O documento discute a origem e evolução da ideia de cidade ao longo da história, desde as primeiras cidades antigas como Micenas e Atenas até projetos utópicos modernos. Apresenta exemplos de cidades ideiais propostas por filósofos como Platão e projetos de reforma urbana inspirados em ideias socialistas, racionalistas e modernistas. Também aborda o declínio da noção de coletivo na cidade contemporânea.
2. A IDEIA DO PROJETO ‘CIDADE’
Para Norberto Bobbio
Ki-Gompa tibetana Micenas do séc. XV a.C.
Origem da Pólis - em torno de 1.000 a.C, durante a época monárquica
(tempos homéricos), mas também crê que possa ter se organizado ao
final da criação da Democracia, em torno do século 500 a.C. (era
platônica)
As Cidades se formam ao redor de santuários célebres, mas crescem
com o comércio marítimo que, enriquecendo uma classe urbana,
formará a Oligarquia – só ricos com acesso ao poder.
A palavra política deriva de politikós, do grego, e diz respeito àquilo que
é da cidade, da pólis – sua organização, avanços e problemas.
3. ORIGEM DA CIDADE ANTIGA
segundo FUSTEL de COULANGE
Varanasi no Ganges Persépolis – Cidade templo Macho Picchu
crematório Persia (Irã) Peru
4. ATENAS – A CIDADE PADRÃO
Acrópole religiosa Ágora das reuniões
5. CALÍPOLIS - a cidade ideal de PLATÃO
• CALÍPOLIS (Cidade Bela) é uma organização que se apoia na ideia de
JUSTIÇA.
• A FELICIDADE é um bem COLETIVO construída pela RAZÃO, o domínio das
PAIXÕES, a elevação do espírito pela EDUCAÇÃO e a MÚSICA, e um sentido
de serenidade onde todos funcionam para o todo.
• Um COLETIVO não aceita grandes diferenças de riqueza ou de privilégios, e
para tanto, a EDUCAÇÃO começa cedo – nos primeiros 10 anos. Depois disso
o contato com o mundo irá definir aptidões e CLASSES SOCIAIS: Agricultores
e Artesãos na base, Guerreiros na defesa externa e interna, e os Filósofos
como dirigentes (depois dos 50 anos).
• AGATHON – é o espírito do Coletivo acima do individual, que determinará
tanto a reprodução sexual quanto a produção pelo trabalho de sua classe.
• Toda essa construção é garantida pela FILOSOFIA, que lembrará os cidadãos
o bem maior como valor, e o risco da ilusão, pela ALEGORIA DA CAVERNA.
6. No Século V a.C., o declínio da cultura grega e a crítica
de PLATÃO e o MITO da CAVERNA
9. DELÍRIOS UTÓPICOS
País da Cocanha Milenarismo: retomada de Jerusalem
Mundo da abundância e da preguiça Crença na palavra sagrada
10. RENASCIMENTO
sonhos racionais para cidades justas
A Cidade do Sol Civitas Veri Cristianópolis (Tommaso
Campanella) (Bartolomeo del Bene) (Valentinus Andrae)
11. CIDADES IMAGINÁRIAS
no RENASCIMENTO
• CIDADE DO SOL: Apoiada sobre três qualidades fundamentais:
Potência-Sabedoria e Amor. Deveria ser conduzida por uma Príncipe-
Sacerdote chamado SOL, auxiliado por 3 ajudantes: Pon (Potência:
guerreiros); Sin (Sapiência: artes liberais, políticos e cientistas); e Mor
(Amor: educação, alimentação, moradia, vestuário, reprodução).
Cidade protegida com 7 muralhas como os planetas (da época);
propõe avanços tecnológicos modernos como o uso de carros
movidos a velas.
• CIVITAS VERI :Cidade da Verdade (1609) – Com cinco portais, um para
cada sentido: ver, sentir, cheirar, escutar, paladar – que conduzem aos
Templos da Inteligência e da Sabedoria, no Centro. Inspirado na Ética a
Nicômaco de Aristóteles, descreve a Sabedoria sendo provocada por
Cupido, Baco, Gula e luxúria (influência dos pecados cristãos).
•Christianópolis (1619) – Baseado em teorias da Rosacruz,
Alquimia, Kabala e do Cristianismo exotérico. De cunho socialista,
propõe a difusão da Educação com ênfase nas Ciências e nas Artes. Seus
habitantes tinham de abandonar a inveja, a cobiça e a luxúria.
13. IDADE MODERNA
O Racionalismo e o Renascimento
Ideias utópicas ganham contornos das ciências
Ilha de Utopia de Morus Afresco em Urbino
14. IDADE MODERNA e a Rev. Francesa
Teorias Políticas e o Socialismo Utópico
Cooperativismo, disciplina solidária, sem pecado, todas as formas de
realização pessoal, inclusive sexual.
Charles Fourier Robert Owen
Falanstérios Comunidades
15. UTOPIAS MODERNISTAS BRASILEIRAS
MATRIARCADO DE PINDORAMA - Oswald de Andrade no
Manifesto Antropófago - Visão de uma Idade de ouro onde a
posse coletiva dos Homens das Florestas substituiriam a usura, a
centralização de poder e a negação do ócio (o neg-ócio), pelo ócio
em comunhão com a natureza. Lançado em 1928, sob influência
de PAGU, ataca estruturas religiosas e políticas, conclamando a
Revolução Caraíba!
DEMOCRACIA RACIAL - de Gilberto Freyre no estudo Casa Grande
e Senzala de 1933, revoluciona os estudos da Formação da
Sociedade Brasileira, combatendo a visão aristocrática, alegando
que a grandeza da CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA estava, justamente,
no fato de ser miscigenada e não mantida europeia ou ‘pura’.
• Essa ideia convenceu e ganhou os textos oficiais do MEC desde a
Era Getúlio Vargas, mas o convívio com maduro e sereno com a
velha herança escravagista, é uma bela utopia que é ensinada,
mas é negada pela discriminação existente até hoje.
17. GRANDES GUERRAS DO SÉCULO XX
O PROJETO IGUALITÁRIO PARAMILITAR: Nazista, Comunista e Fascista
Stazi Nazista Sede de KGB Praça Vermelha Palácio do Catete no RJ
18. O PROJETO SOCIALISTA
IGUALDADE, FLUXO E TRABALHO
BARCELONA VILLE-RADIEUSE PEDREGULHO RJ
Projeto urbanístico Le Corbusier Le Corbusier Affonso Eduardo Reidy
19. A MONOTONIA DO PROJETO MODERNISTA
Ordem - impessoalidade -hierarquia espacial – eficiência
RECIFE LISBOA SÃO PAULO
20. DETERIORAÇÃO DA IDEIA DE CIDADE
O COLETIVO SE DIVORCIA
MOBILIDADE BARULHO AGRUPAMENTOS VIOLÊNCIA