3. Criada em 1920, em A Menina do Narizinho
Arrebitado, ela ganhou um volume especial de suas
peripécias em 1931. O apelido pegou, assim como o
universo encantado do Sítio do Picapau Amarelo,
criado pelo escritor Monteiro Lobato. Reinações de
Narizinho traz 11 histórias, com começo, meio e fim,
escolhidas dentro de algumas de suas favoritas
publicadas até então.
4. A obra trabalha com a imaginação do leitor de forma
agradável e clara, possui bons personagens e ainda
aborda com criatividade relações e questões
humanas e sociais (envolvimento dos personagens,
preconceito racial, organização da sociedade). Assim,
Reinações de Narizinho resume-se a uma excelente
obra, indicada para qualquer público.
7. Reinações de Narizinho é a mais famosa criação do autor
Monteiro Lobato. Escrito em 1931, faz parte das aventuras da
famosa turma do Sitio do Picapau Amarelo. Na realidade,
trata-se do primeiro livro da série que o autor escreveria sobre
o sítio.
Portanto, é nesse livro que somos apresentados a alguns dos
personagens clássicos que vivem no Sitio: Emília, a boneca de
pano que fala, a bondosa Tia Nastácia, os primos Pedrinho e
Narizinho e sua avó Dona Benta, e o Visconde de Sabugosa,
um brinquedo feito de sabugo de milho que faz as vezes de
um erudito.
8. “Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde
de Sabugosa, critica os sábios que só acreditam nos livros já
escritos. Dona Benta é o adulto que aceita a aprende com a
imaginação criadora das crianças, admitindo as novidades que
vão modificando o mundo. Tia Nastácia é o adulto sem cultura
que vê no desconhecido o mal e o pecado. Narizinho e
Pedrinho são o eterno espírito infantil, abertos a tudo,
desejando ser felizes, confrontando suas experiências com o
que os mais velhos dizem e nunca deixando de acreditar no
futuro”.
9. Emília
Mostra como os
brinquedos eram feitos
com restos do que havia
nas casas. Ao falar,
transforma-se numa
grande questionadora e,
para Lobato, adquire
independência.
10. Visconde de
Sabugosa
É um sábio. Para o
escritor, sábio não tem e
não precisa ter
personalidade bem
definida e pode dizer
coisas sem dar muita
explicação.
11. Dona Benta
A avó de Pedrinho e
Narizinho, é a
proprietária do Sítio do
Picapau Amarelo. É
sábia, democrática e
uma ótima contadora de
histórias.
16. Reinações de Narizinho, lançado em 1931, é considerado o
ponto de partida da literatura infantil produzida por Monteiro
Lobato. Composto pela reunião de várias aventuras publicadas
anteriormente de forma isolada, é nesse livro que se firma o
núcleo lobatiano - Dona Benta, Narizinho, Tia Nastácia, Emília,
Rabicó, Pedrinho, Visconde de Sabugosa - e se estabelece o
Sítio do Picapau Amarelo como espaço das histórias, a partir
do qual as personagens partem para viver suas aventuras.
17. Nele, Narizinho, movida pelo desejo de viver experiências
extraordinárias, transita entre o mundo real e sua imaginação
com naturalidade, como se a fantasia pudesse fazer parte do
cotidiano, sem necessariamente apoiar-se em explicações.
18. No livro há várias histórias curtas, como episódios, e não uma
história longa como em um romance. As histórias foram
publicadas individualmente em formato de capítulos, e
posteriormente publicadas juntas. Dentre os enredos das
histórias, há alguns completamente originais, e outros com
junções de histórias infantis já conhecidas, ou com histórias
baseadas no folclore brasileiro.
19. Tudo começa com uma inesperada visita da neta de Dona
Benta ao Reino das Águas Claras e com a chegada de seu
primo, Pedrinho, ao Sítio do Picapau Amarelo para mais uma
temporada de férias. Depois do passeio pelo Reino das Águas
Claras, as reinações de Narizinho ficam ainda melhores. As
crianças se divertem fazendo o Visconde com um sabugo de
milho e planejando o casamento de Emília com o leitão
Rabicó.
20. Além disso, as histórias perpassam a literatura infantil de La
Fontaine, quando os meninos viajam para o Mundo das
Maravilhas, através do efeito do pó de pirlimpimpim,
oportunidade em que conhecem os fabulistas Esopo e La
Fontaine, e acabam resgatando o Burro Falante e o levando
para morar no Sítio do Picapau Amarelo. Além desse episódio,
há outros em que recebem ilustres visitas como Cinderela,
Branca de Neve e o Pequeno Polegar.
A história mantém uma continuidade através de pequenas
deixas que vão sendo mostradas em cada capítulo e que nos
fazem entender que se trata da mesma história.
22. Reinações, como praticamente toda a obra de José
Bento Monteiro Lobato, é um contraponto entre o
arcaico e o moderno no Brasil da primeira metade do
século 20. "No ambiente rural (o da infância do
próprio autor numa Taubaté abandonada após o ciclo
do café), vive Dona Benta, uma mulher extremamente
culta, conhecedora da ciência e progressista", diz o
historiador Raimundo Campos Bandeira, estudioso do
trabalho do escritor. "Lobato dissecou a realidade
brasileira."
23. Na literatura Brasileira coube a Lobato ser uma espécie de
divisor de águas que separa o Brasil de passado e o Brasil da
atualidade. Fazendo a herança do passado emergir no
presente, inovando na linguagem, pois desenvolveu uma
linguagem para crianças, brasileira e popular, além do uso de
neologismos como as palavras: “emilice”, “emilíssima”,
“sabuguiano” e “pirlimpimpinesco”. O escritor movido pela
indignação social, focado no futuro, renovou a literatura com
suas histórias criativas, sua mistura entre o real e o imaginário,
além de sua crença total na liberdade, como vemos no Sítio do
Picapau Amarelo, o espaço central de Reinações de Narizinho.
25. O livro Reinações de Narizinho destacou-se na literatura
infantil e ficou conhecido como o melhor da obra de Monteiro
Lobato, consagrando-o como um dos mais importantes
autores da literatura infantil brasileira. Além disso, mantinha
forte relação com a linguagem, a realidade social e política da
época. Hoje em dia é criticado pela abordagem
“preconceituosa” em relação à negra “Tia Nastácia”, porém
para o ano em que foi escrito, era completamente aceitável,
visto que os pensamentos faziam parte da mentalidade da
época.