2. IMAGEM COMPLEXA
[ Josep Català ]
• A imagem complexa é um conceito
que nos permite repensar as
imagens.
• Vivemos uma época de uma grande
proliferação de imagens e de uma
grande poluição da imagem.
• Filme ensaio e interface são
aspectos da imagem complexa
15. O OLHAR
Primeira ilustração de uma câmara Teatro Grego escura - 1544
16. O OLHAR
No teatro grego o espectador contempla uma
representação cercado pelos outros espectadores,
mas com o surgimento da câmara obscura o
“espetáculo se privatizou e agora é um espectador
individualizado quem observa (CATALÀ, 2005: 537).
• Essa comparação revelar a mudança e a forma
como observamos uma vez que a câmara
obscura fundamentou a distinção entre o olhar
artístico e a visão cientifica: “uma regida pela
emoção e outra pela razão”(CATALÀ, 2005: 538).
17. • No teatro se organiza as vários imaginações
e representações construindo uma
arquitetura. Organiza realidade e ficção.
• O Teatro grego organiza o pensamento
grego.
• No melodrama teatral não é possível captar
toda a realidade, diferentemente do cinema.
• O cinema vem do melodrama teatral.
• Os primeiros filmes são parados, sem
movimentos, como se fosse um grande
palco.
O PENSAMENTO
18. A chegada do trem na estação [ Irmãos Lumière -1895]
19. • A pintura renascentista deseja a
janela e usa a janela.
• É preciso criar a ideia de janela
para que o visitante possa olhar
pela janela.
• As imagens ao entrar nos olhos
e são guardados.
• Segue a ideia de câmera
escura.
The Virgin of Chancellor Rolin -
1433-34 - Jan van Eyck
Musee du Louvre, Paris
20. A visão, em sentido geral, não está só
relacionada com os olhos. Na verdade,
podemos dizer que vemos também com o
corpo, já que o campo de visão e as
experiências que dele derivam estão
conectados à posição do corpo em relação à
realidade que o rodeia, assim como toda
experiência visual tem que ver com os
estímulos que são recebidos do entorno por
meio do corpo em sua totalidade.
[...] A nossa visão não é outra coisa que não a
propriedade de um corpo. Mas tudo isso só
pode ter sentido para nós se o considerarmos
a partir do momento em que já temos uma
ideia clara do que significa a visão e das
relações que ela mantém com o que
chamamos de imagem ( CATALÀ: 2011: 19)
A VISÃO
21. A VISÃO Fora da imagem, o espectador ( ou
ator, nos processos de interatividade
contemporâneos) situa-se diante dela
de uma maneira que determina a
percepção que se tem dela, ao
mesmo tempo que a própria imagem,
ou fenômeno visual, o coloca em uma
posição social que articula sua
identidade dentro desse marco.
Perceber, ser receptor ou usuário de
uma imagem, significa em primeiro
lugar iniciar um jogo entre a identidade
social e a identidade individual
( CATALÀ: 2011: 19).
22.
23. selfiecity —
são
paulo
[A video montage of 640 selfies from São Paulo]
24.
25. Kessel, Jan van the Elder - America complete (1966) Albert Eckhout - Índia Tupi
IMAGEM
COMPLEXA
[ Josep Català ]
26. [ As imagens como ponte para o conhecimento]
• Uma produção pictórica do hermetismo medieval onde
15 gravuras que descreve o método da grande obra da
alquímica.
• Não é um livro sem palavras. Na lâmina 14, existe uma
expressão latina conhecida dos alquimistas: “Ora, lege,
lege, lege, relege, labora et invenies” (“Reza, lê, lê, lê,
relê, trabalha e encontrarás”).
• A ideia de livro mudo vem a ser à total incompreensão
dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia, já
que só os entendidos compreendiam as revelações das
gravuras.
• Uma complexa composição de imagens em que nada
está Mutus Liber – Editado por representado por acaso.
Eugene Canseliet 1958.
28. • A verdade da imagem se encontra através da
técnica, por ser um instrumento profundamente
ligado a cultura visual contemporânea.
• A tecnologia fez com que as imagens
contemporâneas tornassem imagens complexas.
• Todas as imagens podem ser complexas uma vez
que a nossa “mirada” é complexa.
El poeta y el pinto - Chirico
IMAGEM
COMPLEXA
[ Josep Català ]
29. A FORMA
DAS IDEIAS
A perspectiva representa a
tendência no sentido da
globalidade da imagem época
renascentista e pós-renascentista.
A técnica implica
uma vontade integradora muito
forte que constitui o
embasamento de seu realismo
essencial (CATALÀ,2011: 123).
Vittore Carpaccio (1460-1526). O retorno do Embaixador.
30. • Durante o renascimento,
ocorre uma recuperação
do mundo clássico cuja
tradição tinha sido
supostamente, esquecida
durante a longa Idade
Média.
• Um movimento cultural
faz renascer tradições
perdidas e consideradas
transcendentais.
A FORMA
DAS IDEIAS
32. [ As imagens como ponte para o conhecimento]
A Entrega das Chaves a São Pedro, Capela Sistina
[1481–82]
Reconstrução do templo de Jerusalém -
Guillaume de Tyr. [Entre 1200 e1300].
As arestas paralelas dos objetos, ao se
distanciarem do observador, fixo, deveriam
convergir para um ponto (ponto de fuga),
porém, elas não o fazem.
33. • O interesse em recuperar o pensamento clássico é
acompanhado de um interesse pela arte do
passado e então há uma tomada de consciência de
que esses restos tinham permanecidos até o
momento sob o mesmo subsolo que sustentava as
construções da sociedade atual.
• Materializava-se também a ideia moderna da
temporalidade.
34. OS EMBAIXADORES - Hans Holbein, o Jovem
[ roteiro a partir de leituras de John Berger, Arlindo Machado e Omar
Calabrese] [ Carlos Roberto da costa]
• Hans Holbein nasceu em Augsburgo
em 1497 e morreu em Londres em
1543.
• Estudou com o pai (Holbein, o
velho).
• Em 1515 se instala em Basileia, na
Suíça, e ilustra O elogio da loucura,
de Erasmo de Rotterdam.
• Torna-se amigo de Erasmo, que irá
dar-lhe várias cartas de
recomendação.
35. Hans Holbein
• Em 1518 viaja para a Itália e entra
em contato com a pintura de
Leonardo da Vinci e de Andrea
Mantegna.
• Esta viagem influenciará no
acabamento de seus retratos, na
composição e riqueza das cores,
típicas do renascimento italiano.
• Acaba se tornando um grande
retratista, embora fosse homem de
muitas artes, como a astronomia e o
desenho de projetos.
36. Hans Holbein
• Volta para a Suíça, mas retorna para a
Inglaterra em 1532, e se torna pintor da
corte, por indicação do embaixador Jean
de Dinteville, seu amigo. Fez diversos
retratos de Henrique VIII.
• Holbein foi um dos pintores mais
intelectualizados de sua época.
• Amigo de cientistas (como Kratzer,
Schöner, Erasmo de Rotterdam e More).
• Morreu numa epidemia de peste em
1543.
37. • Este retrato de Tomás More,
pintado por Holbein em sua
primeira estadia na Corte
inglesa, dá uma boa amostra
de seu estilo de pintura e de
retratista amante dos
detalhes. Holbein se
apresentar com carta de
recomendação de seu amigo
Erasmo.
Hans Holbein
[ Retratos ] Tomás More
38. Hans Holbein
[ Retratos ] Kratzer e de Erasmo de Rotterdam
39. Hans Holbein
[ Retratos]
Gisze, um mercador alemão em Londres, e das rainhas Jane Seymour e Ana de Clèves
(terceira e quarta esposa de Henrique VIII).
40. LER UMA PINTURA
• A pintura é um texto aberto à leitura.
• Há mensagens distintas e em diversas
camadas, como as de uma cebola.
• Essa leitura demanda olhar atento, como
a leitura de qualquer imagem, na
descoberta das intertextualidades.
41. Olhar Atento
• A intertextualidade define um conjunto de
capacidades e pressupostos por parte do
leitor e são evocadas mais ou menos
explicitamente em um texto.
• Algumas são histórias ou narrativas já
produzidas por outro autor. Como a
clássica cena do carrinho de bebê na
escadaria de Odessa, durante a
repressão do czar, no filme O
encouraçado Potenkin (1925), de
Eisenstein. Essa cena foi citada por Brian
de Palma no filme Os intocáveis (1987).
45. • Os embaixadores [1533] – National Gallery,
em Londres.
• A tela é considerada enigmática, misteriosa,
filosófica
• Equipara-se As Meninas, de Velázquez
(1656) em quantidade de estudos e de
análises.
46. • O pintor está
representado no
próprio quadro e
olha para fora da
tela, na direção do
espectador, o
“nosso lugar” em
relação à tela.
• Mas lugar do ponto
de vista do
observador se
mostra ocupado: no
reflexo do espelho,
no fundo da sala, se
veem as duas
figuras reais que
seriam o alvo do
trabalho do pintor.
47. O casal real (Felipe IV e
Mariana da Áustria) refletido
no espelho. O lugar do
espectador é o lugar o rei
(Foucault em A palavra e as
coisas).
49. • É um retrato de ocasião: feito com hora marcada,
encomendado ao artista em ocasião especial. A
própria tapeçaria (usada em outros quadros de
Holbein) realça a dignidade dos retratados.
• Numa sala solene, de piso marchetado e cortinas de
seda verde com brocado ao fundo, dois cavalheiros
são retratados em pé.
• Eles estão apoiados numa mesa com tampo duplo,
repleta de objetos científicos, musicais e
geográficos. A mesa está coberta por uma tapeçaria.
• Os dois personagens parecem figuras importantes
na hierarquia da corte.
• Um está vestido com sinais de dignidade: a capa de
arminho branco, o colar de ouro e um punhal.
• Veste ricas roupas e imponentes adereços.
• Os dois olham para o pintor, ou (como quer John
Berger) têm um olhar distante, como alheios: na
realidade não olhariam para nada.
Greta Garbo. Rainha
Cristina.
Rouben Mamoulian - 1933
50. • O homem pintado à direita é um eclesiástico,
membro da elite da igreja (trajes e luvas).
• Há no quadro um efeito realista nos pormenores
legíveis.
• O quadro está pintando com grande habilidade para
criar no observador a ilusão de que “olha” objetos e
materiais reais. No entanto tudo se dirige ao tato.
• Cada centímetro da superfície da tela, embora
visual, apela ao tato: peles, sedas, metal, madeira,
veludo, mármore.
• Os dois homens têm presença, mas a cena é
tomada pelos “materiais” dos objetos e de suas
roupas.
• Fora mãos e rostos, tudo fala da qualidade da
fabricação e da arte dos artesãos que as
produziram.
51. • Na mesma época em que
Holbein pintou a tela
estavam em moda os
quadros de enigma, que
tiveram no pintor Ehrard
Schön sua expressão
maior.
• Essas obras eram um tipo
de jogo de adivinhação (a
mentira e o segredo).
Martinho Lutero, por Ehrard
Schön
52. “ O que se olha é aquilo que não se
pode ver ”.
• Neste sentido que se pode dizer
que, diante da tela de Holbein, o
olhar cai sempre no furo, já que aí
o olhar quer ver aquilo que não
há. Toda pulsão é sempre a
pulsão de morte.
• Arlindo Machado escreve que
esse “segundo olho” introjetado
na cena é um olho crítico, com a
função de desmantelar as
certezas do sistema
renascentista.
53. • A tela de Hans
Holbein, ensina Omar
Calabrese, possui
dois olhares distintos:
um para o público em
geral e outro para
aqueles que possuem
a “chave”.
54. Enigma 1: O segredo
• O quadro é teatral na apresentação na
anamorfose (a morte) em contraste com a
opulência do cenário e dos personagens.
• A força do poder político, das ciências contra o
nada: a caveira.
• O quadro atrai e confunde e convida para o jogo.
O que é aquela figura atravessada no primeiro
plano?
• A tela celebra uma nova classe de riqueza. Mais
dinâmica (não é a posse de uma casa) e cuja
única porta de acesso é o supremo poder de
compra que o dinheiro proporciona ( Jonh Berger).
• O desejo se baseia na tangibilidade, no poder de
tocar, satisfazendo o tato e a mão do proprietário.
• Se o crânio (memento mori), colocado a pedido
dos retratados, fosse pintado igual ao restante,
teria perdido sua significação metafísica. Seria
apenas parte do esqueleto de alguém que morreu.
A anamorfose (a caveira/
crânio transfigurada)
reposicionada numa rotação
feita com o computador
55. Enigma 1: O segredo
A anamorfose (a caveira/
crânio transfigurada)
reposicionada numa rotação
feita com o computador
56. Enigma 2: Os personagens
• Georges de Salve, 24
anos, sagrado bispo aos
18. Embaixador papal,
está em Londres também
em missão de trabalho.
• Jean de Dinteville,
embaixador do rei
Francisco I da França na
corte inglesa. Tinha 29
anos em 1533. No
pescoço a medalha da
Ordem de São Miguel,
oferta do rei francês.
57. Enigma 2 – Os personagens
• Os objetos entre os
embaixadores (globo celeste,
alinômetro, goniômetro, relógio
solar, mapa-múndi, alaúde,
flautas.
• O livro entreaberto é o L’
Arithmétique des Marchands,
de Petrus Apianus, de 1527.
• O outro é o Gesangbüchlein,
de Johann Walter, de cantos
corais (Wittenberg, 1524).
58. Enigma 3 : Cultura e ciência
• Os personagens se apoiam e
se rodeiam não de elementos
celestes, mas de ícones da
ciência.
• É um elogio da nova era da
ciência e do saber moderno.
• Copérnico defende, naquele
mesmo 1533, a teoria
heliocêntrica perante o papa
Clemente VII. Tempos de
reforma religiosa e científica.
59. Enigma 4 : O segredo da amizade
• Os dois personagens do quadro são
mensageiros da modernidade e pertencem a
um círculo de sábios.
• Dinteville é amigo de Nicolau Kratzer,
cientista e astrônomo, e alguns dos objetos
presentes no quadro estão também no
retrato de Kratzer feito por Holbein.
• Dinteville é amigo de Erasmo de Rotterdam,
que o recomendou a Tomás More, chanceler
inglês que neste 1533 está preso por não
haver aceito o casamento de Henrique VIII
com Ana Bolena. More está presente no
quadro.
Erasmo de
Rotterdam por
Holbein
Retrato do matemático Nicolau
Kratzer, do círculo de Thomas
More
60. Enigma 5 : A política
• 1533 é uma data fatídica para a
modernidade.
• Marca o final dos tempos medievais.
• Dinteville e Georges de Salve foram
enviados a Londres (o piso da sala
reproduz o chão da Abadia de
Westminster) em missão diplomática
secreta. Objetivo: tentar evitar a ruptura
religiosa entre a Grã-Bretanha e Roma.
Martinho Lutero já havia aberto um cisma
na igreja (1521). Mas a missão é difícil, se
não impossível. A ruptura é iminente, como
veremos a seguir.
O piso da sala em que os
embaixadores se encontram reproduz
o chão da Abadia de Westminster: os
dois estão ali em missão diplomática
secreta, para tentar evitar uma ruptura
que se apresenta como iminente
61. Enigma 6 : A ruptura
• A ruptura já ocorreu com Lutero, em 1521.
• O alaúde de 10 cordas tem uma delas
partida.
• Georges de Salve tem o rosto com a pele
estranha, como uma pintura incompleta.
Holbein poderia ter terminado depois, se
quisesse. A pele é imperfeita como a
própria missão do bispo Georges.
• O livro de cânticos mostra um hino
luterano: o final da unidade da igreja. O
alaúde, a grande lira do universo, foi
rompido.
Uma das dez cordas do alaúde foi
quebrada: a ruptura já ocorreu. A
igreja una está dividida.
62. Enigma 7 : O linguístico
• A segunda caveira dentro da caveira. A
caveira no alfinete de Dinteville. “Memento
mori”. Holbein, em alemão, quer dizer
“osso oco”.
• A morte como segredo. E o detalhe final: o
crucifico escondido no lado esquerdo da
pintura.
• É o último golpe teatral, o último dos
segredos do quadro. Oculto na última
prega à esquerda da cortina, um crucifixo
de prata em perfil, com o braço curto da
luz voltado para nós, é o simulacro do
irrepresentável, de Deus. Ponte e
passagem para o além da representação.
A caveira no alfinete
do chapéu ou boina
de Dinteville.
“Memento mori”:
lembre-se de que
você irá morrer.
O golpe teatral final: o crucifixo
escondido na dobra da cortina.
63. Mudança do imaginário
Método de Dürer que se utiliza de um vidro quadriculado
como plano secante da pirâmide visual.
• O final do século XIX, é um momento
transcendental.
• Há uma mudança radical na forma
como se concebia a imagem.
• Muda o nosso imaginário sobre a
forma de concepção da imagem.
• Continua a pensar na imagem criada
pela renascimento [ imagem
perspectivista] .
Construção geométrica de uma
perspectiva. Gravura de Henricus
Hondius.
65. Mudança do imaginário
[ A fotografia]
• Há uma ruptura profunda que de
alguma forma explica o que
acontece hoje.
• O século XX foi uma preparação
do que estamos vivendo hoje,
ao mesmo tempo que manteve
os equívocos de interpretração
desse tipo de imagem.
• Na contemporaneidade
podemos regressar e
reinterpretar a imagens do
século XIX.
Nicéphore Niépce [ 1826]
Panorama de Daguerre:
Boulevard parisien - 1827
68. Proto imagem cinematográfica
• A sensação da imagem
em movimento.
• Um tipo de imagem
anterior ao cinematógrafo
[ não são considerado
imagens já que as
imagens seriam produtos
de um movimento.
69. A modernização do olhar/observador
• A suposição do olhar às
novas formas racionalizadas
de movimento.
• Essa mudança coincidiu com
a crescente abstração da
experiência óptica diante de
um referente estável.
• Um desraizamemto visão
diante do sistema
representacional [câmara
escura] .
71. A modernização do olhar/observador
• Méliès tinha uma imaginação transbordante e
fazia algo pode ser considerado moderno e
contemporâneo.
• Há um dispositivo de representação que hoje a
TV e o cinema estão utilizando: a tela dividida em
diferentes ações.
• Uma imagem complexa por possuir movimento
em potencial, um mecanismo interno, uma técnica
e uma visualidade não visível.
• Esse mecanismo tipicamente modernista oculta a
complexidade atrás da impressão de
modernidade.
• Há um prolongamento do imaginário renascentista
que pretendia a ilusão do realismo.
72. • Méliès faz uma colagem, não é
uma vista direta do que está
direta da camera
• Nos anos 30 isso se repete:
compor uma imagem atraves de
outra imagem.
• Quentin Tarantino faz isso hoje.
• Essa forma faz esconder algo
para fazer uma anunciação
visual escondendo a
complexidade interna.
78. IMAGEM COMPLEXA
HQ como forma de exposição
• Nascia uma outra forma de
representação distinta do
cinematógrafo.
• Uma representação em uma página
e que produzem articulações dentro
da página que parecem ser
cinematograficas, mas com a
virtude de estar presente na
superfície.
• Nesse sentido a imagem de Méliès
seria mais complexa.
80. IMAGEM COMPLEXA
HQ como forma de exposição
• Uma representação em uma página
e que produzem articulações dentro
da página que parecem ser
cinematograficas, mas com a
virtude de estar presente na
superfície.
81. IMAGEM COMPLEXA
[ Gabinetes das curiosidades ]
The Gallery of Cornelis
van der Geest – 1628.
Willem van Haecht
82. Jan van Eyck, Femme à
sa toilette
The Gallery of Cornelis
van der Geest – 1628.
Willem van Haecht
IMAGEM COMPLEXA
[ Gabinetes das curiosidades ]
85. A VIRGEM E O MENINO À FRENTE DE UM GUARDA-FOGO
[ O mestre Flemalle - Robert Campin]
• A pintura holandesa mostrou a possibilidade
de uma arte capaz de imitar a realidade.
• Símbolos cotidiano de um cenário doméstico
em símbolos em símbolos de símbolos.
• O tema é a Mãe. Tudo gira em torno da
Virgem.
• O pintor deixa pista no ambiente para saber
a identidade dessa mulher.
• Maria vive em um mundo real.
• Elevou uma mãe humana, em circunstâncias
comum, a uma posição sagrada ( A Mãe de
Deus).
• Humaniza o divino.
86. O FILHO
• Olha com olhar convincentes.
• Segura uma flor invisível .
A MÃE
• Olha para cima, oferecendo o mamilo direito
menos para o filho do que para o
espectador.
• Cabelos ondulados.
• Seios redondos- a metade inferior ausente
por baixo das dobras do vestido.
• Maria é imaculada como o lírio.
87. AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM
Isis e Horus – Egito (primeiros
registros após 2500 A.C.)
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter
A Virgem Abençoada Castigando o Paul Rubens.
Menino Jesus Perante Três Testemunhas
( André Breton, Paul Éluard e o artista) –
1926. Max
Ernst
-‐
Metropolitan
Museum
of
Art
em
Nova
York.
88. AS
VÁRIAS
REPRESENTAÇOES
DA
VIRGEM
Isis e Horus – Egito
(primeiros registros após
2500 A.C.)
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter Paul Rubens.
89. • O leite torna-se um dos aspectos
da humanidade de Cristo.
• O leite é o dom da vida.
• Com o leite crescerá e tornará
homem.
• Vinho alemão Liebfraumilch ( Leite
de nossa senhora).
90. • Os sete atos de misericórdia.
• Em representação do juízo final do
Séc XVII Maria despe diante do filho.
• O Filho mostra as feridas no próprio.
Maria e Jesus perante ao Senhor. Mestre dos
Encarnados de Zurique. 1503
• Maria como Mãe misericordiosa,
alimenta com seu leite as almas do
purgatório.
Filotesi dellÁmatrice. C.1508.
91. AURÉOLA
• Guarda-fogo feito de palha.
• Depois de Cristo todos os santos herdaram
esse traço singular de divindade.
• A auréola também percorreu o oriente.
• Coroava a cabeça de Deus Pai.
• O Espírito Santo em forma de cisne e Deus
Filho.
• O círculo é a mais perfeita forma geométrica.
Apolo Coroado com uma auréola,
examinando inúmeros vasos
contendo os atributos dos
deuses.Vincenzo Catari . 1556.
Incomensurável Buda
dos 48 desejos.
Desenho chinês à
tinta. Sec. X.
O quarto homem - Paul Verhoeven. 1983.
A mãe coroa o seu filho uma casca de maçã.
92. A.I. –
Inteligência
Artificial
[ Steven
Spielberg –
2001]
• O protagonista está isolado.
• Ele tem a perfeição de um santo e tem direito a uma auréola.
• Mas a tarefa é executada também no conteúdo (lustre
adequado) e pelo estilo ( A câmera no local adequado para que
funcione a ideia.
• Davi é preso dentro do seu desejo circular. Da mesma forma que
o movimento de câmera em círculo.
93.
94. A CHAMA
• Presença no ambiente
(Espírito Santo).
• A chama é uma convenção
iconografia medieval.
BANCO DE 3 Pés
• Presença da Santíssima Trindade.
• 3 círculos interligados
• Animal de 3 cabeças como a íbis
ou salamandra.
96. MUNDO/IMAGEM NA JANELA
• A cena pintada em detalhe meticuloso, como uma
miniatura retrata a cena de uma cidade.
• A igreja no centro da cidade aponta padrão céu.
• Pessoas
• Uma mulher parada na porta da casa.
• Dois cavalheiros passam com ar de ócio
• Pedestres parados conversam na rua.
97. O LIVRO
• A mãe interrompeu a leitura para
amamentar o filho.
• Verba - assume a forma do mesmo.
• Scripta – passa
• O pintor acreditava na palavra escrita.
98. A ROUPA
• A cor azul celeste se manteve como valor
simbólico
• Ornada com bordados e pedras preciosas
• Vestida com requinte celestial.
• Usa anel de casamento.
• Noiva de José e Deus.
• Santo Agostinho dizia " a esposa do Filho”.
O AMBIENTE
• Não de forma aristocrática.
• O guarda-louça gótico e o cálice foram
acrescentados no séc. XIX e oculto sua
genitália do menino.
• No séc. xv era comum ver o Menino Jesus
nu.
99. • Há pelo menos duas pinturas:
1. Uma cena doméstica comum e um interior
confortável.
2. Conta a história de um deus nascido de uma
mulher mortal, o qual assume na sua feição
humana a sexualidade da carne e o
conhecimento.
• Essa história ameaça ser infinita , uma vez
que toda leitura nova acrescenta outras
camadas ao seu enredo.
• Ao analisa-la hoje, emprestamos à pintura
uma abundância de detalhes curiosos, dos
quais o artista não fazia ideia.
102. Cultura visual
[ Novas configurações ]
• A imagem na cultura visual permite ver e explicar as
novas configurações .
• Ao tentar explicar novas configurações temos que
recorrrer as novas visualidades que tem em comum
determinadas configurações.
• O que há no fundo do conhecimento.
• Hipertextual implica uma leitura distinta.
• Qualquer imagem ou instrumento visual introduzidos
nesses textos permitem através de mapas e
interface descontruir e também reconstruir o texto
através dos instrumentos visuais.
• Qualquer Tecnologia aplicada a anterior, possibilita
ver a complexidade da tecnologia.
• Imagem de vídeo é possível desconstruir o quadro.
104. IMAGEM COMPLEXA
[ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO] Photosynth
• Fotografias que vieram de variados bases de
dados.
• Photosynth tem uma grande coleção de fotos de
um lugar ou objeto, analisa-los por semelhanças e
os exibe em um espaço dimensional reconstruído.
• Já não estamos fazendo montagem com imagem
de apenas uma pessoa, mas com fotos tiradas de
diferentes pessoas, que são colocadas na internet e
que existem conexões entre elas.
• A tela aparece como diferentes tábulas que os
planos podem ser colocadas de diferentes formas.
• É um passo adiante da linguagem cinematográfica.
• Há a criação de espaços virtuais diferentes.
• Uma imagem metafórica baseada em bancos de
dados.
106. IMAGEM COMPLEXA
[ Interface ]
• Modelo mental é uma maneira de organizar o
conhecimento.
• A interface é um novo modelo mental.
• Organizamos através de imagens, pode ser
parecido com cinematográfica.
• No videojogos a se que faz na tela cria uma nova
disposição visual que permite avançar um passo a
mais.
• Videojogo pretende ser realista.
• Não observamos como um avanço e sim como uma
imersão ao universo virtual realista com ações e
gestões que são naturais.
• Mas essas ações não toma com base a imaginação
como o espectador de um espetáculo.
• Toma a decisão também com a ação de uma corpo.
108. • Do universo que configuramos surgem
uma série de “objetos” que constituem
a materialização da fenomenologia
virtual.
• Os objetos surgem de uma estrutura
anteriormente delimitada, do seu
funcionamento multi-estável.
• Ao considerar estes elementos como
objetos, extraímos da arquitetura que
fazem parte e do seu fluxo constante.
• Ao descrevê-los e determinar o seu
significado levar em conta que são
objetos complexos e por isso estão
abertos tanto a constelação
( arquitetura) e à rede ( circulação) a
que pertence.
109.
110. IMAGEM COMPLEXA
[ Interface ]
• Imagem interface em um novo tipo de
imagem [mutante, fluida].
• Todo esse elementos não estáveis, se
articulam e daí a necessidade de de
compreender o que significa.
• E onde esta organizado o nosso
pensamento?
• Estamos na era da representação
fluida e em movimento.
• Os meios anteriores não somem.
• Assumem camadas, novas epidermes
e complicando a estrutura de imagem.
• Os meios se transformam a medida
que assumem novos meios.
112. The Left-behind
Family - liu jie
Camponês
trabalhador Wang
Daisheng
trabalhador na
cidade de
Chengdu ao lado
da imagem do
filho deixado na
na província de
Sichuan.
120. IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE
IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE
OBRIGADO José Geraldo de Oliveira
zooliveira@uol.com.br
121. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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CALABRESE, Omar. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1987.
CATALÀ, Josep M.. La Imagen Compleja. La Fenomenológia de las Imagenes en la
Era de la Cultura Visual. Bellaterra: Servei de Publicacions, 2005.
________________. El Murmullo de la imágense. Imaginación, documental y
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________________. A forma do real: introdução aos estudos visuais. São Paulo:
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________________. La imagen interfaz. Representación audiovisual y conocimiento
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DANCYGER, K. Técnicas de Edição para Cinema e Vídeo. 4ª Edição. Rio de Janeiro:
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OLIVEIRA, José Geraldo. Grafitecidade e visão travelar. Disponível em
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