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A influência de projeto kaizen na saúde do esmerilhador – um
estudo de caso com aplicação da ginástica laboral para melhoria
da qualidade de vida.
Antonio José dos SANTOS (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção,
Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil ) antoniodos.santos@bol.com.br
Cyntia Fabiana LAUBE (Senai-SC, Pomerode, Brasil)
cyntialaube@gmail.com
Francisco Carlos Barbosa VILABOIM - (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de
Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil)
vilaboim.bnu@hotmail.com
Jackson Adriano SCHOLZE (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção,
Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil) jackscholze@ig.com.br
Milliana Costa Mendes CAVALHEIRO (Sesi-SC Blumenau, Brasil)
millianamendes@gmail.com
RESUMO
Com a necessidade de aumento da produtividade para o desenvolvimento
industrial, cada vez mais o ritmo das atividades na indústria é incrementado. Na busca
pela manutenção da competitividade no cenário global, as empresas em geral aumentam
suas metas de produção. A automação implementada em certas etapas do processo, para
redução de tempo de ciclo, podem impactar em aumento de ritmo em operações
manuais subsequentes, assim como atividades de Kaizen (melhoria contínua), sem o uso
de técnicas de cronoanálise adequadas, visando à pura redução de tempo de ciclo,
podem gerar fadiga precoce nos operadores durante a execução da atividade. Como
proposta de impactar positivamente na qualidade de vida dos colaboradores, a ginástica
laboral vem sendo aplicada como uma ferramenta para melhorar o desempenho dos
colaboradores no local de trabalho, como também a prevenção de lesões, como doenças
e lesões LER/DORT, adquiridas pelo uso repetitivo de movimentos na execução da
atividade operacional. Este trabalho apresenta os efeitos causados em uma atividade de
Kaizen que demandou maior ritmo dos funcionários e, como consequência, dores
musculares excessivas geradas pelo aumento do ritmo. O estudo apresenta o resultado
da redução do sentimento de dor apresentada pelos operadores após a aplicação de um
método de Ginástica Laboral direcionado, com base no estudo dos grupos musculares
mais utilizados.
Palavras Chave: GINÁSTICA LABORAL, KAIZEN, PRODUTIVIDADE.
ABSTRACT
With the need for increased productivity to industrial development, the pace of activity
in the industry is incremented. Searching for maintaining the competitiveness in the
Global scenario, companies generally increase their production targets. The automation
implemented in certain steps of the process for reduction cycle time can impact with
increase the rate on subsequent manual operations. As kaizen activities (continuous
improvement) without the use of appropriate techniques of Cycle Time Measurement,
aiming only time cycle reduction can generate early fatigue on the operators during the
execution of activity. As proposed positively impact on quality of life employees, labor
2
gymnastics has been applied as a tool to improve the performance of employees in the
workplace, such as also the prevention of injury, such as Repetitive Stress Injury /
Work-related musculoskeletal disorder, diseases and injuries acquired by repetitive
movement's used of the operational activity. This paper presents the effects on an
Kaizen activity that increased pace of officials and as a result pain excessive muscle
generated by the increased pace . The study shows the effects on a Kaizen activity that
required increased pace of employees and as a result excessive muscle pains generated.
The study shows the result of reducing the feeling of pain presented by operators after
applying a method of Gymnastics directed based on the study of the most used muscular
groups.
Keyword: LABOR GYMNASTICS, KAIZEN, PRODUCTIVITY
1. INTRODUÇÃO
A ginástica laboral tem como proposta melhorar as condições biopsicossociais dos
colaboradores, ou seja, proporciona melhores condições tanto física, social e ambiental,
podendo ser usada como compensação para operadores de postos de trabalho que fazem uso
excessivo de certos grupos musculares.
Com o advento da era industrial teve início o processo de fabricação de produtos em
massa e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, de
aumentar a produção e de diminuir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a
executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos,
associados a um esforço excessivo, o que fez com que muitos indivíduos passassem a sentir
dores.
Segundo Oliveira (2006), a ginástica laboral contém vários exercícios específicos
como a realização de alongamentos, fortalecimento muscular, que são realizados nas
dependências da empresa trabalhando a coordenação motora e realizando um sistema de
relaxamento aos grupamentos musculares dos trabalhadores. É certo de que as sessões
baseadas nesses exercícios estão mais propícias a beneficiarem os trabalhadores braçais que
utilizam a força para realizarem a maioria de suas tarefas, porém nos setores informatizados
em que as pessoas realizam trabalhos que exigem coordenação fina, movimentos repetitivos e
delicados, permanecem longos períodos sentados durante a jornada de trabalho também se
beneficiam dos resultados da prática da ginástica laboral.
As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Osteoarticulares Relacionadas
ao Trabalho (DORT) são, atualmente, causa de muitos debates quanto à nomenclatura, ao
diagnóstico e ao tratamento. Há os que não acreditam em sua existência e os que ainda não se
convenceram. O fato é que existem inúmeros trabalhadores com queixas de dor atribuídas às
suas funções. A patologia é reconhecida pela atual Legislação Brasileira, gerando grande
interesse nos meios médicos que realizam estudos e discussões tanto pelo ônus gerado ao
governo, às indústrias e aos trabalhadores, quanto à possibilidade de contribuírem para uma
melhor compreensão dessa patologia já considerada uma epidemia (Fundacentro, 2007)
3
2. OBJETIVO
Mostram-se neste artigo os efeitos do aumento da produtividade à saúde de grupo de
operadores após 12 meses do início do uso do layout dimensionado num evento Kaizen (Item
-4) bem como apresentado também o estudo de caso para minimizar estes efeitos sobre os
operadores, através da aplicação da ginástica laboral e os resultados obtidos após 06 (seis)
meses de aplicação das ações.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 GINÁSTICAS LABORAIS
A Ginástica Laboral não é uma atividade recente. Segundo Lima (2003), registros
afirmam que esse tipo de atividade existiu na Polônia, em 1925. Essa Ginástica era destinada
a operários e surgiu alguns anos depois na Holanda e na Rússia. Mas foi no Japão em 1928
segundo Alvarez (2002), que a Ginástica Laboral teve sua origem conhecida, ela era aplicada
diariamente nos funcionários dos correios visando à descontração e ao cultivo da saúde.
Após a II Guerra Mundial, este hábito passou a ser difundido por todo o Japão. De
acordo com Alvarez (2002) antes da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, o trabalho
do homem era realizado de maneira artesanal e com suas ferramentas rudimentares que
dependiam muito do trabalho braçal do artesão. Nestas condições, o homem desenvolvia
movimentos variados durante seu trabalho, estando sempre em locomoção.Com o passar do
tempo as mudanças impostas pela Revolução Industrial implantaram um sistema baseado em
máquinas e instrumentos mais elaborados desenvolvendo métodos de trabalho que exigem do
trabalhador maior eficiência e movimentos repetitivos. Foram inventados máquinas e
instrumentos que substituíram o trabalho do homem com eficácia, em determinadas funções.
Surgiam, então, as administrações do trabalho, devido ao crescimento das indústrias,
dando origem à produção em massa (FAYOL, 1964). Charles Chaplin, em seu filme “Tempos
Modernos” (Charles Chaplin, 1936), retrata bem as consequências desta mecanização, seu
personagem é um operário que passa o dia todo apertando parafusos, e quando a jornada
termina ele continua repetindo os movimentos. Isto mostra que com a produção em série os
funcionários especializam-se em tipo de atividade, ocasionando a monotonia dos movimentos
repetitivos.
Segundo Mendes e Leite, “no Brasil, a ginástica laboral, que precedia a ida dos
funcionários aos postos de trabalho, foi introduzida em 1969 pelos executivos nipônicos da
Ishikavajima Estaleiros, uma indústria de construção naval no Rio de Janeiro” (2004, p.1).
A Ginástica Laboral compreende exercícios específicos de alongamento, de
fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento realizado em diferentes
setores ou departamentos da empresa, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os
casos de LER/DORT (Oliveira, 2006).Lima (2003) conceitua a Ginástica Laboral como
“a prática de exercícios, realizada coletivamente, durante a jornada de trabalho,
prescrita de acordo com a função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade
a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bem-estar individual, por
intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu
próprio corpo”.
Segundo Martins (2000), ginástica laboral nada mais é do que a combinação de
exercícios específicos de alongamentos, fortalecimentos musculares, coordenação motora e
relaxamentos realizados em diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como
4
objetivo principal prevenir e diminuir os casos de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e/ou
Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) e a diminuição do estresse através
dos exercícios de alongamento e de relaxamento complementados com atividades lúdicas e
ações sócio-educativas, realizadas diariamente.
Para Figueiredo e Alvão (2005), a Ginástica Laboral é uma atividade física realizada
durante a jornada de trabalho, com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos, à
ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis assumidas durante o período de
trabalho.
3.2 DOENÇAS DO TRABALHO
Atualmente a ginástica laboral tem apresentado um grande crescimento no Brasil,
sendo vista como uma ferramenta importante no processo de desenvolvimento da qualidade
de vida no trabalho e promoção da saúde (MACIEL, 2008). Assim, para que os programas de
promoção da saúde do trabalhador nas empresas sejam eficazes, a ginástica laboral deve ir
além dos “exercícios específicos” realizados no local de trabalho, pois deve trazer,
gradativamente, informações que podem modificar o nível de conhecimento e a qualidade de
vida das pessoas, que acarretará em benefícios pessoais e coletivos (ALVAREZ,2001).
Ações que estimulem a prática de atividades físicas no ambiente ocupacional são bem-
vindas, na perspectiva de promover a qualidade de vida do trabalhador e reduzir as despesas
do empreendedor em função do afastamento temporário ou permanente de seus funcionários.
Além disso, a ginástica laboral proporciona maior disposição para outras atividades do
cotidiano, como atividades em família, com amigos e até mesmo a prática de atividades
físicas fora do expediente de trabalho (LIMA, 2003).
Desta forma, a ginástica laboral é considerada uma maneira eficiente de levar os
trabalhadores à conscientização da importância da prática da atividade física regular, além de
outros hábitos de vida saudáveis.
3.3 TIPOS DE GINÁSTICA LABORAL
Estudos comprovam que pausas realizadas no início destes momentos de baixo
rendimento tornam variáveis os retardos dos “sintomas improdutivos”. Pesquisas apontam
que há três momentos, durante a jornada de trabalho, em que podem ser feitas as aulas de
Ginástica Laboral:
3.3.1 Ginástica de Aquecimento ou Preparatória é aquela realizada antes da jornada de
trabalho e tem como objetivo preparar o indivíduo para o início do trabalho, aquecendo os
grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que sintam
mais dispostos (Alves & Vale 2003).
3.3.2 Ginástica de Pausa ou Compensatória é praticada no meio do expediente de trabalho
e tem como objetivo aliviar as tensões, fortalecer os músculos do trabalhador, além de
interromper a monotonia operacional e, acima, promover exercícios específicos de
compensação para os esforços repetitivos, estruturas sobrecarregadas e posturas solicitadas
nos postos de trabalho. (Oliveira, 2006; Lima, 2003).
5
3.3.3- Ginástica de Relaxamento é praticada no final ou após o expediente de trabalho, e
tem como objetivo proporcionar o relaxamento muscular e mental dos trabalhadores
(Oliveira, 2006).
Os profissionais habilitados devem orientar os funcionários, esclarecendo que alguns
exercícios podem ser feitos em qualquer momento que o trabalhador sentir necessidade: antes,
durante ou após o expediente de trabalho, pois cada um também é responsável por sua saúde.
No Brasil, a jornada de trabalho é regulamentada pela Constituição Federal em art. 7º
XIII e a CLT art. 58, não pode ultrapassar 8 horas diárias, salvo por algumas exceções. Hoje
se encontra no meio industrial os maiores casos de Doenças Ocupacionais, devido às más
condições do ambiente de trabalho.Entretanto, a Ginástica Laboral Corretiva visa combater e,
principalmente, atenuar as consequências decorrentes de aspectos ecológicos ergonômicos
inadequados ao ambiente de trabalho (Pimentel, 1999).
A aplicabilidade dessa ginástica tem como objetivo trabalhar grupos específicos dentro
da empresa, em conjunto com a área da medicina do trabalho, da enfermagem e da
fisioterapia, com a finalidade de recuperar casos graves de lesões, de limitações e de
condições ergonômicas.
3.3.4- Benefícios da Ginástica Laboral
O aumento da jornada de trabalho e a monotonia dos movimentos repetitivos têm
levado o funcionário à fadiga, devido ao pouco e inadequado descanso, a pessoa não se
recupera totalmente, ocasionando problemas mais sérios, como é o caso do DORT, e também
conhecido como lesões por esforço repetitivo (LER).
Uma forma de intervenção nestes problemas é a atividade física, pois, por meio dela,
os trabalhadores podem recuperar suas forças, relaxar e contribuir a diminuição dos
problemas de saúde. Foi comprovado que o movimento é essencial ao ser humano, ele é um
estimulo para o desenvolvimento ósseo muscular, cardiorrespiratório e nervoso, além de
trazer benefícios psíquicos. A atividade física constitui uma parte integral do homem, e este
necessita do mínimo de atividade para manter-se orgânica e emocionalmente sadio.
Embora essencial, a atividade física encontra um obstáculo: o tempo. Devido às longas
jornadas de trabalho, a maioria dos trabalhadores não dispõe de tempo para ir a uma
academia, ou ao clube, e nem mesmo para caminhada diária.
A Ginástica Laboral proporciona benefícios, tanto para o trabalhador, quanto para a
empresa. Além de prevenir as LER/DORT, ela tem apresentado resultados mais rápidos e
diretos com a melhora do relacionamento interpessoal e o alívio das dores corporais (Oliveira,
2006; Mendes, 2000). A Ginástica Laboral pode ser destacada como um método efetivo na
prevenção da LER/DORT, já que ela garante o alongamento e melhora a articulação. Os
exercícios podem ser feitos no mesmo local de trabalho e atuam de forma preventiva e
terapêutica.
3.3.5 KAIZEN
Segundo Hornburg (2009), para entender o kaizen, em primeiro lugar é preciso
conhecer o significado desta palavra, “kaizen está dividida em duas palavras, no que KAI
significa mudança e ZEN para melhor”. Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen
significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A
filosofia do kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em
casa – merece ser constantemente melhorado. (IMAI, 1994).
Segundo Hornburg (2009), para entender o kaizen, em primeiro lugar é preciso
conhecer o significado desta palavra, “kaizen está dividida em duas palavras, no que KAI
6
significa mudança e ZEN para melhor”. Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen
significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A
filosofia do kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em
casa – merece ser constantemente melhorado. (IMAI, 1994).
Segundo Imai (1994), o conceito de kaizen surgiu no Japão após a Segunda Guerra
Mundial, quando a grande maioria das empresas japonesas teve que começar do zero. Como
todos os dias eram cheios de desafios para os gerentes e operários japoneses, o kaizen tornou
se praticamente um meio de vida. De acordo com o autor, o kaizen começa com a detecção de
algum problema, pois quando não há problemas não há potencial para melhoramento.
De acordo com Dennis (2008), os grandes benefícios do kaizen são:
Fortalecer a habilidade de membros da equipe de:
Trabalhar como equipe;
Liderar uma equipe;
Pensar clara e logicamente;
Resolver problemas;
Desenvolver a confiança entre membros de equipe. Membros de equipe se sentem bem
ao saber que contribuíram para o sucesso da empresa. Estão preparados para o
próximo desafio;
Atacar problemas cruciais com “centenas de mãos”.
Segundo Dennis (2008), o kaizen acontece quando algum gerente tem algum problema
para resolver, ele convoca então um evento kaizen para resolver o mesmo. Após um evento
kaizen geralmente é realizada uma apresentação para alta gerência com os resultados do
mesmo.
Segundo Hornburg (2009), a base para o kaizen é a segurança baseada em passos
seguros através de conhecimento simples e convencional. Os eventos kaizen não são
orientados em função de resultados de curto prazo, mas sim, em função do processo, visando
resultados a longo e médio prazo.
De acordo com Imai (1994), “o kaizen funciona como uma pequena estufa para o
cultivo de mudanças pequenas e contínuas”. Ele cita ainda que o kaizen não demande grandes
investimentos, mas sim esforço e compromisso contínuos. Para o autor a estratégia do kaizen
é desafiar constantemente os padrões existentes. Estes padrões existem para serem
constantemente revisados e melhorados, pode-se observar como esse ciclo de melhoria
contínua funciona e como interage entre as outras ferramentas da filosofia lean através da
Figura 01.
7
É importante lembrar também que acordos devem ser firmados entre administração e
MOD, para que nenhuma MOD seja demitida com os ganhos dos kaizens. (IMAI, 1994)
3.3.6 TEMPO DE CICLO
Segundo Rother & Harris (2002), o tempo de ciclo é a frequência com que uma
unidade acabada sai do final da célula de produção. Em algumas situações, é importante
operar com tempos de ciclo abaixo do takt time para compensar os problemas na produção.
De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o “takt time é o ritmo de produção necessário para
atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade
da linha ou célula.” ParaDennis (2008), o tempo de ciclo é o tempo real que leva para a
realização de uma operação. O ideal é sincronizar o tempo de ciclo ao takt time, para
conseguir atender aos clientes em tempo.
Segundo Rother & Harris (2002), o tempo de ciclo é a frequência com que uma
unidade acabada sai do final da célula de produção. Em algumas situações, é importante
operar com tempos de ciclo abaixo do takt time para compensar os problemas na produção.
De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o “takt time é o ritmo de produção necessário para
atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade
da linha ou célula.” Para Dennis (2008), o tempo de ciclo é o tempo real que leva para a
realização de uma operação. O ideal é sincronizar o tempo de ciclo ao takt time, para
conseguir atender aos clientes em tempo.
Conforme Alvarez & Antunes (2001), o tempo de ciclo é definido em função dos
tempos unitários de processamento para cada máquina/posto e do número de trabalhadores
alocados na célula/linha. Neste caso o tempo de ciclo é o tempo de execução das atividades do
posto de trabalho mais lento.
3.3.7 MTM - Methods-Time Measurement
O MTM, Methods-Time Measurement, é um sistema de tempos pré-determinados que
foi desenvolvido por H. B. Maynard, G. J. Stegemerten e J. L. Schwab em 1948. Tem como
base o estudo de tempos e movimentos para melhorar as operações em uma linha de
Fonte: Adaptado de LIKER & MEIER (2007)
Figura 01 – Espiral de melhoria contínua.
8
produção. Conforme Meyers (1999), “provavelmente é o sistema de tempos pré-determinados
de maior uso atualmente”.O MTM, conforme definição de seus autores, “analisa qualquer
operação manual ou método em seus movimentos básicos requeridos para serem realizados e
associa a cada movimento um padrão de tempo pré-determinado, o qual é estipulado pela
natureza do movimento e as condições sob as quais é realizada” (Maynard, 1948).
O MTM, Methods-Time Measurement, é um sistema de tempos pré-determinados que
foi desenvolvido por H. B. Maynard, G. J. Stegemerten e J. L. Schwab em 1948. Tem como
base o estudo de tempos e movimentos para melhorar as operações em uma linha de
produção. Conforme Meyers (1999), “provavelmente é o sistema de tempos pré-determinados
de maior uso atualmente”.O MTM, conforme definição de seus autores, “analisa qualquer
operação manual ou método em seus movimentos básicos requeridos para serem realizados e
associa a cada movimento um padrão de tempo pré-determinado, o qual é estipulado pela
natureza do movimento e as condições sob as quais é realizada” (Maynard, 1948).
Conforme Novaski e Sugai (2002), atualmente, o MTM oferece uma abordagem que,
sem deixar de ser objetiva e metódica, adota uma postura mais atraente, especialmente, para
os funcionários. A sua correta implantação atende às necessidades básicas de ergonomia dos
colaboradores, além de dar eficiência às linhas de produção possibilitando uma real
diminuição de custos. Sua evolução ininterrupta ao longo do tempo levou a uma consequente
aceitação e confiabilidade no mercado.
4. O EVENTO KAIZEN.
A busca por competitividade é hoje uma constante dentro das organizações com vistas
à manutenção e até à ampliação do mercado atendido por seu produto, o que sugeriu à
diretoria da empresa buscar a aculturação tecnológica para aprimorar seus níveis de
produtividade no processo de rebarbação de peças em aço fundido, quando foi decidido pela
realização de eventos kaizen, como projeto piloto no ano 2008.
O artigo apresenta os efeitos do aumento da produtividade à saúde do operador após
12 meses do início do uso do layout dimensionado no evento kaizen como também, o estudo
de caso para buscar minimizar estes efeitos sobre o operador, através de ginástica laboral, e
ainda, os resultados obtidos após 06 (seis) meses de aplicação das ações.
A avaliação da produtividade foi calcada numa família de peças, constituída por itens
fundidos em aço carbono, com pesos máximo de 20,0 Kg e mínimo de 4,0 Kg, produzido no
processo de rebarbação, num layout celular em "U".
9
4.1 O “GANHO” DE PRODUTIVIDADE
Este projeto kaizen aplicado ao processo de rebarbação de peças fundidas teve como
objetivo redução do lead time (tempo padrão) da rebarbação e aumento de produtividade,
conforme Gráfico 01.
Lê-se neste gráfico os resultados levantados em dois momentos, conforme figura 02;
a)“ANTES DO PROJETO” Período de produtividade do processo de rebarbação das
peças fundidas com o layout anterior ao projeto kaizen (lay out em “U”).
b)“DEPOIS DO PROJETO” Período de produtividade do processo de rebarbação das
peças fundidas com o layout criado pelo projeto kaizen (layout “one piece flow” em
circuito fechado)
Diagrama de espaguete (Antes) Diagrama de fluxo (Depois)
Figura 02 – Diagrama de espaguete e fluxo.
Fonte: SESI
Gráfico 01– Comparativo de Produtividade.
out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 MÉDIA
DESVIO
DA MÉDIA
17,25 8,83 9,41 7,19 6,21 4,10 6,52 6,97 12,06 14,62 8,43 13,71 9,61
5,84 4,37 3,58 2,95 2,61 1,55 1,43 1,64 2,03 5,55 7,36 7,00 3,83
151,14%
LAY OUT KAIZEN
LAYOUT
ANTERIOR
10
O gráfico 01 apresenta um incremento de 151,14% à média da produtividade do período
anterior após a adoção do novo layout. Este acréscimo na produtividade culminou no aumento
do ritmo de trabalho dos operadores, após este período, impactando na saúde dos mesmos,
que será apresentado no item 4.2.
4.2 - O SURGIMENTO DAS SINTOMATOLOGIAS MÚSCULOS-ESQUELÉTICOS
Com a análise do gráfico 01, fica evidente o aumento expressivo de produtividade do
grupo em questão. Porém, conforme já identificado por Isaac Newton, a toda ação
corresponde uma reação. Desta forma o aumento de produtividade trouxe consequências
físicas aos colaboradores envolvidos,visto que, estes não estavam condicionados fisicamente
para os novos estímulos vindos da célula Kaizen. Com isto, por uma questão de tempo, os
colaboradores envolvidos começaram a apresentar reclamações vindas com o surgimento de
sintomatologias músculos-esqueléticos.
Tal movimento tornou necessária a criação um grupo (SESMET) para discutir ações que
eliminasse este problema, envolvendo o médico do trabalho e a equipe do programa de SESI
GINÁSTICA NA EMPRESA, a qual já aplicava este programa aos colaboradores desta
empresa.
Após estudo do grupo atingido, criou-se um programa específico de exercícios que
foram aplicados duas vezes ao turno em toda a equipe da célula de produção, o que
demonstraremos a seguir.
4.3- PLANO DE AÇÕES PARA MINIMIZAR OS EFEITOS
O “Programa SESI Ginástica na Empresa” em parceria com a empresa envolvida iniciou
o projeto denominado: “SESI GINÁSTICA NA EMPRESA NO SETOR DE
REBARBAÇÃO” tendo como objetivo, identificar o efeito da prática de ginástica laboral em
relação às queixas de distúrbios músculos-esqueléticos do setor de rebarbação de peças em
aço fundido.
4.4- PESQUISA E COLETA DE DADOS
O projeto em questão, primeiramente, realizou o levantamento de dados, os quais
permitissem uma análise fidedigna do grupo a ser estudado. Com isto, realizou-se a coleta de
dados, contendo nesta pesquisa questões sobre: dados pessoais; condições de trabalho;
queixas dolorosas; sua intensidade.
A partir desta análise iniciou-se o estudo das funções as quais envolviam os
colaboradores da linha Kaizen, o qual se identificou um rol de características que permeavam
tais funções laborais. Com isto, levantaram-se dados como: funções da Linha kaizen;
equipamentos utilizados; características dos equipamentos; movimentos; regiões musculares;
angulações; repetições realizados durante as operações de trabalho.
4.5-METODOLOGIA DO PROJETO
Após levantamento de dados, direcionaram-se os trabalhos para identificação dos
exercícios a serem realizados, tendo como objetivo a redução das sintomatologias dolorosas.
11
Desta forma, definiu-se que seriam aplicadas duas aulas por turno, com duração de 10
minutos cada, direcionando à primeira aula a realização de exercícios com estímulos de
resistência muscular nas regiões sinergistas da função laboral, tendo como objetivo
condicioná-las a fim de auxiliarem com mais expressividade na realização dos movimentos
laborais realizados pela musculatura agonista. Sendo que, para esta, utilizou-se na segunda
aula, a aplicação de exercícios com estímulos de aumento de amplitude muscular e
relaxamento, com o objetivo de distencioná-las durante a jornada de trabalho.
As aulas de ginástica laboral, tendo como objetivos a aplicação dos estímulos
musculares supracitados, tiveram a duração de seis meses. Sendo que, ao final deste período
realizou pela segunda vez a aplicação a coleta de dados identificando os resultados a serem
descritos em seguida.
4.6- RESULTADOS DO PROJETO
Para efetivação da coleta de dados, foi aplicado um questionário contendo perguntas
sobre os dados sócio-demográficos e também do trabalho. Para avaliar as sintomatologias
músculos-esqueléticos foi aplicado o questionário de queixas músculos-esqueléticos proposto
por Kuorinka et al (1987), sendo traduzido e adaptado para a realidade brasileira por
Alexandre e Barros (2003). Este questionário é composto de quatro questões sobre a
ocorrência de dor em nove regiões corporais, sendo as questões sobre:
1. Queixa de dor nos últimos doze meses;
2. Se essa dor impediu a realização de atividades de lazer ou de trabalho;
3. Procurou-se profissional de saúde por causa dessa dor;
4. Queixa de dor nos últimos sete dias precedentes a aplicação do questionário.
Foi acrescida a pergunta se essa dor, na percepção da respondente, possuía relação
com o trabalho, tanto na queixa de dor nos últimos doze meses como nos últimos sete dias.
Para avaliar a percepção dos pesquisados quanto à intensidade de dor em cada segmento
corporal investigado no questionário foi utilizada uma escala visual analógica de 10
centímetros, conforme figura 05.
Porém, os resultados obtidos apresentam eficácia no que tange o alcance da última
questão, relacionada à identificação sintomatologias dolorosa nos últimos sete dias - visto que
o projeto teve duração de seis meses, não sendo viável a elasticidade dos resultados nas
questões relativas há 12 meses.
As tabelas 01 e 02 abaixo têm como objetivo evidenciar os índices de sintomatologias
identificados pelo publico participante antes e depois de participar do projeto.
Tabela 02: índices de sintomatologias depois da implementação do projeto de Ginástica laboral
Fig. 05: Escala visual analógica de dor
Fonte: SESI
Formatado: Recuo: À esquerda: 0
12
PARTES
CORPORAIS
Do total de 07
operadores
frequência
Número de
operadores
frequência
Do total de 07
operadores
frequência
Número de
operadores
frequência
Pescoço 3 42,9% 0 0,0% 3 42,9% 0 0,0%
Ombro s 4 57,1% 0 0,0% 4 57,1% 0 0,0%
Part e superior
das cost as 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0%
C ot ovelos 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Part e Inf erio r
das cost as 2 28,6% 0 0,0% 2 28,6% 0 0,0%
Punhos/ mãos 2 28,6% 1 14,3% 2 28,6% 1 14,3%
Quadril/ C oxas 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0%
Jo elho s 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0%
To rnozelos/ Pés 1 14,3% 1 14,3% 0 0,0% 0 0,0%
Fonte: SESI
LEVANTAMENTO DE ÍNDICES SISTOMATOLÓGICOS
Nos últimos 7 dias você teve algum problema no;
Em sua percepção esses problemas (referentes aosúltimos7dias) estão
relacionados ao seu trabalho?
ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS
A partir da observação da tabela 02, conclui-se que, depois de seis meses realizando
duas sessões de ginástica laboral com a metodologia anteriormente descrita, os participantes
perceberam diminuição de 100% as sintomatologias dolorosas nas regiões do pescoço,
ombros, parte superior das costas, cotovelos, punhos/mãos, parte inferior das costas,
quadril/coxas e joelhos. Sendo que nas regiões dos cotovelos, sendo a única região que
continuou a ser apontada, porém com diminuição na intensidade sentida, passando de
intensidade 06 para 03 (fig-06).
Fig. 06: Escala visual analógica de dor – redução do sentimento de intensidade de dor em corporal
O projeto em questão foi aprovado pela empresa, a qual incentivou a continuação
deste por tempo indeterminado. Porém, para tal continuação efetiva, necessário seria a
adaptação de uma sala equipada e direcionada a realização do projeto (com equipamentos
auxiliares à ginástica), estrutura a qual não foi cedida pela empresa por dificuldades de
infraestrutura.
Entretanto, o projeto continuou aplicando Ginástica Laboral direcionada,
especialmente criada para o grupo, mas diferente do método utilizado durante o período da
pesquisa (seis meses) os quais tornaram possíveis os resultados visualizados na tabela 02, mas
fato o qual torna inviável a coleta de dados atuais para reavaliação do projeto.
Fonte: SESI
3 6
13
5- CONCLUSÃO
Almeida (2008) afirma que “o aumento de produtividade não pode ser pensado como
uma melhoria em curto prazo. Para que a produtividade seja aumentada de maneira
consciente, deve-se atentar para a ergonomia dos postos e atividades dos operadores”. Assim,
é importante notar que em muitos casos, os efeitos dos problemas ergonômicos (análise do
mobiliário usado, condições dos equipamentos, ferramentas e preparo físico dos operadores)
podem ser notados somente no longo prazo. Se não houver análise ergonômica quando um
método de trabalho é proposto com base, por exemplo, no método MTM, é provável que
futuramente os trabalhadores sofram as consequências, podendo inclusive diminuir a
produtividade e acarretar em prejuízos para a organização.
No estudo de caso apresentado neste artigo, o resultado do plano de ação
implementado, mostra que a ginástica laboral aplicada por profissionais capacitados trouxe
ótimos resultados aos operadores, minimizando os efeitos de dor, através da rotina de
ginástica laboral com estimulação dos grupos musculares mais exigidos durante as atividades
dos operadores.
Como proposta de novos estudos seria a criação de um índice de fadiga por posto de
trabalho, utilizando técnicas de MTM para avaliação de frequência de movimentos em
conjunto com o nível de esforço exigido, desta forma seria possível antecipar o impacto de
alterações de ritmo em postos de trabalho nos operadores, agindo de forma preventiva,
reduzindo e até evitando a possibilidade de lesões aos operadores.
14
6- REFERÊNCIAS
ALEXANDRE NMC, BARROS ENC. Cross-cultural adaptation of the Nordic
musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev. 2003; 50(2):101-7.
ALMEIDA, D.L.M. Análise da aplicação do método MTM em empresas de manufatura:
estudos de caso. 2008. 159f (Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica) –
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2008.
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Sistema Toyota de Produção. Revista Gestão & Produção, v. 8, n. 1, p. 01-18, abr. 2001.
ALVAREZ, B. R. O papel da ginástica laboral nos programas de promoção da saúde. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE, 3., 2001, Florianópolis.
Anais do 3º Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde, Florianópolis: UFSC, 2001.
p.17-18.
ALVAREZ, B. R. Estilo de vida e hábitos de lazer de trabalhadores, após 2 anos de aplicação
de programa de ginástica laboral e saúde: caso Intelbras. 2002. 172 f. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
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Trabalho. Revista Cipa – Benefícios da Ginástica no Trabalho. São Paulo, n. 232, v. 20, mar.,
1999. p. 30-43.
DENNIS, Pascal. Produção Lean Simplificada: Um guia para entender o sistema de produção
mais poderoso do mundo. Tradução: Rosália Angelita Neumann Garcia. – Porto Alegre:
Bookman, 2008.
FAYOL, H. Administração industrial e geral. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1964.
FIGUEIREDO F, ALVÃO MA. Ginástica laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint,
2005.
FUNDACENTRO. LER/ DORT. 2007 Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/Acesso
em 10/04/2012.
HORNBURG, Sigfrid. Métodos para Eventos Gemba Kaizen. 2009 Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
IMAI, Massaki. KAIZEN – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. 5ª Ed. São Paulo:
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Kuorinka I, Jonsson B, Kilbom A, Vinterberg H, Biering-Sorenson F, Andersson G,
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symptoms. Appl Ergon 18:233–237.
LIMA DG.Ginástica laboral: metodologia de implantação de programas com abordagem
ergonômica. Jundiaí, SP: Fontoura, 2003.
15
LIKER, JEFFREY K.; MEIER, DAVID. O Modelo Toyota: Manual de Aplicação.Porto
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MACIEL, M. G. Ginástica Laboral: instrumento de produtividade e saúde nas empresas. Rio
de Janeiro: Shape, 2008.
MARTINS, C. O., DUARTE, M. F. S. Efeitos da Ginástica Laboral em servidores da reitoria
da UFSC. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, 2000. 110p. Tese (Programa de
Pós Graduação em engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina.
MAYNARD, H.B., Stegemerten, G.J. & Schwab, J.L. (1948). Methods-time Measurement.
New York: McGraw-Hill.
MENDES RA. Ginástica laboral: implantação e benefícios nas indústrias da cidade industrial
de Curitiba. Curitiba, PR: Centro Federal de Educação Tecnológica (Dissertação de Mestrado
em Tecnologia), 2000.
MENDES, A. Ricardo; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: Princípios e aplicações práticas.
São Paulo: Manole. 2004.
MEYERS, Fred E., Motion and Time Study: for lean manufacturing, 2ª edição, New Jersey.
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Novaski O, Sugai M. MTM COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS, O
taylorismo aplicado com sucesso nas empresas de hoje. www.producaoonline.inf.br. ISSN
1676 - 1901 / Vol. 2/ Num. 2/ Outubro de 2002.
OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Trad.
Cristina Schumacher. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
OLIVEIRA JRGO. A prática da ginástica laboral. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
PIMENTEL GGA. A ginástica laboral e a recreação nas empresas como espaço de
intervenção da educação física no mundo do trabalho. Corpo ciência 1999;3: 57-70.
ROTHER, Mike; HARRIS, Rick. Criando o Fluxo Contínuo: Um guia de ação para gerentes,
engenheiros e associados da produção. 1ª Ed. São Paulo: Lean Institute Brasil, 2002.
16
7- ANEXOS
INSTRUMENTO DE PESQUISA
PROJETO “SESI GINÁSTICA NA EMPRESA NO SETOR REBARBAÇÃO – CÉLULA
KAIZEN”
Código
QUESTÕES SOBRE DADOS PESSOAIS
01. Idade: _________ anos completos
02. Peso: ___________ kg 03. Estatura: ____________ metros
04. Seu estado conjugal atual é:
Solteiro
Casado / Vive com companheira
Separado / Divorciado
Viúvo
05. Você estudou até o:
Ensino Fundamental incompleto
Ensino Fundamental completo (terminou a 8ª série)
Ensino Médio incompleto (não terminou o 3º colegial)
Ensino Médio completo (terminou o 3º colegial)
Faculdade incompleta
Faculdade completa
06. Você fuma?
Não
Sim, ______________ CIGARROS POR DIA
17
07. Você bebe?
Não
Sim, bebo em ocasiões especiais, como festas, aniversários, churrascos, etc.
QUESTÕES SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO
08. Qual sua Função?
___________________________________
09. Quanto tempo em média você passa trabalhando num dia de trabalho normal ?
até 08 horas
de 08 a 10 horas
de 10 a 12 horas
mais de 12 horas
10. Há quanto tempo você trabalha nesta empresa?
____________ ANOS ____________ MESES
11. Há quanto tempo você trabalha neste setor?
_________ ANOS _________ MESES
12. Qual o seu turno de trabalho atual?
05h as 13h
13h as 22h
13. Além deste emprego, você tem mais algum trabalho ou outra atividade que lhe dê
rendimento?
Não
Sim, no mesmo ramo (casa, empresa, loja, etc)
Sim, em outro ramo. Qual? _______________________________________________
14. Há quanto tempo você trabalha em mais de um local?
__________ ANOS __________ MESES
LEVANTAMENTO DE ÍNDICES SISTOMATOLÓGICOS
Nos últimos 7 dias você teve algum problema no;
Em sua percepção esses problemas (referentes aosúltimos7dias) estão
relacionados ao seu trabalho?
ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS
PARTES
CORPORAIS
Do total de 07
operadores
frequência
Número de
operadores frequência
Do total de
07
operadores
frequência
Número de
operadores
frequência
15- Pescoço
16- Ombros
17- Parte superior
das costas
18
18- Cotovelos
19- Parte Inferior
das costas
20- Punhos/mãos
21- Quadril/Coxas
22- Joelhos
23- Tornozelos/Pés
19
NAS QUESTÕES DE 24 A 32 ASSINALE UM X NA RETA ABAIXO DE ACORDO
COM A SUA PERCEPÇÃO DE DOR NOS ÚLTIMOS 7 DIAS EM CADA PARTE DO
CORPO APRESENTADA. (CASO NÃO TENHA DOR, NÃO ASSINALE)
24. Pescoço Pouca dor Dor Intensa
25. Ombros
Pouca dor Dor Intensa
26.
Parte superior
das costas
Pouca dor Dor Intensa
27. Cotovelos
Pouca dor Dor Intensa
28.
Parte inferior
das costas
Pouca dor Dor Intensa
29. Punhos/Mãos
Pouca dor Dor Intensa
30. Quadril/Coxas
Pouca dor Dor Intensa
31. Joelhos
Pouca dor Dor Intensa
32. Tornozelos/Pés
Pouca dor Dor Intensa
20
QUESTÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA
Para responder às questões, lembre-se que:
• atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande
esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal;
• atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço
físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.
33. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por
pelo menos 10 minutos seguidos, ou seja, qualquer atividade que aumente MUITO sua
respiração ou batimentos do coração.
_______________Dias por SEMANA
Nenhum
34. Nos dias em que você faz essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos
seguidos, quanto tempo, no total, você gasta fazendo essas atividades por dia?
______________ horas/ minutos
Não faço atividades vigorosas
35. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades MODERADAS por
pelo menos 10 minutos seguidos, ou seja, qualquer atividade que aumente
MODERADAMENTE sua respiração ou batimentos do coração (por favor, não inclua
caminhada).
_______________Dias por SEMANA
Nenhum
36. Nos dias em que você faz essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos
seguidos, quanto tempo, no total, você gasta fazendo essas atividades por dia?
______________ horas/minutos
não faço atividades moderada
37. Em quantos dias de uma semana normal, você caminha por pelo menos 10 minutos
seguidos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para
outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
_______________Dias por SEMANA
Nenhum
38. Nos dias em que você caminha por pelo menos 10 minutos seguidos, quanto
tempo, no total, você gasta caminhando por dia?
______________ horas/minutos
não faço caminhadas

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A influência de projeto kaizen na saúde do operador

  • 1. 1 A influência de projeto kaizen na saúde do esmerilhador – um estudo de caso com aplicação da ginástica laboral para melhoria da qualidade de vida. Antonio José dos SANTOS (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil ) antoniodos.santos@bol.com.br Cyntia Fabiana LAUBE (Senai-SC, Pomerode, Brasil) cyntialaube@gmail.com Francisco Carlos Barbosa VILABOIM - (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil) vilaboim.bnu@hotmail.com Jackson Adriano SCHOLZE (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil) jackscholze@ig.com.br Milliana Costa Mendes CAVALHEIRO (Sesi-SC Blumenau, Brasil) millianamendes@gmail.com RESUMO Com a necessidade de aumento da produtividade para o desenvolvimento industrial, cada vez mais o ritmo das atividades na indústria é incrementado. Na busca pela manutenção da competitividade no cenário global, as empresas em geral aumentam suas metas de produção. A automação implementada em certas etapas do processo, para redução de tempo de ciclo, podem impactar em aumento de ritmo em operações manuais subsequentes, assim como atividades de Kaizen (melhoria contínua), sem o uso de técnicas de cronoanálise adequadas, visando à pura redução de tempo de ciclo, podem gerar fadiga precoce nos operadores durante a execução da atividade. Como proposta de impactar positivamente na qualidade de vida dos colaboradores, a ginástica laboral vem sendo aplicada como uma ferramenta para melhorar o desempenho dos colaboradores no local de trabalho, como também a prevenção de lesões, como doenças e lesões LER/DORT, adquiridas pelo uso repetitivo de movimentos na execução da atividade operacional. Este trabalho apresenta os efeitos causados em uma atividade de Kaizen que demandou maior ritmo dos funcionários e, como consequência, dores musculares excessivas geradas pelo aumento do ritmo. O estudo apresenta o resultado da redução do sentimento de dor apresentada pelos operadores após a aplicação de um método de Ginástica Laboral direcionado, com base no estudo dos grupos musculares mais utilizados. Palavras Chave: GINÁSTICA LABORAL, KAIZEN, PRODUTIVIDADE. ABSTRACT With the need for increased productivity to industrial development, the pace of activity in the industry is incremented. Searching for maintaining the competitiveness in the Global scenario, companies generally increase their production targets. The automation implemented in certain steps of the process for reduction cycle time can impact with increase the rate on subsequent manual operations. As kaizen activities (continuous improvement) without the use of appropriate techniques of Cycle Time Measurement, aiming only time cycle reduction can generate early fatigue on the operators during the execution of activity. As proposed positively impact on quality of life employees, labor
  • 2. 2 gymnastics has been applied as a tool to improve the performance of employees in the workplace, such as also the prevention of injury, such as Repetitive Stress Injury / Work-related musculoskeletal disorder, diseases and injuries acquired by repetitive movement's used of the operational activity. This paper presents the effects on an Kaizen activity that increased pace of officials and as a result pain excessive muscle generated by the increased pace . The study shows the effects on a Kaizen activity that required increased pace of employees and as a result excessive muscle pains generated. The study shows the result of reducing the feeling of pain presented by operators after applying a method of Gymnastics directed based on the study of the most used muscular groups. Keyword: LABOR GYMNASTICS, KAIZEN, PRODUCTIVITY 1. INTRODUÇÃO A ginástica laboral tem como proposta melhorar as condições biopsicossociais dos colaboradores, ou seja, proporciona melhores condições tanto física, social e ambiental, podendo ser usada como compensação para operadores de postos de trabalho que fazem uso excessivo de certos grupos musculares. Com o advento da era industrial teve início o processo de fabricação de produtos em massa e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, de aumentar a produção e de diminuir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos, associados a um esforço excessivo, o que fez com que muitos indivíduos passassem a sentir dores. Segundo Oliveira (2006), a ginástica laboral contém vários exercícios específicos como a realização de alongamentos, fortalecimento muscular, que são realizados nas dependências da empresa trabalhando a coordenação motora e realizando um sistema de relaxamento aos grupamentos musculares dos trabalhadores. É certo de que as sessões baseadas nesses exercícios estão mais propícias a beneficiarem os trabalhadores braçais que utilizam a força para realizarem a maioria de suas tarefas, porém nos setores informatizados em que as pessoas realizam trabalhos que exigem coordenação fina, movimentos repetitivos e delicados, permanecem longos períodos sentados durante a jornada de trabalho também se beneficiam dos resultados da prática da ginástica laboral. As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho (DORT) são, atualmente, causa de muitos debates quanto à nomenclatura, ao diagnóstico e ao tratamento. Há os que não acreditam em sua existência e os que ainda não se convenceram. O fato é que existem inúmeros trabalhadores com queixas de dor atribuídas às suas funções. A patologia é reconhecida pela atual Legislação Brasileira, gerando grande interesse nos meios médicos que realizam estudos e discussões tanto pelo ônus gerado ao governo, às indústrias e aos trabalhadores, quanto à possibilidade de contribuírem para uma melhor compreensão dessa patologia já considerada uma epidemia (Fundacentro, 2007)
  • 3. 3 2. OBJETIVO Mostram-se neste artigo os efeitos do aumento da produtividade à saúde de grupo de operadores após 12 meses do início do uso do layout dimensionado num evento Kaizen (Item -4) bem como apresentado também o estudo de caso para minimizar estes efeitos sobre os operadores, através da aplicação da ginástica laboral e os resultados obtidos após 06 (seis) meses de aplicação das ações. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 GINÁSTICAS LABORAIS A Ginástica Laboral não é uma atividade recente. Segundo Lima (2003), registros afirmam que esse tipo de atividade existiu na Polônia, em 1925. Essa Ginástica era destinada a operários e surgiu alguns anos depois na Holanda e na Rússia. Mas foi no Japão em 1928 segundo Alvarez (2002), que a Ginástica Laboral teve sua origem conhecida, ela era aplicada diariamente nos funcionários dos correios visando à descontração e ao cultivo da saúde. Após a II Guerra Mundial, este hábito passou a ser difundido por todo o Japão. De acordo com Alvarez (2002) antes da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, o trabalho do homem era realizado de maneira artesanal e com suas ferramentas rudimentares que dependiam muito do trabalho braçal do artesão. Nestas condições, o homem desenvolvia movimentos variados durante seu trabalho, estando sempre em locomoção.Com o passar do tempo as mudanças impostas pela Revolução Industrial implantaram um sistema baseado em máquinas e instrumentos mais elaborados desenvolvendo métodos de trabalho que exigem do trabalhador maior eficiência e movimentos repetitivos. Foram inventados máquinas e instrumentos que substituíram o trabalho do homem com eficácia, em determinadas funções. Surgiam, então, as administrações do trabalho, devido ao crescimento das indústrias, dando origem à produção em massa (FAYOL, 1964). Charles Chaplin, em seu filme “Tempos Modernos” (Charles Chaplin, 1936), retrata bem as consequências desta mecanização, seu personagem é um operário que passa o dia todo apertando parafusos, e quando a jornada termina ele continua repetindo os movimentos. Isto mostra que com a produção em série os funcionários especializam-se em tipo de atividade, ocasionando a monotonia dos movimentos repetitivos. Segundo Mendes e Leite, “no Brasil, a ginástica laboral, que precedia a ida dos funcionários aos postos de trabalho, foi introduzida em 1969 pelos executivos nipônicos da Ishikavajima Estaleiros, uma indústria de construção naval no Rio de Janeiro” (2004, p.1). A Ginástica Laboral compreende exercícios específicos de alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento realizado em diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de LER/DORT (Oliveira, 2006).Lima (2003) conceitua a Ginástica Laboral como “a prática de exercícios, realizada coletivamente, durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bem-estar individual, por intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular o seu próprio corpo”. Segundo Martins (2000), ginástica laboral nada mais é do que a combinação de exercícios específicos de alongamentos, fortalecimentos musculares, coordenação motora e relaxamentos realizados em diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como
  • 4. 4 objetivo principal prevenir e diminuir os casos de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e/ou Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) e a diminuição do estresse através dos exercícios de alongamento e de relaxamento complementados com atividades lúdicas e ações sócio-educativas, realizadas diariamente. Para Figueiredo e Alvão (2005), a Ginástica Laboral é uma atividade física realizada durante a jornada de trabalho, com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos, à ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis assumidas durante o período de trabalho. 3.2 DOENÇAS DO TRABALHO Atualmente a ginástica laboral tem apresentado um grande crescimento no Brasil, sendo vista como uma ferramenta importante no processo de desenvolvimento da qualidade de vida no trabalho e promoção da saúde (MACIEL, 2008). Assim, para que os programas de promoção da saúde do trabalhador nas empresas sejam eficazes, a ginástica laboral deve ir além dos “exercícios específicos” realizados no local de trabalho, pois deve trazer, gradativamente, informações que podem modificar o nível de conhecimento e a qualidade de vida das pessoas, que acarretará em benefícios pessoais e coletivos (ALVAREZ,2001). Ações que estimulem a prática de atividades físicas no ambiente ocupacional são bem- vindas, na perspectiva de promover a qualidade de vida do trabalhador e reduzir as despesas do empreendedor em função do afastamento temporário ou permanente de seus funcionários. Além disso, a ginástica laboral proporciona maior disposição para outras atividades do cotidiano, como atividades em família, com amigos e até mesmo a prática de atividades físicas fora do expediente de trabalho (LIMA, 2003). Desta forma, a ginástica laboral é considerada uma maneira eficiente de levar os trabalhadores à conscientização da importância da prática da atividade física regular, além de outros hábitos de vida saudáveis. 3.3 TIPOS DE GINÁSTICA LABORAL Estudos comprovam que pausas realizadas no início destes momentos de baixo rendimento tornam variáveis os retardos dos “sintomas improdutivos”. Pesquisas apontam que há três momentos, durante a jornada de trabalho, em que podem ser feitas as aulas de Ginástica Laboral: 3.3.1 Ginástica de Aquecimento ou Preparatória é aquela realizada antes da jornada de trabalho e tem como objetivo preparar o indivíduo para o início do trabalho, aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que sintam mais dispostos (Alves & Vale 2003). 3.3.2 Ginástica de Pausa ou Compensatória é praticada no meio do expediente de trabalho e tem como objetivo aliviar as tensões, fortalecer os músculos do trabalhador, além de interromper a monotonia operacional e, acima, promover exercícios específicos de compensação para os esforços repetitivos, estruturas sobrecarregadas e posturas solicitadas nos postos de trabalho. (Oliveira, 2006; Lima, 2003).
  • 5. 5 3.3.3- Ginástica de Relaxamento é praticada no final ou após o expediente de trabalho, e tem como objetivo proporcionar o relaxamento muscular e mental dos trabalhadores (Oliveira, 2006). Os profissionais habilitados devem orientar os funcionários, esclarecendo que alguns exercícios podem ser feitos em qualquer momento que o trabalhador sentir necessidade: antes, durante ou após o expediente de trabalho, pois cada um também é responsável por sua saúde. No Brasil, a jornada de trabalho é regulamentada pela Constituição Federal em art. 7º XIII e a CLT art. 58, não pode ultrapassar 8 horas diárias, salvo por algumas exceções. Hoje se encontra no meio industrial os maiores casos de Doenças Ocupacionais, devido às más condições do ambiente de trabalho.Entretanto, a Ginástica Laboral Corretiva visa combater e, principalmente, atenuar as consequências decorrentes de aspectos ecológicos ergonômicos inadequados ao ambiente de trabalho (Pimentel, 1999). A aplicabilidade dessa ginástica tem como objetivo trabalhar grupos específicos dentro da empresa, em conjunto com a área da medicina do trabalho, da enfermagem e da fisioterapia, com a finalidade de recuperar casos graves de lesões, de limitações e de condições ergonômicas. 3.3.4- Benefícios da Ginástica Laboral O aumento da jornada de trabalho e a monotonia dos movimentos repetitivos têm levado o funcionário à fadiga, devido ao pouco e inadequado descanso, a pessoa não se recupera totalmente, ocasionando problemas mais sérios, como é o caso do DORT, e também conhecido como lesões por esforço repetitivo (LER). Uma forma de intervenção nestes problemas é a atividade física, pois, por meio dela, os trabalhadores podem recuperar suas forças, relaxar e contribuir a diminuição dos problemas de saúde. Foi comprovado que o movimento é essencial ao ser humano, ele é um estimulo para o desenvolvimento ósseo muscular, cardiorrespiratório e nervoso, além de trazer benefícios psíquicos. A atividade física constitui uma parte integral do homem, e este necessita do mínimo de atividade para manter-se orgânica e emocionalmente sadio. Embora essencial, a atividade física encontra um obstáculo: o tempo. Devido às longas jornadas de trabalho, a maioria dos trabalhadores não dispõe de tempo para ir a uma academia, ou ao clube, e nem mesmo para caminhada diária. A Ginástica Laboral proporciona benefícios, tanto para o trabalhador, quanto para a empresa. Além de prevenir as LER/DORT, ela tem apresentado resultados mais rápidos e diretos com a melhora do relacionamento interpessoal e o alívio das dores corporais (Oliveira, 2006; Mendes, 2000). A Ginástica Laboral pode ser destacada como um método efetivo na prevenção da LER/DORT, já que ela garante o alongamento e melhora a articulação. Os exercícios podem ser feitos no mesmo local de trabalho e atuam de forma preventiva e terapêutica. 3.3.5 KAIZEN Segundo Hornburg (2009), para entender o kaizen, em primeiro lugar é preciso conhecer o significado desta palavra, “kaizen está dividida em duas palavras, no que KAI significa mudança e ZEN para melhor”. Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A filosofia do kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em casa – merece ser constantemente melhorado. (IMAI, 1994). Segundo Hornburg (2009), para entender o kaizen, em primeiro lugar é preciso conhecer o significado desta palavra, “kaizen está dividida em duas palavras, no que KAI
  • 6. 6 significa mudança e ZEN para melhor”. Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A filosofia do kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em casa – merece ser constantemente melhorado. (IMAI, 1994). Segundo Imai (1994), o conceito de kaizen surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, quando a grande maioria das empresas japonesas teve que começar do zero. Como todos os dias eram cheios de desafios para os gerentes e operários japoneses, o kaizen tornou se praticamente um meio de vida. De acordo com o autor, o kaizen começa com a detecção de algum problema, pois quando não há problemas não há potencial para melhoramento. De acordo com Dennis (2008), os grandes benefícios do kaizen são: Fortalecer a habilidade de membros da equipe de: Trabalhar como equipe; Liderar uma equipe; Pensar clara e logicamente; Resolver problemas; Desenvolver a confiança entre membros de equipe. Membros de equipe se sentem bem ao saber que contribuíram para o sucesso da empresa. Estão preparados para o próximo desafio; Atacar problemas cruciais com “centenas de mãos”. Segundo Dennis (2008), o kaizen acontece quando algum gerente tem algum problema para resolver, ele convoca então um evento kaizen para resolver o mesmo. Após um evento kaizen geralmente é realizada uma apresentação para alta gerência com os resultados do mesmo. Segundo Hornburg (2009), a base para o kaizen é a segurança baseada em passos seguros através de conhecimento simples e convencional. Os eventos kaizen não são orientados em função de resultados de curto prazo, mas sim, em função do processo, visando resultados a longo e médio prazo. De acordo com Imai (1994), “o kaizen funciona como uma pequena estufa para o cultivo de mudanças pequenas e contínuas”. Ele cita ainda que o kaizen não demande grandes investimentos, mas sim esforço e compromisso contínuos. Para o autor a estratégia do kaizen é desafiar constantemente os padrões existentes. Estes padrões existem para serem constantemente revisados e melhorados, pode-se observar como esse ciclo de melhoria contínua funciona e como interage entre as outras ferramentas da filosofia lean através da Figura 01.
  • 7. 7 É importante lembrar também que acordos devem ser firmados entre administração e MOD, para que nenhuma MOD seja demitida com os ganhos dos kaizens. (IMAI, 1994) 3.3.6 TEMPO DE CICLO Segundo Rother & Harris (2002), o tempo de ciclo é a frequência com que uma unidade acabada sai do final da célula de produção. Em algumas situações, é importante operar com tempos de ciclo abaixo do takt time para compensar os problemas na produção. De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o “takt time é o ritmo de produção necessário para atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade da linha ou célula.” ParaDennis (2008), o tempo de ciclo é o tempo real que leva para a realização de uma operação. O ideal é sincronizar o tempo de ciclo ao takt time, para conseguir atender aos clientes em tempo. Segundo Rother & Harris (2002), o tempo de ciclo é a frequência com que uma unidade acabada sai do final da célula de produção. Em algumas situações, é importante operar com tempos de ciclo abaixo do takt time para compensar os problemas na produção. De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o “takt time é o ritmo de produção necessário para atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade da linha ou célula.” Para Dennis (2008), o tempo de ciclo é o tempo real que leva para a realização de uma operação. O ideal é sincronizar o tempo de ciclo ao takt time, para conseguir atender aos clientes em tempo. Conforme Alvarez & Antunes (2001), o tempo de ciclo é definido em função dos tempos unitários de processamento para cada máquina/posto e do número de trabalhadores alocados na célula/linha. Neste caso o tempo de ciclo é o tempo de execução das atividades do posto de trabalho mais lento. 3.3.7 MTM - Methods-Time Measurement O MTM, Methods-Time Measurement, é um sistema de tempos pré-determinados que foi desenvolvido por H. B. Maynard, G. J. Stegemerten e J. L. Schwab em 1948. Tem como base o estudo de tempos e movimentos para melhorar as operações em uma linha de Fonte: Adaptado de LIKER & MEIER (2007) Figura 01 – Espiral de melhoria contínua.
  • 8. 8 produção. Conforme Meyers (1999), “provavelmente é o sistema de tempos pré-determinados de maior uso atualmente”.O MTM, conforme definição de seus autores, “analisa qualquer operação manual ou método em seus movimentos básicos requeridos para serem realizados e associa a cada movimento um padrão de tempo pré-determinado, o qual é estipulado pela natureza do movimento e as condições sob as quais é realizada” (Maynard, 1948). O MTM, Methods-Time Measurement, é um sistema de tempos pré-determinados que foi desenvolvido por H. B. Maynard, G. J. Stegemerten e J. L. Schwab em 1948. Tem como base o estudo de tempos e movimentos para melhorar as operações em uma linha de produção. Conforme Meyers (1999), “provavelmente é o sistema de tempos pré-determinados de maior uso atualmente”.O MTM, conforme definição de seus autores, “analisa qualquer operação manual ou método em seus movimentos básicos requeridos para serem realizados e associa a cada movimento um padrão de tempo pré-determinado, o qual é estipulado pela natureza do movimento e as condições sob as quais é realizada” (Maynard, 1948). Conforme Novaski e Sugai (2002), atualmente, o MTM oferece uma abordagem que, sem deixar de ser objetiva e metódica, adota uma postura mais atraente, especialmente, para os funcionários. A sua correta implantação atende às necessidades básicas de ergonomia dos colaboradores, além de dar eficiência às linhas de produção possibilitando uma real diminuição de custos. Sua evolução ininterrupta ao longo do tempo levou a uma consequente aceitação e confiabilidade no mercado. 4. O EVENTO KAIZEN. A busca por competitividade é hoje uma constante dentro das organizações com vistas à manutenção e até à ampliação do mercado atendido por seu produto, o que sugeriu à diretoria da empresa buscar a aculturação tecnológica para aprimorar seus níveis de produtividade no processo de rebarbação de peças em aço fundido, quando foi decidido pela realização de eventos kaizen, como projeto piloto no ano 2008. O artigo apresenta os efeitos do aumento da produtividade à saúde do operador após 12 meses do início do uso do layout dimensionado no evento kaizen como também, o estudo de caso para buscar minimizar estes efeitos sobre o operador, através de ginástica laboral, e ainda, os resultados obtidos após 06 (seis) meses de aplicação das ações. A avaliação da produtividade foi calcada numa família de peças, constituída por itens fundidos em aço carbono, com pesos máximo de 20,0 Kg e mínimo de 4,0 Kg, produzido no processo de rebarbação, num layout celular em "U".
  • 9. 9 4.1 O “GANHO” DE PRODUTIVIDADE Este projeto kaizen aplicado ao processo de rebarbação de peças fundidas teve como objetivo redução do lead time (tempo padrão) da rebarbação e aumento de produtividade, conforme Gráfico 01. Lê-se neste gráfico os resultados levantados em dois momentos, conforme figura 02; a)“ANTES DO PROJETO” Período de produtividade do processo de rebarbação das peças fundidas com o layout anterior ao projeto kaizen (lay out em “U”). b)“DEPOIS DO PROJETO” Período de produtividade do processo de rebarbação das peças fundidas com o layout criado pelo projeto kaizen (layout “one piece flow” em circuito fechado) Diagrama de espaguete (Antes) Diagrama de fluxo (Depois) Figura 02 – Diagrama de espaguete e fluxo. Fonte: SESI Gráfico 01– Comparativo de Produtividade. out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 MÉDIA DESVIO DA MÉDIA 17,25 8,83 9,41 7,19 6,21 4,10 6,52 6,97 12,06 14,62 8,43 13,71 9,61 5,84 4,37 3,58 2,95 2,61 1,55 1,43 1,64 2,03 5,55 7,36 7,00 3,83 151,14% LAY OUT KAIZEN LAYOUT ANTERIOR
  • 10. 10 O gráfico 01 apresenta um incremento de 151,14% à média da produtividade do período anterior após a adoção do novo layout. Este acréscimo na produtividade culminou no aumento do ritmo de trabalho dos operadores, após este período, impactando na saúde dos mesmos, que será apresentado no item 4.2. 4.2 - O SURGIMENTO DAS SINTOMATOLOGIAS MÚSCULOS-ESQUELÉTICOS Com a análise do gráfico 01, fica evidente o aumento expressivo de produtividade do grupo em questão. Porém, conforme já identificado por Isaac Newton, a toda ação corresponde uma reação. Desta forma o aumento de produtividade trouxe consequências físicas aos colaboradores envolvidos,visto que, estes não estavam condicionados fisicamente para os novos estímulos vindos da célula Kaizen. Com isto, por uma questão de tempo, os colaboradores envolvidos começaram a apresentar reclamações vindas com o surgimento de sintomatologias músculos-esqueléticos. Tal movimento tornou necessária a criação um grupo (SESMET) para discutir ações que eliminasse este problema, envolvendo o médico do trabalho e a equipe do programa de SESI GINÁSTICA NA EMPRESA, a qual já aplicava este programa aos colaboradores desta empresa. Após estudo do grupo atingido, criou-se um programa específico de exercícios que foram aplicados duas vezes ao turno em toda a equipe da célula de produção, o que demonstraremos a seguir. 4.3- PLANO DE AÇÕES PARA MINIMIZAR OS EFEITOS O “Programa SESI Ginástica na Empresa” em parceria com a empresa envolvida iniciou o projeto denominado: “SESI GINÁSTICA NA EMPRESA NO SETOR DE REBARBAÇÃO” tendo como objetivo, identificar o efeito da prática de ginástica laboral em relação às queixas de distúrbios músculos-esqueléticos do setor de rebarbação de peças em aço fundido. 4.4- PESQUISA E COLETA DE DADOS O projeto em questão, primeiramente, realizou o levantamento de dados, os quais permitissem uma análise fidedigna do grupo a ser estudado. Com isto, realizou-se a coleta de dados, contendo nesta pesquisa questões sobre: dados pessoais; condições de trabalho; queixas dolorosas; sua intensidade. A partir desta análise iniciou-se o estudo das funções as quais envolviam os colaboradores da linha Kaizen, o qual se identificou um rol de características que permeavam tais funções laborais. Com isto, levantaram-se dados como: funções da Linha kaizen; equipamentos utilizados; características dos equipamentos; movimentos; regiões musculares; angulações; repetições realizados durante as operações de trabalho. 4.5-METODOLOGIA DO PROJETO Após levantamento de dados, direcionaram-se os trabalhos para identificação dos exercícios a serem realizados, tendo como objetivo a redução das sintomatologias dolorosas.
  • 11. 11 Desta forma, definiu-se que seriam aplicadas duas aulas por turno, com duração de 10 minutos cada, direcionando à primeira aula a realização de exercícios com estímulos de resistência muscular nas regiões sinergistas da função laboral, tendo como objetivo condicioná-las a fim de auxiliarem com mais expressividade na realização dos movimentos laborais realizados pela musculatura agonista. Sendo que, para esta, utilizou-se na segunda aula, a aplicação de exercícios com estímulos de aumento de amplitude muscular e relaxamento, com o objetivo de distencioná-las durante a jornada de trabalho. As aulas de ginástica laboral, tendo como objetivos a aplicação dos estímulos musculares supracitados, tiveram a duração de seis meses. Sendo que, ao final deste período realizou pela segunda vez a aplicação a coleta de dados identificando os resultados a serem descritos em seguida. 4.6- RESULTADOS DO PROJETO Para efetivação da coleta de dados, foi aplicado um questionário contendo perguntas sobre os dados sócio-demográficos e também do trabalho. Para avaliar as sintomatologias músculos-esqueléticos foi aplicado o questionário de queixas músculos-esqueléticos proposto por Kuorinka et al (1987), sendo traduzido e adaptado para a realidade brasileira por Alexandre e Barros (2003). Este questionário é composto de quatro questões sobre a ocorrência de dor em nove regiões corporais, sendo as questões sobre: 1. Queixa de dor nos últimos doze meses; 2. Se essa dor impediu a realização de atividades de lazer ou de trabalho; 3. Procurou-se profissional de saúde por causa dessa dor; 4. Queixa de dor nos últimos sete dias precedentes a aplicação do questionário. Foi acrescida a pergunta se essa dor, na percepção da respondente, possuía relação com o trabalho, tanto na queixa de dor nos últimos doze meses como nos últimos sete dias. Para avaliar a percepção dos pesquisados quanto à intensidade de dor em cada segmento corporal investigado no questionário foi utilizada uma escala visual analógica de 10 centímetros, conforme figura 05. Porém, os resultados obtidos apresentam eficácia no que tange o alcance da última questão, relacionada à identificação sintomatologias dolorosa nos últimos sete dias - visto que o projeto teve duração de seis meses, não sendo viável a elasticidade dos resultados nas questões relativas há 12 meses. As tabelas 01 e 02 abaixo têm como objetivo evidenciar os índices de sintomatologias identificados pelo publico participante antes e depois de participar do projeto. Tabela 02: índices de sintomatologias depois da implementação do projeto de Ginástica laboral Fig. 05: Escala visual analógica de dor Fonte: SESI Formatado: Recuo: À esquerda: 0
  • 12. 12 PARTES CORPORAIS Do total de 07 operadores frequência Número de operadores frequência Do total de 07 operadores frequência Número de operadores frequência Pescoço 3 42,9% 0 0,0% 3 42,9% 0 0,0% Ombro s 4 57,1% 0 0,0% 4 57,1% 0 0,0% Part e superior das cost as 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0% C ot ovelos 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% Part e Inf erio r das cost as 2 28,6% 0 0,0% 2 28,6% 0 0,0% Punhos/ mãos 2 28,6% 1 14,3% 2 28,6% 1 14,3% Quadril/ C oxas 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0% Jo elho s 1 14,3% 0 0,0% 1 14,3% 0 0,0% To rnozelos/ Pés 1 14,3% 1 14,3% 0 0,0% 0 0,0% Fonte: SESI LEVANTAMENTO DE ÍNDICES SISTOMATOLÓGICOS Nos últimos 7 dias você teve algum problema no; Em sua percepção esses problemas (referentes aosúltimos7dias) estão relacionados ao seu trabalho? ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS A partir da observação da tabela 02, conclui-se que, depois de seis meses realizando duas sessões de ginástica laboral com a metodologia anteriormente descrita, os participantes perceberam diminuição de 100% as sintomatologias dolorosas nas regiões do pescoço, ombros, parte superior das costas, cotovelos, punhos/mãos, parte inferior das costas, quadril/coxas e joelhos. Sendo que nas regiões dos cotovelos, sendo a única região que continuou a ser apontada, porém com diminuição na intensidade sentida, passando de intensidade 06 para 03 (fig-06). Fig. 06: Escala visual analógica de dor – redução do sentimento de intensidade de dor em corporal O projeto em questão foi aprovado pela empresa, a qual incentivou a continuação deste por tempo indeterminado. Porém, para tal continuação efetiva, necessário seria a adaptação de uma sala equipada e direcionada a realização do projeto (com equipamentos auxiliares à ginástica), estrutura a qual não foi cedida pela empresa por dificuldades de infraestrutura. Entretanto, o projeto continuou aplicando Ginástica Laboral direcionada, especialmente criada para o grupo, mas diferente do método utilizado durante o período da pesquisa (seis meses) os quais tornaram possíveis os resultados visualizados na tabela 02, mas fato o qual torna inviável a coleta de dados atuais para reavaliação do projeto. Fonte: SESI 3 6
  • 13. 13 5- CONCLUSÃO Almeida (2008) afirma que “o aumento de produtividade não pode ser pensado como uma melhoria em curto prazo. Para que a produtividade seja aumentada de maneira consciente, deve-se atentar para a ergonomia dos postos e atividades dos operadores”. Assim, é importante notar que em muitos casos, os efeitos dos problemas ergonômicos (análise do mobiliário usado, condições dos equipamentos, ferramentas e preparo físico dos operadores) podem ser notados somente no longo prazo. Se não houver análise ergonômica quando um método de trabalho é proposto com base, por exemplo, no método MTM, é provável que futuramente os trabalhadores sofram as consequências, podendo inclusive diminuir a produtividade e acarretar em prejuízos para a organização. No estudo de caso apresentado neste artigo, o resultado do plano de ação implementado, mostra que a ginástica laboral aplicada por profissionais capacitados trouxe ótimos resultados aos operadores, minimizando os efeitos de dor, através da rotina de ginástica laboral com estimulação dos grupos musculares mais exigidos durante as atividades dos operadores. Como proposta de novos estudos seria a criação de um índice de fadiga por posto de trabalho, utilizando técnicas de MTM para avaliação de frequência de movimentos em conjunto com o nível de esforço exigido, desta forma seria possível antecipar o impacto de alterações de ritmo em postos de trabalho nos operadores, agindo de forma preventiva, reduzindo e até evitando a possibilidade de lesões aos operadores.
  • 14. 14 6- REFERÊNCIAS ALEXANDRE NMC, BARROS ENC. Cross-cultural adaptation of the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev. 2003; 50(2):101-7. ALMEIDA, D.L.M. Análise da aplicação do método MTM em empresas de manufatura: estudos de caso. 2008. 159f (Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2008. ALVAREZ, R. R.; ANTUNES JR., J. A. V. Takt time: contexto e contextualização dentro do Sistema Toyota de Produção. Revista Gestão & Produção, v. 8, n. 1, p. 01-18, abr. 2001. ALVAREZ, B. R. O papel da ginástica laboral nos programas de promoção da saúde. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE, 3., 2001, Florianópolis. Anais do 3º Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde, Florianópolis: UFSC, 2001. p.17-18. ALVAREZ, B. R. Estilo de vida e hábitos de lazer de trabalhadores, após 2 anos de aplicação de programa de ginástica laboral e saúde: caso Intelbras. 2002. 172 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. ALVES, S.; VALE, A. Ginástica Laboral - Caminho para uma Vida mais Saudável no Trabalho. Revista Cipa – Benefícios da Ginástica no Trabalho. São Paulo, n. 232, v. 20, mar., 1999. p. 30-43. DENNIS, Pascal. Produção Lean Simplificada: Um guia para entender o sistema de produção mais poderoso do mundo. Tradução: Rosália Angelita Neumann Garcia. – Porto Alegre: Bookman, 2008. FAYOL, H. Administração industrial e geral. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1964. FIGUEIREDO F, ALVÃO MA. Ginástica laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. FUNDACENTRO. LER/ DORT. 2007 Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/Acesso em 10/04/2012. HORNBURG, Sigfrid. Métodos para Eventos Gemba Kaizen. 2009 Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. IMAI, Massaki. KAIZEN – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. 5ª Ed. São Paulo: Instituto IMAM,1994. Kuorinka I, Jonsson B, Kilbom A, Vinterberg H, Biering-Sorenson F, Andersson G, Jorgensen K (1987): Standardized Nordic questionnaires for the analysis of musculoskeletal symptoms. Appl Ergon 18:233–237. LIMA DG.Ginástica laboral: metodologia de implantação de programas com abordagem ergonômica. Jundiaí, SP: Fontoura, 2003.
  • 15. 15 LIKER, JEFFREY K.; MEIER, DAVID. O Modelo Toyota: Manual de Aplicação.Porto Alegre: Bookman, 2007. MACIEL, M. G. Ginástica Laboral: instrumento de produtividade e saúde nas empresas. Rio de Janeiro: Shape, 2008. MARTINS, C. O., DUARTE, M. F. S. Efeitos da Ginástica Laboral em servidores da reitoria da UFSC. Revista Brasileira Ciência e Movimento. Brasília, 2000. 110p. Tese (Programa de Pós Graduação em engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina. MAYNARD, H.B., Stegemerten, G.J. & Schwab, J.L. (1948). Methods-time Measurement. New York: McGraw-Hill. MENDES RA. Ginástica laboral: implantação e benefícios nas indústrias da cidade industrial de Curitiba. Curitiba, PR: Centro Federal de Educação Tecnológica (Dissertação de Mestrado em Tecnologia), 2000. MENDES, A. Ricardo; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: Princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole. 2004. MEYERS, Fred E., Motion and Time Study: for lean manufacturing, 2ª edição, New Jersey. Prentice-Hall, Inc., 1999. Novaski O, Sugai M. MTM COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS, O taylorismo aplicado com sucesso nas empresas de hoje. www.producaoonline.inf.br. ISSN 1676 - 1901 / Vol. 2/ Num. 2/ Outubro de 2002. OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Trad. Cristina Schumacher. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. OLIVEIRA JRGO. A prática da ginástica laboral. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. PIMENTEL GGA. A ginástica laboral e a recreação nas empresas como espaço de intervenção da educação física no mundo do trabalho. Corpo ciência 1999;3: 57-70. ROTHER, Mike; HARRIS, Rick. Criando o Fluxo Contínuo: Um guia de ação para gerentes, engenheiros e associados da produção. 1ª Ed. São Paulo: Lean Institute Brasil, 2002.
  • 16. 16 7- ANEXOS INSTRUMENTO DE PESQUISA PROJETO “SESI GINÁSTICA NA EMPRESA NO SETOR REBARBAÇÃO – CÉLULA KAIZEN” Código QUESTÕES SOBRE DADOS PESSOAIS 01. Idade: _________ anos completos 02. Peso: ___________ kg 03. Estatura: ____________ metros 04. Seu estado conjugal atual é: Solteiro Casado / Vive com companheira Separado / Divorciado Viúvo 05. Você estudou até o: Ensino Fundamental incompleto Ensino Fundamental completo (terminou a 8ª série) Ensino Médio incompleto (não terminou o 3º colegial) Ensino Médio completo (terminou o 3º colegial) Faculdade incompleta Faculdade completa 06. Você fuma? Não Sim, ______________ CIGARROS POR DIA
  • 17. 17 07. Você bebe? Não Sim, bebo em ocasiões especiais, como festas, aniversários, churrascos, etc. QUESTÕES SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO 08. Qual sua Função? ___________________________________ 09. Quanto tempo em média você passa trabalhando num dia de trabalho normal ? até 08 horas de 08 a 10 horas de 10 a 12 horas mais de 12 horas 10. Há quanto tempo você trabalha nesta empresa? ____________ ANOS ____________ MESES 11. Há quanto tempo você trabalha neste setor? _________ ANOS _________ MESES 12. Qual o seu turno de trabalho atual? 05h as 13h 13h as 22h 13. Além deste emprego, você tem mais algum trabalho ou outra atividade que lhe dê rendimento? Não Sim, no mesmo ramo (casa, empresa, loja, etc) Sim, em outro ramo. Qual? _______________________________________________ 14. Há quanto tempo você trabalha em mais de um local? __________ ANOS __________ MESES LEVANTAMENTO DE ÍNDICES SISTOMATOLÓGICOS Nos últimos 7 dias você teve algum problema no; Em sua percepção esses problemas (referentes aosúltimos7dias) estão relacionados ao seu trabalho? ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS PARTES CORPORAIS Do total de 07 operadores frequência Número de operadores frequência Do total de 07 operadores frequência Número de operadores frequência 15- Pescoço 16- Ombros 17- Parte superior das costas
  • 18. 18 18- Cotovelos 19- Parte Inferior das costas 20- Punhos/mãos 21- Quadril/Coxas 22- Joelhos 23- Tornozelos/Pés
  • 19. 19 NAS QUESTÕES DE 24 A 32 ASSINALE UM X NA RETA ABAIXO DE ACORDO COM A SUA PERCEPÇÃO DE DOR NOS ÚLTIMOS 7 DIAS EM CADA PARTE DO CORPO APRESENTADA. (CASO NÃO TENHA DOR, NÃO ASSINALE) 24. Pescoço Pouca dor Dor Intensa 25. Ombros Pouca dor Dor Intensa 26. Parte superior das costas Pouca dor Dor Intensa 27. Cotovelos Pouca dor Dor Intensa 28. Parte inferior das costas Pouca dor Dor Intensa 29. Punhos/Mãos Pouca dor Dor Intensa 30. Quadril/Coxas Pouca dor Dor Intensa 31. Joelhos Pouca dor Dor Intensa 32. Tornozelos/Pés Pouca dor Dor Intensa
  • 20. 20 QUESTÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA Para responder às questões, lembre-se que: • atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal; • atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal. 33. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos seguidos, ou seja, qualquer atividade que aumente MUITO sua respiração ou batimentos do coração. _______________Dias por SEMANA Nenhum 34. Nos dias em que você faz essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos seguidos, quanto tempo, no total, você gasta fazendo essas atividades por dia? ______________ horas/ minutos Não faço atividades vigorosas 35. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos seguidos, ou seja, qualquer atividade que aumente MODERADAMENTE sua respiração ou batimentos do coração (por favor, não inclua caminhada). _______________Dias por SEMANA Nenhum 36. Nos dias em que você faz essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos seguidos, quanto tempo, no total, você gasta fazendo essas atividades por dia? ______________ horas/minutos não faço atividades moderada 37. Em quantos dias de uma semana normal, você caminha por pelo menos 10 minutos seguidos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? _______________Dias por SEMANA Nenhum 38. Nos dias em que você caminha por pelo menos 10 minutos seguidos, quanto tempo, no total, você gasta caminhando por dia? ______________ horas/minutos não faço caminhadas