O documento resume as principais características do bioma Cerrado brasileiro, incluindo sua localização geográfica, clima, solo, vegetação, fisionomias, biodiversidade e ameaças atuais como desmatamento e fragmentação de habitat.
2. • O cerrado corresponde a 1/3 da biota
brasileira.
•Aproximadamente
1,8 ou 2,0 milhões
de Km2
se
adicionarmos as
áreas periféricas
encravadas em
outros domínios
vizinhos.
ÁREA
3. Representado no
centro do país, a sua
área corre o domínio
do cerrado e estende-
se de um extremo ao
outro do Mato Grosso
do Sul ao Piauí em
seu eixo maior.
Sul e sudeste:
Floresta Atlântica
Leste:
vegetação
de Caatinga
nordestina
Oeste:
Floresta
Amazônica
Geograficamente, a
região dos cerrados
situa-se em um local
estratégico que facilita
o intercâmbio florístico
e faunístico entre os
domínios brasileiros.
4. • Mais de 90% da
precipitação ocorrem
de outubro a março,
demarcando duas
estações climáticas
distintas: a chuvosa
e a seca.
•Tropical sazonal de inverno seco.
•Precipitação média anual de 1.500 mm.
CLIMA
•Temperatura média em torno de 22 - 23ºC.
5. • Na sua maioria ricos em
argila e óxidos de ferro,de
cor vermelha ou vermelha
amarelada.
• Profundos, porosos,
permeáveis, bem drenados
e intensamente lixiviados.
• Pequena capacidade de
retenção de água.
• Teor ácido com pH que pode variar de
menos de 4 a pouco mais de 5.
SOLO
6. •Tóxico para a maioria das plantas
agrícolas devido aos altos índices de Al+3
.
•Teor de matéria orgânica é pequeno, com
lenta decomposição do húmus em função
do longo período de seca.
SOLO
• A correção do pH e a
adubação podem tornar
o solo fértil e produtivo,
seja para a cultura de
grãos ou de frutíferas.
7. De modo geral podemos
distinguir dois estratos na
vegetação dos cerrados.
• Árvores com troncos
tortuosos, súber espesso
e longas raízes
subterrâneas atingindo 10,
15 ou mais metros de
profundidade.
A - Estrato lenhoso :
VEGETAÇÃO
8. • Raízes superficiais, indo
até pouco mais de 30 cm.
B - Extrato herbáceo/arbustivo:
• Formado por
espécies perenes com
órgãos subterrâneos
de resistência que lhe
garantem sobreviver à
seca e ao fogo.
9. São responsáveis pela formação de 4, 5,
6 ou mais toneladas de palha por ha/ano.
Um combustível que facilmente se inflama
favorecendo a ocorrência e propagação
das queimadas no cerrado.
• Ramos aéreos
anuais que secam e
morrem durante a
estação seca.
B - Extrato herbáceo/arbustivo:
10. FISIONOMIAS DO CERRADO
Em termos fisionômicos o Cerrado é uma
savana tropical, ou seja, um bioma no qual
árvores e arbustos coexistem com uma
vegetação rasteira formada principalmente
por gramíneas.
As árvores e arbustos distribuem-se
esparsamente pela vegetação rasteira e
raramente formam uma cobertura arbórea
contínua, determinando desde formas
campestres abertas, como os campos limpos
de cerrado, até formas relativamente densas
florestais como o cerradão.
11.
12. • A disponibilidade de água ou
profundidade do lençol freático.
• A ação do homem.
Estas fisionomias aparecem
distribuídas de acordo com:
• A quantidade de nutrientes no solo.
• As características das queimadas de
cada local (freqüência,época,intensidade).
14. Presença de pequena quantidade dePresença de pequena quantidade de
arbustos, que se distribuem de formaarbustos, que se distribuem de forma
bem espaçada por entre o estradobem espaçada por entre o estrado
herbáceo mais predominanteherbáceo mais predominante..
15. Vegetação campestre, com predomínio deVegetação campestre, com predomínio de
gramíneas, pequenas árvores e arbustosgramíneas, pequenas árvores e arbustos
bastante esparsos entre si. Pode tratar-sebastante esparsos entre si. Pode tratar-se
de transição entre campo e demais tipo dede transição entre campo e demais tipo de
vegetação ou às vezes resulta davegetação ou às vezes resulta da
degradação do cerrado.degradação do cerrado.
16. Presença de arbustos e árvores quePresença de arbustos e árvores que
raramente ultrapassam 6 metros de altura,raramente ultrapassam 6 metros de altura,
recobertos por cascas espessas comrecobertos por cascas espessas com
folhas coriáceas e caules tortuosos, quefolhas coriáceas e caules tortuosos, que
se distribuem por entre a vegetaçãose distribuem por entre a vegetação
rasteira (herbácea).rasteira (herbácea).
17. Esta é a fisionomia de maiorEsta é a fisionomia de maior
biodiversidade. Apresenta árvores debiodiversidade. Apresenta árvores de
grande portegrande porte com altura entre 8 e 15com altura entre 8 e 15
metros (cobertura arbórea entre 50 e 90%)metros (cobertura arbórea entre 50 e 90%) ..
O estrato herbáceo, como na maioria dasO estrato herbáceo, como na maioria das
formações florestais, apresenta-seformações florestais, apresenta-se
escasso.escasso.
18. OUTRAS FORMAÇÕES
DO DOMÍNIO CERRADO
MATA CILIAR:
• Sua ocorrência é
favorecida pelas condições
físicas locais, relacionada,
em especial, à maior
umidade do solo.
• Vegetação que cresce ao
longo dos cursos d'água e
linhas de drenagem.
19. Matas-de-galeria:
• A sobreposição de copas
promove uma cobertura
vegetal de 70 a 95%.
• Vegetação de grande
porte (20-30 metros) que
ocorre ao longo de
pequenos e córregos
formando "galerias".
• As espécies são perenes,
sem perda de folhas
durante a seca.
20. VEREDAS:
• As veredas são sempre
encontradas em solos
hidromórficos em locais de
afloramento do lençol
freático, próximas a
nascentes ou na borda das
matas de galeria,
circundadas por campo
limpo.
• O buritizeiro (Mauritia vinifera)
e certas gramíneas são as
espécies principais na
vereda.
21. A ÁGUA É UM FATOR
LIMITANTE PARA A
VEGETAÇÃO DO CERRADO??
Com uma longa estação seca, a vegetação
do Cerrado,tem aspectos que costumam
ser interpretados como adaptações a
ambientes secos. (xeromorfismo)
Árvores de
pequeno a médio
porte e de copa
rala.
Folhas endurecidas,
com superfície
brilhante e, não raro,
recoberta por pêlos.
FATOS A FAVOR:
Suber
espesso
22. •Observa-se o crescimento
de Eucalyptus, mangueiras,
abacateiros, cana-de-
açúcar, laranjeiras, etc sem
necessidade de irrigação.
FATOS CONTRA:
• Mesmo durante a seca as folhas das
árvores perdem razoáveis quantidades de
água por evaporação.
•Muitas espécies arbóreas
do cerrado florescem em
plena estação seca.
23. A água não é fator limitante para o
estrato arbóreo-arbustivo, pois estas
possuem raízes pivotantes profundas
(10, 15, 20 m) que retiram água do lençol
freático.Apenas o estrato herbáceo-arbustivo,
devido às suas raízes pouco profundas,
sofre com a seca, cuja parte epigéia se
desseca e morre, embora suas partes
hipogéias se mantenham vivas,
resistindo sob a terra às agruras da
seca.
CONCLUSÕES:
24. O aspecto do estrato arbóreo não é
devido à falta d’água, que por isso,
apresentaria um pseudoxeromorfismo,
mas sim devido à escassez de nutrientes
do solo.
Diz-se, então, que a vegetação apresenta
um escleromorfismo oligotrófico ou, em
outras palavras, "um aspecto muito duro
devido à falta de nutrição".
CONCLUSÕES:
25. A tortuosidade dos
troncos e o espesso
suber das árvores do
cerrado encontram
explicação na ação do
fogo que, repetidas
vezes, queima o
meristema apical das
árvores, favorecendo
o brotamento das
gemas laterais.
CONCLUSÕES:
26. O FOGO
O fogo é de extraordinária importância
para o bioma do cerrado, seja pelos
múltiplos e diversificados efeitos
ecológicos que exerce, seja por ser ele
uma excelente ferramenta para o
manejo de áreas de cerrado, com
objetivos conservacionistas.
27. EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
• Remineralização da
biomassa e transferência
de nutrientes sob forma de
cinzas, favorecendo o
estrato herbáceo/arbustivo
• Rebrotamento com
produção de flores, em
muitos casos, em função
da eliminação total das
partes aéreas das plantas.
28. Sincronização do processo de
floração de várias espécies
diferentes, facilitando a
polinização cruzada e o
conseqüente aumento da
biodiversidade.
EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
29. EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
• Dispersão de sementes (anemocoria),
devido à eliminação da palha seca que se
acumula sobre o solo.
• Germinação de sementes
pirofíticas.
• Os insetos polinívoros e
nectarívoros beneficiam-se
com a resposta floral das
plantas após a passagem
do fogo.
30. • As flores algum tempo depois produzirão
frutos e sementes que alimentarão outros
animais.
EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
•O próprio
rebrotamento
vegetativo é de
grande importância
para aqueles que se
alimentam de folhas
e brotos tenros.
31. EFEITOS ECOLÓGICOS DO FOGO
• Morte de espécies que compõem os
ecossistemas florestais pois estas não
possuem adaptações ao fogo.•Redução da densidade
de árvores
transformando áreas de
cerradão em campos
sujos e até em campos
limpos com o
comprometimento da
biodiversidade animal e
vegetal. Empobrecimento
do solo.
32. MANEJO DO FOGO
O manejo adequado do fogo em nossas reservas
de cerrado pode constituir-se em eficiente meio
para a preservação da flora e da fauna.
Queimadas em rodízio, em parcelas pequenas e
com regimes próprios, reduziriam os riscos de
grandes incêndios acidentais,permitiriam às
plantas completar seus ciclos biológicos,
acelerariam a ciclagem dos nutrientes minerais e
aumentariam a produtividade dos ecossistemas,
além de suprir os animais com alimento durante
os difíceis meses de seca. A mortalidade também
seria reduzida, uma vez que os animais
disporiam de áreas não queimadas, onde
poderiam se refugiar.
33. BIODIVERSIDADE
O cerrado possui um terço da
biodiversidade do nosso país, ou seja, de
cada 100 espécies de seres vivos
brasileiros, cerca de 33 vivem por lá.
É considerado o segundo maior bioma do
Brasil, isto é, o segundo maior conjunto
de espécies animais e vegetais que vivem
em uma mesma área, atrás apenas da
Amazônia.
34. Sua flora riquíssima apresenta mais de
10.000 espécies de plantas, sendo 4.400
endêmicas dessa área.
A fauna apresenta 837 espécies de aves;
161 espécies de mamíferos (19 endêmicas);
150 espécies de anfíbios, (45 endêmicas);
120 espécies de répteis, (45 endêmicas).
Apenas no Distrito Federal, há 90
espécies de cupins, mil espécies de
borboletas e 500 espécies de abelhas e
vespas.
35. AMEAÇAS AO CERRADO
A partir da década de
1960, com a
interiorização da
capital e a abertura de
uma nova rede
rodoviária, largos
ecossistemas deram
lugar à pecuária e à
agricultura extensiva,
como a soja, arroz e ao
trigo.
36. A expansão e a modernização da agropecuária no
Cerrado gerou impactos econômicos positivos, com o
posicionamento do Brasil como um dos maiores
produtores internacionais de grãos e a conseqüente
geração de divisas.
A ocupação do Cerrado,no entanto, também
aumentou as diferenças sociais e vêm provocando
custos ambientais bastante elevados como a visível
AMEAÇAS AO CERRADO
fragmentação do ambiente natural, a perda da
biodiversidade, a invasão de espécies exóticas - que
destroem as nativas -, a erosão do solo, a poluição
da água, a degradação da terra, o uso pesado de
agroquímicos, o desequilíbrio no ciclo de carbono e
as mudanças climáticas.
37. •A destruição e a fragmentação de habitats
consistem, atualmente, na maior ameaça à
integridade desse bioma.
•Cerca de 80% do Cerrado já foi modificado
pelo homem.
Somente 19,15% corresponde a áreas
nas quais a vegetação original ainda está
em bom estado.
•60% da área total é destinada à pecuária
e 6% aos grãos, principalmente soja..
AMEAÇAS AO CERRADOAMEAÇAS AO CERRADO
38. A cada ano, estima-se que dois milhões
de hectares do cerrado são desmatados,
sendo que as áreas mais afetadas estão
em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás e Minas Gerais, além do oeste da
Bahia.
Se a degradação continuarSe a degradação continuar
o cerrado poderáo cerrado poderá
desaparecer até 2030.desaparecer até 2030.
AMEAÇAS AO CERRADO
39. AMEAÇAS AO CERRADO
• Apenas 4,1% do Cerrado se encontram
legalmente protegidos.
• Poucas são as nossas unidades de
conservação, com áreas bem significativas,
onde o Cerrado é o bioma dominante.
• Entre elas podemos mencionar: o Parque
Nacional das Emas, o Parque Nacional Grande
Sertão Veredas, o Parque Nacional da Chapada
dos Guimarães, o Parque Nacional da Serra da
Canastra, o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros e o Parque Nacional de Brasília.
40. Recentemente, uma série de ações por parte dos
legisladores tem buscado amenizar os erros do
passado cometidos para com este bioma, atitudes
como a Proposta de Emenda à Constituição n° 141
de 1992, o código florestal brasileiro e uma série de
decretos a nível municipal, estadual e federal, tem
gerado subsídios para a implementação de ações
que visem a conservação e recuperação da área do
cerrado.
Se considerarmos que cerca de 45% da área do
Domínio do Cerrado já foram convertidos em
pastagens cultivadas e lavouras diversas, é
extremamente urgente que novas unidades de
conservação representativas dos cerrados sejam
criadas ao longo de toda a extensão deste Domínio.
41. O governo e diversos setores organizados
da sociedade debatem como conservar o
que restou do Cerrado, embasadas no uso
adequado dos recursos priorizando
iniciativas que possibilitem um modelo de
desenvolvimento sustentável e justo.
Projetos que visam o resgate e a
manutenção da biodiversidade do Cerrado,
estudam a implementação de corredores
ecológicos que evitam o isolamento das
áreas protegidas, garantindo o trânsito de
espécies por um mosaico de unidades
ambientalmente sustentáveis
A palavra Domínio deve ser entendida como uma área do espaço geográfico, com extensões subcontinentais, de milhões até centenas de milhares de Km2, onde predominam certas características morfoclimáticas e fitogeográficas, distintas daquelas predominantes nas demais áreas. Não se deve, pois, confundir o Domínio com o Bioma. No Domínio do Cerrado predomina o Bioma do Cerrado. Todavia, outros tipos de Biomas também estão ali representados.
Dentro deste espaço caberiam Alemanha Oriental, Alemanha Ocidental, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Portugal, França, Grã-Bretanha, Holanda, Suíça, cujas áreas somadas perfariam 1.970.939 km2. Haveria ainda uma pequena sobra de espaço. Isto nos dá bem uma idéia da grandiosidade deste domínio, tipicamente brasileiro.
Área nuclear: Goias, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul do Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal. Áreas Marginais: região centro sul do Maranhão e norte do Piauí, Rondônia, 1/5 do estado de São Paulo e os estados de Rondônia e Amapá.
A precipitação durante o período chuvoso pode ser irregular, havendo dias de chuva intensa intercalados com períodos curtos de estiagem. Tais períodos são conhecidos por "veranicos" e podem ser danosos ao crescimento de algumas culturas, dependendo de sua duração.
Íons Fe de Mn também contribuem para a toxidez do solo, resultando em um solo profundamente distrófico e impróprio para a agricultura. Isto é o que se faz em nossa grande região produtora de soja, situada, como se sabe, em solos de cerrado de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul etc.
A primeira figura do slide trata-se de um xilapódio.
Fitofisionomia herbácea pode ocorrer em diferentes tipos de solo e condições de topografia. No entanto, é mais comum nas encostas, nas chapadas, nos olhos d’água ou nascentes, circundando veredas ou nas bordas de matas de galeria.
Apresenta-se como campo limpo seco, campo limpo úmido ou campo limpo com murundus.
Esse tipo de formação se ressente com a estação seca, e acaba sendo alvo de incêndios anuais, até mesmo espontâneos.
As árvores de cerradão apresentam uma estrutura física diferente das demais áreas de cerrado. São altas não possuem suber espesso nem folhas coreáceas, sendo pouco resistentes ao fogo.
No espaço do Domínio do Cerrado, nem tudo que se encontra é Bioma de Cerrado. Veredas, Matas Galeria, Matas Mesófilas de Interflúvio, são alguns exemplos de representantes de outros tipos de Bioma, distintos do de Cerrado, que ocorrem em meio àquele mesmo espaço.
O suber espesso além de servir como um isolante térmico protegendo os tecidos internos da planta contra a ação do fogo, é também um fator de proteção contra a radiação e o calor intensos das áreas mais abertas do cerrado.
A deficiência de nutirentes no solo dificulta muito a produção de proteínas nas plantas, e o excesso de carboidratos se acumula em estruturas que dão às plantas o aspecto xeromórfico: súber espesso, cutículas grossas e excessivo esclerênquima (tecido de sustentação com células de paredes reforçadas). A hipótese do escleromorfismo oligotrófico não foi verificada. Mitos estudiosos afirmam que a vegetação do cerrado tem o como fatores seletivos o solo distrófico, o fogo e extenso período de seca a qual a vegetação é submetida.
A ação seletiva do fogo priorizou a sobrevivência de árvores com o súber bem desenvolvido que tem uma ação protetora impedindo a morte dos tecidos internos que logo se manifestam na formação de inúmeras gemas que surgem promovendo o desenvolvimento da planta após a passagem do fogo.
Existem hoje indicações de que estes nutrientes, uma vez na superfície do solo, não são profundamente lixiviados pela água das chuvas, mas, ao contrário, seriam rápida e avidamente reabsorvidos pelos sistemas radiculares mais superficiais, principalmente do estrato herbáceo. De certa forma, o fogo transferiria nutrientes do estrato lenhoso para o herbáceo, beneficiando a este último. Todavia, durante uma queimada grande parte dos nutrientes é perdida para a atmosfera como fumaça. Estes nutrientes em suspensão na atmosfera acabam por retornar ao solo, seja por gravidade, seja por arraste pelas gotas de chuva. Se as queimadas acontecessem em intervalos de 3 anos, o "pool" de nutrientes no ecossistema local praticamente não sofreria prejuízos.
Existem espécies no cerrado que dependem da passagem do fogo para florescer e assim, completarem seus respectivos ciclos de vida.
A palha seca que se acumula sobre o solo que impede ou embaraça o deslocamento das sementes. Na primeira figura deste slide temos sementes pirofíticas no chão do cerrado
O número de vertebrados de maior porte mortos pode variar. Vertebrados de pequeno e médio porte,muito mias numerosos, refugiam-se em buracos existentes no solo.
Como a vegetação lenhosa, embora tolerante, é bem mais sensível à ação do fogo, queimadas freqüentes acabam por reduzir substancialmente a manutenção e a renovação das árvores e arbustos, diminuindo progressivamente sua densidade. Em conseqüência, cerradões acabam por abrir sua fisionomia, transformando-se em campos cerrados, campos sujos ou até campos limpos. Assim, como o fogo freqüentemente abre a vegetação lenhosa, a proteção contra ele permite o inverso, isto é, campos sujos, por exemplo, podem transformar-se em cerradões depois de algumas décadas.
O Cerrado perde 2,6 campos de futebol por minuto de sua cobertura vegetal. Essa taxa de desmatamento é dez vezes maior que a da Mata Atlântica, que é de um campo a cada 4 minutos.