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Dr Mário José Aguiar de Paula 
Oncologia Pediátrica 
Hospital Infanto-Juvenil Presidente 
“Luis Inácio Lula da Silva”
•Adenomegalias 
•Abordagem clínica linfonodopatias 
•Linfoma de Hodgkin 
•Experiência de Barretos-SP 
•Casos Clínicos
•Medula óssea 
•Nódulos linfáticos; Linfonodos(às vezes chamados de ‘glândulas linfáticas’) ou Gânglios linfáticos 
•Vasos e Capilares linfáticos que transportam linfa. 
•Órgãoscomo amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).
Órgãos do tecido linfóide que armazenam linfócitos 
FILTRO DE DEFESA
INTRODUÇÃO: 
•Achado de exame físico freqüente em pediatria. 
•Faz parte do conjunto de manifestações de uma série de doenças. 
•Na grande maioria tem curso benigno. 
•Às vezes podem ter suspeita de malignidade.
Características dos linfonodosnormais 
•Móveis, indolores, firmes e elásticos. 
•Existem mais de 500 por todo o corpo. 
•Diâmetro linfonodosnormais: 
•Até5mm:occipital,auricular, submandibular,axilareepitroclear. 
•Até10mm:cervical. 
•Até15mm:inguinal.
LINFÓIDE 
NEURAL 
GERAL 
GENITAL 
0 
20 
40 
60 
80 
100 
120 
140 
160 
180 
200 
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 
% 
idade (anos ) 
TECIDO LINFÓIDE – varia com a idade
1-ANAMNESE: 
•Tempo de evolução. 
•Epidemiologia: TB, SIDA, ingestão de leite não pasteurizado (Brucelose). 
•Procedência do paciente (áreas endêmicas) 
•Outras manifestações associadas: febre, sudorese, prurido, emagrecimento, exantemas. 
•Há possibilidade de doença venérea ?
1-ANAMNESE: 
•Uso de medicação: Hidantoína, Isoniazida, Hormônio tireoideano(adenopatia generalizada) 
•Uso de vacinas, atibióticos. 
•Sinais sugestivos de compressão por linfonodosprofundos: disfagia, tosse, dispnéia, edema localizado, icterícia, obstrução das vias urinárias
2 –EXAME FÍSICO: dos linfonodos 
•localização e território de drenagem. 
•tamanho. 
•consistência: pétrea, dura, mole, flutuante. 
•mobilidade: aderênciasentre si e com tecidos profundos 
•sinais inflamatórios: rubor, calor, hiperemia, dor. 
•fístulas, supuração. 
•número se uma ou mais cadeias: localizadaou generalizada.
Os linfonodosneoplásicos tendem a ser: 
•Localizadas ou generalizadas. 
•Superficiais ou profundas. 
•Consistência endurecida, aderentes a planos profundos e indolores. 
•Confluentes ou de superfície irregular. 
•De crescimento mais lento que os processos infecciosos.
52% 
32% 
13% 3% 
Causas comuns de adenopatias 
Hiperplasia reacional 
Doença granulomatosa 
Neoplasia 
Linfadenopatia crônica
PRINCIPAIS CAUSAS: 
HIPERPLASIA 
REACINAL 
INFILTRAÇÃO 
INFECÇÃO 
OUTRAS 
Rubéola 
Mononucleose 
Blastomicose 
Chagas 
Tumorais: 
LINFOMAS 
Metástases 
Leucemias 
Histiocitose 
Bactérias: 
Streptococcus 
Staphylococus 
Tuberculose 
Micob. Atípicas 
Blastomicose 
Vírus 
Doença da arranhadura do gato 
Hipertireoidismo 
Drogas: 
Hidantoína 
Isoniazida 
Vacinas: 
DPT (cervical) 
BCG (axila)
•Não há nenhum sinal patognomônicode malignidade das adenopatias. 
•Muitas vezes suas características podem sugerir determinada patologia e orientar quanto à necessidade da realização de exames mais invasivos. 
PediatricOncology-Pizzo–4ª edição –2001
Tipos de câncer & principais fatores de risco associados 
LLA 
LMA 
SNC 
LH 
LNH 
OSTEO 
EWING 
NB 
RB 
TW 
RMS 
HB 
TCG 
Vários 
Radiação ionizante, raça, condições genéticas 
Peso ao nascimento, quimioterápicos, condições genéticas 
Radiação ionizante ao cérebro, condições genéticas 
História familiar, imunodeficiências, infecções 
Imunodeficiências, infecções 
Radiação ionizante, quimioterápicos, condições genéticas 
Raça 
Fatores de risco desconhecidos (?) 
Nenhum fator não-hereditário 
Raça, anomalias congênitas 
Anomalias congênitas, condições genéticas 
Condições genéticas, prematuridade 
Criptorquidia 
Exposição ambiental,técnicas de reprodução assistida 
Modificado de: Ries LAG, Smith MA, Gurney JG, eds: Cancer incidence and survival among children and adolescents: 
United States SEER Program 1975 - 1995. NIH Pub 99-4649, 1999
Sintoma/sinalPossivelcâncer 
Fraqueza generalizada, febre,Linfoma, leucose, S. Ewing, NB 
adenopatia 
Cabeça/Pescoço 
Cefaléia, Náusea, vômitoT. SNC, Leucoses 
Convulsão febrilT. SNC 
EpistaxeLeucoses 
FaringiteSarcomas de partes moles (STS) 
AdenomegaliaNB, Linfoma, Leucose, STS 
Abdome 
diarréia, vômito, 
Hepatomegaliae/ouNB, linfoma, leucose, t. hepáticos 
esplenomegalia 
Genitourinário 
HematúriaWilms, STS 
Alterações músculoesqueléticas 
Dor óssea/ dor articular, 
massa ósseaLeucose, Linfomas, Osteossarcoma, S. Ewing, NB
Sintoma/sinalPossivelcâncer 
Fraqueza generalizada, febre,Linfoma, leucose, S. Ewing, NB 
adenopatia 
Cabeça/Pescoço 
Cefaléia, Náusea, vômitoT. SNC, Leucoses 
Convulsão febrilT. SNC 
EpistaxeLeucoses 
FaringiteSarcomas de partes moles (STS) 
AdenomegaliaNB,Linfoma, Leucose, STS 
Abdome 
diarréia, vômito, 
Hepatomegaliae/ouNB, linfoma, leucose, t. hepáticos 
esplenomegalia 
Genitourinário 
HematúriaWilms, STS 
Alterações músculoesqueléticas 
Dor óssea/ dor articular, 
massa ósseaLeucose,Linfomas, Osteossarcoma, S. Ewing, NB
Anemias + equimoses leucemias, linfomas, neuroblastoma 
Diarréias periódicaslinfomas, neuroblastoma(NB) 
Dores abdominaislinfomas, Wilms, neuroblastoma 
Massas abdominais linfomas, Wilms, neuroblastoma 
Gânglios persistenteslinfomas, metástases de NB, leucoses 
não responsivos a ATB 
Febre persistenteleucemia, L. de Hodgkin, NB 
SudoreseL. de Hodgkin, neuroblastoma 
HematúriaWilms, sarcoma de bexiga 
dispnéia + tosse +edemaT. mediatinais: Linfomas, NB 
e pletora de face e pescoço T. células germinativas (TCG), leucoses
Anemias + equimoses leucemias, linfomas, neuroblastoma 
Diarréias periódicaslinfomas, neuroblastoma(NB) 
Dores abdominaislinfomas, Wilms, neuroblastoma 
Massas abdominais linfomas, Wilms, neuroblastoma 
Gânglios persistenteslinfomas, metástases de NB, leucoses 
não responsivos a ATB 
Febre persistenteleucemia, L. de Hodgkin, NB 
SudoreseL. de Hodgkin, neuroblastoma 
HematúriaWilms, sarcoma de bexiga 
dispnéia + tosse +edemaT. mediatinais: Linfomas, NB 
e pletora de face e pescoço T. células germinativas (TCG), leucoses
Crônico 
> 6 semanas 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas
Crônico 
> 6 semanas 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia 
biópsia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
Biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
< 1 cm (1.5 cm 
em GJD) 
Tranquilizare 
alta do seguimento 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
< 1 cm (1.5 cm 
em GJD) 
1 -3 cm (1.5 -3 
cm em GJD) 
Antibióticos por 
2 semanas 
Revisão na 
6ª semana 
Se melhorar, 
alta do seguimento 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia 
Tranquilizare 
alta do seguimento
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
< 1 cm (1.5 cm 
em GJD) 
1 -3 cm (1.5 -3 
cm em GJD) 
Se não melhorar 
Antibióticos por 
2 semanas 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia 
Tranquilizare 
alta do seguimento 
Revisão na 
6ª semana 
Se melhorar, 
alta do seguimento
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
< 1 cm (1.5 cm 
em GJD) 
1 -3 cm (1.5 -3 
cm em GJD) 
Se não melhorar 
Antibióticos por 
2 semanas 
Completar os antibióticos e 
o tamanho do gânglio não se 
alterar, este esquema não deve 
ser repetido e o 
paciente recebe alta. 
Inflamatório 
biópsia 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia 
Tranquilizare 
alta do seguimento 
Revisão na 
6ª semana 
Se melhorar, 
alta do seguimento
Crônico 
> 6 semanas 
Crescimento 
Progressivo 
sim 
biópsia 
não 
Linfodenopatia 
cervical 
Se contato com 
tuberculose 
Agudo / sub agudo 
< 6 semanas 
> 3 cm 
Ultrasonografia 
Linfoma ? 
Suspeita ? 
Dúbio ? 
Abscesso 
Antibiótico 
I.V. 
< 1 cm (1.5 cm 
em GJD) 
1 -3 cm (1.5 -3 
cm em GJD) 
Se não melhorar 
Antibióticos por 
2 semanas 
InflamatórioN. Umapathy, Hospital Medicine, February2003, Vol64, nº 2, p. 104-107. 
Se nenhuma resolução: incisão 
e drenagem, cultura e sensibilidade, 
e citologia 
Tranquilizare 
alta do seguimento 
Revisão na 
6ª semana 
Se melhorar, 
alta do seguimento 
Completar os antibióticos e 
o tamanho do gânglio não se 
alterar, este esquema não deve 
ser repetido e o 
paciente recebe alta.
Thomas Hodgkin 
HISTÓRIA:1832, DrRobert Lee e DrThomas Hodgkin: descreveram doença mórbida associada aumento do baço e gânglios
•Em 1898, Carl Sternberg: descreveu a célula, e associou o Hodgkin com tuberculose. 
•Em 1902, Dorothy Reed, deu o nome á célula de ReedSternberge publicou 8 casos da doença de Hodgkin sem associação com a tuberculose.
•Câncer do sistema linfático 
•Proliferação anormal de linfócitos alterados (células malignas) 
•Gânglios linfáticos aumentam sem motivo (disseminam pelos linfonodos) 
•Linfonodosindolores, duras e aderidas 
•Podem acometer outros orgãos
Sinais e sintomas 
Linfoma Hodgkin 
Linfoma não Hodgkin 
Cadeias mas comuns 
Cervical,mediastinale supraclavicular 
Abdominal, mediastinale supraclavicular 
Evolução do sintomas 
Indolente 
Rápido 
Adenomegaliadolorosa 
Comum 
Comum 
Febre,perda de peso e sudorese noturna 
Comum 
Raro 
Intussuscepção, massa abdominal e obstrução 
Raro 
Comum 
Compressão viasaéreas 
Raro 
Comum 
Síndrome da vaia cava superior 
Raro 
Comum 
Infecção Epstein-Barrvírus 
Comum 
Raro 
Associação com imunodeficiências 
Menos comum 
Mais comum 
Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
Os linfomas correspondem a 12% dos cânceres infantis 
40% dos linfomas são Linfoma de Hodgkin 
Paradigma do sucesso do tratamento do câncer (85% de cura) 
Efeitos tardios do tratamento multimodal
Distribuição bimodal: geográfica e étnica 
–Países industrializados -1º pico 20 anos, 2º pico >50 anos 
–Países em desenvolvimento –1º pico antes da adolescência 
Fatores etiológicos básicos incluem: deficiência imune, alt. genética ( ataxiatelangiectasia); infecciosa (HIV). 
Clara associação com vírus Epstein Barr(EBV):
Incidence of lymphoma by ICCC group, SEER 1975–2000. From: Bleyeret al (2006). 
British Journal of Haematology, 2008 -144, 24–40
Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003 
•Menino de 11 anos de idade, caucasiano, vem com quadro de esforço respiratório e fadiga há 3 semanas. Ao exame físico palidez e insuficiência respiratória leve, ausculta livre de alterações. Pulmões limpos a ausculta. Não palpáveis linfoadenomegaliase hepatoesplenomegalia
•RaioXrevelou grande massa mediastinalcom desvio de traqueia. 
Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
•A biopsia de massa foi de Linfoma de Hodgkin. 
•Após 4 semanas de tratamento. 
•Rxde tórax demonstrou uma boa resposta 
Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
2 
Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003 
2
POLIADENOMEGALIA 
GENERALIZADA: 
DOENÇA DE HODGKIN 
 90% dos linfomas com 
adenopatia indolor 
 60% cervicais e 
supraclaviculares
Foto cedida DrªMARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
Foto cedida DrªMARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
•Quadro clínico: a apresentação mais comum em região cervical ou supra-clavicular, firmes pouco dolorosos e sem calor ou rubor local. A presença de linfadenopatiainfradiafragmáticacomo apresentação inicial da doença é infreqüente e corresponde a 3% dos casos. 
•O alargamento de mediastino está presente em 2/3 dos pacientes. 
Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP 
Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
•Sintomas sistêmicos: os sintomas que estão correlacionados com o prognóstico são: SINTOMAS B 
•Febre:2 picos diários acima de 38 °C sem foco infeccioso determinado 
•Perda de peso > 10% em 6 meses, 
•Sudorese noturna 
Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP 
Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
•Outros sintomas: 
•Prurido:associado à doença avançada relacionado a colestase. Pode ser um sintoma à apresentação, particularmente o subtipo esclerose nodular e pode anteceder o diagnóstico por meses ou anos. 
•Fraqueza e fadiga geral: podem ser relatados, nem sempre relacionando ao grau de anemia. 
•Espelenomegalia:presente em 30 a 40% dos casos. 
Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP 
Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
•Outros sintomas: 
•Dor induzida por álcool: não é freqüente, mas é patognomônico e pode ser relatada por adolescentes e adultos jovens. 
•Dor abdominal ou desconforto: devido à esplenomegalia, disfunção intestinal, adenopatia ou hidronefrose. 
•Dor óssea: em locais de destruição óssea ou infiltração da medula óssea. 
Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP 
Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
•Outros sintomas: 
•Dor neurogênica: é causada por compressão da medula espinhal, infiltração de raiz nervosa. 
•Dor nas costas: envolvimento ganglionar retroperitoneal, com a invasão do músculos psoas. 
Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP 
Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
Diagnóstico: 
•Biópsia LinfonodalExcisional 
–melhor método para diagnóstico 
–indicações na suspeita 
•adenopatia persistente e inexplicada, não associada a quadro inflamatório ou infeccioso correspondente 
•Biópsia de medula óssea 
–nos pacientes com doença avançada ou sintomas B
•Tipo Histológico: 
LH CLÁSSICO 
•esclerose nodular -77% 
•celularidademista -11% 
•depleção linfocítica-1% 
•predomínio linfocítico-1% 
LHPL NODULAR
•IMUNOHISTOQUIMICA 
LH Predominância LinfocíticaNodular 
LH CLÁSSICA 
CD 20 
+ 
Negativo (90%) 
CD45 
+ 
Negativo 
CD 15 
negativo 
Positivo 
CD 30 
negativo 
++ 
Expressão BCL 
presente 
ausente 
EBV 
Raramente 
(<1%) 
80% (celularidademista)
•Perfil Laboratorial 
–Mudanças não específicas correlacionadas com a extensão da doença 
•HMG: variável 
–leucocitose com neutrofilia, linfopenia, eosinofiliae monocitose 
–Anemia 
–VHS, Cobre sérico, ferritinae PCR: elevados
•ESTADIAMENTO 
•Raio X de tórax 
•TC de pescoço, tórax, abdome e pelve 
•PET-TC 
•Cintilografiaóssea -quando dor óssea
http://www.ibcc.com.br/upload/news/img_corps.jpg 
EstadiamentoAnnArbor
TERAPÊUTICA COMBINADA(QT + RDT) TRATAMENTO ADAPTADOAO RISCOQUIMIOTERAPIASEM RESISTÊNCIA CRUZADA (QT) RADIOTERAPIA(RDT) 
TRATAMENTO 
http://www.brasilescola.com/doencas/quimioterapia.htm 
http://medsimples.com/cancer/
David. C. HodgsonSeminRadiatOncol17:230-242
David. C. HodgsonSeminRadiatOncol17:230-242
Radioterapia 
Déficts de crescimento 
Disfunção tireoidiana 
Disfunção cardíaca 
Fibrose Pulmonar 
Segundas neoplasias 
QT sem resistência Cruzada 
MOPP 
Infertilidade 
LMA sec. 
ABVD 
Cardiomiopatia 
Fibrose Pulmonar 
EFEITOS TARDIOS
Analise de 2000 –2011 
116 casos
Idade ao diagnóstico
Sexo
Procedência por região do Brasil
Tipo Histológico
Status do paciente
Sobrevida 
Total de casos 
Total de óbitos 
Probabilidade de sobrevida global (meses) 
1 ano 
2 anos 
3 anos 
4 anos 
5 anos 
10 anos 
83 
14 
92,7 
88,8 
88,8 
86,8 
84,3 
75,5
•HCP,15anosdeidade,feminina,branca, procedênciadeFrutal–MG.Data1ºconsulta23/01/2014. 
•Pacientereferedortorácicahá3anoseaumentodevolumeemregiãodemanúbrioesternal,semfebreououtrasqueixas,procurouauxiliomedicoondeforamrealizadasváriasconsultaseinicioutratamentoparadepressão(haviaperdidoospaisdevidoAIDS).
•Há1mêsinicioucomfebreintermitente,quedadoestadogeraleaumentodegângliosemregiãocervicalesupraclavicularbilateral,comfraquezaetaquidispneia,relataaindasudoresenoturnaenegaemagrecimento.EstavainternadanacidadedeorigemaguardandovaganainfectologianoHUdeUberaba.Tiasolicitoualtaetrouxeapacienteparaonossoserviço.
•Exame físico geral: REG, peso = 52,7 kg, estatura = 162 cm, palidez cutânea e mucosa, hipoativa, hidratada, orientada e consciente. 
•Exame físico dirigido: gânglios cervicais bilaterais +3 a 4 cm de diâmetro, supraclavicularesbilaterais +3 cm de diâmetro, axilar esquerdo +3 cm de diâmetro. Sem visceromegaliaspalpáveis.
•Biopsia óssea e mielograma: ausência de células neoplásicas 
•CT de abdômen inferior e superior: sem alterações.
Cintilografiaóssea: lesão osteoblásticano manúbrio e corpo esternalrepresentando alta probabilidade de acometimento secundário.
Pesquisa de corpo inteiro com Gálio-67: extensa área com aumento anômalo e difuso da concentração do radiotraçador, em grau acentuado na projeção do mediastino e perihilaresbilateralmente, nas projeções das supraclaviculares, axilares, terço inferior do pulmão direito e para-cardíaca.
CT de tórax: formação expansivas todo mediastino com envolvimento de fossas supraclaviculares, retro peitorais, das axilas, dos espaços viscerais, pré vasculares, supra e infra aórticos, janela aortopulmonar, para traqueais, mamárias internas, infracarinal, recesso ázigo-esofágico, retro crural interaorticocaval. Infiltração de esterno com reação periostale erosão com interrupção da cortical. Nódulos pulmonares à direita de natureza à esclarecer (linfoma)
•Realizado biopsia de gânglio supraclavicularesquerdo com anestesia local, onde foi diagnosticado: 
•Linfoma Hodgkin Clássico tipo esclerose nodular 
•Estádio clínico IV B
•WSS, masculino, Branco, 7 anos de idade, procedente de Monte Negro RO. Data 1º consulta 21/08/2013 
•Há 18 meses iniciou com nódulo em região inguinal direita, de aumento progressivo que regrediu com cuidado local e antiinflamatório, sendo orientado retornar se necessário. Há 5 meses houve reaparecimento do nódulo de aproximadamente o tamanho de um limão pequeno, procurou auxilio médico que indicou a realização de biopsia, sendo realizado porém o resultado somente foi informado após 4 meses, quando o paciente já apresentava edema de membro inferior direito e aumento importante da massa em região inguinal. Neste momento foi informado a mãe que se tratava de um linfoma e foi encaminhada para o nosso serviço. Mãe negava febre, sudorese noturna e emagrecimento neste período.
•Exame físico de entrada: peso = 25 kg, estatura = 123 cm, BEG, corado hidratado ativo orientado no tempo e no espaço. 
•Exame físico dirigido: Abdômen: FID massa que se estendia da crista ilíaca direita a região de sínfise púbica, em região inguinal direita conglomerado de linfonodosde +3 -4 cm de diâmetro, e edema compressivo de MID, pulsos preservados. 
•HD Linfoma de Hodgkin Clássico, esclerose nodular. 
Estadiamento 
•CT de tórax: sem anormalidades 
•CT de abdômen superior: sem anormalidades 
•Biopsia óssea e Mielograma= sem anormalidades. 
•Cintilografiaóssea = dentro da normalidade para faixa etária
•Pesquisa de corpo inteiro com Gálio –67: presença de atividade em processo tumoral em atividade nas projeções do mesogastroe gânglios inguinopélvicos à direita.
CT de abdômen inferior e pelve: Linfonodosinguinais à direita, medindo até 1,2 cm no menor eixo. Linfonodosilíacos externos à direita, o maior conglomerado envolvendo os vasos ilíacos, medindo até 4,3 cm no plano axial. A maior lesão desloca a bexiga para a esquerda.
•Linfoma Hodgkin, Clássico tipo celular esclerose nodular 
•Estádio Clínico II A
•NAM, masculino, branco, 8 anos e 6 meses de idade, procedente de Frutal–MG. Data 1º consulta 29/01/2014. 
•Mãe refere que há 1 mês paciente apresentou aumento de gânglio submandibular esquerda de aproximadamente 5 cm de diâmetro com edema, e dor a palpação, procurou auxilio médico onde foi solicitado exames e us cervical, sendo observado na época um linfonodode 2 cm de diâmetro e sem alterações no hemograma, foi encaminhado para nosso serviço para acompanhamento.
•Mãe relata que houve diminuição do gânglio e atualmente não sendo mais palpado, nega febre, emagrecimento e sudorese. 
•Historia familiar: mãe com 38 anos de idade em tratamento para câncer de mama. 
•Exame físico geral: BEG, peso = 30,9 kg, estatura = 133 cm, corado, hidratado, nutrido e consciente. 
•Exame físico dirigido: sem alteração ao exame físico, gânglios não palpáveis nas cadeias superficiais. 
•HD.: Adenite reacional
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  • 1. Dr Mário José Aguiar de Paula Oncologia Pediátrica Hospital Infanto-Juvenil Presidente “Luis Inácio Lula da Silva”
  • 2. •Adenomegalias •Abordagem clínica linfonodopatias •Linfoma de Hodgkin •Experiência de Barretos-SP •Casos Clínicos
  • 3.
  • 4. •Medula óssea •Nódulos linfáticos; Linfonodos(às vezes chamados de ‘glândulas linfáticas’) ou Gânglios linfáticos •Vasos e Capilares linfáticos que transportam linfa. •Órgãoscomo amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).
  • 5. Órgãos do tecido linfóide que armazenam linfócitos FILTRO DE DEFESA
  • 6.
  • 7. INTRODUÇÃO: •Achado de exame físico freqüente em pediatria. •Faz parte do conjunto de manifestações de uma série de doenças. •Na grande maioria tem curso benigno. •Às vezes podem ter suspeita de malignidade.
  • 8. Características dos linfonodosnormais •Móveis, indolores, firmes e elásticos. •Existem mais de 500 por todo o corpo. •Diâmetro linfonodosnormais: •Até5mm:occipital,auricular, submandibular,axilareepitroclear. •Até10mm:cervical. •Até15mm:inguinal.
  • 9. LINFÓIDE NEURAL GERAL GENITAL 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 % idade (anos ) TECIDO LINFÓIDE – varia com a idade
  • 10.
  • 11. 1-ANAMNESE: •Tempo de evolução. •Epidemiologia: TB, SIDA, ingestão de leite não pasteurizado (Brucelose). •Procedência do paciente (áreas endêmicas) •Outras manifestações associadas: febre, sudorese, prurido, emagrecimento, exantemas. •Há possibilidade de doença venérea ?
  • 12. 1-ANAMNESE: •Uso de medicação: Hidantoína, Isoniazida, Hormônio tireoideano(adenopatia generalizada) •Uso de vacinas, atibióticos. •Sinais sugestivos de compressão por linfonodosprofundos: disfagia, tosse, dispnéia, edema localizado, icterícia, obstrução das vias urinárias
  • 13. 2 –EXAME FÍSICO: dos linfonodos •localização e território de drenagem. •tamanho. •consistência: pétrea, dura, mole, flutuante. •mobilidade: aderênciasentre si e com tecidos profundos •sinais inflamatórios: rubor, calor, hiperemia, dor. •fístulas, supuração. •número se uma ou mais cadeias: localizadaou generalizada.
  • 14. Os linfonodosneoplásicos tendem a ser: •Localizadas ou generalizadas. •Superficiais ou profundas. •Consistência endurecida, aderentes a planos profundos e indolores. •Confluentes ou de superfície irregular. •De crescimento mais lento que os processos infecciosos.
  • 15. 52% 32% 13% 3% Causas comuns de adenopatias Hiperplasia reacional Doença granulomatosa Neoplasia Linfadenopatia crônica
  • 16. PRINCIPAIS CAUSAS: HIPERPLASIA REACINAL INFILTRAÇÃO INFECÇÃO OUTRAS Rubéola Mononucleose Blastomicose Chagas Tumorais: LINFOMAS Metástases Leucemias Histiocitose Bactérias: Streptococcus Staphylococus Tuberculose Micob. Atípicas Blastomicose Vírus Doença da arranhadura do gato Hipertireoidismo Drogas: Hidantoína Isoniazida Vacinas: DPT (cervical) BCG (axila)
  • 17.
  • 18. •Não há nenhum sinal patognomônicode malignidade das adenopatias. •Muitas vezes suas características podem sugerir determinada patologia e orientar quanto à necessidade da realização de exames mais invasivos. PediatricOncology-Pizzo–4ª edição –2001
  • 19.
  • 20. Tipos de câncer & principais fatores de risco associados LLA LMA SNC LH LNH OSTEO EWING NB RB TW RMS HB TCG Vários Radiação ionizante, raça, condições genéticas Peso ao nascimento, quimioterápicos, condições genéticas Radiação ionizante ao cérebro, condições genéticas História familiar, imunodeficiências, infecções Imunodeficiências, infecções Radiação ionizante, quimioterápicos, condições genéticas Raça Fatores de risco desconhecidos (?) Nenhum fator não-hereditário Raça, anomalias congênitas Anomalias congênitas, condições genéticas Condições genéticas, prematuridade Criptorquidia Exposição ambiental,técnicas de reprodução assistida Modificado de: Ries LAG, Smith MA, Gurney JG, eds: Cancer incidence and survival among children and adolescents: United States SEER Program 1975 - 1995. NIH Pub 99-4649, 1999
  • 21. Sintoma/sinalPossivelcâncer Fraqueza generalizada, febre,Linfoma, leucose, S. Ewing, NB adenopatia Cabeça/Pescoço Cefaléia, Náusea, vômitoT. SNC, Leucoses Convulsão febrilT. SNC EpistaxeLeucoses FaringiteSarcomas de partes moles (STS) AdenomegaliaNB, Linfoma, Leucose, STS Abdome diarréia, vômito, Hepatomegaliae/ouNB, linfoma, leucose, t. hepáticos esplenomegalia Genitourinário HematúriaWilms, STS Alterações músculoesqueléticas Dor óssea/ dor articular, massa ósseaLeucose, Linfomas, Osteossarcoma, S. Ewing, NB
  • 22. Sintoma/sinalPossivelcâncer Fraqueza generalizada, febre,Linfoma, leucose, S. Ewing, NB adenopatia Cabeça/Pescoço Cefaléia, Náusea, vômitoT. SNC, Leucoses Convulsão febrilT. SNC EpistaxeLeucoses FaringiteSarcomas de partes moles (STS) AdenomegaliaNB,Linfoma, Leucose, STS Abdome diarréia, vômito, Hepatomegaliae/ouNB, linfoma, leucose, t. hepáticos esplenomegalia Genitourinário HematúriaWilms, STS Alterações músculoesqueléticas Dor óssea/ dor articular, massa ósseaLeucose,Linfomas, Osteossarcoma, S. Ewing, NB
  • 23. Anemias + equimoses leucemias, linfomas, neuroblastoma Diarréias periódicaslinfomas, neuroblastoma(NB) Dores abdominaislinfomas, Wilms, neuroblastoma Massas abdominais linfomas, Wilms, neuroblastoma Gânglios persistenteslinfomas, metástases de NB, leucoses não responsivos a ATB Febre persistenteleucemia, L. de Hodgkin, NB SudoreseL. de Hodgkin, neuroblastoma HematúriaWilms, sarcoma de bexiga dispnéia + tosse +edemaT. mediatinais: Linfomas, NB e pletora de face e pescoço T. células germinativas (TCG), leucoses
  • 24. Anemias + equimoses leucemias, linfomas, neuroblastoma Diarréias periódicaslinfomas, neuroblastoma(NB) Dores abdominaislinfomas, Wilms, neuroblastoma Massas abdominais linfomas, Wilms, neuroblastoma Gânglios persistenteslinfomas, metástases de NB, leucoses não responsivos a ATB Febre persistenteleucemia, L. de Hodgkin, NB SudoreseL. de Hodgkin, neuroblastoma HematúriaWilms, sarcoma de bexiga dispnéia + tosse +edemaT. mediatinais: Linfomas, NB e pletora de face e pescoço T. células germinativas (TCG), leucoses
  • 25.
  • 26. Crônico > 6 semanas Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas
  • 27. Crônico > 6 semanas Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Abscesso Antibiótico I.V. Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia
  • 28. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Abscesso Antibiótico I.V. Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia biópsia
  • 29. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia
  • 30. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. Biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia
  • 31. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia
  • 32. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. < 1 cm (1.5 cm em GJD) Tranquilizare alta do seguimento biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia
  • 33. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. < 1 cm (1.5 cm em GJD) 1 -3 cm (1.5 -3 cm em GJD) Antibióticos por 2 semanas Revisão na 6ª semana Se melhorar, alta do seguimento biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia Tranquilizare alta do seguimento
  • 34. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. < 1 cm (1.5 cm em GJD) 1 -3 cm (1.5 -3 cm em GJD) Se não melhorar Antibióticos por 2 semanas biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia Tranquilizare alta do seguimento Revisão na 6ª semana Se melhorar, alta do seguimento
  • 35. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. < 1 cm (1.5 cm em GJD) 1 -3 cm (1.5 -3 cm em GJD) Se não melhorar Antibióticos por 2 semanas Completar os antibióticos e o tamanho do gânglio não se alterar, este esquema não deve ser repetido e o paciente recebe alta. Inflamatório biópsia Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia Tranquilizare alta do seguimento Revisão na 6ª semana Se melhorar, alta do seguimento
  • 36. Crônico > 6 semanas Crescimento Progressivo sim biópsia não Linfodenopatia cervical Se contato com tuberculose Agudo / sub agudo < 6 semanas > 3 cm Ultrasonografia Linfoma ? Suspeita ? Dúbio ? Abscesso Antibiótico I.V. < 1 cm (1.5 cm em GJD) 1 -3 cm (1.5 -3 cm em GJD) Se não melhorar Antibióticos por 2 semanas InflamatórioN. Umapathy, Hospital Medicine, February2003, Vol64, nº 2, p. 104-107. Se nenhuma resolução: incisão e drenagem, cultura e sensibilidade, e citologia Tranquilizare alta do seguimento Revisão na 6ª semana Se melhorar, alta do seguimento Completar os antibióticos e o tamanho do gânglio não se alterar, este esquema não deve ser repetido e o paciente recebe alta.
  • 37.
  • 38. Thomas Hodgkin HISTÓRIA:1832, DrRobert Lee e DrThomas Hodgkin: descreveram doença mórbida associada aumento do baço e gânglios
  • 39. •Em 1898, Carl Sternberg: descreveu a célula, e associou o Hodgkin com tuberculose. •Em 1902, Dorothy Reed, deu o nome á célula de ReedSternberge publicou 8 casos da doença de Hodgkin sem associação com a tuberculose.
  • 40. •Câncer do sistema linfático •Proliferação anormal de linfócitos alterados (células malignas) •Gânglios linfáticos aumentam sem motivo (disseminam pelos linfonodos) •Linfonodosindolores, duras e aderidas •Podem acometer outros orgãos
  • 41. Sinais e sintomas Linfoma Hodgkin Linfoma não Hodgkin Cadeias mas comuns Cervical,mediastinale supraclavicular Abdominal, mediastinale supraclavicular Evolução do sintomas Indolente Rápido Adenomegaliadolorosa Comum Comum Febre,perda de peso e sudorese noturna Comum Raro Intussuscepção, massa abdominal e obstrução Raro Comum Compressão viasaéreas Raro Comum Síndrome da vaia cava superior Raro Comum Infecção Epstein-Barrvírus Comum Raro Associação com imunodeficiências Menos comum Mais comum Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
  • 42. Os linfomas correspondem a 12% dos cânceres infantis 40% dos linfomas são Linfoma de Hodgkin Paradigma do sucesso do tratamento do câncer (85% de cura) Efeitos tardios do tratamento multimodal
  • 43. Distribuição bimodal: geográfica e étnica –Países industrializados -1º pico 20 anos, 2º pico >50 anos –Países em desenvolvimento –1º pico antes da adolescência Fatores etiológicos básicos incluem: deficiência imune, alt. genética ( ataxiatelangiectasia); infecciosa (HIV). Clara associação com vírus Epstein Barr(EBV):
  • 44. Incidence of lymphoma by ICCC group, SEER 1975–2000. From: Bleyeret al (2006). British Journal of Haematology, 2008 -144, 24–40
  • 45. Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003 •Menino de 11 anos de idade, caucasiano, vem com quadro de esforço respiratório e fadiga há 3 semanas. Ao exame físico palidez e insuficiência respiratória leve, ausculta livre de alterações. Pulmões limpos a ausculta. Não palpáveis linfoadenomegaliase hepatoesplenomegalia
  • 46. •RaioXrevelou grande massa mediastinalcom desvio de traqueia. Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
  • 47. •A biopsia de massa foi de Linfoma de Hodgkin. •Após 4 semanas de tratamento. •Rxde tórax demonstrou uma boa resposta Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003
  • 48. 2 Pediatrics in Review Vol.24 No.11 November 2003 2
  • 49.
  • 50. POLIADENOMEGALIA GENERALIZADA: DOENÇA DE HODGKIN  90% dos linfomas com adenopatia indolor  60% cervicais e supraclaviculares
  • 51. Foto cedida DrªMARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
  • 52. Foto cedida DrªMARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
  • 53. •Quadro clínico: a apresentação mais comum em região cervical ou supra-clavicular, firmes pouco dolorosos e sem calor ou rubor local. A presença de linfadenopatiainfradiafragmáticacomo apresentação inicial da doença é infreqüente e corresponde a 3% dos casos. •O alargamento de mediastino está presente em 2/3 dos pacientes. Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
  • 54. •Sintomas sistêmicos: os sintomas que estão correlacionados com o prognóstico são: SINTOMAS B •Febre:2 picos diários acima de 38 °C sem foco infeccioso determinado •Perda de peso > 10% em 6 meses, •Sudorese noturna Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
  • 55. •Outros sintomas: •Prurido:associado à doença avançada relacionado a colestase. Pode ser um sintoma à apresentação, particularmente o subtipo esclerose nodular e pode anteceder o diagnóstico por meses ou anos. •Fraqueza e fadiga geral: podem ser relatados, nem sempre relacionando ao grau de anemia. •Espelenomegalia:presente em 30 a 40% dos casos. Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
  • 56. •Outros sintomas: •Dor induzida por álcool: não é freqüente, mas é patognomônico e pode ser relatada por adolescentes e adultos jovens. •Dor abdominal ou desconforto: devido à esplenomegalia, disfunção intestinal, adenopatia ou hidronefrose. •Dor óssea: em locais de destruição óssea ou infiltração da medula óssea. Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
  • 57. •Outros sintomas: •Dor neurogênica: é causada por compressão da medula espinhal, infiltração de raiz nervosa. •Dor nas costas: envolvimento ganglionar retroperitoneal, com a invasão do músculos psoas. Coleção Pediatria do Instituto da Criança HC-FMUSP Linfomas de Hodgkin; Eduardo Weltman; Ana Lucia BeltratiCornacchioni
  • 58.
  • 59. Diagnóstico: •Biópsia LinfonodalExcisional –melhor método para diagnóstico –indicações na suspeita •adenopatia persistente e inexplicada, não associada a quadro inflamatório ou infeccioso correspondente •Biópsia de medula óssea –nos pacientes com doença avançada ou sintomas B
  • 60. •Tipo Histológico: LH CLÁSSICO •esclerose nodular -77% •celularidademista -11% •depleção linfocítica-1% •predomínio linfocítico-1% LHPL NODULAR
  • 61. •IMUNOHISTOQUIMICA LH Predominância LinfocíticaNodular LH CLÁSSICA CD 20 + Negativo (90%) CD45 + Negativo CD 15 negativo Positivo CD 30 negativo ++ Expressão BCL presente ausente EBV Raramente (<1%) 80% (celularidademista)
  • 62. •Perfil Laboratorial –Mudanças não específicas correlacionadas com a extensão da doença •HMG: variável –leucocitose com neutrofilia, linfopenia, eosinofiliae monocitose –Anemia –VHS, Cobre sérico, ferritinae PCR: elevados
  • 63.
  • 64. •ESTADIAMENTO •Raio X de tórax •TC de pescoço, tórax, abdome e pelve •PET-TC •Cintilografiaóssea -quando dor óssea
  • 66.
  • 67. TERAPÊUTICA COMBINADA(QT + RDT) TRATAMENTO ADAPTADOAO RISCOQUIMIOTERAPIASEM RESISTÊNCIA CRUZADA (QT) RADIOTERAPIA(RDT) TRATAMENTO http://www.brasilescola.com/doencas/quimioterapia.htm http://medsimples.com/cancer/
  • 68.
  • 71.
  • 72. Radioterapia Déficts de crescimento Disfunção tireoidiana Disfunção cardíaca Fibrose Pulmonar Segundas neoplasias QT sem resistência Cruzada MOPP Infertilidade LMA sec. ABVD Cardiomiopatia Fibrose Pulmonar EFEITOS TARDIOS
  • 73. Analise de 2000 –2011 116 casos
  • 75. Sexo
  • 79. Sobrevida Total de casos Total de óbitos Probabilidade de sobrevida global (meses) 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 10 anos 83 14 92,7 88,8 88,8 86,8 84,3 75,5
  • 80.
  • 83. •Exame físico geral: REG, peso = 52,7 kg, estatura = 162 cm, palidez cutânea e mucosa, hipoativa, hidratada, orientada e consciente. •Exame físico dirigido: gânglios cervicais bilaterais +3 a 4 cm de diâmetro, supraclavicularesbilaterais +3 cm de diâmetro, axilar esquerdo +3 cm de diâmetro. Sem visceromegaliaspalpáveis.
  • 84. •Biopsia óssea e mielograma: ausência de células neoplásicas •CT de abdômen inferior e superior: sem alterações.
  • 85. Cintilografiaóssea: lesão osteoblásticano manúbrio e corpo esternalrepresentando alta probabilidade de acometimento secundário.
  • 86. Pesquisa de corpo inteiro com Gálio-67: extensa área com aumento anômalo e difuso da concentração do radiotraçador, em grau acentuado na projeção do mediastino e perihilaresbilateralmente, nas projeções das supraclaviculares, axilares, terço inferior do pulmão direito e para-cardíaca.
  • 87. CT de tórax: formação expansivas todo mediastino com envolvimento de fossas supraclaviculares, retro peitorais, das axilas, dos espaços viscerais, pré vasculares, supra e infra aórticos, janela aortopulmonar, para traqueais, mamárias internas, infracarinal, recesso ázigo-esofágico, retro crural interaorticocaval. Infiltração de esterno com reação periostale erosão com interrupção da cortical. Nódulos pulmonares à direita de natureza à esclarecer (linfoma)
  • 88.
  • 89.
  • 90.
  • 91. •Realizado biopsia de gânglio supraclavicularesquerdo com anestesia local, onde foi diagnosticado: •Linfoma Hodgkin Clássico tipo esclerose nodular •Estádio clínico IV B
  • 92. •WSS, masculino, Branco, 7 anos de idade, procedente de Monte Negro RO. Data 1º consulta 21/08/2013 •Há 18 meses iniciou com nódulo em região inguinal direita, de aumento progressivo que regrediu com cuidado local e antiinflamatório, sendo orientado retornar se necessário. Há 5 meses houve reaparecimento do nódulo de aproximadamente o tamanho de um limão pequeno, procurou auxilio médico que indicou a realização de biopsia, sendo realizado porém o resultado somente foi informado após 4 meses, quando o paciente já apresentava edema de membro inferior direito e aumento importante da massa em região inguinal. Neste momento foi informado a mãe que se tratava de um linfoma e foi encaminhada para o nosso serviço. Mãe negava febre, sudorese noturna e emagrecimento neste período.
  • 93. •Exame físico de entrada: peso = 25 kg, estatura = 123 cm, BEG, corado hidratado ativo orientado no tempo e no espaço. •Exame físico dirigido: Abdômen: FID massa que se estendia da crista ilíaca direita a região de sínfise púbica, em região inguinal direita conglomerado de linfonodosde +3 -4 cm de diâmetro, e edema compressivo de MID, pulsos preservados. •HD Linfoma de Hodgkin Clássico, esclerose nodular. Estadiamento •CT de tórax: sem anormalidades •CT de abdômen superior: sem anormalidades •Biopsia óssea e Mielograma= sem anormalidades. •Cintilografiaóssea = dentro da normalidade para faixa etária
  • 94. •Pesquisa de corpo inteiro com Gálio –67: presença de atividade em processo tumoral em atividade nas projeções do mesogastroe gânglios inguinopélvicos à direita.
  • 95. CT de abdômen inferior e pelve: Linfonodosinguinais à direita, medindo até 1,2 cm no menor eixo. Linfonodosilíacos externos à direita, o maior conglomerado envolvendo os vasos ilíacos, medindo até 4,3 cm no plano axial. A maior lesão desloca a bexiga para a esquerda.
  • 96.
  • 97.
  • 98. •Linfoma Hodgkin, Clássico tipo celular esclerose nodular •Estádio Clínico II A
  • 99. •NAM, masculino, branco, 8 anos e 6 meses de idade, procedente de Frutal–MG. Data 1º consulta 29/01/2014. •Mãe refere que há 1 mês paciente apresentou aumento de gânglio submandibular esquerda de aproximadamente 5 cm de diâmetro com edema, e dor a palpação, procurou auxilio médico onde foi solicitado exames e us cervical, sendo observado na época um linfonodode 2 cm de diâmetro e sem alterações no hemograma, foi encaminhado para nosso serviço para acompanhamento.
  • 100. •Mãe relata que houve diminuição do gânglio e atualmente não sendo mais palpado, nega febre, emagrecimento e sudorese. •Historia familiar: mãe com 38 anos de idade em tratamento para câncer de mama. •Exame físico geral: BEG, peso = 30,9 kg, estatura = 133 cm, corado, hidratado, nutrido e consciente. •Exame físico dirigido: sem alteração ao exame físico, gânglios não palpáveis nas cadeias superficiais. •HD.: Adenite reacional