3. CONCEITO: Processo de homogeneização dos métodos produtivos a partir das
possibilidades apresentadas pela conectividade entre produto, matéria e
mercado, ocorrida pela ótica da maximização dos lucros, tendo consequências
culturais.
Quanto mais intensas as relações entre diferentes áreas no aspecto
econômico, mais tendem essas áreas a serem padronizadas (processo da
homogeneização), uma vez que o contato entre produto, matéria e mercado
influencia as mesmas a transformarem seus métodos de produção, de modo que
exista maior lucratividade e intensificação dessas próprias relações.
Essa transformação tende a ocorrer em todas as áreas nas quais ocorre o
fenômeno da globalização, fazendo com que nessas áreas também exista um
contato cultural intenso, cujos primórdios são as relações econômicas.
4. Cunhado por Marshall McLuhan, o termo “Aldeia Global” alude a um mundo
completamente globalizado, ou seja, no qual as relações interlocais chegariam a
um nível tão avançado que se falaria em cultura e economia “globais”, não
regionais ou nacionais.
Esse pensamento de McLuhan remete ao processo de homogeneização
característico da globalização, ou seja, na tendência desse fenômeno em tornar
as nações e regiões cada vez mais similares quanto á economia e cultura. Uma
vez que o processo de globalização torna-se completamente abrangente, pode-
se falar no mundo como uma verdadeira “Aldeia Global”, já que os limites
político-geográficos passam a não possuir expressão efetiva da realidade.
Hebert Marshal McLuhan, professor e
filósofo canadense.
5. CONCEITO: A globalização homogeneiza, entretanto causa heterogeneização.
Mesmo que compreendida por um fenômeno universal, a globalização é, de certo
modo, restritiva. Esse processo trata, a princípio, da padronização dos meios
produtivos, porém esse aspecto só abrange as áreas que proporcionam aumento
de lucros para os agentes da globalização.
As áreas que não são vistas como potenciais para o investimento na
conectividade, portanto, são negligenciadas (excluídas) do meio de interligação
entre as demais. Dessa forma, explica-se porque certas áreas, mesmo que dentro
do mesmo país, demonstram tanta disparidade quanto á outras no que diz
respeito a avanço tecnológico e produtivo: as áreas mais atraentes possuem
maior conectividade com a modernização do que as menos vantajosas.
6.
7. CONCEITO: Sistema de certa abrangência espacial dotada de interconexão entre
lugares tidos como estratégicos para o interesse econômico.
Redes são demonstrações espaciais das áreas de maior conectividade no mundo.
Elas são geralmente demarcadas em escalas de nível global, ou seja, aponta
relações internacionais, e também são indicadas por linhas. As redes são
utilizadas para diversos campos de conexão entre áreas, desde que as mesmas
tenham por visão primordial o lucro econômico.
Rede de representação da
BBC, canal televisivo americano.
10. Cunhada por Samuel P. Huntington, a teoria do “Mundo das Civilizações” é uma
proposta de compreensão do mundo após o fim da URSS e o rompimento com a
balança bipolar de poder que imperou por aproximadamente quatro décadas.
Huntington baseava-se na ideia de que os conflitos do século XXI envolveriam as
civilizações, e os Estados deixariam de protagonizar futuros conflitos.
Nessa visão, os Estados deixam de possuir o papel central na política
internacional à medida que as civilizações conflituosas tornam-se mais
importantes. Obviamente, os Estados continuam como atores dos
conflitos, entretanto baseiam-se em suas respectivas ideologias civilizacionais. A
Guerra Fria, por exemplo, teria sido fruto de um Choque das Civilizações (o que
deu título ao seu livro, publicado em 1993).
Huntington não se aprofunda no conceito concreto de “civilizações”, apenas
aponta-as como “regiões que agrupam similaridades historico-culturais”, e
argumenta a existência de 8 das mesmas.
11.
12. • Ocidental
• Latina
• Ortodoxa
• Islâmica
• Africana
• Sínica
• Budista
• Hindu
• Japonesa
Relações intercivilizacionais
segundo Huntington – quanto
mais tênue a linha entre os
grupos, menos conflituosa é a
relação entre as mesmas.
13. Dentre as críticas à regionalização de Huntington, as principais são:
Frágil definição do conceito de “civilização”;
Em resposta à essa crítica, Huntington afirmou que seu objetivo ultrapassa o
limite do conceito de uma civilização em si, e se aprofunda no estudo de como a
divisão de grupos no globo poderia acarretar no contexto de futuros conflitos ao
longo do século XXI.
Tendência etnocentrista ao enxergar as civilizações com uma ótica ocidental;
É perceptível o modo como Huntington divide o globo em grupos
diversos, porém fundamentando-se na visão ocidental dos grupos socioculturais.
Argumentação de uma impermeabilidade civilizacional.
Edward Said foi responsável por essa crítica em seu livro “Orientalismo”, e ele
acusa Huntington de estar errado no que diz respeito às relações culturais entre
civilizações. Said afirma ser óbvio que as civilizações estão em constante troca
cultural, ao passo que Huntington crê que o contrário é um fato e por isso eventos
conflituosos acontecem, a exemplo do Choque das Civilizações.
15. Publicada em 1989 como artigo, e depois em 1992 como livro (“O Fim da História
e o Último Homem”), a teoria de Francis Fukuyama consiste na hipótese de
que, em um futuro quase utópico, ‘todos os Estados adotarão, cedo ou tarde, o
modelo democrático liberal, e, portanto, não acontecerão mais as mudanças de
governo (revoluções)’.
Isso ocorreria porque, quando a democracia Dahlsiana se torna implantada por
completo, a sociedade desfrutará de um sistema perfeito. Tratando-se de um
modelo liberal, haveria a escolha do Mercado em detrimento do Governo, e
portanto o “triunfo da Razão“ levaria á soluções de problemas de forma
diplomática em todo o mundo – a Paz Perpétua entre Estados e o consequente
“fim” da História.
A teoria de Fukuyama é considerada utópica porque se fundamenta no conceito
Democrático estabelecido por Robert Dahl, que, por sua vez, também considera-
se utópico.
16. Dentro de “O Fim da História”, o autor, Fukuyama, estabelece três principais desafios
para a concretização de sua teoria:
OS ESTADOS FALIDOS:
Segundo Fukuyama, os Estados Falidos (que perderam a soberania sobre seu próprio
território) seriam problemas na adoção de modelos democráticos liberais justamente
porque não possuem compromisso com as instituições, que poderiam ajudar na adoção
do sistema.
O NACIONALISMO:
Mesmo que a ausência de conflitos entre Estados existisse, seria possível que a própria
população de um país, em movimento de resistência nacionalista, manifestasse-se contra
a adoção da democracia liberal, o que pressionaria o Governo a abandonar o sistema.
O FUNDAMENTALISMO:
A herança cultural de um povo ou de um Estado que se recusa a sair dos limites de sua
doutrina (seja ela religiosa ou cultural) pode oferecer resistência, também, ao rumo do
Fim da História de Fukuyama.