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A ÉTICA NA INSTIUIÇÃO DE SAÚDE: desafios
do ser ético na atuação do psicólogo no programa
              saúde da família (PSF)
INTRODUÇÃO

• O presente trabalho se propõe a abordar a
  atuação profissional ética do psicólogo no âmbito
  das instituições de saúde.
• Dessa forma, objetiva-se perceber em suas
  atividades laborativas do cotidiano, como pode
  construir um ambiente propício a essa expressão
  ética, visto que sua prática é atravessada por
  vivências de grande significado na vida das
  pessoas, bem como trabalha muitas vezes em
  ambientes com equipe multidisciplinar, devendo
  saber como e quais informações serão repassadas
  aos outros profissionais.
PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

• As equipes do Programa Saúde da Família (PSF)
  são responsáveis por acompanhar um número pré-
  determinado de famílias localizadas em uma área
  geográfica delimitada e atuam com ações de
  promoção da saúde, prevenção, recuperação,
  reabilitação de doenças e agravos mais frequentes
  e na manutenção das comunidades. (PROGRAMA
  SAÚDE DA FAMÍLIA..., 2012)
• As equipes são compostas por no mínimo um médico,
  um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis
  agentes comunitários. Quando ampliada a equipe
  conta com mais um dentista, um auxiliar de consultório
  dentário e um técnico em higiene dental. Cada equipe
  é responsável por no máximo 4 mil habitantes sendo a
  média recomendada de 3 mil habitantes de uma
  determinada área e estas passam a ter
  corresponsabilidade no cuidado a saúde. A atuação
  das equipes ocorre principalmente nas unidades
  básicas de saúde, nas residências e na mobilização da
  comunidade. (ATENÇÃO BÁSICA E A SAÚDE DA
  FAMÍLIA..., 2012)
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NOS PSFs

• Um dos principais objetivos do profissional de psicologia
  de acordo com Cardoso citada por Cardoso e Silva
  (2004), é atuar junto à comunidade difundindo
  informações sobre a saúde mental e fazendo
  identificação das pessoas com comprometimentos
  emocionais que demandem assistência psicológica.
• Juliana M. Fermino e outros (2009) salientam que
  embora essa atenção à saúde mental seja parte
  importante das necessidades de saúde e seja uma
  demanda cada vez mais frequente, o psicólogo não faz
  parte do quadro de profissionais que compõem os PSFs,
  ficando as demandas que requerem a atuação do
  mesmo por conta de outros profissionais de outras áreas
  da saúde.
• Quando o psicólogo é contratado, tem como
  objetivo trabalhar na prevenção e promoção da
  saúde dos usuários e deve conhecer de perto a
  realidade da população e as necessidades da
  mesma, para que assim, possa fazer as
  intervenções necessárias e adequadas àquele
  grupo. (CARBONARI et al, 2012).
CONCEITUAÇÃO ÉTICA, MORAL,
       BIOÉTICA E O DIREITO
• Goldim (2000) afirma que a Bioética é a Ética
  aplicada ao contexto da saúde e da pesquisa
  com seres humanos. Ela aborda os novos
  paradigmas existentes em um meio interdisciplinar,
  estimulando a discussão e reflexão.
• A Bioética pode ser entendida por três princípios, o
  da não-maleficência, o da beneficência e o da
  Justiça.
• O princípio da não-maleficência é gerador de
  polêmica entre os teóricos, uma vez que, alguns
  autores acreditam que ele se insere no princípio da
  não beneficência, pelo fato de que que ao evitar
  o dano intencional, o terapeuta já está visando o
  bem do outros. Uma adequada formação por
  parte do psicólogo seria uma forma de visar o bem
  do outro, evitando danos. (GOLDIM, 2000, p. 120).
• No segundo principio o da beneficência, o objetivo
  geral é não provocar o mal e maximizar os
  benefícios, minimizando possíveis danos. No
  contexto do atendimento em PSFs, seja com grupo
  ou individual, este princípio se aplica em agir
  visando o melhor interesse e bem do cliente,
  garantindo sua integridade física, psíquica,
  cuidando de sua privacidade e confidencialidade,
  tendo como conjectura o encorajamento do
  cliente no sentido de ajudá-lo a desenvolver sua
  autonomia.
• Já no princípio da Justiça se trabalha na equidade
  no tratamento, isso pressupõe que o cliente de um
  serviço público como no caso do prestado pelos
  PSF’s também terão o atendimento com a mesma
  qualidade do que seria o atendimento daquele
  profissional em um consultório particular. Outra
  ponderação acerca deste princípio deve ser
  lembrada, uma pessoa não pode ser negada de
  seu benefício sem uma boa razão, ou devido a
  encargos indevidos.
O SER ÉTICO

• O psicólogo presente nas instituições de saúde se
  depara muitas vezes com situações que exigem
  habilidade para lidar com dilemas éticos que se
  estabelecem na relação dele com a pessoa
  atendida e/ou familiares da mesma, ou na relação
  com a equipe de trabalho. Este profissional se vê
  diante de questões como: até onde preservar o
  sigilo profissional? De que forma se deve agir diante
  de atitudes antiéticas de colegas de trabalho?
  Que informações podem constar no prontuário do
  paciente? (MEDEIROS, 2002).
• Ainda segundo a autora, para que o psicólogo
  possa adotar uma postura considerada ética é
  preciso considerar três possibilidades: pautar-se no
  Código de Ética Profissional do Psicólogo; Agir
  tomando por base suas convicções pessoais,
  guiado por seus valores e princípios, desenvolvidos
  durante todo o tempo de sua formação pessoal e
  profissional; Agir dentro dos princípios éticos que
  valem a todos, que não priorizam crenças ou
  valores pessoais.
• Para Medeiros (2002), é importante que o
  profissional não se limite aos conteúdos descritos
  nos cinquenta artigos do Código de Ética, pois este
  não apresenta respostas totalmente precisas às
  questões éticas. Ele é sim um referencial e
  importante norteador para as atividades do
  psicólogo, porém, há situações que apresentam
  particularidades que exigem uma reflexão maior,
  que o incluem, mas não são limitadas a ele.
• Faz-se necessário que o psicólogo não trabalhe
  com o paciente, tentando o encaixar em padrões
  que ele julgue relevante, deixando em segundo
  plano os valores e princípios dessa pessoa. É
  através da postura ética que o profissional permitirá
  a coexistência de valores que se divergem. Os
  princípios éticos devem servir a todos, não
  priorizando crenças ou valores pessoais.
  (MEDEIROS, 2002).
• Conforme Medeiros (2002), o princípio da beneficência
  deve pautar também a atuação do psicólogo. Este o
  orienta a atender o paciente de forma a fazer-lhe o
  bem e evitar qualquer prejuízo que possa ocorrer em
  virtude de sua intervenção. Esse princípio se vincula
  também a não-maleficência, visando em qualquer
  instância não causar danos a pessoa. O princípio da
  Justiça presa a ideia de que a saúde é um bem
  fundamental, que deve ser contemplado por todos e
  não apenas por parte de uma população.
• Para Passos (2007), a competência técnica é de
  extrema importância na atuação de um profissional,
  porém, ela por si só não o forma.
ENTREVISTA COM PROFISSIONAL


•   Nome: Fabiana Darc Miranda
•   Registro: CRP 04 35/792
•   Município de Atuação: LUZ-MG
•   Local: Estratégia de Saúde da Família – Unidade 1
• Conte-nos um pouco de como é a sua atuação no PSF.

• “Minha atuação no Programa de Saúde da Família, que hoje
  se identifica como ESF – Estratégias de Saúde da Família
  acontece de uma forma muito dinâmica. Trabalho com os
  pacientes e funcionários. Temos grupos de diabéticos e
  hipertensos e estamos programando um projeto que
  identificamos como “saúde e educação na escola”, visto
  que nossa demanda de adolescentes em situação de risco
  esta crescendo a cada dia. Realizo psicoterapias breves
  individuais e alguns acompanhamentos mais complexos, que
  demandam mais tempo em terapia: psicoses e neuroses
  graves. O trabalho em equipe fortalece o atendimento que
  se torna multidimensional, focalizando as necessidades do
  paciente, que muitas vezes vai alem do atendimento medico
  ou psicológico apenas.”
• Você considera importante a presença do psicólogo no PSF? Por
  quê?

• “Claro que sim. Porque a área da saúde necessita de um suporte
  na área de Saúde Mental, pois muitas vezes os profissionais que
  compõem a equipe não tem conhecimento do processo de
  sofrimento que passa o paciente que procura ajuda, há uma
  dificuldade muito grande empatia e trabalho continuado e
  focalizado no sujeito como um ser biopsicossocial que
  demandam atendimento nas mais diversas áreas e a Saúde
  Mental é uma delas. O psicólogo na ESF pode focalizar as
  demandas e acompanhar casos que diminuam o sofrimento do
  individuo diminuindo o risco de gravidades psicológicas futuras,
  além de ser uma peça importante no acompanhamento de
  pacientes hipertenso e diabéticos. Juntamente com a equipe o
  psicólogo tem muito a oferecer a nível de prevenção e
  promoção da saúde humana.”
• Quais são as demandas mais frequentes para o
  profissional psicólogo do PSF?

• “Realizo psicoterapias individuais para todos os grupos:
  crianças, adolescentes, adultos e idosos, nos mais
  variados contextos: hipertensos, diabéticos, crianças
  com dificuldades de aprendizagem, acompanhamento
  ao portador de sofrimento mental, orientações e
  aconselhamento psicológico. Todas as triagens são
  feitas por mim, com horários agendados, exceto
  quando surgem demandas que não podem aguardar:
  surtos psicóticos, depressão maior e tentativa de auto-
  extermínio.”
• Quais são os cuidados necessários acerca de
  prontuários, fichas, etc., para que o sigilo dos usuários
  do PSF seja resguardado?

• “Por ser uma equipe grande de profissionais, na qual
  muitos destes necessitam ter acesso as informações dos
  pacientes, desde os ACS até os médicos, optamos,
  equipe de psicólogas atuantes no município, por
  manter um arquivo separado e diferenciado para a
  psicologia, que fica resguardado na sala de
  atendimento, e a responsabilidade é do psicólogo, o
  arquivo possui gavetas e são trancados a chave.
  Quando necessário, são anotadas informações
  relevantes na ficha individual de cada um, que fica nos
  arquivos da unidade.”
• Em grupos realizados com usuários, quais as
  orientações dadas aos mesmos em relação ao
  sigilo que deve existir sobre o que é dito pelo
  grupo?

• “Muitas vezes esta informação parte dos próprios
  usuários que já compreendem como funciona este
  processo. Quando mais, é dito de forma simples
  sobre a necessidade do respeito às experiências
  de cada um”.
• Já passou por alguma situação que foi necessário
  a quebra do sigilo? Poderia relatar.

• “Não.”
• Já passou por alguma situação específica na sua
  atuação no PSF que envolvesse uma reflexão
  Ética? Como agiu?

• “Como a equipe é grande e a cidade é pequena,
  muitos comentários surgem sobre a vida dos
  usuários, neste sentido procuro manter sempre uma
  postura ética e aos poucos pontuar a necessidade
  de cada um fazer o mesmo.”
• Acrescente mais alguma informação que ache relevante.

• “É relevante ressaltar que o trabalho do psicólogo deve
  acontecer de forma conjunta com a equipe: com o médico,
  o enfermeiro, os agentes, os técnicos e familiares dos usuários,
  para que possamos atender e acolher bem aquele que
  procura ajuda, o trabalho deve ser humanizado e se pautar
  sempre na ética e no compromisso com aqueles que
  confiam a nós profissionais da saúde, seus bens mais
  preciosos: suas vidas. A inovação no campo também é
  importante para marcamos presença e conquistarmos nosso
  espaço nas UBS, que infelizmente é muito difícil encontrar
  unidades de saúde que contam com psicólogos em suas
  equipes.”
CONCLUSÃO

• Pode-se concluir que a postura ética adotada pelo
  psicólogo, em seu trabalho nas instituições de saúde,
  cotidianamente, exige uma reflexão que implica
  considerar vários fatores e sua relação, frente os quais
  sua atuação será pautada:
  • o Código de Ética Profissional do Psicólogo;
  • os princípios elencados pela Bioética;
  • os valores e princípios do psicólogo bem como os da pessoa
    atendida;
  • os princípios e regras da instituição na qual o psicólogo está
    inserido;
  • os conceitos morais que permeiam a sociedade na qual está
    atuando.
• É diante da relação desses fatores que se torna
  possível ter uma postura na qual se faça a união
  moral e ética; respeitando e valorizando aqueles
  que o procuram, a instituição na qual trabalha, a si
  mesmo (enquanto pessoa e profissional) bem
  como sua profissão.
• Fábio Ferreira

• Leiliane Silva

• Natália Elias

• Natália Resende

• Paula Martucheli

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Ética na saúde: desafios do psicólogo no PSF

  • 1. A ÉTICA NA INSTIUIÇÃO DE SAÚDE: desafios do ser ético na atuação do psicólogo no programa saúde da família (PSF)
  • 2. INTRODUÇÃO • O presente trabalho se propõe a abordar a atuação profissional ética do psicólogo no âmbito das instituições de saúde. • Dessa forma, objetiva-se perceber em suas atividades laborativas do cotidiano, como pode construir um ambiente propício a essa expressão ética, visto que sua prática é atravessada por vivências de grande significado na vida das pessoas, bem como trabalha muitas vezes em ambientes com equipe multidisciplinar, devendo saber como e quais informações serão repassadas aos outros profissionais.
  • 3. PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) • As equipes do Programa Saúde da Família (PSF) são responsáveis por acompanhar um número pré- determinado de famílias localizadas em uma área geográfica delimitada e atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na manutenção das comunidades. (PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA..., 2012)
  • 4. • As equipes são compostas por no mínimo um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários. Quando ampliada a equipe conta com mais um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Cada equipe é responsável por no máximo 4 mil habitantes sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área e estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado a saúde. A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade. (ATENÇÃO BÁSICA E A SAÚDE DA FAMÍLIA..., 2012)
  • 5. A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NOS PSFs • Um dos principais objetivos do profissional de psicologia de acordo com Cardoso citada por Cardoso e Silva (2004), é atuar junto à comunidade difundindo informações sobre a saúde mental e fazendo identificação das pessoas com comprometimentos emocionais que demandem assistência psicológica. • Juliana M. Fermino e outros (2009) salientam que embora essa atenção à saúde mental seja parte importante das necessidades de saúde e seja uma demanda cada vez mais frequente, o psicólogo não faz parte do quadro de profissionais que compõem os PSFs, ficando as demandas que requerem a atuação do mesmo por conta de outros profissionais de outras áreas da saúde.
  • 6. • Quando o psicólogo é contratado, tem como objetivo trabalhar na prevenção e promoção da saúde dos usuários e deve conhecer de perto a realidade da população e as necessidades da mesma, para que assim, possa fazer as intervenções necessárias e adequadas àquele grupo. (CARBONARI et al, 2012).
  • 7. CONCEITUAÇÃO ÉTICA, MORAL, BIOÉTICA E O DIREITO • Goldim (2000) afirma que a Bioética é a Ética aplicada ao contexto da saúde e da pesquisa com seres humanos. Ela aborda os novos paradigmas existentes em um meio interdisciplinar, estimulando a discussão e reflexão. • A Bioética pode ser entendida por três princípios, o da não-maleficência, o da beneficência e o da Justiça.
  • 8. • O princípio da não-maleficência é gerador de polêmica entre os teóricos, uma vez que, alguns autores acreditam que ele se insere no princípio da não beneficência, pelo fato de que que ao evitar o dano intencional, o terapeuta já está visando o bem do outros. Uma adequada formação por parte do psicólogo seria uma forma de visar o bem do outro, evitando danos. (GOLDIM, 2000, p. 120).
  • 9. • No segundo principio o da beneficência, o objetivo geral é não provocar o mal e maximizar os benefícios, minimizando possíveis danos. No contexto do atendimento em PSFs, seja com grupo ou individual, este princípio se aplica em agir visando o melhor interesse e bem do cliente, garantindo sua integridade física, psíquica, cuidando de sua privacidade e confidencialidade, tendo como conjectura o encorajamento do cliente no sentido de ajudá-lo a desenvolver sua autonomia.
  • 10. • Já no princípio da Justiça se trabalha na equidade no tratamento, isso pressupõe que o cliente de um serviço público como no caso do prestado pelos PSF’s também terão o atendimento com a mesma qualidade do que seria o atendimento daquele profissional em um consultório particular. Outra ponderação acerca deste princípio deve ser lembrada, uma pessoa não pode ser negada de seu benefício sem uma boa razão, ou devido a encargos indevidos.
  • 11. O SER ÉTICO • O psicólogo presente nas instituições de saúde se depara muitas vezes com situações que exigem habilidade para lidar com dilemas éticos que se estabelecem na relação dele com a pessoa atendida e/ou familiares da mesma, ou na relação com a equipe de trabalho. Este profissional se vê diante de questões como: até onde preservar o sigilo profissional? De que forma se deve agir diante de atitudes antiéticas de colegas de trabalho? Que informações podem constar no prontuário do paciente? (MEDEIROS, 2002).
  • 12. • Ainda segundo a autora, para que o psicólogo possa adotar uma postura considerada ética é preciso considerar três possibilidades: pautar-se no Código de Ética Profissional do Psicólogo; Agir tomando por base suas convicções pessoais, guiado por seus valores e princípios, desenvolvidos durante todo o tempo de sua formação pessoal e profissional; Agir dentro dos princípios éticos que valem a todos, que não priorizam crenças ou valores pessoais.
  • 13. • Para Medeiros (2002), é importante que o profissional não se limite aos conteúdos descritos nos cinquenta artigos do Código de Ética, pois este não apresenta respostas totalmente precisas às questões éticas. Ele é sim um referencial e importante norteador para as atividades do psicólogo, porém, há situações que apresentam particularidades que exigem uma reflexão maior, que o incluem, mas não são limitadas a ele.
  • 14. • Faz-se necessário que o psicólogo não trabalhe com o paciente, tentando o encaixar em padrões que ele julgue relevante, deixando em segundo plano os valores e princípios dessa pessoa. É através da postura ética que o profissional permitirá a coexistência de valores que se divergem. Os princípios éticos devem servir a todos, não priorizando crenças ou valores pessoais. (MEDEIROS, 2002).
  • 15. • Conforme Medeiros (2002), o princípio da beneficência deve pautar também a atuação do psicólogo. Este o orienta a atender o paciente de forma a fazer-lhe o bem e evitar qualquer prejuízo que possa ocorrer em virtude de sua intervenção. Esse princípio se vincula também a não-maleficência, visando em qualquer instância não causar danos a pessoa. O princípio da Justiça presa a ideia de que a saúde é um bem fundamental, que deve ser contemplado por todos e não apenas por parte de uma população. • Para Passos (2007), a competência técnica é de extrema importância na atuação de um profissional, porém, ela por si só não o forma.
  • 16. ENTREVISTA COM PROFISSIONAL • Nome: Fabiana Darc Miranda • Registro: CRP 04 35/792 • Município de Atuação: LUZ-MG • Local: Estratégia de Saúde da Família – Unidade 1
  • 17. • Conte-nos um pouco de como é a sua atuação no PSF. • “Minha atuação no Programa de Saúde da Família, que hoje se identifica como ESF – Estratégias de Saúde da Família acontece de uma forma muito dinâmica. Trabalho com os pacientes e funcionários. Temos grupos de diabéticos e hipertensos e estamos programando um projeto que identificamos como “saúde e educação na escola”, visto que nossa demanda de adolescentes em situação de risco esta crescendo a cada dia. Realizo psicoterapias breves individuais e alguns acompanhamentos mais complexos, que demandam mais tempo em terapia: psicoses e neuroses graves. O trabalho em equipe fortalece o atendimento que se torna multidimensional, focalizando as necessidades do paciente, que muitas vezes vai alem do atendimento medico ou psicológico apenas.”
  • 18. • Você considera importante a presença do psicólogo no PSF? Por quê? • “Claro que sim. Porque a área da saúde necessita de um suporte na área de Saúde Mental, pois muitas vezes os profissionais que compõem a equipe não tem conhecimento do processo de sofrimento que passa o paciente que procura ajuda, há uma dificuldade muito grande empatia e trabalho continuado e focalizado no sujeito como um ser biopsicossocial que demandam atendimento nas mais diversas áreas e a Saúde Mental é uma delas. O psicólogo na ESF pode focalizar as demandas e acompanhar casos que diminuam o sofrimento do individuo diminuindo o risco de gravidades psicológicas futuras, além de ser uma peça importante no acompanhamento de pacientes hipertenso e diabéticos. Juntamente com a equipe o psicólogo tem muito a oferecer a nível de prevenção e promoção da saúde humana.”
  • 19. • Quais são as demandas mais frequentes para o profissional psicólogo do PSF? • “Realizo psicoterapias individuais para todos os grupos: crianças, adolescentes, adultos e idosos, nos mais variados contextos: hipertensos, diabéticos, crianças com dificuldades de aprendizagem, acompanhamento ao portador de sofrimento mental, orientações e aconselhamento psicológico. Todas as triagens são feitas por mim, com horários agendados, exceto quando surgem demandas que não podem aguardar: surtos psicóticos, depressão maior e tentativa de auto- extermínio.”
  • 20. • Quais são os cuidados necessários acerca de prontuários, fichas, etc., para que o sigilo dos usuários do PSF seja resguardado? • “Por ser uma equipe grande de profissionais, na qual muitos destes necessitam ter acesso as informações dos pacientes, desde os ACS até os médicos, optamos, equipe de psicólogas atuantes no município, por manter um arquivo separado e diferenciado para a psicologia, que fica resguardado na sala de atendimento, e a responsabilidade é do psicólogo, o arquivo possui gavetas e são trancados a chave. Quando necessário, são anotadas informações relevantes na ficha individual de cada um, que fica nos arquivos da unidade.”
  • 21. • Em grupos realizados com usuários, quais as orientações dadas aos mesmos em relação ao sigilo que deve existir sobre o que é dito pelo grupo? • “Muitas vezes esta informação parte dos próprios usuários que já compreendem como funciona este processo. Quando mais, é dito de forma simples sobre a necessidade do respeito às experiências de cada um”.
  • 22. • Já passou por alguma situação que foi necessário a quebra do sigilo? Poderia relatar. • “Não.”
  • 23. • Já passou por alguma situação específica na sua atuação no PSF que envolvesse uma reflexão Ética? Como agiu? • “Como a equipe é grande e a cidade é pequena, muitos comentários surgem sobre a vida dos usuários, neste sentido procuro manter sempre uma postura ética e aos poucos pontuar a necessidade de cada um fazer o mesmo.”
  • 24. • Acrescente mais alguma informação que ache relevante. • “É relevante ressaltar que o trabalho do psicólogo deve acontecer de forma conjunta com a equipe: com o médico, o enfermeiro, os agentes, os técnicos e familiares dos usuários, para que possamos atender e acolher bem aquele que procura ajuda, o trabalho deve ser humanizado e se pautar sempre na ética e no compromisso com aqueles que confiam a nós profissionais da saúde, seus bens mais preciosos: suas vidas. A inovação no campo também é importante para marcamos presença e conquistarmos nosso espaço nas UBS, que infelizmente é muito difícil encontrar unidades de saúde que contam com psicólogos em suas equipes.”
  • 25. CONCLUSÃO • Pode-se concluir que a postura ética adotada pelo psicólogo, em seu trabalho nas instituições de saúde, cotidianamente, exige uma reflexão que implica considerar vários fatores e sua relação, frente os quais sua atuação será pautada: • o Código de Ética Profissional do Psicólogo; • os princípios elencados pela Bioética; • os valores e princípios do psicólogo bem como os da pessoa atendida; • os princípios e regras da instituição na qual o psicólogo está inserido; • os conceitos morais que permeiam a sociedade na qual está atuando.
  • 26. • É diante da relação desses fatores que se torna possível ter uma postura na qual se faça a união moral e ética; respeitando e valorizando aqueles que o procuram, a instituição na qual trabalha, a si mesmo (enquanto pessoa e profissional) bem como sua profissão.
  • 27. • Fábio Ferreira • Leiliane Silva • Natália Elias • Natália Resende • Paula Martucheli