Apostila desenvolvida para a disciplina Sociedade da Informação e Cultura Digital da Pós-Graduação em Mídias Digitais da Estácio - Juiz de Fora (MG).
Material foi desenvolvido e organizado pelo professor Fausto Coimbra de forma colaborativa com os discentes:
- Leonardo Pelicarto e Filipe César - responsáveis pelo conteúdo SOFTWARES LIVRES.
- Fábio Marchetto, Leone Milane Mathias e Natália Guilhon Loures - responsáveis pelo conteúdo CREATIVE COMMONS
- Samyla Duarte e Thaís Braile - responsáveis pelo conteúdo COPYRIHT & COPYLEFT
2. Três principais obras que orientam as discussões desta apostila
Cibercultura - Pierre Levy
Cultura Livre - Lawrence Lessig
A sociedade em rede - Manuel Castells
3. AULA 1
"McLuhan observou (...) que nas circunstâncias
em que novas mídias são colocadas em
funcionamento na sociedade, elas se
espalham como vírus e provocam danos
irrestritos, porque permanecem invisíveis”
Fonte:
MCLUHAN, Eric “Internet faz ressuscitar teorias de McLuhan”, World Media, Edição 13 abril 1995, p. 3
5. Significado de Sociedade
s.f. Reunião de homens, de animais, que vivem em grupos organizados; corpo social.
/ Conjunto de membros de uma coletividade, sujeitos às mesmas leis. / Cada um
dos diversos estágios da evolução do gênero humano: sociedade primitiva,
feudal, capitalista. / União de várias pessoas que acatam um estatuto ou
regulamento comum: sociedade cultural. / Grêmio, associação.
Fonte: Dicionário do Aurélio
http://74.86.137.64-static.reverse.softlayer.com/
6. Significado de Cultura
Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente a cultura é todo
aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os
costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente
em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela
que é.
Cultura na língua latina, entre os romanos tinha o sentido de agricultura,que se
referia ao cultivo da terra para a produção, e ainda hoje é conservado desta
forma quando é referida a cultura do soja, a cultura do arroz, etc.
Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de idéias,
comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração
através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda de
forma específica, uma determinada variante da herança social.
(...)
A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a
capacidade, que os individuos tem de responder ao meio de acordo com
mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica. A
cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas
por uma geração passam à geração seguinte, onde vai se transformando
perdendo e incorporando outros aspectos procurando assim melhorar a
vivência das novas gerações.
FONTE: http://www.significados.com.br/cultura/
8. VIDEO > Kevin Kelly conta a história épica da tecnologia
http://www.ted.com/talks/kevin_kelly_tells_technology_s_epic_story.html
9. Desenvolvimento da Comunicação...
... da parede das cavernas ao website...
200 mil anos a.C. - Surge o Homo sapiens
Pulos
e grunhidos são a maneira mais primitiva de
comunicação entre os primatas
60 mil anos a.C. – Aparece o osso hioide, que
sustenta a base da língua, dando condição à
fala.
Capacidade de comunicar os pensamentos e armazená-los
na memória é o primeiro passo para o desenvolvimento de
uma cultura.
10.
Evolução da capacidade de elaborar símbolos
elemento representativo (gestos e
invisível (objeto ou ideia)
sons) substitui elemento
Capacidade de comunicar os pensamentos e armazená-los na
memória é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma
cultura.
Com o aumento do volume de informações, surgem
ferramentas para ajudar o cérebro a armazenar o
conhecimento: constante repetição de rituais, musicalização
de histórias, rima e ritmo.
11. REGISTRO DE INFORMAÇÕES:
Símbolos gravados na casca de ovos de avestruz há mais
de 60 mil anos foram encontrados em Howiesons Poort, na
África do Sul, e podem ser o mais antigo sistema de
representação simbólica usado pelo Homo sapiens.
Pedaços de ossos podem ser considerados os primeiros
pincéis e canetas.
8 mil a.C. – registro pictórico começa a caminhar para
aquilo que viria a ser a escrita.
4 mil a.C. – Sumérios desenvolvem a escrita cuneiforme no
sul da Mesopotâmia.
12.
A escrita era feita em
placas de argila.
A nova tecnologia
possibilita registrar a
linguagem falada, exprimir
pensamentos,
sentimentos e emoções,
documentar e acumular a
cultura adquirida,
libertando o cérebro da
função de armazenar
informações.
13. O
conhecimento salta para fora do corpo e pode
ser preservado mesmo após a morte.
Com
as placas de argila, o saber se torna “portátil”,
uma vez que, até então só era possível “ler” nas
paredes das cavernas.
Ao
definir um lugar para guardar as placas de argila
e armazenar o conhecimento, surgia a primeira
biblioteca
14. Desde
o início, os vários
tipos de escrita já tendiam
a se tornar fonéticos.
Para que esta invenção
revolucionária fosse útil à
humanidade, era preciso
simplificar os sistemas de
símbolos, e os esforços
nesse sentido começam a
caminhar na direção dos
silabários e,
posteriormente, dos
alfabetos.
15.
A partir de 2,5 mil a.C., os egípcios começaram a utilizar
a planta Cyperus papyrus na fabricação de um novo
suporte para a escrita: o papiro, que foi utilizado com
esse fim por 3.500 anos.
16. A
primeira referência sobre a
fabricação do papel data de
105 d.C., e há consenso entre
os historiadores em atribuir o
feito ao funcionário imperial
T'sai Lun (ou Cai Lun), que
apresentou a novidade ao
imperador chinês Ho Ti.
17. Os
chineses conseguiram guardar o segredo da
fabricação do papel por mais de mil anos, até a
chegada dos mongóis no início do século XIII.
Até
o século XV, o papel teve pouca importância
na Europa. Pelo fato de ter chegado à Espanha
por mãos muçulmanas, a invenção não tinha a
simpatia da Igreja Católica.
18. Em
1440, o inventor e gráfico alemão Johannes
Gutenberg dá o passo definitivo para o
surgimento da tipografia e a consequente
Revolução da Imprensa.
19. Livro
“Five Hundred Years of Printing”, de
Steinberg, publicado em 1955:
O
mérito de Gutemberg foi aperfeiçoar as
técnicas de impressão já existentes, ordenando
todo o processo de forma útil e coerente.
O
tipo móvel foi inventado na China, em 1041,
por Pi-Ching, quatro séculos antes de
Gutenberg.
20. A
tipografia foi fundamental para a
disseminação de uma aprendizagem em
massa e para o surgimento de uma
economia baseada no conhecimento.
Isto
seria determinante para a ebulição da
Renascença, da Reforma Protestante e da
Revolução Científica. Só então o papel alcançou
seu lugar de destaque.
21. Para
a impressão de ilustrações, utilizava-se a
técnica da xilogravura, em que os desenhos
eram esculpidos em alto relevo diretamente em
matrizes de madeira.
O
salto na comunicação visual viria em 1826,
com a invenção da fotografia pelo francês
Joseph Nicéphore Niépce.
O
criador do termo “photographie” foi o francês
radicado em Campinas, Hércules Florence. Em
1830, ele desenvolveu uma técnica superior ao
daguerreótipo, de 1837.
22.
Em 1801, o francês
Joseph-Marie Jacquard
cria um tear
automatizado, com um
leitor de cartões
perfurados, que podia
fazer desenhos bastante
complicados.
O invento de Jacquard
chegou ao conhecimento
do professor de
matemática Charles
Babbage, da
Universidade de
Cambridge (Inglaterra),
que criou o calculador
analítico, apresentado ao
público em 1833.
23. Babbage
Como
Calculador analítico
o princípio de funcionamento é extremamente
semelhante ao do computador atual, Babbage é
considerado pela maioria dos autores como o
pioneiro da computação.
24. Nada
criado até aquele
momento teria um impacto
tão revolucionário quanto a
invenção do telégrafo
elétrico.
A
telegrafia por sinal
elétrico foi inventada pelo
norte-americano Samuel
Morse. Em 1835, ele
construiu o primeiro
protótipo funcional de um
telégrafo
25.
A grande revolução proporcionada pelo telégrafo viria na
segunda metade do século XIX, com a instalação dos
cabos submarinos que uniram a América à Europa.
Dois anos após a primeira transmissão telegráfica
transatlântica, Antonio Meucci registra a patente de seu
telettrofono.
26. Doente
e com dificuldades financeiras, ele só
conseguiu pagar a patente provisória e vendeu o
protótipo a Alexander Graham Bell, que registrou
em seu nome a patente definitiva do telefone em
1876.
Na
última década do século XIX é descoberta a
onda de rádio.
27. Suprema
Corte Americana reconheceu Nikola
Tesla como o inventor do rádio, já que Guglielmo
Marconi usou 19 patentes de Tesla para concluir
seu invento em 1896.
28. Ainda
no final do século XIX, no dia 28 de
dezembro de 1895, no subsolo do Grand Café,
em Paris, os irmãos Lumière realizaram sua
famosa exibição pública e paga de cinema
Alguns
autores discordam ter sido esta a
primeira exibição pública da história. Segundo a
pesquisadora Flávia Cesarino Costa (1995), dois
meses antes, os irmãos Max e Emil
Skladanowsky fizeram uma exibição de 15
minutos do sistema de projeção de filmes que
haviam inventado, o bioscópio, num grande
teatro em Berlim.
29. O
desenvolvimento da
tecnologia de transmissão
de imagens por ondas de
rádio, a partir do tubo
iconoscópico, criado por
Vladimir Zworykin em
1923, anunciava o
nascimento do veículo
que se tornaria um dos
maiores ícones da cultura
de massa em todo o
mundo: a televisão.
30. a
partir de meados de 1950 - desenvolvimento
dos primeiros computadores pelos militares
norte-americanos, que mais tarde criariam a
internet...
31. Alvin Toffler - (3 de Outubro de 1928) é um escritor e futurista norte-americano doutorado em
Letras, Leis e Ciência, conhecido pelos seus escritos sobre a revolução digital, a revolução das
comunicações e a singularidade tecnológica.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alvin_Toffler
32. VÍDEO: sobre a terceira onda (feito na década de 1980):
https://www.youtube.com/watch?v=CeNf34xITxI&feature=player_embedded
33. 1ª ONDA
Agrícola
Caracterizou-se pelas atividades no setor rural, de
forma rudimentar e durou cerca de dez mil anos. É a
exploração do setor primário da Economia, com o
homem e sua prole satisfazendo necessidades
essenciais (trabalho, lazer, informação, convívio...)
em torno da cabana primitiva. Nesta onda fluem
basicamente os materiais. Não há escola, educação
passada pela família.
34. 2ª ONDA
Industrial / Urbana
Veio com a atividade industrial tradicional,
constituindo o setor secundário (Revolução
Industrial), e já dura 300 anos. Na 2ª onda o homem
abandona a sua cabana primitiva e diariamente
desloca-se para trabalhar em torno da "máquina"
nos grandes centros industriais. Nesta onda
prevalece o fluxo da energia. Esta fase é marcada
pela educação em massa, emprego, dinheiro.
Algumas regiões do mundo não atingiram esse
estágio.
35. 3ª ONDA
Informática
Iniciada em meados da década de 1950. Nesta
onda flui a informação. É a fase calcada no setor
dos serviços, da Informática, através dos
computadores, das telecomunicações, da
robótica, dos microprocessadores. Estudos
específicos, formação de especialistas.
Conhecimento passa a ser, não um meio
adicional de produção de riquezas, mas, sim, o
meio dominante.
36. Alvin Toffler previu a revolução da
Informática e uma de suas
"profecias" que dizia que "no limiar
do século XXI o analfabeto seria o
que não soubesse usar o
computador" se concretizou antes
do prazo previsto.
37. Comparação entre a 2a. e 3a. onda
PARÂMETROS
Revolução Industrial
2.ONDA
Revolução da Informática
3.ONDA
Fatores de produção:
Terra, trabalho, capital
Conhecimento / Informação
Capital:
Alicerçado em bens tangíveis (aço, petróleo)
Recursos escassos
Com base em bens intangíveis (tecnologia,
software)
Teoricamente sem limites
Moeda:
Ouro, papel moeda
Eletrônica / digital
Trabalho:
O trabalho físico é predominante
Mecânico e repetitivo.
Sistema de remessas
Horários fixos
Em fábricas e escritórios
O trabalho mental é predominante
Mais criativo, menos íntercambiável
Fluxo contínuo,ininterrupto
Em casa, no carro, no avião, etc
Inovação:
Intermitente
Constante
Escala:
Os grandes negócios e as grandes unidades de
trabalho dominam
Pequenas empresas e unidades de trabalho são
mais importantes
Infra-estrutura.
Ênfase no transporte. (estradas, pontes.
instalações portuária)
Ênfase na comunicação (sistema neural
eletrônico com base em redes inteligentes)
Velocidade transacional:
Relativamente rápida
Em tempo real
Fonte:
http://www.profcordella.com.br/unisanta/textos/cam34_alvin_toffler.htm
http://praticaradical.blogspot.com/2007/04/quarta-onda.html
38. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO
VÍDEO: Entrevista Alvin Toffler:
https://www.youtube.com/watch?v=7onokrst2UE&feature=player_embedded
39. All work and all play
http://www.youtube.com/watch?v=F12DAS-ZNDY
Este vídeo é o resultado de diversos estudos realizados pela Box1824. É um projeto sem fins lucrativos ou
comerciais. Box1824 é uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo.
40. 4ª ONDA
biotecnologia e nanotecnologia
Convergência entre a tecnologia da
informação e a biologia, esta fase será,
segundo Toffler baseada na manipulação
molecular
41. A quarta onda...
Trecho de entrevista com Alvin Toffler
Hoje vivemos a ultima parte da terceira onda – um rápido e revolucionário desenvolvimento
da biologia e a sua convergência com a tecnologia da informação. Ate agora a revolução
biológica dependeu da tecnologia, sem a qual as pesquisas não seriam possíveis. Mas daqui
para a frente os avanços da biologia serão determinantes para desbravar fronteiras
tecnológicas. A modificação de algumas estruturas biológicas em seres poderá permitir a
preparação para o espaço. Só então embarcaremos realmente na quarta onda – vamos
considerar o espaço mais seriamente e começaremos a colonizá-lo.
(...)
Os computadores que conhecemos hoje são como as primitivas ferramentas de pedra de 10
mil anos atrás. A nanotecnologia está desbravando maneiras de processar informações em
espaços tão minúsculos que conseguiremos construir ambientes em que tudo ao redor será
inteligente. Essas engenhocas estarão intercomunicadas entre si e com os seres humanos. E
serão como poeira. Vamos criar ambientes inteiros em que seremos parte de uma estrutura
de informação invisível. Mas somos crianças a caminho dessa mudança. E ninguém sabe
quais serão as consequências desse ambiente na sociedade ou nos valores das pessoas.
Caminhamos para um período que será cientificamente, tecnologicamente, culturalmente,
socialmente excitante, porque haverá um mundo de possibilidades. Mas, ao mesmo tempo,
será um ambiente extremamente turbulento. As possibilidades, de um lado, vão resolver
problemas. De outro, criarão enormes conflitos éticos sobre suas aplicações.
Fonte: Exame de 15 de maio de 2003 – pgs. 66 a 69
Disponível em: http://www.skywalker.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id
=71%3Aentrevista-com-alvin-toffler&catid=35%3Aartigos-empresariais&Itemid=16
42. VIDEO > Kevin Kelly nos próximos 5000 dias da web (entre 2007 e 2020)
http://www.ted.com/talks/kevin_kelly_on_the_next_5_000_days_of_the_web.html
43. Sociedade da Informação e
Cultura Digital
Tecnologia
&
sociedade:
mudanças com a convergência tecnológica
44. Manuel Castells (Hellín, 1942), sociólogo espanhol.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Castells
45. Segundo ele, a nova ordem econômica e social está
centrada nas tecnologias de informação e
comunicações.
Tecnologia X Sociedade
• Devido a sua penetrabilidade em todas as esferas da
atividade humana, a revolução da tecnologia da
informação é o ponto inicial de Castells para analisar
a complexidade da nova economia, sociedade e
cultura em formação.
46. - No entanto, segundo ele, tecnologia não
determina a sociedade: incorpora-a. Mas a
sociedade também não determina a inovação
tecnológica: utiliza-a (A Sociedade em Rede,
p.43).
- Castells classifica o dilema do determinismo
tecnológico como infundado, dado que,
segundo ele, a tecnologia é a sociedade e a
sociedade não pode ser entendida ou
representada sem suas ferramentas
tecnológicas (p.25).
47. determinismo tecnológico...
•
A noção de Determinismo Tecnológico surgiu o âmbito da sociologia, em
começos do século XX. Trata-se de uma teoria sobre a relação entre
tecnologia e sociedade, que explica os fenômenos sociais e históricos
como consequência de um fator principal - a tecnologia. “O conceito de
determinismo tecnológico foi criado pelo sociólogo americano Thorstein
Veblen e aperfeiçoado por Robert Ezra Park da Universidade de Chicago.
Em 1940, Park declarou que os dispositivos tecnológicos estavam
modificando a estrutura e as funções da sociedade, noção que serviu de
ponto de partida para uma corrente teórica em todos os aspectos
inovadora” (Lima, 2001).
http://dedalusjmmr.net/wiki/index.php?title=Determinismo_Tecnol%C3%B3gico
48. "De acordo com os deterministas tecnológicos, (como Marshall McLuhan,
Harold Innis, Neil Postman, Jacques Ellul, Sigfried Giedion, Leslie White,
Lynn White Jr. e Alvin Toffler), as tecnologias (particularmente as da
comunicação ou mídias) são consideradas como a causa principal das
mudanças na sociedade, “e são vistas como a condição fundamental de
sustentação do padrão da organização social. Os deterministas
tecnológicos interpretam a tecnologia como a base da sociedade no
passado, presente e até mesmo no futuro. Novas tecnologias
transformam a sociedade em todos os níveis, inclusive institucional, social
e individualmente. Os fatores humanos e sociais são vistos como
secundários” (Chandler, Daniel, 2000)."
Lima, Karina M. (2001), "Determinismo Tecnológico", Universidade Metodista de São Paulo.
Disponível em: http://www.infoamerica.org/documentos_pdf/determinismo.pdf
49. DCTHD - M5 - Determinismo tecnológico en la cultura digital
https://www.youtube.com/watch?v=ie5lKMgpQ54
50. Papel do Estado:
• No entanto, Castells afirma que embora não determine a
tecnologia, a sociedade pode sufocar seu desenvolvimento,
principalmente por intermédio do Estado.
• Cita, como exemplo, o caso da China que inovou durante
séculos (fundição, tecelagem, energia hídrica, bússola,
pólvora, medicina, o papel – primeira revolução no
processamento da informação -, imprensa, dentre outros),
poderia ter se industrializado a partir do final do séc. XVI, mas
interrompeu seu processo de desenvolvimento tecnológico
devido a um conservadorismo tecnológico provocado pelo
receio dos seus impactos destrutivos na estabilidade social.
51. Trecho do livro:
Assim, por volta de 1400, quando o renascimento europeu estava plantando as sementes
da transformação tecnológica que dominaria o planeta três séculos depois, a China era a
civilização mais avançada em tecnologia no mundo (...) (pág. 45)
Cita, também, a inabilidade do estatismo soviético para dominar a revolução
da tecnologia da informação, interrompendo sua capacidade produtiva e
enfraquecendo seu poderio militar. Mas, não devemos concluir que toda
intervenção estatal é contra producente. Como contra-exemplo aos casos da
China e da União Soviética, cita o Japão que, a partir do imperador Mitsuhito
(1868), criou as condições políticas para uma modernização liderada pelo
Estado.“O que deve ser guardado para o entendimento da relação entre a
tecnologia e a sociedade é que o papel do Estado, seja interrompendo, seja
promovendo, seja liderando a inovação tecnológica, é um fator decisivo no
processo geral, à medida que expressa e organiza as forças sociais dominantes
em um espaço e uma época determinados” (p.31).
53. Pierre Lévy (Tunísia, 1956) filósofo da informação que se ocupa em estudar as
interações entre a Internet e a sociedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy
54. Entrevista Roda Viva 08/01/2001 (texto): http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/47/entrevistados/pierre_levy_2001.htm
http://www.youtube.com/watch?v=Wk76VURNdgw
“ (...) hoje, é impossível fazer um resumo do todo. Não podemos mais abraçar o todo,
porque ele tornou-se uma coisa infinita. Mesmo que em um momento pudéssemos
cercá-lo, logo em seguida, seria diferente. Portanto, todo esse trabalho teria sido vão.
Então, digo que cada um, cada indivíduo, cada grupo deve, por conta própria, fazer
necessariamente uma filtragem, uma organização, uma seleção, uma hierarquização.
Não digo que acabou, não precisamos de hierarquia, de seleção, nem filtragem. É
absolutamente necessário. Sem isso, seria impossível dar um sentido a essas
informações. E o sentido são informações organizadas de forma a desenhar uma
figura, a contar uma história, não é? Com a totalidade de informações brutas não há
história, figura, nem sentido. Mas devemos ter consciência de nossa responsabilidade
quanto à fabricação do sentido. Não cabe mais à mídia, não cabe à televisão, nem à
imprensa, não cabe à universidade, nem ao partido ou ao Estado. Não cabe mais ao
Senhor dizer qual o significado das coisas. Cabe a nós assumir a responsabilidade,
fazer uma escolha e dizer: “É isto que nos interessa.” É o rumo que queremos tomar.
E não exigir que os outros sigam o mesmo rumo. A escolha é nossa. Somos livres e os
outros também são. E isso é muito difícil porque, desta vez, o sentido depende de
55. VÍDEOS: Impacto da tecnologia na sociedade
Entrevista Pierre Lévy – “As Formas do Saber”
• Parte 01 http://www.youtube.com/watch?
v=i5Ko5gGPF4w&feature=related
Parte 02
http://www.youtube.com/watch?v=QIo2QlQMN5k&feature=rela
• Parte 03 http://www.youtube.com/watch?
v=cd0QbWBJwHU&feature=related - a partir dos 6 min
• Parte 04
http://www.youtube.com/watch?v=9rxl75PcpaA&feature=relate
56. Sobre o VIRTUAL:
Cibercultura – Pierre Lévy (pág. 47)
• A universalização da cibercultura propaga a copresença e a interação de quaisquer pontos do
espaço físico, social ou informacional. Neste sentido,
ela é complementar a uma segunda tendência
fundamental, a VIRTUALIZAÇÃO.
A palavra “virtual” pode ser entendida em ao menos
três sentidos: o primeiro, técnico, ligado à
informática, um segundo corrente e um terceiro
filosófico.
57. CORRENTE:
A palavra virtual é muitas vezes empregada
para significar a irrealidade – enquanto a
“realidade” pressupões uma efetivação
material, uma presença tangível. A expressão
“realidade virtual” soa então como um
oxímoro.
Oximoro é uma figura de linguagem que harmoniza dois conceitos opostos numa só
expressão, formando assim um terceiro conceito que dependerá da interpretação do leitor.
Trata-se duma figura da retórica clássica. Ex: inocente culpa, lúcida loucura, etc.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oximoro
58. FILOSÓFICO:
Na acepção filosófica, é virtual aquilo que existe apenas em
potência e não em ato, o campo de forças e de problemas
que tende a resolver-se em uma atualização. O virtual
encontra-se antes da concretização efetiva ou formal (a
árvore está virtualmente presente no grão).
Em filosofia, o virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual:
virtualidade e atualidade são apenas dois modos diferentes
da realidade. Se a produção da árvore está essência do grão,
então a virtualidade da árvore é bastante real (sem que seja,
ainda, atual).
“O virtual existe sem estar presente”
59. Cibercultura / virtual
A cibercultura encontra-se ligada ao virtual de
duas formas...
...direta
&
indireta.
60. Diretamente,
a digitalização da informação pode ser
aproximada da virtualização. A informação digital
(traduzida para 0 e 1) também pode ser
qualificada de virtual na medida em que é
inacessível enquanto tal ao ser humano.
Um mundo virtual – considerado como um
conjunto de códigos digitais – é um potencial de
imagens, enquanto uma determinada cena,
durante uma imersão no mundo virtual, atualiza
esse potencial em um contexto particular de uso.
61.
62. Indiretamente,
o desenvolvimento das redes digitais interativas favorece outros
movimentos de virtualização que não o da informação propriamente dita.
Assim, a comunicação continua, com o digital, um movimento de
virtualização iniciado há muito tempo pelas técnicas mais antigas como a
escrita, a gravação de som e imagem, o rádio, a televisão e o telefone.
As particularidades técnicas do ciberespaço permite que os membros de
um grupo humano (que podem ser tantos quanto quiser) se coordenem,
cooperem, alimentem e consultem uma memória comum, (...) apesar da
distribuição geográfica e da diferença de horários. O que nos conduz à
virtualização das organizações. No ciberespaço, as transações econômicas
e financeiras acentuaram ainda mais o caráter virtual que possuem desde
a invenção das moedas e dos bancos.
Resumindo, a extensão do ciberespaço, acompanha e acelera uma
virtualização geral da economia e da sociedade.
O poder das mídias sociais: https://www.youtube.com/watch?v=iP7Yt1o2vR0
63. A Revolução da Tecnologia da Informação
Manuel Castells - Sociedade em Rede
• Castells afirma que a Revolução da Tecnologia da Informação
é, no mínimo, um evento histórico da mesma importância da
Revolução Industrial do século XVIII, provocando um padrão
de descontinuidade nas bases da economia, sociedade e
cultura.
• “O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a
centralidade de conhecimentos e informação, mas aplicação
desses conhecimentos e desta informação para a geração de
conhecimentos e de dispositivos de
processamento/comunicação da informação, em um ciclo de
realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso”. (p51)
64. A Revolução da Tecnologia da Informação
Manuel Castells - Sociedade em Rede
• Castells afirma que a Revolução da Tecnologia da Informação
é, no mínimo, um evento histórico da mesma importância da
Revolução Industrial do século XVIII, provocando um padrão
de descontinuidade nas bases da economia, sociedade e
cultura.
• “O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a
centralidade de conhecimentos e informação, mas aplicação
desses conhecimentos e desta informação para a geração de
conhecimentos e de dispositivos de
processamento/comunicação da informação, em um ciclo de
realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso”. (p51)
65. • “Pela primeira vez na história, a mente
humana é uma força direta de produção, não
apenas um elemento decisivo no sistema
produtivo”. (p.51)
• Outra característica da revolução da
tecnologia da informação em relação a outras
revoluções tecnológicas, é que estas
ocorreram apenas em algumas sociedades e
foram difundidas em áreas geográficas
limitadas, enquanto a revolução da tecnologia
da informação difundiu-se pelo mundo em
menos de duas décadas.
66. ...o paradigma da tecnologia da informação
De acordo com Castells, as características do novo paradigma são:
1) a informação é a matéria prima fundamental: são tecnologias para agir sobre a
informação e não apenas informação para agir sobre a tecnologia.
2) a penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias: o processamento de
informação torna-se presente em todos os domínios de nosso sistema eco-social
e, por isso, o transforma.
3) a lógica de redes. Morfologia bem adaptada à crescente complexidade das
interações e a modelos imprevisíveis de desenvolvimento.
4) a flexibilidade, entendida como a capacidade de reconfiguração constante sem
destruir a organização.
5) a convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado
67. A nova economia economia informacional
VÍDEO: consumidor na era das redes sociais
http://www.youtube.com/watch?v=xAZnsG2sKYE&feature=related
68. A nova economia economia informacional
• Segundo Castells, para que possamos caracterizar uma nova
economia informacional, é necessário identificar as fontes de
produtividade historicamente novas que distinguem esta
economia.
• A produtividade é a fonte da riqueza das nações e a
tecnologia é o fator que induz a produtividade. Empresas e
nações são os verdadeiros agentes do crescimento
econômico. Empresas são motivadas não pela produtividade
e sim pela lucratividade, para qual a produtividade e a
tecnologia podem ser meios importantes mas não os únicos.
• As instituições políticas estão voltadas para a maximização da
competitividade de suas economias.
69. A nova economia economia informacional
• “A lucratividade e a competitividade são os verdadeiros
determinantes da inovação tecnológica e do crescimento da
produtividade” (p.100).
• E o processo de globalização realimenta o crescimento da
produtividade, na medida em que as empresas melhoram seu
desempenho quando encaram maior concorrência ou
disputam fatias de mercado.
• Segundo Castells, a busca das empresas – em um contexto de
integração global dos mercados - pela lucratividade e a
mobilidade das nações em favor da competitividade
moldaram uma nova economia global, que é o traço mais
importante do capitalismo informacional.
70. A nova economia economia informacional
• Castells observa que os governos usam a concorrência
econômica das empresas de seus países para o atendimento
dos interesses nacionais. O novo Estado, então, apóia, o
desenvolvimento tecnológico das indústrias como forma de
promover a produtividade e, ao mesmo tempo, restringem a
penetração da concorrência externa. Alguns Estados se
empenharam em ***desregulamentar mercados e privatizar
estatais (energia, comunicações, mídia e finanças,
principalmente), abrindo oportunidades de investimento,
aumentando a produtividade das empresas privatizadas,
motivando a modernização tecnológica e, como resultado,
estimulando o crescimento econômico geral.
*** A desregulamentação é a remoção ou a simplificação das regras e regulamentações
governamentais que restringem a operação das forças de mercado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desregulamenta%C3%A7%C3%A3o
71. A nova economia economia informacional
• Segundo o autor, economias tradicionais
reguladas são cada vez menos eficientes, vez
que política monetária, taxas de juros e
inovações tecnológicas são dependentes dos
mercados globais. “Países que se tornam
vítimas da própria ideologia veem sua posição
tecnológica econômica cair rapidamente em
relação aos outros”. (p.109).
72. A nova economia economia informacional
Castells diferencia economia mundial de economia global:
• economia mundial, pode ser entendida como a que existe no ocidente,
desde o século XVI, que consiste em uma economia em que a acumulação
do capital avança por todo o mundo.
•
economia global tem capacidade de funcionar como uma unidade em
tempo real, em escala planetária.
Segundo o autor, a mais importante transformação subjacente ao
surgimento de uma economia global diz respeito ao gerenciamento da
produção e distribuição e ao próprio processo produtivo.
O novo sistema produtivo depende de uma combinação de alianças
estratégicas e projetos de cooperação entre empresas, unidades
descentralizadas de empresas de grande porte e de redes de pequenas e
médias empresas que se conectam entre si ou com grandes redes. Isso
implica na necessidade de uma nova e flexível forma de gerenciamento.
73. A nova economia economia informacional
Tendências que evoluíram o processo de reestruturação capitalista:
•
1 – transição da produção em massa para a produção flexível, viabilizada
pelas novas tecnologias que permitem flexibilidade de produtos e
flexibilidade de processos.
•
2 – crise da grande empresa e a flexibilidade das pequenas e médias como
agentes de inovação e fontes de criação de empregos. As pequenas e
médias são formas de organização mais bem-adaptadas ao sistema
produtivo flexível. Não se trata do fim das empresas de grande porte, mas
da crise do modelo corporativo tradicional baseado na integração vertical
e gerenciamento funcional hierárquico.
•
3 – novos métodos de gerenciamento. “Toyotismo”, modelo baseado na
cooperação e no consenso, versus o “Fordismo”, modelo de produção em
massa, baseado na padronização e simplificação.
74. Formação de redes entre empresas
... Alianças corporativas estratégicas
Duas ou mais empresas empregam esforços conjuntos para desenvolver
um novo produto ou aperfeiçoar uma nova tecnologia, dentre outros.
Conclui o autor que a grande empresa nesta nova economia não é mais
autônoma e auto-suficiente. “Suas operações reais são conduzidas com
outras empresas: não apenas com as centenas ou milhares de empresas
subcontratadas e auxiliares, mas dezenas de parceiras relativamente
iguais, com as quais ao mesmo tempo cooperam e competem neste
admirável mundo novo econômico, onde amigos e adversários são os
mesmos”. (p.184)
75. Formação de redes entre empresas
A empresa horizontal e as redes globais de empresas
Segundo o autor, a empresa horizontal apresenta sete
tendências principais:
1 – organização em torno do processo;
2 – hierarquia horizontal;
3 – gerenciamento em equipe;
4 – medida do desempenho pela satisfação do cliente;
5 – recompensa com base no desempenho da equipe;
6 – maximização dos contatos com fornecedores e clientes; e
7 – informação, treinamento e retreinamento de funcionários,
em todos os níveis.
77. Formação de redes entre empresas
Ex:. Organograma Estrutural Vertical
78. Formação de redes entre empresas
• Este novo modelo corporativo criou a “produção enxuta”, que
muitos chamam de “enxuto e perverso”. No extremo, tem-se
a “empresa vazia”, negócio especializado em intermediação
entre financiamento, produção e vendas. Mas, para operar na
nova economia em redes, as empresas precisam tornar-se
mais efetivas que econômicas, e a proposta é a própria
empresa organizar-se em rede.
• O problema administrativo mais importante em estruturas
deste tipo é o “erro de articulação”, que ficam mais difíceis
de serem evitados com a crescente interconectividade e
extrema descentralização dos processos.
79. A tecnologia da informação e a empresa em rede
• Segundo Castells, a transformação organizacional ocorreu
independentemente da transformação tecnológica. No
entanto, uma vez iniciada, a transformação organizacional foi
extraordinariamente intensificada pelas novas tecnologias da
informação.
• O autor afirma que foi devido a necessidade de utilização de
redes pelas organizações que os computadores pessoais em
rede foram amplamente difundidos. Da mesma forma, os
softwares foram direcionados para os processos de produção
e gerenciamento. Por outro lado, a disponibilização destas
tecnologias viabilizou a integração em rede, o que tornou-se a
chave da flexibilidade organizacional e do desempenho
empresarial.
80. Open innovation
•
(inovação aberta) é um termo promovido por Henry Chesbrough, professor e
diretor executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley e
chairman do Centro de Open Innovation - Brasil.
http://openinnovationbrasil.ning.com/
•
Ao analisar o comportamento histórico das grandes firmas americanas ao
longo do séc. XX, Chesbrough percebeu que o modelo de gestão da inovação
utilizado nessas empresas foi bastante fechado no que se refere ao
surgimento das ideias e sua aplicação no mercado. Duas premissas
fundamentais mantiverem esse modelo: “nós detemos os melhores talentos e
portanto nossas ideias são melhores que a dos demais” e “se nós inventamos
ninguém melhor do que nós para comercializar”. Entretanto, essas premissas
começam a ruir a medida que passamos por alterações sociais profundas na
disseminação do conhecimento e portanto na divisão do trabalho para a
inovação. Entre esse fatores destacam-se a crescente mobilidade de mão-deobra, o surgimento de centros de formação de excelência em todo o mundo, a
perda de hegemonia dos EUA, Europa e Japão para outras regiões emergentes
e o crescente investimento em capital empreendedor (Venture Capital). Se
uma boa ideia é rejeitada por uma empresa, está cada vez mais fácil para
aquele funcionário ou equipe responsável pela criação dessa ideia sair e
buscar alternativas externas para viabilizá-la.
81. Open innovation
•
A ideia central por trás da inovação aberta é que num mundo com
informações distribuídas, empresas não aplicam inteiramente a confiança
de seus recursos em suas pesquisas, mas ao invés disso compram ou
licenciam processos de inovação (como patentes) de outras empresas.
Além disso, as invenções internas que não forem usadas pelos negocios
das empresas devem ser licenciadas para fora, de forma que outras
empresas tenham a oportunidades de utilizá-las.[1] A inovação aberta se
refere assim a um fluxo aberto, no qual os recursos se movem facilmente
na fronteira porosa entre empresa e mercado. De maneira oposta, closed
innovation (ou inovação fechada em português) refere-se ao processo de
limitar o conhecimento ao uso interno da empresa e não fazer uso ou
somente pouco uso do conhecimento exterior.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Open_innovation
82. Exemplo de empresa que desenvolve o conceito de Open
Innovation no Brasil: a montadora Fiat, com o projeto Fiat Mio, em
2010.
http://www.fiatmio.cc/
Making Fiat Mio:
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1 – http://www.youtube.com/watch?v=NoPMwiS9Abw&feature=relmfu
2 – http://www.youtube.com/watch?v=tnj73bd7otw&feature=relmfu
3 – http://www.youtube.com/watch?v=Yk69C_LmuLc&feature=relmfu
4 – http://www.youtube.com/watch?v=xE4L_kyx39w&feature=related
5 – http://www.youtube.com/watch?v=s0tXor0-CtA&feature=related
6 – http://www.youtube.com/watch?v=ENKZPlSVKxA&feature=relmfu
7 – http://www.youtube.com/watch?v=C2nuue0j13g&feature=relmfu
8 – http://www.youtube.com/watch?v=JjL_88POD-0&feature=related
9 – http://www.youtube.com/watch?v=3Mnkfh5W1jQ&feature=relmfu
10 – http://www.youtube.com/watch?v=j4vKLNCxWgw&feature=relmfu
11- http://www.youtube.com/watch?v=spClmWL3tAU&feature=relmfu
12 – http://www.youtube.com/watch?v=eR6wOfj0DEo&feature=relmfu
13 - http://www.youtube.com/watch?v=xn3xI5xinUs&feature=relmfu
14 - http://www.youtube.com/watch?v=gFd9r5BGfIc&feature=relmfu
15 - http://www.youtube.com/watch?v=hg0b8Z51YC0&feature=related
85. nova divisão internacional do trabalho
(A sociedade em Rede, Castells)
Mercado de trabalho: aspectos característicos das sociedades informacionais:
1 – eliminação gradual do emprego rural;
2 – declínio estável do emprego industrial tradicional;
3 – aumento dos serviços relacionados à produção e dos serviços sociais, com
ênfase sobre serviços de saúde no segundo grupo;
4 – crescente diversificação das atividades do setor de serviços;
5 – rápida elevação do emprego para administradores, profissionais
especializados e técnicos;
6 – formação de um “proletariado de escritório”, composto por funcionários
administrativos e de vendas;
7 – relativa estabilidade de uma parcela substancial do emprego no comércio
varejista;
8 – crescimento simultâneo dos níveis superior e inferior da estrutura
ocupacional;
9 – valorização relativa da estrutura ocupacional ao longo do tempo.
86. O processo de trabalho no paradigma
informacional
Segundo Castells, a nova tecnologia da informação
está redefinindo os processos de trabalho e os
trabalhadores e, portanto, o emprego e a estrutura
ocupacional; e a divisão resultante dos padrões de
trabalho é determinada socialmente e projetada
administrativamente no processo de reestruturação
capitalista.
Nessas condições, o trabalho, o emprego e as
profissões (...), e o próprio conceito de trabalho e
jornada de trabalho poderão passar por mudanças
definitivas.
87. O processo de trabalho no paradigma
informacional
• Castells afirma que não há uma relação estrutural sistemática
entre a difusão das tecnologias da informação e a evolução
dos níveis de emprego na economia como um todo. A
tecnologia da informação em si não causa desemprego, mas,
os tipos de emprego mudam em quantidade, qualidade e na
natureza do trabalho executado.
•
“Por fim, a flexibilidade dos processos e dos mercados de
trabalho, induzida pela empresa em rede e propiciada pelas
tecnologias da informação, afeta profundamente as relações
de produção herdadas do industrialismo, introduzindo um
novo modelo de trabalho flexível e um novo tipo de
trabalhador: o trabalhador de jornada flexível” (p.285)
88. O processo de trabalho no paradigma informacional
Castells observa que a reestruturação de empresas e organizações está
introduzindo uma transformação fundamental:
•
A individualização do trabalho no processo de trabalho, que é o reverso da
tendência histórica de assalariação do trabalho e socialização da produção. As
novas tecnologias da informação possibilitam a descentralização das tarefas e
sua coordenação em uma rede, independentemente do espaço.Trabalho
temporário, o de meio-expediente e os autônomos são categorias que mais
crescem. Isto é válido tanto para trabalhadores qualificados quanto os nãoqualificados.
•
Apesar da difusão da tecnologia da informação não causar desemprego de
forma direta, o processo de transição para uma sociedade informacional e
uma economia global é caracterizado pela deterioração generalizada das
condições de trabalho e de vida para os trabalhadores. Essa deterioração
assume diferentes formas nos diferentes contextos: aumento do desemprego
estrutural na Europa; queda nos salários reais nos Estados Unidos;
subemprego no Japão; “informalização” da mão-de-obra urbana nos países
em desenvolvimento; e crescente marginalização da força de trabalho rural
nas economias subdesenvolvidas.
89. O processo de trabalho no paradigma informacional
O aumento extraordinário de flexibilidade e adaptabilidade
contrapôs a rigidez do trabalho à mobilidade do capital. A
produtividade foi aumentada, mas os trabalhadores
perderam proteção institucional e ficaram cada vez mais
dependentes das condições individuais de negociação, em um
mercado de trabalho em mudança constante. “As sociedades
estavam/estão ficando dualizadas. com uma grande camada
superior e também uma grande camada inferior, portanto
encolhendo no meio, em ritmo e proporção que dependem
da posição de cada país na divisão do trabalho e de seu clima
político. Mas, lá no fundo da estrutura social incipiente, o
trabalho informacional desencadeou um processo mais
fundamental: a desagregação do trabalho, introduzindo a
sociedade em rede” (p.299).
90. Café Filosófico - "O Trabalho" Marcos Cavalcanti
https://www.youtube.com/watch?v=vrjEUx9nYjo
91.
92. Matéria divulgada no site www.anonymousbr4sil.com no dia 9 de janeiro de 2013
http://www.anonymousbr4sil.com/2013/01/castells-ve-expansao-do-nao-capitalismo.html
93.
94.
95.
96.
97.
98. O contexto social e a dinâmica da
transformação tecnológica
Segundo Castells, o que caracteriza o novo sistema de comunicação é sua
capacidade de inclusão e abrangência de todas as expressões culturais. “O
novo sistema de comunicação transforma radicalmente o espaço e o
tempo, as dimensões fundamentais da vida humana. Localidades ficam
despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se
em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço
de luxos que substitui o espaço de lugares. O tempo é apagado no novo
sistema de comunicação já que passado, presente e futuro podem ser
programados para interagir entre si na mesma mensagem. O espaço de
fluxos e o tempo intemporal são as bases principais de uma nova cultura,
que transcende e inclui a diversidade dos sistemas de representação
historicamente transmitidos: a cultura da virtualidade real, onde o faz-deconta vai se tornando realidade.” (p.398)
(A sociedade em Rede, Castells)
99. Relembrando...
Pierre Lévy:
(...) hoje, é impossível fazer um resumo do todo. Não podemos mais abraçar o
todo, porque ele tornou-se uma coisa infinita. Mesmo que em um momento
pudéssemos cercá-lo, logo em seguida, seria diferente. (...)
Cibercultura - Pierre Lévy – pág 111
O universal sem totalidade, essência da Cibercultura
A cada minuto que passa, novas pessoas passam a acessar a Internet, novos
computadores são interconectados, novas informações são injetadas na rede.
Quanto mais o ciberespaço se amplia, mais ele se torna “universal”, e menos o
mundo informacional se torna totalizável.
O ciberespaço se constrói em sistema de sistemas, mas por esse mesmo fato, é
também o sistema do caos. (...) Essa universalidade desprovida de significado
central, esse sistema da desordem, essa transparência labiríntica, chamo-a de
“universal sem totalidade”. Constitui a essência paradoxal da cibercultura.
100. A universalidade no plano técnico
Um programa é tido como padrão quando, para um determinado uso
(gerenciar os recursos de um computador, programar aplicativos
interativos para a internet, escrever navegar na Web etc.), ele é o mais
utilizado do mundo.
Mesmo se muitas marcas coexistem, os princípios técnicos obedecerão,
cedo ou tarde, a um pequeno número de normas internacionais.
Os documentos digitalizados devem poder circular de uma máquina para
outra. Uma proposta técnica incompatível é, mais cedo ou mais tarde
vetada pelo mercado – ou seja, cada vez mais, pelos usuário finais dos
produtos.
Todos os elementos do ciberespaço continuarão progredindo rumo à
integração, à interconexão, ao estabelecimento de sistemas cada vez mais
independentes, universais.
101. A escrita e o universal totalizante
Para entender a mutação contemporânea da civilização é preciso passar
por um retorno reflexivo sobre a primeira grande transformação na
ecologia das mídias: a passagem das culturas orais às culturas da escrita.
Nas sociedades orais, as mensagens linguísticas eram recebidas no tempo
e lugar em que eram emitidas. Emissores e receptores compartilhavam
uma situação idêntica e, na maior parte do tempo, um universo
semelhante de significação. Os atores da comunicação evoluíam no
mesmo universo semântico, no mesmo contexto, no mesmo fluxo vivo de
interações.
Significação: s.f. O que é representado ou expresso por um sinal, um sistema de sinais, um
gesto, um fato.
Linguística Representação mental evocada por uma forma linguística; aquilo que uma palavra
quer dizer; significado, sentido, acepção.
http://www.dicio.com.br/significacao/
102. A escrita abriu um espaço de comunicação desconhecido
pelas sociedades orais, no qual tornava-se possível tomar
conhecimento das mensagens produzidas por pessoas que
encontravam-se a milhares de quilômetros, ou mortas há
séculos, ou então que se expressavam apesar das grandes
diferenças culturais e sociais. A partir daí, os atores da
comunicação não dividiam mais necessariamente a mesma
situação, não estavam mais em interação direta.
Subsistindo fora de suas condições de emissão e de recepção,
as mensagens escritas mantêm-se “fora de contexto”
Esse “fora de contexto” foi legitimado, sublimado,
interiorizado pela cultura. Irá tornar-se o centro de
determinada racionalidade e levará, finalmente, à noção de
universalidade.
103. No entanto, é difícil compreender uma mensagem fora de seu contexto
vivo de produção. É esse o motivo pelo qual, do lado da recepção foram
inventadas as artes da interpretação, da tradução, toda uma tecnologia
linguística (gramáticas, dicionários etc.)
Do lado da emissão, foi feito um esforço para compor mensagens que
pudessem circular em toda a parte, independentemente de suas
condições de produção, e que, na medida do possível, contêm em si
mesmas suas chaves de interpretação, ou sua razão. A esse esforço
prático corresponde a ideia do universal.
Ex: Todas as religiões “universais” são baseadas em textos. É possível, por
exemplo, converter-se ao islamismo em Nova York, Paris ou Meca. Mas
para praticar a religião bororo, a única opção seria ir viver com os bororos.
Os ritos, mitos, crenças e modos de vida dos bororos não são universais,
mas sim contextuais ou locais.
Os Bororos são uma tribo indígena brasileira do estado do Mato Grosso e também é o nome da língua
falada por essa tribo. Seu tronco linguístico é o Macro-Jê, autodenominada Boe. Os Bororo também são
conhecidos pelos nomes de "Coroados" ou "Parrudos"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bororos
104. A escrita não determina automaticamente o universal, ela o
condiciona (não há universalidade sem escrita)
• No universal fundado pela escrita, aquilo que se deve manter
imutável pelas interpretações, traduções, difusões,
conservações, é o sentido. O significado da mensagem deve
ser o mesmo em toda a parte, hoje e no passado. Seu esforço
de totalização luta contra a pluralidade aberta dos contextos
atravessados pelas mensagens, contra a diversidade das
comunidades que o fazem circular.
• Da invenção da escrita decorrem as exigências muitos
especiais da descontextualização dos discursos. A partir desse
acontecimento, o domínio englobante do significado, a
pretensão do “todo”, a tentativa de instaurar em todos os
lugares o mesmo sentido (ou, na ciência, a mesma exatidão)
encontram-se, para nós, o universal.
105. Mídias de Massa e Totalidade
•
As mídias de massa: imprensa, rádio, cinema, televisão, ao menos em sua
configuração clássica, dão continuidade à linhagem cultural do universo
totalizante iniciado pela escrita. Uma vez que a mensagem midiática será lida,
ouvida, vista por milhares ou milhões de pessoas dispersas, ela é composta de
forma a encontrar o “denominador comum” mental nos destinatários.
•
Essas mensagens negligenciam a singularidade dos destinatários, seus links sociais,
sua microcultura, sua situação específica em um momento dado. É este dispositivo
ao mesmo tempo muito redutor e conquistador que fabrica o “público”
indiferenciado das mídias de “massa”.
•
Entretanto, as mídias eletrônicas, como rádio ou a televisão possuem uma
segunda tendência (...) A descontextualização citada instaura, paradoxalmente,
um outro contexto, holístico (totalizante), quase tribal, mas em maior escala do
que nas sociedades orais. A televisão, interagindo com as outras mídias, faz surgir
um plano de existência emocional que reúne os membros da sociedade em uma
espécie de macro-contexto flutuante, sem memória, em rápida evolução. O que
pode ser percebido particularmente nos fenômenos de transmissão “ao vivo”.
106. McLuhan
• A principal diferença entre o contexto midiático e o
contexto oral é que os telespectadores, quando
estão implicados emocionalmente na esfera do
espetáculo, nunca podem estar implicados
praticamente. Por construção, no plano de existência
midiática, jamais são atores.
(...)
• O contexto global instaurado pelas mídias, em vez de
emergir das interações vivas de uma ou mais
comunidades, fica fora do alcance daqueles que
consomem apenas a recepção passiva, isolada.
107. A televisão tornou-se o epicentro cultural de nossas
sociedades; e a modalidade de comunicação da
televisão é um meio caracterizado pela sua sedução,
estimulação sensorial da realidade e fácil
comunicabilidade, na linha do modelo do menor
esforço psicológico...
... A nova mídia, representada pelas novas
tecnologias que surgiram nos anos 80, vieram
determinar um novo modelo de comunicação, onde
a audiência tende a escolher suas mensagens.
Conclui o autor que existe a evolução de uma
sociedade de massa para uma sociedade
segmentada, resultante das novas tecnologias de
comunicação.
(A sociedade em Rede, Castells)
108. Totalização – fechamento semântico, a unidade da
razão, a redução ao denominador comum etc.
Cibercultura ou o universo sem totalidade (pág. 118)
• O principal evento cultural anunciado pela emergência do ciberespaço é a
desconexão desses dois operadores sociais ou máquinas abstratas que
são a universalidade e a totalização. O ciberespaço dissolve a pragmática
da comunicação que, desde a invenção da escrita, havia reunido o
universal e a totalidade. Ele nos leva, de fato, à situação existente antes
da escrita – mas e outra escala e em outra órbita – na medida que a
interconexão e o dinamismo em tempo real das memórias on-line tornam
novamente possível, para os parceiros da comunicação, compartilhar o
mesmo contexto, o mesmo hipertexto vivo.
•
Seja qual for o texto, ele é o fragmento talvez ignorado do hipertexto
móvel que envolve, o conecta a outros textos e serve como mediador ou
meio para uma comunicação recíproca, interativa, interrompida. (...) Hoje,
tecnicamente, devido ao fato da iminente colocação em rede de todas as
máquinas do planeta, quase não há mais mensagens “fora de contexto”
109. • Virtualmente, todas as mensagens encontram-se
mergulhadas em um banho comunicacional fervilhante de
vida, incluindo as próprias pessoas, do qual o ciberespaço
surge, progressivamente, como o coração.
• O correio, o telefone, a imprensa, as editoras, as rádios, as
inúmeras cadeias de televisão formam a partir de agora a
extremidade imperfeita, os apêndices parciais e sempre
diferentes de um espaço de interconexão aberto, fractal,
movido por processos magmáticos de inteligência coletiva.
• Aqui o universal não se articula mais sobre o fechamento
semântico exigido pela descontextualização, muito pelo
contrário. Esse universal não totaliza mais pelo sentido, ele
conecta pelo contato, pela interação geral.
110. Quanto mais Universal menos Totalizável
A cibercultura dá forma a um novo tipo de universal: o universal sem
totalidade.
Quanto mais universal (extenso, interconectado, interativo) menos
totalizável. Cada conexão suplementar acrescenta ainda mais
heterogeneidade, novas fontes de informação, novas linhas de fuga, a tal
ponto que o sentido global encontra-se cada vez menos perceptível, cada
vez mais difícil de fechar, de dominar.
Quanto mais o novo universal se concretiza ou se atualiza, menos ele é totalizável
O que é o universal? É a presença (virtual) da humanidade em si mesma.
Quanto à totalidade, podemos defini-la como a conjunção estabilizada do
sentido de uma pluralidade (discurso, situação, conjunto de
acontecimentos, sistema etc.)
111. O Movimento Social da Cibercultura (pág. 123)
•
A emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento social,
com seu grupo líder (a juventude metropolitana escolarizada), suas
palavras de ordem (interconexão, criação de comunidades virtuais,
inteligência coletiva) e suas aspirações coerentes.
•
Aqueles que fizeram crescer o ciberespaço são em sua maioria anônimos,
amadores dedicados a melhorar constantemente as ferramentas de
software de comunicação, e não os grandes nomes, chefes de governo,
dirigentes de grandes companhias cuja mídia nos satura.
•
O ciberespaço é na prática a comunicação interativa, recíproca,
comunitária e intercomunitária. Um horizonte de mundo virtual vivo,
heterogêneo e intotalizável no qual cada ser humano pode participar e
contribuir. (...)
•
Três princípios orientam o crescimento inicial do ciberespaço: a
interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
112. O Movimento Social da Cibercultura (pág. 123)
Interconexão
• A cibercultura aponta para uma civilização da telepresença generalizada.
Para além de uma física da comunicação, a interconexão constitui a
humanidade em um contínuo sem fronteiras, cava um meio informacional
oceânico, mergulha os seres e as coisas no mesmo banho de comunicação
interativa.
Criação de comunidades virtuais
• Uma comunidade virtual é construída sobre as afinidades de interesses,
de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de
cooperação ou de troca, tudo isso independentemente das proximidades
geográficas e das filiações institucionais.
•
As comunidades virtuais exploram novas formas de opinião pública.
Sabemos que o destino da opinião pública encontra-se intimamente
ligado ao da democracia moderna.
113. O Movimento Social da Cibercultura (pág. 123)
•
Uma comunidade virtual não é irreal, imaginária ou ilusória, trata-se
simplesmente de um coletivo mais ou menos permanente que se organiza
por meio do novo correio eletrônico mundial.
•
Comunidades virtuais realizam de fato uma verdadeira atualização (no
sentido da criação de um contato efetivo) de grupos humanos que eram
apenas potenciais antes do surgimento do ciberespaço (ex:amantes da
cozinha mexicana, cinéfilos etc.)
•
A cibercultura é a expressão da aspiração de construção de um laço social,
que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações
institucionais, nem sobre as relações de poder, mas sobre a reunião em
torno de cenros de interesses comuns, sobre o jogo, sobre o
compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem cooperativa, sobre
processos abertos de colaboração.
•
O apetite para as comunidades virtuais encontra um ideal de relação
humana desterritorializada, transversal, livre.
114. Web 2.0 - A máquina somos nós
https://www.youtube.com/watch?v=NJsacDCsiPg
123. Inteligência Coletiva
Inteligência Coletiva é um conceito criado pelo filósofo Pierre Lévy (1994)
em sua obra “A inteligência coletiva: por uma antropologia do
ciberespaço”.
Segundo o autor...
(...) “É uma inteligência distribuída por toda a parte, incessantemente
valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em mobilização
efetiva das competências. Acrescentemos à nossa definição este
complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva
são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas (...). Uma
inteligência distribuída por toda parte (...) Ninguém sabe tudo, todos
sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade.”
(...) a inteligência coletiva é uma inteligência de liberdade, de não
totalitarismo, que valoriza cada ser humano e compreende em si os
saberes de todos, em busca de uma aproximação do saber absoluto (...)
http://www.filosofianet.org/ftp/pierre_levy_inteligencia_coletiva.pdf
124. Inteligência Coletiva
• A cibercultura não liga a informação a uma pessoa, mas a
uma coletividade de pensamentos e reflexões
compartilhadas. Não existe a necessidade de organizar ou
construir uma origem para uma informação, mas sim
acompanhar o desenvolvimento e descobrir se existe
relevância. A essa construção dá-se o nome de “inteligência
coletiva”.
• As redes sociais são o principal veículo dessa proposta, onde
possuem o sucesso e a facilidade de construir e divulgar
informações.
http://www.arquitetonico.ufsc.br/cibercultura
125. Da interconexão caótica à inteligência coletiva
Cibercultura - Pierre Lévy – pág 166
•
O saber, destotalizado, flutua. De onde resulta um sentimento violento de
desorientação. Será preciso agarrar-se aos processos e esquemas que
asseguravam a ordem antiga dos saberes? Não será preciso, ao contrário, dar um
salto e penetrar com firmeza na nova cultura, que oferece remédios específicos
aos males que engendra? A interconexão em tempo real de todos com todos é
certamente a causa da desordem. Mas é também a condição de existência de
soluções práticas para os problemas de orientação e de aprendizagem no novo
universo saber em fluxo. De fato, esse interconexão favorece os processos de
inteligência coletiva nas comunidades virtuais, e graças a isso o indivíduo se
encontra menos desfavorecido frente ao caos informacional.
•
Precisamente, o ideal mobilizador da informática não é mais a inteligência artificial
(tornar uma máquina tão inteligente quanto, talvez mais inteligente que um
homem), mas sim a inteligência coletiva, a saber, a valorização, a utilização
otimizada e a criação de sinergia entre as competências, as imaginações e as
energias intelectuais, qualquer que seja sua diversidade qualitativa e onde quer
que esta se situe. Esse ideal da inteligência coletiva passa, evidentemente, pela
disponibilização da memória, da imaginação e da experiência, (...) por novas
formas de organização e de coordenação flexíveis e em tempo real.
134. Inteligência Coletiva Inconsciente e Consciente
• A colaboração na Internet é uma forma de “inteligência
coletiva”. Trata-se de um termo popularizado por Tim O
´Reilly, fundador da O'Reilly Media (antigamente nomeada
O'Reilly & Associates) e entusiasta de movimentos de apoio
ao software livre e código livre(GOOSSEN, 2009), mas
podemos que considerar que esse conceito sempre existiu
desde os primórdios da sociedade humana. A diferença é que
nos dias atuais a Internet é usada como ferramenta para
tornar mais ágil este tipo de inteligência coletiva e, por conta
disso, esse conceito ganhou novas dimensões. Podemos
identificar três formas de gerar Inteligência coletiva:
135. Inteligência Coletiva Inconsciente e Consciente
•
Inteligência Coletiva Inconsciente: onde o usuário contribui com
informações mesmo sem saber, pelo simples ato de navegar, ou seja, seu
“rastro”. Nessa categoria, podem ser considerados cliques em links ,
figuras, preenchimento de formulários, etc. Essas informações são
registradas pelos servidores e softwares que irão reunir os dados e
fornecer determinadas informações e padrões.
•
"[...] cada clique com o mouse ou o teclado é uma decisão, passível de ser
registrada e aproveitada por determinado sistema que a organiza e
permite que os outros se beneficiem do rastro deixado por quem veio
antes. Desta forma, um usuário pode saber qual o livro mais vendido
numa livraria. Ou, no caso de um blog, qual dos artigos publicados foi
mais lido ou comentado, criando um critério de relevância, que acelera a
decisão do visitante [...] (CAVALCANTI; NEPOMUCENO, 2007, p. 36)"
136. Inteligência Coletiva Inconsciente e Consciente
•
Inteligência Coletiva Consciente: modalidade reservada a alguns grupos, onde é
necessário o esforço dos membros para sua efetiva concretização. O
desenvolvimento do Linux e de outros “softwares livres”, o empenho de usuários
nas listas e fóruns de discussões em resolver determinado problema, podem ser
bons exemplos de inteligência coletiva consciente, onde os participantes sabem
que estão desenvolvendo algo em prol de uma causa.
"O exemplo mais significativo são as listas de discussão por temas específicos, que
ajudam na organização, filtragem, avaliação, recuperação da informação para
gerar conhecimento tanto para os que estão na comunidade quanto para os que
virão. O desenvolvimento do Linux e de outros programas de software livre é a
demonstração mais notória do poder desta modalidade, com listas focadas em um
objetivo (no caso, o de elaborar um sistema) que há anos vêm trocando
informações para gerar conhecimento em forma de softwares. (CAVALCANTI;
NEPOMUCENO, 2007, p. 38)"
•
Inteligência Coletiva Plena: é aquela que consegue unir em um mesmo ambiente
as duas anteriores.
137. O quadro a seguir mostra as características mais marcantes da inteligência coletiva
consciente e inconsciente:
http://www.erickformaggio.com/2010/02/inteligencia-coletiva.html
138. A aprendizagem coletiva e o novo papel dos professores
Cibercultura - Pierre Lévy – pág 170
•
•
•
•
A direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da
inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem
cooperativa. (...)
Os professores aprendem ao mesmo tempo que os estudantes atualizam
continuamente tanto seus saberes “disciplinares” como suas
competências pedagógicas. (...)
A principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos
conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios.
Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a
aprendizagem e o pensamento.
O professor torna-se o animador da inteligência coletiva dos grupos que
estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e
na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a
mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos
de aprendizagem etc.
139. A inteligência coletiva, veneno e remédio da Cibercultura
Cibercultura - Pierre Lévy – pág 29
•
•
•
•
•
O ciberespaço como suporte da inteligência coletiva é uma das principais
condições de seu próprio desenvolvimento. (...)
O crescimento do ciberespaço não determina automaticamente o
desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta
inteligência um ambiente propício. De fato, também vemos surgir na
órbita das redes digitais interativas diversos tipos de formas novas...
- isolamento de sobrecarga cognitiva (estresse pela cominicação e
pelo trabalho diante dela),
- de dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos
virtuais),
- de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle,
domínio quase monopolista de algumas potências econômicas sobre
funções importantes da rede etc.),
140. A inteligência coletiva, veneno e remédio da Cibercultura
Cibercultura - Pierre Lévy – pág 29
•
•
•
e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou em
comunidade virtuais, acúmulo de dados sem qualquer informação,
“televisão interativa”).
Além disso, nos casos em que processos de inteligência coletiva
desenvolvem-se de forma eficaz graças ao ciberespaço, um de seus
principais efeitos é o de acelerar cada vez mais o ritmo da alteração
tecno-social, o que torna ainda mais necessária a participação ativa na
cibercultura, se não quisermos ficar para trás, e tende a excluir de
maneira mais radical ainda aqueles que não entraram no ciclo positivo da
alteração, de sua compreensão e apropriação. (...)
Em grego arcaico, a palavra “phamakon” (que originou pharmacie“, em
francês) significa ao mesmo tempo veneno e remédio. Novo pharmakon,
a inteligência coletiva que favorece a cibercutura é ao mesmo tempo um
veneno para aqueles que dela não participam (e ninguém pode participar
completamente dela, de tão vasta e multiforme que é) e um remédio para
aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem controlar a
própria deriva no meio de suas correntes.
142. Cultura livre
• Lembrando... “Cultura significa cultivar, e vem do
latim colere. Genericamente a cultura é todo aquele
complexo que inclui o conhecimento, a arte, as
crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os
hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não
somente em família, como também por fazer parte
de uma sociedade como membro dela que é...”
143. Cultura livre
-> A cultura livre é uma visão da cultura baseada na
liberdade de distribuir e modificar trabalhos e obras
criativas livremente. Opõe-se ao conceito que
nomeia “cultura da permissão”. O movimento da
cultura livre envolve a produção e a defesa de
diversas formas de conteúdo livre, como o software
livre, conhecimento livre, música livre, Software
Livre, Copyleft, Creative Commons...
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_livre
144. Pirataria
Cultura livre – Lawrence Lessig (pág. 47)
• Disney extraiu algo da cultura ao seu redor, combinou com
seu talento extraordinário e depois gravou o resultado na
alma da sua cultura. (Extraia, recombine, grave). É, mais
precisamente, “criatividade Walt Disney” – uma forma de
expressão e gênio que cria a partir da cultura à nossa volta e
faz dela algo diferente.
• Em 1928, a cultura da qual Disney podia extrair livremente
era relativamente recente. O domínio público em 1928 não
era muito antigo e, portanto, era muito vibrante. A duração
média do copyright era de apenas 30 anos.
145. COPYRIGHT ATUALMENTE
No Brasil
• Os direitos autorais (ou direitos de autor) duram por
setenta anos contados de 1° de janeiro do ano
subsequente ao falecimento do autor. Além das
obras em que o prazo de proteção aos direitos
excedeu, pertencem ao domínio público também: as
de autores falecidos que não tenham deixado
sucessores; as de autor desconhecido, ressalvada a
proteção legal aos conhecimentos étnicos e
tradicionais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dom%C3%ADnio_p%C3%BAblico
146. • Quando o direito ao uso do copyright prescreve, uma obra passa para o
domínio público. Então não é necessária nenhuma permissão para
extrair elementos e usá-la. Por isso, em 1928, quase todo o conteúdo
do século XIX estava liberado para que Disney o usasse ou construísse
algo a partir dele. Estava livre para qualquer um – estivesse conectado
ou não, fosse rico ou pobre, aprovado ou não – para usar e
transformar.
• É assim que as coisas sempre foram – até recentemente. Durante a
maior parte de nossa história, o domínio público esteve logo depois do
horizonte. De 1790 até 1978, o tempo médio dos direito autorais
nunca foi maior do que 32 anos. Isso quer dizer que a maior parte da
cultura de uma geração e meia antes era livre, para servir de base a
qualquer um sem a permissão de ninguém.
• O equivalente hoje seria ter os trabalhos das décadas de 1960 e 1970
liberados, para o próximo Walt Disney pudesse criar a partir deles sem
permissão. Atualmente, porém, o domínio público é presumível apenas
147. Pirataria
• Além das cópias de produtos com fins
lucrativos, há outra forma de apropriação, que
está relacionada mais diretamente com a
Internet. Essa apropriação também parece
errada para muitos, e é errada na maior parte
do tempo. Antes de a caracterizarmos como
“pirataria”, entretanto, devemos entender um
pouco melhor sua natureza. Afinal, os danos
provocados por essa apropriação são
excessivamente mais ambíguos do que os
produzidos pela cópia pura e simples.
148. Compartilhamento peer-to-peer
• (tradução literal do inglês de "par-a-par" ou "entre pares";
tradução livre: ponto a ponto; sigla: P2P) é uma arquitetura
de sistemas distribuídos caracterizada pela descentralização
das funções na rede, onde cada nodo realiza tanto funções de
servidor quanto de cliente.
• Em 1999, Shawn Fanning criou o Napster, para
compartilhamento de arquivos de música
(principalmente MP3), e trouxe o conceito de Par-a-Par para a
mídia, principalmente após tornar-se alvo de ataques
jurídicos por parte das companhias fonográficas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peer-to-peer
149. • O compartilhamento peer-to-peer se tornou famoso pelo
Napster. Mas os inventores do Napster não fizeram nenhuma
grande inovação tecnológica. Como todo grande avanço das
inovações na Internet (e pode-se argumentar fora dela
também), Shawn Fanning e sua equipe simplesmente
agruparam componentes que haviam sido desenvolvidos de
maneira independente.
• O resultado foi explosivo. Lançado em 1999, o Napster
acumulou 10 milhões de usuários em nove meses. Depois de
um ano e meio, havia perto de 80 milhões de usuários
registrados no sistema. Os tribunais rapidamente fecharam o
serviço, mas outros emergiram para tomar seu lugar.
150. • Todos os sistemas do gênero habilitam usuários a
disponibilizar conteúdo a outros usuários. Usando
um sistema p2p, você pode compartilhar suas
músicas favoritas com seu melhor amigo – ou com
seus 20 mil melhores amigos.
• Parte desse novo tipo de apreciação de música
envolve violação de copyright. Parte dele não.
• Os participantes das redes p2p compartilham
diferentes tipos de conteúdo. Podemos dividi-los em
quatro grupos:
151. A. Aqueles que usam redes de compartilhamento como
substitutos para a compra de conteúdo.
B. Aqueles que usam as redes p2p para ouvir uma amostra da
música antes de comprá-la.
C. Aqueles que usam redes p2p para ter acesso a conteúdo
protegido por copyright que não é mais vendido, ou que eles
não comprariam porque os custos da transação fora da
Internet seriam muito altos.
D. Aqueles que usam as redes p2p para acessar conteúdo sem
copyright ou cujo dono quer distribuir de graça.
152. -> Qual o balanço dessa classificação?
• Vamos começar com alguns pontos simples e importantes. Da
perspectiva da lei, apenas o compartilhamento do tipo D é
plenamente permitido. Da perspectiva da economia, apenas o tipo A
é claramente prejudicial. O tipo B é ilegal, mas claramente benéfico. O
tipo C é ilegal, mas bom para a sociedade (já que mais exposição à
música é benéfico) e inofensiva para o artista (já que a obra não está
disponível de outro modo). Então, fazer o balanço entre esses tipos
de compartilhamento é algo complicado – e certamente muito mais
complicado do que sugere a retórica em torno do assunto.
• Embora os números sugiram que o compartilhamento seja prejudicial,
é difícil quantificar seus danos. Culpar a tecnologia por qualquer
queda nas vendas é uma prática antiga da indústria fonográfica. A
história das fitas cassete é um exemplo. Como um estudo Cap Gemini
Ernst & Young afirmou, “em vez de tirar partido dessa tecnologia nova
e popular, os selos lutam contra ela”.
153. -> Qual o balanço dessa classificação?
• Os selos defenderam que todo disco gravado em fita significava uma
cópia menos vendida. Em 1981, quando as vendas caíram 11,4%, a
indústria afirmou que seu ponto de vista foi comprovado. A
tecnologia era o problema e bani-la ou regulá-la era a resposta.
• Logo depois, e antes que o congresso tivesse a oportunidade de
aprovar qualquer regulamentação, a MTV entrou no ar e a indústria
teve uma retomada recorde.
• Mas só porque a indústria estava errada antes, não significa que ela
esteja errada agora. Para avaliar a ameaça real que os sistemas p2p
representam a essa indústria, e à sociedade em geral, a pergunta
não é simplesmente se o compartilhamento do tipo A é prejudicial.
A pergunta é essa também, mas devemos igualmente investigar os
benefícios trazidos pelos outros tipos de compartilhamento.
154. -> Qual o balanço dessa classificação?
• Os “prejuízos totais” da indústria são o montante em que o tipo A excede
o tipo B. Se as gravadoras vendem mais discos por causa das pessoas que
testam novidades, do que perdem devido às substituições, as redes de
compartilhamento, no fim das contas, beneficiam as companhias.
• Em 2002, a RIAA informou que as vendas de CDs caíram 8,9%, de 882
milhões para 803 milhões de unidades; os lucros caíram 6,7%. A RIAA
culpa a pirataria na Internet por isso, ainda que se possa explicar tal
queda de muitas maneiras.
• Mas vamos assumir que a RIAA está certa, e que todo o declínio na
venda de CDs se deve às redes de p2p. Aí surge um porém: no mesmo
período que a RIAA estima terem sido vendidos 803 milhões de CDs, a
associação estima que foram baixados de graça 2,1 bilhões de CDs. Ou
seja, apesar de os CDs baixados de graça apresentarem 2,6 vezes o total
de CDs vendidos, as quedas de faturamento foram de apenas 6,7%.
155. -> Qual o balanço dessa classificação?
•
Se todo Cd baixado representasse uma venda perdida – se todo uso do
Kazaa “roubasse seu autor de seu rendimento” -, a indústria teria sofrido
uma queda de 100% em suas vendas em 2003, não uma queda de 7%.
•
Um benefício é o compartilhamento do tipo C – conteúdo tecnicamente
protegido, mas fora de catálogo. Essa não é uma parte pequena do
conteúdo exposto.
•
No mundo real – muito antes de a Internet existir - o mercado tinha uma
resposta simples para o problema: lojas de discos e livros usados, os sebos.
Sob a égide da lei de copyright, quando os sebos compram e vendem esse
conteúdo, mesmo que ele ainda esteja sob proteção, os donos dos direitos
não têm direito a um centavo.
•
Compartilhamento tipo C, então, opera de maneira muito semelhante às
lojas de discos e livros usados. São diferentes, é claro, porque a pessoa que
disponibiliza o conteúdo não ganha dinheiro com isso.
156. -> Qual o balanço dessa classificação?
•
Finalmente, e talvez mais importante, as redes p2p permitem que o
compartilhamento tipo D ocorra - a troca de conteúdo permitida ou desejada pelo
seu proprietário, ou de conteúdo com copyright prescrito. Esse tipo de troca
claramente beneficia autores e sociedade.
•
Diferentemente da pirataria que descrevi na primeira parte deste capítulo, muito da
“pirataria” tornada possível pela troca de arquivos é claramente legal e benéfica. E,
como a pirataria que descrevi no capítulo 4, muito dela é motivada por uma nova
forma de distribuir conteúdo, gerada por mudanças na tecnologia de distribuição.
•
Assim, em concordância com a tradição que nos deu Hollywood, o rádio, a indústria
fonográfica e a TV a cabo, deveríamos estar perguntando como melhor preservar os
benefícios da troca, ao mesmo tempo que minimizamos (na extensão possível) os
prejuízos injustos que ela causa aos artistas. É uma questão de equilíbrio. A lei
deveria buscar esse equilíbrio, e o equilíbrio só será encontrado com o tempo.
•
“Mas a guerra não é só contra o compartilhamento ilegal? O alvo não é só o que você
chama de compartilhamento tipo A?”
157. •
•
-> Qual o balanço dessa classificação?
É natural que você pense assim, e devemos torcer para que seja assim. Mas,
até agora, não é assim. O esforço da guerra, supostamente apenas contra o
tipo A, foi sentido muito além desse nicho. Isso é óbvio no próprio caso do
Napster. Quando a Napster disse ao tribunal distrital que tinha desenvolvido
uma tecnologia para bloquear 99,4% do material identificado como infrator
de direitos, o tribunal disse aos advogados da Napster que 99,4% não eram o
suficiente. A Napster tinha que forçar o índice de material infrator “para
zero”.
Se 99,4% não é bom o bastante, então a guerra é contra as tecnologias de
troca de arquivos, não contra a violação de copyright. Não há como
assegurar que um sistema p2p seja usado 100% do tempo de acordo com a
lei, da mesma forma que não se pode assegurar 100% dos videocassetes, ou
100% das copiadoras, ou 100% das armas de fogo sejam usados de acordo
com a lei. Tolerância zero significa que não teremos p2p. A decisão do
tribunal significa que a nossa sociedade deve perder os recursos desse
sistema, mesmo com relação a seus usos totalmente legais e benéficos,
simplesmente para assegurar que não haja nenhuma violação de copyright
causada pelo p2p.
158. -> Qual o balanço dessa classificação?
• A postura acima descrita
conduziu paulatinamente ao
SOPA e ao PIPA, como também,
alguns anos antes, ao Digital
Millenium Act...
159. Digital Millenium Act
•
Digital Millennium Copyright Act, conhecido como DMCA (em português,
Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital) é uma lei de direitos de
autor dos Estados Unidos da América que criminaliza não só a infração do
direito autoral em si, mas também a produção e a distribuição de
tecnologia que permita evitar medidas de proteção dos direitos de autor.
Além disso, aumenta as penas por infrações de direitos
autorais na Internet.
•
Algumas organizações, como a Electronic Frontier Foundation (EFF),
avaliam os efeitos das medidas para evitar saltar-se as proteções da
DMCA. Segundo a EFF, a seção 1201 da lei paralisa a liberdade de
expressão e a investigação científica, ameaça o uso legítimo e impede a
concorrência e a inovação.
THE DIGITAL MILLENNIUM COPYRIGHT ACT OF 1998
http://www.copyright.gov/legislation/dmca.pdf
160. Stop Online Piracy Act - SOPA
->
O Stop Online Piracy Act (em tradução livre, Lei de
Combate à Pirataria Online), abreviado como SOPA, foi
um projeto de lei da Câmara dos Representantes dos Estados
Unidos de autoria do representante Lamar Smith e de um
grupo bipartidário com doze participantes. O projeto de lei
amplia os meios legais para que detentores de direitos de
autor possam combater o tráfego online de propriedade
protegida e de artigos falsificados.1
->
O SOPA foi apresentado dia 26 de outubro de 2011. No
dia 20 de janeiro, Lamar Smith suspendeu o projeto. Segundo
ele a suspensão é "até que haja um amplo acordo sobre uma
solução".2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stop_Online_Piracy_Act
161. PROTECT IP Act - PIPA
• A PROTECT IP Act (Preventing Real Online Threats to
Economic Creativity and Theft of Intellectual Property Act of
2011), também conhecida como PIPA, Senate Bill 968 ou S.
968, é uma lei proposta nos Estados Unidos para combater
sites relacionados à pirataria,1 especialmente sites
hospedados fora dos Estados Unidos.2 3 4 5
• A proposta foi feita pelo senador Patrick Leahy em 12 de
maio de 2011.
http://pt.wikipedia.org/wiki/PROTECT_IP_Act
166. Para início de conversa...
• Formalizado por Richard Stallman, um
programa para ser considerado software
livre deve possuir as 4 liberdades:
Executar o
programa
Estudar
como o
programa
funciona
Redistribu
ir cópias
Aperfeiço
ar o
programa
Liberdade Liberdade Liberdade Liberdade
0
1
2
3
167. Liberdade ≠ Gratuito
• "Software Livre" não significa "não-comercial".
• Um programa livre deve estar disponível para
uso comercial, desenvolvimento comercial e
distribuição comercial.
• Portanto, você pode ter pago para receber
cópias do software ou você pode ter obtido
cópias sem nenhum custo.
• Independente de como você obteve a sua
cópia, você sempre tem a liberdade de copiar e
modificar o software, ou mesmo de vender
cópias.
168. “GNU’s is not Unix”
• O projeto GNU foi criado em 1983 no intuito de criar um
sistema operativo de software livre.
• GNU GLP (Licença Pública Geral) é a designação da licença
para software livre:
– Permite que os programas sejam distribuídos e
reaproveitados, mantendo, porém, os direitos do autor
por forma a não permitir que essa informação seja usada
de uma maneira que limite as liberdades originais. A
licença não permite, por exemplo, que o código seja
apoderado por outra pessoa, ou que sejam impostos sobre
ele restrições que impeçam que seja distribuído da mesma
maneira que foi adquirido.
169. Software Livre vs Código Aberto
•
Apesar de serem confundidos, os
movimentos possuem visões diferentes:
– Código Aberto apoia uma visão
prática,
uma
metodologia
de
desenvolvimento, tais como criar ou
ter um software poderoso e confiável.
Alguns defensores propõe o “DRM
Código Aberto”.
– Software livre apoia o movimento
social vitalizado pelas 4 liberdades.
•
DRM Gestão de Restrições Digitais:
limitação de uso do usuário, imposição de
upgrades, espionagem de usuários.
•
Um software de código aberto pode ser
um software livre.
Fonte: http://www.gnu.org/philosophy/open-source-misses-the-point.html
170. Entrevista com Richard Stallman - Movimento Pelo
Software Livre
http://www.youtube.com/watch?v=FfrDTPIP-yY
171. $ apt-get install freedom
• Softwares livres:
–
–
–
–
–
–
–
–
Gimp – editor de imagem semelhante ao Photoshop
Inkscape – semelhante ao Ilustrator ou Freehand
OpenOffice e LibreOffice – semelhantes ao MS Office
Thunderbird – gerenciador de e-mails
Miro – reprodutor de vídeo
Audacity – editor de arquivos de áudio
Ares – compartilha arquivos P2P
7-zip – compactador de arquivos
172. “Casa” do Ubuntu
Seu fundador é Mark Shuttleworth
Sede na Ilha de Man (conjunto das Ilhas Britânicas)
Responsável pelo SO Ubuntu e suas distribuições
Possui diversos escritórios inclusive em São Paulo
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Canonical_Ltd.
173. Distribuições baseadas no
Ubuntu
• Ubuntu, é uma distribuição Linux baseada em Debian com o Unity.
• Kubuntu, é o núcleo do sistema Ubuntu com o Plasma (KDE) ao invés
do Unity.
• Xubuntu, o núcleo do sistema Ubuntu com Xfce ao invés do Unity.
• Lubuntu, o núcleo do sistema Ubuntu com LXDE em substituição ao
Unity.
• Edubuntu, é uma distribuição com base no Ubuntu projetado para
ambientes educacionais.
• Gobuntu, foi uma distribuição do Ubuntu projetado apenas com
software livre.
• Ubuntu JeOS, uma variante do Ubuntu projetado para dispositivos
virtuais.
174. Software Livre no Windows
?
•
Posso utilizar software livre também no Windows
•
Claro, veja alguns exemplos:
–
–
–
–
–
–
Mozilla Firefox e Google Chrome Navegador web.
Mozzila Thunderbird Gerenciador de e-mails.
OpenOffice.org Semelhante ao MS-Office.
Gimp Tratamento de imagens, como o Photoshop.
Audacity Tratamento de som.
Celestia Simulador espacial com imagens em 3D.
Fonte: http://www.borfast.com/sites/borfast.com/files/Apresentacao_Software_Livre.pdf
175. Flisol 2013
FLISOL Festival Latinoamericano de Instalação
de Software Livre.
Realizado desde 2005, o
Flisol é o maior evento de
software livre da América
Latina.
Seu objetivo é promover o
SL, mostrando ao público
sua filosofia, abrangência,
avanços e desenvolvimento.
Acontece todo ano no 4º
sábado de abril em diversas
cidades do Brasil e do
mundo.
Fonte: http://www.flisol.info/FLISOL2013/Brasil
176. Uso de software livre gera economia de R$ 30
milhões ao governo federal
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=saEjztTXg7M
177. Noticiário
• TCE do estado de Rondônia abriu licitação para adoção de
software livre.
Fonte: www.tce.ro.gov.br/LicitacaoTce.aspx
• Procon-MT implanta Sistema
Atendimento, versão livre.
de
Gerenciamento
do
Fonte: http://www.procon.mt.gov.br/lerNoticia.php?CodNot=647
• Prefeitura de Guarulhos desenvolve o Guarux, sistema
baseado no Linux Ubuntu, com customizações e ferramentas
específicas para a inclusão digital. Prefeituras como a de
Matão e Osasco / SP já o utilizam.
Fonte: http://www.softwarepublico.gov.br/news-item326
• Prefeitura de Juiz de Fora utiliza o aplicativo Zimbra que
oferece recursos de e-mail, lista de taferas, agenda,
calendário, entre outros.
Fonte: http://www.netsol.com.br/component/content/article/43-destaque/261-netsol-share-na-prefeitura-de-juizde-fora.html
178. Alguns Prós & Contras do Software
Livre
•
•
•
•
Desenvolvimento compartilhado;
Custo baixo;
Liberdade de personalização;
Segurança e estabilidade.
•
•
•
•
Interface muitas vezes não-intuitiva;
Falta de suporte de hardware;
Ausência de tradução ou tradução ruim;
Documentação ruim.
179. Quer modificar o código do Linux?
• A linguagem de programação C é a linguagem
padrão utilizada no desenvolvimento do Linux.
Entretanto, foram introduzidas diversas extensões e
mudanças ao C padrão.
• Em algumas aplicações para o Linux foi utilizado o
Kylix (Delphi para Linux).
• Reza a “lenda” que no Windows também há
“traços” da linguagem C.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Linux_(núcleo)
180. Ubuntu em tablets
• Não só PC’s podem viver de software livre,
atualmente alguns smartphones e tablets podem
usufruir do SO de código aberto: Galaxy Nexus,
Nexus 4, Nexus 7 e Nexus 10.
• Além disso, com o código aberto é possível que
desenvolvedores possam “tentar” rodar o Ubuntu
Touch (SO para dispositivos móveis) em outros
dispositivos.
Fonte: http://idgnow.uol.com.br/mobilidade/2013/03/02/ubuntu-touch-ja-esta-disponivel-em-25-aparelhos-entre-tablets-e-smartphones /
185. Copyright
Todos os direitos
reservados
Copyleft
Todos os direitos liberados
Creative Commons
Alguns direitos liberados
186. • É uma organização sem fins lucrativos;
• Licenças de direitos autorais;
• Permite o compartilhamento
condições de sua escolha;
sobre
as
• Permitem que você modifique seus termos de
direitos autorais para melhor atender às suas
necessidades.
187. • Acesso universal a pesquisa, educação e cultura
através da Internet;
• Sem se preocupar com barreira legais ou
autorização do autor;
• Fornecer uma infra-estrutura livre, pública, e
padronizada, que cria um equilíbrio entre a
realidade da Internet e da realidade de leis de
direitos autorais.
188. • Um conjunto de licenças de direitos autorais e
ferramentas que criam um equilíbrio dentro
do tradicional "todos os direitos reservados".
• Especialistas de direitos autorais no mundo
todo para garantir que as licenças são
legalmente sólidas, globalmente aplicáveis, e
sensível às necessidades dos usuários.
189. • Trabalhando ao lado dos funcionários do CC,
está um grupo mundial de voluntários que
consiste em mais de 100 filiados que
trabalham em mais de 70 jurisdições para
apoiar e promover as atividades do CC em
todo o mundo
193. • Esta licença permite que outros distribuam,
remixem, adaptem ou criem obras derivadas,
mesmo que para uso com fins comerciais,
contanto que seja dado crédito pela criação
original. Esta é a licença menos restritiva de
todas as oferecidas, em termos de quais usos
outras pessoas podem fazer de sua obra.
194. • Esta licença permite que outros remixem,
adaptem, e criem obras derivadas ainda que para
fins comerciais, contanto que o crédito seja
atribuído ao autor e que essas obras sejam
licenciadas sob os mesmos termos. Esta licença é
geralmente comparada a licenças de software
livre. Todas as obras derivadas devem ser
licenciadas sob os mesmos termos desta. Dessa
forma, as obras derivadas também poderão ser
usadas para fins comerciais.
195. • Esta licença permite a redistribuição e o uso
para fins comerciais e não comerciais,
contanto que a obra seja redistribuída sem
modificações e completa, e que os créditos
sejam atribuídos ao autor.
196. • Esta licença permite que outros remixem,
adaptem, e criem obras derivadas sobre a
obra licenciada, sendo vedado o uso com fins
comerciais. As novas obras devem conter
menção ao autor nos créditos e também não
podem ser usadas com fins comerciais, porém
as obras derivadas não precisam ser
licenciadas sob os mesmos termos desta
licença.
197. • Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem
obras derivadas sobre a obra original, desde que com fins não
comerciais e contanto que atribuam crédito ao autor e
licenciem as novas criações sob os mesmos parâmetros. Outros
podem fazer o download ou redistribuir a obra da mesma
forma que na licença anterior, mas eles também podem
traduzir, fazer remixes e elaborar novas histórias com base na
obra original. Toda nova obra feita a partir desta deverá ser
licenciada com a mesma licença, de modo que qualquer obra
derivada, por natureza, não poderá ser usada para fins
comerciais.
198. • Esta licença é a mais restritiva dentre as
nossas seis licenças principais, permitindo
redistribuição. Ela é comumente chamada
“propaganda grátis” pois permite que outros
façam download das obras licenciadas e as
compartilhem, contanto que mencionem o
autor, mas sem poder modificar a obra de
nenhuma forma, nem utilizá-la para fins
comerciais.
200. • No início de 2009, a Al Jazeera lançou uma
Creative Commons Repository, seção de seu
site dedicada a postagem de vídeos sob a
licença CC Atribuição. Estes vídeos foram
filmados em Gaza, com destaque para o conflito
Israel/Palestina. Enquanto a maioria dos meios
de comunicação ocidental não tinha acesso à
área, a Al Jazeera estava visivelmente presente.
Eram filmagens que alguém poderia ver e usar
livremente, contanto que a Al Jazeera fosse
creditado.
201. • Mais recentemente a Al Jazeera lançou o Al
Jazeera Blogs, um site com mensagens
escritas por jornalistas e correspondentes
proeminentes da rede de televisão Al
Jazeera, todos liberado sob a licença CC BYNC-ND.
202. O primeiro filme ganhador de Oscar
(curta documentário, 1997) a ser
licenciado sob uma licença Creative
Commons foi A Story of Healing, de
Donna Dewey. O curta-metragem
acompanha o dia-a-dia de cirurgiões
do Interplast, uma organização que
oferece
gratuitamente
cirurgias
plásticas reconstrutivas a pessoas com
ferimentos e com deformidades
congênitas.
203. • Flickr foi um das primeiras grandes comunidades
on-line a incorporar opções de licenciamento do
Creative Commons em sua interface de usuário,
dando a fotógrafos de todo o mundo a
oportunidade de compartilhar facilmente fotos
nos termos de sua escolha. Como a comunidade
Flickr cresceu, assim como o número de imagens
licenciadas em CC - atualmente, existe mais de
200 milhões no site – estabelecendo o Flickr
como maior fonte da Web de conteúdo
licenciando em CC.
204. • Serviços do Flickr tem crescido para incluir um
CC image portal e recursos avançados de
pesquisa CC, tornando o local um dos recursos
mais úteis do mundo para descobrir a
criatividade que está disponível para o
compartilhamento livre e legal, uso e
remixagem.
Notas do Editor
Preços de softwares originais:
Windows 8 (atualização) - 359,00
Windows 7 Professional - 270,00
Office 2013 Home and Student - 239,00
McAfee VirusScan 2013 - 59,00
Photoshop CS6 - 2328,50
CorelDRAW X6 - 1348,00