produtivas. IDEOLÓGICO Saber - organiza o consenso. POLÍTICO Força – organiza o poder de coerção.
18. PODER E DESIGUALDADE O que essas três formas de poder têm em comum é que elas contribuem conjuntamente para instituir e manter sociedades de desiguais divididas em PODER ECONÔMICO PODER IDEOLÓGICO PODER POLÍTICO Ricos e pobres Sabedoria e ignorância Sábios e ignorantes Riqueza e pobreza Força e fraqueza Fortes e fracos
19. AS FACES DO PODER O PODER SOBRE MIM o poder como coisa: como dominação, o aparato do poder. O PODER EM MIM o poder como liberdade: como algo que se cria, associação livre de vontades.
20. Regra geral, estamos preparados para perceber o sentido da política antes na violência do que no diálogo, antes na coerção do que na liberdade. E quanto ao poder, se alguém nos pergunta o que é isso, as primeiras imagens que nos ocorrem são sobre os aparatos do poder. São sobre o poder como coisa. É que a tradição – conservadora e autoritária - faz de tudo para obscurecer a dimensão essencialmente constituinte da noção de poder, ou seja, o poder como algo que se cria , como associação livre de vontades (...) Francisco Weffort O PODER COMO COISA
21. ( ... ) Para a tradição é mais fácil perceber, por exemplo, o poder de um burocrata que apenas implementa decisões de outros, do que o poder de uma proposta política que mobiliza enorme quantidade de pessoas para chegar a determinadas decisões. Percebe melhor o poder morto do aparelho, da máquina, do que o poder vivo, potencialmente transformador, das relações políticas reais. No limite, vê no poder a capacidade da repressão muito mais do que é a libertação. Francisco Weffort
22. PODER E LEGITIMIDADE A força física, condição necessária e exclusiva do Estado para estruturar a ordem social, não é condição suficiente para a manutenção do poder; ele precisa ser legítimo, ter o consentimento daqueles que obedecem, visto que o poder é uma relação.
23. LEGALIDADE A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das leis, isto é, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido. Traduz a noção de que todo poder estatal deverá atuar sempre de conformidade com as regras jurídicas vigentes.
24. LEGITIMIDADE A legitimidade indaga acerca dos preceitos fundamentais que justificam ou invalidam a existência do título e do exercício do poder, da regra moral, mediante a qual se move o poder dos governantes para receber e merecer o assentimento dos governados.
25. A legalidade de um regime democrático é o seu enquadramento nos moldes de uma constituição observada e praticada. Sua legitimidade será sempre o poder contido naquela constituição, exercendo-se em conformidade com as crenças, os valores e os princípios da ideologia dominante, no caso a ideologia democrática.
26. PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DE LEGITIMAÇÃO DO PODER Teocracia Tradição Aristocracia Oligarquia Democracia
27. Musica: Engenheiros de Hawai TODA FORMA DE PODER Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada. Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada. E eu começo a achar normal que algum boçal atire bombas na embaixada. Se tudo passa, talvez você passe por aqui E me faça esquecer tudo que eu vi Se tudo passa... Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada... Toda forma de conduta se transforma numa luta armada. A história se repete mas a força deixa a história mal contada Se tudo passa... E o fascismo é fascinante deixa a gente ignorante e fascinada. É tão fácil ir adiante e se esquecer que a coisa toda tá errada. Eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada. Se tudo passa...