Este documento fornece informações sobre empreendedorismo e competências empreendedoras. Ele discute o que é empreendedorismo, quem é um empreendedor, as principais competências empreendedoras e o processo empreendedor. O documento também aborda questões como os tipos de empreendedores, as motivações para criar uma empresa e os mitos e desafios do empreendedorismo.
2. Módulo – Empreendedorismo e Competências Empreendedoras
Formadora: Elvira Lopes Consultoria.soc@gmail.com http://elviralopes.blogspot.com/
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Índice
1. EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO.............................................3
2. O QUE É O EMPREENDEDORISMO? ............................................................4
3. O EMPREENDEDOR........................................................................................6
O que é Ser empreendedor…....................................................................6
Quem é o empreendedor? ........................................................................7
4. AS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS ..................................................16
Que competências a desenvolver?...........................................................16
Como se desenvolve competências-chave para o
empreendedorismo?.....................................................................................16
O perfil do Empreendedor – principais competências-chave ...........17
5. SER EMPREENDEDOR…. ..............................................................................25
Motivações para a criação de uma empresa: ........................................25
O que procurar… ...........................................................................................27
Os Mitos do Empreendedor..........................................................................29
Benefícios do Empreendedorismo ..............................................................31
Prós e Contras em ser Empresário................................................................32
Riscos e Desvantagens..................................................................................33
Vantagens e recompensas ..........................................................................33
6. O PROCESSO EMPREENDEDOR .................................................................38
TER UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO ...............................................................38
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Fases do Processo Empreendedor ..............................................................40
A mudança como fonte de ideias .............................................................42
Será a ideia viável?........................................................................................51
Breve análise das etapas para a criação de um negócio.....................54
GLOSSÁRIO .........................................................................................................56
BIBLIOGRAFIA:.....................................................................................................59
ANEXOS: ..............................................................................................................63
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1. EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO
Objectivos da Educação para o Empreendedorismo:
• Incentivar…
• Sensibilizar…
• Potenciar…
• Integrar…
… o desenvolvimento do espírito empreendedor em cada formando,
em cada actividade, em cada desafio, em cada projecto.
A Educação para o Empreendedorismo é1:
• Ensino transversal para a vida
• Centrado na acção
• Focalizado no processo e nos resultados
• Coerente e constante
• Integrado multidisciplinarmente
• Contextualizado
• Auto-construído pelos formandos.
A Educação para o Empreendedorismo deverá considerar como pilar o
desenvolvimento das competências-chave.
A avaliação destas competências para o empreendedorismo
pressupõe que se sejam criadas técnicas de avaliação formativa e que
todos os intervenientes tenham um papel activo neste processo.
1 Ensino de Empreendedorismo: Empreendedorismo não se limita à criação de negócios:
http://youtu.be/-fvh9yf_0Ek
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2. O QUE É O EMPREENDEDORISMO?
“O empreendedorismo refere-se a uma capacidade
individual para colocar as ideias em prática.
Requer criatividade, inovação e o assumir de riscos,
bem como a capacidade para planear e gerir
projectos com vista a atingir determinados objectivos”.
Fonte: Comissão Europeia – Educação e Cultura, 2005
“o processo de descobrir ou desenvolver uma
oportunidade para então, gerar valores através da
inovação e, agarrando tal oportunidade sem levar em
conta um ou outro recurso (humano e capital), como
também, sem levar em consideração a posição do
empreendedor dentro da nova ou já existente
empresa”. SEXTON & KASARDA (1992)
O empreendedorismo constitui-se num conjunto de comportamentos e
de hábitos que podem ser adquiridos, praticados e reforçados nos
indivíduos, ao submetê-los a um programa de capacitação adequado
de forma a torná-los capazes de gerir e aproveitar oportunidades,
melhorar processos e inventar negócios
O Empreendedorismo é muito importante para o desenvolvimento de
nações, pois gera riqueza para a sociedade.
Deste modo, o Empreendedorismo designa os estudos relativos ao
empreendedor, o seu perfil, as suas origens, o seu sistema de
actividades, o seu universo de actuação.
É fundamentalmente a capacidade e o desejo de agir consciente,
determinado e voluntário, tendente a obter uma mudança.
O acto de empreender revela-se numa atitude dinâmica perante a
realidade, em que, face a determinados contextos internos ou externos,
imaginam-se respostas de modificação dessa realidade.
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É por isso que se associa, regra geral, o empreendedorismo à inovação,
pois o(a) empreendedor(a) tende a realizar as suas acções de forma
diferente, para obter resultados diferentes e, nesse processo de
inovação, está a desconstruir a realidade para recriar.
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3. O EMPREENDEDOR
“O empreendedor é aquele que destrói a ordem
econômica existente pela introdução de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos e
materiais”. Schumpeter, 1949
Um empreendedor é alguém que procura sempre a
mudança, responde-lhe e explora-a como uma
oportunidade. Drucker, 1985
A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos
séculos XVII e XVIII, com o objectivo de designar aquelas pessoas
ousadas que estimulam o progresso económico, mediante novas e
melhores formas de agir.
São empreendedores aqueles que criam algo novo, algo diferente, eles
mudam ou transformam valores. O espírito empreendedor é uma
característica distinta, seja de um indivíduo, ou de uma instituição. Não
é um traço de personalidade, mas sim um comportamento e suas bases
são o conceito e a teoria, e não a intuição.
O que é Ser empreendedor…
"Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo
que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não
tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos,
mesmo sem bússola. É tomar atitudes que ninguém
tomou. É ter consciência de que quem vence sem
obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma
herança, mas construir uma história...Quantos projectos
foram deixados para trás? Quantas vezes seus temores
bloquearam seus sonhos? Ser um empreendedor não é
esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la."
Drucker, 1985
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A palavra surgiu inicialmente para descrever as pessoas que “assumiam
os riscos” entre compradores e vendedores ou que “empreendiam” a
tarefa de começar uma nova empresa ou projecto.
Quem é o empreendedor?
Pode ser o empregado que introduz inovações numa
organização, provocando o surgimento de valores
adicionais. Mas quem só gere o negócio, sem introduzir
nenhuma inovação, não é considerado um
empreendedor....
Nem todas as pessoas assumem a iniciativa para serem
empreendedores. Existem muitas definições de empreendedor, mas
salientamos as que traduzem a habilidade daqueles que, ao
detectarem oportunidades, conseguem reunir os recursos humanos,
técnicos e financeiros, para a concretização de produtos e serviços
inovadores, que venham a atingir o sucesso empresarial. Em todos os
projectos de empreendedorismo existe risco associado mas este só é
superado pela capacidade de motivação e confiança na liderança do
empreendedor.
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Questões base para analisar o perfil empreendedor2.
Nunca trabalhei e não possuo experiência profissional. Posso iniciar um negócio?
Alguma experiência seria desejável mas pode ser ultrapassado se reunir uma equipa
que englobe as competências necessárias para o desenvolvimento do seu negócio.
Tenho uma ideia inovadora mas não sei como a por em prática. Posso constituir uma
empresa e depois maturar a ideia?
Sim pode, mas poderá incorrer em riscos e custos desnecessários. Sugerimos que siga
os passos deste guião
Tenho uma ideia espectacular mas não tenho dinheiro. Posso ser empreendedor?
Pode, veja as possibilidades de financiamento existentes no mercado para o seu
plano de negócios.
Já constitui uma empresa mas não fui bem sucedido. Posso voltar a ser
empreendedor?
Sim pode, nada o impede de empreender num novo projecto.
Não possuo um curso superior. Posso vir a ser empreendedor?
Sim pode, não existem requisitos de personalidade, de habilitações académicas, ou
outros, que não legais, para empreender.
Com que idade posso ser empreendedor?
Só se pode fazer parte do capital social de uma sociedade com a idade mínima de
18 anos.
Ainda não tenho independência dos meus pais, será que posso tornar-me
empreendedor?
Não existem fórmulas para esta situação, no entanto criar uma empresa é um acto de
muita responsabilidade para com os trabalhadores, fornecedores e inclusive a
comunidade em que estamos inseridos.
Sou muito persistente e com grande força de vontade. Posso ser um empreendedor?
Sim pode, essas são algumas das condições que potenciam o sucesso num projecto
empresarial.
Sempre fui trabalhador por conta de outrem, será que tenho capacidade para ser
empreendedor?
Existem pessoas cujo perfil permite terem mais apetência a tornarem-se
2 Adaptado de: http://www.empreender.aip.pt/?lang=pt&page=passos/passo2.jsp
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empreendedores devido a determinadas características, ou seja, conhecem “os
segredos” do negócio, ou possuem enorme capacidade de relacionamento
interpessoal, ou são mestres a lidar com informação - números. No entanto, não existe
uma fórmula para o sucesso. Não se deve esquecer de introduzir no negócio a
qualidade, a inovação e muita competência para ganhar a confiança e a
preferência dos seus clientes e do mercado em geral.
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O Empreendedor nasce ou faz-se?
Qualquer um de nós pode ser empresário e empreendedor, só tem que
se propor a sê-lo.
Esta é uma premissa básica da qual partimos. Apesar disso, ser ou
tornar-se empreendedor não é um processo fácil. É certo que existe
uma série de qualidades pessoais que o empreendedor deverá possuir
para aproximar-se do que se considera ser um perfil óptimo sendo que
deverá tentar melhorar alguns aspectos para se aproximar o mais
possível desse perfil.
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Qual a diferença entre empresário e empreendedor?
EMPRESÁRIOS EMPREENDEDORES
Trabalham com eficiência e o uso
efectivo dos recursos para atingir
metas e objectivos
Estabelecem uma visão e objectivos e
identificam os recursos para torna-los
realidade
A chave é adaptar-se às
mudanças
A chave é iniciar as mudanças
O padrão de trabalho implica
análise racional
O padrão de trabalho implica
imaginação e criatividade
Operam dentro de uma estrutura
de trabalho existente
Definem tarefas e funções que criem
uma estrutura de trabalho
Trabalho centrado em processos
que levam em consideração o
meio em que ele se desenvolve
Trabalho centrado na criação de
processos resultantes de uma visão
diferenciada do meio
Que distinção se pode fazer entre
gestor e empreendedor?
Enquanto que o gestor pergunta “com
os recursos que estão ao meu alcance, o
que é que eu consigo obter?”, o
empreendedor questiona: “dado o que
eu quero obter, que recursos é que
preciso de adquirir?”
Tipos de empreendedor
Empreendedor artesão - empreendedor que é detentor de uma técnica
e que cria o seu próprio negócio aproveitando os saberes que possui;
Empreendedor tecnológico – empreendedor que cria o seu negócio
baseado num novo processo ou num novo produto;
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Empreendedor oportunista – empreendedor que identifica as
oportunidades de negócio e cria a sua empresa;
Empreendedor “estilo de vida” – pessoa independente, que inicia a sua
actividade empresarial para satisfazer as suas ambições de
independência e o seu estilo de vida.
Outras designações:
• O Empreendedor Nato
• O Empreendedor que aprende(inesperado)
• O Empreendedor Serial(Cria novos Negócios)
• O Empreendedor Corporativo
• O Empreendedor Social
• O Empreendedor por Necessidade
• O Empreendedor Herdeiro
• O “Normal”(planeado)
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Perguntas e respostas sobre Empreendedorismo3
1. O que é o empreendedorismo?
Mais do que criar empresas, empreendedorismo significa criar e colocar em prática
novas ideias.
2. O que é empreender?
Segundo a Comissão Europeia, empreender “é, acima de tudo, uma atitude mental
que engloba a motivação e a capacidade de um indivíduo, isolado ou integrado
num organismo, para identificar uma oportunidade e para a concretizar com o
objectivo de produzir um novo valor ou um resultado económico”.
3. A quem se aplica o empreendedorismo?
O empreendedorismo aplica-se tanto a trabalhadores individuais como a empresas
de qualquer dimensão.
4. Quais as partes envolvidas no desenvolvimento do espírito empreendedor?
A questão do espírito empreendedor pode desenvolver-se a três níveis: indivíduo,
empresa e sociedade. Por um lado, para que os indivíduos se tornem
empreendedores, é necessário transmitir-lhes a noção de “espírito empresarial”, de
modo a possuírem capacidades adequadas para transformar as suas ambições em
projectos de sucesso. Por outro lado, para que esses projectos empresariais dêem
origem a empresas prósperas, é essencial que existam condições de apoio ao seu
funcionamento, que permitam o desenvolvimento e o crescimento das empresas e
que não criem obstáculos capazes de levar a empresa à falência. Além destes dois
aspectos, a actividade empresarial depende de uma atitude positiva da sociedade
em relação aos empresários.
5. Quem é o empreendedor?
O empreendedor é uma pessoa capaz de perceber e interpretar necessidades e
problemas e de encontrar soluções para os mesmos. O empreendedor inova,
transforma ideias em realidade. Ser empreendedor implica ser activo, arrojado,
imaginativo, autónomo, responsável, capaz de assumir riscos. É alguém que aprende
com os erros e fracassos diante dos quais não se deixa abater. São estas
características e muitas outras que distinguem um empreendedor daqueles que, em
igualdade de circunstâncias, não conseguem progredir e avançar.
6. Quais as características de um empreendedor?
3 Adaptado de:
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• Aceitação do risco
• Ambição
• Auto-motivação e entusiasmo
• Capacidade de trabalho em equipa
• Conhecimentos técnicos
• Controle
• Criatividade
• Decisão e responsabilidade
• Determinação
• Eficiência
• Energia
• Flexibilidade
• Iniciativa
• Liderança
• Optimismo
• Persistência
• Sem medo do fracasso e da rejeição
7. Qual a diferença entre empresário e empreendedor?
Empresário é o proprietário ou accionista de controlo de empresas e empreendedor é
aquele que é capaz de conceber uma ideia e pô-la em prática.
8. Que distinção se pode fazer entre gestor e empreendedor?
Enquanto que o gestor pergunta “com os recursos que estão ao meu alcance, o que
é que eu consigo obter?”, o empreendedor questiona: “dado o que eu quero obter,
que recursos é que preciso de adquirir?”
9. Quais as competências essenciais para o sucesso empresarial?
Quer as competências pessoais (como a criatividade, a persistência e o
compromisso, todas necessárias para a criação de uma empresa), quer as
competências de gestão (como a eficiência, a eficácia e a fiabilidade, todas
importantes para o desenvolvimento de uma empresa) são elementos-chave para o
sucesso empresarial.
10. Quais as vantagens do empreendedorismo?
O empreendedorismo tem vantagens a vários níveis:
• Contribui para a criação de emprego
• Funciona como um meio de integração de desempregados e desfavorecidos
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no meio laboral
• Pode contribuir para reforçar a coesão económica e social das regiões menos
desenvolvidas
• Constitui um caminho para a inovação
• É crucial para a competitividade
• Oferece aos consumidores mais possibilidades de escolha e preços mais
baixos
12. Que consequências tem a criação de novos negócios?
Iniciar uma actividade empresarial é um grande desafio que deve ser apoiado. Assim,
potenciar o empreendedorismo e o surgimento de novos empreendedores tem como
consequências directas:
• Criação de empresas
• Aumento do emprego
• Importante contribuição para o crescimento económico e para a coesão
social do país.
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4. AS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS
Que competências a desenvolver?
Para qualquer actividade profissional, há um conjunto de competências
necessárias ao desenvolvimento da actividade, podendo ser
transversais a outras dimensões da vida, ou competências-chave
determinantes para o desenvolvimento de determinada actividade.
Assim, define-se:
Competência: como a capacidade para operacionalizar um conjunto
de conhecimentos, atitudes e habilidades numa situação concreta, de
modo a ser sucedido. (Jardim, J et al; 2006)
Competências transversais ou chave: aquelas que são comuns a
diversas actividades. (Jardim, J et al; 2006)
As Competências-chave não são apenas importantes para o
desempenho da actividade profissional, mas para as diferentes
dimensões da vida e da convivência social. Esta perspectiva confere às
Competências-chave um carácter dinâmico, permitindo aos indivíduos
construir e reconstruir permanentemente o conhecimento, conforme os
contextos organizacionais em que estes se inserem (P. Pullen; 2000).
Como se desenvolve competências-chave para o
empreendedorismo?
Para se ser um empresário não tem de se ser dotado de um carácter
especial ou de qualidades extraordinárias. Se observarmos com
atenção o ambiente que nos rodeia verificamos facilmente que
estamos rodeados por multidões de empresários: o padeiro, o dono do
supermercado onde fazemos as compras, o dono do restaurante onde
gostamos de ir comer,... Por acaso eles são pessoas dotadas de virtudes
“superiores” às nossas? São realmente tão diferentes de nós?
Evidentemente que não!
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O perfil do Empreendedor – principais competências-chave
Nem todas as pessoas assumem a iniciativa para serem
empreendedores, mas como já foi referido qualquer um de nós pode
ser empresário, só tem que se propor a sê-lo. O empreendedor, deve
possuir a habilidade daqueles que, ao detectarem oportunidades,
conseguem reunir os recursos humanos, técnicos e financeiros, para a
concretização de produtos e serviços inovadores. Apesar disso, ser ou
tornar-se empreendedor não é um processo fácil. É certo que existe
uma série de qualidades pessoais que o empreendedor deverá possuir
para aproximar-se do que se considera ser um perfil óptimo sendo que
deverá tentar melhorar alguns aspectos para se aproximar o mais
possível desse perfil.
Assim, a seguir expomos um conjunto de traços e competências
pessoais que determinam o denominado perfil do empreendedor4.
1.Motivação para o sucesso
Ânsia de trabalhar bem ou de se avaliar por uma norma de excelência.
Segundo McClelland (Teoria da Motivação para o Sucesso) os
indivíduos altamente motivados para o sucesso tendem a desprezar um
pouco a recompensa recebida em detrimento do êxito do seu
desempenho. Manter-se motivado é fundamental para desenvolver
iniciativas que irão gerar a concretização dos planos de acção. O que
move o empreendedor é a motivação, é ter uma constante vontade
activa para atingir níveis de excelência.
4 Adaptado de: Criar e Consolidar Empresas (G)Locais - passo a passo. Coelho, C., Bastos, M.,
Pires, C., Pinto, S. (2004). Vila Real.
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2. Preocupação relativa à Ordem (Organização) e à Qualidade
Preocupação em implementar, conduzir e controlar actividades claras e
ordenadas.
A organização e a qualidade dos serviços e ou produtos é factor de
sucesso para qualquer empreendimento. Não basta apenas deter os
melhores recursos, mas integrá-los de uma forma lógica, fazendo com
que o resultado seja maior do que a simples soma das partes.
3. Iniciativa
Aptidão para empreender acções, melhorar os resultados ou criar
oportunidades.
Sem iniciativa não pode haver empreendimento e sem vontade e
persistência não se pode atingir o sucesso. Ser empreendedor é ter
iniciativas, é fazer acontecer. Pessoas dotadas de uma atitude
empreendedora têm por princípio uma capacidade de iniciativa,
sentem necessidade de agir e assumem um comportamento pró-activo
para solucionar situações ou aproveitar uma condição favorável.
4. Pesquisa de Informação
Curiosidade e desejo de adquirir informação.
A informação é fundamental para se sobressair no mercado. A
actualização de informação e pesquisa constante sobre as últimas
tendências do mercado (os mais novos conceitos de gestão, líderes
empresariais mais comentados, mudanças tecnológicas, mudanças em
políticas nacionais, etc) são factores críticos para quem pretende iniciar
e manter um negócio. A informação obtida irá permitir angariar mais
recursos para liderar pessoas, elaborar estratégias e poder lançar-se
com mais firmeza no novo empreendimento e/ou mantê-lo no
mercado.
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5. Capacidade para Trabalhar
Qualidade de apreciar o trabalho, mantendo consistente esse atributo
ao longo do tempo.
O trabalho deve ser uma fonte de satisfação e de rendimento, mas
para alcançar o sucesso profissional é necessário muito trabalho.
“O génio consiste em um por cento de inspiração e noventa e nove por
cento de transpiração.” (Thomas A. Edison). Sempre que ler a história de
alguém que alcançou sucesso, em qualquer actividade humana, se
prestar atenção, verificará que essas pessoas trabalharam arduamente
durante muitos anos.
6. Tomar Decisões
Capacidade para tomar decisões adequadas face a diversas situações.
Há certas decisões que requerem coragem e determinação para que
sejam alcançados os resultados pretendidos. O empreendedor está
constantemente a tomar decisões, que podem implicar novos rumos de
acção exigindo uma boa capacidade de análise e raciocínio
relativamente às pessoas e às actividades presentes e futuras. Muitas
vezes, tal capacidade implica estabelecer prioridades
comprometedoras, fazer escolhas, avaliar ideias e tomar decisões
perante critérios opostos. No fundo, é isto a gestão - tomar decisões e
fazer com que elas sejam implementadas.
7. Capacidade Directiva
Capacidade de transmitir aos outros o que deve ser feito de forma a
que todos funcionem de acordo com o desejado, dentro do espírito do
melhor para a organização a longo prazo.
Saber conduzir os esforços das pessoas em direcção a um objectivo,
saber redireccionar esforços, quando necessário, conseguindo manter a
motivação dos colaboradores.
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8. O Trabalho em equipa e a Cooperação
Capacidade de trabalhar em cooperação com as outras pessoas.
Para alcançar objectivos é necessário contar com a colaboração de
outras pessoas. O envolvimento de outras pessoas cria uma motivação
contagiante, uma espécie de sinergia, que ajuda a superar os
obstáculos.
9. O Desenvolvimento dos Outros
Capacidade de empreender acções eficazes, a fim de aperfeiçoar as
competências dos outros.
Criar condições favoráveis para o estabelecimento de um vínculo
positivo e sinérgico com pares de trabalho, fornecedores, auxiliares e
parceiros.
10. Estratégia
Capacidade de observação e previsão.
A estratégia, mais não é do que projectar no tempo os resultados que
almejamos e agir no presente para atingir esses resultados. Não importa
o quanto se fantasie o futuro, ele será uma expressão das nossas acções
no presente.
11. Visão de Futuro
Habilidade natural para identificar uma oportunidade, aproveitá-la, criar
uma empresa e encaminhá-la ao sucesso.
Identificar e aproveitar oportunidades é fundamental para quem deseja
ser empreendedor. Consiste em aproveitar todo e qualquer ensejo para
observar negócios. O empreendedor de sucesso é aquele que não se
cansa de pesquisar, na constante procura de novos caminhos, seja no
trabalho, nas férias, lendo revistas, jornais ou vendo televisão. É curioso,
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e está sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um
empreendimento.
12. Autocontrolo
Capacidade de manter o controlo de si próprio, sempre que
confrontado com situações geradoras de emoções e de stress.
É absolutamente necessário que o empreendedor consiga manter,
mesmo sob a maior tensão ou sob qualquer espécie de pressão a
capacidade de raciocinar e resolver com sabedoria as diversas
situações com as quais tiver que se defrontar, mantendo as suas
emoções sob seu total controlo.
13. Autoconfiança
Confiança na sua própria capacidade de escolher a solução mais
conveniente e de realizar uma tarefa, sobretudo, em situações difíceis.
Capacidade de acreditar no seu esforço, dedicação e competências
para levar adiante os seus projectos.
14. Adaptação
Capacidade de se adaptar e de trabalhar eficazmente numa
diversidade de situações com pessoas e grupos diferentes: clientes,
fornecedores, entre outros.
A diversidade faz-nos ir além, superarmo-nos a nós próprios. Dentro de
um contexto diversificado, podemos enfrentar problemas de
incompatibilidade, no entanto, essa mesma diversidade pode
proporcionar novas possibilidades e oportunidades de sucesso.
15. Persistência
Capacidade para continuar apesar dos obstáculos a enfrentar.
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O sucesso decorre da persistência (acreditar e lutar). Saber lutar pelas
suas ideias, saber perder e ganhar e não ter medo do fracasso. Todo o
empreendedor deve ser persistente e permanecer fiel às suas visões.
16. Raciocínio Analítico
Capacidade de compreender as situações e de resolver os problemas,
decompondo-os e avaliando-os de forma sistemática e lógica.
É essencial que o empreendedor saiba avaliar, planear e controlar o seu
trabalho e o dos outros, estabelecendo prioridades e linhas de
execução. Deve descobrir os seus próprios modelos mentais, avaliando
se são adequados ou não para considerar novas respostas,
incorporando formas de pensar e de agir mais eficazes e conscientes.
17. Competência Técnica
Capacidade de utilizar e desenvolver o seu saber técnico e de o
partilhar com as outras pessoas.
Possuir conhecimentos sobre a actividade que irá empreender e
conseguir partilhar esses mesmos conhecimentos, é factor
imprescindível para que se obtenha sucesso num empreendimento. Este
conhecimento pode ser adquirido pela própria experiência, por
contactos com outros empreendedores, através de associações ou por
meios informativos especializados.
18. Criatividade/Inovação
Capacidade para criar soluções alternativas, inovar e superar as
expectativas do mercado.
A inovação surge, geralmente, da reordenação do conhecimento
existente. Esta reordenação revela parentescos ou semelhanças entre
factos já conhecidos que pareciam não ter nada em comum. O
empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e
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inovador, através do qual mantém constante a busca por novos
caminhos e novas soluções.
19. O Impacte e a Influência
Desejo de persuadir, convencer, influenciar ou impressionar,
conseguindo a sua participação ao longo da acção pretendida.
O empreendedor deve ser um “vendedor” nato, deve ser muito
convincente naquilo que diz e deve saber identificar pessoas que
poderão ajudá-lo a atingir os seus objectivos.
20. O Estabelecimento de Relações
Capacidade de construir e de estabelecer contactos amigáveis com as
pessoas que irão contribuir para a realização dos seus objectivos.
Num mercado competitivo e altamente mutável, com a avalanche de
informações e desafios que vivemos, temos de aprender a estabelecer
relações com outras pessoas, essa é uma habilidade que tem um alto
valor no mercado. Devem ser incentivados os relacionamentos que
multipliquem as possibilidades de sucesso e de inspiração para
concretização dos projectos.
21. Orientação para o Serviço a Clientes
Desejo de prestar um serviço aos outros, descobrindo e posteriormente
satisfazendo as suas necessidades.
Nos dias de hoje, é difícil encontrar uma empresa que não declare
focalizar-se no cliente, que não queira “encantar o cliente”. No entanto,
para tal, é preciso competência que implica saber-fazer as tarefas nos
aspectos técnicos e racionais. Implica também motivação, ou seja,
querer-fazer, comprometimento, sendo esta vontade mais emocional e
intuitiva. O “encantamento” cria a fidelidade dos clientes e faz com
que estes indiquem os nossos produtos e serviços às pessoas à sua volta.
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22. Compreensão Interpessoal
Capacidade de perceber e compreender quer pensamentos não
expressos, quer parcialmente expressos, quer sentimentos e
preocupações dos outros e de lhes dar resposta.
Compreender os outros exige flexibilidade, dedicação e força de
vontade; passa por um conhecimento profundo de nós mesmos. É
preciso conhecer-se bem, entender as suas razões e emoções para
poder identificá-las nos outros e, assim, lidar com elas de forma positiva.
Estas são as 22 competências chave que o empreendedor deve ter,
adquirir e/ou tentar melhorar com vista ao êxito do seu projecto
empresarial. No entanto, não se pense que para ser empreendedor é
indispensável ter todas estas competências aprofundadas e que caso
contrário o projecto empresarial estará condenado ao insucesso. “Nada
disso!!”
Devemos lembrar, em primeiro lugar, que competência significa
capacidade de fazer acontecer, de alcançar metas e objectivos. Será
extremamente difícil encontrar alguém com um nível elevado de
desenvolvimento de todas as competências apresentadas. Este
referencial tem o objectivo de indicar as competências ideais para
identificar aquelas que se deverão tentar melhorar.
Ou seja, o empreendedor poderá à partida não deter todas as
competências apresentadas, mas terá, sem dúvida, a obrigação de
através de informação, formação e outras formas tentar adquirir ou
melhorar essas competências.
Terá sobretudo que estar consciente de que, ainda que seja detentor
destas competências, estará sempre sujeito ao desgaste das
contrariedades e adversidades do mercado, necessitando de uma
grande dose de persistência para as ultrapassar.
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5. SER EMPREENDEDOR….
"Empreendedor é o termo utilizado para qualificar,
ou especificar, principalmente, aquele indivíduo
que detém uma forma especial, inovadora, de se
dedicar às actividades de organização,
administração, execução; principalmente na
geração de riquezas, na transformação de
conhecimentos e bens em novos produtos,
mercadorias ou serviços; gerando um novo
método com o seu próprio conhecimento (...)."in
Wikipédia
Motivações para a criação de uma empresa:
A criação de uma empresa, tem sido motivado por uma série de
factores que coincidem na maioria das iniciativas. Entre estes factores
encontramos, em primeiro lugar, os de carácter pessoal (ter uma
personalidade independente, por exemplo), e em segundo, as
motivações materiais factores que impulsionam as pessoas a criar o seu
próprio negócio:
Todos nós podemos encontrar, em algum momento da nossa vida, a
oportunidade ou a necessidade de criar um negócio.
MOTIVAÇÕES PESSOAIS
A auto-realização e satisfação pessoal subjacente ao facto de se
trabalhar na actividade que mais se gosta e da forma que mais lhe
agrada, tendo autonomia de acção e decisão relativamente ao
trabalho a realizar.
O reconhecimento social que essa situação lhe pode trazer, sobretudo
quando se alcança o êxito.
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Por tradição familiar. Muitas vezes são os próprios pais, avôs ou familiares
próximos que exercem influência com as suas experiências empresariais
e o seu espírito empreendedor.
Por traços de personalidade: independência, autonomia, dinamismo,
determinação em alcançar objectivos específicos, entre outros.
MOTIVAÇÕES MATERIAIS
Criação do seu próprio posto de trabalho (auto-emprego).
Descobrir uma oportunidade de negócio e sentir a necessidade de criar
e explorar uma empresa.
Possibilidade de ter maiores rendimentos do que trabalhando por conta
de outrem, já que teoricamente a empresa poderá crescer sem limites.
Encontramos ainda outros factores com influência na determinação de
se querer iniciar um negócio.
OUTROS FACTORES
Motivações negativas (“Não suporto o meu chefe”, “Não gosto que me
dêem ordens”). Este tipo de atitude e discurso, apesar de negativo,
retrata também situações que motivam a criação da própria empresa.
Atracção pelo risco. Existem pessoas que preferem ter o seu dinheiro
investido a prazo fixo através, por exemplo, de certificados de aforro,
sabendo que ganham por ano uma percentagem mais ou menos certa
do dinheiro depositado enquanto outros preferem investir na Bolsa,
sabendo que um dia podem perder 10% e noutro ganhar 15%.
Certamente, estes últimos têm um perfil algo mais parecido com o do
empreendedor nato, ou seja, criar uma empresa acarreta sempre um
determinado nível de risco que o empreendedor terá que assumir. No
entanto, o empreendedor é aquele que pondera o risco inerente à sua
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iniciativa e o tenta minimizar, através da tomada de decisões com base
no máximo de informação disponível.
O nível de formação. Normalmente quanto maior este é, maior
predisposição empresarial existe.
O empreendedor não é uma “espécie única” dotada de características
inatas extraordinárias: qualquer pessoa poderá criar a sua empresa
com êxito.
Como se pode observar, existem motivações de índole muito diversa. O
empreendedor não é uma “espécie única” dotada de características
inatas extraordinárias. Certamente todos nós podemos encontrar em
algum momento da nossa vida a oportunidade ou a necessidade de
criar um negócio. Nem todo o empresário possui vocação enraizada
desde sempre.
O empreendedorismo pode ser entendido como uma atitude, uma
forma de lidar com as situações, uma predisposição para encarar os
problemas e encontrar soluções.
Apesar disto, as características do empreendedor podem ser
desenvolvidas e trabalhadas. Qualquer pessoa pode ser ou tornar-se
com maior ou menor dificuldade num empreendedor.
O que procurar…
Quando decidimos prosseguir com o nosso projecto de auto emprego,
temos que reunir três factores:
1. SER UM EMPREEDEDOR capaz de criar, construir e vender uma ideia.
2. TER UMA IDEIA que nasça em boas mãos e reúna condições para
entrar no mercado.
3. TER UM MERCADO que acolha o produto ou serviço, constituído por
clientes dispostos a pagar por eles.
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Estes são os componentes chave da criação de uma empresa. Todo o
processo de empreender deverá conseguir a harmonia e o equilíbrio
entre eles.
Os casos de sucesso…
Para análise de casos de sucesso, remete-se para a visualização de
reportagens sobre indivíduos empreendedores.
• Mulheres empresarias – Programa 30 minutos - RTP
http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/30_minutos/index.php?k=1-parte-do-
30-minutos-de-2011-06-21.rtp&post=16458
• Por conta própria – Programa Grande Reportagem - SIC
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=Cfsron1rB4g
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=pqcxq23tojM
• Inventores portugueses - Programa Grande Reportagem – SIC
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=c1Iq_jNvKP4
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=Fw5KwdLS25k&feature=related
Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=m-Xr4_DylCY&feature=related
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Os Mitos do Empreendedor5
• O Empreendedor nasce, não se faz;
• Qualquer um pode iniciar um negócio;
• Todo empreendedor inventou algo na garagem de casa, quando
jovem;
• Os empreendedores tem uma personalidade esquisita;
• São jogadores/apostadores/correm riscos excessivos;
• São “patrões” de si próprios;
• Trabalham muito;
• Iniciam negócios de risco;
• Um empreendedor precisa tomar riscos enormes…
• Apenas para os ricos;
• A idade é uma barreira – os empreendedores são jovens e
enérgicos;
• Motivados pelo dinheiro;
• O objectivo de todo empreendedor é ser milionário;
• Procuram o poder e o controle sobre os outros;
• Se tiverem talento o sucesso chega em 1 ou 2 anos;
• Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer;
• Tendo dinheiro é fácil falhar;
• Só com formação superior se pode ser bom empresário;
• Sofrem de stress.
5 Adaptado de: Ser empreendedor. Pensar, criar e moldar a nova empresa.
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Falsas verdades sobre empreendedores6
Para Farrell, a comunicação social e o mundo dos negócios vêm-nos
bombardeando com mitos sobre empreendedorismo. Conheça os mais
comuns e as respostas do autor a eles:
Mito 1 - Não é possível desenvolver o empreendedorismo, deve-se nascer
empreendedor!
Nos Estados Unidos, os maiores responsáveis pelo surgimento de novos
negócios são os profissionais que foram demitidos de seus empregos e
precisaram encontrar uma forma de sobreviver. São gestores que viraram
empreendedores por necessidade.
Mito 2 - Todo empreendedor inventou algo na garagem de casa, quando
jovem, e tem uma personalidade esquisita!
O empreendedor americano médio tem entre 35 e 45 anos, dez anos de
experiência numa grande empresa e um perfil psicológico rico.
Empreendedores são pessoas normais, como qualquer um de nós.
Mito 3 - O objectivo de todo empreendedor é ser milionário!
Todos os empreendedores, mesmo os que ficaram ricos, afirmam que isso não
é verdade. O que os motivou foi a vontade de criar algo novo e não a
pergunta: Bom, o que eu posso fazer para ficar rico?
Mito 4 - Empreendedores não são muito confiáveis!
Essa visão era muito comum, mas agora responda: onde estão acontecendo
os maiores crimes do mundo dos negócios? Nas grandes empresas. Não faz
sentido dizer que um empreendedor deve ser menos respeitado do que um
gestor.
Mito 5 - Um empreendedor precisa tomar riscos enormes!
Como investem o próprio dinheiro, empreendedores tendem a ser muito
conservadores. Os maiores riscos são tomados pelos principais executivos das
grandes empresas.
Mito 6 – Ter um curso superior é a melhor forma de se transformar num
empreendedor!
Não é necessário ter formação superior para se ser empreendedor. O
conhecimento sobre gestão vai fazer falta depois que sua empresa atingir um
certo tamanho. Nessa hora pode ser uma boa ideia contratar alguém com
esses conhecimentos ou apostar numa formação na área.
6Adaptado de:
http://www.professorcezar.adm.br/Textos/FalsasVerdadesSobreoEmpreendedor.pdf
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Benefícios do Empreendedorismo
Apresentamos agora alguns exemplos de benefícios em ser
empreendedor.
• Aprender a tirar a ideia do papel e buscar oportunidades;
• Não pretender mudar tudo e todos, mas se adaptar às
instabilidades do cenário;
• Diante de dificuldades avaliar o processo e implementar
melhorias.
• A determinação, humildade, iniciativa, empatia, foco nas acções,
conhecer o todo e desenvolver as partes, estando em constante
sintonia com pessoas facilita a prática dos mandamentos do
empreendedor.
• Investir na percepção, conhecer o que quer, acreditar em si,
visando acções do presente com foco no futuro e estando
comprometido com a qualidade e a inovação é o ponto central
para o alcance do sucesso e a prática da atitude
empreendedora.
• As habilidades: iniciativa, conhecimento geral, observação,
conhecimento do segmento, confiança, segurança, aberto a
novas oportunidades, são as bases para o sucesso.
• Não adianta praticarmos algo ou visar à mudança de
comportamento se não conhecemos os benefícios. A atitude
empreendedora nos leva a um caminho promissor, porque na
prática aplicamos uma série de habilidades que são
fundamentais para o nosso desenvolvimento e aperfeiçoamento.
Praticamos a criatividade, iniciativa, concretizamos ideias,
resolvemos problemas e flexibilizamos acções. Aceitar as
diferenças nas pessoas, nas ideias, nos processos é adaptar-se a
tudo isso facilitando a prática das habilidades e o
aproveitamento dos benefícios mencionados.
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• O empreendedorismo é considerado, pelos especialistas, como
vital para o sucesso profissional, pois considera o desenvolvimento
e aperfeiçoamento de atitudes importantes para a gestão de
acções perante as incertezas do cenário actual.
Assumimos diferentes papéis na sociedade e para cada papel temos
inúmeros planos e projectos. Precisamos acreditar em nossas
potencialidades e sempre estarmos dispostos e aumentar os limites.
Construir constantemente é uma forma de crescer e conquistar os
nossos sonhos. O fracasso deve ser entendido como um atraso
temporário no alcance de objectivos. Encará-lo como um teste do real
valor que atribuímos às nossas metas facilita a execução do processo e
a conquista do sucesso!
Prós e Contras em ser Empresário
“A maior recompensa do nosso trabalho não é o que
nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos
transforma.”
John Ruskin, escritor, professor de arte e arquitecto
Ser o mentor de uma ideia de negócio e concretizá-la com sucesso
proporciona uma grande satisfação pessoal.
Antes de decidirmos quanto à criação da nossa própria empresa, há
que fazer uma série de considerações quanto aos riscos e recompensas
que isto pressupõe. Trabalhar por conta própria ou por conta de
outrem? Esta é a questão.
É necessário analisar as vantagens e desvantagens de trabalhar por
conta própria. Nenhuma opção é absolutamente melhor que a outra.
Depende, em grande parte, da nossa personalidade, interesses, valores
e do maior ou menor perfil empreendedor que tenhamos, entre outros
factores.
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Riscos e Desvantagens
1. Arriscar capital próprio ou familiar.
Trabalhar por conta própria pressupõe, em muitos casos, renunciar a um
posto de trabalho por conta de outrém e respectivo salário ou a essa
possibilidade.
É o que os economistas designam por custo de oportunidade, ou seja,
aquilo que deixa de se ganhar na opção trabalhar de por conta de
outrem para poder ganhar o que lhe oferece a opção de trabalhar por
conta própria.
2. Não existe segurança nas receitas financeiras.
Se usufruir de um salário, sabe o que vai ganhar em cada mês.
Como empresário, o seu rendimento estará dependente da própria
rentabilidade do negócio que poderá ser variável e incerta.
3. Não tem um horário fixo e, geralmente trabalha muitas mais horas e
mais intensamente. Inclusive, mesmo enquanto dorme, não pára de
pensar em decisões que afectam a sua empresa, e isso também é
tempo de trabalho. A sua vida social e familiar pode ser afectada por
estas razões.
Vantagens e recompensas
1. Os benefícios são apenas para uma pessoa ou os sócios da empresa
e, teoricamente, são ilimitados.
Se abre um negócio e este corre bem, poderá abrir um outro e assim
sucessivamente. Não é necessário que esteja fisicamente em todos. O
mesmo negócio pode crescer ilimitadamente. Pode criar novos postos
de trabalho na empresa. Como empresário, encarrega-se de organizar
os recursos (humanos, físicos e financeiros) da sua empresa.
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2. É patrão de si próprio.
Encarrega-se de fixar os objectivos da empresa, as normas de
funcionamento, os horários de trabalho, como conquistar mercado e
alcançar a satisfação dos clientes. Quantas vezes, ao receber uma
ordem do nosso chefe, pensamos: ”Eu não faria dessa forma”?
3. Realização pessoal.
Ser o mentor de uma ideia de negócio e concretizá-la com sucesso
proporciona uma grande satisfação pessoal. Para muitos, superior à
satisfação material.
4. Contribuição para a melhoria e desenvolvimento do meio envolvente.
Dar emprego às pessoas, criar riqueza, gerar valor. Ter um papel activo
no desenvolvimento da região é um factor muito importante de
motivação para muitas pessoas. Em qualquer caso temos que atender
aos dois lados da balança: os prós e os contras e ter atenção para que
lado esta tende.
De seguida, coloca-se à disposição uma lista de riscos que pode ajudá-
lo a reflectir sobre o negócio que tem em mente.
Sugerimos-lhe uma série de argumentos que equilibram a balança e o
ajudam a valorizar a recompensa de assumir cada risco. Seguramente
poderá encontrar muitas mais compensações.
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EXEMPLOS, RISCOS E COMPENSAÇÕES
“Não tenho a certeza das
receitas que irei obter nem
tão pouco se o negócio
terá futuro”.
Riscos comerciais: existe
sempre o risco do
mercado e de um
conjunto de factores
externos, às vezes
incontroláveis.
Como empresário toma as
suas próprias decisões.
Quando as coisas não
correm bem tem a opção
de mudar de estratégia. Se
fosse despedido não teria
essa alternativa. As
decisões são-lhe
apresentadas como um
dado adquirido.
“Para montar um negócio
tenho que arriscar todas as
economias, além de pedir
um crédito ao banco;
tenho receio de perder
todo este dinheiro”.
Riscos Financeiros: em
todo o tipo de negócio
arrisca-se capital, próprio e
alheio. Se bem que em
muitos casos o capital
principal é humano e não
tanto financeiro.
O risco financeiro pode ser
grandemente limitado
com um bom plano de
gestão da empresa.
Arriscar algum capital ou
pedir um crédito, permite
avançar com o negócio e
abrir portas para o lucro. E
o lucro não tem tecto.
“Criar uma empresa
significará trabalhar mais
horas do que aquelas que
agora faço como
empregado, além das
preocupações e
responsabilidades que
agora não tenho.
Certamente que terei
muito menos tempo livre”.
Riscos Sócio-pessoais: é
provável que alguém não
esteja disposto a fazer
sacrifícios ou que a família
não entenda o porquê de
se dedicar tantas horas ao
negócio.
Além disso, arrisca-se um
posto de trabalho, um
salário fixo, uma situação
pessoal e profissional de
certa “tranquilidade”.
Mas....e a satisfação
pessoal de ver algo
construído por nós a
crescer, evoluir e a criar
postos de trabalho? O
risco de criar uma empresa
é recompensado quando
aquela ideia existente na
cabeça, passa a ter nome,
denominação social,
empregados, clientes,
gera dinheiro, dá
benefícios e proporciona
um orgulho pessoal que
dificilmente se alcança
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estando empregado numa
empresa. E sabe que as
horas que trabalha a mais
são em benefício próprio.
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Mandamentos do empreendedor7
"No mundo dos negócios todos são pagos em duas
moedas: dinheiro e experiência. Agarre a experiência
primeiro, o dinheiro virá depois." Harold Geneev
• Faça o trabalho que for necessário para que seu projecto dê
certo, independentemente de sua função/cargo;
• Descubra como fazer a coisa funcionar e compartilhe os créditos
do sucesso;
• Lembre-se, é preferível errar pela acção do que pela omissão;
• Peça conselho antes de pedir recursos;
• Siga sua intuição a respeito das pessoas, trabalhe com os
melhores;
• Prepare-se antes de divulgar sua ideia;
• Seja verdadeiro com suas metas, mas realista sobre os meios para
atingi-las;
• Persistência e criatividade triunfarão
• Faça da oportunidade e resultados a sua obsessão
• Tenha orgulho pelo que faz
• Seja comprometido com seus superiores, a organização e seus
patrocinadores!
• Esteja sempre insatisfeito
• Faça as coisas de forma diferente
• Trabalhe o longo prazo
7 Adaptado de: Programa CIEE de Educação a Distância.
http://www.ciee.org.br/est/ead/index.asp
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6. O PROCESSO EMPREENDEDOR
TER UMA BOA IDEIA DE NEGÓCIO8
“As grandes ideias são aquelas nas quais a única
coisa que nos surpreende é que não nos tivessem
ocorrido antes.” Noel Clarasó, escritor espanhol
O primeiro passo para criar uma empresa é, obviamente, ter uma boa
ideia de negócio. Esta será o embrião a partir do qual se desenvolve o
projecto empresarial.
Mas nem todas as ideias são válidas. Esta deve ser realista, viável e ir de
encontro às necessidades do mercado.
Vamos ver mais adiante como analisar a sua viabilidade e como
converter as ideias num projecto empresarial.
Mas, como é que pode surgir a ideia de negócio? Como me inspiro de
forma a ter uma ideia brilhante (“Eureka!!!”)? De onde saem as ideias
de negócio?
O que devemos ter sempre presente é que não é necessário inventar
algo de novo para se poder criar um negócio. Na maioria dos casos,
basta olhar à nossa volta e descobrir uma necessidade que não tenha
ainda sido satisfeita. Mesmo que o produto ou serviço que queremos
implementar já exista, podemos pensar como oferecê-lo de outra
maneira, que vá de encontro a necessidades não satisfeitas pela oferta
actual aos potenciais clientes.
Por outro lado, devemos ter em atenção que a melhor ideia é também
aquela que proporciona uma satisfação plena ao empreendedor que
a implementará, porque gosta daquilo que faz ou porque ambiciona
levar “a bom porto” a sua ideia.
8 Adaptado de: Criar e Consolidar Empresas (G)Locais - passo a passo. Coelho, C., Bastos, M.,
Pires, C., Pinto, S. (2004). Vila Real.
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COMO TER UMA IDEIA DE NEGÓCIO?
Propomos, de seguida, alguns conselhos e sugestões de como
transformar uma ideia de negócio num projecto empresarial.
Observar o meio envolvente.
As ideias de negócio devem corresponder a necessidades do mercado
que, na maioria das situações, são detectadas de uma forma barata
mas eficaz: observando, perguntando e ouvindo. Tão simples quanto
isto! Os jardins-de-infância existem porque respondem a uma
necessidade: a dos pais que trabalham e não têm tempo para cuidar
dos seus filhos. Para saber isto, bastará observar o quotidiano e hábitos
das pessoas que o rodeiam, conversar com as pessoas que conhece. As
ideias de negócio resultam também da concretização de
potencialidades que o meio envolvente, a região onde nos
encontramos, oferece e que podem ser transformadas em negócios
viáveis.
Importar ideias de negócio que tenham tido sucesso noutros locais.
Com efeito, ideias desenvolvidas noutros países e noutras regiões
podem ser fonte de inspiração na altura de criar um negócio. Por
exemplo, a introdução da fast-food nos hábitos alimentares dos
portugueses proporcionou o surgimento de diversas empresas
franchisadas como Pans&Company e Mc-Donalds. Mas cuidado, nem
todas funcionam. Há que haver a preocupação de se adaptar ao
mercado e seus clientes.
Ler sobre o tema. Existem revistas e imprensa especializada que,
regularmente, sugerem ideias nas suas reportagens ou artigos. Por
exemplo, a revista “Ideias e Negócios”, “Visão”, “Executive Digest”,
entre outras.
41. Módulo – Empreendedorismo e Competências Empreendedoras
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Recorrer a Associações Empresariais e a organismos de promoção
empresarial que possuam serviços de orientação para a criação de
empresas e detenham informação importante sobre o mercado. A
fonte mais importante de ideias de negócio é fruto de constantes
mudanças. Estas geram oportunidades de negócio para os que estão
mais atentos. Por isso dedicaremos o próximo capítulo a analisar esta
nova envolvente e o mundo de possibilidades que esta oferece.
Resumindo, as principais características de uma ideia de negócio
deverão ser:
• Devem se basear na análise do ambiente
• Devem criar vantagem competitivas
• Devem ser viáveis com os recursos
• Devem ser coerentes entre si
• Devem ter grau de risco limitado
• Devem buscar compromisso dos envolvidos
• Devem ser fundamentadas nos princípios
• Devem ser criativas e inovadoras
Fases do Processo Empreendedor
Ideias convertidas em empresas. Para que se criem empresas, em
primeiro lugar deve fomentar-se e desenvolver uma cultura
empreendedora (Predisposição Empresarial). Assim se potencia o
aparecimento das ideias.
Uma vez detectada a ideia e/ou uma oportunidade de negócio,
devemos analisar se esta é válida e viável. Para isso, é importante a
realização do plano de negócio. Uma vez constituída, a empresa
deverá dar os seus primeiros passos, até que se consolide no mercado.
Todas estas fases exigem um aconselhamento e acompanhamento do
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empreendedor. Este aconselhamento pode tomar várias formas:
formação, consultoria formativa, assessoria. No entanto, o
empreendedor não deverá esquecer que o sucesso da sua empresa
dependerá sobretudo de si próprio, do seu empenho e da sua
capacidade de comprometimento e de criar soluções eficazes face às
dificuldades com que se vai deparando.
Assim, um aspecto muito importante em todas estas fases será o
trabalho de auto-estudo e pesquisa realizado pelo próprio
empreendedor.
Plano de criação de empresa9
9 Adaptado de: Criar e Consolidar Empresas (G)Locais - passo a passo. Coelho, C., Bastos, M.,
Pires, C., Pinto, S. (2004). Vila Real.
Pré-disposição empresarial
Espírito
Empreendedor
A ideia de Negócio
A
Oportunidade
O Plano de Negócio
Constituição da empresa
Consolidação da empresa
O
projecto
Os
trâmites
O
mercado
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A mudança como fonte de ideias
“O meu interesse está no futuro pois é lá que vou
passar o resto da minha vida.”
Charles F. Kettering
O mundo gira e os negócios mudam...
A globalização, a tecnologia e a valorização do conhecimento trazem
mudanças que se reflectem nos negócios.
É necessário acompanhar as novas tendências, desenvolvendo
negócios alinhados às necessidades dos clientes.
As Fontes de Ideias
• Pesquisa informativa;
• Clusters e cadeias produtivas;
• Patentes
• Olhar nas ruas
• Ideias que deram certo em outros lugares
• Experiência enquanto consumidores
• Experiência no emprego
• Mudanças demográficas e sociais
• Caos económico, crises, atrasos
• Como usar as capacidades e habilidades pessoais
Oportunidades de Empreendedorismo
• Descobertas tecnológicas
• Mudanças demográficas
• Mudança nos estilos de vida e de gostos
• Deslocamentos económicos
• Calamidades guerras ou desastres naturais
• Mudança nas regras do governo
• Descobertas de recursos.
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Principais mudanças que contribuem para o desenvolvimento de
ideias10
A fonte principal de ideias de negócio deriva possivelmente dos
factores que promovem a mudança. Hoje em dia, estas ocorrem em
todas as vertentes da sociedade, a um ritmo vertiginoso. Analisemos
algumas destas mudanças e as oportunidades de negócio que as
mesmas proporcionam.
MUDANÇAS SOCIAIS
Nos últimos anos, tem-se vindo a observar, na nossa sociedade, uma
série de transformações que promovem a abertura dos mercados a
novos negócios.
A entrada da mulher no trabalho e a sua maior autonomia profissional e
económica cria novas necessidades de serviços. Alguns exemplos são o
aumento dos jardins-de-infância, dos centros de estética e outros
serviços de proximidade à comunidade. O facto dos casais terem filhos
cada vez mais tarde foi aproveitado pelo sector da saúde e genética
através da oferta de serviços especializados em tratamentos de
fertilidade. Segundo dados dos Censos 2001 do Instituto Nacional de
Estatística (INE), 25% das mães que o são pela primeira vez têm mais de
30 anos.
Referem-se também, como alterações sociais, o aumento do nível
cultural, um maior interesse pelas actividades de tempos livres e uma
melhoria na qualidade de vida em geral, tornando possível o aumento
de negócios como os centros de formação, ginásios, agências de
viagens, restaurantes, serviços ao domicílio, entre outros.
10 Adaptado de: Criar e Consolidar Empresas (G)Locais - passo a passo. Coelho, C., Bastos, M.,
Pires, C., Pinto, S. (2004). Vila Real.
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MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS
A esperança de vida à nascença, em Portugal, era de 64,2 anos para
os homens e 70,8 para as mulheres em 1970, situando-se nos 73,47 e 80,3
anos em 2001, respectivamente. É um dado significativo e que pode
explicar o aparecimento de novos negócios como os centros de dia
para a terceira idade, os serviços ao domicílio de assistência aos mais
velhos ou centros especializados no tratamento de enfermidades como
a Doença de Alzheimer.
Outro dos fenómenos demográficos que tem vindo a alterar a nossa
sociedade é a corrente imigratória observada nos últimos anos. Em sua
defesa começam a surgir empresas e associações que oferecem
serviços específicos aos imigrantes.
MUDANÇAS EMPRESARIAIS
A externalização dos serviços (subcontratação/“outsourcing”), a
especialização das empresas, a globalização da economia ou as novas
estratégias de marketing (atribui-se maior importância ao social, ao
solidário, ao ‘verde’) são tendências no mundo empresarial que
tornaram possível o surgimento de novos negócios, como: consultoria
de empresas, secretariado virtual, teletrabalho, callcenters, serviços
informáticos, agências de comunicação, desenho gráfico e multimedia.
MUDANÇAS LEGISLATIVAS
As referências normativas europeias e nacionais em matérias como a
Segurança e Higiene no Trabalho, a Gestão Ambiental ou a
implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade abriu portas a
todo um campo de possibilidades de novas iniciativas empresariais:
gestão de resíduos e reciclagem, consultores de prevenção de riscos
profissionais, certificadores de qualidade, empresas de segurança,
planos de emergência, etc.
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MUDANÇAS TECNOLÓGICAS
O avanço imparável de novas tecnologias e da Internet tem permitido
a criação de novos negócios (os denominados ‘negócios electrónicos’)
e obrigado a redefinir as estratégias comerciais e de distribuição das
empresas da economia tradicional. É nesta altura que surgem maiores
oportunidades de negócio, especialmente para os mais jovens.
MUDANÇAS GEO-POLÍTICAS
A criação de infraestruturas de comunicação, a definição de novas
políticas externas, a entrada do país para a União Europeia, o
alargamento desta a novos países, são factores que proporcionaram e
proporcionam constantemente novos entendimentos daquilo que são
os mercados potenciais, o alargamento das possibilidades de
exploração de mercados extra-locais, extra-regionais e até
internacionais, expandindo negócios que durante muito tempo
estiveram limitados ao mercado local.
Tendências que geram oportunidades
• Desenvolvimento de parcerias com os clientes;
• Globalização económica: tendência à unificação de mercados;
• Valorização do conhecimento;
• Reconhecimento da importância do consumidor;
• Desenvolvimento de alianças estratégicas com fornecedores e
parceiros;
• Adoção de estratégias de inovação, padronização e adaptação
aos clientes;
• Empreendimentos concorrentes com formatos diversos;
• Valorização do capital intelectual;
• Comércio electrónico;
• Diferenciação pelo serviço prestado ao cliente.
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Das necessidades às oportunidades
Ilustração 1 - Hierarquia das Necessidades de Maslow
FISIOLÓGICAS: ligadas a sobrevivência da pessoa e sobrevivência da
espécie
SEGURANÇA: estabilidade, proteção contra ameaça ou privação
SOCIAIS: associação, participação, aceitação no grupo
ESTIMA: necessidade de aprovação social e respeito, status, prestígio,
confiança
AUTO-REALIZAÇÃO: realização do próprio potencial e auto
desenvolvimento
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Das necessidades às oportunidades
NECESSIDADES OPORTUNIDADES
Necessidades primárias Produtos alimentícios, confecção,
construção civil
Necessidades de segurança Extintores de incêndio,
iluminação, travas, serviços de
vigilância
Necessidades sociais Organização de eventos,
impressos para seminários e feiras
Necessidades de reconhecimento Jóias, canetas de luxo,
automóveis
Necessidades de realização Computadores, máquinas-
ferramentas
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Das tendências às oportunidades
Tendências Necessidades/oportunidades
Envelhecimento da população Residências menores, pisos
antiderrapantes, serviços em
domicílio, alimentos dietéticos,
porções menores, turismo de terceira
idade
Cuidados com a forma física Academias, aparelhos de ginástica,
roupas esportivas, dietas
Educação permanente Publicações especializadas, serviços
de treinamentos
Casais trabalhando fora Serviços de limpeza e manutenção
domiciliar, creches
Produtos à moda antiga Artesanato, geléias e doces caseiros,
restaurantes de comida regional,
móveis antigos
Aumento da produtividade
(enxugamento das empresas)
Terceirização de serviços, trabalho
autônomo, empreendedorismo
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SECTORES EMERGENTES
Serviços da vida quotidiana
• Serviços ao domicílio
• Jardins de infância
• Novas tecnologias de informação e comunicação
• Centros de Atendimento a jovens
Serviços de melhoria da qualidade de vida
• Restauração das habitações
• Segurança
• Transportes colectivos locais
• Requalificação de espaços urbanos
• Comércio de proximidade.
Serviços de lazer
• Turismo
• Mundo audiovisual e multimédia
• Valorização do património cultural
• Desenvolvimento da cultura local
• Desporto e saúde
Serviços na área ambiental
• Gestão de resíduos e reciclagem
• Reabilitação e requalificação de espaços públicos
Serviços avançados para empresas
• Gestão da Qualidade
• Gestão Ambiental
• Segurança e prevenção de riscos profissionais
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• Subcontratação de serviços (outsourcing)
• Sistemas de informação e telecomunicações.
Mundo rural
• Agricultura biológica
• Culturas especiais
• Negócios na NET
• Comércio electrónico e serviços de valor acrescentado.
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Será a ideia viável?11
“Não há segredos para o sucesso. Ele é o
resultado da preparação, trabalho árduo,
aprender com os erros.” General Colin Powel
O ponto de partida de qualquer projecto é a IEDIA DE NEGÓCIO e deve
concretizar-se num PLANO de NEGÓCIO.
O melhor teste para a nossa ideia de negócio é, sem dúvida, realizar um
plano de negócio. Este é o instrumento que mais facilmente nos
aproxima do verdadeiro potencial da nossa ideia. No entanto, sem
encargos, como um passo prévio, podemos fazer uma série de
considerações que nos permitem constatar se a nossa ideia inicial tem
potencialidades ou detectar se existe algum ponto negro que a torne
inviável ou irrealizável.
O primeiro passo a dar é definir a ideia de negócio ou, melhor dizendo,
a ideia de empresa.
Que produtos oferecemos? De que modo? Quem são os destinatários?
Que estrutura necessitamos?
É necessário definir que produtos/serviços se quer lançar e a quem se
vai dirigir, ou seja, quem serão os clientes.
O mais importante é destacar o que a ideia pode ter de diferente sobre
as já existentes.
Qualquer diferença é válida sempre que os seus futuros clientes a
valorizem e que estejam dispostos a pagar por ela.
É necessário identificar quais as habilidades, talentos e conhecimentos
que tornam a ideia forte e competitiva.
11 Adaptado de: Criar e Consolidar Empresas (G)Locais - passo a passo. Coelho, C., Bastos, M.,
Pires, C., Pinto, S. (2004). Vila Real.
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Questões orientadoras de análise da IDEIA DE NEGÓCIO
• Existe real necessidade do consumidor por esse produto/serviço? O que ele
dá a mais ao cliente (valor acrescentado)? Será ele competitivo no
mercado?
• Poderei lançar o produto/serviço no mercado de maneira rentável e
lucrativa? O retorno do investimento inicial será financeiramente
interessante? As margens são mais elevadas do que as de produtos/serviços
semelhantes do mesmo sector?
• Terei vantagens competitivas para fabricar, distribuir, lançar no mercado,
exportar esse produto? Quais são elas? Devo me concentrar em apenas uma
ou em várias dessas actividades? Em qual (ou quais) delas? Para mim, seria
mais lucrativo terceirizar a fabricação e me concentrar no lançamento do
produto no mercado (marketing)? Haveria alguma vantagem se o produto
fosse fabricado ou vendido em menores quantidades?
• Será este o momento propício para lançar o produto/serviço? Quais são os
ciclos de consumo (ano inteiro, sazonal)?
• Tenho certeza de que isso realmente me interessa? Gosto disso? Estarei
disposto a adoptar o estilo de vida que essa actividade implica?
• Disponho de conhecimentos, habilidades e experiências necessários a esse
género de actividade? Terei tempo, interesse e aptidões para aprender o
que for preciso a fim de realizar essa oportunidade de negócio? A
actividade é agradável, algo que poderei realizar sem stress?
• Estou de fato interessado em assumir o negócio e trabalhar com isso em
tempo integral ou parcial?
• Será que essa oportunidade de negócio apresenta o potencial necessário
para satisfazer aos meus objectivos de ganhos e lucros?
• Será que ela realmente vai valer o esforço e o tempo que irei gastar?
• Ela é compatível com o que eu sou? Permitirá que eu me realize
plenamente? Ela possibilitará que eu me desenvolva e melhore como
pessoa?
• Será que a oportunidade que percebi corresponde a algo prioritário na
minha lista de interesses?
• Onde eu me situo em relação à competição no sector? Quais são minhas
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vantagens competitivas?
• Terei estudado suficientemente o mercado do sector? Tenho conhecimentos
suficientes sobre o mercado, os clientes, os fornecedores? Com base nisso,
serei capaz de gerenciar a actividade com eficácia?
• Minha capacidade financeira é adequada? Terei acesso a recursos
financeiros suficientes para que a oportunidade seja interessante sem risco
excessivo para mim?
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Breve análise das etapas para a criação de um negócio
Não iremos aqui aprofundar, nem desenvolver todas as etapas para a
criação de um negócio, no entanto, será de destacar o principal
instrumento necessário para essa análise: o PLANO DE NEGÓCIO.
Este serve para orientar o empreendedor na tomada de decisões
estratégicas... para minimizar factores de risco!
Porém...O Plano de Negócio não é garantia de sucesso empresarial!
Entretanto:
• Auxilia no estudo de viabilidade do negócio;
• Ajuda no financiamento e empréstimos;
• Facilita a busca de novos parceiros e sócios;
• O Plano de Negócios é o instrumento que organiza todos os
dados, informações e previsões a respeito do negócio;
• Considera cada um dos fatores vitais para o sucesso do negócio
e comprova, através de números, as possibilidades de
lucratividade do negócio;
• Ferramenta utilizada na abertura de negociações de investimento
e parceria.
Um plano de negócio deverá ter determinados aspectos fundamentais,
tais como:
• Definição do negócio
• Missão empresarial
• Visão do futuro
• Princípios (políticas)
• Análise do Ambiente
• Objectivos
• Estratégias
• Planos de acção
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Ilustração 2 – Etapas de um Plano de Negócio
Questões de
um Plano de
Negócio
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GLOSSÁRIO12
Empreendedorismo (Comissão Europeia)
«O sentido de iniciativa e empreendedorismo remete-nos para a
capacidade de um indivíduo transformar ideias em acções. Isto inclui
criatividade, inovação e apetência para assumir riscos, bem como a
capacidade de planear e gerir projectos no sentido de atingir
objectivos. Isto permite aos indivíduos, não somente no seu dia-a-dia em
casa e em sociedade, mas também no seu local de trabalho,
desenvolverem a capacidade de percepção do seu trabalho e de
serem capazes de aproveitar oportunidades, além de constituir uma
base para competências e conhecimentos mais específicos que são
necessários para as pessoas que implementam ou contribuem para
uma actividade comercial ou social. É necessário também que esteja
presente a percepção de valores éticos e que promova a boa
governação.»
Competências-chave - aprendizagem ao longo da vida (Comissão
Europeia)
«As competências são aqui definidas como uma combinação de
conhecimento, aptidões e atitudes apropriadas ao contexto. As
competências-chave são aquelas que todos os indivíduos precisam
para uma realização e desenvolvimento pessoal, cidadania activa,
inclusão social e emprego.»
12 Adaptado de: Competências Empreendedoras. Instituto de Emprego e Formação Profissional,
I.P. (2011). Lisboa
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Competência Empreendedora
«Competência empreendedora pode ser considerada um tipo de
característica superior que destaca o indivíduo, por diferentes traços de
personalidade, habilidades e conhecimentos que se reflectem na sua
atitude.»
Competência
«Saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimento, recursos e habilidades que agregam valor
económico à organização e valor social ao indivíduo.»
Conceito de competência
«As competências podem ser motivações, traços de carácter,
conceitos de si próprio, atitudes ou valores, conhecimentos ou ainda
aptidões cognitivas ou comportamentais – qualquer característica
individual que possa ser medida com fiabilidade e que se possa
manifestar, em ordem à diferenciação (..) daqueles que possuem o
domínio (..) daqueles que não o possuem.»
Empreendedor
«Os empreendedores aproveitam as oportunidades para criar as
mudanças. Os empreendedores não devem se limitar aos seus próprios
talentos pessoais e intelectuais para levar a cabo o ato de empreender,
mas mobilizar recursos externos, valorizando a interdisciplinaridade do
conhecimento e da experiência, para alcançar seus objectivos.»
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Empreendedorismo
O empreendedorismo é um movimento educacional que visa
desenvolver pessoas empreendedoras com cérebros capazes de
planear.
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(with William C. Lazier).
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McGraw Hill Higher Education.
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Druker, Peter. Inovação e Espírito Empreendedor. Thomson Pioneira,
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McCelland, D. C. (1965). Achievement and Entrepreneurship, Journal of
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Empreendedorismo – Manual de Apoio ao Facilitador. Alte.
O empreendedor dentro de mim. Rs4e - Road Show For
Entrepreneurship. Documento electrónico.