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Lenira Almeida Heck
   (Júlia Vehuiah)
Lenira Almeida Heck

  (Júlia Vehuiah)



     1ª edição




  Lajeado, 2012
Para:
                                                                                                            Dedico esta obra:
                                                                                                            Ao meu país
                                                                                                            Às crianças de todas as idades
                                                                                                            A Roque, Davi, Aline e Bárbara
                                                                                                            Aos meus colegas professores.

Editora Univates                                                                                            Pensamento:
Coordenação e Revisão Final: Ivete Maria Hammes                                                             As crianças são sementes que precisam
Editoração: Bruno Henrique Braun e Marlon Alceu Cristófoli
Capa: Adriana Schnorr Dessoy e Bruno Henrique Braun                                                         ser cultivadas.
                                                                                                                                       (Júlia Vehuiah)
Revisão Linguística: Veranice Zen e Volnei André Bald
                                                                                                            Agradecimentos:
                                                                                                            A Deus, por mais esta obra.
            Rua Avelino Tallini, 171 - Bairro Universitário                                                 Júlia, pela vida.
        Cx. Postal 155 - CEP 95900-000, Lajeado - RS, Brasil
                                                                                                            Vehuiah, pela inspiração.
          Fone: (51) 3714-7024 /Fone/Fax: (51) 3714-7000
     E-mail: editora@univates.br - http://www.univates.br/editora
                                                                                                            Ivete, Bruno e Marlon, pela dedicação.

        H448a Heck, Lenira Almeida.
                  As abelhas e as formigas! / Lenira Almeida
              Heck ; ilustradora, Adriana Schnorr Dessoy . -
              Lajeado: Univates, 2012.

                      48 p.: il. color.
                                                                                        Copyrigth: Lenira Almeida Heck
                      ISBN 978-85-8167-007-2
                                                                           Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal
                      1. Literatura infanto-juvenil I.Título
                                                                                          CEP 95900-000 - Lajeado/RS
                                                         CDU: 82-93
                                                                         E-mail: lenira@universo.univates.br - Fone: (51) 8406-9804
          Ficha catalográfica elaborada por Carla Barzotto CRB 10/1922


               Esta história/obra é de exclusiva                                          Autora: Lenira Almeida Heck
                 responsabilidade da autora.
                                                                                   Inspirada por: Júlia e Vehuiah (meus anjos)
                                                                                      Ilustradora: Adriana Schnorr Dessoy
E
          sta história começou num grande bosque. Lá
          havia uma variedade infinita de árvores que
          abrigavam insetos e outros animais grandes e
pequenos, vertebrados e invertebrados.

     O silêncio do lugar era rompido pelos gorjeios dos
pássaros e pelo farfalhar das folhas, que balançavam com
o toque suave ou tempestuoso do vento.

     Nesse lugar distante, dois povos trabalhavam em
silêncio: as abelhas e as formigas.




4                                                          5
C
                                                                    erta manhã, durante o trabalho, as duas amigas
                                                                    decidiram parar para descansar. Deitadas num
                                                                    velho tronco, elas avistaram uma laranjeira em




    N
                                                         flor e, sobre um dos galhos, uma abelha, que logo voou
            o grupo das formigas havia duas jovens
                                                         desaparecendo entre as árvores. As duas formigas não
            chamadas Edi e Zeni, amigas inseparáveis
                                                         deram muita importância, até que, minutos depois, a abelha
            pertencentes à casta operária, cuja função
                                                         retornou trazendo consigo centenas de companheiras que
era transportar para o formigueiro o que as formigas
                                                         cantavam assim:
cortadeiras derrubavam.
                                                             Desperta no bosque
    Insatisfeitas com a sua origem humilde, as duas          Gentil primavera,
formigas mostravam-se rebeldes e briguentas.                 Com ela chegou o canto
                                                             Gorjeio do sabiá,
                                                             Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá
                                                             Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá. (autor desconhecido)




6                                                                                                                 7
S
              em entender o motivo de tamanha alegria,
              Zeni comentou:

                   – Ouça! As abelhas parecem felizes. Não
    sei como conseguem cantar, trabalhando desse jeito.
    Veja! Cantam como se o mundo fosse um grande salão de
    festa.

        – Deve ser para nos provocar, porque sabem que
    somos bem diferentes, não perdemos tempo com essas
    bobagens – falou Edi com o mau humor de sempre.




8                                                        9
–E
                 u adoraria ter nascido abelha – confessou
                 Zeni. A vida delas é bem melhor do que a
                 nossa. O fato de terem nascido com asas
 muda tudo.

      – Isso é verdade. Por que será que alguns nascem
 com tanta sorte? Veja a nossa rainha, nasceu alada e por
 esse motivo nunca precisou carregar uma folha sequer –
 disse Edi.

      Lá pelas tantas, Edi olhou para os pés e, tristemente,
 disse:

      – Aposto que os pés das abelhas são belos e delicados
 como os da nossa rainha; bem diferentes dos nossos que
 são grandes, chatos e cascudos.




10                                                             11
E
                                                                       di olhou com desprezo para a abelha e, cobrindo
                                                                       as antenas com as mãos, perguntou zombeteira:

                                                                            – Zeni, tem alguém falando conosco?

                                                                 – Não estou ouvindo nada – respondeu Zeni fingindo
                                                             procurar alguma coisa.



     E
           nquanto as duas conversavam, uma abelha se
                                                                 Edi olhou para a abelha e em tom ameaçador, disse:
           aproximou:
                                                                 – Suma agora daqui! Não conversamos com abelhas.
                – Bom dia, amigas formigas! Vi vocês
 descansando e vim cumprimentá-las, mas sem querer, ouvi          A abelha, cujo nome era Generosa, esboçou um
 o que falavam a nosso respeito. Não se iludam. Nossa vida   sorriso triste, e voou para junto das companheiras que
 também é trabalhosa e às vezes bem difícil, mas isso não    continuavam a cantar:
 impede de sermos alegres.                                       Desperta no bosque
                                                                 Gentil primavera,
                                                                 Com ela chegou o canto,
                                                                 Gorjeio do sabiá,
                                                                 Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá,
                                                                 Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá.




12                                                                                                                  13
A
                 borrecidas com a intromissão da abelha, as
                 formigas correram ao formigueiro, onde se
                 queixaram para o general Formiguelto. Este,
     após escutar o relato, reuniu os soldados que eram indivíduos
     fortes, muito maiores do que as operárias. Eles possuíam
     cabeças grandes e mandíbulas bem desenvolvidas. Sem
     demora, todos partiram.

         Ao chegar no local indicado, não encontraram nenhuma
     abelha, apenas a laranjeira em flor. Desapontado, o general
     Formiguelto ordenou:

         – Subam na laranjeira, quero cada flor e cada folha
     no chão, entenderam?!

         – Sim, senhor! – gritaram.

         E todos obedeceram. Ao descerem, não havia sobrado
     nada, apenas galhos nus.

         Fatigados, os soldados sentaram para descansar.

          Perto dali,    uma   estranha    criatura    caminhava
     lentamente.



14                                                              15
A
             lgum tempo depois, as abelhas comandadas
             por Generosa retornaram. Ao avistarem a
             laranjeira desfolhada, exclamaram:                   Ao acompanhar o voo das abelhas, as formigas viram
                                                              o temível devorador de formigas. Assustadas, começaram
     – Senhor dos ventos, o que aconteceu aqui?!
                                                              a correr. Na fuga, um soldado esbarrou em Edi, que
     – Um grande tufão! – disse alguém.                       derrubou Zeni, caindo os três no chão. Erguendo-se, o
     – Um terremoto! – sugeriu uma outra abelha.              soldado saiu em disparada, deixando as duas para trás.

     Generosa, ao olhar para o chão, viu centenas de              O animal peludo já estava muito próximo das duas
 formigas sentadas.                                           formigas, que se fingiram de mortas.

     Perto dali, a estranha criatura de pelagem cinza,            No momento certo, as duas subiram nos pelos do
 com tons brancos e pretos, focinho alongado e fino, língua   predador e iniciaram o ataque. Ao sentir as picadas, o
 comprida, enormes garras e uma cauda parecendo uma           tamanduá-bandeira começou a se debater.
 bandeira, caminhava em direção às formigas.                      Próximo dali, as formigas operárias trabalhavam
      Generosa estranhou a maneira como ela se locomovia,     tranquilas. Ao escutarem o alvoroço dos soldados,
 por isso, decidiu alertar as formigas. Reunindo o enxame,    deixaram tudo, e correram em direção ao formigueiro.
 voou em direção ao estranho animal.




16                                                                                                                17
E
                nquanto os soldados fugiam, as abelhas
                com zumbidos ensurdecedores atacavam o
                tamanduá-bandeira, que se defendia erguendo
     as patas dianteiras e usando a grande língua.

          Edi e Zeni também lutavam bravamente, mas num
     descuido, uma delas perdeu o equilíbrio e despencou das
     alturas.

         A amiga nada percebeu.

          Depois de algum tempo, cansado de lutar contra
     insetos tão pequenos, o tamanduá-bandeira desistiu.

         Edi pressentiu o fim do combate, deu a última picada,
     mas ao descer, escorregou e um grito ecoou no bosque.

         E nada mais se ouviu.




18                                                          19
N
              o formigueiro tudo parecia tranquilo. De
              repente...
              – Abram! Abram os portões!
     As sentinelas ficaram indecisas, por fim, atenderam ao




                                                                        P
 pedido, soldados e operárias entraram esbaforidos.
     A rainha, pensando tratar-se de uma invasão, tocou a                     ara certificar-se de que todas as formigas
 trombeta convocando os soldados para a batalha, mas logo                     haviam retornado, fez-se a chamada. Edi e Zeni
 reconheceu o seu exército e as suas operárias.                               não estavam presentes.

      Passado o susto, a rainha quis saber por que a sua                A rainha ordenou à equipe de resgate que fosse à
 guarnição estava fora do formigueiro. Todos começaram              procura das duas. No final do dia, ambas foram encontradas,
 a falar ao mesmo tempo. Ela só conseguia ouvir palavras            bastante machucadas, sob os cuidados das abelhas.
 soltas, tais como: bicho, abelhas, língua, laranjeira, sentados,
                                                                        As duas formigas foram removidas para o formigueiro.
 grande, susto, fuga, focinho, enorme, zumbido, correndo,
 cortamos, bandeira, bosque, flor, predador, fino, unhas e
 assim prosseguiam.
      – Chegaaa! – gritou a rainha.
      Todos emudeceram.
     Um soldado foi escolhido para contar o que aconteceu.
 Quando a narrativa chegou ao fim, entrou o general
 Formiguelto.


20                                                                                                                           21
S
                                                                      emanas depois, Edi e Zeni deixaram o hospital.

                                                                           A rainha, muito compreensiva, deu-lhes




     A
                                                                       nova função dentro do formigueiro: cuidar
            rainha ficou muito preocupada com o estado
                                                           das larvas, tarefa que muito as alegrou.
            de saúde das duas jovens saúvas, por isso,
            aguardou o momento oportuno para conversar         Uma tarde, para acalmar as larvas, Edi e Zeni
 com todos sobre a operação no bosque.                     cantarolaram a música das abelhas:

     Nas ruas do formigueiro não se falava outra coisa         Desperta no bosque
 senão do episódio do bosque e do fracasso do general          Gentil primavera,
 Formiguelto.                                                  Com ela chegou o canto
     No hospital, Edi e Zeni continuavam recebendo             Gorjeio do sabiá,
 cuidados médicos e a visita diária da rainha.                 Trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá

      Tanta atenção fez as duas formigas repensarem suas       Trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá.
 atitudes.                                                     Suas vozes eram tão bonitas que atraiu a atenção
                                                           das demais formigas. Ao perceberem, as duas calaram.

                                                               – Oh! Por favor, continuem... E as duas continuaram.




22                                                                                                                23
D
                epois de todos esses episódios, a rotina do
                formigueiro voltou ao normal. Certo dia, a
                rainha recebeu uma ilustre visita. Conversa
     vai, conversa vem, ela ficou sabendo da existência de
     um imenso roseiral a ser explorado; alguns formigueiros
     estavam enviando representantes ao local.
         No dia seguinte, a rainha convocou toda a população
     para um importante ato cívico.
         Na data marcada, todos os formigueirenses esta-
     vam a postos para ouvir o que a rainha tinha a dizer.
         No final, ela lançou o apelo:
        – Precisamos de voluntários para irem ao roseiral.
     Quem fará esse sacrifício pelo país?
         ?!?!?!?!?! Silêncio. Nenhuma manifestação.
         Depois de insistentes apelos, as duas amigas
     cochicharam.
          – ?!?!?!?. – Nós iremos majestade! – afirmou Zeni.
         Todos os olhares voltaram-se para as duas jovens.
     Em seguida, ouviu-se muitos aplausos.


24                                                             25
O
                  s dias seguintes foram de preparativos. Na
                  véspera da partida, uma multidão reuniu-se
                  na Praça do Açúcar para despedir-se das duas
     voluntárias. A rainha elogiou a coragem e o patriotismo das
     jovens. Depois foi entoado o Hino Nacional do Formigueiro:

         Formigueiro!
         Formigueiro!
         Aqui é nosso lar!
         Por ti darei a vida...
         A ti quero exaltar!
         Sorrindo ou chorando,
         A pátria hei de honrar.
         Formigueiro!
         Formigueiro!
         Aqui é nosso lar!
         (música Teresinha de Jesus)




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A                                                           Z
            ntes de o dia clarear, Edi e Zeni partiram.                  eni, para tranquilizar a amiga, dizia:

                A distância entre o formigueiro e o                           – Calma! Tudo vai dar certo.
            roseiral era longa e o caminho perigoso.                          De repente, Zeni começou a chamar:
 Camaleões e tamanduás habitavam aquelas regiões.
                                                                 – Socorro! Tem alguém aí? Socorro!
      No primeiro dia, tudo transcorreu sem nenhuma
                                                                 Um pássaro apareceu, e do alto perguntou:
 novidade que mereça relato.
                                                                 – O que aconteceu formiga para gritar assim?
      No terceiro dia, ao entardecer, uma forte tempes-
 tade caiu sobre a floresta. Os pingos que desciam das fo-       – A minha amiga está presa, por favor, nos ajude!
 lhas pareciam cachoeiras. Edi e Zeni procuraram abrigo,     Implorou.
 por fim, encontraram uma cabana abandonada à beira do           – Esperem,      vou   buscar   ajuda.   Dizendo   isso,
 caminho. As duas estavam famintas e com muito frio. Por     desapareceu.
 sorte, acharam panos secos, restos de açúcar e um pouco
                                                                  Instantes depois retornou, trazendo consigo outros
 de mel.
                                                             pássaros. Após muito esforço, eles conseguiram libertar
     Pela manhã, ao retomar a viagem, Edi atolou os pés no   Edi. Solidários com a situação das duas, eles se ofereceram
 barro e quanto mais tentava libertá-los, mais afundava.     para levá-las até o Lago Azul. De lá, elas atravessariam
 Nervosa, começou a chorar.                                  para a outra margem, nas costas de algum gentil jacaré.




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N
             a beira do lago, pássaros e formigas se
             despediram, e um jacaré que ali estava se
             ofereceu para fazer a travessia.




                                                              N
      Logo que desembarcaram, Edi e Zeni quase foram
                                                                         o fim do dia, entraram num lugar úmido,
 pisoteadas por um bando de cervos que fugiam dos
                                                                         pedregoso e muito escuro, tanto que não
 caçadores.
                                                                         conseguiram ver o rosto do benfeitor. Com
     No sexto dia, as jovens caminhavam tranquilas. De     dificuldade, Edi e Zeni desceram, agradeceram e partiram.
 repente, viram muitas formigas correndo, perseguidas
                                                               Lá fora, o sol mais uma vez se despedia da tarde.
 por um camaleão que ensinava o filhote a caçar. Edi e
                                                           As duas amigas caminharam até encontrar um lugar para
 Zeni, vendo o perigo, começaram a correr.
                                                           passarem a noite. Durante a madrugada, um barulho
      À tarde, quando o sol começava a esconder-se atrás   esquisito acordou Zeni.
 das montanhas, e as folhas das árvores refletiam o
                                                               Era uma grande serpente que voltava para o ninho.
 dourado do crepúsculo, as duas amigas procuraram um
                                                           Sem pensar duas vezes, as duas saíram pé ante pé sem
 lugar para descansar. Não tardou encontrá-lo. Cansadas,
                                                           fazer barulho.
 logo adormeceram.

      Pela manhã, perceberam que estavam em movimento.
 Tentaram descer, mas desistiram. Dessa forma, viajaram
 o dia inteiro, sem saber como ou para onde.



30                                                                                                                31
N
             o sétimo dia, as jovens pararam sob uma
             grande árvore. Ao olhar para o lado, viram
             uma criatura de pelos brancos, orelhas
 grandes e olhos vermelhos, cavando a terra.

     Ao vê-las, a simpática criatura, sorrindo, disse:

     – Oh! São vocês?! Pensei que não veria mais nenhuma
 formiga por aqui. Alegro-me que estejam vivas. Como
 escaparam?

     As amigas se olharam.

     – Escapamos de quê? – perguntou Edi.

     – Do ataque, ora essa. Que mais poderia ser?

     O fazendeiro não gostou nada do que vocês e seu
 bando fizeram. Onde se viu, comer todas as folhas do
 mandiocal?!

     – Não sabemos de nada. Estamos chegando agora.

     – Ahn? Então não foram vocês?! Nesse caso é melhor
 irem embora depressa, antes que seja tarde demais. O
 fazendeiro poderá voltar a qualquer momento para ver se
 sobrou alguma formiga.

32                                                         33
D                                                         E
            ito isso, a alva criatura saiu apressada.                 nquanto choravam, ouviram uma voz que disse:

                  Uma das formigas perguntou:                              – Olá, formigas, por que choram?

                  – Hei! Como é o nome desse lugar?!                       Ao levantar os olhos, exclamaram:

     – Não sei!                                                 – Você aqui?!

     – Para que lado fica o roseiral? Perguntou Edi.            – Sim, estamos trabalhando no roseiral. E vocês o
                                                            que fazem?
     – Prá lá! – respondeu o coelho sem olhar para trás.
                                                                – Viemos conhecê-lo. – respondeu Edi.
     – Prá lá, prá lá é para lado nenhum – cochichou Edi.
                                                                Pode nos ensinar o caminho?
     As duas formigas ficaram temerosas, mas o medo
 aumentava à medida que caminhavam e encontravam                – Se quiserem, posso levá-las até lá.
 corpos de formigas espalhados por toda a parte.
                                                                As formigas ficaram muito felizes com o convite da
     Nervosas, começaram a chorar.                          abelha Generosa.




34                                                                                                              35
O
                  trecho foi curto, logo o perfume das rosas
                  inundou o ar.

                      O roseiral era imenso, a perder de vista.
     Havia rosas de todas as cores.

         As formigas ficaram fascinadas com tanta beleza,
     uma sensação maravilhosa inundou-lhes a alma.

          No roseiral, além de abelhas e formigas, também
     estavam beija-flores, borboletas e outros insetos, todos
     atraídos pelo perfume das flores.




36                                                           37
O
             s dias transcorriam calmos e sem novidades.

                  Enquanto as abelhas colhiam o néctar e
             o armazenavam na bolsa que traziam dentro
 do corpo, Edi e Zeni realizavam suas pesquisas.

      Certo dia, ao descerem de uma roseira, as duas
 jovens encontraram dois belos formigões. Os olhares
 se cruzaram, e uma atração surgiu entre aquelas quatro
 criaturas.

      Os dois irmãos ficaram encantados pelas belas saúvas
 de olhos negros.

      Os corações das duas jovens também bateram
 acelerados.




38                                                           39
E
                                                                        nquanto isso, no formigueiro, todos estavam
                                                                        preocupados com Edi e Zeni.



     A
            abelha Generosa, casualmente, presenciou o                      No roseiral, as duas saúvas trabalhavam
            momento mágico em que Afrodite ordena ao         felizes.
            Cupido que entre em ação.
                                                                  Depois de algumas semanas, a pesquisa chegou ao
     Formigas e formigões estavam perdidamente               fim. Por essa razão, formigas e formigões estavam muito
 apaixonados, contudo, tal sentimento não impediu que a      tristes.
 pesquisa continuasse, agora, com mais entusiasmo.
                                                                 Para amenizar a tristeza, os quatro jovens marcaram
      As abelhas, por sua vez, transportavam o néctar para   novo encontro no formigueiro onde residiam Edi e Zeni.
 a colônia, num vaivém incansável.                           Assim, entre abraços, lágrimas, beijos e juras de amor, o
     Cada qual fazendo a sua parte.                          quarteto se despediu.

                                                                 A abelha Generosa se ofereceu para levar as duas
                                                             formigas de volta para casa.




40                                                                                                                  41
N
              o formigueiro, Edi e Zeni foram recebidas
              com honras. Em seguida, elas entregaram




                                                                 L
              para a rainha o relatório da pesquisa. Em
 entrevista concedida aos meios de comunicação, as jovens             onge dali, cena semelhante se repetiu. Os pais
 narraram as aventuras que viveram e o fascínio que o                 dos formigões estavam felizes com o retorno
 lugar exercia sobre os visitantes. Em seguida, fizeram um            dos filhos e com as novidades que trouxeram.

 apelo à rainha, para que ajudasse a preservar o roseiral,       Algum tempo depois, os formigões e toda a família
 pois corria risco de extinção. Para concluir, falaram       partiram para o formigueiro onde moravam Edi e Zeni. Ao
 sobre o romance com os jovens formigões, confessando-       chegar, foram recebidos com festa.
 se apaixonadas. Todos ficaram felizes e ansiosos para           Transcorridos alguns meses, os quatro jovens se
 conhecer os pretendentes.                                   casaram.

                                                                 Foi um casamento como jamais se viu igual. As noivas
                                                             estavam deslumbrantes em seus vestidos longos e sapatos
                                                             de salto alto. Os noivos atraíam os olhares de todas as
                                                             formigas.

                                                                 A rainha do formigueiro e a abelha Generosa foram
                                                             as madrinhas de casamento.

                                                                 A orquestra das abelhas abrilhantou a festa.




42                                                                                                                 43
A
                  recepção foi inesquecível e o banquete
                  delicioso. O cardápio oferecia: folhas,
                  sementes, fungos, açúcar, água, além de geleia
     real e mel, presente das abelhas.

         Após o jantar teve início o baile.

         As abelhas apresentaram o sensacional espetáculo
     “Dança no Ar”, muito aplaudido por todos.

          Formigas e abelhas nunca se divertiram tanto. A
     festa terminou quando o sol acariciou a terra com os seus
     raios dourados.




44                                                            45
Saiba quem é a Lenira
                                                                                               Olá amigos! Sou Lenira Almeida Heck, também
                                                                                           conhecida por Júlia Vehuiah. Natural da Bahia;
                                                                                           nasci em Cachoeira/BA, no alvorecer do dia 20 de
                                                                                           março de 1954, mas por razões que desconheço, fui
                                                                                           registrada em São Félix/BA. Cresci em Salvador/




     D
                                                                                           BA.
                                                                                               Casada, dois filhos, sou graduada em Letras
            epois de alguns dias, os dois casais partiram
                                                                                           pelo Centro Universitário UNIVATES. Moro em
            para o roseiral, onde construíram dois grandes                                 Lajeado/RS, trabalho como professora, ministro
            formigueiros. Lá, encontraram outros tipos                                     palestras e conto histórias.

 de alimentos, preservando o roseiral.                           Gosto de ler, escrever e por aí vai.
                                                                 Defeito: Nossa! São tantos... (risos).
      Edi e Zeni convenceram seus cônjuges de que seria          O que não gosto: a violência, a injustiça e a miséria.

 bom ter muitas formiguinhas correndo e brincando pelo           Ídolo: Jesus Cristo.
                                                                 O que espera do futuro? Vida em plenitude.
 formigueiro. Assim, de comum acordo, pediram algumas
                                                                                                  ***
 larvas para a rainha. Dessa forma, as duas amigas se
                                                                 Sobre a ilustradora: Adriana Dessoy, casada, dois filhos; foi minha colega no
 tornaram mães adotivas de centenas de formiguinhas,         curso Normal. Admiro o seu talento artístico e a sua seriedade no trabalho.
 entre elas, duas futuras rainhas que deram continuidade         Era isto, amigos. A todos, boa leitura!
 aos formigueiros.                                                                                          Abraços, Lenira.

     E todos foram felizes enquanto viveram.

     FIM.




46                                                                                                                                         47
Outras obras
                             Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported
                                                          (CC BY-NC-ND 3.0)




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Esta é uma história de ação e aventura. Narra
as peripécias de duas amigas inseparáveis: Edi e Zeni.
Inconformadas de terem nascido formigas operárias,
antipatizam as abelhas por serem aladas.
     As duas amigas põem em risco a segurança do
formigueiro quando, por inveja, levam para o bosque o
general Formiguelto e seu exército. No entanto, aban-
donadas pelo exército, Edi e Zeni lutam bravamente
contra um inesperado inimigo.
     Tempos depois, as duas formigas viajam para
o roseiral. Durante o percurso, vivem emocionantes
aventuras.
                       Aconselhável para crianças de todas as idades.

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  • 1. Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah)
  • 2. Lenira Almeida Heck (Júlia Vehuiah) 1ª edição Lajeado, 2012
  • 3. Para: Dedico esta obra: Ao meu país Às crianças de todas as idades A Roque, Davi, Aline e Bárbara Aos meus colegas professores. Editora Univates Pensamento: Coordenação e Revisão Final: Ivete Maria Hammes As crianças são sementes que precisam Editoração: Bruno Henrique Braun e Marlon Alceu Cristófoli Capa: Adriana Schnorr Dessoy e Bruno Henrique Braun ser cultivadas. (Júlia Vehuiah) Revisão Linguística: Veranice Zen e Volnei André Bald Agradecimentos: A Deus, por mais esta obra. Rua Avelino Tallini, 171 - Bairro Universitário Júlia, pela vida. Cx. Postal 155 - CEP 95900-000, Lajeado - RS, Brasil Vehuiah, pela inspiração. Fone: (51) 3714-7024 /Fone/Fax: (51) 3714-7000 E-mail: editora@univates.br - http://www.univates.br/editora Ivete, Bruno e Marlon, pela dedicação. H448a Heck, Lenira Almeida. As abelhas e as formigas! / Lenira Almeida Heck ; ilustradora, Adriana Schnorr Dessoy . - Lajeado: Univates, 2012. 48 p.: il. color. Copyrigth: Lenira Almeida Heck ISBN 978-85-8167-007-2 Rua General Flores da Cunha, 84/102 - Bairro Florestal 1. Literatura infanto-juvenil I.Título CEP 95900-000 - Lajeado/RS CDU: 82-93 E-mail: lenira@universo.univates.br - Fone: (51) 8406-9804 Ficha catalográfica elaborada por Carla Barzotto CRB 10/1922 Esta história/obra é de exclusiva Autora: Lenira Almeida Heck responsabilidade da autora. Inspirada por: Júlia e Vehuiah (meus anjos) Ilustradora: Adriana Schnorr Dessoy
  • 4. E sta história começou num grande bosque. Lá havia uma variedade infinita de árvores que abrigavam insetos e outros animais grandes e pequenos, vertebrados e invertebrados. O silêncio do lugar era rompido pelos gorjeios dos pássaros e pelo farfalhar das folhas, que balançavam com o toque suave ou tempestuoso do vento. Nesse lugar distante, dois povos trabalhavam em silêncio: as abelhas e as formigas. 4 5
  • 5. C erta manhã, durante o trabalho, as duas amigas decidiram parar para descansar. Deitadas num velho tronco, elas avistaram uma laranjeira em N flor e, sobre um dos galhos, uma abelha, que logo voou o grupo das formigas havia duas jovens desaparecendo entre as árvores. As duas formigas não chamadas Edi e Zeni, amigas inseparáveis deram muita importância, até que, minutos depois, a abelha pertencentes à casta operária, cuja função retornou trazendo consigo centenas de companheiras que era transportar para o formigueiro o que as formigas cantavam assim: cortadeiras derrubavam. Desperta no bosque Insatisfeitas com a sua origem humilde, as duas Gentil primavera, formigas mostravam-se rebeldes e briguentas. Com ela chegou o canto Gorjeio do sabiá, Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá. (autor desconhecido) 6 7
  • 6. S em entender o motivo de tamanha alegria, Zeni comentou: – Ouça! As abelhas parecem felizes. Não sei como conseguem cantar, trabalhando desse jeito. Veja! Cantam como se o mundo fosse um grande salão de festa. – Deve ser para nos provocar, porque sabem que somos bem diferentes, não perdemos tempo com essas bobagens – falou Edi com o mau humor de sempre. 8 9
  • 7. –E u adoraria ter nascido abelha – confessou Zeni. A vida delas é bem melhor do que a nossa. O fato de terem nascido com asas muda tudo. – Isso é verdade. Por que será que alguns nascem com tanta sorte? Veja a nossa rainha, nasceu alada e por esse motivo nunca precisou carregar uma folha sequer – disse Edi. Lá pelas tantas, Edi olhou para os pés e, tristemente, disse: – Aposto que os pés das abelhas são belos e delicados como os da nossa rainha; bem diferentes dos nossos que são grandes, chatos e cascudos. 10 11
  • 8. E di olhou com desprezo para a abelha e, cobrindo as antenas com as mãos, perguntou zombeteira: – Zeni, tem alguém falando conosco? – Não estou ouvindo nada – respondeu Zeni fingindo procurar alguma coisa. E nquanto as duas conversavam, uma abelha se Edi olhou para a abelha e em tom ameaçador, disse: aproximou: – Suma agora daqui! Não conversamos com abelhas. – Bom dia, amigas formigas! Vi vocês descansando e vim cumprimentá-las, mas sem querer, ouvi A abelha, cujo nome era Generosa, esboçou um o que falavam a nosso respeito. Não se iludam. Nossa vida sorriso triste, e voou para junto das companheiras que também é trabalhosa e às vezes bem difícil, mas isso não continuavam a cantar: impede de sermos alegres. Desperta no bosque Gentil primavera, Com ela chegou o canto, Gorjeio do sabiá, Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá, Tra-lá-lá-lá-lá-lá-lá. 12 13
  • 9. A borrecidas com a intromissão da abelha, as formigas correram ao formigueiro, onde se queixaram para o general Formiguelto. Este, após escutar o relato, reuniu os soldados que eram indivíduos fortes, muito maiores do que as operárias. Eles possuíam cabeças grandes e mandíbulas bem desenvolvidas. Sem demora, todos partiram. Ao chegar no local indicado, não encontraram nenhuma abelha, apenas a laranjeira em flor. Desapontado, o general Formiguelto ordenou: – Subam na laranjeira, quero cada flor e cada folha no chão, entenderam?! – Sim, senhor! – gritaram. E todos obedeceram. Ao descerem, não havia sobrado nada, apenas galhos nus. Fatigados, os soldados sentaram para descansar. Perto dali, uma estranha criatura caminhava lentamente. 14 15
  • 10. A lgum tempo depois, as abelhas comandadas por Generosa retornaram. Ao avistarem a laranjeira desfolhada, exclamaram: Ao acompanhar o voo das abelhas, as formigas viram o temível devorador de formigas. Assustadas, começaram – Senhor dos ventos, o que aconteceu aqui?! a correr. Na fuga, um soldado esbarrou em Edi, que – Um grande tufão! – disse alguém. derrubou Zeni, caindo os três no chão. Erguendo-se, o – Um terremoto! – sugeriu uma outra abelha. soldado saiu em disparada, deixando as duas para trás. Generosa, ao olhar para o chão, viu centenas de O animal peludo já estava muito próximo das duas formigas sentadas. formigas, que se fingiram de mortas. Perto dali, a estranha criatura de pelagem cinza, No momento certo, as duas subiram nos pelos do com tons brancos e pretos, focinho alongado e fino, língua predador e iniciaram o ataque. Ao sentir as picadas, o comprida, enormes garras e uma cauda parecendo uma tamanduá-bandeira começou a se debater. bandeira, caminhava em direção às formigas. Próximo dali, as formigas operárias trabalhavam Generosa estranhou a maneira como ela se locomovia, tranquilas. Ao escutarem o alvoroço dos soldados, por isso, decidiu alertar as formigas. Reunindo o enxame, deixaram tudo, e correram em direção ao formigueiro. voou em direção ao estranho animal. 16 17
  • 11. E nquanto os soldados fugiam, as abelhas com zumbidos ensurdecedores atacavam o tamanduá-bandeira, que se defendia erguendo as patas dianteiras e usando a grande língua. Edi e Zeni também lutavam bravamente, mas num descuido, uma delas perdeu o equilíbrio e despencou das alturas. A amiga nada percebeu. Depois de algum tempo, cansado de lutar contra insetos tão pequenos, o tamanduá-bandeira desistiu. Edi pressentiu o fim do combate, deu a última picada, mas ao descer, escorregou e um grito ecoou no bosque. E nada mais se ouviu. 18 19
  • 12. N o formigueiro tudo parecia tranquilo. De repente... – Abram! Abram os portões! As sentinelas ficaram indecisas, por fim, atenderam ao P pedido, soldados e operárias entraram esbaforidos. A rainha, pensando tratar-se de uma invasão, tocou a ara certificar-se de que todas as formigas trombeta convocando os soldados para a batalha, mas logo haviam retornado, fez-se a chamada. Edi e Zeni reconheceu o seu exército e as suas operárias. não estavam presentes. Passado o susto, a rainha quis saber por que a sua A rainha ordenou à equipe de resgate que fosse à guarnição estava fora do formigueiro. Todos começaram procura das duas. No final do dia, ambas foram encontradas, a falar ao mesmo tempo. Ela só conseguia ouvir palavras bastante machucadas, sob os cuidados das abelhas. soltas, tais como: bicho, abelhas, língua, laranjeira, sentados, As duas formigas foram removidas para o formigueiro. grande, susto, fuga, focinho, enorme, zumbido, correndo, cortamos, bandeira, bosque, flor, predador, fino, unhas e assim prosseguiam. – Chegaaa! – gritou a rainha. Todos emudeceram. Um soldado foi escolhido para contar o que aconteceu. Quando a narrativa chegou ao fim, entrou o general Formiguelto. 20 21
  • 13. S emanas depois, Edi e Zeni deixaram o hospital. A rainha, muito compreensiva, deu-lhes A nova função dentro do formigueiro: cuidar rainha ficou muito preocupada com o estado das larvas, tarefa que muito as alegrou. de saúde das duas jovens saúvas, por isso, aguardou o momento oportuno para conversar Uma tarde, para acalmar as larvas, Edi e Zeni com todos sobre a operação no bosque. cantarolaram a música das abelhas: Nas ruas do formigueiro não se falava outra coisa Desperta no bosque senão do episódio do bosque e do fracasso do general Gentil primavera, Formiguelto. Com ela chegou o canto No hospital, Edi e Zeni continuavam recebendo Gorjeio do sabiá, cuidados médicos e a visita diária da rainha. Trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá Tanta atenção fez as duas formigas repensarem suas Trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá. atitudes. Suas vozes eram tão bonitas que atraiu a atenção das demais formigas. Ao perceberem, as duas calaram. – Oh! Por favor, continuem... E as duas continuaram. 22 23
  • 14. D epois de todos esses episódios, a rotina do formigueiro voltou ao normal. Certo dia, a rainha recebeu uma ilustre visita. Conversa vai, conversa vem, ela ficou sabendo da existência de um imenso roseiral a ser explorado; alguns formigueiros estavam enviando representantes ao local. No dia seguinte, a rainha convocou toda a população para um importante ato cívico. Na data marcada, todos os formigueirenses esta- vam a postos para ouvir o que a rainha tinha a dizer. No final, ela lançou o apelo: – Precisamos de voluntários para irem ao roseiral. Quem fará esse sacrifício pelo país? ?!?!?!?!?! Silêncio. Nenhuma manifestação. Depois de insistentes apelos, as duas amigas cochicharam. – ?!?!?!?. – Nós iremos majestade! – afirmou Zeni. Todos os olhares voltaram-se para as duas jovens. Em seguida, ouviu-se muitos aplausos. 24 25
  • 15. O s dias seguintes foram de preparativos. Na véspera da partida, uma multidão reuniu-se na Praça do Açúcar para despedir-se das duas voluntárias. A rainha elogiou a coragem e o patriotismo das jovens. Depois foi entoado o Hino Nacional do Formigueiro: Formigueiro! Formigueiro! Aqui é nosso lar! Por ti darei a vida... A ti quero exaltar! Sorrindo ou chorando, A pátria hei de honrar. Formigueiro! Formigueiro! Aqui é nosso lar! (música Teresinha de Jesus) 26 27
  • 16. A Z ntes de o dia clarear, Edi e Zeni partiram. eni, para tranquilizar a amiga, dizia: A distância entre o formigueiro e o – Calma! Tudo vai dar certo. roseiral era longa e o caminho perigoso. De repente, Zeni começou a chamar: Camaleões e tamanduás habitavam aquelas regiões. – Socorro! Tem alguém aí? Socorro! No primeiro dia, tudo transcorreu sem nenhuma Um pássaro apareceu, e do alto perguntou: novidade que mereça relato. – O que aconteceu formiga para gritar assim? No terceiro dia, ao entardecer, uma forte tempes- tade caiu sobre a floresta. Os pingos que desciam das fo- – A minha amiga está presa, por favor, nos ajude! lhas pareciam cachoeiras. Edi e Zeni procuraram abrigo, Implorou. por fim, encontraram uma cabana abandonada à beira do – Esperem, vou buscar ajuda. Dizendo isso, caminho. As duas estavam famintas e com muito frio. Por desapareceu. sorte, acharam panos secos, restos de açúcar e um pouco Instantes depois retornou, trazendo consigo outros de mel. pássaros. Após muito esforço, eles conseguiram libertar Pela manhã, ao retomar a viagem, Edi atolou os pés no Edi. Solidários com a situação das duas, eles se ofereceram barro e quanto mais tentava libertá-los, mais afundava. para levá-las até o Lago Azul. De lá, elas atravessariam Nervosa, começou a chorar. para a outra margem, nas costas de algum gentil jacaré. 28 29
  • 17. N a beira do lago, pássaros e formigas se despediram, e um jacaré que ali estava se ofereceu para fazer a travessia. N Logo que desembarcaram, Edi e Zeni quase foram o fim do dia, entraram num lugar úmido, pisoteadas por um bando de cervos que fugiam dos pedregoso e muito escuro, tanto que não caçadores. conseguiram ver o rosto do benfeitor. Com No sexto dia, as jovens caminhavam tranquilas. De dificuldade, Edi e Zeni desceram, agradeceram e partiram. repente, viram muitas formigas correndo, perseguidas Lá fora, o sol mais uma vez se despedia da tarde. por um camaleão que ensinava o filhote a caçar. Edi e As duas amigas caminharam até encontrar um lugar para Zeni, vendo o perigo, começaram a correr. passarem a noite. Durante a madrugada, um barulho À tarde, quando o sol começava a esconder-se atrás esquisito acordou Zeni. das montanhas, e as folhas das árvores refletiam o Era uma grande serpente que voltava para o ninho. dourado do crepúsculo, as duas amigas procuraram um Sem pensar duas vezes, as duas saíram pé ante pé sem lugar para descansar. Não tardou encontrá-lo. Cansadas, fazer barulho. logo adormeceram. Pela manhã, perceberam que estavam em movimento. Tentaram descer, mas desistiram. Dessa forma, viajaram o dia inteiro, sem saber como ou para onde. 30 31
  • 18. N o sétimo dia, as jovens pararam sob uma grande árvore. Ao olhar para o lado, viram uma criatura de pelos brancos, orelhas grandes e olhos vermelhos, cavando a terra. Ao vê-las, a simpática criatura, sorrindo, disse: – Oh! São vocês?! Pensei que não veria mais nenhuma formiga por aqui. Alegro-me que estejam vivas. Como escaparam? As amigas se olharam. – Escapamos de quê? – perguntou Edi. – Do ataque, ora essa. Que mais poderia ser? O fazendeiro não gostou nada do que vocês e seu bando fizeram. Onde se viu, comer todas as folhas do mandiocal?! – Não sabemos de nada. Estamos chegando agora. – Ahn? Então não foram vocês?! Nesse caso é melhor irem embora depressa, antes que seja tarde demais. O fazendeiro poderá voltar a qualquer momento para ver se sobrou alguma formiga. 32 33
  • 19. D E ito isso, a alva criatura saiu apressada. nquanto choravam, ouviram uma voz que disse: Uma das formigas perguntou: – Olá, formigas, por que choram? – Hei! Como é o nome desse lugar?! Ao levantar os olhos, exclamaram: – Não sei! – Você aqui?! – Para que lado fica o roseiral? Perguntou Edi. – Sim, estamos trabalhando no roseiral. E vocês o que fazem? – Prá lá! – respondeu o coelho sem olhar para trás. – Viemos conhecê-lo. – respondeu Edi. – Prá lá, prá lá é para lado nenhum – cochichou Edi. Pode nos ensinar o caminho? As duas formigas ficaram temerosas, mas o medo aumentava à medida que caminhavam e encontravam – Se quiserem, posso levá-las até lá. corpos de formigas espalhados por toda a parte. As formigas ficaram muito felizes com o convite da Nervosas, começaram a chorar. abelha Generosa. 34 35
  • 20. O trecho foi curto, logo o perfume das rosas inundou o ar. O roseiral era imenso, a perder de vista. Havia rosas de todas as cores. As formigas ficaram fascinadas com tanta beleza, uma sensação maravilhosa inundou-lhes a alma. No roseiral, além de abelhas e formigas, também estavam beija-flores, borboletas e outros insetos, todos atraídos pelo perfume das flores. 36 37
  • 21. O s dias transcorriam calmos e sem novidades. Enquanto as abelhas colhiam o néctar e o armazenavam na bolsa que traziam dentro do corpo, Edi e Zeni realizavam suas pesquisas. Certo dia, ao descerem de uma roseira, as duas jovens encontraram dois belos formigões. Os olhares se cruzaram, e uma atração surgiu entre aquelas quatro criaturas. Os dois irmãos ficaram encantados pelas belas saúvas de olhos negros. Os corações das duas jovens também bateram acelerados. 38 39
  • 22. E nquanto isso, no formigueiro, todos estavam preocupados com Edi e Zeni. A abelha Generosa, casualmente, presenciou o No roseiral, as duas saúvas trabalhavam momento mágico em que Afrodite ordena ao felizes. Cupido que entre em ação. Depois de algumas semanas, a pesquisa chegou ao Formigas e formigões estavam perdidamente fim. Por essa razão, formigas e formigões estavam muito apaixonados, contudo, tal sentimento não impediu que a tristes. pesquisa continuasse, agora, com mais entusiasmo. Para amenizar a tristeza, os quatro jovens marcaram As abelhas, por sua vez, transportavam o néctar para novo encontro no formigueiro onde residiam Edi e Zeni. a colônia, num vaivém incansável. Assim, entre abraços, lágrimas, beijos e juras de amor, o Cada qual fazendo a sua parte. quarteto se despediu. A abelha Generosa se ofereceu para levar as duas formigas de volta para casa. 40 41
  • 23. N o formigueiro, Edi e Zeni foram recebidas com honras. Em seguida, elas entregaram L para a rainha o relatório da pesquisa. Em entrevista concedida aos meios de comunicação, as jovens onge dali, cena semelhante se repetiu. Os pais narraram as aventuras que viveram e o fascínio que o dos formigões estavam felizes com o retorno lugar exercia sobre os visitantes. Em seguida, fizeram um dos filhos e com as novidades que trouxeram. apelo à rainha, para que ajudasse a preservar o roseiral, Algum tempo depois, os formigões e toda a família pois corria risco de extinção. Para concluir, falaram partiram para o formigueiro onde moravam Edi e Zeni. Ao sobre o romance com os jovens formigões, confessando- chegar, foram recebidos com festa. se apaixonadas. Todos ficaram felizes e ansiosos para Transcorridos alguns meses, os quatro jovens se conhecer os pretendentes. casaram. Foi um casamento como jamais se viu igual. As noivas estavam deslumbrantes em seus vestidos longos e sapatos de salto alto. Os noivos atraíam os olhares de todas as formigas. A rainha do formigueiro e a abelha Generosa foram as madrinhas de casamento. A orquestra das abelhas abrilhantou a festa. 42 43
  • 24. A recepção foi inesquecível e o banquete delicioso. O cardápio oferecia: folhas, sementes, fungos, açúcar, água, além de geleia real e mel, presente das abelhas. Após o jantar teve início o baile. As abelhas apresentaram o sensacional espetáculo “Dança no Ar”, muito aplaudido por todos. Formigas e abelhas nunca se divertiram tanto. A festa terminou quando o sol acariciou a terra com os seus raios dourados. 44 45
  • 25. Saiba quem é a Lenira Olá amigos! Sou Lenira Almeida Heck, também conhecida por Júlia Vehuiah. Natural da Bahia; nasci em Cachoeira/BA, no alvorecer do dia 20 de março de 1954, mas por razões que desconheço, fui registrada em São Félix/BA. Cresci em Salvador/ D BA. Casada, dois filhos, sou graduada em Letras epois de alguns dias, os dois casais partiram pelo Centro Universitário UNIVATES. Moro em para o roseiral, onde construíram dois grandes Lajeado/RS, trabalho como professora, ministro formigueiros. Lá, encontraram outros tipos palestras e conto histórias. de alimentos, preservando o roseiral. Gosto de ler, escrever e por aí vai. Defeito: Nossa! São tantos... (risos). Edi e Zeni convenceram seus cônjuges de que seria O que não gosto: a violência, a injustiça e a miséria. bom ter muitas formiguinhas correndo e brincando pelo Ídolo: Jesus Cristo. O que espera do futuro? Vida em plenitude. formigueiro. Assim, de comum acordo, pediram algumas *** larvas para a rainha. Dessa forma, as duas amigas se Sobre a ilustradora: Adriana Dessoy, casada, dois filhos; foi minha colega no tornaram mães adotivas de centenas de formiguinhas, curso Normal. Admiro o seu talento artístico e a sua seriedade no trabalho. entre elas, duas futuras rainhas que deram continuidade Era isto, amigos. A todos, boa leitura! aos formigueiros. Abraços, Lenira. E todos foram felizes enquanto viveram. FIM. 46 47
  • 26. Outras obras Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported (CC BY-NC-ND 3.0) da autora Esta é uma licença simplificada baseada na Licença Jurídica (licença integral) Advertência Você tem a liberdade de: Não deixe de ler também... Compartilhar — copiar, distribuir e transmitir a obra. Sob as seguintes condições: Atribuição — Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra). Uso não comercial — Você não pode usar esta obra para fins comerciais. Vedada a criação de obras derivadas — Você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra. Ficando claro que: Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais. Domínio Público — Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença. Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença: ● Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis; ● Os direitos morais do autor; ● Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade. Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página.
  • 27. Esta é uma história de ação e aventura. Narra as peripécias de duas amigas inseparáveis: Edi e Zeni. Inconformadas de terem nascido formigas operárias, antipatizam as abelhas por serem aladas. As duas amigas põem em risco a segurança do formigueiro quando, por inveja, levam para o bosque o general Formiguelto e seu exército. No entanto, aban- donadas pelo exército, Edi e Zeni lutam bravamente contra um inesperado inimigo. Tempos depois, as duas formigas viajam para o roseiral. Durante o percurso, vivem emocionantes aventuras. Aconselhável para crianças de todas as idades.