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Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 1
à Pessoa com Síndrome de Down
Diretrizes de Atenção
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Brasília – DF
2012
Ministério
da Saúde2
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 3
à Pessoa com Síndrome de Down
Diretrizes de Atenção
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
Brasília – DF
2012
F. Comunicação e Educação em Saúde
Ministério
da Saúde4ã 2012 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não
seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é
da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em
Saúde do Ministério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>.
Tiragem: 1ª edição – 2012 – 15.000 exemplares
Elaboração, distribuição e informações
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas
Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência
SAF/Sul, Trecho 2, Edifício Premium, Torre 2, bloco F, térreo, sala 11
CEP: 70070-600– Brasília/DF
Site: <www.saude.gov.br>
E-mail: pessoacomdeficiencia@saude.gov.br
Coordenação					
Dário Frederico Pasche
Vera Lúcia Ferreira Mendes
Organização
Mariana Fernandes Campos
Vera Lúcia Ferreira Mendes
Revisão Técnica
Helena Pimentel
Mariana Fernandes Campos
Patrícia Tempski
Vera Lúcia Ferreira Mendes
Zan Mustacchi
Colaboradores
Dennis Alexander Burns
Fabiana Gadel
Glória Moreira Sales
Helena Pimentel
Ione Maria Fonseca Melo
Maria Antônia Goulart
Maria de Lourdes Lima
Maria Thereza Almeida Antunes
Noemia da Silva Cavalheira
Patrícia Tempski
Zan Mustacchi
Diagramação
Alisson Sbrana
Fotos
Radilson Carlos
Movimento Down
Normalização
Daniela Ferreira Barros da Silva – Editora MS
Ficha Catalográfica
_______________________________________________________________________________________________
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Depar-
tamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
60 p. : il. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde)
ISBN XXXXXXXXXXX
1. Síndrome de Down. 2. Saúde pública. 3. Políticas públicas. I. Título. II. Série.
CDU 619.899
_______________________________________________________________________________________________
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2012/0341
Títulos para indexação:
Em inglês: Health care guidelines for the person with Down Syndrome
Em espanhol: Directrices para la atención a la persona con Síndrome de Down
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 5
SUMÁRIO
1 METODOLOGIA DE BUSCA E AVALIAÇÃO DE LITERATURA
2 OBJETIVO
3 INTRODUÇÃO
	 1.1 Histórico
4 CLASSIFICAÇÃO PARA A SÍNDROME DE DOWN
4.1 CID
4.2 Código internacional de funcionalidade
5 DIAGNÓSTICO
5.1 Diagnóstico clínico
5.2 Diagnóstico laboratorial
6 MOMENTO DA NOTÍCIA
7 ACONSELHAMENTO GENÉTICO
8 ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN
8.1 Cuidado com a saúde do lactente de zero a 02 anos
8.2 Cuidado com a saúde da criança de 02 a 10 anos
8.3 Cuidado com a saúde do adolescente de 10 a 19
8.4 Cuidado coma saúde do idoso
8.5 Cuidado com a saúde da pessoa com síndrome de Down
9 BENEFÍCIOS ESPERADOS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
Anexo A – Síndrome de Down
Anexo B – Curva de crescimento para meninas com Síndrome
de Down (2-18 anos)
Ministério
da Saúde6
1 METODOLOGIA DE BUSCA E
AVALIAÇÃO DE LITERATURA
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 7
A elaboração das Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Sín-
drome de Down baseou-se em buscas no sistema PubMed, SciELO e
no Cochrane Database of Systematic Reviews utilizando como palavras
chaves: “Down Syndrome” Síndrome de Down”; “Trisomy 21”, “Triso-
mía del Cromosoma 21” e “Trissomia do Cromossomo 21” e “Growth”,
“Desarollo” e “Crescimento, Os artigos revistos foram publicados no
período de 1975 a 2011 além dos relatos históricos de Langdon Down
e Jerome Lejeune. A busca foi limitada às línguas inglesa, espanhola e
portuguesa. Os dados foram analisados por um grupo de especialistas
que discutiu os resultados e elaborou estas diretrizes.
Ministério
da Saúde8
2 OBJETIVO
O objetivo desta diretriz é oferecer orientações às equipes multipro-
fissionais para o cuidado à saúde da pessoa com síndrome de Down,
nos diferentes pontos de atenção da rede de serviço ao longo do seu
ciclo vital.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 9
3 INTRODUÇÃO
A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma condição hu-
mana geneticamente determinada, é a alteração cromossômica (cro-
mossomopatia) mais comum em humanos e a principal causa de defi-
ciência intelectual na população. A SD é um modo de estar no mundo
que demonstra a diversidade humana. A presença do cromossomo
21 extra na constituição genética determina características físicas es-
pecíficas e atraso no desenvolvimento. Sabe-se que as pessoas com
SD quando atendidas e estimuladas adequadamente, têm potencial
para uma vida saudável e plena inclusão social. No Brasil nasce uma
criança com SD a cada 600 e 800 nascimentos, independente de et-
nia, gênero ou classe social.
O termo “síndrome” significa um conjunto de sinais e sintomas e
“Down” designa o sobrenome do médico e pesquisador que primeiro
descreveu a associação dos sinais característicos da pessoa com SD.
As diferenças entre as pessoas com SD, tanto do aspecto físico quan-
to de desenvolvimento, decorrem de aspectos genéticos individuais,
intercorrências clínicas, nutrição, estimulação, educação, contexto fa-
miliar, social e meio ambiente. Apesar dessas diferenças, há um con-
senso da comunidade científica de que não se atribuem graus à SD.
3.1 Histórico
A primeira descrição clínica foi feita em 1866 pelo medico pediatra
inglês John Langdon Down, que trabalhava no Hospital John Hopkins
em Londres em uma enfermaria para pessoas com deficiência inte-
lectual, e publicou um estudo descritivo e classificou estes pacientes
Ministério
da Saúde10
de acordo com o fenótipo. Descreveu como “idiotia mongólica” aque-
les com fissura palpebral oblíqua, nariz plano, baixa estatura e déficit
intelectual.
Tendo sido a primeira descrição completa num grupo de pacientes,
este conjunto de sinais e sintomas passou a ser chamado de síndro-
me de Down, em reconhecimento a Langdon Down. Infelizmente
também se assimilou como uso corrente o termo “mongolismo”, que
deve ser evitado devido à conotação pejorativa. Lejeune e colabora-
dores, em 1959, demonstraram a presença do cromossomo 21 extra
nas pessoas com SD.
A expectativa de vida das pessoas com SD aumentou consideravel-
mente a partir da segunda metade do século XX, devido aos progres-
sos na área da saúde principalmente da cirurgia cardíaca. O aumento
da sobrevida e do entendimento das potencialidades das pessoas
com síndrome de Down levou à elaboração de diferentes programas
educacionais, com vistas à escolarização, ao futuro profissional, à au-
tonomia e à qualidade de vida.
Cada vez mais a sociedade está se conscientizando de como é im-
portante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental
oferecer equidade de oportunidades para que as pessoas com defici-
ência exerçam seu direito em conviver em comunidade. A sociedade
está mais preparada para receber pessoas com síndrome de Down
e existem relatos de experiências muito bem-sucedidas de inclusão.
Apesar da experiência acumulada nos últimos anos, não é possível
prever qual o grau de autonomia que uma criança com SD terá na sua
vida adulta. O potencial a ser desenvolvido é sempre uma fronteira
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 11
a ser cruzada diariamente. No entanto, é consenso para as equipes
que atuam no cuidado da pessoa com SD que todo investimento em
saúde, educação e inclusão social resulta em uma melhor qualidade
de vida e autonomia.
Ministério
da Saúde12
4 CLASSIFICAÇÃO PARA SÍNDROME DE
DOWN
4.1 CID
Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) a SD recebe o có-
digo Q - 90. Por estar classificada no capítulo Q00 - Q99 das malfor-
mações, deformidades e anomalias cromossômicas. Dentro deste ca-
pítulo se encontra no grupo Q 90 - Q99 das anomalias cromossômicas
e na categoria Q90 da Síndrome de Down.
Na categoria Q90 existem os seguintes subgrupos:
Q 90.0 - Síndrome de Down, trissomia do 21, por não disjunção mei-
ótica
Q 90.1 - Síndrome de Down, trissomia do 21, mosaicismo por não
disjunção mitótica
Q 90. 2 - Síndrome de Down, trissomia 21, translocação
Q 90. 9 - Síndrome de Down, não específica.
4.2 Código Internacional de Funcionalidade
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saú-
de (CIF) faz parte do conjunto de classificações da Organização Mun-
dial de Saúde e foi publicada em 1980 e revisada em 2001, sendo no
mesmo ano traduzida e validada para a língua portuguesa.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 13
A CIF é complementar a Classificação Internacional de Doenças (CID).
Enquanto a CID representa exclusivamente a patologia principal e as-
sociações, que compõem o diagnóstico clínico de uma pessoa, a CIF
descreve a saúde e os estados relacionados com a saúde. Desta forma
evoluiu-se de uma classificação centrada na doença para outra que
tem foco nos componentes de saúde e nas consequências do adoe-
cimento.
A CIF utiliza como critério de avaliação dois grandes domínios: 1. Fun-
ção e Estrutura do Corpo e 2. Atividade e Participação. Baseada no
conjunto de dados assim obtidos a CIF trabalha com o conceito de
funcionalidade e incapacidades. Entendendo funcionalidade como as
funções do corpo, suas atividades e participação e incapacidade suas
deficiência, limitações e restrição em atividades e na participação.
Além disto, a CIF relaciona estes aspectos da pessoa com os fatores
ambientais e contextuais com os quais interage, com por exemplo:
suporte familiar, recursos próprios e da comunidade, acesso a aten-
ção à saúde, entre outros. Da mesma forma que a CID a CIF utiliza um
padrão de letras e números na sua linguagem padronizada.
A CIF pode ser utilizada como ferramenta de gestão do caso no que
tange seu diagnóstico, proposição terapêutica e acompanhamento.
No entanto se presta também para planejamento de políticas públi-
cas de saúde e de programas educacionais.
Quando se tem por objetivo uma avaliação contínua de acompanha-
mento clínico, como na SD, recomenda-se que além da CID se utilize
a (CIF), que faz um deslocamento paradigmático do eixo da doença
Ministério
da Saúde14
para o eixo da saúde e permite entender a condição ou estado de
saúde de uma pessoa dentro de contexto mais amplo e diverso.
Tendo em vista o auxilio que a CIF pode oferecer a definição do plano
terapêutico e acompanhamento na SD, esta diretriz sugere fortemen-
te seu uso.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 15
5 DIAGNÓSTICO
5.1 Diagnóstico clínico
O diagnóstico clínico de SD baseia-se no reconhecimento de carac-
terísticas físicas. Quanto mais características específicas da SD forem
identificadas aumenta-se a segurança do diagnóstico clínico.
A SD tem sua apresentação clínica explicada por um desequilíbrio da
constituição cromossômica, a trissomia do cromossomo 21, que pode
ocorrer por trissomia simples, translocação ou mosaicismo. Apesar
de existirem três possibilidades do ponto de vista citogenético, a SD
apresenta um fenótipo com expressividade variada. Entendendo-se
genótipo como a constituição cromossômica do indivíduo e por fenó-
tipo características observáveis no organismo que resultam da intera-
ção da expressão gênica e de fatores ambientais.
	 O fenótipo da SD se caracteriza principalmente por: pregas
palpebrais oblíquas para cima, epicanto (prega cutânea no canto in-
terno do olho), sinófris (união das sobrancelhas), base nasal plana,
face aplanada, protusão lingual, palato ogival (alto), orelhas de im-
plantação baixa, pavilhão auricular pequeno, cabelo fino, clinodacti-
lia do 5º dedo da mão (5º dedo curvo), braquidactilia (dedos curtos),
afastamento entre o 1º e o 2º dedos do pé, pé plano, prega simiesca
(prega palmar única transversa), hipotonia, frouxidão ligamentar, ex-
cesso de tecido adiposo no dorso do pescoço, retrognatia, diástase
Ministério
da Saúde16
(afastamento) dos músculos dos retos abdominais e hérnia umbili-
cal. Nem todas essas características precisam estar presentes para se
fazer o diagnóstico clínico de SD. Da mesma forma, a presença isolada
de uma dessas características não configura o diagnóstico, visto que
5% da população podem apresentar algum desses sinais.
	 Em caso de dúvida não menospreze sua suspeita diag-
nóstica, solicite avaliação de outros colegas, exames comple-
mentares ou encaminhe ao especialista em genética clínica.
As pessoas com SD apresentam déficit de desenvolvimento psicomo-
tor, intelectual e pondero-estatural.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 17
Quadro 1 – Diagnóstico clínico da SD baseado nas seguin-
tes características
Exame segmentar Sinais e sintomas
Cabeça
Olhos
Epicanto
Fenda palpebral oblíqua
Sinófris
Nariz
Ponte nasal plana Nariz
pequeno
Boca
Palato alto
Hipodontia
Protusão lingual
Forma Braquicefalia
Cabelo
Fino, liso e de implantação
baixa
Orelha
Pequena com lobo delicado
Implantação baixa
Pescoço Tecidos conectivos
Excesso de tecido adiposo no
dorso do pescoço
Excesso de pele no pescoço
Tórax Coração Cardiopatia
Abdome
Parede abdominal
Diástase do músculo reto
abdominal
Cicatriz umbilical Hérnia Umbilical
Sistema Locomotor
Superior
Prega palmar única
Clinodactilia do 5º dedo da
mão
Inferior
Distância entre 1º e o 2º dedo
do pé
Tônus
Hipotonia
Frouxidão ligamentar
Desenvolvimento Global
Déficit pondero-estatural
Déficit Psicomotor
Déficit Intelectual
Fonte: (Committee on genetic of American Academy od Pediatrics,
2011, adaptado).
Ministério
da Saúde18
Existe um conjunto de alterações associadas à SD que exigem especial
atenção e necessitam de exames específicos para sua identificação,
são elas: cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas,
do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neu-
rológicas, hematológicas e ortodônticas. Estudos nacionais revelam
também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com
SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhados por especia-
listas.
Tabela 1 – Patologias associadas à SD e sua prevalência.
Sistemas Patologia Prevalência
Aparelho da Visão
Catarata 15%
Pseudo-estenose do ducto
lacrimal
85%
Vício de refração 50%
Aparelho Auditivo
Perda auditiva 75%
Otite de repetição 50- 70%
Sistema Cardiovascular
CIA
40-50%CIV
DSAV
Sistema Digestório
Atresia de esôfago 12%
Estenose/ atresia de
duodeno
12%
Megacólon aganglionar/
Doença de Hirschsprung
1%
Doença Celíaca 5%
Sistema Nervoso
Síndrome de West 1-13%
Autismo 1%
Sistema Endócrino Hipotireoidismo 4 – 18%
Sistema Locomotor
Subluxação cervical sem
lesão
14%
Subluxação cervical com
lesão medular
1-2%
Luxação de quadril 6%
Instabilidade das articulações
em algum grau
100%
Sistema Hematológico
Leucemia 1%
Anemia 3%
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 19
Figura 1 – Sindrome de Down do sexo masculino
com Trissomia por Translocação Robertsoniana.
46,XY t(14,21) (14q;21q)
Fonte: autoria própria.
Ministério
da Saúde20
Figura 2 – Sindrome de Down do sexo feminino
com Trissomia Simples(Livre)
47, XX + 21
Fonte: autoria própria.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 21
5.2 Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico laboratorial da Síndrome de Down se faz através da
análise genética denominada cariótipo. O Cariograma ou cariótipo é
a representação do conjunto de cromossomos presentes no núcleo
celular de um indivíduo.  No ser humano o conjunto de cromossomos
corresponde a 23 pares, ou seja, 46 cromossomos, sendo 22 pares de
cromossomos denominados autossomos e um par de cromossomos
sexuais, representados por XX nas mulheres e XY nos homens. No
cariótipo os cromossomos são ordenados por ordem decrescente de
tamanho.
A SD é caracterizada pela presença de um cromossomo 21 extra, que
citogeneticamente pode se apresentar de três formas:
•	Trissomia simples – causada por não disjunção cromos-
sômica geralmente de origem meiótica, ocorre em 95%
dos casos de SD, é de ocorrência casual e caracteriza-se
pela pela presença de um cromossomo 21 extra livre,
descrito da seguinte forma no exame de cariótipo: 47,
XX + 21 para o sexo feminino e 47, XY + 21 para o sexo
masculino;
•	Translocação – também chamadas de translocações
Robertsonianas (rearranjos cromossômicos com ganho
de material genético), ocorre entre 3 a 4% dos casos de
SD, pode ser de ocorrência casual ou herdada de um dos
Ministério
da Saúde22
pais. A trissomia do cromossomo 21 neste caso é iden-
tificada no cariótipo não como um cromossomo livre e
sim transloçado (montado/ligado) a outro cromossomo,
mais frequentemente a translocação envolve o cromos-
somo 21 e o cromossomo 14. No exame do cariótipo é
descrito como: 46, XX, t(14;21)(14q21q) para sexo femi-
nino e 46,XY, t(14;21)(14q21q) para sexo masculino;
•	Mosaico – detecta-se entre 1 a 2% dos casos de SD, é
também de ocorrência casual e caracteriza-se pela pre-
sença de um duas linhagens celulares, uma normal com
46 cromossomos e outra trissômica com 47 cromosso-
mos sendo o cromossomo 21 extra livre. A Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF) faz parte do conjunto de classificações da Organiza-
ção Mundial de Saúde e foi publicada em 1980 e revisa-
da em 2001, sendo no mesmo ano traduzida e validada
para a língua portuguesa.
O cariótipo não é obrigatório para o diagnóstico da SD, mas é funda-
mental para orientar o aconselhamento genético da família. Tendo
em vista que somente o exame do cariótipo determina a forma casual
ou herdada, ou seja, uma trissomia simples, mosaico ou uma trisso-
mia por translocação.
O resultado do cariótipo (genótipo) não determina as características
físicas (fenótipo) e o desenvolvimento da pessoa com SD.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 23
6 MOMENTO DA NOTÍCIA
Ao nascimento de uma criança com SD, as duvidas, incertezas e in-
seguranças são muitas, tanto no que tange à saúde da criança como
sobre o seu potencial de desenvolvimento imediato quanto às possi-
bilidades de autonomia futura e qualidade de vida. Tais sentimentos
convivem ainda com a dificuldade de aceitação do filho que nasceu
diferente dos seus anseios.
O apoio de profissionais capacitados neste caso é fundamental para
o ajuste familiar à nova situação, favorecendo as possibilidades de
tratamento com vistas à saúde física, mental e afetiva da criança.
Neste sentido, o momento da notícia do nascimento de uma criança
com SD, tem impacto na aceitação da família e na sua disposição e
adesão ao tratamento. Espera-se do profissional que transmite a no-
tícia, uma postura humana e ética, que garanta acolhida e informação
adequada à família.
É recomendável que algumas diretrizes sejam levadas em conta para
a comunicação da suspeita ou do diagnóstico da SD à família:
1.	 A comunicação quanto a suspeita diagnóstica ou quanto
o diagnostico de SD deve ser feita quando sinais e sinto-
ma característicos sejam identificados por mais de um
membro da equipe;
2.	 A comunicação à mãe deve ser feita preferencialmente
na presença do pai, ou na sua ausência, de outro mem-
bro da família que represente um relacionamento signi-
Ministério
da Saúde24
ficativo;
3.	 Antes da noticia é importante que a mãe e o pai tenham
tido a oportunidade de ver, acariciar e amamentar o re-
cém-nascido criando o vinculo com o bebe e evitando
idéias fantasiosas após o diagnóstico;.
4.	 O local deve ser reservado e protegido de interrupções;
5.	 O pediatra deve ter tempo disponível para comunicar o
diagnóstico ou a suspeita de SD, informar o que isso sig-
nifica e orientar quanto aos exames e encaminhamentos
necessários;
6.	 Durante o exame físico, mostrar para os pais quais as ca-
racterísticas fenotípicas da SD que levaram ao diagnós-
tico clínico;
7.	 Recomenda-se que desde o primeiro contato, parabeni-
zar os pais, chamar o bebê e os pais pelos respectivos
nomes; e
8.	 As informações, ainda na maternidade, devem ser ape-
nas as essenciais para que a família crie o vinculo com o
bebe e compreenda a necessidade dos exames e proce-
dimentos solicitados. O encaminhamento para os profis-
sionais que darão continuidade ao acompanhamento do
bebe deve ser reforçado e esclarecer a família que este
profissional irá complementar as informações gradual-
mente
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 25
Durante o atendimento e o acompanhamento de uma criança com
SD é importante ressaltar que a palavra “síndrome” significa um con-
junto de sintomas e “Down” é o nome do medico que pela primeira
vez o descreveu. Recomendamos ainda evitar a palavra “portador”,
pois SD não é algo que se leva junto a si, como uma mochila, mas sim
é um jeito diferente de estar na vida, ou seja, é uma condição de vida,
nos referimos a pessoa com SD.
A etiologia deve ser abordada de forma simples, buscando o enten-
dimento da família e pode ser necessário mostrar um cariótipo e ex-
plicar o que ele significa. Explicar que aquele conjunto de cromos-
somos traz as informações genéticas de cada indivíduo, e quando
está alterado para mais ou para menos, caracteriza uma síndrome
genética cromossômica e que este material genético está presente
em todas as células do organismo. No caso da SD existe um cromos-
somo 21 a mais que é o responsável pelas características clínicas da
SD. Não existe cura para a SD, mas é importante salientar que existe
tratamento e que ele é fundamental para que a pessoa com SD possa
conquistar maior autonomia e qualidade de vida no futuro. Discutir
com os pais a etiologia é importante no sentido de diminuir dúvidas
e sentimentos de culpa.
Enfatizar que o cuidado com o bebê e com a criança será comparti-
lhado entre a família e a equipe multiprofissional, e que a família não
estará sozinha e sem apoio neste processo. Por se tratar de uma alte-
ração de origem genética, pode ser necessário o encaminhamento a
uma consulta de Aconselhamento Genético com medico geneticista        
Ministério
da Saúde26
7 ACONSELHAMENTO GENÉTICO
O aconselhamento genético é um procedimento relacionado a espe-
cialidade de genética medica/clinica e se refere a todo o processo
que envolve o atendimento de uma pessoa ou família sob suspeita
de uma desordem geneticamente determinada, desde o diagnostico
a informação sobre a etiologia daquela alteração, curso clinico, prog-
nóstico e medidas terapêuticas e o entendimento sobre os riscos de
ocorrência e recorrência da alteração especifica na família.
Uma das definições correntemente aceitas de Aconselhamento Ge-
nético (AG) é a adotada pela American Society of Human Genetics
(EPSTEIN, 1975). Segundo esta definição, trata-se do processo de co-
municação que lida com problemas humanos associados com a ocor-
rência, ou risco de ocorrência, de uma doença genética em uma famí-
lia, envolvendo a participação de uma ou mais pessoas treinadas para
ajudar o indivíduo ou sua família a: 1) compreender os fatos médicos,
incluindo o diagnóstico, provável curso da doença e as condutas dis-
poníveis; 2) apreciar o modo como a hereditariedade contribui para
a doença e o risco de recorrência para parentes específicos; 3) enten-
der as alternativas para lidar com o risco de recorrência; 4) escolher
o curso de ação que pareça apropriado em virtude do seu risco, obje-
tivos familiares, padrões éticos e religiosos, atuando de acordo com
essa decisão; 5) ajustar-se, da melhor maneira possível, à situação
imposta pela ocorrência do distúrbio na família, bem como à pers-
pectiva de recorrência do mesmo.
No caso do AG as famílias com uma pessoa com SD, este processo
é muitas vezes realizado pelo pediatra, medico assistente ou equipe
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 27
multi e interdisciplinar, que deverá estar apto para realizar o aconse-
lhamento dentro das normas estabelecidas pela comunidade medica,
seguindo padrões éticos e técnicos adequados.
O profissional deverá ter um completo conhecimento sobre todos os
aspectos genéticos e clínicos que envolvem a SD e as diretrizes do
aconselhamento genético. O encaminhamento para o especialista
deve ser realizado quando se fizer necessário.
Ministério
da Saúde28
8 ATENÇAO À SAÚDE DA PESSOA COM
SINDROME DE DOWN
Recomenda-se que o cuidado com a saúde da pessoa com SD seja
norteado pelas políticas públicas do Ministério da Saúde como a Po-
lítica Nacional de Humanização, Política Nacional da Atenção Básica,
Programas de Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da Mulher,
do Homem, do Idoso, Saúde Mental e no Relatório Mundial sobre a
Deficiência. E ainda, que utilize os pressupostos teóricos da clínica
ampliada, da integralidade e do cuidado compartilhado, com vistas
à humanização, autonomia e protagonismo dos sujeitos nas práticas
de saúde. Neste sentido a clínica ampliada busca articular estes en-
foques, reunindo os diferentes saberes com o objetivo de garantir o
melhor resultado no cuidado, por meio da acolhida, do diálogo e da
participação do sujeito no processo terapêutico.
A clínica ampliada articula a rede de serviço do Sistema de Saúde e os
recursos da comunidade. A prática da clínica ampliada é transdiscipli-
nar e considera a complexidade da vida do sujeito na qual se desenro-
la o processo de adoecimento, o cuidado, a reabilitação, a prevenção
e a promoção da saúde. Exige reorganização do serviço, revisão das
práticas e elaboração de diretrizes. O trabalho na saúde na lógica da
clínica ampliada exige dos profissionais: respeito e compartilhamento
dos múltiplos saberes, diálogo, flexibilidade e responsabilização pelo
paciente
A proposta de cuidado para a pessoa com SD segue as seguintes di-
retrizes:
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 29
1 - compreensão ampliada do processo saúde e doença;
2 - construção compartilhada pela equipe multiprofissional do diag-
nóstico situacional; e do Plano de Cuidado Individual;
3 - definição compartilhada das metas terapêuticas; e
4 - comprometimento dos profissionais, da família e do indivíduo com
as metas terapêuticas.
A integralidade como pressuposto teórico da clínica ampliada e do
cuidado com a pessoa com SD pode ser entendida como qualidade
do cuidado, como um modo de organizar a prática e como resposta
governamental aos problemas de saúde da comunidade. Admitin-
do-se a integralidade como um aspecto da boa prática no cuidado
à saúde, ela é um valor a ser preservado, uma vez que não reduz o
indivíduo à sua biologia, mas amplia o olhar daquele que atende para
as dimensões psico-socio-afetivas daquele que é atendido. Incluindo
também aspectos de prevenção, promoção e educação em saúde.
Por fim, o cuidado compartilhado diz respeito ao trabalho em equipe
multiprofissional que constrói o diagnóstico, o projeto terapêutico,
define metas terapêuticas, reavalia e acompanha o processo terapêu-
tico em conjunto. Porém o cuidado compartilhado também pode aqui
ser entendido como a integração das diferentes densidades de tecno-
logias e de complexidade da atenção à saúde no Sistema de Saúde,
bem como a integração destes com os recursos da comunidade. Com-
partilhar cuidados é também a co-responsabilização do processo do
cuidado entre profissionais, o sujeito sob cuidado e sua família.
Ministério
da Saúde30
Os melhores resultados terapêuticos são obtidos quando a equipe
trabalha em conjunto, discutindo os avanços e novas propostas de
tratamento em vale ressaltar que, quando possível, a articulação com
universidades e/ou serviços das diferentes especialidades é impor-
tante para o acompanhamento do caso. Desta forma evita-se que em
situações de múltiplos atendimentos, realizados em lugares diferen-
tes, com especialistas não mantenham diálogo sobre a pessoa em
atendimento e suas necessidades. A atenção integral à saúde depen-
de primeiramente da integração da equipe, neste sentido é impor-
tante a figura do gestor do caso ou coordenador do programa, que
em geral é o profissional com maior vínculo com o paciente.
O cuidado com a saúde na SD deve ser singularizado em modelos
por ciclo vital. Em cada ciclo o atendimento visa a manutenção da
saúde com vistas ao melhor desenvolvimento das potencialidades
da pessoa com SD, visando sua qualidade de vida e inserção social e
econômica.
A saúde da pessoa com SD está diretamente relacionada aos seus há-
bitos de vida, portanto, o trabalho dos profissionais da saúde deve se
direcionar à promoção de estilos de vida saudáveis no núcleo familiar.
Para isto utilizando a estratégia de educação em saúde junto à famí-
lia, apostando no seu protagonismo e autonomia para compartilhar o
cuidado com a pessoa com SD, desta forma estaremos indiretamente
promovendo também a saúde da família.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 31
8.1 Cuidado com a Saúde do
Lactente de zero a 02 anos
Ministério
da Saúde32
O cuidado com a saúde da criança com SD inicialmente deve estar
focado no apoio e informação à família, no diagnóstico das patologias
associadas Após esta fase inicial a terapêutica inclui a estimulação
global, imunização, estímulo ao aleitamento materno e manutenção
da saúde com acompanhamento periódico.
Após comunicar o diagnóstico do nascimento de uma criança com
SD o pediatra ou clínico geral deve orientar a família e solicitar os
exames complementares necessários: cariótipo, ecocardiograma,
hemograma, TSH (Hormônio Estimulante da Tireóide) e hormônios
tireoidianos (T3 e T4).
O cariótipo é o exame solicitado para diagnóstico laboratorial da SD,
ele deve ser solicitado no primeiro ano de vida, ou caso não tenha
sido realizado em qualquer tempo.
O ecocardiograma é solicitado tendo em vista que 50% das crianças
apresentam cardiopatias, mesmo sem ausculta de sopros cardíacos,
sendo as mais comuns: comunicação inter-atrial, comunicação inter-
ventricular e defeito do septo atrioventricular total. Caso o primeiro
exame esteja normal não é necessário repeti-lo. As crianças com car-
diopatia devem ser acompanhadas por um cardiologista. Aos cardio-
patas congênitos com peso de nascimento menor ou igual a 2,500g
recomenda-se o uso de anticorpo monoclonal contra Vírus Sincicial
Respiratório (VSR).
O hemograma é solicitado para afastar alterações hematológicas
como reações leucemóides, policitemia e leucemia e Desordem Mie-
loproliferativa Transitória, que acomete 10% dos recém-nascidos. O
hemograma deve ser repetido semestralmente nos primeiros dois
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 33
anos de vida e anualmente ao longo da vida da pessoa com SD.
 A função tireoideana (TSH e T4 livre) deve ser avaliada ao nascimen-
to, aos seis meses, aos 12 meses e após, anualmente. Existe um risco
de 1% de hipotireoidismo congênito e 14% ou mais de hipotireoidis-
mo ao longo da vida.
Nesta fase inicial de acompanhamento devem ser afastadas patolo-
gias associadas do sistema digestório, por exemplo: atresia de esôfa-
go, membrana de duodeno e doença de Hirschsprung.
São necessárias avaliações de acuidade auditiva e visual aos seis e aos
12 meses, e posteriormente anualmente. Afastando erros de refra-
ção, catarata congênita, glaucoma, nistagmo e pseudo-estenose do
ducto lacrimal nos exames oftalmológicos.
Quanto à alteração na acuidade auditiva, especial atenção deve ser
dada aos episódios de Otite Média Serosa que acometem 50 a 70%
das crianças e potencialmente podem levar a redução da acuidade
auditiva.
Nesta fase de zero a dois anos é importante o cuidado com doenças
respiratórias de repetição, constipação e refluxo gastroesofágico.
A hipotonia muscular está presente em 100% dos recém-natos com
SD, tendendo a diminuir com a idade. No entanto o tônus é uma
característica individual e apresenta variações de uma criança para
outra. A presença de hipotonia altera o desenvolvimento da criança
atrasando a aquisição das competências motoras: sustentar a cabeça,
rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr. Em casos com pre-
Ministério
da Saúde34
sença de instabilidade do quadril sugere-se ultra-sumo aos seis meses
ou radiografia após um ano de idade.          
Na primeira infância e em outras fases da vida deve-se orientar a fa-
mília e o paciente para o correto posicionamento do pescoço, evitando
lesão medular devido à instabilidade da articulação atlanto-axial. De-
vem ser rigorosamente evitados movimentos de flexão e extensão total
da coluna cervical, realizados em cambalhotas, mergulhos, cavalgada,
futebol, ginástica e durante o preparo anestésico para uma cirurgia.
Neste sentido a literatura recomenda radiografia da coluna cervical a
partir dos 3 anos de idade. Este exame deve primeiramente ser reco-
mendado por um médico e realizado em posição neutra. Valores da
distância do atlas-axis ≥ 4,5 mm devem ser considerados anormais e
indicativos de subluxação atlanto-axial. Esta situação contra indica a
realização da radiografia dinâmica da coluna cervical, sendo indicada
ressonância magnética nestes casos. Em casos com valores ≤ 4,5 mm
em posição neutra pode se efetuar a radiografia dinâmica da coluna.
A realização deste exame tem sido discutida, tendo em vista o número
de falsos negativos e o risco de lesão cervical durante o exame. Alguns
especialistas deixaram de indicar o exame, mantendo a indicação do
exame radiográfico somente para pacientes que pratiquem esportes.
Portanto a indicação atual é orientar a postura cervical sempre e radio-
grafar quando necessário.
A estimulação global deve ter inicio tão logo a situação de saúde da
criança permita. A estimulação nesta fase tem como objetivo auxiliar
a aquisição dos marcos motores, psicológicos e sócio-afetivos. Existem
vários modelos de estimulação compostos por programas individuais
ou grupais, com diferentes composições de profissionais da saúde.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 35
Na primeira fase da vida devem ser iniciados os cuidados para uma
alimentação saudável, mantendo aleitamento materno exclusivo até
os seis meses de idade e em alimentação complementar até pelo me-
nos um ano. Hábitos alimentares saudáveis devem ser encorajados
desde a infância e se possível introduzidos à rotina familiar. O acom-
panhamento do desenvolvimento segue as curvas específicas de de-
senvolvimento de zero a 2 anos de Mustacchi, Z. (2002 – anexo I)
O acompanhamento odontológico deve ter inicio no primeiro ano de
vida e ter periodicidade anual. Este seguimento deve se preocupar
com o acompanhamento da erupção dentária e com profilaxia de cá-
ries e patologias de gengiva.
O calendário de vacinação para crianças com SD segue do Programa
Nacional de Imunização, incluindo as seguintes vacinas de anti-Vari-
cela aos 12 meses de idade com dose de reforço aos 4 anos e Hepati-
te A também aos 12 meses com reforço aos 18 meses.
Ministério
da Saúde36
8.2 Cuidados com a Saúde da
Criança de 02 a 10 anos
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 37
O cuidado com a saúde da criança com SD de dois a dez anos deve
estar focado na manutenção de um estilo de vida saudável (alimen-
tação, higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento
de autonomia para as atividades de vida diárias, auto-cuidado, socia-
lização, aquisição de habilidades sociais, escolaridade e acompanha-
mento pondero estaural (tabela de Cronk 1978 – anexo II). Deve ser
dada uma atenção aos distúrbios emocionais/psiquiátricos como o
espectro autístico.
Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de
saúde geral, são necessários: hemograma, TSH (Hormônio Estimulan-
te da Tireóide) e hormônios tireoidianos (T3 e T4), além das avalia-
ções de acuidade visual e auditiva, anualmente.
Tendo em vista a maior mobilidade da criança, nesta fase deve ser
muito bem orientada quanto às questões de profilaxia de lesão cer-
vical devido à subluxação atlatoaxial, mesmo para crianças assinto-
máticas e com radiografia cervical normal. Pais e professores devem
ser advertidos quanto ao risco de lesão cervical durante a prática es-
portiva da natação, ginástica, futebol e especificamente cambalho-
tas. Estes esportes devem ser contra indicados na vigência de sinto-
mas como dor cervical, fraqueza, hipereflexia, mudanças de função
intestinal e vesical. Nestes casos deve ser realizada primeiramente
radiografia cervical em posição neutra de perfil. Se estiver sem altera-
ções é possível realizar o estudo radiográfico em flexão e extensão do
pescoço. Nos casos com alterações em posição neutra não deve ser
realizado o estudo dinâmico e a criança deve ser encaminhada para o
especialista de coluna.
Ministério
da Saúde38
O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici-
dade anual, focando-se na possibilidade de alterações da erupção
dentária, sendo comum a hipodontia. O atendimento odontológico
tem também como foco o desenvolvimento de auto-cuidado em re-
lação à higiene bucal.
Nesta faixa etária pais e cuidadores devem estar atentos aos sintomas
de apneia do sono, que incluem posição anormal no leito, despertar
noturno, obstrução nasal, ronco e sonolência diurna. As principais
causas de apneia do sono nas crianças com SD são obesidade e hiper-
trofia de adenóide e amígdala palatina. Estão indicados nestes casos
estudo de permeabilidade de vias aéreas e polissonografia. A questão
da qualidade e quantidade do sono é importante na SD tendo em
vista que a presença de sonolência diurna pode gerar mudança de
humor, alteração da concentração e diminuição da aprendizagem.
Outro foco do atendimento para este grupo é a prevenção de abusos
físicos e sexuais, por meio da orientação, desenvolvimento da auto-
nomia e auto-cuidado.
O calendário de imunização nesta faixa etária incluí o segundo refor-
ço da Tríplice Bacteriana (Difteria, Tétano e Pertussis), Varicela e a
segunda dose da Tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola).
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 39
8.3 Cuidados com a Saúde do
Adolescente de 10 a 19
Ministério
da Saúde40
O cuidado com a saúde do adolescente com SD deve estar focado na
manutenção de um estilo de vida saudável (alimentação, imunização,
higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento da au-
tonomia para as atividades de vida diária e atividades de vida diária
instrumental, auto-cuidado, socialização, escolaridade e orientação
vocacional. Deve ser dada uma atenção aos distúrbios emocionais/
psiquiátricos tal qual Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Nesta
fase deve ser orientados quanto à sexualidade e prevenção de gravi-
dez e doenças sexualmente transmissíveis.
Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de
saúde geral, são necessários: hemograma, dosagem de Hormônio Es-
timulante da Tireóide (TSH) e de hormônios tireoidianos (T3 e T4).
Nos casos de obesidade devem ser solicitados também glicemia de
jejum, triglicerídeos, lipidograma, considerando uma avaliação do
IMC (Índice de Massa Corporal). Além das avaliações de acuidade au-
ditiva anualmente e visual no mínimo bianualmente.
Nesta fase da vida assim como nas anteriores é importante manter as
orientações de postura cervical e solicitar estudo radiológico de co-
luna cervical na vigência de dor cervical, torcicolo, fraqueza de mem-
bros superiores, tontura, ou alterações intestinais e vesicais. Nestes
casos deve ser realizada primeiramente radiografia cervical em po-
sição neutra de perfil. Se estiver sem alterações é possível realizar
o estudo radiográfico em flexão e extensão do pescoço. Nos casos
com alterações em posição neutra não deve ser realizado o estudo
dinâmico e o adolescente deve ser encaminhado para o especialista
de coluna.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 41
Outro foco de cuidado deve ser a hidratação e integridade da pele
que tem tendência a permanecer ressecada e sujeita a infecções. Su-
gere-se a hidratação diária e que se utilize sabão neutro na lavagem
das roupas.
O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici-
dade anual, como foco o desenvolvimento de auto-cuidado em rela-
ção à higiene bucal.
Também nesta faixa etária devem ser observados os sintomas de ap-
neia do sono, que incluem posição anormal no leito, despertar notur-
no, obstrução nasal, ronco e sonolência diurna. A principal causa de
apneia do sono na adolescência na SD é obesidade, estando indicado
nestes a polissonografia. A questão da qualidade e quantidade do
sono é importante na SD tendo em vista que a presença de sonolên-
cia diurna pode gerar mudança de humor, alteração da concentração
e diminuição da aprendizagem.
Outro foco do atendimento para este grupo é a prevenção de abusos
físicos e sexuais, por meio da orientação, desenvolvimento da auto-
nomia e auto-cuidado. Outra questão importante é a orientação para
o desenvolvimento da sexualidade, bem como prevenção de gesta-
ção e doenças sexualmente transmissíveis. Sabe-se que as adolescen-
tes com SD são férteis e os do sexo masculino em geral tem redução
de fertilidade.
Ministério
da Saúde42
8.4 Cuidado com a Saúde do
Adulto e do Idoso
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 43
O cuidado com a saúde do adulto e do idoso com SD deve estar fo-
cado na manutenção de um estilo de vida saudável (alimentação,
higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento da au-
tonomia para as atividades de vida diária e atividades de vida diária
instrumental e do auto-cuidado, socialização, inclusão social e econô-
mica. Nesta fase devem ser discutidas com a família as questões de
independência e planejamento futuros quanto aos cuidados e manu-
tenção financeira da pessoa com SD. As questões de sexualidade, pre-
venção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis continuam
a ser trabalhadas nesta faixa etária, além do planejamento familiar
para pessoas com SD que constituem família.
Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de
saúde geral, são necessários: hemograma, dosagem de Hormônio Es-
timulante da Tireóide (TSH) e de hormônios tireoidianos (T3 e T4).
Nos casos de obesidade devem ser solicitados também glicemia de
jejum, triglicerídeos e lipidograma. Além das avaliações de acuidade
auditiva, anualmente e visual no mínimo trianual.
Nesta fase da vida assim como nas anteriores é importante manter as
orientações de postura cervical e solicitar estudo radiológico de co-
luna cervical na vigência de dor cervical, torcicolo, fraqueza de mem-
bros superiores, tontura, ou alterações intestinais e vesicais. Nestes
casos deve ser realizada primeiramente radiografia cervical em po-
sição neutra de perfil. Se estiver sem alterações é possível realizar o
estudo radiográfico em flexão e extensão do pescoço. Nos casos com
alterações em posição neutra não deve ser realizado o estudo dinâ-
mico e o adolescente deve ser encaminhado para o especialista de
coluna. Em caso de cirurgia sob anestesia geral é necessário comuni-
Ministério
da Saúde44
car o anestesista do risco de hiperextensão da coluna cervical durante
o procedimento anestésico e o ato cirúrgico.
O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici-
dade anual.
Nos adultos e idosos os sintomas de apnéia do sono são comuns
como em outras faixas etárias. A principal causa de apnéia do sono
na pessoa com SD é obesidade, estando indicado nestes a polisono-
grafia. A questão da qualidade e quantidade do sono é importante
na SD tendo em vista que a presença de sonolência diurna pode ge-
rar mudança de humor, alteração da concentração e diminuição da
aprendizagem.
Alterações de comportamento são mais comuns na vida adulta de
uma pessoa com SD e merecem atenção especial, porque podem sig-
nificar depressão ou deterioração mental pelo risco aumentado de
Alzheimer e envelhecimento precoce.
Outro foco de cuidado deve ser a hidratação e integridade da pele
que tem tendência a permanecer ressecada e sujeita a infecções. Su-
gere-se a hidratação diária e que se utilize sabão neutro na lavagem
das roupas.
As mulheres com SD devem como outras adultas seguir uma rotina
de acompanhamento ginecológico anual, assim como os homens de-
vem seguir rotina de acompanhamento urológico
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 45
Ministério
da Saúde46
Recém-nato Crianças 1 a
10 anos
Adolescentes
Exames
TSH (aos 6 meses e 1
ano)
TSH (anual) TSH (anual)
Hemograma (aos 6
meses e 1 ano)
Hemograma
(anual)
Hemograma (anual)
Cariótipo*
Glicemia de jejum, Triglicerídeo
e Lipidrograma (na presença de
obesidade)
Rx de coluna
cervical** (aos 3
e 10 anos)
Rx de coluna cervical ** (SN)
Ecocardio*** Ecocardio (SN) Ecocardio (SN)
Avaliações
Visão (6 meses) Visão (anual) Visão (bianual)
Audição (6 meses) Audição (anual) Audição (anual)
Avaliação ginecológica (anual)
Imunização
extra
Anti-Pneumocócica
3 doses
Anti-Varicela
1ano e reforço
com 4 anos
Anti -Hepatite A
Orientações
Posicionamento do
pescoço
Posicionamento
do pescoço
Posicionamento do pescoço
Estimulação global Atividade física Atividade física
Estimulo ao aleitamento
materno
Alimentação
saudável
Alimentação saudável cuidado
com obesidade
Contato com outros
pais
Hábitos de vida
saudáveis
Hábitos de vida saudáveis
Apoio da comunidade Socialização Socialização
Escolaridade Escolaridade e adaptação
curricular
Estimular auto-
cuidado
Estimular auto-cuidado e autonomia
para as AVD e AVDI
Risco de
exploração sexual
Risco de exploração sexual
Mudanças de
comportamento
(autismo)
Comportamento social adequado
Risco de lesão
cervical no lazer
Risco de lesão cervical pelo uso
de computador e esporte
Cuidado com apnéia do sono
Prevenção de gravidez
8.5 CUIDADO COM A SAÚDE DA PESSOA
COM SÍNDROME DE DOWN
Quadro 2 – Acompanhamento por ciclo de vida
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 47
Adultos Idosos
TSH (anual) TSH (anual)
Hemograma (anual) Hemograma (anual)
Glicemia de jejum, Triglicerídeo
e Lipidrograma (na presença de
obesidade)
Glicemia de jejum, Triglicerídeo e
Lipidrograma (na presença de obesidade)
Rx de coluna cervical ** (SN) Rx de coluna cervical ** (SN)
Ecocardio (SN) Avaliação cardiológica
Visão (trianual) Visão (trianual)
Audição (anual) Audição (anual)
Avaliação ginecológica (anual) Avaliação ginecológica (anual)
Influenza sazonalAnti-Pneumocócica
Posicionamento do pescoço Posicionamento do pescoço
Atividade física Atividade física
Alimentação saudável cuidado
com obesidade
Alimentação saudável cuidado com
obesidade
Hábitos de vida saudáveis Hábitos de vida saudáveis
Socialização Socialização
Escolaridade e preparo para emprego Inclusão social e econômica
Estimular auto-cuidado e autonomia
para as AVD e AVDI
Estimular independência e inclusão no
mercado de trabalho autonomia para as
AVD e AVDI
Risco de exploração sexual Risco de exploração sexual
Comportamento social adequado Cuidado com sinais de Alzeheimer e
depressão
Risco de lesão cervical pelo uso de
computador e esporte
Risco de lesão cervical pelo uso de
computador e esporte
Observar presença de Transtorno
obsessivo compulsivo
Observar presença de Transtorno
obsessivo compulsivo
Cuidado com apnéia do sono Cuidado com apnéia do sono
Prevenção de gravidez Prevenção de gravidez
Planejamento financeiro e de cuidados
futuros
Ministério
da Saúde48
* O cariótipo deve ser solicitado durante o primeiro ano de vida ou em qual-
quer momento se não tiver sido realizado ainda
** A avaliação radiológica deve ser realizada aos 3 e 10 anos, e em outros
momentos na presença de sintomatologia (dor cervical, fraqueza, torcicolo,
alteração vesical e intestinal). Quando solicitada deve ser realizado primeira-
mente em posição neutra, estando dentro da normalidade se procede com a
avaliação dinâmica em extensão e flexão. Alguns serviços de atendimento a
SD optam pelo acompanhamento clínico dispensando este exame.
*** Caso o primeiro ecocardiograma afaste malformações cardíacas não é
necessário repeti-lo.
SN – se necessário
AVD – Atividades de Vida Diárias
AIVD – Atividades Instrumentais de Vida Diária
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 49
Ministério
da Saúde50
9 - BENEFÍCIOS ESPERADOS
Espera-se que o cuidado integral com a saúde da pessoa com SD te-
nha como resultado final a manutenção da sua saúde física e mental,
bem como o desenvolvimento da sua autonomia e inclusão social.
Que em última análise se concretize em uma vida plena.
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PANDYA, P. P. et al. Screening for fetal trisomies by maternal age and
fetal nuchal translucency thickness at 10 to 14 weeks of gestation.
British Journal of Obstetrics and Gynaecology, London, v. 102, n.12,
p. 957-962, 1995.
PUESCHEL, S. M.; PUESCHEL, J. K. Biomedical Concerns in Persons
with Down Síndrome. Baltimore: Brookes Publishing, 1992.
Ministério
da Saúde56
RIPER, M. V.; COHEN, W. I. Caring for Children with Down syndrome
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SAENZ, R. B. Primary care of infants and young children with Down
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SCHAPIRO, M. B. et al. Serial quantitative CT analysis of brain
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SNIJDERS, R. J. et al. UK multicentre project on assessment of risk of
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1998.
WORLD HEALTH ORGANIZATION; THE WORLD BANK. Relatório
mundial sobre a deficiência. Tradução Lexicus Serviços Linguísticos.
São Paulo: SEDPcD, 2012.
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 57
ANEXOS
Ministério
da Saúde58
ANEXO A – Síndrome de Down
Diretrizes de Atenção
à Pessoa com Síndrome de Down 59
Fonte: AMORIM, Tatiana R. S. M
Ministério
da Saúde60
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Diretrizes de atenção à pessoa com síndrome de Down

  • 1. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 1 à Pessoa com Síndrome de Down Diretrizes de Atenção MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília – DF 2012
  • 3. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 3 à Pessoa com Síndrome de Down Diretrizes de Atenção MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Brasília – DF 2012 F. Comunicação e Educação em Saúde
  • 4. Ministério da Saúde4ã 2012 Ministério da Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <http://www.saude.gov.br/bvs>. Tiragem: 1ª edição – 2012 – 15.000 exemplares Elaboração, distribuição e informações MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência SAF/Sul, Trecho 2, Edifício Premium, Torre 2, bloco F, térreo, sala 11 CEP: 70070-600– Brasília/DF Site: <www.saude.gov.br> E-mail: pessoacomdeficiencia@saude.gov.br Coordenação Dário Frederico Pasche Vera Lúcia Ferreira Mendes Organização Mariana Fernandes Campos Vera Lúcia Ferreira Mendes Revisão Técnica Helena Pimentel Mariana Fernandes Campos Patrícia Tempski Vera Lúcia Ferreira Mendes Zan Mustacchi Colaboradores Dennis Alexander Burns Fabiana Gadel Glória Moreira Sales Helena Pimentel Ione Maria Fonseca Melo Maria Antônia Goulart Maria de Lourdes Lima Maria Thereza Almeida Antunes Noemia da Silva Cavalheira Patrícia Tempski Zan Mustacchi Diagramação Alisson Sbrana Fotos Radilson Carlos Movimento Down Normalização Daniela Ferreira Barros da Silva – Editora MS Ficha Catalográfica _______________________________________________________________________________________________ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Depar- tamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 60 p. : il. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) ISBN XXXXXXXXXXX 1. Síndrome de Down. 2. Saúde pública. 3. Políticas públicas. I. Título. II. Série. CDU 619.899 _______________________________________________________________________________________________ Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2012/0341 Títulos para indexação: Em inglês: Health care guidelines for the person with Down Syndrome Em espanhol: Directrices para la atención a la persona con Síndrome de Down Impresso no Brasil / Printed in Brazil
  • 5. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 5 SUMÁRIO 1 METODOLOGIA DE BUSCA E AVALIAÇÃO DE LITERATURA 2 OBJETIVO 3 INTRODUÇÃO 1.1 Histórico 4 CLASSIFICAÇÃO PARA A SÍNDROME DE DOWN 4.1 CID 4.2 Código internacional de funcionalidade 5 DIAGNÓSTICO 5.1 Diagnóstico clínico 5.2 Diagnóstico laboratorial 6 MOMENTO DA NOTÍCIA 7 ACONSELHAMENTO GENÉTICO 8 ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN 8.1 Cuidado com a saúde do lactente de zero a 02 anos 8.2 Cuidado com a saúde da criança de 02 a 10 anos 8.3 Cuidado com a saúde do adolescente de 10 a 19 8.4 Cuidado coma saúde do idoso 8.5 Cuidado com a saúde da pessoa com síndrome de Down 9 BENEFÍCIOS ESPERADOS REFERÊNCIAS ANEXOS Anexo A – Síndrome de Down Anexo B – Curva de crescimento para meninas com Síndrome de Down (2-18 anos)
  • 6. Ministério da Saúde6 1 METODOLOGIA DE BUSCA E AVALIAÇÃO DE LITERATURA
  • 7. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 7 A elaboração das Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Sín- drome de Down baseou-se em buscas no sistema PubMed, SciELO e no Cochrane Database of Systematic Reviews utilizando como palavras chaves: “Down Syndrome” Síndrome de Down”; “Trisomy 21”, “Triso- mía del Cromosoma 21” e “Trissomia do Cromossomo 21” e “Growth”, “Desarollo” e “Crescimento, Os artigos revistos foram publicados no período de 1975 a 2011 além dos relatos históricos de Langdon Down e Jerome Lejeune. A busca foi limitada às línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Os dados foram analisados por um grupo de especialistas que discutiu os resultados e elaborou estas diretrizes.
  • 8. Ministério da Saúde8 2 OBJETIVO O objetivo desta diretriz é oferecer orientações às equipes multipro- fissionais para o cuidado à saúde da pessoa com síndrome de Down, nos diferentes pontos de atenção da rede de serviço ao longo do seu ciclo vital.
  • 9. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 9 3 INTRODUÇÃO A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma condição hu- mana geneticamente determinada, é a alteração cromossômica (cro- mossomopatia) mais comum em humanos e a principal causa de defi- ciência intelectual na população. A SD é um modo de estar no mundo que demonstra a diversidade humana. A presença do cromossomo 21 extra na constituição genética determina características físicas es- pecíficas e atraso no desenvolvimento. Sabe-se que as pessoas com SD quando atendidas e estimuladas adequadamente, têm potencial para uma vida saudável e plena inclusão social. No Brasil nasce uma criança com SD a cada 600 e 800 nascimentos, independente de et- nia, gênero ou classe social. O termo “síndrome” significa um conjunto de sinais e sintomas e “Down” designa o sobrenome do médico e pesquisador que primeiro descreveu a associação dos sinais característicos da pessoa com SD. As diferenças entre as pessoas com SD, tanto do aspecto físico quan- to de desenvolvimento, decorrem de aspectos genéticos individuais, intercorrências clínicas, nutrição, estimulação, educação, contexto fa- miliar, social e meio ambiente. Apesar dessas diferenças, há um con- senso da comunidade científica de que não se atribuem graus à SD. 3.1 Histórico A primeira descrição clínica foi feita em 1866 pelo medico pediatra inglês John Langdon Down, que trabalhava no Hospital John Hopkins em Londres em uma enfermaria para pessoas com deficiência inte- lectual, e publicou um estudo descritivo e classificou estes pacientes
  • 10. Ministério da Saúde10 de acordo com o fenótipo. Descreveu como “idiotia mongólica” aque- les com fissura palpebral oblíqua, nariz plano, baixa estatura e déficit intelectual. Tendo sido a primeira descrição completa num grupo de pacientes, este conjunto de sinais e sintomas passou a ser chamado de síndro- me de Down, em reconhecimento a Langdon Down. Infelizmente também se assimilou como uso corrente o termo “mongolismo”, que deve ser evitado devido à conotação pejorativa. Lejeune e colabora- dores, em 1959, demonstraram a presença do cromossomo 21 extra nas pessoas com SD. A expectativa de vida das pessoas com SD aumentou consideravel- mente a partir da segunda metade do século XX, devido aos progres- sos na área da saúde principalmente da cirurgia cardíaca. O aumento da sobrevida e do entendimento das potencialidades das pessoas com síndrome de Down levou à elaboração de diferentes programas educacionais, com vistas à escolarização, ao futuro profissional, à au- tonomia e à qualidade de vida. Cada vez mais a sociedade está se conscientizando de como é im- portante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer equidade de oportunidades para que as pessoas com defici- ência exerçam seu direito em conviver em comunidade. A sociedade está mais preparada para receber pessoas com síndrome de Down e existem relatos de experiências muito bem-sucedidas de inclusão. Apesar da experiência acumulada nos últimos anos, não é possível prever qual o grau de autonomia que uma criança com SD terá na sua vida adulta. O potencial a ser desenvolvido é sempre uma fronteira
  • 11. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 11 a ser cruzada diariamente. No entanto, é consenso para as equipes que atuam no cuidado da pessoa com SD que todo investimento em saúde, educação e inclusão social resulta em uma melhor qualidade de vida e autonomia.
  • 12. Ministério da Saúde12 4 CLASSIFICAÇÃO PARA SÍNDROME DE DOWN 4.1 CID Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) a SD recebe o có- digo Q - 90. Por estar classificada no capítulo Q00 - Q99 das malfor- mações, deformidades e anomalias cromossômicas. Dentro deste ca- pítulo se encontra no grupo Q 90 - Q99 das anomalias cromossômicas e na categoria Q90 da Síndrome de Down. Na categoria Q90 existem os seguintes subgrupos: Q 90.0 - Síndrome de Down, trissomia do 21, por não disjunção mei- ótica Q 90.1 - Síndrome de Down, trissomia do 21, mosaicismo por não disjunção mitótica Q 90. 2 - Síndrome de Down, trissomia 21, translocação Q 90. 9 - Síndrome de Down, não específica. 4.2 Código Internacional de Funcionalidade A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saú- de (CIF) faz parte do conjunto de classificações da Organização Mun- dial de Saúde e foi publicada em 1980 e revisada em 2001, sendo no mesmo ano traduzida e validada para a língua portuguesa.
  • 13. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 13 A CIF é complementar a Classificação Internacional de Doenças (CID). Enquanto a CID representa exclusivamente a patologia principal e as- sociações, que compõem o diagnóstico clínico de uma pessoa, a CIF descreve a saúde e os estados relacionados com a saúde. Desta forma evoluiu-se de uma classificação centrada na doença para outra que tem foco nos componentes de saúde e nas consequências do adoe- cimento. A CIF utiliza como critério de avaliação dois grandes domínios: 1. Fun- ção e Estrutura do Corpo e 2. Atividade e Participação. Baseada no conjunto de dados assim obtidos a CIF trabalha com o conceito de funcionalidade e incapacidades. Entendendo funcionalidade como as funções do corpo, suas atividades e participação e incapacidade suas deficiência, limitações e restrição em atividades e na participação. Além disto, a CIF relaciona estes aspectos da pessoa com os fatores ambientais e contextuais com os quais interage, com por exemplo: suporte familiar, recursos próprios e da comunidade, acesso a aten- ção à saúde, entre outros. Da mesma forma que a CID a CIF utiliza um padrão de letras e números na sua linguagem padronizada. A CIF pode ser utilizada como ferramenta de gestão do caso no que tange seu diagnóstico, proposição terapêutica e acompanhamento. No entanto se presta também para planejamento de políticas públi- cas de saúde e de programas educacionais. Quando se tem por objetivo uma avaliação contínua de acompanha- mento clínico, como na SD, recomenda-se que além da CID se utilize a (CIF), que faz um deslocamento paradigmático do eixo da doença
  • 14. Ministério da Saúde14 para o eixo da saúde e permite entender a condição ou estado de saúde de uma pessoa dentro de contexto mais amplo e diverso. Tendo em vista o auxilio que a CIF pode oferecer a definição do plano terapêutico e acompanhamento na SD, esta diretriz sugere fortemen- te seu uso.
  • 15. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 15 5 DIAGNÓSTICO 5.1 Diagnóstico clínico O diagnóstico clínico de SD baseia-se no reconhecimento de carac- terísticas físicas. Quanto mais características específicas da SD forem identificadas aumenta-se a segurança do diagnóstico clínico. A SD tem sua apresentação clínica explicada por um desequilíbrio da constituição cromossômica, a trissomia do cromossomo 21, que pode ocorrer por trissomia simples, translocação ou mosaicismo. Apesar de existirem três possibilidades do ponto de vista citogenético, a SD apresenta um fenótipo com expressividade variada. Entendendo-se genótipo como a constituição cromossômica do indivíduo e por fenó- tipo características observáveis no organismo que resultam da intera- ção da expressão gênica e de fatores ambientais. O fenótipo da SD se caracteriza principalmente por: pregas palpebrais oblíquas para cima, epicanto (prega cutânea no canto in- terno do olho), sinófris (união das sobrancelhas), base nasal plana, face aplanada, protusão lingual, palato ogival (alto), orelhas de im- plantação baixa, pavilhão auricular pequeno, cabelo fino, clinodacti- lia do 5º dedo da mão (5º dedo curvo), braquidactilia (dedos curtos), afastamento entre o 1º e o 2º dedos do pé, pé plano, prega simiesca (prega palmar única transversa), hipotonia, frouxidão ligamentar, ex- cesso de tecido adiposo no dorso do pescoço, retrognatia, diástase
  • 16. Ministério da Saúde16 (afastamento) dos músculos dos retos abdominais e hérnia umbili- cal. Nem todas essas características precisam estar presentes para se fazer o diagnóstico clínico de SD. Da mesma forma, a presença isolada de uma dessas características não configura o diagnóstico, visto que 5% da população podem apresentar algum desses sinais. Em caso de dúvida não menospreze sua suspeita diag- nóstica, solicite avaliação de outros colegas, exames comple- mentares ou encaminhe ao especialista em genética clínica. As pessoas com SD apresentam déficit de desenvolvimento psicomo- tor, intelectual e pondero-estatural.
  • 17. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 17 Quadro 1 – Diagnóstico clínico da SD baseado nas seguin- tes características Exame segmentar Sinais e sintomas Cabeça Olhos Epicanto Fenda palpebral oblíqua Sinófris Nariz Ponte nasal plana Nariz pequeno Boca Palato alto Hipodontia Protusão lingual Forma Braquicefalia Cabelo Fino, liso e de implantação baixa Orelha Pequena com lobo delicado Implantação baixa Pescoço Tecidos conectivos Excesso de tecido adiposo no dorso do pescoço Excesso de pele no pescoço Tórax Coração Cardiopatia Abdome Parede abdominal Diástase do músculo reto abdominal Cicatriz umbilical Hérnia Umbilical Sistema Locomotor Superior Prega palmar única Clinodactilia do 5º dedo da mão Inferior Distância entre 1º e o 2º dedo do pé Tônus Hipotonia Frouxidão ligamentar Desenvolvimento Global Déficit pondero-estatural Déficit Psicomotor Déficit Intelectual Fonte: (Committee on genetic of American Academy od Pediatrics, 2011, adaptado).
  • 18. Ministério da Saúde18 Existe um conjunto de alterações associadas à SD que exigem especial atenção e necessitam de exames específicos para sua identificação, são elas: cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neu- rológicas, hematológicas e ortodônticas. Estudos nacionais revelam também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhados por especia- listas. Tabela 1 – Patologias associadas à SD e sua prevalência. Sistemas Patologia Prevalência Aparelho da Visão Catarata 15% Pseudo-estenose do ducto lacrimal 85% Vício de refração 50% Aparelho Auditivo Perda auditiva 75% Otite de repetição 50- 70% Sistema Cardiovascular CIA 40-50%CIV DSAV Sistema Digestório Atresia de esôfago 12% Estenose/ atresia de duodeno 12% Megacólon aganglionar/ Doença de Hirschsprung 1% Doença Celíaca 5% Sistema Nervoso Síndrome de West 1-13% Autismo 1% Sistema Endócrino Hipotireoidismo 4 – 18% Sistema Locomotor Subluxação cervical sem lesão 14% Subluxação cervical com lesão medular 1-2% Luxação de quadril 6% Instabilidade das articulações em algum grau 100% Sistema Hematológico Leucemia 1% Anemia 3%
  • 19. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 19 Figura 1 – Sindrome de Down do sexo masculino com Trissomia por Translocação Robertsoniana. 46,XY t(14,21) (14q;21q) Fonte: autoria própria.
  • 20. Ministério da Saúde20 Figura 2 – Sindrome de Down do sexo feminino com Trissomia Simples(Livre) 47, XX + 21 Fonte: autoria própria.
  • 21. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 21 5.2 Diagnóstico laboratorial O diagnóstico laboratorial da Síndrome de Down se faz através da análise genética denominada cariótipo. O Cariograma ou cariótipo é a representação do conjunto de cromossomos presentes no núcleo celular de um indivíduo.  No ser humano o conjunto de cromossomos corresponde a 23 pares, ou seja, 46 cromossomos, sendo 22 pares de cromossomos denominados autossomos e um par de cromossomos sexuais, representados por XX nas mulheres e XY nos homens. No cariótipo os cromossomos são ordenados por ordem decrescente de tamanho. A SD é caracterizada pela presença de um cromossomo 21 extra, que citogeneticamente pode se apresentar de três formas: • Trissomia simples – causada por não disjunção cromos- sômica geralmente de origem meiótica, ocorre em 95% dos casos de SD, é de ocorrência casual e caracteriza-se pela pela presença de um cromossomo 21 extra livre, descrito da seguinte forma no exame de cariótipo: 47, XX + 21 para o sexo feminino e 47, XY + 21 para o sexo masculino; • Translocação – também chamadas de translocações Robertsonianas (rearranjos cromossômicos com ganho de material genético), ocorre entre 3 a 4% dos casos de SD, pode ser de ocorrência casual ou herdada de um dos
  • 22. Ministério da Saúde22 pais. A trissomia do cromossomo 21 neste caso é iden- tificada no cariótipo não como um cromossomo livre e sim transloçado (montado/ligado) a outro cromossomo, mais frequentemente a translocação envolve o cromos- somo 21 e o cromossomo 14. No exame do cariótipo é descrito como: 46, XX, t(14;21)(14q21q) para sexo femi- nino e 46,XY, t(14;21)(14q21q) para sexo masculino; • Mosaico – detecta-se entre 1 a 2% dos casos de SD, é também de ocorrência casual e caracteriza-se pela pre- sença de um duas linhagens celulares, uma normal com 46 cromossomos e outra trissômica com 47 cromosso- mos sendo o cromossomo 21 extra livre. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) faz parte do conjunto de classificações da Organiza- ção Mundial de Saúde e foi publicada em 1980 e revisa- da em 2001, sendo no mesmo ano traduzida e validada para a língua portuguesa. O cariótipo não é obrigatório para o diagnóstico da SD, mas é funda- mental para orientar o aconselhamento genético da família. Tendo em vista que somente o exame do cariótipo determina a forma casual ou herdada, ou seja, uma trissomia simples, mosaico ou uma trisso- mia por translocação. O resultado do cariótipo (genótipo) não determina as características físicas (fenótipo) e o desenvolvimento da pessoa com SD.
  • 23. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 23 6 MOMENTO DA NOTÍCIA Ao nascimento de uma criança com SD, as duvidas, incertezas e in- seguranças são muitas, tanto no que tange à saúde da criança como sobre o seu potencial de desenvolvimento imediato quanto às possi- bilidades de autonomia futura e qualidade de vida. Tais sentimentos convivem ainda com a dificuldade de aceitação do filho que nasceu diferente dos seus anseios. O apoio de profissionais capacitados neste caso é fundamental para o ajuste familiar à nova situação, favorecendo as possibilidades de tratamento com vistas à saúde física, mental e afetiva da criança. Neste sentido, o momento da notícia do nascimento de uma criança com SD, tem impacto na aceitação da família e na sua disposição e adesão ao tratamento. Espera-se do profissional que transmite a no- tícia, uma postura humana e ética, que garanta acolhida e informação adequada à família. É recomendável que algumas diretrizes sejam levadas em conta para a comunicação da suspeita ou do diagnóstico da SD à família: 1. A comunicação quanto a suspeita diagnóstica ou quanto o diagnostico de SD deve ser feita quando sinais e sinto- ma característicos sejam identificados por mais de um membro da equipe; 2. A comunicação à mãe deve ser feita preferencialmente na presença do pai, ou na sua ausência, de outro mem- bro da família que represente um relacionamento signi-
  • 24. Ministério da Saúde24 ficativo; 3. Antes da noticia é importante que a mãe e o pai tenham tido a oportunidade de ver, acariciar e amamentar o re- cém-nascido criando o vinculo com o bebe e evitando idéias fantasiosas após o diagnóstico;. 4. O local deve ser reservado e protegido de interrupções; 5. O pediatra deve ter tempo disponível para comunicar o diagnóstico ou a suspeita de SD, informar o que isso sig- nifica e orientar quanto aos exames e encaminhamentos necessários; 6. Durante o exame físico, mostrar para os pais quais as ca- racterísticas fenotípicas da SD que levaram ao diagnós- tico clínico; 7. Recomenda-se que desde o primeiro contato, parabeni- zar os pais, chamar o bebê e os pais pelos respectivos nomes; e 8. As informações, ainda na maternidade, devem ser ape- nas as essenciais para que a família crie o vinculo com o bebe e compreenda a necessidade dos exames e proce- dimentos solicitados. O encaminhamento para os profis- sionais que darão continuidade ao acompanhamento do bebe deve ser reforçado e esclarecer a família que este profissional irá complementar as informações gradual- mente
  • 25. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 25 Durante o atendimento e o acompanhamento de uma criança com SD é importante ressaltar que a palavra “síndrome” significa um con- junto de sintomas e “Down” é o nome do medico que pela primeira vez o descreveu. Recomendamos ainda evitar a palavra “portador”, pois SD não é algo que se leva junto a si, como uma mochila, mas sim é um jeito diferente de estar na vida, ou seja, é uma condição de vida, nos referimos a pessoa com SD. A etiologia deve ser abordada de forma simples, buscando o enten- dimento da família e pode ser necessário mostrar um cariótipo e ex- plicar o que ele significa. Explicar que aquele conjunto de cromos- somos traz as informações genéticas de cada indivíduo, e quando está alterado para mais ou para menos, caracteriza uma síndrome genética cromossômica e que este material genético está presente em todas as células do organismo. No caso da SD existe um cromos- somo 21 a mais que é o responsável pelas características clínicas da SD. Não existe cura para a SD, mas é importante salientar que existe tratamento e que ele é fundamental para que a pessoa com SD possa conquistar maior autonomia e qualidade de vida no futuro. Discutir com os pais a etiologia é importante no sentido de diminuir dúvidas e sentimentos de culpa. Enfatizar que o cuidado com o bebê e com a criança será comparti- lhado entre a família e a equipe multiprofissional, e que a família não estará sozinha e sem apoio neste processo. Por se tratar de uma alte- ração de origem genética, pode ser necessário o encaminhamento a uma consulta de Aconselhamento Genético com medico geneticista        
  • 26. Ministério da Saúde26 7 ACONSELHAMENTO GENÉTICO O aconselhamento genético é um procedimento relacionado a espe- cialidade de genética medica/clinica e se refere a todo o processo que envolve o atendimento de uma pessoa ou família sob suspeita de uma desordem geneticamente determinada, desde o diagnostico a informação sobre a etiologia daquela alteração, curso clinico, prog- nóstico e medidas terapêuticas e o entendimento sobre os riscos de ocorrência e recorrência da alteração especifica na família. Uma das definições correntemente aceitas de Aconselhamento Ge- nético (AG) é a adotada pela American Society of Human Genetics (EPSTEIN, 1975). Segundo esta definição, trata-se do processo de co- municação que lida com problemas humanos associados com a ocor- rência, ou risco de ocorrência, de uma doença genética em uma famí- lia, envolvendo a participação de uma ou mais pessoas treinadas para ajudar o indivíduo ou sua família a: 1) compreender os fatos médicos, incluindo o diagnóstico, provável curso da doença e as condutas dis- poníveis; 2) apreciar o modo como a hereditariedade contribui para a doença e o risco de recorrência para parentes específicos; 3) enten- der as alternativas para lidar com o risco de recorrência; 4) escolher o curso de ação que pareça apropriado em virtude do seu risco, obje- tivos familiares, padrões éticos e religiosos, atuando de acordo com essa decisão; 5) ajustar-se, da melhor maneira possível, à situação imposta pela ocorrência do distúrbio na família, bem como à pers- pectiva de recorrência do mesmo. No caso do AG as famílias com uma pessoa com SD, este processo é muitas vezes realizado pelo pediatra, medico assistente ou equipe
  • 27. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 27 multi e interdisciplinar, que deverá estar apto para realizar o aconse- lhamento dentro das normas estabelecidas pela comunidade medica, seguindo padrões éticos e técnicos adequados. O profissional deverá ter um completo conhecimento sobre todos os aspectos genéticos e clínicos que envolvem a SD e as diretrizes do aconselhamento genético. O encaminhamento para o especialista deve ser realizado quando se fizer necessário.
  • 28. Ministério da Saúde28 8 ATENÇAO À SAÚDE DA PESSOA COM SINDROME DE DOWN Recomenda-se que o cuidado com a saúde da pessoa com SD seja norteado pelas políticas públicas do Ministério da Saúde como a Po- lítica Nacional de Humanização, Política Nacional da Atenção Básica, Programas de Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da Mulher, do Homem, do Idoso, Saúde Mental e no Relatório Mundial sobre a Deficiência. E ainda, que utilize os pressupostos teóricos da clínica ampliada, da integralidade e do cuidado compartilhado, com vistas à humanização, autonomia e protagonismo dos sujeitos nas práticas de saúde. Neste sentido a clínica ampliada busca articular estes en- foques, reunindo os diferentes saberes com o objetivo de garantir o melhor resultado no cuidado, por meio da acolhida, do diálogo e da participação do sujeito no processo terapêutico. A clínica ampliada articula a rede de serviço do Sistema de Saúde e os recursos da comunidade. A prática da clínica ampliada é transdiscipli- nar e considera a complexidade da vida do sujeito na qual se desenro- la o processo de adoecimento, o cuidado, a reabilitação, a prevenção e a promoção da saúde. Exige reorganização do serviço, revisão das práticas e elaboração de diretrizes. O trabalho na saúde na lógica da clínica ampliada exige dos profissionais: respeito e compartilhamento dos múltiplos saberes, diálogo, flexibilidade e responsabilização pelo paciente A proposta de cuidado para a pessoa com SD segue as seguintes di- retrizes:
  • 29. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 29 1 - compreensão ampliada do processo saúde e doença; 2 - construção compartilhada pela equipe multiprofissional do diag- nóstico situacional; e do Plano de Cuidado Individual; 3 - definição compartilhada das metas terapêuticas; e 4 - comprometimento dos profissionais, da família e do indivíduo com as metas terapêuticas. A integralidade como pressuposto teórico da clínica ampliada e do cuidado com a pessoa com SD pode ser entendida como qualidade do cuidado, como um modo de organizar a prática e como resposta governamental aos problemas de saúde da comunidade. Admitin- do-se a integralidade como um aspecto da boa prática no cuidado à saúde, ela é um valor a ser preservado, uma vez que não reduz o indivíduo à sua biologia, mas amplia o olhar daquele que atende para as dimensões psico-socio-afetivas daquele que é atendido. Incluindo também aspectos de prevenção, promoção e educação em saúde. Por fim, o cuidado compartilhado diz respeito ao trabalho em equipe multiprofissional que constrói o diagnóstico, o projeto terapêutico, define metas terapêuticas, reavalia e acompanha o processo terapêu- tico em conjunto. Porém o cuidado compartilhado também pode aqui ser entendido como a integração das diferentes densidades de tecno- logias e de complexidade da atenção à saúde no Sistema de Saúde, bem como a integração destes com os recursos da comunidade. Com- partilhar cuidados é também a co-responsabilização do processo do cuidado entre profissionais, o sujeito sob cuidado e sua família.
  • 30. Ministério da Saúde30 Os melhores resultados terapêuticos são obtidos quando a equipe trabalha em conjunto, discutindo os avanços e novas propostas de tratamento em vale ressaltar que, quando possível, a articulação com universidades e/ou serviços das diferentes especialidades é impor- tante para o acompanhamento do caso. Desta forma evita-se que em situações de múltiplos atendimentos, realizados em lugares diferen- tes, com especialistas não mantenham diálogo sobre a pessoa em atendimento e suas necessidades. A atenção integral à saúde depen- de primeiramente da integração da equipe, neste sentido é impor- tante a figura do gestor do caso ou coordenador do programa, que em geral é o profissional com maior vínculo com o paciente. O cuidado com a saúde na SD deve ser singularizado em modelos por ciclo vital. Em cada ciclo o atendimento visa a manutenção da saúde com vistas ao melhor desenvolvimento das potencialidades da pessoa com SD, visando sua qualidade de vida e inserção social e econômica. A saúde da pessoa com SD está diretamente relacionada aos seus há- bitos de vida, portanto, o trabalho dos profissionais da saúde deve se direcionar à promoção de estilos de vida saudáveis no núcleo familiar. Para isto utilizando a estratégia de educação em saúde junto à famí- lia, apostando no seu protagonismo e autonomia para compartilhar o cuidado com a pessoa com SD, desta forma estaremos indiretamente promovendo também a saúde da família.
  • 31. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 31 8.1 Cuidado com a Saúde do Lactente de zero a 02 anos
  • 32. Ministério da Saúde32 O cuidado com a saúde da criança com SD inicialmente deve estar focado no apoio e informação à família, no diagnóstico das patologias associadas Após esta fase inicial a terapêutica inclui a estimulação global, imunização, estímulo ao aleitamento materno e manutenção da saúde com acompanhamento periódico. Após comunicar o diagnóstico do nascimento de uma criança com SD o pediatra ou clínico geral deve orientar a família e solicitar os exames complementares necessários: cariótipo, ecocardiograma, hemograma, TSH (Hormônio Estimulante da Tireóide) e hormônios tireoidianos (T3 e T4). O cariótipo é o exame solicitado para diagnóstico laboratorial da SD, ele deve ser solicitado no primeiro ano de vida, ou caso não tenha sido realizado em qualquer tempo. O ecocardiograma é solicitado tendo em vista que 50% das crianças apresentam cardiopatias, mesmo sem ausculta de sopros cardíacos, sendo as mais comuns: comunicação inter-atrial, comunicação inter- ventricular e defeito do septo atrioventricular total. Caso o primeiro exame esteja normal não é necessário repeti-lo. As crianças com car- diopatia devem ser acompanhadas por um cardiologista. Aos cardio- patas congênitos com peso de nascimento menor ou igual a 2,500g recomenda-se o uso de anticorpo monoclonal contra Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O hemograma é solicitado para afastar alterações hematológicas como reações leucemóides, policitemia e leucemia e Desordem Mie- loproliferativa Transitória, que acomete 10% dos recém-nascidos. O hemograma deve ser repetido semestralmente nos primeiros dois
  • 33. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 33 anos de vida e anualmente ao longo da vida da pessoa com SD.  A função tireoideana (TSH e T4 livre) deve ser avaliada ao nascimen- to, aos seis meses, aos 12 meses e após, anualmente. Existe um risco de 1% de hipotireoidismo congênito e 14% ou mais de hipotireoidis- mo ao longo da vida. Nesta fase inicial de acompanhamento devem ser afastadas patolo- gias associadas do sistema digestório, por exemplo: atresia de esôfa- go, membrana de duodeno e doença de Hirschsprung. São necessárias avaliações de acuidade auditiva e visual aos seis e aos 12 meses, e posteriormente anualmente. Afastando erros de refra- ção, catarata congênita, glaucoma, nistagmo e pseudo-estenose do ducto lacrimal nos exames oftalmológicos. Quanto à alteração na acuidade auditiva, especial atenção deve ser dada aos episódios de Otite Média Serosa que acometem 50 a 70% das crianças e potencialmente podem levar a redução da acuidade auditiva. Nesta fase de zero a dois anos é importante o cuidado com doenças respiratórias de repetição, constipação e refluxo gastroesofágico. A hipotonia muscular está presente em 100% dos recém-natos com SD, tendendo a diminuir com a idade. No entanto o tônus é uma característica individual e apresenta variações de uma criança para outra. A presença de hipotonia altera o desenvolvimento da criança atrasando a aquisição das competências motoras: sustentar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr. Em casos com pre-
  • 34. Ministério da Saúde34 sença de instabilidade do quadril sugere-se ultra-sumo aos seis meses ou radiografia após um ano de idade.           Na primeira infância e em outras fases da vida deve-se orientar a fa- mília e o paciente para o correto posicionamento do pescoço, evitando lesão medular devido à instabilidade da articulação atlanto-axial. De- vem ser rigorosamente evitados movimentos de flexão e extensão total da coluna cervical, realizados em cambalhotas, mergulhos, cavalgada, futebol, ginástica e durante o preparo anestésico para uma cirurgia. Neste sentido a literatura recomenda radiografia da coluna cervical a partir dos 3 anos de idade. Este exame deve primeiramente ser reco- mendado por um médico e realizado em posição neutra. Valores da distância do atlas-axis ≥ 4,5 mm devem ser considerados anormais e indicativos de subluxação atlanto-axial. Esta situação contra indica a realização da radiografia dinâmica da coluna cervical, sendo indicada ressonância magnética nestes casos. Em casos com valores ≤ 4,5 mm em posição neutra pode se efetuar a radiografia dinâmica da coluna. A realização deste exame tem sido discutida, tendo em vista o número de falsos negativos e o risco de lesão cervical durante o exame. Alguns especialistas deixaram de indicar o exame, mantendo a indicação do exame radiográfico somente para pacientes que pratiquem esportes. Portanto a indicação atual é orientar a postura cervical sempre e radio- grafar quando necessário. A estimulação global deve ter inicio tão logo a situação de saúde da criança permita. A estimulação nesta fase tem como objetivo auxiliar a aquisição dos marcos motores, psicológicos e sócio-afetivos. Existem vários modelos de estimulação compostos por programas individuais ou grupais, com diferentes composições de profissionais da saúde.
  • 35. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 35 Na primeira fase da vida devem ser iniciados os cuidados para uma alimentação saudável, mantendo aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e em alimentação complementar até pelo me- nos um ano. Hábitos alimentares saudáveis devem ser encorajados desde a infância e se possível introduzidos à rotina familiar. O acom- panhamento do desenvolvimento segue as curvas específicas de de- senvolvimento de zero a 2 anos de Mustacchi, Z. (2002 – anexo I) O acompanhamento odontológico deve ter inicio no primeiro ano de vida e ter periodicidade anual. Este seguimento deve se preocupar com o acompanhamento da erupção dentária e com profilaxia de cá- ries e patologias de gengiva. O calendário de vacinação para crianças com SD segue do Programa Nacional de Imunização, incluindo as seguintes vacinas de anti-Vari- cela aos 12 meses de idade com dose de reforço aos 4 anos e Hepati- te A também aos 12 meses com reforço aos 18 meses.
  • 36. Ministério da Saúde36 8.2 Cuidados com a Saúde da Criança de 02 a 10 anos
  • 37. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 37 O cuidado com a saúde da criança com SD de dois a dez anos deve estar focado na manutenção de um estilo de vida saudável (alimen- tação, higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento de autonomia para as atividades de vida diárias, auto-cuidado, socia- lização, aquisição de habilidades sociais, escolaridade e acompanha- mento pondero estaural (tabela de Cronk 1978 – anexo II). Deve ser dada uma atenção aos distúrbios emocionais/psiquiátricos como o espectro autístico. Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de saúde geral, são necessários: hemograma, TSH (Hormônio Estimulan- te da Tireóide) e hormônios tireoidianos (T3 e T4), além das avalia- ções de acuidade visual e auditiva, anualmente. Tendo em vista a maior mobilidade da criança, nesta fase deve ser muito bem orientada quanto às questões de profilaxia de lesão cer- vical devido à subluxação atlatoaxial, mesmo para crianças assinto- máticas e com radiografia cervical normal. Pais e professores devem ser advertidos quanto ao risco de lesão cervical durante a prática es- portiva da natação, ginástica, futebol e especificamente cambalho- tas. Estes esportes devem ser contra indicados na vigência de sinto- mas como dor cervical, fraqueza, hipereflexia, mudanças de função intestinal e vesical. Nestes casos deve ser realizada primeiramente radiografia cervical em posição neutra de perfil. Se estiver sem altera- ções é possível realizar o estudo radiográfico em flexão e extensão do pescoço. Nos casos com alterações em posição neutra não deve ser realizado o estudo dinâmico e a criança deve ser encaminhada para o especialista de coluna.
  • 38. Ministério da Saúde38 O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici- dade anual, focando-se na possibilidade de alterações da erupção dentária, sendo comum a hipodontia. O atendimento odontológico tem também como foco o desenvolvimento de auto-cuidado em re- lação à higiene bucal. Nesta faixa etária pais e cuidadores devem estar atentos aos sintomas de apneia do sono, que incluem posição anormal no leito, despertar noturno, obstrução nasal, ronco e sonolência diurna. As principais causas de apneia do sono nas crianças com SD são obesidade e hiper- trofia de adenóide e amígdala palatina. Estão indicados nestes casos estudo de permeabilidade de vias aéreas e polissonografia. A questão da qualidade e quantidade do sono é importante na SD tendo em vista que a presença de sonolência diurna pode gerar mudança de humor, alteração da concentração e diminuição da aprendizagem. Outro foco do atendimento para este grupo é a prevenção de abusos físicos e sexuais, por meio da orientação, desenvolvimento da auto- nomia e auto-cuidado. O calendário de imunização nesta faixa etária incluí o segundo refor- ço da Tríplice Bacteriana (Difteria, Tétano e Pertussis), Varicela e a segunda dose da Tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola).
  • 39. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 39 8.3 Cuidados com a Saúde do Adolescente de 10 a 19
  • 40. Ministério da Saúde40 O cuidado com a saúde do adolescente com SD deve estar focado na manutenção de um estilo de vida saudável (alimentação, imunização, higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento da au- tonomia para as atividades de vida diária e atividades de vida diária instrumental, auto-cuidado, socialização, escolaridade e orientação vocacional. Deve ser dada uma atenção aos distúrbios emocionais/ psiquiátricos tal qual Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Nesta fase deve ser orientados quanto à sexualidade e prevenção de gravi- dez e doenças sexualmente transmissíveis. Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de saúde geral, são necessários: hemograma, dosagem de Hormônio Es- timulante da Tireóide (TSH) e de hormônios tireoidianos (T3 e T4). Nos casos de obesidade devem ser solicitados também glicemia de jejum, triglicerídeos, lipidograma, considerando uma avaliação do IMC (Índice de Massa Corporal). Além das avaliações de acuidade au- ditiva anualmente e visual no mínimo bianualmente. Nesta fase da vida assim como nas anteriores é importante manter as orientações de postura cervical e solicitar estudo radiológico de co- luna cervical na vigência de dor cervical, torcicolo, fraqueza de mem- bros superiores, tontura, ou alterações intestinais e vesicais. Nestes casos deve ser realizada primeiramente radiografia cervical em po- sição neutra de perfil. Se estiver sem alterações é possível realizar o estudo radiográfico em flexão e extensão do pescoço. Nos casos com alterações em posição neutra não deve ser realizado o estudo dinâmico e o adolescente deve ser encaminhado para o especialista de coluna.
  • 41. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 41 Outro foco de cuidado deve ser a hidratação e integridade da pele que tem tendência a permanecer ressecada e sujeita a infecções. Su- gere-se a hidratação diária e que se utilize sabão neutro na lavagem das roupas. O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici- dade anual, como foco o desenvolvimento de auto-cuidado em rela- ção à higiene bucal. Também nesta faixa etária devem ser observados os sintomas de ap- neia do sono, que incluem posição anormal no leito, despertar notur- no, obstrução nasal, ronco e sonolência diurna. A principal causa de apneia do sono na adolescência na SD é obesidade, estando indicado nestes a polissonografia. A questão da qualidade e quantidade do sono é importante na SD tendo em vista que a presença de sonolên- cia diurna pode gerar mudança de humor, alteração da concentração e diminuição da aprendizagem. Outro foco do atendimento para este grupo é a prevenção de abusos físicos e sexuais, por meio da orientação, desenvolvimento da auto- nomia e auto-cuidado. Outra questão importante é a orientação para o desenvolvimento da sexualidade, bem como prevenção de gesta- ção e doenças sexualmente transmissíveis. Sabe-se que as adolescen- tes com SD são férteis e os do sexo masculino em geral tem redução de fertilidade.
  • 42. Ministério da Saúde42 8.4 Cuidado com a Saúde do Adulto e do Idoso
  • 43. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 43 O cuidado com a saúde do adulto e do idoso com SD deve estar fo- cado na manutenção de um estilo de vida saudável (alimentação, higiene do sono e prática de exercícios), no desenvolvimento da au- tonomia para as atividades de vida diária e atividades de vida diária instrumental e do auto-cuidado, socialização, inclusão social e econô- mica. Nesta fase devem ser discutidas com a família as questões de independência e planejamento futuros quanto aos cuidados e manu- tenção financeira da pessoa com SD. As questões de sexualidade, pre- venção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis continuam a ser trabalhadas nesta faixa etária, além do planejamento familiar para pessoas com SD que constituem família. Nesta fase o médico deve orientar a família quanto às questões de saúde geral, são necessários: hemograma, dosagem de Hormônio Es- timulante da Tireóide (TSH) e de hormônios tireoidianos (T3 e T4). Nos casos de obesidade devem ser solicitados também glicemia de jejum, triglicerídeos e lipidograma. Além das avaliações de acuidade auditiva, anualmente e visual no mínimo trianual. Nesta fase da vida assim como nas anteriores é importante manter as orientações de postura cervical e solicitar estudo radiológico de co- luna cervical na vigência de dor cervical, torcicolo, fraqueza de mem- bros superiores, tontura, ou alterações intestinais e vesicais. Nestes casos deve ser realizada primeiramente radiografia cervical em po- sição neutra de perfil. Se estiver sem alterações é possível realizar o estudo radiográfico em flexão e extensão do pescoço. Nos casos com alterações em posição neutra não deve ser realizado o estudo dinâ- mico e o adolescente deve ser encaminhado para o especialista de coluna. Em caso de cirurgia sob anestesia geral é necessário comuni-
  • 44. Ministério da Saúde44 car o anestesista do risco de hiperextensão da coluna cervical durante o procedimento anestésico e o ato cirúrgico. O acompanhamento odontológico deve ser mantido com periodici- dade anual. Nos adultos e idosos os sintomas de apnéia do sono são comuns como em outras faixas etárias. A principal causa de apnéia do sono na pessoa com SD é obesidade, estando indicado nestes a polisono- grafia. A questão da qualidade e quantidade do sono é importante na SD tendo em vista que a presença de sonolência diurna pode ge- rar mudança de humor, alteração da concentração e diminuição da aprendizagem. Alterações de comportamento são mais comuns na vida adulta de uma pessoa com SD e merecem atenção especial, porque podem sig- nificar depressão ou deterioração mental pelo risco aumentado de Alzheimer e envelhecimento precoce. Outro foco de cuidado deve ser a hidratação e integridade da pele que tem tendência a permanecer ressecada e sujeita a infecções. Su- gere-se a hidratação diária e que se utilize sabão neutro na lavagem das roupas. As mulheres com SD devem como outras adultas seguir uma rotina de acompanhamento ginecológico anual, assim como os homens de- vem seguir rotina de acompanhamento urológico
  • 45. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 45
  • 46. Ministério da Saúde46 Recém-nato Crianças 1 a 10 anos Adolescentes Exames TSH (aos 6 meses e 1 ano) TSH (anual) TSH (anual) Hemograma (aos 6 meses e 1 ano) Hemograma (anual) Hemograma (anual) Cariótipo* Glicemia de jejum, Triglicerídeo e Lipidrograma (na presença de obesidade) Rx de coluna cervical** (aos 3 e 10 anos) Rx de coluna cervical ** (SN) Ecocardio*** Ecocardio (SN) Ecocardio (SN) Avaliações Visão (6 meses) Visão (anual) Visão (bianual) Audição (6 meses) Audição (anual) Audição (anual) Avaliação ginecológica (anual) Imunização extra Anti-Pneumocócica 3 doses Anti-Varicela 1ano e reforço com 4 anos Anti -Hepatite A Orientações Posicionamento do pescoço Posicionamento do pescoço Posicionamento do pescoço Estimulação global Atividade física Atividade física Estimulo ao aleitamento materno Alimentação saudável Alimentação saudável cuidado com obesidade Contato com outros pais Hábitos de vida saudáveis Hábitos de vida saudáveis Apoio da comunidade Socialização Socialização Escolaridade Escolaridade e adaptação curricular Estimular auto- cuidado Estimular auto-cuidado e autonomia para as AVD e AVDI Risco de exploração sexual Risco de exploração sexual Mudanças de comportamento (autismo) Comportamento social adequado Risco de lesão cervical no lazer Risco de lesão cervical pelo uso de computador e esporte Cuidado com apnéia do sono Prevenção de gravidez 8.5 CUIDADO COM A SAÚDE DA PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN Quadro 2 – Acompanhamento por ciclo de vida
  • 47. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 47 Adultos Idosos TSH (anual) TSH (anual) Hemograma (anual) Hemograma (anual) Glicemia de jejum, Triglicerídeo e Lipidrograma (na presença de obesidade) Glicemia de jejum, Triglicerídeo e Lipidrograma (na presença de obesidade) Rx de coluna cervical ** (SN) Rx de coluna cervical ** (SN) Ecocardio (SN) Avaliação cardiológica Visão (trianual) Visão (trianual) Audição (anual) Audição (anual) Avaliação ginecológica (anual) Avaliação ginecológica (anual) Influenza sazonalAnti-Pneumocócica Posicionamento do pescoço Posicionamento do pescoço Atividade física Atividade física Alimentação saudável cuidado com obesidade Alimentação saudável cuidado com obesidade Hábitos de vida saudáveis Hábitos de vida saudáveis Socialização Socialização Escolaridade e preparo para emprego Inclusão social e econômica Estimular auto-cuidado e autonomia para as AVD e AVDI Estimular independência e inclusão no mercado de trabalho autonomia para as AVD e AVDI Risco de exploração sexual Risco de exploração sexual Comportamento social adequado Cuidado com sinais de Alzeheimer e depressão Risco de lesão cervical pelo uso de computador e esporte Risco de lesão cervical pelo uso de computador e esporte Observar presença de Transtorno obsessivo compulsivo Observar presença de Transtorno obsessivo compulsivo Cuidado com apnéia do sono Cuidado com apnéia do sono Prevenção de gravidez Prevenção de gravidez Planejamento financeiro e de cuidados futuros
  • 48. Ministério da Saúde48 * O cariótipo deve ser solicitado durante o primeiro ano de vida ou em qual- quer momento se não tiver sido realizado ainda ** A avaliação radiológica deve ser realizada aos 3 e 10 anos, e em outros momentos na presença de sintomatologia (dor cervical, fraqueza, torcicolo, alteração vesical e intestinal). Quando solicitada deve ser realizado primeira- mente em posição neutra, estando dentro da normalidade se procede com a avaliação dinâmica em extensão e flexão. Alguns serviços de atendimento a SD optam pelo acompanhamento clínico dispensando este exame. *** Caso o primeiro ecocardiograma afaste malformações cardíacas não é necessário repeti-lo. SN – se necessário AVD – Atividades de Vida Diárias AIVD – Atividades Instrumentais de Vida Diária
  • 49. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 49
  • 50. Ministério da Saúde50 9 - BENEFÍCIOS ESPERADOS Espera-se que o cuidado integral com a saúde da pessoa com SD te- nha como resultado final a manutenção da sua saúde física e mental, bem como o desenvolvimento da sua autonomia e inclusão social. Que em última análise se concretize em uma vida plena. REFERÊNCIAS AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Committee on Communication. Children, adolescents, and television. Pediatrics, Illinois, v. 96, n. 4, p. 786-7, out. 1995. AMORIM, Tatiana R. S. M. Aspectos clínico-demográficos da síndrome de Down em serviço de referência na Bahia. Salvador: UFBA, 2002. 104 f. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002. BENN, P. A. Advances in prenatal screening for Down syndrome: general principles and second trimester testing. Clinica Chimica Acta, Amsterdam, v. 323, n. 1-2, p. 1-16, set. 2002. BIBAS, Josyane Mayr ; DUARTE, Ângela Marques . 20 Idéias de estimulação para a criança com síndrome de Down: brincando e se desenvolvendo em casa. Curitiba: Artes & Textos, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. Brasília, 2010.
  • 51. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 51 BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Brasília, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção à saúde do homem: princípios e diretrizes. Brasília, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório de Gestão 2003-2006: saúde mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo de atenção. Brasília, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília, 2002. BRUNONI, D. Aconselhamento genético. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 101-107, 2002. BULL, M. J. Clinical report : health supervision for children with Down syndrome. Pediatrics, Illinois, v. 128, n. 2, p. 393- 405, ago. 2011. CAMPOS, A. P. (org.). Manual de práticas de atenção básica à saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Hucitec, 2008.
  • 52. Ministério da Saúde52 COHEN, W. I. Current dilemmas in Down syndrome clinical care: celiac disease, thyroid disorders, and atlanto axial instability. American Journal Medical Genetics, Malden, MA, v. 142c, n. 3, p. 141-148, ago. 2006. CRONK, C. E. Growth of children with Down’s syndrome. Pediatrics. Illinois, v. 61, n. 4, p. 564-568, abr. 1978. DOWN, J. L. Observation on an ethnic classification of idiots. Clinical Lectures and Reports, London, v. 3, p. 259-62, 1866. EL ACHKAR, M.; GIRALDI, S. MARINONI, P. Frecuencia de las dermatoses em niños com síndrome de Down. Dermatología Pediátrica Latinoamericana, Lima, v. 5, n. 1, p. 26-31, 2007. EPSTEIN, C. J. Genetic couseling: statement of the American Society of Human Genetics ad hoc Comittee on Genetic Counseling. American Journal of Human Genetics, Malden, MA, v. 27, n. 2, p. 241-242, 1975. EPSTEIN, C. J. The morphogenesis of Down Syndrome. Progress in Clinical and Biological Research, New York, v. 373, 1991. GEORGE, E. et al. High frequency of celiac disease in Down syndrome. Pediatrics, Illinois, v. 128, n. 4 , p. 555-557, 1996. GRIFFITHS, Anthony J. F.; MILLER, Jeffrey H. Genética Moderna. São Paulo: Guanabara Koogan, 2001.
  • 53. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 53 HALL, B.; RINGERTZ H. Variability in mongolism: a comparison of the hand skeleton in mongoloids and in normals. Clinical Genetics, Copenhagen, v. 3, n. 6, p. 452-457, nov. 1972. HASSOLD T.; SHERMAN, S. Down syndrome: genetic recombination and the origin of the extra chromosome 22. Clinical Genetics, New York, v. 57, n. 2, p. 95-100, fev. 2000. HASSOLD, T.; HUNT, P. To err (meiotically) is human: the genesis of human aneuploidy. Nature Genetics, New York, v. 2, n. 3, p. 280- 291, jul. 2001. KAZAURA, M. R.; LIE, R. T. Down’s syndrome and paternal age in Noway. Paediatric and Perinatal Epidemiology, [S.l.], v. 16, n. 4, p. 314-319, out. 2002. LEJEUNE, J.; GAUTIER, M.; TURPIN, R. Etudes des chromosomes somatiques de neuf enfants mongoliens. Comptes rendues hebdomadaires des seances de l’academie des sciences, Paris, v. 248, p. 602-603, 1959. MATTOS, R. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. (Org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado em saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: Cepesc; IMS; Uerj; Abrasco, 2005. MERHY, E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: ______. Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 71-112.
  • 54. Ministério da Saúde54 MURTA, C. G. V.; FRANÇA, L. C. Medida da Translucência Nucal no Rastreamento de Anomalias Cromossômicas. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, 2002. MUSTACCHI, Z. Curvas padrão pôndero-estatural de portadores de síndrome de Down: procedentes da região urbana da cidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2001. 96 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências Farmacológicas, Área de Análises Clínicas, Toxicologia e Bioquímica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001 MUSTACCHI, Z. Guia do bebê com síndrome de Down. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. MUSTACCHI, Z. Incidência de colecistolitíase em síndrome de Down: aspectos específicos de diagnóstico genético, clínico e laboratorial. São Paulo: USP, 1996. 76 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Farmacológicas, Área de Análises Clínicas, Toxicologia e Bioquímica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996. MUSTACCHI, Z. Tocando no futuro ensinando genética. Pinhais, PR: Melo, 2011. NAGAMINE, K. et al. Genomic organization and complete nucleotide sequence of the human PWP2 gene on chromosome 21. Genomics, San Diego, v. 42, n. 3, p. 528-531, 1997. NICOLAIDES, K. H. et al. Fetal nuchal oedema: associated malformations and chromosomal defects. Fetal Diagnosis and Therapy, Basel, Suiça, v. 7, n. 2, p. 123-131, 1992.
  • 55. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 55 NISIHARA, R. M. et al. Alterações do TSH em pacientes com síndrome de Down: uma interpretação nem sempre fácil. Jornal Brasileiro de Patologia Médica Laboratorial, [S.l.], v. 42, n. 5, p. 339- 343, 2006. NISIHARA, R. M. et al. Doença celíaca em crianças e adolescentes com síndrome de Down. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 81, n. 5, set./out. 2005. NUSSBAUM, Robert L. Genética médica. 6. ed. São Paulo: Guanabara Koogan 2002. OLIVEIRA, G. N. O projeto terapêutico e a mudança nos modos de produzir saúde. São Paulo: Hucitec, 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Classificação internacional de doenças. 5. ed. São Paulo: EdUSP, 1999. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CIF: classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde. São Paulo: EdUSP, 2001. PANDYA, P. P. et al. Screening for fetal trisomies by maternal age and fetal nuchal translucency thickness at 10 to 14 weeks of gestation. British Journal of Obstetrics and Gynaecology, London, v. 102, n.12, p. 957-962, 1995. PUESCHEL, S. M.; PUESCHEL, J. K. Biomedical Concerns in Persons with Down Síndrome. Baltimore: Brookes Publishing, 1992.
  • 56. Ministério da Saúde56 RIPER, M. V.; COHEN, W. I. Caring for Children with Down syndrome and their families. Journal of Pediatric Health Care, [S.l.], v. 15, n. 3, p. 123-131, 2001. SAENZ, R. B. Primary care of infants and young children with Down syndrome. American Family Physician, Kansas, v. 59, n. 2, p. 381- 390. Jan. 1999. SCHAPIRO, M. B. et al. Serial quantitative CT analysis of brain morphometrics in adult Down’s syndrome at different ages. Neurology, Bethesda, MD, n. 39, p. 1349-1353, 1989. SNIJDERS, R. J. et al. UK multicentre project on assessment of risk of trisomy 21 by maternal age and fetal nuchal translucency thickness at 10-14 weeks of gestation. The Lancet, London, v. 352, p. 343-346, 1998. WORLD HEALTH ORGANIZATION; THE WORLD BANK. Relatório mundial sobre a deficiência. Tradução Lexicus Serviços Linguísticos. São Paulo: SEDPcD, 2012.
  • 57. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 57 ANEXOS
  • 58. Ministério da Saúde58 ANEXO A – Síndrome de Down
  • 59. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 59 Fonte: AMORIM, Tatiana R. S. M
  • 60. Ministério da Saúde60 Fonte: Cronk et al ANEXO B – Curva de crescimento para meninas com Síndrome de Down (2-18 anos)
  • 61. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 61