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O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO:
                      do geral ao particular
                       Disciplina: Teorias Linguísticas
                 Professor: Dr. Ivanaldo Santos Filho
        Mestranda: Francisca Francione Vieira de Brito
VISÃO GERAL DO MODELO
            FUNCIONALISTA
   “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em
    oposição ao estruturalismo e gerativismo, se preocupa
    em estudar a relação entre a estrutura gramatical das
    línguas e os diferentes contextos comunicativos em
    que elas são usadas.” (CUNHA, 2008, p.157).
   O funcionalismo não é uma abordagem monolítica; ao
    contrário, ele reúne um conjunto de subteorias que
    coincidem na postulação de que a língua tem funções
    cognitivas e sociais que desempenham um papel
    central na determinação das estruturas e dos sistemas
    que organizam a gramática de uma língua. (
    CASTILHO, 2012, p.21)
RAÍZES
   primeira metade do séc. XX (1916)
   Ciclo Lingüístico de Praga, com os primeiros estudos no
    campo da fonologia e principalmente com as teorias
    Roman Jakobson
   De acordo com Hirotsu (2011), Apesar de emergir do
    formalismo há uma diferenciação para o estruturalismo
    e gerativismo: no funcionalismo a língua é analisada no
    uso, nas situações comunicativas considerando função
    desempenhada na frase, e não como estrutura estável e
    pressuposta, muito menos como aquisição inata.
   Aprendemos o sistema lingüístico subjacente ao uso. E
    pelo dinamismo da língua, a analise está sujeita à
    mudança, opondo noções de desempenho e competência.
PRESENÇA DA VISÃO FUNCIONALISTA
                           (PEZATTI, 2007)

   Na Escola Linguística de Praga (Jakobson e as funções da
    linguagem);
   Na tradição antropológica de Sapir (1921, 1949) e seguidores;
   Na teoria tagmêmica de Pike (1967);
   No trabalho etnograficamente orientado de Hymes(1972) –
    competência comunicativa;
   Na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday(1970, 1973,
    1985);
   Na tradição filosófica que, a partir de Austin (1962) e por meio
    de Searle (1969), conduziu à teoria dos Atos de Fala;
   No trabalho de um grupo de pesquisadores que inclui Givón, Li,
    Thompson, Chafe, Hopper, DeLancey, Dubois entre outros;
   Na Gramática de Papel e de Referência;
   Em Lakoff e Langacker (tendência funcional-cognitiva).
CORRENTES TEÓRICAS
   O FUNCIONALISMO EUROPEU (1926) – surge como um
    movimento            particular       dentro         do
    estruturalismo, enfatizando a função das unidades
    linguísticas: na fonologia, o papel dos fonemas na
    distinção e demarcação das palavras; na sintaxe, o papel
    da estrutura da sentença no contexto. Atribui-se aos
    membros da Escola de Praga , sobretudo na
    representação de Mathesius os primórdios da linha
    funcionalista.
   Os funcionalistas de Praga enfatizaram o caráter
    multifuncional da linguagem. Sua influencia foi
    duradoura e profunda. As ideias originadas nesse
    período são a fonte para diversos trabalhos
    posteriores, princiaplemente de Jakobson e Martinet.
    (CUNHA, 2008, p. 161)
CORRENTES TEÓRICAS
   A escola francesa tem como principal nome André
    Martinet que desenvolveu a chamada Perspectiva
    Funcional da Sentença. Ele propõe que a língua
    funciona por meio de duas articulações (palavra vs.
    fonemas). Defende ainda a relação entre mudança
    social e linguística, que possibilita o surgimento de
    novas funções para velhas formas; e o princípio da
    economia linguística que restringe a quantidade de
    elementos que se pode usar na comunicação.
CORRENTES TEÓRICAS
   FUNCIONALISMO NORTE-AMERICANO ( a linguistica
    centrada no uso ou cognitivo-funcional - 1970 ): considera
    como objeto de análise o texto a partir dos fenômenos
    linguísticos efetivados pelos falantes na interação e
    também a questão cognitva na construção dos significados.
   Segundo Neves (2010) citada pela Profª Silvana Militão – UFC
    VIRTUAL: “A vertente funcionalista norte-americana vai
    considerar a relação sistema linguístico e estrutura
    cognitiva do usuário, sem conceber um modelo cognitivista de
    gramática”.
   Principais representantes: Talmy Givón, Paul Hopper, Sandra
    Thompson, Wallace Chafe, Joan Bybee, Elizabeth Traugott,
    George Lakoff, Ronald Langacker, Gilles Fauconnier, Adele
    Goldberg, John Taylor etc.
CORRENTES TEÓRICAS
   A      Linguística      Cognitivo-Funcional         procura
    essencialmente trabalhar com dados reais de fala ou
    escrita, retirados de contextos efetivos de
    comunicação, evitando lidar com frases inventadas,
    dissociadas de sua função no ato da comunicação
    (CUNHA, 2012, p.31). “A ideia central é que a língua é
    usada, sobretudo, para satisfazer necessidades
    comunicativas” [...] e sua “forma deve refletir, em alguma
    medida, a função que exerce” (CUNHA, 2007, p. 17)
   Defende-se, portanto, uma forte vinculação entre
    gramática e discurso, numa tentativa de explicar a
    forma da língua a partir das funções que ela
    desempenha na comunicação. (CUNHA, 2007, p.18)
CORRENTES TEÓRICAS
   LINGUÍSTICA        SISTÊMICO-FUNCIONAL          (Teoria
    Sociossemiótica da linguagem - 1985) – desenvolveu-se
    a partir de estudos de Firth e vem sendo desenvolvida
    por Halliday e seguidores; é utilizado hoje não apenas
    para descrições funcionais da língua, tem
    influenciado outras teorias, com destaque para o
    letramento visual de Kress & Van Leewen).
   Espelha-se numa perspectiva de língua enquanto
    escolha. É um modo de compreender a gramática em
    termos do uso dessa gramática, o qual se opõe aos
    estudos formalistas, pois tem como foco usos da língua
    que realizam interação entre usuários; sua orientação
    é social. (SOUZA, 2012, p.152)
CORRENTES TEÓRICAS
   Para Halliday, a língua se organiza em torno de duas
    possibilidades alternativas: a cadeia (o sintagma), e a
    escolha (o paradigma); uma gramática sistêmica
    é, sobretudo, paradigmática, pois coloca as unidades
    sintagmáticas como realização e as relações paradigmáticas
    como nível profundo e abstrato.)
   Conforme Paveau (2006, p.141) a escolha, consciente ou
    não, produto da vontade ou determinada pelo contexto e
    a cultura, implica o sentido.
   Uma gramática funcional é, por isso, não um conjunto de
    regras,     mas    uma      série  de     recursos     para
    descrever,      interpretar     e   fazer     significados.
    (CUNHA, 2007, p.20)
   No Brasil: Grupo de Pesquisa Discurso & Gramática –
    sediado em várias universidades; estudiosos como
O CONCEITO DE “FUNÇÃO”
   Termo função podem ter vários significados.
   Função como propósito - caracteriza a relação entre as
    formas linguísticas e a comunicação. Jakobson preconizava os
    objetivos da comunicação humana em função informativa,
    fática, poética etc.
    Ex.: Fique antenado com seu tempo. (função apelativa).
   Função como significado – para os estudos das formas
    linguísticas a pragmática torna-se aliada da semântica e
    também do contexto comunicativo.
    Ex.: Ricardo fez um discurso.
    Análise sintática: Ricardo (sujeito)/ fez o discurso (predicado).
    Análise semântica: Ricardo (agente) / fez (verbo de ação-processo) /um
    discurso (resultativo).
    Análise pragmática: Ricardo (tema - informação dada) / fez uma
    discurso (rema - informação nova).
ANÁLISE LINGUÍSTICA
              FUNCIONALISTA
   O funcionalismo se caracteriza pelo objetivo de
    investigar a relação entre forma e função no uso da
    língua. A partir disso, há a integração da sintaxe, da
    semântica e da pragmática, sendo que o componente
    pragmática comanda os estudos sobre os aspectos dos
    componentes sintáticos e semânticos.
   Na análise lingüística considera-se toda a situação
    comunicativa: o propósito do evento da fala, seus
    participantes e o contexto discursivo, a influencia
    extralinguística do ato da fala.
    Funcionalismo estuda as capacidades linguísticas e
    comunicativas (competência de adequar a língua –
    formulação de textos) aos contextos de produção.
REFLEXÃO!
   Pense em quantas formas de
    saudações podemos usar para
    cumprimentar uma pessoa:

    Oi!; olá!; e aí?; bom dia!; boa
    tarde!; boa noite!; dia!; tarde!; e
    aí, sô!; e aí, mano!; e aí, velho!;
    tudo na paz?; tudo beleza! Etc

    Observou    quantas      formas
    usamos    para    a     função
    “saudação” em português?
    Temos uma função e várias
    formas para expressá-la.
ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS
    Iconicidade - relação entre expressão e conteúdo -
     conhecimento adquirido pelo uso dos sentidos influencia
     na configuração do sistema linguístico;
    Marcação - distingue por oposição binária um termo
     marcado de outro não marcado conforme a força
     expressiva do mesmo;
    Transitividade e plano discursivo - não se manifesta
     apenas no verbo, mas no todo da oração, que emerge
     das relações estabelecidas entre os elementos que a
     compõem       (participantes,  cinese,  aspecto     do
     verbo, pontualidade do verbo, intencionalidade do
     sujeito, polaridade do sujeito, modalidade da
     oração, agentividade do sujeito, afetamento do objeto
     , individuação do objeto )
ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS
    Informatividade       -   consiste    em    estudar    o
     compartilhamento de informações pelos interlocutores
     nos processos de interação verbal (status informacional
     dos referentes nominais: dado novo, velho).
    Gramaticalização – Segundo a profª Célia Lopes, ocorre
     quando um item lexical/construção passa a assumir,
     em certas circunstâncias, um novo status como item
     gramatical ou quando itens gramaticais se tornam ainda
     mais gramaticais, podendo mudar de categoria
     sintática(=recategorização),     receber    propriedades
     funcionais na sentença, sofrer alterações semânticas e
     fonológicas, deixar de ser uma forma livre e até
     desaparecer como conseqüência de uma cristalização
     extrema.
EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL
                  NÍVEL TEXTUAL (relação texto com
                   seu processo histórico): A charge é
                   um     gênero      textual    que    se
                   caracteriza por uma leitura rápida,
                   estrutura linguística simples, tamanho
                   reduzido, reunião de elementos
                   verbais       e       não       verbais
                   principalmente icônicos; de teor
                   crítico, pendendo quase sempre ao
                   jocoso. Sabemos que nem sempre
                   para esse tipo de texto era possível
                   sua vinculação pública. Ainda hoje,
                   em países de regime político
                   fechado, sua publicação é proibida.
                   Mesmo no Brasil, alguns políticos
                   conseguiram judicialmente que não
                   se relacione sua imagem ou nome à
                   charge, dado que sempre são
                   ironizados, criticados.
EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL
            NÍVEL SISTÊMICO E FUNCIONAL (estrutura
             linguística em articulação):
             A partícula ONDE, que na gramática é preestabelecido como
             advérbio ou pronome relativo, ganha funções e é classificado
             de acordo com seu uso, sua posição (o chamado
             aspecto tático). É o primeiro elemento apresentado no
             texto, direcionando-nos a dizer Brasil, cuja resposta não
             aparece em nenhum momento no texto. Inclusive o próprio
             nome “país” está antecedido por “um” (artigo
             indefinido), ratificando a ideia de indefinição, de não
             apontando a algo específico no mundo. Mas nosso
             conhecimento de mundo e inferências de leitura fazem-nos
             deduzir qual o lugar a que a charge faz referência. Não é à toa
             que é o primeiro termo a ser empregado no texto e que
             encabeça      a    oração    retirada    de    sua    estrutura
             canônica, fazendo surgir em sua posição o “assim” – que
             retoma a tudo o que foi dito anteriormente, até aquilo que
             as reticências indicam que foi suspenso da fala do locutor.
             Note que o próprio vocativo “Kadafi”, que, comumente vem
             no início de oração, é o último elemento a ser utilizado. Isso
             por que: o autor quis focar as características do dito país.
             O tema de sua fala é o dito país em que tudo é possível, não
             o ditador, que é apenas uma informação compartilhada
AINDA SOBRE A EXEMPLIFICAÇÃO...

   Uma análise funcional da língua entende que cada escolha do
    usuário (onde, assim, Kadafi) estabelece uma função para a
    constituição textual – eis o exemplo da eleição do nome de kadafi, e
    não outro político ( poderíamos usar um substantivo que mais
    convém a nossa visão de mundo).
   Essa é uma das diferenças entre o Funcionalismo e o
    Estruturalismo: para este, a noção de função linguística surge pela
    oposição de elementos linguísticos, para aquele, surge da
    articulação.
   Então,perguntamos: é o advérbio um termo acessório
    como afirma a Gramática Tradicional? Está ele ligado
    apenas ao verbo? Neste caso, não. Seu campo de abrangência
    é todo o texto – considerando que, no Funcionalismo, as análises
    são colocadas em um continuum entre mais ou menos –
    podendo, em outros casos, o advérbio está ligado mais ao verbo.
NOVAS TENDÊNCIAS
   GRAMÁTICA EMERGENTE: ligada a Hopper –
    surge da ideia de língua como objeto social
    que se renova pelo uso através da sua
    dinamicidade e sensibilidade ao uso. A gramática
    emergente expressa “a incompletude essencial
    de uma língua”; diz-se assim que se trata de
    uma “estrutura (...) que não está nunca fixa,
    nunca determinada, mas está constantemente
    aberta em fluxo” (HOPPER, 1998 citado por
    VIDAL, 2009, p.35) – gramática que resulta do
    discurso e é constituída por ele.
NOVAS TENDÊNCIAS
   GRAMÁTICA DISCURSIVO-FUNCIONAL – “o
    sistema da língua não é completo, nem
    homogêneo, ao contrario... Tem como
    propriedade fundamental a capacidade de
    adaptar-se ao novos usos presentes no
    discurso, e é o discurso que vai produzir a
    gramática”. Assim sendo, a estrutura é
    entendida como provisória e negociável, em
    movimento contínuo.” (VIDAL, 2009, p. 36)
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
   Será que você conhece a palavra “aí”?
   O que “aí” quer dizer?
   Nas gramáticas normativas, “aí” é
    classificado como advérbio de lugar.
   Será que “aí” é sempre advérbio de
    lugar?
   Sempre expressa lugar?
   Sempre modifica um verbo?
   Sempre aponta para algo que
    podemos ver na situação de
    comunicação?
    Vamos ver...
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
  Para a GT, “aí” é advérbio de lugar.
 Para a Linguística, aí pode ter as seguintes funções:
1. ADVÉRBIO DE LUGAR DÊITICO: Eu cheguei em casa, eles
   estavam sentados no muro, né? Num muro alto. Eu disse: “meu
   filho, [não]-não senta aí que tu não estás com equilíbrio bom”.
* “aí” expressa lugar? SIM
* Modifica um verbo? SIM, o verbo “sentar” (acrescenta a
   informação de lugar)
Portanto, é advérbio de lugar no enunciado acima.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
  GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
2. FUNÇÃO DE ADJETIVO NO
  SN: Era coisa gostosa. Hoje, se
  você vai numa festinha aí, numa
  festinha de rua aí, a gente vê é
  safadeza, é avacalhação.
* “aí” expressa lugar? NÃO!
  Expressa      indefinição:   uma
  festinha “qualquer”.
* Modifica o verbo? NÃO! Modifica
  o substantivo “festinha”.
Então... Não é advérbio de lugar no
  enunciado acima! Tem valor de
  adjetivo no SN.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
    GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
3. FUNÇÕES DE ANAFÓRICO DE TEMPO E ANAFÓRICO DE LUGAR
   : Onze e pouco da noite. Não tinha um hotel, não tinha nada pra
   dormir, que o único hotel da cidade estava fechado. Aí
   procuramos, procuramos, batemos nesse hospital, que é um hospital e
   maternidade, aí que ele estava.
* O primeiro “aí” expressa lugar? NÃO: tempo.
*O segundo “aí” expressa lugar? SIM, MAS aponta
para algo mencionado antes (anáfora), não para
um fator da situação de comunicação (dêixis).
 Os dois aís do enunciado acima perdem suas características dêiticas.
   Depois que ele morreu, né? Que aí elas já eram mais ou menos
   moças, né? Tinham os seus quinze, dezesseis anos, aí que
   começaram a namorar.
* Expressa lugar? NÃO! Expressa tempo e também aponta para algo
   mencionado antes. Portanto, não é advérbio de lugar! É advérbio
   temporal com função de anáfora.
ANÁLISE SOB ÓTICA DA
      GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”
4. ANAFÓRICO DISCURSIVO : E a
   carne, tu compras um quilo e tu comes
   duas vezes, né? E o peixe não. O
   peixe é aquilo ali, num instantinho vai
   e pronto. É isso aí.
* Expressa lugar? Não! Aponta para algo
   mencionado antes, resumindo todo
   do texto dito antes! Faz referência ao
   discurso!
5. FUNÇÃO DE SEQUENCIADOR
   TEMPORAL: “Ela está lá na casa da
   Maria dos Anjos”, disse uma outra
   amiga minha. Aí ela foi lá na casa da
   Maria dos Anjos, ver se eu estava...
QUADRO SÍNTESE DO
     FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO




http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
   A abordagem funcionalista considera como
    questão básica o exame das condições de
    produção da diversidade de usos que faz da
    linguagem um fenômeno heterogêneo. Em
    outras palavras, o quadro funcionalista
    apresenta como traço forte a compreensão da
    língua dotada de equilíbrio instável.
    (VIDAL, 2009, p.33)
RESUMINDO: premissas fundamentais
(GIVÓN, 1995 apud MARTELOTTA & ÁREAS, 2003, p. 28; ARAÚJO, 2012, p.20).


    a linguagem é uma atividade sociocultural;
    a estrutura serve a funções cognitivas e
     comunicativas;
    a estrutura é não-arbitrária, motivada, icônica;
    mudança e variação estão sempre presentes;
    o sentido é contextualmente dependente e não-
     atômico;
    as categorias não são discretas;
    a estrutura é maleável e não rígida;
    as gramáticas são emergentes;
    as regras de gramática permitem algumas exceções
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   ARAÚJO, Ana Alice de F. N. Os usos dos verbos vender e alugar em
    anúncios classificados de jornal impresso. UERN, Pau dos Ferros-RN, 2012.
   CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Funcionalismo e gramáticas do português
    brasileiro. In: SOUZA, Edson Rosa de. & et. Al. Funcionalismo linguístico:
    novas tendências teóricas. São Paulo: Contexto, 2012, p.17-42.
   CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. In: MARTELOTTA, Mário
    Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
   CUNHA, Maria Angélica Furtado da. Situando o funcionalismo. In:
    CUNHA, M.A.F. & SOUZA, M. Transitividade e seus contextos de uso. Rio de
    Janeiro: Lucerna, 2007, p. 17-26.
   CUNHA, Maria Angélica Furtado da. A linguística centrada no uso (ou
    linguistica cognitivo-funcional). In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco (e-book).
    Recife, PPGL/UFPE, 2012.
   HIROTSU, Priscila. Breve introdução ao funcionalismo linguistico. João
    Pessoa, PB. Publicado 12/06/2011 em: http://www.gerandoletras.blogspot.com
    acesso: 06/02/13
   LOPES, Célia. Gramaticalização: definição, principios e analises de casos.
    UFRJ http://www.ufmg.br/online/arquivos/anexos/Gramaticalizao_ufrj.pdf acesso
    em 06/02/13
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   MARTELLOTA, M. E. & AREAS, E. K. A visão funcionalista da linguagem no
    século XX. In: CUNHA, M.A.F.; OLIVEIRA, M. R. & MARTELOTTA, M. E.
    (orgs.). Linguística funcional:teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
   MILITÃO, MARIA SILVANA. Introdução à linguística: Funcionalismo
    linguístico (aula3). Licenciatura em Letras Português. Universidade Federal do
    Ceará            -          UFC             VIRTUAL.                    Disponível:
    http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
    Acesso em 06/02/13.
   PAVEAU, Marie-Anne. As grandes teorias da linguística: da gramática
    comprativa à pragmática. São Carlos: Clara Luz, 2006.
   PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: Anna Cristina Bentes;
    Fernanda Mussalim. (org.). Introdução à Linguística: fundamentos
    epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, vol. 3, p. 165-128
   SOUZA, M. Definição, classificação, categorização no gênero editorial:
    transitividade e processos relacionais. In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco.
    Recife, PPGL/UFPE, 2012.
   VIDAL, Rosângela M. B. As construções com adverbiais em – mente:
    análise funcionalista e implicações para o ensino de língua materna. (Tese
    de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem).
    UFRN, 2009.

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O funcionalismo linguistico

  • 1. O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO: do geral ao particular Disciplina: Teorias Linguísticas Professor: Dr. Ivanaldo Santos Filho Mestranda: Francisca Francione Vieira de Brito
  • 2. VISÃO GERAL DO MODELO FUNCIONALISTA  “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em oposição ao estruturalismo e gerativismo, se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas.” (CUNHA, 2008, p.157).  O funcionalismo não é uma abordagem monolítica; ao contrário, ele reúne um conjunto de subteorias que coincidem na postulação de que a língua tem funções cognitivas e sociais que desempenham um papel central na determinação das estruturas e dos sistemas que organizam a gramática de uma língua. ( CASTILHO, 2012, p.21)
  • 3. RAÍZES  primeira metade do séc. XX (1916)  Ciclo Lingüístico de Praga, com os primeiros estudos no campo da fonologia e principalmente com as teorias Roman Jakobson  De acordo com Hirotsu (2011), Apesar de emergir do formalismo há uma diferenciação para o estruturalismo e gerativismo: no funcionalismo a língua é analisada no uso, nas situações comunicativas considerando função desempenhada na frase, e não como estrutura estável e pressuposta, muito menos como aquisição inata.  Aprendemos o sistema lingüístico subjacente ao uso. E pelo dinamismo da língua, a analise está sujeita à mudança, opondo noções de desempenho e competência.
  • 4. PRESENÇA DA VISÃO FUNCIONALISTA (PEZATTI, 2007)  Na Escola Linguística de Praga (Jakobson e as funções da linguagem);  Na tradição antropológica de Sapir (1921, 1949) e seguidores;  Na teoria tagmêmica de Pike (1967);  No trabalho etnograficamente orientado de Hymes(1972) – competência comunicativa;  Na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday(1970, 1973, 1985);  Na tradição filosófica que, a partir de Austin (1962) e por meio de Searle (1969), conduziu à teoria dos Atos de Fala;  No trabalho de um grupo de pesquisadores que inclui Givón, Li, Thompson, Chafe, Hopper, DeLancey, Dubois entre outros;  Na Gramática de Papel e de Referência;  Em Lakoff e Langacker (tendência funcional-cognitiva).
  • 5. CORRENTES TEÓRICAS  O FUNCIONALISMO EUROPEU (1926) – surge como um movimento particular dentro do estruturalismo, enfatizando a função das unidades linguísticas: na fonologia, o papel dos fonemas na distinção e demarcação das palavras; na sintaxe, o papel da estrutura da sentença no contexto. Atribui-se aos membros da Escola de Praga , sobretudo na representação de Mathesius os primórdios da linha funcionalista.  Os funcionalistas de Praga enfatizaram o caráter multifuncional da linguagem. Sua influencia foi duradoura e profunda. As ideias originadas nesse período são a fonte para diversos trabalhos posteriores, princiaplemente de Jakobson e Martinet. (CUNHA, 2008, p. 161)
  • 6. CORRENTES TEÓRICAS  A escola francesa tem como principal nome André Martinet que desenvolveu a chamada Perspectiva Funcional da Sentença. Ele propõe que a língua funciona por meio de duas articulações (palavra vs. fonemas). Defende ainda a relação entre mudança social e linguística, que possibilita o surgimento de novas funções para velhas formas; e o princípio da economia linguística que restringe a quantidade de elementos que se pode usar na comunicação.
  • 7. CORRENTES TEÓRICAS  FUNCIONALISMO NORTE-AMERICANO ( a linguistica centrada no uso ou cognitivo-funcional - 1970 ): considera como objeto de análise o texto a partir dos fenômenos linguísticos efetivados pelos falantes na interação e também a questão cognitva na construção dos significados.  Segundo Neves (2010) citada pela Profª Silvana Militão – UFC VIRTUAL: “A vertente funcionalista norte-americana vai considerar a relação sistema linguístico e estrutura cognitiva do usuário, sem conceber um modelo cognitivista de gramática”.  Principais representantes: Talmy Givón, Paul Hopper, Sandra Thompson, Wallace Chafe, Joan Bybee, Elizabeth Traugott, George Lakoff, Ronald Langacker, Gilles Fauconnier, Adele Goldberg, John Taylor etc.
  • 8. CORRENTES TEÓRICAS  A Linguística Cognitivo-Funcional procura essencialmente trabalhar com dados reais de fala ou escrita, retirados de contextos efetivos de comunicação, evitando lidar com frases inventadas, dissociadas de sua função no ato da comunicação (CUNHA, 2012, p.31). “A ideia central é que a língua é usada, sobretudo, para satisfazer necessidades comunicativas” [...] e sua “forma deve refletir, em alguma medida, a função que exerce” (CUNHA, 2007, p. 17)  Defende-se, portanto, uma forte vinculação entre gramática e discurso, numa tentativa de explicar a forma da língua a partir das funções que ela desempenha na comunicação. (CUNHA, 2007, p.18)
  • 9. CORRENTES TEÓRICAS  LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL (Teoria Sociossemiótica da linguagem - 1985) – desenvolveu-se a partir de estudos de Firth e vem sendo desenvolvida por Halliday e seguidores; é utilizado hoje não apenas para descrições funcionais da língua, tem influenciado outras teorias, com destaque para o letramento visual de Kress & Van Leewen).  Espelha-se numa perspectiva de língua enquanto escolha. É um modo de compreender a gramática em termos do uso dessa gramática, o qual se opõe aos estudos formalistas, pois tem como foco usos da língua que realizam interação entre usuários; sua orientação é social. (SOUZA, 2012, p.152)
  • 10. CORRENTES TEÓRICAS  Para Halliday, a língua se organiza em torno de duas possibilidades alternativas: a cadeia (o sintagma), e a escolha (o paradigma); uma gramática sistêmica é, sobretudo, paradigmática, pois coloca as unidades sintagmáticas como realização e as relações paradigmáticas como nível profundo e abstrato.)  Conforme Paveau (2006, p.141) a escolha, consciente ou não, produto da vontade ou determinada pelo contexto e a cultura, implica o sentido.  Uma gramática funcional é, por isso, não um conjunto de regras, mas uma série de recursos para descrever, interpretar e fazer significados. (CUNHA, 2007, p.20)  No Brasil: Grupo de Pesquisa Discurso & Gramática – sediado em várias universidades; estudiosos como
  • 11. O CONCEITO DE “FUNÇÃO”  Termo função podem ter vários significados.  Função como propósito - caracteriza a relação entre as formas linguísticas e a comunicação. Jakobson preconizava os objetivos da comunicação humana em função informativa, fática, poética etc. Ex.: Fique antenado com seu tempo. (função apelativa).  Função como significado – para os estudos das formas linguísticas a pragmática torna-se aliada da semântica e também do contexto comunicativo. Ex.: Ricardo fez um discurso. Análise sintática: Ricardo (sujeito)/ fez o discurso (predicado). Análise semântica: Ricardo (agente) / fez (verbo de ação-processo) /um discurso (resultativo). Análise pragmática: Ricardo (tema - informação dada) / fez uma discurso (rema - informação nova).
  • 12. ANÁLISE LINGUÍSTICA FUNCIONALISTA  O funcionalismo se caracteriza pelo objetivo de investigar a relação entre forma e função no uso da língua. A partir disso, há a integração da sintaxe, da semântica e da pragmática, sendo que o componente pragmática comanda os estudos sobre os aspectos dos componentes sintáticos e semânticos.  Na análise lingüística considera-se toda a situação comunicativa: o propósito do evento da fala, seus participantes e o contexto discursivo, a influencia extralinguística do ato da fala.  Funcionalismo estuda as capacidades linguísticas e comunicativas (competência de adequar a língua – formulação de textos) aos contextos de produção.
  • 13. REFLEXÃO!  Pense em quantas formas de saudações podemos usar para cumprimentar uma pessoa: Oi!; olá!; e aí?; bom dia!; boa tarde!; boa noite!; dia!; tarde!; e aí, sô!; e aí, mano!; e aí, velho!; tudo na paz?; tudo beleza! Etc Observou quantas formas usamos para a função “saudação” em português? Temos uma função e várias formas para expressá-la.
  • 14. ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS  Iconicidade - relação entre expressão e conteúdo - conhecimento adquirido pelo uso dos sentidos influencia na configuração do sistema linguístico;  Marcação - distingue por oposição binária um termo marcado de outro não marcado conforme a força expressiva do mesmo;  Transitividade e plano discursivo - não se manifesta apenas no verbo, mas no todo da oração, que emerge das relações estabelecidas entre os elementos que a compõem (participantes, cinese, aspecto do verbo, pontualidade do verbo, intencionalidade do sujeito, polaridade do sujeito, modalidade da oração, agentividade do sujeito, afetamento do objeto , individuação do objeto )
  • 15. ESTUDOS FUNCIONAIS - PRINCIPIOS BÁSICOS  Informatividade - consiste em estudar o compartilhamento de informações pelos interlocutores nos processos de interação verbal (status informacional dos referentes nominais: dado novo, velho).  Gramaticalização – Segundo a profª Célia Lopes, ocorre quando um item lexical/construção passa a assumir, em certas circunstâncias, um novo status como item gramatical ou quando itens gramaticais se tornam ainda mais gramaticais, podendo mudar de categoria sintática(=recategorização), receber propriedades funcionais na sentença, sofrer alterações semânticas e fonológicas, deixar de ser uma forma livre e até desaparecer como conseqüência de uma cristalização extrema.
  • 16. EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL  NÍVEL TEXTUAL (relação texto com seu processo histórico): A charge é um gênero textual que se caracteriza por uma leitura rápida, estrutura linguística simples, tamanho reduzido, reunião de elementos verbais e não verbais principalmente icônicos; de teor crítico, pendendo quase sempre ao jocoso. Sabemos que nem sempre para esse tipo de texto era possível sua vinculação pública. Ainda hoje, em países de regime político fechado, sua publicação é proibida. Mesmo no Brasil, alguns políticos conseguiram judicialmente que não se relacione sua imagem ou nome à charge, dado que sempre são ironizados, criticados.
  • 17. EXEMPLIFICAÇÃO DE ANÁLISE FUNCIONAL  NÍVEL SISTÊMICO E FUNCIONAL (estrutura linguística em articulação): A partícula ONDE, que na gramática é preestabelecido como advérbio ou pronome relativo, ganha funções e é classificado de acordo com seu uso, sua posição (o chamado aspecto tático). É o primeiro elemento apresentado no texto, direcionando-nos a dizer Brasil, cuja resposta não aparece em nenhum momento no texto. Inclusive o próprio nome “país” está antecedido por “um” (artigo indefinido), ratificando a ideia de indefinição, de não apontando a algo específico no mundo. Mas nosso conhecimento de mundo e inferências de leitura fazem-nos deduzir qual o lugar a que a charge faz referência. Não é à toa que é o primeiro termo a ser empregado no texto e que encabeça a oração retirada de sua estrutura canônica, fazendo surgir em sua posição o “assim” – que retoma a tudo o que foi dito anteriormente, até aquilo que as reticências indicam que foi suspenso da fala do locutor. Note que o próprio vocativo “Kadafi”, que, comumente vem no início de oração, é o último elemento a ser utilizado. Isso por que: o autor quis focar as características do dito país. O tema de sua fala é o dito país em que tudo é possível, não o ditador, que é apenas uma informação compartilhada
  • 18. AINDA SOBRE A EXEMPLIFICAÇÃO...  Uma análise funcional da língua entende que cada escolha do usuário (onde, assim, Kadafi) estabelece uma função para a constituição textual – eis o exemplo da eleição do nome de kadafi, e não outro político ( poderíamos usar um substantivo que mais convém a nossa visão de mundo).  Essa é uma das diferenças entre o Funcionalismo e o Estruturalismo: para este, a noção de função linguística surge pela oposição de elementos linguísticos, para aquele, surge da articulação.  Então,perguntamos: é o advérbio um termo acessório como afirma a Gramática Tradicional? Está ele ligado apenas ao verbo? Neste caso, não. Seu campo de abrangência é todo o texto – considerando que, no Funcionalismo, as análises são colocadas em um continuum entre mais ou menos – podendo, em outros casos, o advérbio está ligado mais ao verbo.
  • 19. NOVAS TENDÊNCIAS  GRAMÁTICA EMERGENTE: ligada a Hopper – surge da ideia de língua como objeto social que se renova pelo uso através da sua dinamicidade e sensibilidade ao uso. A gramática emergente expressa “a incompletude essencial de uma língua”; diz-se assim que se trata de uma “estrutura (...) que não está nunca fixa, nunca determinada, mas está constantemente aberta em fluxo” (HOPPER, 1998 citado por VIDAL, 2009, p.35) – gramática que resulta do discurso e é constituída por ele.
  • 20. NOVAS TENDÊNCIAS  GRAMÁTICA DISCURSIVO-FUNCIONAL – “o sistema da língua não é completo, nem homogêneo, ao contrario... Tem como propriedade fundamental a capacidade de adaptar-se ao novos usos presentes no discurso, e é o discurso que vai produzir a gramática”. Assim sendo, a estrutura é entendida como provisória e negociável, em movimento contínuo.” (VIDAL, 2009, p. 36)
  • 21. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”  Será que você conhece a palavra “aí”?  O que “aí” quer dizer?  Nas gramáticas normativas, “aí” é classificado como advérbio de lugar.  Será que “aí” é sempre advérbio de lugar?  Sempre expressa lugar?  Sempre modifica um verbo?  Sempre aponta para algo que podemos ver na situação de comunicação? Vamos ver...
  • 22. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí”  Para a GT, “aí” é advérbio de lugar.  Para a Linguística, aí pode ter as seguintes funções: 1. ADVÉRBIO DE LUGAR DÊITICO: Eu cheguei em casa, eles estavam sentados no muro, né? Num muro alto. Eu disse: “meu filho, [não]-não senta aí que tu não estás com equilíbrio bom”. * “aí” expressa lugar? SIM * Modifica um verbo? SIM, o verbo “sentar” (acrescenta a informação de lugar) Portanto, é advérbio de lugar no enunciado acima.
  • 23. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 2. FUNÇÃO DE ADJETIVO NO SN: Era coisa gostosa. Hoje, se você vai numa festinha aí, numa festinha de rua aí, a gente vê é safadeza, é avacalhação. * “aí” expressa lugar? NÃO! Expressa indefinição: uma festinha “qualquer”. * Modifica o verbo? NÃO! Modifica o substantivo “festinha”. Então... Não é advérbio de lugar no enunciado acima! Tem valor de adjetivo no SN.
  • 24. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 3. FUNÇÕES DE ANAFÓRICO DE TEMPO E ANAFÓRICO DE LUGAR : Onze e pouco da noite. Não tinha um hotel, não tinha nada pra dormir, que o único hotel da cidade estava fechado. Aí procuramos, procuramos, batemos nesse hospital, que é um hospital e maternidade, aí que ele estava. * O primeiro “aí” expressa lugar? NÃO: tempo. *O segundo “aí” expressa lugar? SIM, MAS aponta para algo mencionado antes (anáfora), não para um fator da situação de comunicação (dêixis).  Os dois aís do enunciado acima perdem suas características dêiticas. Depois que ele morreu, né? Que aí elas já eram mais ou menos moças, né? Tinham os seus quinze, dezesseis anos, aí que começaram a namorar. * Expressa lugar? NÃO! Expressa tempo e também aponta para algo mencionado antes. Portanto, não é advérbio de lugar! É advérbio temporal com função de anáfora.
  • 25. ANÁLISE SOB ÓTICA DA GRAMATICALIZAÇÃO- o item “aí” 4. ANAFÓRICO DISCURSIVO : E a carne, tu compras um quilo e tu comes duas vezes, né? E o peixe não. O peixe é aquilo ali, num instantinho vai e pronto. É isso aí. * Expressa lugar? Não! Aponta para algo mencionado antes, resumindo todo do texto dito antes! Faz referência ao discurso! 5. FUNÇÃO DE SEQUENCIADOR TEMPORAL: “Ela está lá na casa da Maria dos Anjos”, disse uma outra amiga minha. Aí ela foi lá na casa da Maria dos Anjos, ver se eu estava...
  • 26. QUADRO SÍNTESE DO FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html
  • 27. A abordagem funcionalista considera como questão básica o exame das condições de produção da diversidade de usos que faz da linguagem um fenômeno heterogêneo. Em outras palavras, o quadro funcionalista apresenta como traço forte a compreensão da língua dotada de equilíbrio instável. (VIDAL, 2009, p.33)
  • 28. RESUMINDO: premissas fundamentais (GIVÓN, 1995 apud MARTELOTTA & ÁREAS, 2003, p. 28; ARAÚJO, 2012, p.20).  a linguagem é uma atividade sociocultural;  a estrutura serve a funções cognitivas e comunicativas;  a estrutura é não-arbitrária, motivada, icônica;  mudança e variação estão sempre presentes;  o sentido é contextualmente dependente e não- atômico;  as categorias não são discretas;  a estrutura é maleável e não rígida;  as gramáticas são emergentes;  as regras de gramática permitem algumas exceções
  • 29. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  ARAÚJO, Ana Alice de F. N. Os usos dos verbos vender e alugar em anúncios classificados de jornal impresso. UERN, Pau dos Ferros-RN, 2012.  CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Funcionalismo e gramáticas do português brasileiro. In: SOUZA, Edson Rosa de. & et. Al. Funcionalismo linguístico: novas tendências teóricas. São Paulo: Contexto, 2012, p.17-42.  CUNHA, Angélica Furtado da. Funcionalismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.  CUNHA, Maria Angélica Furtado da. Situando o funcionalismo. In: CUNHA, M.A.F. & SOUZA, M. Transitividade e seus contextos de uso. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007, p. 17-26.  CUNHA, Maria Angélica Furtado da. A linguística centrada no uso (ou linguistica cognitivo-funcional). In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco (e-book). Recife, PPGL/UFPE, 2012.  HIROTSU, Priscila. Breve introdução ao funcionalismo linguistico. João Pessoa, PB. Publicado 12/06/2011 em: http://www.gerandoletras.blogspot.com acesso: 06/02/13  LOPES, Célia. Gramaticalização: definição, principios e analises de casos. UFRJ http://www.ufmg.br/online/arquivos/anexos/Gramaticalizao_ufrj.pdf acesso em 06/02/13
  • 30. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS  MARTELLOTA, M. E. & AREAS, E. K. A visão funcionalista da linguagem no século XX. In: CUNHA, M.A.F.; OLIVEIRA, M. R. & MARTELOTTA, M. E. (orgs.). Linguística funcional:teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.  MILITÃO, MARIA SILVANA. Introdução à linguística: Funcionalismo linguístico (aula3). Licenciatura em Letras Português. Universidade Federal do Ceará - UFC VIRTUAL. Disponível: http://www.vdl.ufc.br/solar/aula_link/llpt/I_a_P/Intro_Ling/aula_03-3497/02.html Acesso em 06/02/13.  PAVEAU, Marie-Anne. As grandes teorias da linguística: da gramática comprativa à pragmática. São Carlos: Clara Luz, 2006.  PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: Anna Cristina Bentes; Fernanda Mussalim. (org.). Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004, vol. 3, p. 165-128  SOUZA, M. Definição, classificação, categorização no gênero editorial: transitividade e processos relacionais. In: SOUZA & et al. Sintaxe em foco. Recife, PPGL/UFPE, 2012.  VIDAL, Rosângela M. B. As construções com adverbiais em – mente: análise funcionalista e implicações para o ensino de língua materna. (Tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem). UFRN, 2009.