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UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO “PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY” –
UNIGRANRIO
Escola de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Serviço Social
Lidiane Araujo da Silva
Suzana da Silva Santana Estanislau
Valdemira da Silva Bezerra
O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA
EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE
CAXIAS/RJ.
Duque de Caxias – RJ
2012
LIDIANE ARAUJO DA SILVA
SUZANA DA SILVA SANTANA ESTANISLAU
VALDEMIRA BEZERRA
O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA
EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE
CAXIAS/RJ.
Monografia apresentada ao Curso de Serviço
Social da Universidade do Grande Rio Prof.
José de Souza Herdy, como parte dos
requisitos parciais para obtenção do Título de
Bacharel em Serviço Social.
Orientador: Marcio Brotto
Duque de Caxias – RJ
2012
LIDIANE ARAUJO DA SILVA
SUZANA DA SILVA SANTANA ESTANISLAU
VALDEMIRA BEZERRA
O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA
EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE
CAXIAS/RJ.
Monografia apresentada ao Curso de Serviço
Social da Universidade do Grande Rio Prof.
José de Souza Herdy, como parte dos
requisitos parciais para obtenção do Título de
Bacharel em Serviço Social.
Aprovado com grau ________ ( ) em ____ de ___________ de _______.
Banca Examinadora:
___________________________________________________
Prof. Marcio Brotto
Universidade do Grande Rio
___________________________________________________
Profa. Debora de Oliveira Lopes
Universidade do Grande Rio
___________________________________________________
Profa. Sandra Regina Pereira Baliza
Universidade do Grande Rio
Dedico este trabalho a meus pais, Leila e
Ananias.
(Lidiane A. da Silva).
Dedico este trabalho ao senhor Jesus, a minha
valente mãe Rejane, a meu dedicado marido
Rinaldo e ao meu amado filho Renan.
(Suzana S.S. Estanislau).
Dedico este trabalho a minha mãe Neuza e a
meu pai José, que me proporcionou uma
excelente educação, por quem tenho muita
admiração, carinho e respeito.
(Valdemira da S. Bezerra).
AGRADECIMENTOS
Este é o momento de agradecer a todos que contribuíram para que chegasse até aqui,
pessoas queridas que sempre estiveram presentes ao longo dessa caminhada. Afinal agradecer
é reconhecer que sozinhos não chegamos a lugar algum.
Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me permitido chegar até aqui, pelo seu
sustento e força, por todos os seus benefícios feitos a mim.
Aos meus queridos pais Leila e Ananias, pelo carinho e incentivo nos momentos
exatos.
Ao meu amado esposo Davi, por toda sua compreensão e auxílio nos momentos
difíceis.
A estas pessoas especiais e fundamentais em minha vida, o meu muito obrigado!
" Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos
impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito." (Chico Chavier)
Lidiane A. da Silva
Ao chegar ao fim dessa trajetória onde me deparei com vários obstáculos, mas
também com grandes experiências positivas, e refletindo sobre o caminho percorrido, constato
meu amadurecimento, pessoal e acadêmico. Para chegar até esse momento que considero
como uma vitória, algumas pessoas contribuíram de forma especial, sem as quais certamente
esse trabalho teria se tonado muito mais difícil, por tudo meu profundo agradecimento.
Ao Meu Deus pela sua grande fidelidade na minha vida.
À minha Querida mãe Rejane, que foi meu braço forte que sempre acreditou em mim,
sempre esteve disponível para me ajudar em qualquer situação.
Ao meu amado e inesperado filho Renan, que caminhou comigo no ventre, a trajetória
de dois períodos da faculdade, e agora na reta final, ensaia seus primeiros passos e me
admira de seu cercadinho.
Ao meu amado e especial esposo Rinaldo, que sempre contribuiu de várias formas
para que eu pudesse alcançar meu objetivo.
Ao meu querido avô José Manoel, que foi o primeiro a acreditar na possibilidade de
ter, mas um membro da família na Universidade.
Á doce Nati, que tanto me ajudou, especialmente no período da minha gravidez, amiga
que pretendo levar por toda vida, a querida amiga Sayone e a companheira Lidiane que
esteve comigo nesta caminhada.
E por fim agradeço aos queridos professores (Charles Toniolo, Andréia Lopes, Bruno
José, Maria Márcia, Robson Roberto) que contribuíram de forma especial para minha
formação.
(Suzana S.S. Estanislau)
Agradeço a Deus que com sua infinita bondade iluminou o meu caminho, para que
conseguisse ao longo dessa jornada alcançar meu objetivo.
Aos meus pais Neuza e José pelo carinho e incentivo que sempre me deram.
A meus filhos Flavio Junior e Juliana, com muito amor e carinho, por entender os
momentos de ausência.
A meu marido Flávio, pelo incentivo que sempre recebi e as palavras de total apoio.
(Valdemira da S. Bezerra)
“A auto-suficiência é incompatível com o
diálogo. Os homens que não têm humildade ou
a perdem, não podem aproximar-se do povo.
Não podem ser seus companheiros de
pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz
de sentir-se e saber tão homem quanto os
outros, é que lhe falta ainda muito que
caminhar, para chegar ao lugar de encontro,
não há ignorantes, nem sábios absolutos: há
homens que, em comunhão, buscam saber
mais.”
(Paulo Freire).
RESUMO
Através da presente monografia pretendemos examinar certos aspectos da trajetória
do Serviço Social, que cooperaram e continuam contribuindo para criação de uma visão
diversificada acerca da profissão e que lhe conferiu em dados momentos um caráter
subalterno, neste sentido entender a história e os referenciais teórico-metodológicos
construídos no decorrer da trajetória do Serviço Social, são essenciais para compreender os
desafios apresentados à profissão no contexto social da atualidade.
Compreender como se dá a inserção e atuação do Serviço Social no campo da
educação, e sua relação com as demais profissões, onde a formação profissional deve ser
repensada, com o objetivo de possibilitar uma capacitação profissional de acordo com a
dinâmica apresentada pelo mercado de trabalho, e a necessidade do trabalho interdisciplinar,
considerando que o Serviço Social é uma profissão que apresenta uma área fértil para a
contribuição do conceito interdisciplinar, pois o caráter interdisciplinar está presente no
processo de formação e produção profissional do Assistente Social.
Palavras-chave: Serviço Social, Educação, Interdisciplinaridade.
ABSTRACT
Through this thesis we intend to examine certain aspects of the trajectory of Social
Service, who cooperated and continue to contribute to creating a diverse view on the
profession and conferred on data subaltern character moments in this sense to understand the
history and the theoretical and methodological constructed during the course of social Service,
are essential for understanding the challenges presented to the profession in today's social
context.
Understand how the integration and performance of Social Work in the field of
education and its relation to other professions where training must be rethought, with the
objective of providing a professional training according to the dynamics presented by the
labor market and the necessity of interdisciplinary work, considering that Social Work is a
profession that provides a fertile area for the contribution of the interdisciplinary concept,
because the interdisciplinary character is present in the training process and production
professional Social Worker.
Keywords: Social Work, Education, Interdisciplinarity.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1- Entendimento sobre o Serviço Social ............................................................. 51
Gráfico 2 - A importância do Serviço Social na educação.............................................. 53
Gráfico 3 - Concepções acerca das atribuições do Assistente Social............................... 54
Gráfico 4 - Classificação do atendimento aos usuários.................................................... 56
Gráfico 5 - Percepção do que é fundamental para intervenção do Serviço Social........... 57
Gráfico 6 - Atividades que poderiam ser desenvolvidas pelo Serviço Social................. 58
Gráfico 7 - O trabalho do Serviço Social é de forma interdisciplinar.............................. 60
Gráfico 8 - Concepção sobre interdisciplinaridade .......................................................... 60
Gráfico 9 - Principais contribuições do Serviço Social para a equipe interdisciplinar .... 62
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12
1 CAPÍTULO I - O PROBLEMA ........................................................................ 13
1.1 Apresentação do Problema................................................................................... 13
1.2 Relevância do Estudo............................................................................................ 15
1.3 Objetivos do Estudo.............................................................................................. 16
1.3.1 geral........................................................................................................................ 16
1.3.2 específicos............................................................................................................... 16
2 CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA............................................... 18
2.1 Breve Histórico do Serviço Social e suas Concepções........................................ 18
2.1.1 A gênese do Serviço Social e suas perspectivas ................................................. 22
2.2 Processo de Trabalho e Serviço Social ................................................................ 26
2.2.1 Trabalho e Serviço Social na contemporaneidade............................................. 29
2.3 A Política de Educação Brasileira: Breve Histórico .......................................... 31
2.3.1 Educação infantil................................................................................................... 35
2.3.2 A inserção do Serviço Social na educação e sua prática profissional............... 38
2.4 Interdisciplinaridade ............................................................................................ 41
2.4.1 Serviço Social e Interdisciplinaridade................................................................. 44
2 CAPÍTULO III – A PESQUISA DE CAMPO ................................................... 49
3.1 Metodologia ........................................................................................................... 49
3.1.1 Tipo de Pesquisa.................................................................................................... 49
3.1.2 Universo/Amostra ................................................................................................. 50
3.1.3 Instrumento/Procedimento .................................................................................. 50
3.2 Análise de Dados ................................................................................................... 52
3.2.1 Categoria I - Entendimento Acerca do Serviço Social...................................... 52
3.2.2 Categoria II- Entendimento Sobre Interdisciplinaridade................................. 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 67
ANEXO A – Roteiro de entrevista com os profissionais da equipe interdisciplinar
do CCAIC....................................................................................................................... 71
ANEXO B – Termo de autorização para realização das entrevistas ............... 72
12
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso é fruto das experiências adquiridas através
do estágio na Creche e Centro de Atendimento à Infância Caxiense (CCAIC) do Parque
Muísa, situada no município de Duque de Caxias.
A elaboração desta pesquisa é de suma importância, pois visa buscar maior exploração
do tema, o que contribui para ampliação deste, não apenas na categoria profissional, mas
também no processo de formação de novos profissionais.
No primeiro capítulo será exposto o problema em questão, onde será apresentada a
instituição campo de estágio, salientando a relevância e os objetivos desta pesquisa.
No segundo capítulo, com o intuito de esclarecer e enriquecer a análise sobre o tema
será feita uma breve discussão sobre os principais fatores que levaram a consolidação do
Serviço Social como uma profissão legitimada, bem com a sua inserção em diferentes áreas.
Em relação à área da educação, abordaremos as suas atribuições e contribuições dos
Assistentes Sociais para este segmento, isto levando em consideração as mudanças ocorridas
no sistema educacional brasileiro.
Também abordaremos o vínculo do Serviço Social com a interdisciplinaridade, como
se dá seu dialogo com as demais profissões, como sua intervenção contribui para a dinâmica
do processo educacional e como os demais profissionais enxergam a atuação do Serviço
Social no âmbito escolar.
No terceiro momento para maior aprofundamento e compreensão do tema em questão,
foram realizadas entrevistas de forma semiestruturada, com perguntas abertas e fechadas,
com alguns profissionais do CCAIC, e através da apreciação dos materiais colhidos será feita
apresentação da análise dos dados obtidos.
13
CAPITULO I - O PROBLEMA
1.1 Apresentação do Problema
O Serviço Social a muito se constituiu como profissão, e como tal passou por
inúmeras transformações ao longo dos anos. A monografia a ser apresentada ao curso de
graduação em Serviço Social da Universidade Unigranrio, toma por base elementos reflexivos
desenvolvidos no processo de formação. E busca, través da articulação de saberes, fazer uma
análise da realidade social contemporânea, acerca do fazer profissional do Assistente Social
em determinada área, neste caso especificamente a educação.
O presente trabalho justifica-se através da importância e ampliação do conhecimento
em relação à categoria profissional. A partir da inserção no campo de estágio, pode-se
verificar o processo de trabalho do Serviço Social na instituição bem como conhecer os
instrumentos e técnicas que fazem parte da sua atuação, o que permitiu o contato com a
realidade, sendo possível somar teoria e prática.
E com base nas experiências adquiridas através da inserção no campo estágio,
levantou-se a questão acerca do trabalho e atividades realizadas pelo Assistente Social na
instituição. Por se tratar de uma equipe interdisciplinar, entende-se que é de suma importância
debater (ou pensar) sobre o tipo de concepção que os diferentes profissionais da instituição
possuem sobre o Serviço Social. É importante verificar como estes enxergam a profissão, qual
a importância que dão para o Assistente Social e consequentemente a suas ações, se
concordam em dividir o planejamento e a execução das atividades, bem como identificar sua
real compreensão sobre a atuação do Serviço Social no âmbito da creche.
Desta forma, foi elaborada esta pesquisa, que se refere à visão acerca do trabalho
realizado pelo Serviço Social para equipe interdisciplinar da Creche e Centro de Atendimento
à Infância Caxiense (CCAIC), localizada no bairro Parque Muísa, em Duque de Caxias. A
instituição CCAIC teve seu início a partir da atuação do mutirão contra a desnutrição
materno-infantil, pelo direito a infância, coordenado pelo bispo D. Mauro Morelli, que deu
origem as políticas públicas municipais na área da segurança alimentar e nutricional em
Duque de Caxias.
Sediado na Câmara Municipal, o mutirão levou o próprio poder legislativo local, a
votar uma emenda orçamentária com recursos do poder executivo municipal destinado ao
sistema de vigilância alimentar e nutricional - SISVAN. O então prefeito na época,
14
Washington Reis criou o primeiro Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de assessorar e gerenciar as políticas
públicas municipais no setor.
Sendo assim o governo municipal decidiu criar a Creche e Centro de Atendimento à
Criança Caxiense (CCAIC). A instituição possui a finalidade de reduzir o número de crianças
com idade entre 1 e 5 anos com risco nutricional ou desnutrição grave, a instituição tem
como objetivo constituir-se como um centro de referência para a questão alimentar e
nutricional.
Falando especificamente da instituição no Parque Muísa, esta foi inaugurada em 16 de
junho de 2004, na época se chamava Portal do Crescimento - Parque Muísa, entretanto no ano
de 2007 houve alteração no nome e até hoje se chama Creche e Centro de Atendimento à
Infância Caxiense – CCAIC. Inicialmente a instituição foi dirigida pela professora Sandra
Regina Alves Pequeno Correia, que visava prestar um atendimento em torno dos eixos: saúde,
educação e assistência. No período de inauguração a instituição tinha o quadro de
funcionários constituído por: Diretora, Orientadora Educacional, Orientadora Pedagógica e
estimuladoras.
O espaço físico consiste em uma residência que foi comprada e adaptada para a
finalidade de creche-escola. E atualmente a equipe técnica da instituição é interdisciplinar e é
composta por: Professoras (passaram a integrar a equipe em 2005), Nutricionista, Assistente
Social, Orientador pedagógico, Técnica em enfermagem, Auxiliar administrativo, Cozinheira,
Auxiliar de cozinha, Porteiro, Auxiliar de serviços gerais, Estimuladoras materno-infantil,
Diretora, Motorista. A instituição presta atendimento para crianças que moram no bairro e nas
localidades próximas e são inseridas na creche através de seleções feita pelo Mutirão de
combate à desnutrição materno-infantil e posteriormente avaliadas por profissionais da
Secretaria Municipal de Saúde.
O CCAIC fornece alimentação adequada e balanceada para as crianças com intuito de
contribuir para superação do quadro de desnutrição ou risco nutricional, além de desenvolver
atividades pedagógicas baseadas na Política Nacional de Educação Infantil. E além dos
trabalhos realizados com as crianças a instituição conta com programas e projetos de geração
de renda e fornecimento de cesta básica alimentar às famílias das crianças matriculadas.
Embora constituído como uma creche, a instituição atua também no campo da
educação, saúde e assistência social. Sua relação com a educação está presente nas atividades
pedagógicas que visam o desenvolvimento psicomotor e cognitivo das crianças. A ação
15
relacionada com a saúde se demonstra na preocupação com a recuperação do peso das
crianças através de uma alimentação regrada e própria para elas, já em relação à assistência
social seu trabalho se dá através do acompanhamento realizado com as famílias dos alunos da
creche.
Na instituição CCAIC, o Serviço Social sempre existiu dentro do local, tendo como
principal foco viabilizar o acesso das crianças e suas famílias a serviços bem como
proporcionar a garantia e efetivação de seus direitos, e entende-se que para se executar e
efetivar o trabalho:
“Não basta prefigurar idealmente o fim da atividade para que o sujeito realize o trabalho; é preciso que
ele reproduza, também idealmente, as condições objetivas em que atua (a dureza da pedra etc.) e possa transmitir
a outrem essas representações.” (NETTO; BRAZ, 2007, p.33).
As leis que respaldam a atuação do profissional são: Constituição Federal 1988 artigo
208-IV, Lei Orgânica da Assistência Social, Sistema Único de Assistência Social, ECA,
LDB/96, PNE/200, Lei de Segurança Alimentar e Nutricional e o Projeto Político Pedagógico
do CCAIC, que é construído anualmente.
O trabalho do Assistente Social na instituição consiste em: entrevista social com as
famílias, levantamento do perfil das famílias, atendimento individual as famílias, reuniões
periódicas (grupo de família), interlocução com redes de serviços, busca por parcerias com
recursos locais, realização de visitas domiciliares, esclarecimento, orientação e
encaminhamento em consonância com os direitos sociais existentes, elaboração de relatórios e
pareceres, realização de dinâmica de grupos, realização de palestras e eventos conforme
necessidades detectadas a partir da coleta de dados, informações quanto o acesso aos
programas disponíveis nas políticas sociais, elaboração de projetos e participação em reuniões
em outras instituições.
1.2 Relevância do Estudo
Considera-se a elaboração do estudo de suma importância, pois através deste será
possível identificar qual a visão que os profissionais da instituição possuem sobre o Serviço
Social. O estudo não será apenas importante para o profissional de Serviço Social, terá
16
impacto em diferentes áreas, contribuindo também para a instituição Unigranrio, a instituição
CCAIC e para os usuários.
Em relação à universidade Unigranrio, que é um local de formação e interfere nas
relações sociais, é importante uma pesquisa sobre este tema, pois irá contribuir para
enriquecer e construir reflexões e conhecimentos acerca da atuação do Serviço Social no
sistema escolar.
Para a instituição servirá como avaliação do trabalhado que vem sendo realizado pela
equipe, além de privilegiar o papel dos diferentes profissionais que integram a equipe
interdisciplinar do local.
Contribuirá para o Serviço Social permitindo uma releitura do profissional acerca de
sua postura e ações, bem como compreender como é visto pelos demais profissionais, o que
proporcionará um melhor posicionamento do Assistente Social em relação a sua atuação, e
ampliação do seu processo de trabalho no âmbito educacional.
Para os usuários a contribuição desse trabalho é trazer uma melhor compreensão do
papel do Assistente Social na instituição, e a partir do entendimento e análise do trabalho dos
profissionais do Serviço Social, garantir que as intervenções realizadas sejam mais eficazes,
atendendo as demandas dos usuários.
A viabilidade da pesquisa se dá pelo fácil acesso a bibliografia sobre o Serviço Social
na educação, disponível, por exemplo, na biblioteca da faculdade Unigranrio, ao acesso a
instituição, o que possibilitará melhores condições para execução da pesquisa.
1.3 Objetivos do Estudo
1.3.1 Objetivo geral
Analisar a visão acerca do Serviço Social para os profissionais que integram a equipe
interdisciplinar do CCAIC em Parque Muísa
1.3.2 Objetivos específicos
• Verificar a contribuição do Serviço Social na instituição.
• Identificar a concepção dos profissionais acerca do Serviço Social.
• Verificar o trabalho em equipe realizado na instituição.
• Identificar as dificuldades encontradas pelo Assistente Social para execução de suas
17
atividades.
18
CAPÍTULO I I-REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Breve Histórico do Serviço Social e suas Concepções
O surgimento do Serviço Social é marcado pela consolidação do sistema capitalista
Monopolista, e para compreendermos sua gênese é necessário entendermos que toda prática
profissional e seu fortalecimento está vinculada ao processo histórico da sociedade, e das
relações sociais, neste caso dos conflitos sociais e sua relação com o Estado. A história do
Serviço Social está intrinsecamente ligada à história da sociedade brasileira, a profissão está
inserida na divisão social do trabalho, e no decorrer de seus processos históricos vai
alcançando representações diversas no campo profissional, que irão refletir na imagem
profissional.
A profissão ao longo da história adquiriu várias características, o Serviço Social só
vem a ser reconhecido como profissão a partir da sua inserção nas instituições públicas e
privadas. O Assistente Social é considerado como profissional liberal, e seu fazer profissional
não está vinculado diretamente à produção material, mas a reprodução das relações sociais,
criando condições essenciais para essa reprodução.
Nessa perspectiva, a reprodução das relações sociais é entendida como a reprodução
da totalidade da vida social, o que engloba não apenas a reprodução da vida material
e do modo de produção, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das
formas de consciência social através das quais o homem se posiciona na vida social.
Ou seja, a reprodução das relações sociais, “como a reprodução do capital permeia
as várias ‘dimensões’ e expressões da vida em sociedade” (IAMAMOTO;
CARVALHO, 1995, p. 65).
No decorrer deste item pretendemos examinar certos aspectos da trajetória do Serviço
Social, que cooperaram e continuam contribuindo para criação de uma visão diversificada
acerca da profissão e que lhe conferiu em dados momentos um caráter subalterno. Neste
sentido entender a história e os referenciais teórico-metodológicos construídos no decorrer da
trajetória do Serviço Social, é essencial para compreender os desafios apresentados à
profissão no contexto social da atualidade.
A institucionalização da profissão de Serviço Social na sociedade capitalista se reflete
em um contexto contraditório entre as classes sociais divida entre burguesia e proletariado, e
nos países industrializados, essa institucionalização está ligada a intervenção progressiva do
Estado nas expressões da questão social.
19
Originalmente a questão social foi constituída em torno das transformações
econômicas, políticas e sociais ocorridas na Europa do século XIX, devido à industrialização,
relacionada ao pauperismo. De acordo com Pereira (2003, p.115) está divida em três aspectos:
a) O empobrecimento agudo da classe trabalhadora, produzido pelo peculiar modo
de exploração burguesa; b) A consciência dessa classe da condição de exploração; c)
A luta política desencadeada por essa classe contra os opressores, a partir dessa
consciência;
A pobreza resultante desse processo não é em si, a questão social. Ela é a pré-
condição estrutural da questão social, que para ser explicitada como tal, precisou ser
politicamente problematizada por atores sociais dotados de poder de pressão e
capacidade de ameaçar a coesão do sistema.
Inicialmente essa questão foi levantada com a tomada de consciência da sociedade, ou
parte dela, dos problemas decorrentes do trabalho urbano e da pauperização como fenômeno
social. Hoje entende-se que a questão social é a expressão das desigualdades e lutas sociais
em suas múltiplas manifestações com todos os segmentos sociais envolvidos, sendo
consideradas como maiores expressões da questão social a pobreza e a violência.
A “Questão Social” refere-se a uma apropriação fundamental sobre a qual uma
sociedade vivência seu processo de coesão social enquanto tenta eliminar o risco de
sua fratura, pondo em questão a capacidade de uma sociedade existir como um
conjunto ligado por relações de interdependência.
A questão social assim qualificada foi suscitada no início do século XIX não só pela
existência efetiva, real, de condições desumanas de vida e de trabalho do
proletariado emergente no bojo do moderno processo de industrialização, mas
também pela tomada de consciência e reação dessa classe contra essas condições.
(PEREIRA. 2004, p. 112)
A questão social é o embate político estabelecido por sujeitos coletivos que,
problematizam necessidades e demandas sociais contra a classe dominante, dividindo a
sociedade em duas classes, é o conflito entre capital x trabalho, burguesia x proletariado; logo
a luta por direitos sociais que, uma vez conquistados, serão regulados pelo Estado na forma de
políticas sociais, os quais se desdobrarão em serviços, programas e projetos sociais.
O surgimento do Serviço Social e sua especialização acerca do trabalho coletivo está
vinculado a emersão da questão social, a profissão surge com o objetivo de conter a classe
trabalhadora e garantir a produção do capital, principalmente no fordismo kenesyanismo, a
questão social é a matéria-prima essencial da relação profissional do Serviço Social e a
realidade social.
20
[...] a identidade atribuída ao Serviço Social pela classe dominante era uma síntese
de funções econômicas e ideológicas, o que levava a uma produção de uma prática
que se expressava fundamentalmente como um mecanismo de reprodução das
relações sociais de produção capitalista, como estratégia para garantir a expansão do
capital. (MARTINELLI. 2009, p. 124)
O Serviço Social tem sua institucionalização no interior da divisão capitalista do
trabalho e colaborando para a implementação de políticas sociais efetuadas por organizações
públicas e privadas, operando forma instrumental para o controle social, seu papel é de
influenciar a conduta e vida dos trabalhadores. Diante da situação social com o crescimento
do pauperismo da população o Serviço Social atua como mediador de conflitos. Porém seu
posicionamento é em favor dos interesses do capitalismo e suas ações encontram respaldo na
teoria positivista, onde o papel da profissão era adequar os indivíduos considerados como
desajustados, e garantir a harmonia social.
No cenário brasileiro, a institucionalização do Serviço Social tem algumas
particularidades, pois sua legitimação profissional se dá a partir dos interesses do Estado, da
burguesia e da Igreja Católica, com o objetivo de intervir nas expressões da questão social. Na
década de 1930 a regulação dos conflitos entre as classes sociais é assumida pelo Estado, que
como estratégia de enfrentamento cria um conjunto de iniciativas conforme destaca Yazbek :
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Salário Mínimo e outras medidas de
cunho controlador, assistencial e paternalista. Ao reconhecer a legitimidade da
questão social no âmbito das relações entre capital e trabalho, o governo Vargas
buscou enquadrá-la juridicamente, visando à desmobilização da classe operária e a
regulação das tensões entre as classes sociais. Como mostra Ianni (1990), o Estado
brasileiro transformou a questão social em problema de administração,
desenvolvendo políticas e agências de poder estatal nos mais diversos setores da
vida nacional. (2009, p.25).
O Serviço Social, no inicio, possuía um caráter de filantropia, não apresentava um
perfil profissional, e permaneceu dessa forma durante um longo período e posteriormente veio
a ligar-se aos dogmas da doutrina social da Igreja Católica. A formação profissional em sua
fase emergente sofreu grande influência da Igreja Católica, que nesse período era responsável
por criar um ideal, conteúdos e processo de formação dos primeiros profissionais do Serviço
Social no Brasil. Em 1932 foi criado o (CEAS) Centro de Estudos e Ação Social, essa
entidade posteriormente fundou a primeira Escola de Serviço Social do país. O objetivo do
CEAS era divulgar a ação social e doutrina da igreja católica, neste período tentava manter
21
sua hegemonia, a partir das orientações e diretrizes da Rerum Novarum e do Quadragésimo
Anno, encíclicas papais que se posicionavam como antissocialista e antiliberal.
22
De acordo com o pensamento social da igreja a questão social era considerada como
uma questão moral, os problemas sociais deveriam ser considerados como problemas
individuais dos sujeitos, apesar de situados no contexto da sociedade capitalista, o Serviço
Social era orientado pela igreja católica sua ação era individualista, psicologizante e
conservadora. O Serviço Social no Brasil através da sua relação com a igreja católica
fundamentou seus primeiros objetivos político-sociais, e a partir dessa relação à profissão
assume um caráter humanista e conservador, e que se baseavam também na caridade e do
assistencialismo.
A forma de intervenção do Serviço Social junto aos usuários neste período histórico
era direcionada a educação religiosa e familiar, a vigilância, a repreensão e os valores
espirituais também faziam parte de sua intervenção, reproduzindo os conceitos aprendidos em
sua formação profissional. A formação profissional baseada nos valores da Igreja Católica,
também era interessante para o Estado e para o capital, que sofriam pressão pela classe
trabalhadora por direitos sociais, o Serviço social se tornou um instrumento de controle social,
em favor dos interesses da classe dominante.
Com o favorecimento à industrialização o desenvolvimento e a criação de instituições
estatais, se tem a necessidade de manter o controle social. Especialmente na década de 1940
quando o Estado começa a agir como regulador das relações sociais e a intervir nas relações
produtivas, atuando como mediador e contribuindo para a acumulação capitalista, como no
atendimento as reivindicações e necessidades sociais das classes menos favorecida.
[...] na história social da organização da própria sociedade brasileira, que se gestam
as condições para que, no processo de divisão social e técnica do trabalho, o Serviço
Social constitua um espaço de profissionalização e assalariamento. Como mediação,
neste processo, o Serviço Social vai se inserir, obtendo legitimidade no conjunto de
mecanismos reguladores, no âmbito das políticas socioassistenciais, desenvolvendo
atividades e cumprindo objetivos que lhe são atribuídos socialmente e que, como
assinalamos anteriormente, ultrapassam sua vontade e intencionalidade [...]. A
profissão amplia sua área de ação, alarga as bases sociais de seu processo de
formação, assume um lugar na execução das políticas sociais emanadas do Estado e,
a partir desse momento, tem seu desenvolvimento relacionado com a complexidade
dos aparelhos estatais na operacionalização de Políticas Sociais. (YAZBEK, 2009
p.9,10)
Diante da realidade social apresentada, emergente pobreza da população, e as
demandas do desenvolvimento industrial, o Serviço Social se apropriava da teoria positivista,
para respaldar sua prática profissional que minimizava os conflitos, e adequava os sujeitos
desajustados à sociedade. Nesta direção surge o debate sobre necessidade do reconhecimento
23
científico e a legitimação de sua prática profissional, demonstrando também a necessidade de
laicizar a prática social.
2.1.1 A gênese do Serviço Social e suas perspectivas.
De acordo com Carlos Montano (2000) existem duas perspectivas evidentemente
contrárias sobre a gênese do Serviço Social: A primeira perspectiva é a Endogenista que
conjectura a origem da profissão, com o desenvolvimento, profissionalização e organização
de formas anteriores de ajuda, filantropia e caridade. A segunda perspectiva é a Histórico-
Critico que compreende o surgimento da profissão como um produto extraído dos projetos
políticos e econômicos, que agiram em seu progresso histórico no momento em que o Estado
cria respostas para conter a questão social.
Referente à primeira perspectiva, vários autores tratam do assunto, porém Herman
Kruse apresenta o Serviço Social como aplicador de teorias, uma maneira de prestar ajuda, ou
ainda, respectivamente como prática sociológica, para o autor José Lucena Dantas o
tradicionalismo do inicio da profissão passa por etapas.
Dessa forma o modelo assistencialista, determina que tais práticas, são anteriores a
profissão de Serviço Social, datando modelos dessas praticas na idade média no século XIX.
Conforme Balbina Ottoni Vieira (1977, p.82):
“O Serviço Social está presente nas sociedades desde as origens da humanidade, através dos atos de prevenção
dos males sociais e promoção do bem-estar. Assim, a ajuda ao próximo, pode ser em qualquer de suas
dimensões, caridade, filantropia ou Serviço Social”.
Os diversos autores apresentam de formas diferenciadas a mesma tese, a de que o
Serviço Social é a profissionalização, organização e sistematização da caridade; não
considerando a história da sociedade como objeto fundamental para o desenvolvimento da
profissão, que é compreendida a partir de si própria, desconsiderando suas relações sociais e
os conflitos de classe.
“O assistente social é solicitado tanto pelo caráter propriamente técnico-especializado de suas ações, senão,
antes e basicamente, pelas funções de cunho educativo, moralizador e disciplinador [...] o assistente social
aparece como profissional da coerção e do consenso, cuja ação recai no campo político” (IAMAMOTO, 2008,
P.145).
24
A segunda perspectiva, histórico-critica, entende que o Serviço Social representa um
papel visivelmente político, exerce uma função que não se explica por si mesma, mas sim pela
posição em que se insere na divisão sociotécnica do trabalho. Nesta perspectiva a profissão é
entendida como produto da história, sendo assim, sua relação depende da dinâmica entre a
classe dominante e os trabalhadores; e a relação do Estado com o antagonismo das classes
sociais; o enfrentamento da questão social; e criação de políticas sociais.
José Paulo Netto (1997, p. 93) afirma que:
É na interseção de processos econômicos, sociopolíticos e teórico-culturais que
ocorrem na ordem burguesa, no capitalismo da idade dos monopólios, que se gestam
as condições para emergência do Serviço Social como profissão na Europa. A
formulação e a implementação das políticas públicas, próprias desta fase da ordem
socioeconômica, estimulam a criação de novas profissões especializadas, entre as
quais o Serviço Social surge ocupando uma posição subordinada na divisão sócio-
técnica do trabalho, vinculado à execução terminal das políticas sociais.
Considerando esses aspectos, o surgimento da profissão ocorre devido à necessidade
do Estado e da classe dominante manter a hegemonia do sistema capitalista. Outro marco da
profissão que é destacada por vários autores é o caráter de subordinação, entre os elementos
que contribuem para essa subordinação da profissão Montano (2000) destaca dois aspectos:
O primeiro destaca o Serviço Social como uma profissão elevadamente feminina, que
se insere nas sociedades dominadas e marcadas por paradigmas machistas e patriarcais. Para
mais, o Serviço Social é estigmatizado por exercer uma função auxiliar, no que se refere à
assistência à população pobre, como profissional subordinado a outros profissionais, portanto
não era visto como profissional que toma decisões, que traça objetivos referente às políticas
sociais e os recursos necessários para sua execução, o profissional de Serviço Social era visto
como executor das decisões de outros profissionais e, visualizava a realidade a partir do olhar
também de outros profissionais, porém, no decorrer de sua trajetória profissional essa
característica foi sendo revista e para a categoria tem sido deixada para trás.
A segunda questão que trata Montano é o entendimento a respeito do Serviço Social
como profissão não necessitar de produção científica, precisa apenas se apropriar do conjunto
de teoria das ciências e sua aplicação da prática, essa separação entre teoria e métodos, é algo
radical e constitui o “praticismo” do Serviço Social.
Segundo Rosa Trindade (2001), no decorrer do percurso profissional a produção
sociológica nos Estados Unidos, não permite a análise dos fenômenos da sociedade que eram
25
considerados como desvios do indivíduo. Estudava apenas as possibilidades de adequação dos
trabalhadores ao tipo de organização da sociedade burguesa, utilizando como base os métodos
de Mary Richomond com sua produção referente ao tratamento das práticas individuais de
assistência. Também tinha como base a teoria de Gordon Hamilton que desenvolveu o
Serviço social de Casos que possuía um caráter psicologizante, formado por estudos,
diagnósticos e tratamento, esses autores enfatizavam a lógica do ajuste social, ou seja, os
trabalhadores precisavam ser ajustados às normas da sociedade capitalista.
O Serviço social em sua fase de institucionalização desenvolvia com base na teoria de
Mary Richomond e Gordon Hamilton a abordagem grupal, principalmente nas décadas de
1950 e 1960, onde essas teorias eram utilizadas como base para o desenvolvimento de
comunidade, Rosa Trindade (1991, p. 32) aponta que:
Sob as influências da Psicologia e da Psicanálise, o Serviço Social de grupos passa a
ser utilizado de forma geral para solução de problemas pessoais de relacionamento e
socialização. A perspectiva de grupos proporcionaria um autodesenvolvimento dos
indivíduos e a possibilidade de se ajustarem às normas e valores sociais vigentes. Os
trabalhos sociais de caráter comunitário desenvolvem-se através de processos de
mobilização e organização de grupos de população, a fim de promover o
desenvolvimento econômico-social de pequenas localidades. A intenção é melhorar
o meio, as condições imediatas, deixando de centrar-se apenas nas mudanças
comportamentais do indivíduo e da família.
A partir da década de 1970 o Serviço Social começa discutir sobre outro tipo projeto
profissional e societário, isso se dá a partir da aproximação da teoria marxista. Esse debate
acontece ao mesmo tempo em que as correntes tradicionais e conservadoras do Serviço Social
discutem sobre sua pratica baseada nos conteúdos dogmáticos da Igreja católica e no
estrutural funcionalismo.
Segundo Rosa trindade (2001) com base nos documentos de Araxá e Teresópolis se
verifica que as primeiras formulações para o projeto profissional modernizador, destacava as
limitações da pratica profissional tradicional, porém procurava a renovação do Serviço Social,
com base nas novas demandas postas pelo Estado através das praticas desenvolvimentistas.
Esse caráter modernizador apontado pelo Documento de Araxá de 1967:
“Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela ação junto a indivíduos com
desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais
inadequadas”. (CBCISS, 1986, p.24).
26
A intervenção profissional fundamentada na teoria estrutural-funcionalista passa a ser
questionada por vários setores no interior da categoria profissional no fim dos anos 1970. A
década de 1980 é marcada por um efervescente clima político, discussão e luta em favor da
redemocratização do Brasil, é também nesse período que um movimento com maior força,
luta pela renovação da profissão de Serviço Social, já que nos anos anteriores devido ao
processo ditatorial essa parcela da profissão não tinha força nem liberdade para por seu
projeto em disputa com o conservadorismo.
É posta em questão toda a base profissional constituída até esse momento, significante
parcela da profissão tem a necessidade de intervir de forma critica na realidade social, e a
partir desse movimento surge a possibilidade de criar uma nova postura profissional voltada
para o interesse da classe trabalhadora, trazendo o questionamento da estrutura econômico-
social como definidora da questão social.
A intervenção profissional se direciona para uma abordagem coletiva, com objetivo de
mobilizar a população para reivindicar direitos sociais. Referente ao campo da teoria os
profissionais se apropriaram da teoria marxiana utilizando suas fontes originais, procurando
aprofundar-se nos estudos de Marx para compreender as questões específicas do Serviço
Social e seu objeto de intervenção que é a questão social.
Na década de 1990 o capitalismo destaca algumas necessidades e medidas de caráter
político, econômico e ideológico, com a finalidade de superar as constantes crises. A
efetivação do modelo Neoliberal de atuação do Estado resulta no controle dos gastos sociais,
que passam a ser aplicados de forma residual e pontual, trazendo novos desafios para a
profissão. É nesse período que o Serviço Social começa a adquirir maturidade intelectual,
definindo um direcionamento social para sua prática, que está presente no Código de Ética
Profissional e no Projeto Ético Político.
Ao longo de sua história a profissão adquiriu diversas teorias que embasam sua
prática, e é importante destacar que embora surja uma nova perspectiva no contexto social,
não significa anular as teorias já existentes, ainda que a nova perspectiva se torne hegemônica
no âmbito da profissão. Dessa forma o fato da perspectiva histórico-critica ser considerada
como hegemônica, não descarta o fato de que as perspectivas tradicionais e conservadoras
ainda são mantidas por determinados profissionais.
2.2 Processo de Trabalho e Serviço Social
27
A profissão de Serviço Social tem seu reconhecimento na sociedade na proporção em
que é socialmente necessária e exigida por determinado grupo social. É uma profissão que
atualmente faz parte da especialização do trabalho coletivo, e está inscrita na divisão social e
técnica do trabalho, porém não é predominante entre as atividades ligadas diretamente ao
processo de criação de produtos e valores. Embora o Serviço Social não seja reconhecido
como ciência, isso não quer dizer que a profissão não produza conhecimento, sua atuação está
totalmente ligada à produção e reprodução social.
“enquanto profissão, não dispõe de uma teoria própria, nem é uma ciência; isto não impede, entretanto, que seus
profissionais realizem pesquisas, investigações etc. e produzam conhecimentos de natureza teórica, inseridos no
âmbito das ciências sociais e humanas”. (NETTO 1999, p. 102)
Em relação ao processo de produção capitalista, o Serviço Social não produz
mercadorias, porém atua como facilitador indispensável na produção de mercadorias para o
capital. Diante disto surge no âmbito da categoria a questão que é debatida por vários autores,
se o Serviço Social pode ser considerado como trabalho ou não.
Para que possamos entender os processos sociais e as questões que envolvem o
Serviço Social em relação à categoria trabalho, primeiramente é preciso verificar o contexto
histórico da sociedade, compreendendo assim o desenvolvimento do homem e suas relações
sociais. A história do trabalho tem sua origem no momento em que o homem foi buscar
maneiras de suprir suas necessidades para produção de sua vida material, essa produção se
relacionava à busca do alimento, na proporção em que sua satisfação é alcançada, surgem
outras necessidades que se ampliam a outros homens gerando assim as relações sociais
responsáveis por definir a condição histórica do trabalho.
A partir do momento que o homem com seu trabalho transforma a natureza,
transforma também o seu sujeito e foi através de várias mudanças ocorridas nas sociedades
que surgiu o ser social, capaz de se comunicar e se expressar através da fala, planejar e
realizar atividades de modo reflexivo, consciente e autoconsciente, os homens deixaram de
viver única e exclusivamente pelos seus instintos, adquirindo hábitos e atitudes que
consolidaram a vida social.
Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo
em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo
com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força
28
natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade,
braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma
útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza
externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza.
(MARX, 1996, p. 29)
Para produzir e reproduzir as condições de vida e de produção são instituídas relações
mútuas entre os homens, através da ação transformadora da natureza, ou seja, através da
produção de mercadorias. A produção social é indispensavelmente histórica, trata-se da
relação social entre pessoas e classes sociais que representam determinada posição
econômica.
“Os seres sociais tornaram-se mediados entre si e combinados dentro de uma totalidade social estruturada,
mediante um sistema de produção e intercâmbio estabelecido.” (ANTUNES, 2006, p.19)
A produção no processo capitalista se apresenta como uma forma histórica que
determina a forma de produção e reprodução das condições materiais de vida e das relações
sociais que conduzem a produção. Para o capitalismo trabalho é a mercadoria que produz
valor, como o trabalhador é livre pode vender sua força de trabalho como quiser, porém essa
liberdade significa que esse trabalhador não possui os meios de produção restando-lhe apenas
sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência. O capitalista é o dono dos meios de
produção e, é ele que regulamenta essa venda através do contrato de trabalho, onde em troca
do salário o trabalhador vende sua energia, sua força de trabalho; durante a jornada de
trabalho o indivíduo produz valor, mais do que o valor pago pela produção, gerando assim a
mais-valia.
“O capitalista, mediante a compra da força de trabalho, incorporou o próprio trabalho, como fermento vivo, aos
elementos mortos constitutivos do produto, que lhe pertencem igualmente” (MARX, 1996, p. 304).
Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de forças de trabalho do homem no sentido
fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato
gera o valor da mercadoria. E, todo trabalho é, por outro lado, dispêndio de força de
trabalho do homem sob forma especificamente adequada a um fim, e nessa
qualidade de trabalho concreto útil produz valores de uso. (MARX, 1996, p.171).
Para Marx o trabalho possui um caráter duplo, o que gera valor de uso, o trabalho
concreto; e o que gera valor da mercadoria, que é o trabalho abstrato. O caráter concreto pode
ser entendido como a transformação de objetos naturais em objetos úteis com a finalidade de
29
suprir as necessidades humana esse caráter só pode ser entendido na área da produção. A
essência do trabalho concreto está totalmente vinculada ao desenvolvimento da consciência,
onde o homem deixa de apenas se adaptar ao meio ambiente e passa a transformar a natureza.
Assim o trabalho produtivo ocorre com a transformação da matéria-prima em mercadoria
gerando valor de uso ou mais- valia.
O caráter abstrato do trabalho surge a partir do século XVIII, através da estreita
relação com o capitalismo manufatureiro se fortalece na grande indústria, diante disto o
trabalho abstrato é considerado como uma categoria fundamentalmente histórica, e no
processo de acumulação capitalista gera trabalhadores necessários para a produção e valor do
capital. Os trabalhadores improdutivos realizam a redistribuição das mercadorias na esfera da
circulação, este tipo de trabalho não produz mais-valia, mas sobrevive da produção do valor
que o capital produz.
Desta forma, tanto o trabalho produtivo como o improdutivo, são necessários à
produção capitalista, o capital não pode suprimir o trabalho concreto do sistema de produção
de mercadorias e valores, nem pode eliminar o trabalho abstrato, pois o primeiro se estabelece
como atividade vital, meio fundamental da atividade humana. O segundo realiza papel
determinante na criação de valores de troca na sociedade, seu predomínio é induzido pela
lógica do capital. Através do trabalho o ser social pode, ou não, materializar sua capacidade
teleológica, presume-se então que para o processo de trabalho o homem é indispensável.
No processo de produção capitalista, o desenvolvimento das forças produtivas e das
relações sociais é determinado pelas novas necessidades sociais, que tendem a ordenar
profissionais cada vez mais qualificados para atender as demandas do capital, incluído nessa
lógica o Serviço Social.
Para Iamamoto e Carvalho (1995), o Serviço Social se organiza e se desenvolve como
profissão reconhecida na divisão social do trabalho, no cenário do desenvolvimento do
capitalismo industrial, que contribuiu para emergência de novas classes sociais, a criação e
expansão do proletariado e da burguesia industrial. O Trabalho do Serviço Social no contexto
capitalista se dá também numa relação de compra e venda de mercadorias, sendo a principal
delas a sua força de trabalho, o salário é o preço dessa mercadoria tão importante para o
capital.
é somente na ordem societária comandada pelo. monopólio que se gestam as
condições histórico-sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho,
constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como as do
assistente social. A profissionalização do serviço social não se relaciona
30
decisivamente com a “evolução da ajuda”, a “racionalização da filantropia” nem a
“organização da caridade”, vinculam-se com dinâmica da ordem monopólica. A
emergência profissional do serviço social é, em termos histórico-universais, uma
variável da idade do monopólio. E como profissão, o serviço social é indivorciável
da ordem monopólica – ela cria e funda a profissionalidade do serviço social.
(NETTO 2001, p. 82)
Percebe-se de forma clara que o trabalho é o fundamento do ser social, pois através
dele o ser humano adquiriu outras habilidades e capacidades, dentro desse contexto histórico
do trabalho existe o questionamento se o Serviço Social é ou não trabalho, já que a profissão
na sua prática não transforma a natureza, nem produz mercadoria.
Segundo Granemann (1999), o Serviço Social pode ser considerado trabalho, já que
sua ação interventiva gera transformação na natureza, e possui elementos que constituem o
processo de trabalho como: a força de trabalho e suas finalidades, instrumentos e matéria-
prima ou objeto. Para autora a ampliação da tecnologia gerou um distanciamento entre o
homem e natureza, criando uma nova forma de produzir, que defende uma relação com todos
os espaços da vida social, sendo assim, mesmo não intervindo diretamente na natureza o
Serviço Social mantém relação com ela. O capitalismo interliga todas as formas de trabalho,
ocorrendo transformação da natureza, mesmo que venham a ser mediadas por instrumentos.
“O Serviço Social sendo um trabalho, e como tal de natureza não liberal, tem nas questões sociais a base de
sustentação da sua profissionalidade e sua intervenção se realiza pela mediação organizacional de instituições
públicas, privadas ou entidades de cunho filantrópico”. (GUERRA, 2000, p.18)
2.2.1 Serviço Social na Contemporaneidade
Para que possamos analisar a profissão de Serviço Social como parte da história da
sociedade atual, precisamos ultrapassar o universo profissional, é necessário romper com a
visão endógena da profissão, que a torna prisioneira no interior da categoria.
Extrapolar o Serviço Social para melhor apreendê-lo na história da sociedade da
qual ele é parte e expressão. È importante sair da redoma de vidro que aprisiona os
assistentes sociais numa visão de dentro e para dentro do Serviço Social, como
precondição para que se possa captar as novas mediações e requalificar o fazer
profissional, identificando suas particularidades e descobrir alternativas de ação.
(IAMAMOTO, 2007 p.20)
31
O agravamento das desigualdades sociais, o empobrecimento das populações, a
exclusão social, o desemprego, a violência, a crise na proteção social, crise financeira, e o
afastamento do Estado mediante as demandas, representam inúmeros desafios para as
diferentes as profissões, em especial, para o Serviço Social.
Esse contexto de crise estrutural, determinado pelo aprofundamento da miséria e pela
degradação das políticas públicas, traz significantes transformações nos processos de
intervenção do Assistente Social e na formação profissional; exigindo mudanças efetivas,
como profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho o Serviço Social precisa ser
capaz de responder a essas necessidades sociais.
É preciso compreender como tais transformações atingem o conteúdo e a direção da
profissão, como afetam as atribuições, competências e requisitos para formação dos
Assistentes Sociais, existe a necessidade da profissão expandir os horizontes em relação ao
movimento das classes sociais e do Estado. Não perdendo ou enfraquecendo as
particularidades da profissão.
O presente cenário sociohistórico não se torna apenas um simples pano de fundo para
o trabalho profissional, ele transpõe e conforma o cotidiano da pratica profissional e da vida
dos usuários. O desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana consolidam o
sistema capitalista, gerando o agravamento das múltiplas expressões da questão social.
É no contexto da globalização mundial sobre a hegemonia do grande capital
financeiro, da aliança entre o capital bancário e o capital industrial, que se
testemunha a revolução técnico-cientifica de base microeletrônica, instaurando
novos padrões de produzir e de gerir o trabalho. Ao mesmo tempo, reduz-se a
demanda de trabalho, amplia-se a população sobrante para as necessidades médias
do próprio capital, fazendo crescer a exclusão social, econômica, politica, cultural de
homens, jovens, crianças, mulheres das classes subalternas, hoje alvo da violência
institucionalizada. (IAMAMOTO. 2007, p.18)
A atual realidade social, com sua alta complexidade, traz novos desafios ao Serviço
Social, exigindo do Assistente Social uma redefinição nos parâmetros teórico-metodológicos
e ético-políticos. E para se falar sobre o Serviço social na contemporaneidade deve se
compreender o contexto da sociedade contemporânea. Os desafios postos á categoria
profissional devem ser identificados e enfrentados com novas perspectivas crítico
propositivos de intervenção, para a construção de um projeto societário, mas cidadão e a
reafirmação do projeto ético-político da profissão.
32
Na contemporaneidade exigem-se novas características do Assistente Social, é
necessário que seja qualificado, que tenha capacidade de propor alternativas criativas,
inovadoras, que possua visão crítica.
O novo perfil que se busca construir é de um profissional afinado com a análise dos
processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em suas
manifestações quotidianas; um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o
“tempo presente, os homens presentes, a vida presente” e nela atuar, contribuindo,
também, para moldar os rumos da história. (IAMAMOTO, 2007, p.49)
O propósito de explicitação das atribuições do Assistente Social, na atualidade, deve
estar vinculado à busca dos fundamentos teórico-metodológicos e científicos de forma mais
sólida. Para que os mesmos possam orientar a atuação, ultrapassando a mera atividade
técnica, procurando resgatar, sistematizar e fortalecer o potencial inovador contido na
vivência cotidiana dos trabalhadores, criando alternativas de resistência ao processo de
dominação, consonantes com o projeto ético-político profissional. É necessário que este
compreenda o processo de trabalho no qual se insere e as alternativas ético-politicas que se
colocam ao exercício e a formação profissional crítica.
2.3 A Política de Educação Brasileira: Breve Histórico
A educação não está vinculada apenas a escola, é constituída também e, sobretudo,
como um direito social, campo de intervenção do Estado e dimensão da vida social, é através
desta que o homem deveria se instrumentalizar culturalmente, preparando-se para
transformações tanto materiais como espirituais.
A educação é a base para o desenvolvimento social, sem ela até mesmo as sociedades
mais avançadas retornariam ao estado primitivo em pouco tempo. Depende-se dela para
formar profissionais, além de oferecer uma base de conhecimento para todas as pessoas.
Contudo o que pode ser observado na realidade é contraditório, pois o sistema
educacional não emancipa os indivíduos, ao contrário, doutrina de acordo com os moldes
capitalistas, sua universalidade é restrita ao papel, a lei, pois este direito infelizmente ainda
não é para todos.
33
A escola tem como papel diante da sociedade propiciar ações para a efetivação dos
direitos sociais. Dentro deste contexto, o setor educacional deveria oferecer alternativas para
pessoas excluídas do sistema a oportunidade de se (re) integrarem através da participação,
bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e do resgate da cidadania.
A história da educação brasileira passou por rupturas muito marcantes, podendo dizer
que não houve a oportunidade de formar uma educação tipicamente brasileira, tendo em vista
que, desde seu princípio teve fortes influências de outros países, como por exemplo, a
chegada dos portugueses que trouxeram um modelo de educação europeu.
Ao longo dos anos podem-se perceber algumas mudanças na área da educação, na
década de 1920 foram realizadas diversas reformas, a nível estadual, como por exemplo, as de
Lourenço Filho, no Ceará, a de Fernando Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro).
A década de 1930 teve como principal evento a inserção do Brasil no mundo
capitalista de produção, desta forma a nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de
obra especializada e, como consequência, houve a necessidade de investir na educação; sendo
assim, a escola deste período era voltada para a expansão das indústrias, foi criado o
Ministério da Educação e Saúde Pública, e ainda nesta época foi instituída pela primeira vez
na constituição a educação como direito de todos, sendo sua ministração de responsabilidade
da família e do poder público.
Na década de 1940 alguns ramos da educação foram reformados, e tais reformas
receberam o nome de Lei Orgânica do Ensino, foi criado o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), neste período as escolas visavam atender às demandas
profissionais, o ensino era técnico.
A Política da Educação no Brasil sempre foi marcada por avanços e recuos; a primeira
metade da década de 1960 foi marcada por uma ação de movimentos de educação popular.
Segundo ARANHA (1996), os principais foram: Centros Populares de Cultura (CPC), que
surgem em 1961 e espalham-se entre 1962 e 1964. Os Movimentos de Cultura Popular (MCP)
aparecem na data de 1960, inclusive Paulo Freire pertenceu a este grupo e também ao
movimento de Educação de Base (MEB), criados em 1961 pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil. O golpe militar de 1964 desativa esses movimentos de conscientização
popular, considerados como subversivos, e penalizava os lideres. O MEB seria o único que
continuaria, apesar de diminuírem suas atividades e mudarem sua direção. Desta forma nas
décadas de 1960 e 1970 já começa a se exigir uma força de trabalho mais qualificada
tecnicamente.
34
A partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) promulgada em 1961 desaparece a
obrigatoriedade do ensino primário gratuito, prevendo também que o Estado poderia
subvencionar estabelecimentos de ensino particulares. A cooperação financeira do Estado
seria feita sob a forma de bolsas de estudos, empréstimos para a construção, reformas e
custeio na infraestrutura das escolas.
Em contrapartida esta LDB também obrigava o governo a investir 12% de sua receita
de impostos em educação, ao mesmo tempo em que desresponsabilizava o Estado pela
obrigatoriedade do ensino primário gratuito, incentivava o crescimento das instituições de
ensino particulares.
Pinto (1986) ao abordar a política educacional posterior a 1964 cita autores
renomados, como Maria Luiza de Souza, Cornely e José Pinheiro Cortez, que em seus
depoimentos revelam que a política educacional após 1964 tinha como objetivo a
implementação de uma própria política de Estado burocrático e autoritário do país, tendo
como elemento fundamental desta política a tecnocracia.
No final dos anos 1980, com o fim do Regime Militar, o debate sobre educação já
havia perdido o sentido pedagógico e assumiu um caráter político, ou seja, a educação passou
a ser vista em um sentido mais amplo, para além da sala de aula. Nesta década foi promulgada
a Constituição Federal de 1988 que procurou introduzir inovações e compromissos, entre eles
a universalização do ensino fundamental e a erradicação do analfabetismo.
No Art. 6º, da Constituição Federal, consta que a educação também constitui um dos
direitos sociais de cada cidadão. E o art. 208, § 1°, da Constituição Federal afirma que “O
acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”, e seu não oferecimento
pelo Poder Público ou sua oferta irregular implica responsabilidade da autoridade competente.
Os princípios constitucionais da educação são:
( I) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
(II) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
(III) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino;
(IV) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
(V) valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
(VI) gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
35
(VII) garantia de padrão de qualidade;
(VIII) piso salarial profissional para os profissionais da educação escolar pública.
De acordo com a Lei 9394/96 o atual sistema de ensino se divide em:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
II – educação superior.
Atualmente o sistema educacional brasileiro é respaldado pela Lei 9394/96, pelo Plano
Nacional de Educação e de acordo com a constituição e a LDB, a educação deve ser gerida e
organizada por cada nível de governo, sendo assim, o Governo Federal, Estado, Distrito
Federal e Municípios são responsáveis pela organização e manutenção de seus respectivos
sistemas de ensino.
No final do século XX a educação alça status prioritário no cenário internacional.
Somente no decorrer dos anos 1990 foram realizados três eventos mundiais, dos
quais resultaram três Declarações que trazem diretrizes educacionais a serem
observadas por todas as Nações, evidenciando, assim, a posição estratégica que a
educação ocupa neste período histórico de globalização. A Declaração de 1990 versa
sobre ‘Educação para Todos’, em 1994, temos a Declaração de Salamanca – sobre
Educação Especial- e em 1997 a pauta abordou a Educação de jovens e Adultos.
(PEQUENO,2000, p.1)
O âmbito educacional expressa os reflexos oriundos do mundo capitalista do trabalho
e sofre com questões referentes à empregabilidade e a relação público/ privado. Até os dias de
hoje muitas alterações tem ocorrido no âmbito do planejamento educacional, principalmente
em decorrência do fenômeno da globalização, que ocasionou diversas alterações no sistema
de ensino onde se exige cada vez mais indivíduos qualificados para atuação no mercado de
trabalho, e como consequência ocorre à flexibilização da educação através de ensino à
distância e financiamentos para os estudos, por exemplo, a área da educação tem se tornado
um espaço estratégico onde ocorre a estreita relação entre cultura e economia.
E assume duas funções: A primeira econômica que visa atender às exigências do
mercado de trabalho, e a segunda que é cultural e ideológica que pode vir a despertar para o
conhecimento crítico preparando o indivíduo para o exercício da cidadania ou reforçar a
dominação resultando na alienação.
2.3.1 Educação infantil
36
Durante as transformações políticas e econômicas ocasionadas pelo capitalismo,
mudanças significativas ocorreram na organização familiar, sobretudo pela participação
feminina na população economicamente ativa do país. E os cuidados com as crianças
pequenas tiveram destaque no conjunto dessas transformações, o que demonstra estreita
relação entre o surgimento de instituições de atenção à infância e a transformação do papel da
mulher na sociedade.
Com a inserção da mulher no mercado de trabalho houve alteração no modo de cuidar
e educar os filhos. As mães operárias que não tinham com quem deixar seus filhos utilizavam
os serviços das mães mercenárias, mulheres que não trabalhavam nas fábricas, mas vendiam
sua força de trabalho para abrigarem e cuidarem dos filhos de outras.
Em decorrência da maior inserção dos pais no mercado de trabalho começaram a
surgir outras formas de serviços para as crianças, que eram organizados por mulheres que
realizavam atividades como: canto reza, desenvolvimento de bons hábitos, entre outros.
Contudo com o aumento desta oferta de emprego para mulheres aumentou também o índice
de maus tratos às crianças, porém como as famílias pobres tinham que garantir sua
sobrevivência tais atos foram se tornando socialmente aceitos.
No Brasil vários fatores contribuíram para a criação de creches, entre eles o elevado
índice de mortalidade infantil, desnutrição e acidentes domésticos. Isto levou diferentes
segmentos da sociedade como empresários, religiosos e educadores, a pensarem em um
espaço de cuidados para as crianças fora do contexto familiar, ou seja, num primeiro
momento o atendimento oferecido pelas creches era semelhante ao atendimento oferecido
pelas instituições asilares, que possuíam caráter filantrópico e perduraram até os anos 1920.
As primeiras experiências de atendimento institucional à infância foram de cunho assistencial
e custodial voltadas ao amparo de crianças e famílias pobres.
Por muitos anos as instituições de atendimento as crianças foram mantidas por
instituições particulares e filantrópicas. Contudo a partir de 1930 o Estado passou a intervir,
minimamente, em reposta à política desenvolvimentista de Getúlio Vargas, que previa um
amplo projeto para atingir a civilidade e a modernidade, o que ocasionou a difusão do
movimento higienista entre os envolvidos no atendimento prestado nas creches.
[...] criaram-se leis e propagaram-se instituições sociais nas áreas da saúde pública,
do direito da família, das relações de trabalho, da educação. [...] são iniciativas que
expressam uma concepção assistencialista que denominamos ‘assistência científica’
por se sustentar na fé e no progresso e na ciência característica daquela época.
( KUHLMANN, JÚNIOR, 2001, p.60)
37
Na década de 1940 ocorreu um importante marco legal na legislação sobre as creches,
a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) que previa a obrigatoriedade das empresas com
mais de 30 funcionárias, acima de 16 anos, implantarem creches para os filhos das
funcionárias.
Na década de 1960 surge outra corrente de pensamento: os discursos pedagógicos
baseados na teoria de privação cultural, desta forma o espaço da creche passou a ser visto
como um local privilegiado para compensar carências de natureza biológica, psicológica e
cultural, apresentadas ao longo do desenvolvimento infantil. Novas categorias profissionais
como professores, psicólogos, pedagogos e recreadores foram inseridos no âmbito das
creches.
Sendo assim as instituições públicas passaram a atender crianças pobres, enquanto as
instituições privadas prestavam atendimento as de classe social elevada, desta forma as
crianças de diferentes classes sociais eram submetidas a um desenvolvimento diferenciado, as
de classe menos favorecida eram atendidas com trabalhos voltados para a ideia de carência e
deficiência, e as outras recebiam uma educação que privilegiava a criatividade e socialização.
Até os anos 1970 pouco havia sido feito em relação à legislação que garantisse a oferta
da educação infantil. Porém na década de 1980 diferentes setores da sociedade se
mobilizaram com intuito de sensibilizar a sociedade e o governo sobre os direitos da criança a
uma educação de qualidade, e através da Constituição Federal de 1988, este direito foi
garantido e expresso através do art. 227 que determina:
É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O direito da criança à educação foi garantido através da inclusão da creche e pré-
escola no sistema de ensino brasileiro, e expresso no artigo 208, inciso IV da constituição: O
dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
IV- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
Como resultado as creches que até então estavam vinculadas a assistência social
passaram a ser de responsabilidade da educação, adotou-se o principio de que essas
38
instituições não cuidariam apenas das crianças, mas também passariam a desenvolver
trabalhos e atividades educacionais.
A Constituição Federal de 1988 possui uma valiosa contribuição na garantia de
direitos dos indivíduos, sobretudo das crianças, esta foi fator decisivo na afirmação dos
direitos das crianças de 0 a 6 anos de idade que passaram a ser vistas como sujeitos de
direitos. Em 1990 foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90 que
regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes, e posteriormente ente os anos 1994 e
1996 foram publicados pelo MEC diversos documentos de suma importância para a educação
infantil.
No Brasil a perspectiva referente às crianças e adolescente teve um caminho lento,
tendo seu início em 1979 com a criação do Código de Menores. Somente em 1989 a
Convenção Internacional dos Direitos da Criança, das Organizações das Nações Unidas
(ONU) marcou definitivamente a transformação das políticas públicas voltadas a essa
população, culminando assim na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
criado em 13 de julho de 1990, este se instituiu como Lei Federal n.º 8.069.
O Estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e
adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem
a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus capítulos e
artigos, o estatuto discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação, adoção, tutela e
questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos infracionais.
De acordo com Ferreira (2000, p.184), esta lei vai além de um instrumento jurídico por
que:
Inseriu as crianças e adolescentes no mundo dos direitos humanos. O ECA
estabeleceu um sistema de elaboração e fiscalização de políticas publicas voltadas
para a infância, tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações
dos direitos das crianças. Serviu ainda como base para a construção de uma nova
forma de olhar a crianças: uma criança com direito de ser criança. Direito ao afeto,
direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer,
direito de sonhar. Isso quer dizer que são autores do próprio desenvolvimento.
O ECA em termos de legislação voltada para a infância e adolescência, é referência mundial,
porém ele ainda precisa ser entendido de forma autêntica, para que seus fundamentos sejam
trilhados de forma legítima, ainda é necessário percorrer um longo caminho pela sociedade
civil e pelo Estado para que seus fundamentos sejam vivenciados cotidianamente.
39
2.3.2 A inserção do Serviço Social na educação e sua prática profissional
No seu início o Serviço Social surgiu como uma profissão prático interventiva e
atuava em instituições que visavam atender as necessidades sociais daqueles que não tinham
acesso à riqueza.
De acordo com Vieira (1978) o Serviço Social na escola surgiu nos Estados Unidos,
no início do século XX, tendo muitas experiências nas escolas como as de Nova York, Boston
e Harford; integrando a equipe junto a professores e psicólogos, atendendo alunos com
problemas de aprendizagem. O Serviço Social neste período tinha por objetivo atender as
dificuldades de caráter individual e familiar, apresentados como problemas sociais no âmbito
escolar. Na França era especializado na área da saúde, ou seja, resolvendo questões de
aprendizagem relacionadas à saúde dos alunos.
Na América Latina, o Serviço Social num primeiro momento, privilegiava o
atendimento individualizado, contudo num segundo momento, passou a buscar um melhor
relacionamento da escola com a família, sobretudo através da família dos alunos. A educação
se constituiu com área temática da profissão a partir do CBAS (Congresso Brasileiro de
Assistentes Sociais), até então a profissão não estava vinculada à educação.
Até a metade dos anos 1970 o Serviço Social estava vinculado ideologicamente por
subordinação ou por opção ao projeto político do Estado; porém a partir do Movimento de
Reconceituação, baseado em uma perspectiva critica da profissão, voltado para obtenção de
uma identidade profissional e no rompimento com Serviço Social conservador/tradicional, a
intervenção no âmbito educacional ganhou novas perspectivas, neste momento a perspectiva
da intenção se aproxima do marxismo.
“A ruptura com a herança conservadora expressa-se como uma procura, uma luta
por alcançar novas bases de legitimidade da ação profissional do Assistente Social,
que, reconhecendo as contradições sociais presentes nas condições do exercício
profissional busca colocar-se, objetivamente, a serviço dos interesses dos usuários,
isto é, dos setores dominados da sociedade”. (IAMAMOTO, 2007. p.37)
A educação brasileira só obteve investimento após a Primeira República, quando se
tornou pública, ou seja, para todos, entretanto ainda não possuía maiores investimentos.
40
Atualmente varias são as expressões da questão social presentes no espaço escolar
pode-se melhor exemplificar através das palavras de Dimenstein:
“A família é pobre. Mora numa casa onde não existe saneamento básico. O ambiente facilita a transmissão de
doenças. As doenças enfraquecem o corpo, que já é desnutrido. A criança desnutrida não aprende direito o que é
ensinado. E quem não estuda não consegue arrumar um bom emprego.” (2005 p.162)
Apesar do que consta no Art. 205 da Constituição Federal de 1988 que:
“A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”
O sistema educacional tem sofrido com as influências do mercado de trabalho, do
novo sistema de emprego e a relação público e privado, o que faz com que sua eficácia e
qualidade atendam ao interesse do mercado.
No atual contexto brasileiro, nota-se que o ensino tem se mostrado insuficiente, no que
se refere à quantidade de vagas para o atendimento dos alunos, tendo-se como um dos grandes
desafios à melhoria de sua qualidade.
Portanto para compreender a prática profissional é preciso que se pense no
aperfeiçoamento teórico que está vinculado ao fazer profissional. Segundo Iamamoto (1999)
para compreender o exercício profissional é necessário à concepção de que aquilo que
geralmente é chamado de prática corresponde a um dos elementos constitutivos do processo
de trabalho que é próprio do trabalho.
O Serviço Social é uma profissão socialmente legitimada, e o âmbito educacional não
se trata de uma nova experiência para esta profissão.
A inserção dos assistentes sociais na área da educação não se constitui em um
fenômeno recente, sua origem remonta aos anos iniciais da profissão em sua atuação
marcadamente voltada para o exercício de um controle social sobre a família
proletária e em relação aos processos de socialização e educação na classe
trabalhadora durante o ciclo de expansão capitalista experimentado no período
varguista. Sua notoriedade atual em muito se deve a três tendências observadas no
campo das políticas sociais a partir dos anos 1980: O enfrentamento da pobreza a
partir de políticas publicas que estabelecem condicionalidades em relação à
educação escolarizada. A interface de diferentes políticas setoriais, em especial
aquelas dirigidas aos segmentos sociais em situação de vulnerabilidade social,
tornando o acesso à educação escolarizada um marco na afirmação dos direitos
sociais de crianças e jovens.
O alargamento da compreensão da educação como direito humano, adensando as
praticas sociais organizadas em torno de diversos e abrangentes processos de
formação humana, criando uma arena de disputas ideológicas fortemente
mobilizadoras dos paradigmas educacionais em disputa no âmbito do Estado e da
41
sociedade civil como os de: empreendedorismo, empregabilidade e emancipação.
(ALMEIDA, 2000, P. 52)
Atualmente a inserção de Assistentes Sociais na área da educação tem se fortalecido,
justamente pelo fato deste ser um profissional que lida com a garantia de direitos. É muito
importante dizer que o Serviço Social pode atuar em diferentes setores dentro da área escolar,
e para isso é necessário pensar para além das unidades escolares.
Dentro do sistema educacional o Serviço Social irá se apresentar no atendimento ao
público-alvo da política educacional, ou seja, perceber o trabalho realizado em diferentes
espaços, como por exemplo, as famílias e as escolas; e também junto aos órgãos de
planejamento e de gerencia da política educacional, seja na esfera da Secretaria de Educação
municipal ou estadual, coordenadorias; não somente no atendimento mas também na
elaboração dessa política. Sendo os dois extremamente importantes para o exercício
profissional do Assistente Social na educação.
Nesta esfera o Serviço Social tem muito a contribuir para a política pública de
educação, o Assistente Social tem como objetivo articular das diversas políticas sociais, com
intuito de diminuir questões relacionadas às desigualdades sociais. O profissional deve
assegurar que nas escolas sejam elaborados e executados projetos com ações preventivas na
esfera das relações interpessoais, entre alunos, familiares e funcionários da escola, além de
situações relacionadas a questões socioeconômicas e a violência, situações presente na
realidade de muitos alunos.
O profissional de Serviço Social deve viabilizar uma articulação com setores da
política social, de forma abrangente em relação não só ao aluno, mas também a sua família,
buscando recursos de serviços e programas sociais, além de reconstruir a autonomia da
família com a finalidade de obter uma melhor qualidade de vida para os usuários.
De acordo com Almeida (2000), é necessário pensar a inserção do Assistente Social na
educação não como uma especulação sobre a possibilidade de ampliação do mercado de
trabalho, mas como uma reflexão de natureza política e profissional sobre a função social da
profissão em relação às estratégias de luta pela conquista da cidadania através dos direitos
sociais e das políticas sociais.
Sendo assim o Serviço Social deve lutar pela conquista da cidadania, que se tornou um
componente fundamental para sua unidade, observando a importância da articulação com as
42
famílias, Conselhos de Direito e Tutelares, bem como ligações com outras instituições da
localidade onde se encontra a escola, ou seja, deve fortalecer e formar redes.
Muitas são as contribuições da profissão para a educação como, por exemplo: permitir
que a comunidade interaja com o espaço escolar, envolver as famílias, realizar trabalhos que
contribuam para a diminuição da evasão escolar, violência, alcoolismo e drogas, a fim de que
o aluno melhor se desenvolva e possa exercitar sua cidadania. Procurar e apresentar formas de
atendimento às demandas socioeconômicas de seus usuários, contribuir para a permanência
do aluno, propor, executar e avaliar projetos junto à comunidade, conhecer as necessidades
dos usuários, orientar usuários de acordo com suas demandas especificas.
2.4. Interdisciplinaridade
Para compreendermos o termo interdisciplinaridade é necessário termos a noção de
que as disciplinas são essenciais para o desenvolvimento das Ciências sociais e do
pensamento humano, trata-se da organização de uma categoria no interior das diversas áreas
de conhecimento que são abrangidas pelas ciências.
A organização disciplinar foi instituída no século XIX, notadamente com a formação
das universidades modernas; desenvolveu-se, depois, no século XX, com o impulso
dado à pesquisa científica; isto significa que as disciplinas têm uma história:
nascimento, institucionalização, evolução, esgotamento, etc.; essa história está
inscrita na da Universidade, que, por sua vez, está inscrita na história da sociedade;
(MORIN 2002, p. 105 ).
E de acordo com Paulo Freire ( 2007, p.39):
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino... Enquanto ensino continuo
buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me
indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me
educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade.
A disciplina é uma forma de delimitar, um conjunto de estratégias organizacionais,
como escolhas de conhecimentos que serão oferecidos ao aluno com o objetivo de apoiar um
conjunto de procedimentos didáticos e metodológicos.
43
A indefinição sobre interdisciplinaridade origina-se ainda dos equívocos sobre o
conceito de disciplina”. A polêmica sobre disciplina e interdisciplinaridade
possibilita uma abordagem pragmática em que a ação passa a ser o ponto de
convergência entre o fazer e o pensar interdisciplinar. É preciso estabelecer uma
relação de interação entre as disciplinas, que seriam a marca fundamental das
relações interdisciplinares. (FAZENDA,1999, p. 66).
Historicamente a interdisciplinaridade como enfoque metodológico surge na segunda
metade do XX, como reposta as necessidades apresentadas nos campos das ciências humanas
e da educação. Era preciso superar a fragmentação e o caráter de especialização do
conhecimento, causadas principalmente por uma epistemologia (Teoria do Conhecimento), de
origem positivista fundamentadas especialmente por Descartes e Galileu, as ciências foram
divididas em varias áreas e a interdisciplinaridade procurou criar diálogo entre elas, apesar de
não conseguir obter a totalidade e a unidade. Na imaginação Positivista a fragmentação do
saber era essencial para o progresso da ciência.
A interdisciplinaridade buscou compreender melhor a relação entre o todo e as partes,
Para Goldman (1979), apenas o modo dialético de pensar, fundado na historicidade, poderia
resgatar a unidade das ciências. A tradição marxista resolveu, em parte, o problema,
colocando a historicidade como fundamento das ciências. Marx afirmava que só existia uma
ciência: a História. Assim ele resolvia a questão da fragmentação. A totalidade não seria
alcançada, como queriam os neo-positivistas, através da interdisciplinaridade, mas através de
um referencial comum que é a história, e desde esse período histórico a interdisciplinaridade
vem se desenvolvendo também nas ciências da educação.
A definição do conceito do termo interdisciplinaridade é algo que ainda está em
construção, é um conceito que varia, não apenas na nomenclatura, mas também em seu
significado, não possui um sentido único e estável. O Termo interdisciplinaridade foi e ainda
é amplamente discutido, devido à existência de varias definições, que dependem do olhar e da
vivência de cada um, por exemplo, a experiência educacional possui suas particularidades.
A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo
projeto de pesquisa. [...] Podemos dizer que nos reconhecemos diante de um
empreendimento interdisciplinar todas as vezes que ele conseguir incorporar os
resultados de várias especialidades, que tomar de empréstimo a outras disciplinas
certos instrumentos e técnicas metodológicos, fazendo uso dos esquemas conceituais
e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los
integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde
podermos dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste,
primordialmente, em lançar uma ponte para ligar as fronteiras que haviam sido
estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar
44
a cada uma seu caráter propriamente positivo segundo modos particulares e com
resultados específicos. (JAPIASSU, 1976, p.74,75)
Considerando a teoria do autor Hilton Japiassu, atualmente observa-se a necessidade
de conceituar e diferenciar os prefixos inter, de multi, pluri e transdisciplinaridade, atualmente
verifica-se a interdisciplinaridade como um conceito polissêmico, devido à atitude
interdisciplinar depender do histórico de vida, das compreensões adquiridas e das
possibilidades de enxergar perspectivas diferentes de uma mesma questão.
Atualmente a compreensão da Interdisciplinaridade destaca a forma que as diversas
profissões estabelecem relações, e se contrapõem a visão do especialismo profissional. As
múltiplas áreas de especializações gerou o aperfeiçoamento de técnicas especificas, porém ao
mesmo tempo, criou um abismo onde a própria especificidade trouxe a fragmentação da
atividade cientifica, caindo nos especialismos.
Em uma equipe Interdisciplinar os profissionais trazem contribuições através do
conhecimento técnico-científico de sua profissão, com o objetivo de superar situações
especificas, a ação Interdisciplinar concede a cada profissional a possibilidade de discutir,
opinar, e atuar em determinada situação, não havendo limitação e nem fragmentação da
questão, ampliando a visão em uma perspectiva coletiva, visualizando a questão em sua
totalidade.
[...] o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de
conhecimento é em sim mesma exaustiva. Tenta, pois, o diálogo com outras fontes
do saber, deixando-se irrigar por elas. Assim, por exemplo, confere validade ao
conhecimento do senso comum, pois é através do cotidiano que damos sentido a
nossas vidas. Ampliado pelo dialogo com conhecimento científico, o senso comum
tende a uma dimensão maior, a uma dimensão, que utópica, capaz de enriquecer
nossa relação com o outro e o mundo. (FAZENDA, 2002, p. 15).
E diante deste contexto alguns procedimentos que podem ser adotados junto à equipe
interdisciplinar, a fim de que haja um melhor desenvolvimento do exercício profissional,
segundo Backhaus (1992,p.75) são:
- Ter sempre presente que a pessoa (individuo) deve ser considerado na sua
experiência, no processo de trabalho grupal e comunitário e no contexto onde ela
própria constrói e vai se construindo;
- Levar em conta a questão da “motivação” dos integrantes do grupo, como ênfase a
realização de um bom trabalho;
- Buscar a conquista de espaços dentro e fora do grupo- “posicionar-se”;
45
- Expor sentimentos, usar de franqueza e espontaneidade nas trocas com os outros
integrantes do grupo, nas discussões, trabalhar a “ideia” e, sobretudo, perguntar a
“união grupal”;
- A conquista da liberdade de opinião é primordial à interação grupal, os
posicionamentos devem ser discutidos em nível de equipe (profissionalmente) e não
a nível pessoal. Os resultados precisam vir ao encontro, visando o aperfeiçoamento
do conjunto.
Interdisciplinaridade refere-se a uma concepção de trabalho que tem por base
interdependência entre diversos segmentos de conhecimento. Neste modelo de trabalho é
necessário que a equipe seja criativa, ousada e possua uma nova visão da divisão dos saberes,
pois, as especificidades e particularidades de cada profissão devem ser mantidas e garantidas
de forma paralela à integração, nem todo significativo e harmônico.
Ao se pensar em interdisciplinaridade é preciso ver além da soma das partes
envolvidas e ser capaz de perceber que tudo repercute em tudo. E devido as constantes
mudanças nos diferentes setores da atual sociedade, que é necessário uma concepção de
ensino e aprendizado baseados na interdependência entre os diferentes tipos de conhecimento.
2.4.1 Serviço Social e Interdisciplinaridade
Ao analisarmos a formação profissional dos Assistentes Sociais e sua relação com a
interdisciplinaridade é necessário compreendermos o cenário em que se efetiva a profissão,
assim como a realidade social que a cerca. As transformações políticas, sociais, culturais e
ideológicas, assim como as intensas transformações nos processos de produção e reprodução
da vida social, e das relações entres os sujeitos, apresentadas nos tempos atuais nos leva a
refletir sobre as novas dinâmicas e demandas do mundo do trabalho.
Além de compreender o papel da profissão na sociedade capitalista, diante do processo
de produção e reprodução das relações sociais, as novas exigências do mercado de trabalho
demandam profissionais cada vez mais qualificados.
“A contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimentos especializados
e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de diferentes situações e capacidade de análise para
decodificar a realidade social” (OLIVEIRA, 2002, p 43).
Neste contexto atual, entende-se que a formação profissional deve ser repensada, com
o objetivo possibilitar, uma capacitação profissional de acordo com a dinâmica apresentada
pelo mercado de trabalho. Pensar em formação profissional é pensar em um processo
dialético, aberto e dinâmico, possibilitando a compreensão da realidade em sua totalidade,
46
essa formação profissional está em constante movimento inteirando o fortalecimento e o
crescimento do Serviço Social.
Nesse sentido, Gonçalves e Higuchi (1998) apontam a formação profissional como um
processo, como uma práxis (ação-reflexão-ação) que leva ao desenvolvimento de habilidades
necessárias ao desempenho profissional. Batista in Fazenda (2002) propõe que a formação
atravessa e constitui a história dos homens como seres sociais e por isso traz consigo
dimensões subjetivas e dimensões intersubjetivas.
A Formação Profissional dos Assistentes Sociais tanto em sua natureza, quanto em seu
conteúdo estabelece diferenças através de suas particularidades institucionais, porém também
se distingui pela diversidade de paradigmas interligados a outras ciências.
O Serviço Social diante do contexto contemporâneo tem se confrontado com as novas
exigências para a formação profissional. Através da busca do conhecimento teórico -
metodológico com consistência, garantido aos profissionais um entendimento mais claro em
relação à realidade social e a identificação das demandas apresentadas e os instrumentos mais
adequados para sua intervenção. Diante do cenário atual é necessário um novo olhar em
relação ao fazer profissional, que deve ser consolidado e comprometido com os princípios
ético-políticos estabelecidos pelo Código de Ética.
Esse processo exige do assistente social uma participação enquanto [...] um sujeito
profissional que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os
seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções
profissionais [...] [...] desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir
propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de
demandas emergentes no cotidiano. [...] e buscar apreender o movimento da
realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes. (IAMAMOTO,
2001, p. 20).
Diante das novas representações da sociedade contemporânea, ocorre um rápido
crescimento e ampliação da inserção dos Assistentes Sociais em novos e diversos campos de
trabalho. Habilitados pelo mercado de trabalho, neste caso destacamos o campo da Educação,
onde o Serviço Social também encontra varias expressões da questão, devido à atuação mais
efetiva do Serviço Social no Campo da educação ser algo recente, sua ação ocorre dentro de
uma perspectiva interdisciplinar.
A construção da Interdisciplinaridade profissional surge a partir do diálogo, da
integração dos saberes e da troca de conhecimentos e informações objetivando uma visão total
do sujeito. Assim no campo educacional, o Serviço Social em conjunto com as demais
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O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL UM ESTUDO A PARTIR DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC (TCC)

  • 1. UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO “PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY” – UNIGRANRIO Escola de Ciências Sociais Aplicadas Curso de Serviço Social Lidiane Araujo da Silva Suzana da Silva Santana Estanislau Valdemira da Silva Bezerra O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE CAXIAS/RJ. Duque de Caxias – RJ
  • 2. 2012 LIDIANE ARAUJO DA SILVA SUZANA DA SILVA SANTANA ESTANISLAU VALDEMIRA BEZERRA O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE CAXIAS/RJ. Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy, como parte dos requisitos parciais para obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Marcio Brotto Duque de Caxias – RJ 2012
  • 3. LIDIANE ARAUJO DA SILVA SUZANA DA SILVA SANTANA ESTANISLAU VALDEMIRA BEZERRA O QUE PENSAR SOBRE O SERVIÇO SOCIAL? UM ESTUDO A PARTIR DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR DO CCAIC, EM PARQUE MUÍSA – DUQUE DE CAXIAS/RJ. Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy, como parte dos requisitos parciais para obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. Aprovado com grau ________ ( ) em ____ de ___________ de _______. Banca Examinadora: ___________________________________________________ Prof. Marcio Brotto Universidade do Grande Rio ___________________________________________________ Profa. Debora de Oliveira Lopes Universidade do Grande Rio ___________________________________________________ Profa. Sandra Regina Pereira Baliza Universidade do Grande Rio
  • 4. Dedico este trabalho a meus pais, Leila e Ananias. (Lidiane A. da Silva). Dedico este trabalho ao senhor Jesus, a minha valente mãe Rejane, a meu dedicado marido Rinaldo e ao meu amado filho Renan. (Suzana S.S. Estanislau). Dedico este trabalho a minha mãe Neuza e a meu pai José, que me proporcionou uma excelente educação, por quem tenho muita admiração, carinho e respeito. (Valdemira da S. Bezerra).
  • 5. AGRADECIMENTOS Este é o momento de agradecer a todos que contribuíram para que chegasse até aqui, pessoas queridas que sempre estiveram presentes ao longo dessa caminhada. Afinal agradecer é reconhecer que sozinhos não chegamos a lugar algum. Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me permitido chegar até aqui, pelo seu sustento e força, por todos os seus benefícios feitos a mim. Aos meus queridos pais Leila e Ananias, pelo carinho e incentivo nos momentos exatos. Ao meu amado esposo Davi, por toda sua compreensão e auxílio nos momentos difíceis. A estas pessoas especiais e fundamentais em minha vida, o meu muito obrigado! " Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito." (Chico Chavier) Lidiane A. da Silva Ao chegar ao fim dessa trajetória onde me deparei com vários obstáculos, mas também com grandes experiências positivas, e refletindo sobre o caminho percorrido, constato meu amadurecimento, pessoal e acadêmico. Para chegar até esse momento que considero como uma vitória, algumas pessoas contribuíram de forma especial, sem as quais certamente esse trabalho teria se tonado muito mais difícil, por tudo meu profundo agradecimento. Ao Meu Deus pela sua grande fidelidade na minha vida. À minha Querida mãe Rejane, que foi meu braço forte que sempre acreditou em mim, sempre esteve disponível para me ajudar em qualquer situação. Ao meu amado e inesperado filho Renan, que caminhou comigo no ventre, a trajetória de dois períodos da faculdade, e agora na reta final, ensaia seus primeiros passos e me admira de seu cercadinho. Ao meu amado e especial esposo Rinaldo, que sempre contribuiu de várias formas para que eu pudesse alcançar meu objetivo.
  • 6. Ao meu querido avô José Manoel, que foi o primeiro a acreditar na possibilidade de ter, mas um membro da família na Universidade. Á doce Nati, que tanto me ajudou, especialmente no período da minha gravidez, amiga que pretendo levar por toda vida, a querida amiga Sayone e a companheira Lidiane que esteve comigo nesta caminhada. E por fim agradeço aos queridos professores (Charles Toniolo, Andréia Lopes, Bruno José, Maria Márcia, Robson Roberto) que contribuíram de forma especial para minha formação. (Suzana S.S. Estanislau) Agradeço a Deus que com sua infinita bondade iluminou o meu caminho, para que conseguisse ao longo dessa jornada alcançar meu objetivo. Aos meus pais Neuza e José pelo carinho e incentivo que sempre me deram. A meus filhos Flavio Junior e Juliana, com muito amor e carinho, por entender os momentos de ausência. A meu marido Flávio, pelo incentivo que sempre recebi e as palavras de total apoio. (Valdemira da S. Bezerra)
  • 7. “A auto-suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro, não há ignorantes, nem sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais.” (Paulo Freire).
  • 8. RESUMO Através da presente monografia pretendemos examinar certos aspectos da trajetória do Serviço Social, que cooperaram e continuam contribuindo para criação de uma visão diversificada acerca da profissão e que lhe conferiu em dados momentos um caráter subalterno, neste sentido entender a história e os referenciais teórico-metodológicos construídos no decorrer da trajetória do Serviço Social, são essenciais para compreender os desafios apresentados à profissão no contexto social da atualidade. Compreender como se dá a inserção e atuação do Serviço Social no campo da educação, e sua relação com as demais profissões, onde a formação profissional deve ser repensada, com o objetivo de possibilitar uma capacitação profissional de acordo com a dinâmica apresentada pelo mercado de trabalho, e a necessidade do trabalho interdisciplinar, considerando que o Serviço Social é uma profissão que apresenta uma área fértil para a contribuição do conceito interdisciplinar, pois o caráter interdisciplinar está presente no processo de formação e produção profissional do Assistente Social. Palavras-chave: Serviço Social, Educação, Interdisciplinaridade.
  • 9. ABSTRACT Through this thesis we intend to examine certain aspects of the trajectory of Social Service, who cooperated and continue to contribute to creating a diverse view on the profession and conferred on data subaltern character moments in this sense to understand the history and the theoretical and methodological constructed during the course of social Service, are essential for understanding the challenges presented to the profession in today's social context. Understand how the integration and performance of Social Work in the field of education and its relation to other professions where training must be rethought, with the objective of providing a professional training according to the dynamics presented by the labor market and the necessity of interdisciplinary work, considering that Social Work is a profession that provides a fertile area for the contribution of the interdisciplinary concept, because the interdisciplinary character is present in the training process and production professional Social Worker. Keywords: Social Work, Education, Interdisciplinarity.
  • 10. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1- Entendimento sobre o Serviço Social ............................................................. 51 Gráfico 2 - A importância do Serviço Social na educação.............................................. 53 Gráfico 3 - Concepções acerca das atribuições do Assistente Social............................... 54 Gráfico 4 - Classificação do atendimento aos usuários.................................................... 56 Gráfico 5 - Percepção do que é fundamental para intervenção do Serviço Social........... 57 Gráfico 6 - Atividades que poderiam ser desenvolvidas pelo Serviço Social................. 58 Gráfico 7 - O trabalho do Serviço Social é de forma interdisciplinar.............................. 60 Gráfico 8 - Concepção sobre interdisciplinaridade .......................................................... 60 Gráfico 9 - Principais contribuições do Serviço Social para a equipe interdisciplinar .... 62
  • 11. SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12 1 CAPÍTULO I - O PROBLEMA ........................................................................ 13 1.1 Apresentação do Problema................................................................................... 13 1.2 Relevância do Estudo............................................................................................ 15 1.3 Objetivos do Estudo.............................................................................................. 16 1.3.1 geral........................................................................................................................ 16 1.3.2 específicos............................................................................................................... 16 2 CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA............................................... 18 2.1 Breve Histórico do Serviço Social e suas Concepções........................................ 18 2.1.1 A gênese do Serviço Social e suas perspectivas ................................................. 22 2.2 Processo de Trabalho e Serviço Social ................................................................ 26 2.2.1 Trabalho e Serviço Social na contemporaneidade............................................. 29 2.3 A Política de Educação Brasileira: Breve Histórico .......................................... 31 2.3.1 Educação infantil................................................................................................... 35 2.3.2 A inserção do Serviço Social na educação e sua prática profissional............... 38 2.4 Interdisciplinaridade ............................................................................................ 41 2.4.1 Serviço Social e Interdisciplinaridade................................................................. 44 2 CAPÍTULO III – A PESQUISA DE CAMPO ................................................... 49
  • 12. 3.1 Metodologia ........................................................................................................... 49 3.1.1 Tipo de Pesquisa.................................................................................................... 49 3.1.2 Universo/Amostra ................................................................................................. 50 3.1.3 Instrumento/Procedimento .................................................................................. 50 3.2 Análise de Dados ................................................................................................... 52 3.2.1 Categoria I - Entendimento Acerca do Serviço Social...................................... 52 3.2.2 Categoria II- Entendimento Sobre Interdisciplinaridade................................. 61 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 67 ANEXO A – Roteiro de entrevista com os profissionais da equipe interdisciplinar do CCAIC....................................................................................................................... 71 ANEXO B – Termo de autorização para realização das entrevistas ............... 72
  • 13. 12 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso é fruto das experiências adquiridas através do estágio na Creche e Centro de Atendimento à Infância Caxiense (CCAIC) do Parque Muísa, situada no município de Duque de Caxias. A elaboração desta pesquisa é de suma importância, pois visa buscar maior exploração do tema, o que contribui para ampliação deste, não apenas na categoria profissional, mas também no processo de formação de novos profissionais. No primeiro capítulo será exposto o problema em questão, onde será apresentada a instituição campo de estágio, salientando a relevância e os objetivos desta pesquisa. No segundo capítulo, com o intuito de esclarecer e enriquecer a análise sobre o tema será feita uma breve discussão sobre os principais fatores que levaram a consolidação do Serviço Social como uma profissão legitimada, bem com a sua inserção em diferentes áreas. Em relação à área da educação, abordaremos as suas atribuições e contribuições dos Assistentes Sociais para este segmento, isto levando em consideração as mudanças ocorridas no sistema educacional brasileiro. Também abordaremos o vínculo do Serviço Social com a interdisciplinaridade, como se dá seu dialogo com as demais profissões, como sua intervenção contribui para a dinâmica do processo educacional e como os demais profissionais enxergam a atuação do Serviço Social no âmbito escolar. No terceiro momento para maior aprofundamento e compreensão do tema em questão, foram realizadas entrevistas de forma semiestruturada, com perguntas abertas e fechadas, com alguns profissionais do CCAIC, e através da apreciação dos materiais colhidos será feita apresentação da análise dos dados obtidos.
  • 14. 13 CAPITULO I - O PROBLEMA 1.1 Apresentação do Problema O Serviço Social a muito se constituiu como profissão, e como tal passou por inúmeras transformações ao longo dos anos. A monografia a ser apresentada ao curso de graduação em Serviço Social da Universidade Unigranrio, toma por base elementos reflexivos desenvolvidos no processo de formação. E busca, través da articulação de saberes, fazer uma análise da realidade social contemporânea, acerca do fazer profissional do Assistente Social em determinada área, neste caso especificamente a educação. O presente trabalho justifica-se através da importância e ampliação do conhecimento em relação à categoria profissional. A partir da inserção no campo de estágio, pode-se verificar o processo de trabalho do Serviço Social na instituição bem como conhecer os instrumentos e técnicas que fazem parte da sua atuação, o que permitiu o contato com a realidade, sendo possível somar teoria e prática. E com base nas experiências adquiridas através da inserção no campo estágio, levantou-se a questão acerca do trabalho e atividades realizadas pelo Assistente Social na instituição. Por se tratar de uma equipe interdisciplinar, entende-se que é de suma importância debater (ou pensar) sobre o tipo de concepção que os diferentes profissionais da instituição possuem sobre o Serviço Social. É importante verificar como estes enxergam a profissão, qual a importância que dão para o Assistente Social e consequentemente a suas ações, se concordam em dividir o planejamento e a execução das atividades, bem como identificar sua real compreensão sobre a atuação do Serviço Social no âmbito da creche. Desta forma, foi elaborada esta pesquisa, que se refere à visão acerca do trabalho realizado pelo Serviço Social para equipe interdisciplinar da Creche e Centro de Atendimento à Infância Caxiense (CCAIC), localizada no bairro Parque Muísa, em Duque de Caxias. A instituição CCAIC teve seu início a partir da atuação do mutirão contra a desnutrição materno-infantil, pelo direito a infância, coordenado pelo bispo D. Mauro Morelli, que deu origem as políticas públicas municipais na área da segurança alimentar e nutricional em Duque de Caxias. Sediado na Câmara Municipal, o mutirão levou o próprio poder legislativo local, a votar uma emenda orçamentária com recursos do poder executivo municipal destinado ao sistema de vigilância alimentar e nutricional - SISVAN. O então prefeito na época,
  • 15. 14 Washington Reis criou o primeiro Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de assessorar e gerenciar as políticas públicas municipais no setor. Sendo assim o governo municipal decidiu criar a Creche e Centro de Atendimento à Criança Caxiense (CCAIC). A instituição possui a finalidade de reduzir o número de crianças com idade entre 1 e 5 anos com risco nutricional ou desnutrição grave, a instituição tem como objetivo constituir-se como um centro de referência para a questão alimentar e nutricional. Falando especificamente da instituição no Parque Muísa, esta foi inaugurada em 16 de junho de 2004, na época se chamava Portal do Crescimento - Parque Muísa, entretanto no ano de 2007 houve alteração no nome e até hoje se chama Creche e Centro de Atendimento à Infância Caxiense – CCAIC. Inicialmente a instituição foi dirigida pela professora Sandra Regina Alves Pequeno Correia, que visava prestar um atendimento em torno dos eixos: saúde, educação e assistência. No período de inauguração a instituição tinha o quadro de funcionários constituído por: Diretora, Orientadora Educacional, Orientadora Pedagógica e estimuladoras. O espaço físico consiste em uma residência que foi comprada e adaptada para a finalidade de creche-escola. E atualmente a equipe técnica da instituição é interdisciplinar e é composta por: Professoras (passaram a integrar a equipe em 2005), Nutricionista, Assistente Social, Orientador pedagógico, Técnica em enfermagem, Auxiliar administrativo, Cozinheira, Auxiliar de cozinha, Porteiro, Auxiliar de serviços gerais, Estimuladoras materno-infantil, Diretora, Motorista. A instituição presta atendimento para crianças que moram no bairro e nas localidades próximas e são inseridas na creche através de seleções feita pelo Mutirão de combate à desnutrição materno-infantil e posteriormente avaliadas por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde. O CCAIC fornece alimentação adequada e balanceada para as crianças com intuito de contribuir para superação do quadro de desnutrição ou risco nutricional, além de desenvolver atividades pedagógicas baseadas na Política Nacional de Educação Infantil. E além dos trabalhos realizados com as crianças a instituição conta com programas e projetos de geração de renda e fornecimento de cesta básica alimentar às famílias das crianças matriculadas. Embora constituído como uma creche, a instituição atua também no campo da educação, saúde e assistência social. Sua relação com a educação está presente nas atividades pedagógicas que visam o desenvolvimento psicomotor e cognitivo das crianças. A ação
  • 16. 15 relacionada com a saúde se demonstra na preocupação com a recuperação do peso das crianças através de uma alimentação regrada e própria para elas, já em relação à assistência social seu trabalho se dá através do acompanhamento realizado com as famílias dos alunos da creche. Na instituição CCAIC, o Serviço Social sempre existiu dentro do local, tendo como principal foco viabilizar o acesso das crianças e suas famílias a serviços bem como proporcionar a garantia e efetivação de seus direitos, e entende-se que para se executar e efetivar o trabalho: “Não basta prefigurar idealmente o fim da atividade para que o sujeito realize o trabalho; é preciso que ele reproduza, também idealmente, as condições objetivas em que atua (a dureza da pedra etc.) e possa transmitir a outrem essas representações.” (NETTO; BRAZ, 2007, p.33). As leis que respaldam a atuação do profissional são: Constituição Federal 1988 artigo 208-IV, Lei Orgânica da Assistência Social, Sistema Único de Assistência Social, ECA, LDB/96, PNE/200, Lei de Segurança Alimentar e Nutricional e o Projeto Político Pedagógico do CCAIC, que é construído anualmente. O trabalho do Assistente Social na instituição consiste em: entrevista social com as famílias, levantamento do perfil das famílias, atendimento individual as famílias, reuniões periódicas (grupo de família), interlocução com redes de serviços, busca por parcerias com recursos locais, realização de visitas domiciliares, esclarecimento, orientação e encaminhamento em consonância com os direitos sociais existentes, elaboração de relatórios e pareceres, realização de dinâmica de grupos, realização de palestras e eventos conforme necessidades detectadas a partir da coleta de dados, informações quanto o acesso aos programas disponíveis nas políticas sociais, elaboração de projetos e participação em reuniões em outras instituições. 1.2 Relevância do Estudo Considera-se a elaboração do estudo de suma importância, pois através deste será possível identificar qual a visão que os profissionais da instituição possuem sobre o Serviço Social. O estudo não será apenas importante para o profissional de Serviço Social, terá
  • 17. 16 impacto em diferentes áreas, contribuindo também para a instituição Unigranrio, a instituição CCAIC e para os usuários. Em relação à universidade Unigranrio, que é um local de formação e interfere nas relações sociais, é importante uma pesquisa sobre este tema, pois irá contribuir para enriquecer e construir reflexões e conhecimentos acerca da atuação do Serviço Social no sistema escolar. Para a instituição servirá como avaliação do trabalhado que vem sendo realizado pela equipe, além de privilegiar o papel dos diferentes profissionais que integram a equipe interdisciplinar do local. Contribuirá para o Serviço Social permitindo uma releitura do profissional acerca de sua postura e ações, bem como compreender como é visto pelos demais profissionais, o que proporcionará um melhor posicionamento do Assistente Social em relação a sua atuação, e ampliação do seu processo de trabalho no âmbito educacional. Para os usuários a contribuição desse trabalho é trazer uma melhor compreensão do papel do Assistente Social na instituição, e a partir do entendimento e análise do trabalho dos profissionais do Serviço Social, garantir que as intervenções realizadas sejam mais eficazes, atendendo as demandas dos usuários. A viabilidade da pesquisa se dá pelo fácil acesso a bibliografia sobre o Serviço Social na educação, disponível, por exemplo, na biblioteca da faculdade Unigranrio, ao acesso a instituição, o que possibilitará melhores condições para execução da pesquisa. 1.3 Objetivos do Estudo 1.3.1 Objetivo geral Analisar a visão acerca do Serviço Social para os profissionais que integram a equipe interdisciplinar do CCAIC em Parque Muísa 1.3.2 Objetivos específicos • Verificar a contribuição do Serviço Social na instituição. • Identificar a concepção dos profissionais acerca do Serviço Social. • Verificar o trabalho em equipe realizado na instituição. • Identificar as dificuldades encontradas pelo Assistente Social para execução de suas
  • 19. 18 CAPÍTULO I I-REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Breve Histórico do Serviço Social e suas Concepções O surgimento do Serviço Social é marcado pela consolidação do sistema capitalista Monopolista, e para compreendermos sua gênese é necessário entendermos que toda prática profissional e seu fortalecimento está vinculada ao processo histórico da sociedade, e das relações sociais, neste caso dos conflitos sociais e sua relação com o Estado. A história do Serviço Social está intrinsecamente ligada à história da sociedade brasileira, a profissão está inserida na divisão social do trabalho, e no decorrer de seus processos históricos vai alcançando representações diversas no campo profissional, que irão refletir na imagem profissional. A profissão ao longo da história adquiriu várias características, o Serviço Social só vem a ser reconhecido como profissão a partir da sua inserção nas instituições públicas e privadas. O Assistente Social é considerado como profissional liberal, e seu fazer profissional não está vinculado diretamente à produção material, mas a reprodução das relações sociais, criando condições essenciais para essa reprodução. Nessa perspectiva, a reprodução das relações sociais é entendida como a reprodução da totalidade da vida social, o que engloba não apenas a reprodução da vida material e do modo de produção, mas também a reprodução espiritual da sociedade e das formas de consciência social através das quais o homem se posiciona na vida social. Ou seja, a reprodução das relações sociais, “como a reprodução do capital permeia as várias ‘dimensões’ e expressões da vida em sociedade” (IAMAMOTO; CARVALHO, 1995, p. 65). No decorrer deste item pretendemos examinar certos aspectos da trajetória do Serviço Social, que cooperaram e continuam contribuindo para criação de uma visão diversificada acerca da profissão e que lhe conferiu em dados momentos um caráter subalterno. Neste sentido entender a história e os referenciais teórico-metodológicos construídos no decorrer da trajetória do Serviço Social, é essencial para compreender os desafios apresentados à profissão no contexto social da atualidade. A institucionalização da profissão de Serviço Social na sociedade capitalista se reflete em um contexto contraditório entre as classes sociais divida entre burguesia e proletariado, e nos países industrializados, essa institucionalização está ligada a intervenção progressiva do Estado nas expressões da questão social.
  • 20. 19 Originalmente a questão social foi constituída em torno das transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas na Europa do século XIX, devido à industrialização, relacionada ao pauperismo. De acordo com Pereira (2003, p.115) está divida em três aspectos: a) O empobrecimento agudo da classe trabalhadora, produzido pelo peculiar modo de exploração burguesa; b) A consciência dessa classe da condição de exploração; c) A luta política desencadeada por essa classe contra os opressores, a partir dessa consciência; A pobreza resultante desse processo não é em si, a questão social. Ela é a pré- condição estrutural da questão social, que para ser explicitada como tal, precisou ser politicamente problematizada por atores sociais dotados de poder de pressão e capacidade de ameaçar a coesão do sistema. Inicialmente essa questão foi levantada com a tomada de consciência da sociedade, ou parte dela, dos problemas decorrentes do trabalho urbano e da pauperização como fenômeno social. Hoje entende-se que a questão social é a expressão das desigualdades e lutas sociais em suas múltiplas manifestações com todos os segmentos sociais envolvidos, sendo consideradas como maiores expressões da questão social a pobreza e a violência. A “Questão Social” refere-se a uma apropriação fundamental sobre a qual uma sociedade vivência seu processo de coesão social enquanto tenta eliminar o risco de sua fratura, pondo em questão a capacidade de uma sociedade existir como um conjunto ligado por relações de interdependência. A questão social assim qualificada foi suscitada no início do século XIX não só pela existência efetiva, real, de condições desumanas de vida e de trabalho do proletariado emergente no bojo do moderno processo de industrialização, mas também pela tomada de consciência e reação dessa classe contra essas condições. (PEREIRA. 2004, p. 112) A questão social é o embate político estabelecido por sujeitos coletivos que, problematizam necessidades e demandas sociais contra a classe dominante, dividindo a sociedade em duas classes, é o conflito entre capital x trabalho, burguesia x proletariado; logo a luta por direitos sociais que, uma vez conquistados, serão regulados pelo Estado na forma de políticas sociais, os quais se desdobrarão em serviços, programas e projetos sociais. O surgimento do Serviço Social e sua especialização acerca do trabalho coletivo está vinculado a emersão da questão social, a profissão surge com o objetivo de conter a classe trabalhadora e garantir a produção do capital, principalmente no fordismo kenesyanismo, a questão social é a matéria-prima essencial da relação profissional do Serviço Social e a realidade social.
  • 21. 20 [...] a identidade atribuída ao Serviço Social pela classe dominante era uma síntese de funções econômicas e ideológicas, o que levava a uma produção de uma prática que se expressava fundamentalmente como um mecanismo de reprodução das relações sociais de produção capitalista, como estratégia para garantir a expansão do capital. (MARTINELLI. 2009, p. 124) O Serviço Social tem sua institucionalização no interior da divisão capitalista do trabalho e colaborando para a implementação de políticas sociais efetuadas por organizações públicas e privadas, operando forma instrumental para o controle social, seu papel é de influenciar a conduta e vida dos trabalhadores. Diante da situação social com o crescimento do pauperismo da população o Serviço Social atua como mediador de conflitos. Porém seu posicionamento é em favor dos interesses do capitalismo e suas ações encontram respaldo na teoria positivista, onde o papel da profissão era adequar os indivíduos considerados como desajustados, e garantir a harmonia social. No cenário brasileiro, a institucionalização do Serviço Social tem algumas particularidades, pois sua legitimação profissional se dá a partir dos interesses do Estado, da burguesia e da Igreja Católica, com o objetivo de intervir nas expressões da questão social. Na década de 1930 a regulação dos conflitos entre as classes sociais é assumida pelo Estado, que como estratégia de enfrentamento cria um conjunto de iniciativas conforme destaca Yazbek : A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Salário Mínimo e outras medidas de cunho controlador, assistencial e paternalista. Ao reconhecer a legitimidade da questão social no âmbito das relações entre capital e trabalho, o governo Vargas buscou enquadrá-la juridicamente, visando à desmobilização da classe operária e a regulação das tensões entre as classes sociais. Como mostra Ianni (1990), o Estado brasileiro transformou a questão social em problema de administração, desenvolvendo políticas e agências de poder estatal nos mais diversos setores da vida nacional. (2009, p.25). O Serviço Social, no inicio, possuía um caráter de filantropia, não apresentava um perfil profissional, e permaneceu dessa forma durante um longo período e posteriormente veio a ligar-se aos dogmas da doutrina social da Igreja Católica. A formação profissional em sua fase emergente sofreu grande influência da Igreja Católica, que nesse período era responsável por criar um ideal, conteúdos e processo de formação dos primeiros profissionais do Serviço Social no Brasil. Em 1932 foi criado o (CEAS) Centro de Estudos e Ação Social, essa entidade posteriormente fundou a primeira Escola de Serviço Social do país. O objetivo do CEAS era divulgar a ação social e doutrina da igreja católica, neste período tentava manter
  • 22. 21 sua hegemonia, a partir das orientações e diretrizes da Rerum Novarum e do Quadragésimo Anno, encíclicas papais que se posicionavam como antissocialista e antiliberal.
  • 23. 22 De acordo com o pensamento social da igreja a questão social era considerada como uma questão moral, os problemas sociais deveriam ser considerados como problemas individuais dos sujeitos, apesar de situados no contexto da sociedade capitalista, o Serviço Social era orientado pela igreja católica sua ação era individualista, psicologizante e conservadora. O Serviço Social no Brasil através da sua relação com a igreja católica fundamentou seus primeiros objetivos político-sociais, e a partir dessa relação à profissão assume um caráter humanista e conservador, e que se baseavam também na caridade e do assistencialismo. A forma de intervenção do Serviço Social junto aos usuários neste período histórico era direcionada a educação religiosa e familiar, a vigilância, a repreensão e os valores espirituais também faziam parte de sua intervenção, reproduzindo os conceitos aprendidos em sua formação profissional. A formação profissional baseada nos valores da Igreja Católica, também era interessante para o Estado e para o capital, que sofriam pressão pela classe trabalhadora por direitos sociais, o Serviço social se tornou um instrumento de controle social, em favor dos interesses da classe dominante. Com o favorecimento à industrialização o desenvolvimento e a criação de instituições estatais, se tem a necessidade de manter o controle social. Especialmente na década de 1940 quando o Estado começa a agir como regulador das relações sociais e a intervir nas relações produtivas, atuando como mediador e contribuindo para a acumulação capitalista, como no atendimento as reivindicações e necessidades sociais das classes menos favorecida. [...] na história social da organização da própria sociedade brasileira, que se gestam as condições para que, no processo de divisão social e técnica do trabalho, o Serviço Social constitua um espaço de profissionalização e assalariamento. Como mediação, neste processo, o Serviço Social vai se inserir, obtendo legitimidade no conjunto de mecanismos reguladores, no âmbito das políticas socioassistenciais, desenvolvendo atividades e cumprindo objetivos que lhe são atribuídos socialmente e que, como assinalamos anteriormente, ultrapassam sua vontade e intencionalidade [...]. A profissão amplia sua área de ação, alarga as bases sociais de seu processo de formação, assume um lugar na execução das políticas sociais emanadas do Estado e, a partir desse momento, tem seu desenvolvimento relacionado com a complexidade dos aparelhos estatais na operacionalização de Políticas Sociais. (YAZBEK, 2009 p.9,10) Diante da realidade social apresentada, emergente pobreza da população, e as demandas do desenvolvimento industrial, o Serviço Social se apropriava da teoria positivista, para respaldar sua prática profissional que minimizava os conflitos, e adequava os sujeitos desajustados à sociedade. Nesta direção surge o debate sobre necessidade do reconhecimento
  • 24. 23 científico e a legitimação de sua prática profissional, demonstrando também a necessidade de laicizar a prática social. 2.1.1 A gênese do Serviço Social e suas perspectivas. De acordo com Carlos Montano (2000) existem duas perspectivas evidentemente contrárias sobre a gênese do Serviço Social: A primeira perspectiva é a Endogenista que conjectura a origem da profissão, com o desenvolvimento, profissionalização e organização de formas anteriores de ajuda, filantropia e caridade. A segunda perspectiva é a Histórico- Critico que compreende o surgimento da profissão como um produto extraído dos projetos políticos e econômicos, que agiram em seu progresso histórico no momento em que o Estado cria respostas para conter a questão social. Referente à primeira perspectiva, vários autores tratam do assunto, porém Herman Kruse apresenta o Serviço Social como aplicador de teorias, uma maneira de prestar ajuda, ou ainda, respectivamente como prática sociológica, para o autor José Lucena Dantas o tradicionalismo do inicio da profissão passa por etapas. Dessa forma o modelo assistencialista, determina que tais práticas, são anteriores a profissão de Serviço Social, datando modelos dessas praticas na idade média no século XIX. Conforme Balbina Ottoni Vieira (1977, p.82): “O Serviço Social está presente nas sociedades desde as origens da humanidade, através dos atos de prevenção dos males sociais e promoção do bem-estar. Assim, a ajuda ao próximo, pode ser em qualquer de suas dimensões, caridade, filantropia ou Serviço Social”. Os diversos autores apresentam de formas diferenciadas a mesma tese, a de que o Serviço Social é a profissionalização, organização e sistematização da caridade; não considerando a história da sociedade como objeto fundamental para o desenvolvimento da profissão, que é compreendida a partir de si própria, desconsiderando suas relações sociais e os conflitos de classe. “O assistente social é solicitado tanto pelo caráter propriamente técnico-especializado de suas ações, senão, antes e basicamente, pelas funções de cunho educativo, moralizador e disciplinador [...] o assistente social aparece como profissional da coerção e do consenso, cuja ação recai no campo político” (IAMAMOTO, 2008, P.145).
  • 25. 24 A segunda perspectiva, histórico-critica, entende que o Serviço Social representa um papel visivelmente político, exerce uma função que não se explica por si mesma, mas sim pela posição em que se insere na divisão sociotécnica do trabalho. Nesta perspectiva a profissão é entendida como produto da história, sendo assim, sua relação depende da dinâmica entre a classe dominante e os trabalhadores; e a relação do Estado com o antagonismo das classes sociais; o enfrentamento da questão social; e criação de políticas sociais. José Paulo Netto (1997, p. 93) afirma que: É na interseção de processos econômicos, sociopolíticos e teórico-culturais que ocorrem na ordem burguesa, no capitalismo da idade dos monopólios, que se gestam as condições para emergência do Serviço Social como profissão na Europa. A formulação e a implementação das políticas públicas, próprias desta fase da ordem socioeconômica, estimulam a criação de novas profissões especializadas, entre as quais o Serviço Social surge ocupando uma posição subordinada na divisão sócio- técnica do trabalho, vinculado à execução terminal das políticas sociais. Considerando esses aspectos, o surgimento da profissão ocorre devido à necessidade do Estado e da classe dominante manter a hegemonia do sistema capitalista. Outro marco da profissão que é destacada por vários autores é o caráter de subordinação, entre os elementos que contribuem para essa subordinação da profissão Montano (2000) destaca dois aspectos: O primeiro destaca o Serviço Social como uma profissão elevadamente feminina, que se insere nas sociedades dominadas e marcadas por paradigmas machistas e patriarcais. Para mais, o Serviço Social é estigmatizado por exercer uma função auxiliar, no que se refere à assistência à população pobre, como profissional subordinado a outros profissionais, portanto não era visto como profissional que toma decisões, que traça objetivos referente às políticas sociais e os recursos necessários para sua execução, o profissional de Serviço Social era visto como executor das decisões de outros profissionais e, visualizava a realidade a partir do olhar também de outros profissionais, porém, no decorrer de sua trajetória profissional essa característica foi sendo revista e para a categoria tem sido deixada para trás. A segunda questão que trata Montano é o entendimento a respeito do Serviço Social como profissão não necessitar de produção científica, precisa apenas se apropriar do conjunto de teoria das ciências e sua aplicação da prática, essa separação entre teoria e métodos, é algo radical e constitui o “praticismo” do Serviço Social. Segundo Rosa Trindade (2001), no decorrer do percurso profissional a produção sociológica nos Estados Unidos, não permite a análise dos fenômenos da sociedade que eram
  • 26. 25 considerados como desvios do indivíduo. Estudava apenas as possibilidades de adequação dos trabalhadores ao tipo de organização da sociedade burguesa, utilizando como base os métodos de Mary Richomond com sua produção referente ao tratamento das práticas individuais de assistência. Também tinha como base a teoria de Gordon Hamilton que desenvolveu o Serviço social de Casos que possuía um caráter psicologizante, formado por estudos, diagnósticos e tratamento, esses autores enfatizavam a lógica do ajuste social, ou seja, os trabalhadores precisavam ser ajustados às normas da sociedade capitalista. O Serviço social em sua fase de institucionalização desenvolvia com base na teoria de Mary Richomond e Gordon Hamilton a abordagem grupal, principalmente nas décadas de 1950 e 1960, onde essas teorias eram utilizadas como base para o desenvolvimento de comunidade, Rosa Trindade (1991, p. 32) aponta que: Sob as influências da Psicologia e da Psicanálise, o Serviço Social de grupos passa a ser utilizado de forma geral para solução de problemas pessoais de relacionamento e socialização. A perspectiva de grupos proporcionaria um autodesenvolvimento dos indivíduos e a possibilidade de se ajustarem às normas e valores sociais vigentes. Os trabalhos sociais de caráter comunitário desenvolvem-se através de processos de mobilização e organização de grupos de população, a fim de promover o desenvolvimento econômico-social de pequenas localidades. A intenção é melhorar o meio, as condições imediatas, deixando de centrar-se apenas nas mudanças comportamentais do indivíduo e da família. A partir da década de 1970 o Serviço Social começa discutir sobre outro tipo projeto profissional e societário, isso se dá a partir da aproximação da teoria marxista. Esse debate acontece ao mesmo tempo em que as correntes tradicionais e conservadoras do Serviço Social discutem sobre sua pratica baseada nos conteúdos dogmáticos da Igreja católica e no estrutural funcionalismo. Segundo Rosa trindade (2001) com base nos documentos de Araxá e Teresópolis se verifica que as primeiras formulações para o projeto profissional modernizador, destacava as limitações da pratica profissional tradicional, porém procurava a renovação do Serviço Social, com base nas novas demandas postas pelo Estado através das praticas desenvolvimentistas. Esse caráter modernizador apontado pelo Documento de Araxá de 1967: “Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela ação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas”. (CBCISS, 1986, p.24).
  • 27. 26 A intervenção profissional fundamentada na teoria estrutural-funcionalista passa a ser questionada por vários setores no interior da categoria profissional no fim dos anos 1970. A década de 1980 é marcada por um efervescente clima político, discussão e luta em favor da redemocratização do Brasil, é também nesse período que um movimento com maior força, luta pela renovação da profissão de Serviço Social, já que nos anos anteriores devido ao processo ditatorial essa parcela da profissão não tinha força nem liberdade para por seu projeto em disputa com o conservadorismo. É posta em questão toda a base profissional constituída até esse momento, significante parcela da profissão tem a necessidade de intervir de forma critica na realidade social, e a partir desse movimento surge a possibilidade de criar uma nova postura profissional voltada para o interesse da classe trabalhadora, trazendo o questionamento da estrutura econômico- social como definidora da questão social. A intervenção profissional se direciona para uma abordagem coletiva, com objetivo de mobilizar a população para reivindicar direitos sociais. Referente ao campo da teoria os profissionais se apropriaram da teoria marxiana utilizando suas fontes originais, procurando aprofundar-se nos estudos de Marx para compreender as questões específicas do Serviço Social e seu objeto de intervenção que é a questão social. Na década de 1990 o capitalismo destaca algumas necessidades e medidas de caráter político, econômico e ideológico, com a finalidade de superar as constantes crises. A efetivação do modelo Neoliberal de atuação do Estado resulta no controle dos gastos sociais, que passam a ser aplicados de forma residual e pontual, trazendo novos desafios para a profissão. É nesse período que o Serviço Social começa a adquirir maturidade intelectual, definindo um direcionamento social para sua prática, que está presente no Código de Ética Profissional e no Projeto Ético Político. Ao longo de sua história a profissão adquiriu diversas teorias que embasam sua prática, e é importante destacar que embora surja uma nova perspectiva no contexto social, não significa anular as teorias já existentes, ainda que a nova perspectiva se torne hegemônica no âmbito da profissão. Dessa forma o fato da perspectiva histórico-critica ser considerada como hegemônica, não descarta o fato de que as perspectivas tradicionais e conservadoras ainda são mantidas por determinados profissionais. 2.2 Processo de Trabalho e Serviço Social
  • 28. 27 A profissão de Serviço Social tem seu reconhecimento na sociedade na proporção em que é socialmente necessária e exigida por determinado grupo social. É uma profissão que atualmente faz parte da especialização do trabalho coletivo, e está inscrita na divisão social e técnica do trabalho, porém não é predominante entre as atividades ligadas diretamente ao processo de criação de produtos e valores. Embora o Serviço Social não seja reconhecido como ciência, isso não quer dizer que a profissão não produza conhecimento, sua atuação está totalmente ligada à produção e reprodução social. “enquanto profissão, não dispõe de uma teoria própria, nem é uma ciência; isto não impede, entretanto, que seus profissionais realizem pesquisas, investigações etc. e produzam conhecimentos de natureza teórica, inseridos no âmbito das ciências sociais e humanas”. (NETTO 1999, p. 102) Em relação ao processo de produção capitalista, o Serviço Social não produz mercadorias, porém atua como facilitador indispensável na produção de mercadorias para o capital. Diante disto surge no âmbito da categoria a questão que é debatida por vários autores, se o Serviço Social pode ser considerado como trabalho ou não. Para que possamos entender os processos sociais e as questões que envolvem o Serviço Social em relação à categoria trabalho, primeiramente é preciso verificar o contexto histórico da sociedade, compreendendo assim o desenvolvimento do homem e suas relações sociais. A história do trabalho tem sua origem no momento em que o homem foi buscar maneiras de suprir suas necessidades para produção de sua vida material, essa produção se relacionava à busca do alimento, na proporção em que sua satisfação é alcançada, surgem outras necessidades que se ampliam a outros homens gerando assim as relações sociais responsáveis por definir a condição histórica do trabalho. A partir do momento que o homem com seu trabalho transforma a natureza, transforma também o seu sujeito e foi através de várias mudanças ocorridas nas sociedades que surgiu o ser social, capaz de se comunicar e se expressar através da fala, planejar e realizar atividades de modo reflexivo, consciente e autoconsciente, os homens deixaram de viver única e exclusivamente pelos seus instintos, adquirindo hábitos e atitudes que consolidaram a vida social. Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força
  • 29. 28 natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. (MARX, 1996, p. 29) Para produzir e reproduzir as condições de vida e de produção são instituídas relações mútuas entre os homens, através da ação transformadora da natureza, ou seja, através da produção de mercadorias. A produção social é indispensavelmente histórica, trata-se da relação social entre pessoas e classes sociais que representam determinada posição econômica. “Os seres sociais tornaram-se mediados entre si e combinados dentro de uma totalidade social estruturada, mediante um sistema de produção e intercâmbio estabelecido.” (ANTUNES, 2006, p.19) A produção no processo capitalista se apresenta como uma forma histórica que determina a forma de produção e reprodução das condições materiais de vida e das relações sociais que conduzem a produção. Para o capitalismo trabalho é a mercadoria que produz valor, como o trabalhador é livre pode vender sua força de trabalho como quiser, porém essa liberdade significa que esse trabalhador não possui os meios de produção restando-lhe apenas sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência. O capitalista é o dono dos meios de produção e, é ele que regulamenta essa venda através do contrato de trabalho, onde em troca do salário o trabalhador vende sua energia, sua força de trabalho; durante a jornada de trabalho o indivíduo produz valor, mais do que o valor pago pela produção, gerando assim a mais-valia. “O capitalista, mediante a compra da força de trabalho, incorporou o próprio trabalho, como fermento vivo, aos elementos mortos constitutivos do produto, que lhe pertencem igualmente” (MARX, 1996, p. 304). Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de forças de trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor da mercadoria. E, todo trabalho é, por outro lado, dispêndio de força de trabalho do homem sob forma especificamente adequada a um fim, e nessa qualidade de trabalho concreto útil produz valores de uso. (MARX, 1996, p.171). Para Marx o trabalho possui um caráter duplo, o que gera valor de uso, o trabalho concreto; e o que gera valor da mercadoria, que é o trabalho abstrato. O caráter concreto pode ser entendido como a transformação de objetos naturais em objetos úteis com a finalidade de
  • 30. 29 suprir as necessidades humana esse caráter só pode ser entendido na área da produção. A essência do trabalho concreto está totalmente vinculada ao desenvolvimento da consciência, onde o homem deixa de apenas se adaptar ao meio ambiente e passa a transformar a natureza. Assim o trabalho produtivo ocorre com a transformação da matéria-prima em mercadoria gerando valor de uso ou mais- valia. O caráter abstrato do trabalho surge a partir do século XVIII, através da estreita relação com o capitalismo manufatureiro se fortalece na grande indústria, diante disto o trabalho abstrato é considerado como uma categoria fundamentalmente histórica, e no processo de acumulação capitalista gera trabalhadores necessários para a produção e valor do capital. Os trabalhadores improdutivos realizam a redistribuição das mercadorias na esfera da circulação, este tipo de trabalho não produz mais-valia, mas sobrevive da produção do valor que o capital produz. Desta forma, tanto o trabalho produtivo como o improdutivo, são necessários à produção capitalista, o capital não pode suprimir o trabalho concreto do sistema de produção de mercadorias e valores, nem pode eliminar o trabalho abstrato, pois o primeiro se estabelece como atividade vital, meio fundamental da atividade humana. O segundo realiza papel determinante na criação de valores de troca na sociedade, seu predomínio é induzido pela lógica do capital. Através do trabalho o ser social pode, ou não, materializar sua capacidade teleológica, presume-se então que para o processo de trabalho o homem é indispensável. No processo de produção capitalista, o desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais é determinado pelas novas necessidades sociais, que tendem a ordenar profissionais cada vez mais qualificados para atender as demandas do capital, incluído nessa lógica o Serviço Social. Para Iamamoto e Carvalho (1995), o Serviço Social se organiza e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, no cenário do desenvolvimento do capitalismo industrial, que contribuiu para emergência de novas classes sociais, a criação e expansão do proletariado e da burguesia industrial. O Trabalho do Serviço Social no contexto capitalista se dá também numa relação de compra e venda de mercadorias, sendo a principal delas a sua força de trabalho, o salário é o preço dessa mercadoria tão importante para o capital. é somente na ordem societária comandada pelo. monopólio que se gestam as condições histórico-sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho, constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como as do assistente social. A profissionalização do serviço social não se relaciona
  • 31. 30 decisivamente com a “evolução da ajuda”, a “racionalização da filantropia” nem a “organização da caridade”, vinculam-se com dinâmica da ordem monopólica. A emergência profissional do serviço social é, em termos histórico-universais, uma variável da idade do monopólio. E como profissão, o serviço social é indivorciável da ordem monopólica – ela cria e funda a profissionalidade do serviço social. (NETTO 2001, p. 82) Percebe-se de forma clara que o trabalho é o fundamento do ser social, pois através dele o ser humano adquiriu outras habilidades e capacidades, dentro desse contexto histórico do trabalho existe o questionamento se o Serviço Social é ou não trabalho, já que a profissão na sua prática não transforma a natureza, nem produz mercadoria. Segundo Granemann (1999), o Serviço Social pode ser considerado trabalho, já que sua ação interventiva gera transformação na natureza, e possui elementos que constituem o processo de trabalho como: a força de trabalho e suas finalidades, instrumentos e matéria- prima ou objeto. Para autora a ampliação da tecnologia gerou um distanciamento entre o homem e natureza, criando uma nova forma de produzir, que defende uma relação com todos os espaços da vida social, sendo assim, mesmo não intervindo diretamente na natureza o Serviço Social mantém relação com ela. O capitalismo interliga todas as formas de trabalho, ocorrendo transformação da natureza, mesmo que venham a ser mediadas por instrumentos. “O Serviço Social sendo um trabalho, e como tal de natureza não liberal, tem nas questões sociais a base de sustentação da sua profissionalidade e sua intervenção se realiza pela mediação organizacional de instituições públicas, privadas ou entidades de cunho filantrópico”. (GUERRA, 2000, p.18) 2.2.1 Serviço Social na Contemporaneidade Para que possamos analisar a profissão de Serviço Social como parte da história da sociedade atual, precisamos ultrapassar o universo profissional, é necessário romper com a visão endógena da profissão, que a torna prisioneira no interior da categoria. Extrapolar o Serviço Social para melhor apreendê-lo na história da sociedade da qual ele é parte e expressão. È importante sair da redoma de vidro que aprisiona os assistentes sociais numa visão de dentro e para dentro do Serviço Social, como precondição para que se possa captar as novas mediações e requalificar o fazer profissional, identificando suas particularidades e descobrir alternativas de ação. (IAMAMOTO, 2007 p.20)
  • 32. 31 O agravamento das desigualdades sociais, o empobrecimento das populações, a exclusão social, o desemprego, a violência, a crise na proteção social, crise financeira, e o afastamento do Estado mediante as demandas, representam inúmeros desafios para as diferentes as profissões, em especial, para o Serviço Social. Esse contexto de crise estrutural, determinado pelo aprofundamento da miséria e pela degradação das políticas públicas, traz significantes transformações nos processos de intervenção do Assistente Social e na formação profissional; exigindo mudanças efetivas, como profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho o Serviço Social precisa ser capaz de responder a essas necessidades sociais. É preciso compreender como tais transformações atingem o conteúdo e a direção da profissão, como afetam as atribuições, competências e requisitos para formação dos Assistentes Sociais, existe a necessidade da profissão expandir os horizontes em relação ao movimento das classes sociais e do Estado. Não perdendo ou enfraquecendo as particularidades da profissão. O presente cenário sociohistórico não se torna apenas um simples pano de fundo para o trabalho profissional, ele transpõe e conforma o cotidiano da pratica profissional e da vida dos usuários. O desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana consolidam o sistema capitalista, gerando o agravamento das múltiplas expressões da questão social. É no contexto da globalização mundial sobre a hegemonia do grande capital financeiro, da aliança entre o capital bancário e o capital industrial, que se testemunha a revolução técnico-cientifica de base microeletrônica, instaurando novos padrões de produzir e de gerir o trabalho. Ao mesmo tempo, reduz-se a demanda de trabalho, amplia-se a população sobrante para as necessidades médias do próprio capital, fazendo crescer a exclusão social, econômica, politica, cultural de homens, jovens, crianças, mulheres das classes subalternas, hoje alvo da violência institucionalizada. (IAMAMOTO. 2007, p.18) A atual realidade social, com sua alta complexidade, traz novos desafios ao Serviço Social, exigindo do Assistente Social uma redefinição nos parâmetros teórico-metodológicos e ético-políticos. E para se falar sobre o Serviço social na contemporaneidade deve se compreender o contexto da sociedade contemporânea. Os desafios postos á categoria profissional devem ser identificados e enfrentados com novas perspectivas crítico propositivos de intervenção, para a construção de um projeto societário, mas cidadão e a reafirmação do projeto ético-político da profissão.
  • 33. 32 Na contemporaneidade exigem-se novas características do Assistente Social, é necessário que seja qualificado, que tenha capacidade de propor alternativas criativas, inovadoras, que possua visão crítica. O novo perfil que se busca construir é de um profissional afinado com a análise dos processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em suas manifestações quotidianas; um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o “tempo presente, os homens presentes, a vida presente” e nela atuar, contribuindo, também, para moldar os rumos da história. (IAMAMOTO, 2007, p.49) O propósito de explicitação das atribuições do Assistente Social, na atualidade, deve estar vinculado à busca dos fundamentos teórico-metodológicos e científicos de forma mais sólida. Para que os mesmos possam orientar a atuação, ultrapassando a mera atividade técnica, procurando resgatar, sistematizar e fortalecer o potencial inovador contido na vivência cotidiana dos trabalhadores, criando alternativas de resistência ao processo de dominação, consonantes com o projeto ético-político profissional. É necessário que este compreenda o processo de trabalho no qual se insere e as alternativas ético-politicas que se colocam ao exercício e a formação profissional crítica. 2.3 A Política de Educação Brasileira: Breve Histórico A educação não está vinculada apenas a escola, é constituída também e, sobretudo, como um direito social, campo de intervenção do Estado e dimensão da vida social, é através desta que o homem deveria se instrumentalizar culturalmente, preparando-se para transformações tanto materiais como espirituais. A educação é a base para o desenvolvimento social, sem ela até mesmo as sociedades mais avançadas retornariam ao estado primitivo em pouco tempo. Depende-se dela para formar profissionais, além de oferecer uma base de conhecimento para todas as pessoas. Contudo o que pode ser observado na realidade é contraditório, pois o sistema educacional não emancipa os indivíduos, ao contrário, doutrina de acordo com os moldes capitalistas, sua universalidade é restrita ao papel, a lei, pois este direito infelizmente ainda não é para todos.
  • 34. 33 A escola tem como papel diante da sociedade propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais. Dentro deste contexto, o setor educacional deveria oferecer alternativas para pessoas excluídas do sistema a oportunidade de se (re) integrarem através da participação, bem como da luta pela universalidade de direitos sociais e do resgate da cidadania. A história da educação brasileira passou por rupturas muito marcantes, podendo dizer que não houve a oportunidade de formar uma educação tipicamente brasileira, tendo em vista que, desde seu princípio teve fortes influências de outros países, como por exemplo, a chegada dos portugueses que trouxeram um modelo de educação europeu. Ao longo dos anos podem-se perceber algumas mudanças na área da educação, na década de 1920 foram realizadas diversas reformas, a nível estadual, como por exemplo, as de Lourenço Filho, no Ceará, a de Fernando Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro). A década de 1930 teve como principal evento a inserção do Brasil no mundo capitalista de produção, desta forma a nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada e, como consequência, houve a necessidade de investir na educação; sendo assim, a escola deste período era voltada para a expansão das indústrias, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, e ainda nesta época foi instituída pela primeira vez na constituição a educação como direito de todos, sendo sua ministração de responsabilidade da família e do poder público. Na década de 1940 alguns ramos da educação foram reformados, e tais reformas receberam o nome de Lei Orgânica do Ensino, foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), neste período as escolas visavam atender às demandas profissionais, o ensino era técnico. A Política da Educação no Brasil sempre foi marcada por avanços e recuos; a primeira metade da década de 1960 foi marcada por uma ação de movimentos de educação popular. Segundo ARANHA (1996), os principais foram: Centros Populares de Cultura (CPC), que surgem em 1961 e espalham-se entre 1962 e 1964. Os Movimentos de Cultura Popular (MCP) aparecem na data de 1960, inclusive Paulo Freire pertenceu a este grupo e também ao movimento de Educação de Base (MEB), criados em 1961 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O golpe militar de 1964 desativa esses movimentos de conscientização popular, considerados como subversivos, e penalizava os lideres. O MEB seria o único que continuaria, apesar de diminuírem suas atividades e mudarem sua direção. Desta forma nas décadas de 1960 e 1970 já começa a se exigir uma força de trabalho mais qualificada tecnicamente.
  • 35. 34 A partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) promulgada em 1961 desaparece a obrigatoriedade do ensino primário gratuito, prevendo também que o Estado poderia subvencionar estabelecimentos de ensino particulares. A cooperação financeira do Estado seria feita sob a forma de bolsas de estudos, empréstimos para a construção, reformas e custeio na infraestrutura das escolas. Em contrapartida esta LDB também obrigava o governo a investir 12% de sua receita de impostos em educação, ao mesmo tempo em que desresponsabilizava o Estado pela obrigatoriedade do ensino primário gratuito, incentivava o crescimento das instituições de ensino particulares. Pinto (1986) ao abordar a política educacional posterior a 1964 cita autores renomados, como Maria Luiza de Souza, Cornely e José Pinheiro Cortez, que em seus depoimentos revelam que a política educacional após 1964 tinha como objetivo a implementação de uma própria política de Estado burocrático e autoritário do país, tendo como elemento fundamental desta política a tecnocracia. No final dos anos 1980, com o fim do Regime Militar, o debate sobre educação já havia perdido o sentido pedagógico e assumiu um caráter político, ou seja, a educação passou a ser vista em um sentido mais amplo, para além da sala de aula. Nesta década foi promulgada a Constituição Federal de 1988 que procurou introduzir inovações e compromissos, entre eles a universalização do ensino fundamental e a erradicação do analfabetismo. No Art. 6º, da Constituição Federal, consta que a educação também constitui um dos direitos sociais de cada cidadão. E o art. 208, § 1°, da Constituição Federal afirma que “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”, e seu não oferecimento pelo Poder Público ou sua oferta irregular implica responsabilidade da autoridade competente. Os princípios constitucionais da educação são: ( I) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (II) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; (III) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; (IV) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; (V) valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (VI) gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
  • 36. 35 (VII) garantia de padrão de qualidade; (VIII) piso salarial profissional para os profissionais da educação escolar pública. De acordo com a Lei 9394/96 o atual sistema de ensino se divide em: I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. II – educação superior. Atualmente o sistema educacional brasileiro é respaldado pela Lei 9394/96, pelo Plano Nacional de Educação e de acordo com a constituição e a LDB, a educação deve ser gerida e organizada por cada nível de governo, sendo assim, o Governo Federal, Estado, Distrito Federal e Municípios são responsáveis pela organização e manutenção de seus respectivos sistemas de ensino. No final do século XX a educação alça status prioritário no cenário internacional. Somente no decorrer dos anos 1990 foram realizados três eventos mundiais, dos quais resultaram três Declarações que trazem diretrizes educacionais a serem observadas por todas as Nações, evidenciando, assim, a posição estratégica que a educação ocupa neste período histórico de globalização. A Declaração de 1990 versa sobre ‘Educação para Todos’, em 1994, temos a Declaração de Salamanca – sobre Educação Especial- e em 1997 a pauta abordou a Educação de jovens e Adultos. (PEQUENO,2000, p.1) O âmbito educacional expressa os reflexos oriundos do mundo capitalista do trabalho e sofre com questões referentes à empregabilidade e a relação público/ privado. Até os dias de hoje muitas alterações tem ocorrido no âmbito do planejamento educacional, principalmente em decorrência do fenômeno da globalização, que ocasionou diversas alterações no sistema de ensino onde se exige cada vez mais indivíduos qualificados para atuação no mercado de trabalho, e como consequência ocorre à flexibilização da educação através de ensino à distância e financiamentos para os estudos, por exemplo, a área da educação tem se tornado um espaço estratégico onde ocorre a estreita relação entre cultura e economia. E assume duas funções: A primeira econômica que visa atender às exigências do mercado de trabalho, e a segunda que é cultural e ideológica que pode vir a despertar para o conhecimento crítico preparando o indivíduo para o exercício da cidadania ou reforçar a dominação resultando na alienação. 2.3.1 Educação infantil
  • 37. 36 Durante as transformações políticas e econômicas ocasionadas pelo capitalismo, mudanças significativas ocorreram na organização familiar, sobretudo pela participação feminina na população economicamente ativa do país. E os cuidados com as crianças pequenas tiveram destaque no conjunto dessas transformações, o que demonstra estreita relação entre o surgimento de instituições de atenção à infância e a transformação do papel da mulher na sociedade. Com a inserção da mulher no mercado de trabalho houve alteração no modo de cuidar e educar os filhos. As mães operárias que não tinham com quem deixar seus filhos utilizavam os serviços das mães mercenárias, mulheres que não trabalhavam nas fábricas, mas vendiam sua força de trabalho para abrigarem e cuidarem dos filhos de outras. Em decorrência da maior inserção dos pais no mercado de trabalho começaram a surgir outras formas de serviços para as crianças, que eram organizados por mulheres que realizavam atividades como: canto reza, desenvolvimento de bons hábitos, entre outros. Contudo com o aumento desta oferta de emprego para mulheres aumentou também o índice de maus tratos às crianças, porém como as famílias pobres tinham que garantir sua sobrevivência tais atos foram se tornando socialmente aceitos. No Brasil vários fatores contribuíram para a criação de creches, entre eles o elevado índice de mortalidade infantil, desnutrição e acidentes domésticos. Isto levou diferentes segmentos da sociedade como empresários, religiosos e educadores, a pensarem em um espaço de cuidados para as crianças fora do contexto familiar, ou seja, num primeiro momento o atendimento oferecido pelas creches era semelhante ao atendimento oferecido pelas instituições asilares, que possuíam caráter filantrópico e perduraram até os anos 1920. As primeiras experiências de atendimento institucional à infância foram de cunho assistencial e custodial voltadas ao amparo de crianças e famílias pobres. Por muitos anos as instituições de atendimento as crianças foram mantidas por instituições particulares e filantrópicas. Contudo a partir de 1930 o Estado passou a intervir, minimamente, em reposta à política desenvolvimentista de Getúlio Vargas, que previa um amplo projeto para atingir a civilidade e a modernidade, o que ocasionou a difusão do movimento higienista entre os envolvidos no atendimento prestado nas creches. [...] criaram-se leis e propagaram-se instituições sociais nas áreas da saúde pública, do direito da família, das relações de trabalho, da educação. [...] são iniciativas que expressam uma concepção assistencialista que denominamos ‘assistência científica’ por se sustentar na fé e no progresso e na ciência característica daquela época. ( KUHLMANN, JÚNIOR, 2001, p.60)
  • 38. 37 Na década de 1940 ocorreu um importante marco legal na legislação sobre as creches, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) que previa a obrigatoriedade das empresas com mais de 30 funcionárias, acima de 16 anos, implantarem creches para os filhos das funcionárias. Na década de 1960 surge outra corrente de pensamento: os discursos pedagógicos baseados na teoria de privação cultural, desta forma o espaço da creche passou a ser visto como um local privilegiado para compensar carências de natureza biológica, psicológica e cultural, apresentadas ao longo do desenvolvimento infantil. Novas categorias profissionais como professores, psicólogos, pedagogos e recreadores foram inseridos no âmbito das creches. Sendo assim as instituições públicas passaram a atender crianças pobres, enquanto as instituições privadas prestavam atendimento as de classe social elevada, desta forma as crianças de diferentes classes sociais eram submetidas a um desenvolvimento diferenciado, as de classe menos favorecida eram atendidas com trabalhos voltados para a ideia de carência e deficiência, e as outras recebiam uma educação que privilegiava a criatividade e socialização. Até os anos 1970 pouco havia sido feito em relação à legislação que garantisse a oferta da educação infantil. Porém na década de 1980 diferentes setores da sociedade se mobilizaram com intuito de sensibilizar a sociedade e o governo sobre os direitos da criança a uma educação de qualidade, e através da Constituição Federal de 1988, este direito foi garantido e expresso através do art. 227 que determina: É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O direito da criança à educação foi garantido através da inclusão da creche e pré- escola no sistema de ensino brasileiro, e expresso no artigo 208, inciso IV da constituição: O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: IV- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; Como resultado as creches que até então estavam vinculadas a assistência social passaram a ser de responsabilidade da educação, adotou-se o principio de que essas
  • 39. 38 instituições não cuidariam apenas das crianças, mas também passariam a desenvolver trabalhos e atividades educacionais. A Constituição Federal de 1988 possui uma valiosa contribuição na garantia de direitos dos indivíduos, sobretudo das crianças, esta foi fator decisivo na afirmação dos direitos das crianças de 0 a 6 anos de idade que passaram a ser vistas como sujeitos de direitos. Em 1990 foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90 que regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes, e posteriormente ente os anos 1994 e 1996 foram publicados pelo MEC diversos documentos de suma importância para a educação infantil. No Brasil a perspectiva referente às crianças e adolescente teve um caminho lento, tendo seu início em 1979 com a criação do Código de Menores. Somente em 1989 a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, das Organizações das Nações Unidas (ONU) marcou definitivamente a transformação das políticas públicas voltadas a essa população, culminando assim na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) criado em 13 de julho de 1990, este se instituiu como Lei Federal n.º 8.069. O Estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus capítulos e artigos, o estatuto discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação, adoção, tutela e questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos infracionais. De acordo com Ferreira (2000, p.184), esta lei vai além de um instrumento jurídico por que: Inseriu as crianças e adolescentes no mundo dos direitos humanos. O ECA estabeleceu um sistema de elaboração e fiscalização de políticas publicas voltadas para a infância, tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações dos direitos das crianças. Serviu ainda como base para a construção de uma nova forma de olhar a crianças: uma criança com direito de ser criança. Direito ao afeto, direito de brincar, direito de querer, direito de não querer, direito de conhecer, direito de sonhar. Isso quer dizer que são autores do próprio desenvolvimento. O ECA em termos de legislação voltada para a infância e adolescência, é referência mundial, porém ele ainda precisa ser entendido de forma autêntica, para que seus fundamentos sejam trilhados de forma legítima, ainda é necessário percorrer um longo caminho pela sociedade civil e pelo Estado para que seus fundamentos sejam vivenciados cotidianamente.
  • 40. 39 2.3.2 A inserção do Serviço Social na educação e sua prática profissional No seu início o Serviço Social surgiu como uma profissão prático interventiva e atuava em instituições que visavam atender as necessidades sociais daqueles que não tinham acesso à riqueza. De acordo com Vieira (1978) o Serviço Social na escola surgiu nos Estados Unidos, no início do século XX, tendo muitas experiências nas escolas como as de Nova York, Boston e Harford; integrando a equipe junto a professores e psicólogos, atendendo alunos com problemas de aprendizagem. O Serviço Social neste período tinha por objetivo atender as dificuldades de caráter individual e familiar, apresentados como problemas sociais no âmbito escolar. Na França era especializado na área da saúde, ou seja, resolvendo questões de aprendizagem relacionadas à saúde dos alunos. Na América Latina, o Serviço Social num primeiro momento, privilegiava o atendimento individualizado, contudo num segundo momento, passou a buscar um melhor relacionamento da escola com a família, sobretudo através da família dos alunos. A educação se constituiu com área temática da profissão a partir do CBAS (Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais), até então a profissão não estava vinculada à educação. Até a metade dos anos 1970 o Serviço Social estava vinculado ideologicamente por subordinação ou por opção ao projeto político do Estado; porém a partir do Movimento de Reconceituação, baseado em uma perspectiva critica da profissão, voltado para obtenção de uma identidade profissional e no rompimento com Serviço Social conservador/tradicional, a intervenção no âmbito educacional ganhou novas perspectivas, neste momento a perspectiva da intenção se aproxima do marxismo. “A ruptura com a herança conservadora expressa-se como uma procura, uma luta por alcançar novas bases de legitimidade da ação profissional do Assistente Social, que, reconhecendo as contradições sociais presentes nas condições do exercício profissional busca colocar-se, objetivamente, a serviço dos interesses dos usuários, isto é, dos setores dominados da sociedade”. (IAMAMOTO, 2007. p.37) A educação brasileira só obteve investimento após a Primeira República, quando se tornou pública, ou seja, para todos, entretanto ainda não possuía maiores investimentos.
  • 41. 40 Atualmente varias são as expressões da questão social presentes no espaço escolar pode-se melhor exemplificar através das palavras de Dimenstein: “A família é pobre. Mora numa casa onde não existe saneamento básico. O ambiente facilita a transmissão de doenças. As doenças enfraquecem o corpo, que já é desnutrido. A criança desnutrida não aprende direito o que é ensinado. E quem não estuda não consegue arrumar um bom emprego.” (2005 p.162) Apesar do que consta no Art. 205 da Constituição Federal de 1988 que: “A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” O sistema educacional tem sofrido com as influências do mercado de trabalho, do novo sistema de emprego e a relação público e privado, o que faz com que sua eficácia e qualidade atendam ao interesse do mercado. No atual contexto brasileiro, nota-se que o ensino tem se mostrado insuficiente, no que se refere à quantidade de vagas para o atendimento dos alunos, tendo-se como um dos grandes desafios à melhoria de sua qualidade. Portanto para compreender a prática profissional é preciso que se pense no aperfeiçoamento teórico que está vinculado ao fazer profissional. Segundo Iamamoto (1999) para compreender o exercício profissional é necessário à concepção de que aquilo que geralmente é chamado de prática corresponde a um dos elementos constitutivos do processo de trabalho que é próprio do trabalho. O Serviço Social é uma profissão socialmente legitimada, e o âmbito educacional não se trata de uma nova experiência para esta profissão. A inserção dos assistentes sociais na área da educação não se constitui em um fenômeno recente, sua origem remonta aos anos iniciais da profissão em sua atuação marcadamente voltada para o exercício de um controle social sobre a família proletária e em relação aos processos de socialização e educação na classe trabalhadora durante o ciclo de expansão capitalista experimentado no período varguista. Sua notoriedade atual em muito se deve a três tendências observadas no campo das políticas sociais a partir dos anos 1980: O enfrentamento da pobreza a partir de políticas publicas que estabelecem condicionalidades em relação à educação escolarizada. A interface de diferentes políticas setoriais, em especial aquelas dirigidas aos segmentos sociais em situação de vulnerabilidade social, tornando o acesso à educação escolarizada um marco na afirmação dos direitos sociais de crianças e jovens. O alargamento da compreensão da educação como direito humano, adensando as praticas sociais organizadas em torno de diversos e abrangentes processos de formação humana, criando uma arena de disputas ideológicas fortemente mobilizadoras dos paradigmas educacionais em disputa no âmbito do Estado e da
  • 42. 41 sociedade civil como os de: empreendedorismo, empregabilidade e emancipação. (ALMEIDA, 2000, P. 52) Atualmente a inserção de Assistentes Sociais na área da educação tem se fortalecido, justamente pelo fato deste ser um profissional que lida com a garantia de direitos. É muito importante dizer que o Serviço Social pode atuar em diferentes setores dentro da área escolar, e para isso é necessário pensar para além das unidades escolares. Dentro do sistema educacional o Serviço Social irá se apresentar no atendimento ao público-alvo da política educacional, ou seja, perceber o trabalho realizado em diferentes espaços, como por exemplo, as famílias e as escolas; e também junto aos órgãos de planejamento e de gerencia da política educacional, seja na esfera da Secretaria de Educação municipal ou estadual, coordenadorias; não somente no atendimento mas também na elaboração dessa política. Sendo os dois extremamente importantes para o exercício profissional do Assistente Social na educação. Nesta esfera o Serviço Social tem muito a contribuir para a política pública de educação, o Assistente Social tem como objetivo articular das diversas políticas sociais, com intuito de diminuir questões relacionadas às desigualdades sociais. O profissional deve assegurar que nas escolas sejam elaborados e executados projetos com ações preventivas na esfera das relações interpessoais, entre alunos, familiares e funcionários da escola, além de situações relacionadas a questões socioeconômicas e a violência, situações presente na realidade de muitos alunos. O profissional de Serviço Social deve viabilizar uma articulação com setores da política social, de forma abrangente em relação não só ao aluno, mas também a sua família, buscando recursos de serviços e programas sociais, além de reconstruir a autonomia da família com a finalidade de obter uma melhor qualidade de vida para os usuários. De acordo com Almeida (2000), é necessário pensar a inserção do Assistente Social na educação não como uma especulação sobre a possibilidade de ampliação do mercado de trabalho, mas como uma reflexão de natureza política e profissional sobre a função social da profissão em relação às estratégias de luta pela conquista da cidadania através dos direitos sociais e das políticas sociais. Sendo assim o Serviço Social deve lutar pela conquista da cidadania, que se tornou um componente fundamental para sua unidade, observando a importância da articulação com as
  • 43. 42 famílias, Conselhos de Direito e Tutelares, bem como ligações com outras instituições da localidade onde se encontra a escola, ou seja, deve fortalecer e formar redes. Muitas são as contribuições da profissão para a educação como, por exemplo: permitir que a comunidade interaja com o espaço escolar, envolver as famílias, realizar trabalhos que contribuam para a diminuição da evasão escolar, violência, alcoolismo e drogas, a fim de que o aluno melhor se desenvolva e possa exercitar sua cidadania. Procurar e apresentar formas de atendimento às demandas socioeconômicas de seus usuários, contribuir para a permanência do aluno, propor, executar e avaliar projetos junto à comunidade, conhecer as necessidades dos usuários, orientar usuários de acordo com suas demandas especificas. 2.4. Interdisciplinaridade Para compreendermos o termo interdisciplinaridade é necessário termos a noção de que as disciplinas são essenciais para o desenvolvimento das Ciências sociais e do pensamento humano, trata-se da organização de uma categoria no interior das diversas áreas de conhecimento que são abrangidas pelas ciências. A organização disciplinar foi instituída no século XIX, notadamente com a formação das universidades modernas; desenvolveu-se, depois, no século XX, com o impulso dado à pesquisa científica; isto significa que as disciplinas têm uma história: nascimento, institucionalização, evolução, esgotamento, etc.; essa história está inscrita na da Universidade, que, por sua vez, está inscrita na história da sociedade; (MORIN 2002, p. 105 ). E de acordo com Paulo Freire ( 2007, p.39): Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino... Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. A disciplina é uma forma de delimitar, um conjunto de estratégias organizacionais, como escolhas de conhecimentos que serão oferecidos ao aluno com o objetivo de apoiar um conjunto de procedimentos didáticos e metodológicos.
  • 44. 43 A indefinição sobre interdisciplinaridade origina-se ainda dos equívocos sobre o conceito de disciplina”. A polêmica sobre disciplina e interdisciplinaridade possibilita uma abordagem pragmática em que a ação passa a ser o ponto de convergência entre o fazer e o pensar interdisciplinar. É preciso estabelecer uma relação de interação entre as disciplinas, que seriam a marca fundamental das relações interdisciplinares. (FAZENDA,1999, p. 66). Historicamente a interdisciplinaridade como enfoque metodológico surge na segunda metade do XX, como reposta as necessidades apresentadas nos campos das ciências humanas e da educação. Era preciso superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento, causadas principalmente por uma epistemologia (Teoria do Conhecimento), de origem positivista fundamentadas especialmente por Descartes e Galileu, as ciências foram divididas em varias áreas e a interdisciplinaridade procurou criar diálogo entre elas, apesar de não conseguir obter a totalidade e a unidade. Na imaginação Positivista a fragmentação do saber era essencial para o progresso da ciência. A interdisciplinaridade buscou compreender melhor a relação entre o todo e as partes, Para Goldman (1979), apenas o modo dialético de pensar, fundado na historicidade, poderia resgatar a unidade das ciências. A tradição marxista resolveu, em parte, o problema, colocando a historicidade como fundamento das ciências. Marx afirmava que só existia uma ciência: a História. Assim ele resolvia a questão da fragmentação. A totalidade não seria alcançada, como queriam os neo-positivistas, através da interdisciplinaridade, mas através de um referencial comum que é a história, e desde esse período histórico a interdisciplinaridade vem se desenvolvendo também nas ciências da educação. A definição do conceito do termo interdisciplinaridade é algo que ainda está em construção, é um conceito que varia, não apenas na nomenclatura, mas também em seu significado, não possui um sentido único e estável. O Termo interdisciplinaridade foi e ainda é amplamente discutido, devido à existência de varias definições, que dependem do olhar e da vivência de cada um, por exemplo, a experiência educacional possui suas particularidades. A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa. [...] Podemos dizer que nos reconhecemos diante de um empreendimento interdisciplinar todas as vezes que ele conseguir incorporar os resultados de várias especialidades, que tomar de empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicos, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde podermos dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, primordialmente, em lançar uma ponte para ligar as fronteiras que haviam sido estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar
  • 45. 44 a cada uma seu caráter propriamente positivo segundo modos particulares e com resultados específicos. (JAPIASSU, 1976, p.74,75) Considerando a teoria do autor Hilton Japiassu, atualmente observa-se a necessidade de conceituar e diferenciar os prefixos inter, de multi, pluri e transdisciplinaridade, atualmente verifica-se a interdisciplinaridade como um conceito polissêmico, devido à atitude interdisciplinar depender do histórico de vida, das compreensões adquiridas e das possibilidades de enxergar perspectivas diferentes de uma mesma questão. Atualmente a compreensão da Interdisciplinaridade destaca a forma que as diversas profissões estabelecem relações, e se contrapõem a visão do especialismo profissional. As múltiplas áreas de especializações gerou o aperfeiçoamento de técnicas especificas, porém ao mesmo tempo, criou um abismo onde a própria especificidade trouxe a fragmentação da atividade cientifica, caindo nos especialismos. Em uma equipe Interdisciplinar os profissionais trazem contribuições através do conhecimento técnico-científico de sua profissão, com o objetivo de superar situações especificas, a ação Interdisciplinar concede a cada profissional a possibilidade de discutir, opinar, e atuar em determinada situação, não havendo limitação e nem fragmentação da questão, ampliando a visão em uma perspectiva coletiva, visualizando a questão em sua totalidade. [...] o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em sim mesma exaustiva. Tenta, pois, o diálogo com outras fontes do saber, deixando-se irrigar por elas. Assim, por exemplo, confere validade ao conhecimento do senso comum, pois é através do cotidiano que damos sentido a nossas vidas. Ampliado pelo dialogo com conhecimento científico, o senso comum tende a uma dimensão maior, a uma dimensão, que utópica, capaz de enriquecer nossa relação com o outro e o mundo. (FAZENDA, 2002, p. 15). E diante deste contexto alguns procedimentos que podem ser adotados junto à equipe interdisciplinar, a fim de que haja um melhor desenvolvimento do exercício profissional, segundo Backhaus (1992,p.75) são: - Ter sempre presente que a pessoa (individuo) deve ser considerado na sua experiência, no processo de trabalho grupal e comunitário e no contexto onde ela própria constrói e vai se construindo; - Levar em conta a questão da “motivação” dos integrantes do grupo, como ênfase a realização de um bom trabalho; - Buscar a conquista de espaços dentro e fora do grupo- “posicionar-se”;
  • 46. 45 - Expor sentimentos, usar de franqueza e espontaneidade nas trocas com os outros integrantes do grupo, nas discussões, trabalhar a “ideia” e, sobretudo, perguntar a “união grupal”; - A conquista da liberdade de opinião é primordial à interação grupal, os posicionamentos devem ser discutidos em nível de equipe (profissionalmente) e não a nível pessoal. Os resultados precisam vir ao encontro, visando o aperfeiçoamento do conjunto. Interdisciplinaridade refere-se a uma concepção de trabalho que tem por base interdependência entre diversos segmentos de conhecimento. Neste modelo de trabalho é necessário que a equipe seja criativa, ousada e possua uma nova visão da divisão dos saberes, pois, as especificidades e particularidades de cada profissão devem ser mantidas e garantidas de forma paralela à integração, nem todo significativo e harmônico. Ao se pensar em interdisciplinaridade é preciso ver além da soma das partes envolvidas e ser capaz de perceber que tudo repercute em tudo. E devido as constantes mudanças nos diferentes setores da atual sociedade, que é necessário uma concepção de ensino e aprendizado baseados na interdependência entre os diferentes tipos de conhecimento. 2.4.1 Serviço Social e Interdisciplinaridade Ao analisarmos a formação profissional dos Assistentes Sociais e sua relação com a interdisciplinaridade é necessário compreendermos o cenário em que se efetiva a profissão, assim como a realidade social que a cerca. As transformações políticas, sociais, culturais e ideológicas, assim como as intensas transformações nos processos de produção e reprodução da vida social, e das relações entres os sujeitos, apresentadas nos tempos atuais nos leva a refletir sobre as novas dinâmicas e demandas do mundo do trabalho. Além de compreender o papel da profissão na sociedade capitalista, diante do processo de produção e reprodução das relações sociais, as novas exigências do mercado de trabalho demandam profissionais cada vez mais qualificados. “A contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimentos especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de diferentes situações e capacidade de análise para decodificar a realidade social” (OLIVEIRA, 2002, p 43). Neste contexto atual, entende-se que a formação profissional deve ser repensada, com o objetivo possibilitar, uma capacitação profissional de acordo com a dinâmica apresentada pelo mercado de trabalho. Pensar em formação profissional é pensar em um processo dialético, aberto e dinâmico, possibilitando a compreensão da realidade em sua totalidade,
  • 47. 46 essa formação profissional está em constante movimento inteirando o fortalecimento e o crescimento do Serviço Social. Nesse sentido, Gonçalves e Higuchi (1998) apontam a formação profissional como um processo, como uma práxis (ação-reflexão-ação) que leva ao desenvolvimento de habilidades necessárias ao desempenho profissional. Batista in Fazenda (2002) propõe que a formação atravessa e constitui a história dos homens como seres sociais e por isso traz consigo dimensões subjetivas e dimensões intersubjetivas. A Formação Profissional dos Assistentes Sociais tanto em sua natureza, quanto em seu conteúdo estabelece diferenças através de suas particularidades institucionais, porém também se distingui pela diversidade de paradigmas interligados a outras ciências. O Serviço Social diante do contexto contemporâneo tem se confrontado com as novas exigências para a formação profissional. Através da busca do conhecimento teórico - metodológico com consistência, garantido aos profissionais um entendimento mais claro em relação à realidade social e a identificação das demandas apresentadas e os instrumentos mais adequados para sua intervenção. Diante do cenário atual é necessário um novo olhar em relação ao fazer profissional, que deve ser consolidado e comprometido com os princípios ético-políticos estabelecidos pelo Código de Ética. Esse processo exige do assistente social uma participação enquanto [...] um sujeito profissional que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais [...] [...] desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. [...] e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes. (IAMAMOTO, 2001, p. 20). Diante das novas representações da sociedade contemporânea, ocorre um rápido crescimento e ampliação da inserção dos Assistentes Sociais em novos e diversos campos de trabalho. Habilitados pelo mercado de trabalho, neste caso destacamos o campo da Educação, onde o Serviço Social também encontra varias expressões da questão, devido à atuação mais efetiva do Serviço Social no Campo da educação ser algo recente, sua ação ocorre dentro de uma perspectiva interdisciplinar. A construção da Interdisciplinaridade profissional surge a partir do diálogo, da integração dos saberes e da troca de conhecimentos e informações objetivando uma visão total do sujeito. Assim no campo educacional, o Serviço Social em conjunto com as demais