O documento descreve vários personagens do romance "Os Maias" de Eça de Queirós. Cada personagem representa uma classe social, profissão ou característica da sociedade portuguesa da época, como políticos inúteis, jornalistas corruptos e a alta sociedade lisboeta decadente.
2. Personagens tipo, são personagens que representam as qualidades ou
defeitos de uma classe social/ profissão.
3. • Personagem d’Os Maias introduzida na ação do romance como amigo
de juventude de Pedro da Maia, Tomás de Alencar é o poeta
ultra-romântico cuja presença marca várias gerações ao longo da
ação. Figura alta, magra e pálida, de cabeleira farta e «românticos
bigodes», Alencar apresenta-se invariavelmente vestido de negro;
4. • É um personagem romântico e sentimental, por outro lado,
progressista, crítico e sarcástico , ele representa o
realismo/naturalismo.
• Amigo íntimo de Carlos desde os tempos de Coimbra, onde se formou
em Direito.
• Boémio, excêntrico, exagerado, caricatural, anarquista sem Deus e
sem moral.
• Terminado o curso, vem viver para Lisboa e torna-se amigo
inseparável de Carlos.
• Encarna a figura defensora dos valores da escola realista por
oposição à romântica. Na prática, revela-se em eterno romântico.
5. • Banqueiro, representa as altas finanças. Considera que ainda há
gente séria nas camadas dirigentes.
• É calculista, cínico e embora tenha responsabilidades pelo cargo que
desempenha, lava as mãos e afirma alegremente que o país vai
direitinho para a banca rota.
6. • Retrato do diplomata solene, formal, sempre receoso de afirmações
políticas comprometedoras. É em tudo um medíocre, contribui para a
atmosfera de "gentlemanliness" que se vive no Ramalhete.
• Ministro da Finlândia, representa o diplomata inútil.
• É um entusiasta da Inglaterra. É também um grande conhecedor de
vinhos.
7. • Cavalão por alcunha, era baixo, gordo, sem pescoço.
• É o director do jornal "A Corneta do Diabo", cuja redacção é um antro
de porcaria. Símbolo do jornalismo de escândalo e corrupto, é um
imoral sem qualquer carácter.
• É ele que publica um artigo injurioso contra Carlos por dinheiro,
vendendo mais tarde, a tiragem desse número do jornal, uma vez mais
por dinheiro. Publica folhetins de baixo nível
8. • É um personagem com pouca importância para o desenrolar da acção,
mas que representa a formação britânica, o protótipo do que deve ser
um homem.
• Defende a “arte pela arte”, a arte como idealização do que há de
melhor na natureza.
• É culto e forte, de hábitos rígidos.
• Inglês rico e boémio, coleccionador de antiguidades.
9. • Representanmte do realismo pelo desprezo que assume em relação a
Alencar.
• Maestro e pianista, artista bastante talentoso que demosntra
desmotivado devido ao meio lisboeta que não mostra interesse pelo seu
trabalho.
• Era amigo de Carlos e íntimo do Ramalhete.
10. • É casada com o conde de Gouvarinho e é filha de um comerciante inglês
do Porto.
• É imoral e sem escrúpulos. Traí o marido, com Carlos, sem qualquer
tipo de remorsos. Questões de dinheiro e a mediocridade do conde
fazem com que o casal se desentenda.
• Envolve-se com Carlos e revela-se apaixonada e impetuosa. Carlos
deixa-a, acaba por perceber que ela é uma mulher sem qualquer
interesse, demasiado fútil.
• No final, depois de ter levado uma sova do marido, que descobriu a
traição, tudo fica bem entre o casal.
11. • Dâmaso é um “Acúmulo” de defeitos.
• Filho de um agiota, é presumido, cobarde e sem dignidade. É dele a
carta anónima a Castro Gomes, que revela o envolvimento de Maria
Eduarda com Carlos. É dele também, a notícia contra Carlos n'A
Corneta do Diabo.
• Mesquinho e convencido, tem uma única preocupação na vida o "chic a
valer“.
• Representa o novo riquismo e os vícios da Lisboa da segunda metade
do séc. XIX.
• O seu carácter é tão baixo, que se retracta, a si próprio, como um
bêbado, só para evitar bater-se em duelo com Carlos.
• Era baixo, gordo, "frisado como um noivo de província".
• Era sobrinho de Guimarães.
12. • Eusébiozinho representa a educação retrógrada portuguesa.
• Amigo de infância de Carlos com quem brincava em Santa Olávia, levando
pancada continuamente, e com quem contrastava na educação. Cresceu
tísico, molengão, tristonho e corrupto. Casou-se, mas enviuvou cedo.
• Procurava, para se distrair, bordéis ou aventureiras de ocasião pagas à
hora.
13. • Deputado, representa os altos funcionários públicos.
• É inculto, defende a imitação do estrangeiro.
• Muitas vezes, por falta de cultura, coloca-se à margem das discussões,
acatando todas as opiniões alheias, mesmo as mais absurdas.
14. • Era voltado para o passado.
• Tem lapsos de memória e revela uma enorme falta de cultura. Não
compreende a ironia sarcástica de Ega. Representa a incompetência do
poder político (principalmente dos altos cargos).
• Fala de um modo depreciativo das mulheres. Revelar-se-á, mais tarde,
um bruto com a sua mulher.
15. • A época da Regeneração e alta sociedade lisboeta ,apareceram
retratadas ao longo da obra através de cenários onde se movem
determinadas personagens de traços individualizantes para melhor
representar os bons e os maus hábitos , a qualidades e os defeitos , as
mentalidades retrógrafas ou progressistas de certo grupo
social,profissional ou cultura.
• Destes ambientes destacamos a ironia fina ou sátira directa:
-O jantar do hotel central;
-Corridas de cavalo;
-O jantar em casa do Conde de Gouvarinho;
-Os episódios da redação dos jornais;
-O sarau literário do teatro da trindade;