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Universidade do Sul de Santa Catarina




Comunicação Visual para Web
    Disciplina na modalidade a distância




                   Palhoça
                 UnisulVirtual
                     2007
Apresentação

Parabéns, você está recebendo o livro didático da disciplina de
Comunicação Visual para Web.

Este material didático foi construído especialmente para este
curso, levando em consideração o seu perfil e as necessidades
da sua formação. Como os materiais estarão, a cada nova
versão, recebendo melhorias, pedimos que você encaminhe suas
sugestões sempre que achar oportuno via professor tutor ou
monitor.

Recomendamos, antes de você começar os seus estudos, que
verifique as datas-chave e elabore o seu plano de estudo pessoal,
garantindo assim a boa produtividade no curso.

Lembre: você não está só nos seus estudos, conte com o Sistema
Tutorial da UnisulVirtual sempre que precisar de ajuda ou
alguma orientação.

Desejamos que você tenha um excelente êxito neste curso!

Equipe UnisulVirtual
Vera Niedersberg Schuhmacher




Comunicação Visual para Web
             Livro didático


           Design instrucional
         Flavia Lumi Matuzawa


            3ª edição revista


                 Palhoça
              UnisulVirtual
                  2007
Copyright © UnisulVirtual 2007
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

   004.61
   S41    Schuhmacher, Vera Niedersberg
              Comunicação visual para web I: livro didático / Vera Niedersberg
          Schuhmacher ; design instrucional
          Flavia Lumi Matuzawa, [Leandro Kingeski Pacheco]. – 3 ed. rev.
          Palhoça : UnisulVirtual, 2007.
              296 p. : il. ; 28 cm.

                        Inclui bibliografia.

                   1. Internet (Redes de computação). 2. Comunicação visual.
               I. Matuzawa, Flavia Lumi. II. Pacheco, Leandro Kingeski. III. Título.


Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul


Créditos
Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual - Educação Superior a Distância

Campus UnisulVirtual                 Bibliotecária                           Higor Ghisi Luciano                Priscila Santos Alves                Lamuniê Souza
Rua João Pereira dos Santos, 303     Soraya Arruda Waltrick                  Pedro Paulo Alves Teixeira                                              Liana Pamplona
Palhoça - SC - 88130-475                                                     Rafael Pessi                       Logística de Materiais               Marcelo Pereira
Fone/fax: (48) 3279-1541 e           Cerimonial de Formatura                 Vilson Martins Filho               Jeferson Cassiano Almeida da Costa   Marcos Alcides Medeiros Junior
3279-1542                            Jackson Schuelter Wiggers                                                  (coordenador)                        Maria Isabel Aragon
E-mail: cursovirtual@unisul.br                                               Equipe Didático-Pedagógica         Eduardo Kraus                        Olavo Lajús
Site: www.virtual.unisul.br          Coordenação dos Cursos                  Angelita Marçal Flores                                                  Priscilla Geovana Pagani
                                     Adriano Sérgio da Cunha                 Carmen Maria Cipriani Pandini      Monitoria e Suporte                  Silvana Henrique Silva
Reitor Unisul                        Aloísio José Rodrigues                  Caroline Batista                   Rafael da Cunha Lara (coordenador)   Vilmar Isaurino Vidal
Gerson Luiz Joner da Silveira        Ana Luisa Mülbert                       Carolina Hoeller da Silva Boeing   Adriana Silveira
                                     Ana Paula Reusing Pacheco               Cristina Klipp de Oliveira         Caroline Mendonça                    Secretária Executiva
Vice-Reitor e Pró-Reitor             Cátia Melissa S. Rodrigues (Auxiliar)   Daniela Erani Monteiro Will        Dyego Rachadel                       Viviane Schalata Martins
Acadêmico                            Charles Cesconetto                      Dênia Falcão de Bittencourt        Edison Rodrigo Valim
Sebastião Salésio Heerdt             Diva Marília Flemming                   Enzo de Oliveira Moreira           Francielle Arruda                    Tecnologia
                                     Itamar Pedro Bevilaqua                  Flávia Lumi Matuzawa               Gabriela Malinverni Barbieri         Osmar de Oliveira Braz Júnior
Chefe de gabinete da Reitoria        Janete Elza Felisbino                   Karla Leonora Dahse Nunes          Josiane Conceição Leal               (coordenador)
Fabian Martins de Castro             Jucimara Roesler                        Leandro Kingeski Pacheco           Maria Eugênia Ferreira Celeghin      Ricardo Alexandre Bianchini
                                     Lilian Cristina Pettres (Auxiliar)      Ligia Maria Soufen Tumolo          Rachel Lopes C. Pinto                Rodrigo de Barcelos Martins
Pró-Reitor Administrativo            Lauro José Ballock                      Márcia Loch                        Simone Andréa de Castilho
Marcus Vinícius Anátoles da Silva    Luiz Guilherme Buchmann                 Patrícia Meneghel                  Tatiane Silva
Ferreira                             Figueiredo                              Silvana Denise Guimarães           Vinícius Maycot Serafim              Edição – Livro Didático
                                     Luiz Otávio Botelho Lento               Tade-Ane de Amorim
Campus Sul                           Marcelo Cavalcanti                      Vanessa de Andrade Manuel          Produção Industrial e Suporte        Professora Conteudista
Diretor: Valter Alves Schmitz Neto   Mauri Luiz Heerdt                       Vanessa Francine Corrêa            Arthur Emmanuel F. Silveira          Vera Niedersberg Schuhmacher
Diretora adjunta: Alexandra Orsoni   Mauro Faccioni Filho                    Viviane Bastos                     (coordenador)
                                     Michelle Denise Durieux Lopes Destri    Viviani Poyer                      Francisco Asp                        Design Instrucional
Campus Norte                         Moacir Heerdt                                                                                                   Flavia Lumi Matuzawa
Diretor: Ailton Nazareno Soares      Nélio Herzmann                          Gerência de Relacionamento         Projetos Corporativos                Leandro Kingeski Pacheco
Diretora adjunta: Cibele Schuelter   Onei Tadeu Dutra                        com o Mercado                      Diane Dal Mago
                                     Patrícia Alberton                       Walter Félix Cardoso Júnior        Vanderlei Brasil                     Projeto Gráfico e Capa
Campus UnisulVirtual                 Patrícia Pozza                                                                                                  Equipe UnisulVirtual
Diretor: João Vianney                Raulino Jacó Brüning                    Logística de Encontros             Secretaria de Ensino a Distância
Diretora adjunta: Jucimara Roesler   Rose Clér E. Beche                      Presenciais                        Karine Augusta Zanoni                Diagramação
                                                                             Marcia Luz de Oliveira             (secretária de ensino)               Rafael Pessi
                                     Design Gráfico                          (Coordenadora)                     Ana Luísa Mittelztatt
Equipe UnisulVirtual                 Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro        Aracelli Araldi                    Ana Paula Pereira                    Revisão
                                     (coordenador)                           Graciele Marinês Lindenmayr        Djeime Sammer Bortolotti             Revisare
Administração                        Adriana Ferreira dos Santos             Guilherme M. B. Pereira            Carla Cristina Sbardella
Renato André Luz                     Alex Sandro Xavier                      José Carlos Teixeira               Franciele da Silva Bruchado
Valmir Venício Inácio                Evandro Guedes Machado                  Letícia Cristina Barbosa           Grasiela Martins
                                     Fernando Roberto Dias Zimmermann        Kênia Alexandra Costa Hermann      James Marcel Silva Ribeiro
Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE            1 – Psicologia da comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE            2 – Cores na Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
UNIDADE            3 – Etapas do processo de Design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
UNIDADE            4 – Por que usabilidade? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
UNIDADE            5 – Avaliando a usabilidade de Websites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
UNIDADE            6 – Navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135
UNIDADE            7 – A compatibilidade na resolução de monitores e websites . . . . . . .151
UNIDADE            8 – Conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .169
UNIDADE            9 – Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197
UNIDADE            10 – Tipografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219
UNIDADE            11 – O futuro da Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247

Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .261
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .263
Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .267
Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .269
Anexo 1 - Imagens coloridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .281
Palavras da professora

Você já tentou acessar um site de banco para realizar
um pagamento e não conseguiu? Ao sair do site sem
efetuar a transação desejada sentimo-nos em pleno
século XXI reféns da tecnologia e não apoiados por ela
(como foi amplamente prometido!). Durante a última
década ocorreu uma transformação exuberante em
atividades antes feitas de forma manual como linhas de
produção de indústrias, carros informatizados, educação
e principalmente o advento da Internet. Grande parte
das atividades da vida moderna inserem os recursos
computacionais no dia a dia do cidadão comum. A
facilidade e o conforto na utilização tornou-se um
problema sério, o cidadão trava um combate diário na
utilização das facilidades propostas por tais tecnologias.

Observe um cidadão na fila de um caixa eletrônico, tente
observar quantos destes conseguem chegar ao final da
operação desejada de forma harmoniosa. Observe os
seguintes sintomas: vergonha, frustração, raiva, e em
muitos casos a desistência do cliente.

Por que isto acontece? Uma grande parcela de culpa
reside no projeto da interface e no diálogo da interação
com o usuário. Em muitas situações a preocupação é
centralizada nas funcionalidades do sistema sendo o
design gráfico e o próprio projeto de interação colocados
em um plano secundário. Quando a interação ocorre em
um Website a dificuldade em localizar a informação,
efetuar a transação ou mesmo a aparência “desagradável”
do site induzem o usuário a sair facilmente do portal,
que na maioria das vezes não retorna. O internauta é
impaciente, situações vagas, incoerentes e confusas o
levam a sair do site e continuar sua busca em outros
endereços.
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           Durante a disciplina será possível conhecer melhor o projeto de
                           design centrado no usuário assim como a introdução a conceitos
                           que minimizem situações de desconforto e que facilitem a
                           interação do usuário adequando-o as necessidades do cliente.

                           É fundamental desde já que saibamos que o bom projeto de
                           interface garante a aceitação do cliente e o conseqüente sucesso
                           do produto. O projeto de design adequado ajuda de forma
                           inestimável a fidelização do cliente ao site.




10
Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da
Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão
o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu
tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva
em conta instrumentos que se articulam e se complementam.
Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação
de metodologias e por meio das diversas formas de ação/
mediação.

São elementos desse processo:

        o livro didático;
        o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem - EVA;
        as atividades de avaliação (complementares, a distância
        e presenciais);
        o Sistema Tutorial.



Ementa
Usabilidade. Ergonomia de interface e navegabilidade.
Psicologia da comunicação, arquitetura de informação e
mapa do site. Produção gráfica, diagramação, estética e sua
influencia na performance do site. Padronização gráfica.
Resolução de monitores e compatibilidade. Indicadores de
qualidade, tempo de visualização e projetos de otimização da
comunicação.
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           Objetivos da disciplina
                                        Propiciar o desenvolvimento de sites mais eficientes
                                        centrados nos usuários.
                                        Utilizar Instrumentos de elicitação de conhecimentos.
                                        Esclarecer diretrizes para a concepção de Web sites
                                        consistentes a partir de normas e padrões reconhecidos.
                                        Apresentar técnicas e instrumentos de avaliação de
                                        usabilidade para sites Web.


                           Carga horária
                                        A carga horária total da disciplina é 60 horas/aula, 4
                                        créditos, incluindo o processo de avaliação.



                           Agenda de atividades/ Cronograma
                                        Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar
                                        periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos
                                        seus estudos depende da priorização do tempo para a
                                        leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e
                                        da interação com os seus colegas e tutor.

                                        Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço
                                        a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina
                                        disponibilizado no EVA.

                                        Use o quadro para agendar e programar as atividades
                                        relativas ao desenvolvimento da Disciplina.




12
Comunicação Visual para Web




Atividades obrigatórias




Demais atividades (registro pessoal)




                                                                     13
1
UNIDADE 1




Psicologia da comunicação

      Objetivos de aprendizagem
       Estudar sobre a psicologia envolvida no processo de
       comunicação visual.

       Conhecer a teoria da Gestalt do objeto.

       Ter conhecimento das implicações existentes no
       mecanismo de memorização.

       Ter conhecimento das implicações geradas a partir
       de decisões de projeto e que são explicadas pela
       psicologia.




      Seções de estudo
      Seção 1 O que é Gestalt?

      Seção 2 Um pouco da história

      Seção 3 Percepção da Forma

      Seção 4 Os princípios da Gestalt

      Seção 5 Os mecanismos de memorização

      Seção 6 Restrições de tempo em relação à
                memorização
Universidade do Sul de Santa Catarina




                            Para início de conversa
                           Quando você olha para uma página Web, para uma figura ou
                           mesmo um documento impresso, você organiza o que está vendo,
                           tenta impor uma estrutura e fazer conexões. Seu cérebro tenta
                           decompor as imagens ao mesmo tempo em que tenta organizar
                           estas partes de acordo com suas similaridades de cor, tamanho,
                           textura e forma. Posteriormente, as partes são reagrupadas em
                           um conjunto que permite a compreensão do seu significado.

                           Durante esta unidade, você terá um contato muito próximo com
                           a teoria da Gestalt, muito conhecida como o estudo das formas
                           e que procura estabelecer relações por meio das quais as partes da
                           imagem são agrupadas na percepção visual.

                           No decorrer de seu estudo você fará uma incursão sobre os
                           princípios que dão forma à teoria e justificam sua utilização. Você
                           vai perceber que o bom uso dos princípios da Gestalt explica,
                           muitas vezes, o sucesso de técnicas de projeto visual.

                           Nesta unidade, você também explorará o universo da memória:
                           por que lembramos de fatos ocorridos há 10 anos mas não
                           lembramos de fatos lidos em uma revista a uma semana?

                           O complexo mecanismo da memória e sua boa utilização na
                           construção de um projeto de interface serão discutidos no
                           decorrer da unidade.




16
Comunicação Visual para Web I




SEÇÃO 1 – O que é Gestalt?
A palavra Gestalt tem origem germânica e significa forma,
forma regular ou ainda configuração. A teoria da Gestalt surgiu
nas primeiras décadas deste século (1920), ao mesmo tempo em
que a Europa saía de um de seus períodos mais conturbados de
sua história - a Primeira Guerra Mundial.




Figura 1.1 A Primeira Guerra Mundial*


A Gestalt é uma escola de psicologia
experimental atuante principalmente
na área da teoria da forma. Suas
contribuições foram fundamentais
ao estudo da percepção, sensação do
movimento, linguagem, memória,
inteligência, entre outros.
                                                      Figura 1.2 O castelo**


Os Gestaltistas queriam compreender quais os processos                                     *<http://www.
psicológicos que estavam envolvidos na ilusão de ótica. O                                  guerrasnomundo.hpg.
que acontece ou como acontece quando um estímulo físico é                                  ig.com.br/index2.htm>

percebido pelo ser humano com uma forma diferente do que ele é
na realidade.                                                                              **<http://www.psicologia.
                                                                                           freeservers.com/gestalt/
                                                                                           movimento.html>
                       Na figura 1.2 você não tem a “impressão” de que todas
                       as pessoas estão o tempo todo subindo a escada? Por
                       quê? É uma ilusão de ótica de movimento contínuo.




                                          Unidade 1                                                             17
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                                          Quantas cores você acredita terem sido usadas na figura 1.3?
                                          Na verdade temos somente 2 tons de amarelo e 1 de azul, mas
                                          parecem terem sido usadas bem mais, não é mesmo?



Para uma melhor compreensão,
visualize, no anexo 1, ao final do
livro didático, esta figura colorida.


<http://www.psicologia.
freeservers.com/ilusoes/colors1.
html>                                                           Figura 1.3 A ilusão das cores


                                          Você costuma ir ao cinema? O movimento que vemos na tela
                                          é uma ilusão de ótica causada pelo fenômeno da pós-imagem
                                          retiniana. As imagens vão se sobrepondo em nossa retina e o que
As imagens não são apagadas               percebemos é um movimento. Mas o cinema que você vê é na
imediatamente da retina.                  verdade uma seqüência de fotografias estáticas projetadas na tela.

                                          Além de explicar por meio de suas premissas este tipo de “ilusão”,
                                          a Gestalt sugere uma resposta ao porque de certas formas
                                          agradarem mais que outras; apoiando-se na fisiologia do sistema
                                          nervoso e na psicologia, comprovados por meio de experimentos e
                                          pesquisas.




                                          SEÇÃO 2 – Um pouco da história
                                          Em seu início, havia duas correntes na Gestalt, a dos dualistas
                                          e a dos monistas. Os dualistas acreditavam que perceberíamos
                                          os elementos separadamente e só então eles formariam o todo,
                                          através de uma ação do espírito, de uma percepção mental.
                                          Um desenho seria visto como partes, mas a forma total que
                                          percebemos estaria interligada pelo espírito que uniria seus
                                          elementos.

                                           Os monistas, por sua vez, sustentavam a idéia de que as
                                          partes dependem mais do todo e que o todo determina a
                                          ordem das partes. Para os monistas, forma e matéria não são
                                          separáveis, portanto, os elementos de uma forma não existem

18
Comunicação Visual para Web I




separadamente. As partes são vistas como elementos formadores
do todo. Em outras palavras, se modificarmos algum elemento o
todo também é alterado.

Quando em uma página mudamos a cor do fundo (figura 1.4)
percebemos a mudança do todo (os elementos se modificam) e
não apenas do fundo.




                                                                                        Para uma melhor compreensão,
                                                                                        visualize, no anexo 1, ao final do
                                                                                        livro didático, esta figura colorida.




            Figura 1.4 O conceito monista: o todo determina as partes


A concepção monista acabou sendo a teoria polarizadora. Seus
principais defensores Max Wertheimer, Kurt Koff ka e Wolfgang
Köhler acabaram por se tornar figuras de maior importância na
escola da Gestalt. Os princípios da Gestalt estenderam-se além
da psicologia, para áreas como a Física e a Filosofia.




SEÇÃO 3 – Percepção da forma

                  O dicionário define percepção como o ato de adquirir
                  o conhecimento de um fato, ser ou objeto, através dos
                  sentidos.


Segundo a Gestalt, a percepção da forma pelo cérebro é sempre
uma percepção global dos estímulos, ou seja, o cérebro não enxerga
elementos isolados. O olho humano tende a agrupar as várias
unidades de um campo visual para formar um todo, portanto,
enxergamos o todo e não partes dele. Na figura a seguir os dois

                                          Unidade 1                                                                      19
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                           círculos centrais são de igual tamanho, mas parecem diferentes.
                           Esta ilusão é provocada pela percepção total do conjunto. A
                           noção de tamanho do círculo se dá pela dependência dos demais
                           círculos.




                           Figura 1.5 Ilusão de ótica. Fonte: Filho (2003)


                           Nosso organismo percebe então um conjunto de elementos
                           como uma forma completa, em que os componentes estão
                           integrados entre si. Se decompormos algum elemento, estaremos
                           automaticamente destruindo o conjunto.




                           SEÇÃO 4 – Princípios da Gestalt
                           Entre os princípios da Gestalt, destaca-se como fundamental
                           referência para as composições gráficas, o seguinte conceito:
                           “o todo é mais do que a soma das partes”. Isto equivale a dizer
                           que “A + B” não é simplesmente “(A+B)”, mas sim um terceiro
                           elemento “C”, que possui características próprias.

                           A partir de experimentos e resultados científicos fundamentaram-
                           se diretrizes que regem a percepção humana das formas. Estas
                           leis apresentam conclusões sobre o comportamento natural do
                           cérebro no processo de percepção. Em outras palavras, estas leis
                           nos indicam o porquê de vermos as coisas de uma certa maneira e
                           não de outra.




20
Comunicação Visual para Web I




Unidade
A unidade pode ser vista como um único elemento, que existe
por si só, ou pode ser vista como parte de um todo. Segundo
Filho (2003), quando a unidade é vista como um único elemento,
não existe agrupamentos ou mesmo relações entre os elementos.




                                                      S
               Figura 1.6 - Unidade               Figura 1.7 - Unidade



Na figura 1.6 é possível ver o grupo de pessoas como uma
unidade, mas pode-se também dizer que cada pessoa constitui
uma unidade, ou ainda uma sub-unidade, dentro do todo.

Na figura 1.7 tem-se o exemplo de uma unidade onde não ocorre
agrupamento. Neste caso, a unidade é formada por um único
elemento: a letra S.


Segregação

                 A segregação é a capacidade perceptiva de separar,
                 identificar, evidenciar ou destacar unidades formais
                 em um todo ou em parte dele (FILHO, 2003).


O uso de elementos como linhas, texturas, cores, sombras e outros
nos permitem realizar a segregação. Na imagem 1.8 podemos
segregar as principais unidades: o carro, a estrada e o fundo.
Mas é possível segregarmos a unidade automóvel em faróis, placa,
vidros, rodas, calotas etc. Esta decomposição pode continuar até
que todas as unidades visíveis tenham sido mapeadas.




                                      Unidade 1                                                      21
Universidade do Sul de Santa Catarina




Para uma melhor compreensão,
visualize, no anexo 1, ao final do
livro didático, esta figura colorida.


<http://images.google.com.
br/images?q=pessoas&hl=pt-
BR&lr=&start=100&sa=N>

                                                                    Figura 1.8. Segregação



                                          Proximidade

                                                            O princípio da proximidade descreve a tendência
                                                            dos elementos individuais de serem associados com
                                                            os elementos mais próximos, formando unidades.


                                           Quando colocamos elementos próximos, em condições iguais,
                                          a percepção do ser humano será reconhecê-los, formando um só
                                          todo.

                                                            Observe a figura 1.9. Em um primeiro momento o que
                                                            exatamente você vê? Duas colunas ou quatro colunas?



                                                            aa aa                        aa aa
                                                            aa aa                        aa aa
                                                            aa aa                        aa aa
                                                                    Figura 1.9 Proximidade


                                          Nosso sistema nervoso organiza a figura como um todo e pelo
                                          efeito da proximidade nos leva a interpretar 2 colunas distintas,
                                          em 2 pares. As diferentes distâncias existentes nas 4 colunas nos
                                          levam ao agrupamento das mais próximas.




22
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                     Quanto menor a distância maior a unidade.




                                                                                          <http://www.pontofrio.com.
                                                                                          br/cgi-bin/loja.pl>
Figura 1.10 Proximidade


Na figura 1.10, as informações relacionadas a cada tipo de relógio
estão próximas, criando a intenção de agrupamento. Na leitura do
usuário ocorre a interpretação de que preço e descrição pertencem
à imagem mais próxima.

Similaridade
Elementos semelhantes tendem a se agrupar naturalmente. A
semelhança pode ser estabelecida pelo compartilhamento de
características visuais básicas como: cor, forma, tamanho entre outras.

                     Observe o seguinte exemplo:
                                                                                          Para uma melhor
                                                                                          compreensão, visualize,
                     OX OX OX OX                                aa aa aa aa               no anexo 1, ao final do
                                                                                          livro didático, esta figura
                     OX OX OX OX             ou                 aa aa aa aa               colorida.
                     OX OX OX OX                                aa aa aa aa

                                     Figura 1.11 Similaridade




Apesar dos espaços inter-elementos e inter-colunas terem sido
igualados, o agrupamento ocorre pela semelhança dos elementos.
No primeiro caso pela composição da semelhança da forma das
letras OX e no segundo pelo uso da cor.

                     Quanto maior a semelhança entre os estímulos, maior
                     a probabilidade de serem percebidos como um grupo
                     comum.




                                       Unidade 1                                                                   23
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           A proximidade e semelhança são diretrizes que se completam
                           quando o assunto é agrupamento, mas a semelhança é o fator
                           mais forte de organização.

                           Continuidade
                           Conforme Filho (2003), a continuidade descreve a preferência
                           pelos contornos contínuos e sem quebra, ao invés de combinações
                           complexas de figuras irregulares.

                           O cérebro tende sempre a enxergar a melhor continuação de retas
                           e curvas, assim pode-se direcionar o cérebro a enxergar imagens
                           de determinadas formas, de acordo com a necessidade.

                           Quando você observa a figura (a), abaixo, o que é perce bido são
                           duas linhas que se cruzam e não quatro linhas que se tocam em
                           um ponto.



                           a)                                        b)              z


                                                                           x
                                                                               y


                            Figura 1.12 Continuidade Fonte: Filho (2003)


                           Quando você vê a figura b, percebe que ela é composta de
                           3 elementos x, y e z. Quais dos elementos parecem uma
                           continuação? Qual elemento parece ser um anexo? Se você
                           respondeu que o elemento z parece um anexo, acertou! Ela fere
                           o princípio da boa continuação. Curvas que não seguem a boa
                           continuação natural perdem fluência e harmonia.

                           Uma figura com linhas internas contínuas tende a ser vista como
                           bidimensional, enquanto o desencontro de linhas internas nos
                           direciona à tridimensionalidade.

                           Fechamento
                           O princípio do fechamento descreve a tendência humana de unir
                           intervalos e estabelecer ligações. O cérebro humano interpreta o
                           estímulo visual de forma completa, como figuras fechadas mesmo
24
Comunicação Visual para Web I




quando algumas informações de contorno estão ausentes. Essa
diretriz é fácil de explicar. Você lembra de ter visto figuras que
apesar de formadas por contornos não-contínuos, enxergou como
unidades completas?




                         Figura 1.13 Fechamento


Existe a tendência psicológica de se unir intervalos e estabelecer
ligações. Na figura acima o que você vê? São três círculos
incompletos ou realmente existe o contorno do triângulo?


Figura/Fundo
Quando as partes integrantes de um todo são ligeiramente
diferentes, tendemos a assimilá-las ao todo, percebendo-as
de maneira uniforme. Por outro lado, quando as partes não
constituem um todo, a tendência perceptiva é no sentido de
contrastá-las com o fundo.




                                                                               Para uma melhor
                                                                               compreensão, visualize,
                                                                               no anexo 1, ao final do
                                                                               livro didático, esta figura
                                                                               colorida.




                        Figura 1.14 Figura/Fundo


Quando colocamos uma cor cinzenta sobre um fundo branco,
parecerá mais escura do que se inserida em um fundo negro.


                                     Unidade 1                                                          25
Universidade do Sul de Santa Catarina




                                          Normalmente, distingue-se figura de fundo pelo fato da figura
                                          ter uma forma e aparecer como objeto na frente. O fundo deve
                                          ser, então, sem forma, parecendo se estender de maneira contínua
                                          por trás da figura. No quadro Monalisa fica claro para o usuário
                                          a interpretação da figura e do fundo.



Para uma melhor compreensão,
visualize, no anexo 1, ao final do
livro didático, esta figura colorida.

*<http://images.google.com.br/
images>
**<http://www.geocities.com/
Area51/9839/ilusoes.htm>




                                                    Figura 1.15 Figura/Fundo*   Figura 1.16 Figura/Fundo**



                                          Na figura 1.15, a consideração do que é figura ou do que é fundo
                                          faz com que o indivíduo interprete a figura como um homem
                                          tocando sax ou o rosto de uma jovem mulher.

                                          Pregnância
                                          A lei da pregnância diz que todas as formas tendem a ser
                                          percebidas em seu caráter mais simples, as forças de organização
                                          tendem a se dirigir sempre no sentido da clareza, unidade e
                                          equilíbrio (FILHO, 2003).

                                          Uma casa pode ser vista por 2 formas geométricas: um retângulo
                                          e um triangulo. E uma forma forte e pregnante, pois consegue
                                          transmitir com muita simplicidade a informação.




26
Comunicação Visual para Web I




                                                                                          Para uma melhor
                                                                                          compreensão, visualize,
                                                                                          no anexo 1, ao final do
                                                                                          livro didático, esta figura
                                                                                          colorida.

                    Figura 1.17 Pregnância da forma


É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto
mais simples, mais facilmente é assimilada, desta forma, a parte
mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular,
que requer menos simplificação. Quando a figura é pregnante, ela
exprime uma característica qualquer de forma forte, de maneira
que se destaque e seja de fácil compreensão.

Formas fechadas, simétricas, regulares atraem o olhar e se
destacam do fundo, quando a forma é pregnante, facilmente
conseguimos separá-la do fundo.

                A imagem aérea da Cidade do México é de baixa
                pregnância, o grande número de unidades formais e
                a organização visual confusa dificultam a leitura e a
                compreensão.




                                                                        http://encarta.msn.com/media_
                                                                        461539938_761569238_-1_1/
                                                                        Aerial_View_of_Mexico_City.html




                  Figura 1.18 Baixa Pregnância da forma




                                      Unidade 1                                                             27
Universidade do Sul de Santa Catarina




                                                            O Taj Mahal é um exemplo da boa pregnância da
                                                            forma. Podemos observar o uso da continuidade,
                                                            da ordem, da proximidade, da semelhança dos
                                                            elementos e do equilíbrio.




Para uma melhor compreensão,
visualize, no anexo 1, ao final do
livro didático, esta figura colorida.




<http://www.gimcracker.com/                                    Figura 1.19 Boa Pregnância da forma
archives/Taj-Mahal.jpg>



                                                            Conheça mais sobre as leis da Gestalt

                                                              Bibliografia Gestalt - Publicações em língua
                                                            portuguesa
                                                            URL: http://www.gestalttheory.net/pubs/gestaltismo.html


                                                              International Society for Gestalt Theory and its
                                                            Applications - GTA
                                                            URL: http://www.gestalttheory.net/


                                                              Gestaltismo e Percepção
                                                            URL: http://www.psicologia.freeservers.com/gestalt/




28
Comunicação Visual para Web I




SEÇÃO 5 – Os mecanismos de memorização
A visão humana é o sentido que provê o maior volume de
informações a serem processadas pelo cérebro, estima-se que
metade do potencial de processamento cerebral humano seja
utilizado na organização de informações visuais.

Nossos usuários de software percebem as informações por
meio de um sistema sensorial. Os novos recursos da tecnologia
permitem que esta percepção ultrapasse o sentido da visão,
fazendo uso da audição e do tato.


                No mecanismo de percepção, olhos e cérebro atuam
                em conjunto na interpretação das informações.



Ao percebermos as informações, as mesmas são codificadas,
processadas, usando-se argumentos de raciocínio, além de serem
armazenadas na memória para posterior recuperação.

A Memória
A memória é o mecanismo que nos permite recordar pessoas,
acontecimentos, coisas que aconteceram anteriormente.
                                                                              Richard Järnefelt de
Desde que o ser humano iniciou sua trajetória em áreas de                     Helsinki, Finland,
pesquisa, o funcionamento e as circunstâncias em que ocorrem                  conquistou, em 1999,
a memorização são arduamente discutidas. Nas últimas                          o Guinessbook, com
décadas, muito se tem estudado a respeito das características                 um repertório de 3.000
                                                                              músicas tocadas no piano,
e do funcionamento da memória humana. Estudos evoluíram,
                                                                              sem partituras, apenas
permitindo a compreensão dos meios fisiológicos de como o ser                  com o uso da memória.
humano armazena as informações, assim como as razões pelas                    Fonte: http://www.
quais podemos perdê-las.                                                      guinnessworldrecords.
                                                                              com/gwr5/conten




                   Figura 20. Recorde no Guinessbook



                                     Unidade 1                                                      29
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           O uso deste conhecimento para os projetistas de software na
                           construção de projetos de Web permite uma melhor adaptação
                           do projeto às características e delimitações da memória humana,
                           considerando suas habilidades e capacidade em termos cognitivos.

                                                A natureza da memória pressupõe dois fatores:
                                                a codificação (estratégias de memorização) e a
                                                recordação.


                           A codificação vai permitir a maior ou menor facilidade de se
                           recordar determinada informação. A recordação pode ser livre
                           ou por reconhecimento (somos expostos a pistas que no reavivam
                           a memória). Quando reproduzirmos o que entrou, recupera-se a
                           memória.
                           Segundo Schneiderman (1992), a memória humana pode ser
                           dividida em três partes, cada uma com diferentes características:

                                        Memória Rápida ou de Curto Termo.
                                        Memória de Trabalho ou Sensorial.
                                        Memória Permanente ou de Longo Termo.


                           Memória de Curto Termo
                           A memória de curto termo armazena informações na memória
                           em apenas um curto espaço de tempo 10 a 25 segundos, no
                           máximo. É uma memória rápida, recebendo as informações de
                           entrada captadas pelos órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, olfato
                           e tato) e os passa ao sistema cognitivo.

                           Nesta memória são armazenadas respostas aos estímulos
                           como: informações expressas pela fala, movimentos e
                           ações. As informações são armazenadas por um período de
                           aproximadamente 10 segundos, armazenando poucas informações
                           a cada vez. A memória de curto termo guarda, em média, um
                           número de 7 informações captadas pelos órgãos dos sentidos
                           (BORGES, 2005).




30
Comunicação Visual para Web I




— Que tal repetirmos um experimento realizado em 1956 por
Miller? Faça um ditado de 30 palavras com seu amigo mais
próximo. Finalizado o ditado, peça para que ele escreva todas as
palavras que ele consegue recordar.
E então? Qual foi o resultado?

Este teste nos dá uma idéia da quantidade de informação
armazenada na memória de curto termo!


Memória de Trabalho ou Sensorial
A memória sensorial também é conhecida como memória de
trabalho. Na memória sensorial são trabalhadas as informações
captadas pela memória de curto termo e posteriormente enviadas
à memória permanente. A memória de trabalho pode armazenar
informações por um tempo, podendo variar de minutos a dias,
mas mesmo assim a informação será posteriormente eliminada
(BORGES, 2005).

                 Você já estudou para fazer um concurso ou vestibular?
                 Cursinhos são especialistas em criar mecanismos para
                 conectar e organizar informações de forma que as
                 mesmas permaneçam na memória permanentemente,
                 permitindo que você as recupere mais tarde (dias,
                 meses, anos).


Você lembra de alguma situação quando estudou para uma
avaliação escolar e uma semana depois não lembrava mais do
conteúdo? Tente descrever a fisiologia da célula ou os nomes dos
rios que fazem parte da Região Norte!

Quando o assunto não é considerado fundamental ou
importante para o indivíduo, o mesmo não estabelece
mecanismo de codificação. Desse modo, este conteúdo
dificilmente irá atravessar as fronteiras da memória
sensorial. Lembramos do conteúdo até realizar a prova,
uma semana depois, apesar de uma boa nota, não
lembramos mais do assunto e dificilmente repetiríamos
a boa nota sem estudar novamente.




                                   Unidade 1                                             31
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           A memória de curto termo recupera informação na memória
                           permanente. Mas quais mecanismos podemos usar para
                           registrarmos ou recuperarmos a informação na memória
                           sensorial? Podemos usar metáforas, analogias, regras e tudo
                           aquilo que de alguma maneira chame a atenção do indivíduo.
                           Lembram das famosas musiquetas cantadas por professores de
                           química e física?


                           Memória de Longo Termo
                           Quando armazenamos uma informação na memória de longo
                           termo, ela permanece para sempre. Além da possibilidade de
                           recuperação, também temos a característica relacionada a sua
                           capacidade, até hoje não temos como quantificar as informações
                           que podem ser armazenadas nela ou mesmo seu espaço.

                                                  Algumas informações são recuperadas diretamente da
                                                  memória permanente para a memória de curto prazo,
                                                  sem passar pela memória sensorial.


                           Isto acontece porque são informações utilizadas pelo individuo há
                           muito tempo e de forma repetida. Se neste momento, perguntar
                           para você qual o seu nome? Quando você nasceu? Qual o
                           nome de sua esposa(o) ou namorada(o)? Essas seriam respostas
                           imediatas, já estão a um longo tempo com você e não são
                           necessários mecanismos de recuperação.


                                       Fala, Audição                       Fala, Movimento


                                                                                Memória de Trabalho
                                    Memória de Curto Termo                      ou Sensorial




                                             Memória de Longo Termo ou Permanente


                           Figura 21. Esquema de Funcionamento da Memória segundo Schneiderman (1992)




32
Comunicação Visual para Web I




SEÇÃO 6 – Restrições de tempo em relação à
          memorização
Ben Schneiderman (1992) realizou vários estudos relacionados
ao mecanismo de memorização e percepção. Estes resultados nos
fornecem dicas para a boa utilização da memória em projetos de
interfaces. Nestes estudos, o pesquisador aponta a insatisfação
de usuários com mecanismos de interface, em que o tempo de
resposta é superior a 2 segundos.

A razão para isto é que o ser humano guarda informações na
memória de curto termo por no máximo 15 segundos. Quando
o usuário espera além deste tempo, ele precisa recordar o que
estava fazendo, o que torna a interação mais difícil e lenta. O
grande problema é que de acordo com a tarefa os tempos de
resposta aceitáveis são diferentes, veja os resultados coletados por
Schneiderman (1992) e Galitz (1993):

        digitar, movimentar o cursor, ou selecionar com o mouse:
        50-150 milissegundos;
        tarefas simples como o iniciar um brower: menos de 1
        segundo;
        introduzir dados para buscas de dados: 1-4 segundos;
        tarefas complexas como cálculos, registros : 8-30
        segundos.

O tempo de resposta é crucial para um bom projeto, assim como
o uso, ao longo do projeto, de mecanismos de codificação que
permitam tornar o site interessante e inesquecível.




        Dicas para a boa utilização da memória do usuário

          Evite a carga de elementos de multimídia que levam um
          intervalo de tempo longo para serem carregados em conexões
          de baixa velocidade. O limite de tempo ideal para operações de
          carga é 15 segundos.

                                                                 SEGUE




                                     Unidade 1                                             33
Universidade do Sul de Santa Catarina




                             Insira indicadores de feedback (barras de progressão, ampulhetas
                             girando, quando não é possível determinar o tempo necessário até
                             o término da tarefa) quando o tempo de processamento é longo.




                                                 Figura 22. Indicadores de feedback

                             O sistema deve reagir após uma ação, em um tempo máximo de
                             0,1 segundo.

                             1,0 segundo é o tempo limite para que o fluxo de pensamento do
                             usuário permaneça ininterrupto.

                             10 segundos é o tempo limite para manter a atenção do usuário
                             focada num diálogo.

                             10 segundos é o tempo que a memória de curto tempo se mantém
                             carregada com alguma informação captada pelo sistema cognitivo.

                             As informações devem estar visíveis ao usuário por um período
                             que permita sua identificação e reconhecimento (páginas que
                             somem rapidamente sem dar oportunidade de identificação são
                             esquecidas com a mesma velocidade).

                             Projetistas devem criar mecanismos para associação de ações.
                             Por exemplo, para voltar a um ponto anterior deve haver uma
                             indicação explícita, como uma tecla Voltar.

                             Operações freqüentes acabam sendo memorizadas na memória de
                             longo termo e a escolha de ícones para ações deve ser consistente.


                                                          Nos dois exemplos* o uso do carrinho para indicar
                                                          o ato de comprar em sites de ecommerce são
                                                          facilmente interpretados, pois já foram memorizados
                                                          pela repetição de uso em diferentes sites.

                                                           Figura 23. Ícones

                             Projetistas devem tomar um cuidado redobrado com operações
                             que, pela repetição, tornam-se óbvias para o projetista e acabam
                             não sendo explicadas para o usuário, mas que na verdade não são
                             óbvias para ele.

                           Fonte: SCHNEIDERMAN (1992)



     *www.americanas.com; www.pontofrio.com.br

34
Comunicação Visual para Web I




                 Você está curioso(a) sobre aspectos relacionados ao
                 mecanismo de memorização? Dê uma espiadinha
                 nestes artigos, eles são muito interessantes.

                   Notícia é destaque hoje e esquecida amanhã
                 http://www.comciencia.br/reportagens/memoria/05.shtml

                   A memória
                 http://www.comciencia.br/reportagens/memoria/15.shtml




Síntese

Durante a unidade foi possível perceber a importância da noção
de unidade da Gestalt na psicologia da percepção, e também a
importante relação sujeito-objeto. Quando percebemos as imagens
ocorre o resultado da interação luz na retina, com a tendência de
organizar da melhor forma possível os estímulos externos.

Você pôde perceber, por meio das diferentes leis, que ilusões
de ótica são criadas pelo uso da forma, que é possível brincar
com idéias de agrupamento utilizando a proximidade e/ou
similaridade, que não é necessário desenhar uma forma
completamente para que a mesma se torne uma informação para
o usuário (continuidade).

Observou que a lei fundamental da teoria da Gestalt é a
pregnância da forma, em que o objeto apresenta o máximo
de equilíbrio, clareza e unificação visual pelo uso da máxima:
simplicidade.

Você também aprendeu que a memória é organizada em uma
estrutura de três elementos, a memória de curto termo, longo
termo e de trabalho. Agora já é possível entender a importância
do tempo de resposta no projeto da interface e da necessidade
de usarmos mecanismos de projeto que chamem a atenção do
usuário de forma que a informação seja inesquecível para ele.



                                        Unidade 1                                                  35
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           Atividades de auto-avaliação

                            1) Qual o significado da Pregnância, para um indivíduo, no mecanismo de
                               percepção?




                            2) Em que situação a lei da semelhança e da proximidade são
                               complementares em um projeto de página? Procure um exemplo
                               deste aspecto na internet e cite o endereço.




                            3) Procure um exemplo do uso da lei do fechamento em logotipos ou
                               páginas na internet, cite o exemplo e o respectivo endereço.




36
Comunicação Visual para Web I




4) Relacione as formas abaixo com as leis da Gestalt (pregnância, figura/
   fundo, proximidade, semelhança, continuidade, fechamento):


a)                                b)


                                                                                    Para uma melhor
                                                                                    compreensão, visualize,
                                                                                    no anexo 1, ao final do
                                                                                    livro didático, esta figura
                                                                                    colorida.




c)                                d)




e)                                f)




g)




                                       Unidade 1                                                              37
Universidade do Sul de Santa Catarina




                            5) Relacione os temas relacionados ao armazenamento da memória:

                               [A] Memória de Curto Termo;
                               [B] Memória de Trabalho;
                               [C] Memória de Longo Termo;


                               a)      ( )   Armazena a informação por um espaço de 10 a 25
                                             segundos;

                               b)      ( )   permite o armazenamento de informações por um longo
                                             período;

                               c)      ( )   armazena informações por horas e até dias;

                               d)      ( )   é a memória responsável por enviar informações para a
                                             memória permanente;

                               e)      ( )   armazena informações relacionadas aos sentidos como
                                             fala, audição;

                               f)      ( )   é a memória responsável por recuperar informações da
                                             memória permanente;

                               g)      ( )   armazena, no máximo, sete informações e as apaga da
                                             memória rapidamente.


                            6) Em termos de projeto de interface Web, quais artifícios você pode
                               utilizar para sensibilizar o usuário fazendo com que o mesmo se
                               “recorde” do diálogo existente na sua página?




38
Comunicação Visual para Web I




Saiba mais

    AMARO, Fausto. Mecanismos de memória.
    www.ncs.iscsp.utl.pt/apontamentos/index.php?dir=3%BA%20Ano/&file=Psicologia.rtf

    Recomendações para design.
    http://www.fast-consulting.com/GUI%20Design%20Handbook/gdhb_menubar.htm

    Publicações sobre Gestalt em língua portuguesa.
    http://www.gestalttheory.net/pubs/gestaltismo.html


    FILHO, Gomes J. Gestalt do Objeto. São Paulo:
    Escrituras, 2003.




                                            Unidade 1                                                 39
2
UNIDADE 2




Cores na Web

      Objetivos de aprendizagem
       Entender o mecanismo fisiológico de reconhecimento das
       cores.

       Perceber os cuidados necessários para o uso da cor na Web.

       Compreender os efeitos e as influências da cor durante o
       projeto de interface.




      Seções de estudo
      Seção 1 Mas o que é cor?

      Seção 2 A visão humana da cor

      Seção 3 Teoria das cores

      Seção 4 Definição da cor de fundo da página

      Seção 5 Recomendações para o uso de cores na Web
Universidade do Sul de Santa Catarina




                           Para início de conversa
                           A unidade Cores na Web traz à tona a importância do uso da cor
                           no projeto de Web sites. Muitas vezes consideramos a cor apenas
                           como um fator estético, mas se você observar os objetos que você
                           usa no cotidiano, vai perceber aspectos interessantes: o botão de
                           ligar e desligar do controle remoto de sua tv é vermelho, quantas
                           cores existem no teclado do seu celular? O painel do seu carro faz
                           uso de no mínimo três cores, por quê?

                           O uso da cor proporciona uma importante dimensão na
                           comunicação visual, se a utilizamos com sabedoria melhora a
                           interpretação de uma mensagem, se mal utilizada pode prejudicá-la.

                           Quando vamos escolher as cores a serem utilizadas em nossos
                           sites acabamos, às vezes, por perder o sono à noite até tomarmos
                           a decisão. Qual cor? Quantas cores? Quais combinam? As cores
                           da empresa, o gosto do cliente, nossas decisões durante o projeto
                           nos colocam em ciladas virtuais.

                           As escolhas relacionadas ao uso da cor vão além dos meros
                           aspectos pessoais. O uso eficiente da cor depende de fatores que
                           variam de particularidades como: recursos visuais disponíveis,
                           fatores humanos e do próprio contexto de uso e do ambiente onde
                           a mesma será utilizada.

                           Durante a unidade vamos explorar este mundo colorido, a
                           maneira como vemos, como interpretamos, tentando entender
                           melhor para aplicar mais adequadamente a cor nos projetos de
                           sites para Web.




                           SEÇÃO 1 – Mas o que é cor?
                           Em 1966, Newton descobriu
                                                                             Figura 2.1
                           que a luz branca do sol pode ser
                           decomposta com o auxílio de um prisma de cristal em radiações
                           de larguras variáveis (magenta, alaranjado, amarelo, verde, azul
                           ciano, anil e violeta). Sem luz não existe cor!


42
Comunicação Visual para Web I




A impressão destas radiações sobre a retina do olho é o que
distinguimos como cor. A cor pode ser definida como um
comprimento de onda.

O comprimento de onda para o vermelho é de 580 nm
(nanômetros), para o verde 540 nm e para o azul 440 nm.

                 Quando você vê um arco-íris, você está vendo a luz
                 solar decomposta nestas 7 cores. Você sabe o que
                 funciona como prisma neste caso? As gotículas de
                 água!




                                                                         Para uma melhor compreensão,
                                                                         visualize, no anexo 1, ao final do
                                                                         livro didático, esta figura colorida.




                     Figura 2.2 - Decomposição da luz                       <http://www.dailytimes.com.
                                                                            pk/default.asp?page=story_
                                                                            26-7-2005_pg9_9>




SEÇÃO 2 – A visão humana da cor
O olho humano é o órgão responsável pela recepção da visão.
O olho é formado pelo globo ocular que é uma esfera com
aproximadamente 2,5 cm de diâmetro. Quando você fi xa o olhar
sobre um objeto, a imagem deste objeto atravessa a córnea, depois
passa pela íris - que é responsável por regular a quantidade de luz
recebida por meio da pupila.


                                      Unidade 2                                                             43
Universidade do Sul de Santa Catarina




<http://pt.wikipedia.org/wiki/Globo_ocular>




                                                                Figura 2.3 - Globo Ocular


                                       Após atravessar o cristalino, a imagem é focada sobre a retina
                                       (invertida, depois o cérebro acerta isto!). Você conhece o
                                       mecanismo de uma máquina fotográfica? Nosso globo ocular
                                       pode ser comparado a uma máquina fotográfica, onde o cristalino
                                       seria a objetiva, a íris o diafragma e a retina seria a placa ou
                                       película. Quando a imagem chega ao cristalino, ela é ajustada,
                                       sendo levada para trás ou para frente, permitindo que ela se
                                       projete sobre a retina.

                                                         Nossa retina está provida de duas espécies de células
                                                         sensíveis à luz: os bastonetes e os cones.




                                       Cones e bastonetes
                                       Os bastonetes permitem a visão para intensidades luminosas
                                       muito pequenas (noite, crepúsculo). Recebem apenas impressão
                                       de luminosidade e nenhuma impressão cromática. Por isto
                                       quando saímos da cama à noite, no escuro, os objetos coloridos
                                       aparecem sem cor, nossa visão está por conta dos bastonetes. Os
                                       bastonetes (120 milhões de células) não percebem diferenças finas
                                       de forma e cor.

                                       Os cones permitem a impressão colorida em claridades média
                                       e grande (visão diurna), a imagem fornecida é mais nítida e
                                       detalhada. Existem três tipos de cones (três milhões de células)
                                       no olho humano, cada um distingue uma cor diferente: vermelho,
                                       verde ou azul.

                                                         Você sabia que a quantidade de cones vermelho,
                                                         verde ou azul é 40:20:um? É por este motivo que sua
                                                         sensibilidade para o azul é muito menor do que para
                                                         o vermelho. Em outras palavras, você vê um número
                                                         maior de tons de vermelho do que azuis.


44
Comunicação Visual para Web I




Campo visual
A capacidade de percepção das cores está diretamente relacionada
ao campo visual. A distribuição das células fotoreceptoras não
é uniforme. Olhe a figura 2.5, na área central existem apenas
células do tipo cone (1), no campo central (2) existem células do
tipo cone e bastonetes, na área periférica encontram-se apenas
bastonetes (3).

Na região da fóvea (1) ocorre a projeção da imagem do objeto
focalizado. Nós enxergamos com nitidez somente objetos focados
na fóvea. Essa permite que a luz atinja os fotorreceptores sem
passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade
visual.
                                                                                    É a capacidade de o
Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente                    olho de distinguir entre
na retina periférica (2,3), sendo responsáveis pela transmissão de                  dois pontos próximos,
informações para as células ganglionares.                                           e depende de diversos
                                                                                    fatores, em especial
No fundo do olho está o ponto cego, insensível à luz, não há                        do espaçamento dos
cones nem bastonetes, dele emergem o nervo óptico e os vasos                        fotorreceptores na retina
                                                                                    e da precisão da refração
sangüíneos da retina.
                                                                                    do olho.




                                                                                    Para uma melhor
                                                                                    compreensão,
                                                                                    visualize, no anexo
                                                                                    1, ao final do livro
                                                                                    didático, esta figura
                                                                                    colorida.
                 Figura 2.4. - Campo Visual (WICKER, 2000).


Segundo Winkler (2000), a área central da visão (1) é a
responsável pela leitura e deve receber máxima percepção e
contraste. O campo central (2) deve contrastar com a área
central, com uma relação de 2:1, e o campo visual periférico
não deve exceder de 10:1. A área periférica percebe apenas
movimentos e vultos.


                                       Unidade 2                                                            45
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                                                                    Você já chegou ao cinema após o início da sessão?
                                                                    Saiu da ante-sala com muita claridade e entrou na sala
                                                                    de projeção exatamente no momento em que a cena
                                                                    estava muito escura? Como você se sentiu? Aquela
                                                                    cegueira momentânea é causada pela acomodação
                                                                    dos cones e pelo aumento da sensibilidade dos
                                                                    bastonetes. O inverso também acontece, imagine
                                                                    você saindo de uma sala com baixa luminosidade para
                                                                    um gramado em um dia de sol intenso.




                                        Formação de imagens coloridas na retina
                                        Durante todo o processo da percepção visual o cristalino se
                                        modifica, se adapta, de modo a focalizar sobre a retina a imagem
                                        do objeto visualizado. A acomodação e a convergência do
                                        cristalino dependem da cor do objeto visualizado. Isto acontece
                                        porque as ondas verde, azul e vermelha convergem a diferentes
                                        distâncias da retina.

                                        Na figura 2.5 é possível observar que as ondas vermelhas
                                        convergem além da superfície da retina, enquanto os
                                        comprimentos de onda verdes sobre a retina e azuis convergem
                                        antes da retina. Quando focalizamos objetos avermelhados,
                                        o cristalino se torna mais convexo, como se o objeto estivesse
                                        próximo do observador. Quando focalizamos um objeto azul,
                                        o cristalino fica menos convexo (mais relaxado), como se objeto
                                        estivesse distante (WINCLER, 2000).




Para uma melhor compreensão,
visualize, no anexo 1, ao final
do livro didático, esta figura
colorida.



                                                                            Figura 2.5 - Foco sobre a retina
                                                  Fonte: Apostila de técnicas de apresentação - Roberto Cabral de Mello Borges - UFRGS. 2003.




46
Comunicação Visual para Web I




O uso de cores intensas causa fadiga visual justamente pela
necessidade constante de adaptação do cristalino. Imagine
o uso do azul e do vermelho simultaneamente, as diferentes
profundidades de foco seriam fatigantes!

A cegueira para algumas cores
Você sabia que o daltonismo é uma deficiência na visão que
dificulta a percepção de uma ou de todas as cores (na sua variação
mais comum o daltônico não distingue o vermelho do verde)?

                 O daltonismo é uma deficiência quase que
                 exclusivamente masculina, para 10% da população
                 masculina apenas 1% das mulheres apresentam o
                 problema. No projeto Web, temos que considerar esta
                 parcela da população fazendo uso da luminância, de
                 forma a permitir a diferenciação da cor.


Que tal você verificar sua acuidade visual? Qual número você vê
nas esferas? Este teste tenta detectar a deficiência da percepção da
cor – o daltonismo.




                                                                              Para uma melhor
                                                                              compreensão,
                                                                              visualize, no anexo
                                                                              1, ao final do livro
                                                                              didático, esta figura
                                                                              colorida.

                                                                              <http://chost.sites.uol.
                                                                              com.br/Principal/teste_
                                                                              de_daltonismo.html>
                        Figura 2.6 - Teste de visão

Imagino que agora você esteja se perguntando: como o indivíduo
daltônico diferencia as luzes verdes e vermelhas do semáforo,
já que para esse indivíduo as duas cores são apenas variações do
cinza? Em tempo, os números nas esferas são o 5 e o 6.




                                       Unidade 2                                                      47
Universidade do Sul de Santa Catarina




                              SEÇÃO 3 – Teoria das cores
                              Muitas teorias procuram explicar o fenômeno da visão cromática,
                              mas todas elas se baseiam na observação de que o olho humano
                              pode detectar quase todas as graduações de cores, quando as
                              luzes monocromáticas vermelho, verde e azul são misturadas
                              apropriadamente.


                                                 As cores se dividem em três grupos: primárias,
                                                 secundárias e terciárias.




                              Cores primárias
                              São as cores que não podem ser formadas por nenhuma mistura.
                              São elas: azul, amarelo e vermelho. Quando misturadas de forma
                              variável produzem todas as cores do espectro.

                              Cores secundárias
                              São formadas por duas cores primárias misturadas em partes iguais.

                              Cores terciárias
                              São as intermediárias entre uma cor secundária e qualquer das
                              duas primárias que lhe dão origem (PEDROSA, 1982).

                              Observe a figura baixo, construída por Fabris, em 1973. As cores
                              primárias estão no centro, as secundárias (verde, laranja e violeta)
                              no segundo triângulo. O terceiro ciclo se complementa com as
                              cores terciárias.




     Para uma melhor compreensão,
     visualize, no anexo 1, ao final do
     livro didático, esta figura colorida.




                                                 Figura 2.7 - Círculo das cores (FABRIS, 1973)
48
Comunicação Visual para Web I




Cores complementares
São as cores opostas no disco de cores. O vermelho é
complementar do verde, o azul é complementar do laranja.

As cores complementares são usadas para dar força e equilíbrio
a um trabalho, criando o máximo de contraste. As cores
complementares são as que dão mais contrastes entre si, se
queremos destacar um amarelo, devemos colocar junto dele um
violeta.




                                                                                            Para uma melhor
                                                                                            compreensão,
                                                                                            visualize, no anexo
                                                                                            1, ao final do livro
                                                                                            didático, esta figura
                                                                                            colorida.
              Figura 2.8. - Cores complementares (Vera Schuhmacher)




Cores análogas
São as que aparecem lado a lado no disco de cores. São análogas
porque há nelas uma mesma cor básica.

                  O amarelo-ouro e o laranja-avermelhado têm em
                  comum a cor laranja. Elas são usadas para dar a
                  sensação de uniformidade, profundidade, movimento,
                  luz e sombra.



Podemos considerar análogas três cores que se apresentam em
seqüência, no círculo das cores, como: o laranja, laranja-vermelho
e vermelho.



                                          Unidade 2                                                                 49
Universidade do Sul de Santa Catarina




     Para uma melhor
     compreensão,
     visualize, no anexo
     1, ao final do livro
     didático, esta figura
     colorida.




                                              Figura 2.9. - Círculo das cores (WINCKLER, 2000)




                                             Figura 2.10. - Cores Análogas (Vera Schuhmacher)




                             O contraste das cores

                                              A sensação da cor depende de três parâmetros: o
                                              croma, a intensidade e o matiz (GUIMARÃES, 1997).


                             Matiz
                             É a característica que diferencia uma cor de outra, por exemplo, o
                             amarelo do azul, o verde do violeta.

                             Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor.
                             Quando se adiciona preto a determinado matiz, esse se torna
                             gradualmente mais escuro, e essas graduações são chamadas
                             escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras,
                             acrescenta-se branco. Observe o que ocorre na figura 2.8, quando
                             acrescentamos branco a cor.




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                                                                                                Para uma melhor
                                                                                                compreensão,
                                                                                                visualize, no anexo
                                                                                                1, ao final do livro
                                                                                                didático, esta figura
                                                                                                colorida.


Figura 2.11. Escalas tonais (Vera Schuhmacher)



Croma
É a qualidade específica de saturação da cor, que indica o seu grau
de pureza. Mas o que é saturação? Imagine um copo de leite
puro. Agora imagine você adicionando a este leite cinco colheres
de chocolate em pó. O leite vai ficar bastante escuro. Agora você
começa adicionando leite a esta mistura, a cor vai clareando,
mas ainda é marrom, quanto mais leite você adicionar mais claro
vai ficar o leite. Se você adicionar 10 litros de leite à mistura, é
provável que o líquido fique quase branco.


                         Podemos dizer que a saturação refere-se à quantidade
                         de branco em uma cor.


Quando diminuímos a saturação a imagem acaba por ficar em
preto e branco,com o grau de saturação em 0.

                         Para que você possa visualizar essa transição, consulte
                         o arquivo publicado na Midiateca. Ele apresenta uma
                         imagem com diversos tons de saturação.


Mas quando ocorre ao contrário e aumentamos a saturação, a
imagem acaba por ficar quase com um aspecto irreal.




                                                 Unidade 2                                                         51
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                             Luminosidade
                             É a quantidade relativa de claro ou escuro em uma escala
                             do preto ao branco. É fundamental para a percepção de
                             profundidade.

                             Contraste
                             É a base à distinção da forma, tamanho, posição, volume e
                             aparência dos objetos. Ele pode ser obtido através de diferenças
                             do matiz e ilumina ção. O contraste pode ser usado para alterar a
                             sensação de tamanho entre objetos.

                             Um exemplo é quando queremos parecer mais magros e usamos
                             roupa preta. As cores contrastantes são diretamente opostas no
                             disco das cores; como o azul e o amarelo.



     Para uma melhor
     compreensão,
     visualize, no anexo
     1, ao final do livro
     didático, esta figura
     colorida.                                    Figura 2.14. Contraste das cores


                             Compare os diferentes efeitos produzidos pelo contraste do fundo
                             para o mesmo quadrado vermelho.

                             O quadrado vermelho parece mais brilhante (preto), menos
                             brilhante (laranja) ou ainda maior (preto), de acordo com o fundo
                             utilizado.


                                              Saiba mais
                                              Não deixe de acessar o site Color in Motion no
                                              endereço <http://www.mariaclaudiacortes.com/>. O
                                              site é uma experiência interativa sobre a comunicação
                                              e o simbologismo da cor. Você vai aprender em
                                              que situações determinadas cores expressam uma
                                              informação, suas cores complementares e como elas
                                              são utilizadas em diferentes países.




52
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                 Que tal brincar com um aplicativo que gera esquemas
                 e combinações de cores? Cada esquema se baseia
                 em uma cor usada como base, que é combinada e
                 complementada por cores adicionais, calculadas
                 por meio de algoritmos que permitem a melhor
                 combinação ótica. Esta ferramenta Color Scheme está
                 disponível em <http://wellstyled.com/tools/>.
                 Divirta-se !!




SEÇÃO 4 – Sistema e representação das cores
As cores são representadas de maneira diferente se o dispositivo
reflete ou emite luz. Objetos que não emitem luz refletem uma
parte da luz que incide sobre eles e absorvem a outra parte.

A sensação da cor é relativa e variável, segundo a natureza da
fonte luminosa e do objeto. Se uma laranja lima é iluminada por
uma luz azul, esta se transforma em verde; neste caso a reflexão
do amarelo se soma a da luz azul e ambas as cores são refletidas
misturadas.

                 Assim, os dispositivos que representam cores seguem
                 o modelo subtrativo, quando não emitem luz, e
                 aditivos quanto emitem luz.


Dispositivos que misturam pigmentos coloridos (impressora,
Scanner), seguem o modelo subtrativo, cujas cores primárias são:
amarelo, magenta e ciano. A mistura de todas as cores produz
o preto. Dispositivos baseados na emissão de luz (monitor,
data-show) seguem o modelo aditivo, cujas cores primárias são
vermelho, verde e azul-violeta. O branco é obtido pela mistura de
todas as cores.




                                   Unidade 2                                             53
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                                        São modelos aditivos o HSV, o HLS e RGB. Entre os modelos
                                        subtrativos, o mais empregado é o CMYK. O sistema RGB é o
                                        padrão de cores na WWW. É um sistema cartesiano (x, y, z) onde
                                        cada cor primária (Red, Green e Blue) representa um dos eixos do
                                        cubo RGB. O modelo CMYK é formado pelas cores ciano (Cyan),
                                        magenta (Magenta), amarelo (Yellow) e preto (blacK). É utilizado em
                                        dispositivos de impressão.
                                        Há diferenças entre cores representadas em monitores do mesmo
                                        padrão RGB. Diversos fatores causam as diferenças, entre eles, o
                                        gamut, ou seja, o grau de contraste entre os valores intermediários
                                        de cinza de uma imagem. O valor de gamut do Macintosh é de 1.8 e
                                        de um PC é 2,2. Imagens geradas em um Mac parecerão muito mais
                                        escuras na plataforma PC, enquanto as geradas no PC parecerão
                                        apagadas e sem brilho no Mac.




“Signal detection theory”, um
                                        SEÇÃO 5 – Definição da cor de fundo da página
modelo estatístico elaborado na
década de 50.                           Segundo a teoria de detecção de sinais, o cérebro humano
                                        interpreta e organiza a informação que recebe em forma ótima,
                                        quando no campo visual há um número mínimo de cores e
                                        formas: quanto menos “ruído”, mais claro é o “sinal”.

                                        Quando você escolhe o padrão de cores de um site é importante
                                        observar alguns aspectos relacionados por Schneirman (2000):

                                                     Assunto da página: é um site voltado ao entretenimento?
                                                     É um site voltado para venda de imóveis?
                                                     Público alvo: há algum fator de homogeneização? Sexo
                                                     (maioria homens ou mulheres), idade (é uma página
                                                     que pretende atingir o público infantil ou para jovens
                                                     procurando diversão noturna), experiência (os usuários
                                                     são funcionários de uma empresa com ou sem experiência
                                                     no uso da internet/intranet)? Existem outros fatores a
                                                     serem considerados? Ou os usuários formam uma platéia
                                                     altamente heterogênea? (usuários de um sistema de caixa
                                                     eletrônico de um banco, por exemplo)



54
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        Ambiente: qual é ou grau de estresse ao qual os usuários
        estão submetidos (elevado, como em um sistema de
        bolsas de valores?)? Qual é a luminosidade do ambiente?

Veja a seguir alguns exemplos.




                                                                                        Para uma melhor
                                                                                        compreensão,
                                                                                        visualize, no anexo
                                                                                        1, ao final do livro
                                                                                        didático, esta figura
                                                                                        colorida.


                                                                                        <http://disney.go.com/
                                                                                        home/today/index.html>

                      Figura 2.15. Website da Disney




                                                                                        <http://sepultura.uol.
                                                                                        com.br/v6/>




                  Figura 2.16. Website da banda Sepultura




                                       Unidade 2                                                           55
Universidade do Sul de Santa Catarina




                                         A cor básica de fundo (o Matiz), da página inicial do site
                                         Disney, é azul. Uma cor que, além de transmitir confiança,
                                         calma e estabilidade, é perfeitamente visível para a grande
                                         maioria da população. Note que apesar do impacto visual não
                                         há muitas cores: fora o azul básico, utilizaram-se o verde,
                                         branco e laranja (todas cores positivas, emocionais). O negro foi
                                         abolido da página. As áreas com menor saturação da cor básica
                                         estão nas bordas.

                                         O site do grupo de rock Sepultura é basicamente negro. Combina
                                         perfeitamente com o grupo e com a expectativa dos usuários do
                                         site, fãs da banda. Note que, novamente, há poucas cores.

                                         O site “Mais Você” é adequado ao consumidor principal: a
                                         mulher. Cores suaves, femininas, esteticamente limpo.

<http://maisvoce.globo.com/
perfil_apresentadora.jsp>




                                                              Figura 2.17. Website Mais Você


                                         Observe, agora, duas versões diferentes de uma mesma página:




Para uma melhor
compreensão,
visualize, no anexo
1, ao final do livro
didático, esta figura
colorida.
                                                               Figura 2.18. Website Lancome
56
Comunicação Visual para Web I




                                                                                  Para uma melhor
                                                                                  compreensão,
                                                                                  visualize, no anexo
                                                                                  1, ao final do livro
                                                                                  didático, esta figura
                                                                                  colorida.

                      Figura 2.19. Website Lancome



A versão figura 2.18 é suave, delicada, de uma feminilidade
pouco agressiva. Já a versão da figura 2.19 modificou
completamente a mensagem: a feminilidade é agressiva, as
cores são fortes, vibrantes, até o vermelho (associado à paixão,
ao sexo, ao amor), que não estava presente em nenhum dos seus
matizes na versão anterior. Observe como a figura 2.18 é parte
do conjunto e não cria desvio de atenção. Já a figura 2.19 provoca
tanto impacto que é quase impossível observar o todo sem deixar
de notar a foto, que surtirá um impacto muito maior no leitor.
Observe que além das cores e da postura das imagens, também o
alinhamento do texto foi modificado.

Nos 5 sites apresentados, observamos que a escolha das cores
considera, principalmente, o perfil do público alvo e a economia
na quantidade de cores. Marmion (2004) sugere ser possível
estabelecer as seguintes orientações:

        utilize a menor quantidade possível de cores para o fundo
        de seu site;
        se for utilizar mais de uma cor, utilize cores próximas do
        espectro, que não criem contraste (fator de distração);
        a percepção da cor é afetada pela luminosidade do
        ambiente. Considere as fontes de iluminação — naturais
        e artificiais — do local;




                                     Unidade 2                                                       57
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  • 1. Universidade do Sul de Santa Catarina Comunicação Visual para Web Disciplina na modalidade a distância Palhoça UnisulVirtual 2007
  • 2.
  • 3. Apresentação Parabéns, você está recebendo o livro didático da disciplina de Comunicação Visual para Web. Este material didático foi construído especialmente para este curso, levando em consideração o seu perfil e as necessidades da sua formação. Como os materiais estarão, a cada nova versão, recebendo melhorias, pedimos que você encaminhe suas sugestões sempre que achar oportuno via professor tutor ou monitor. Recomendamos, antes de você começar os seus estudos, que verifique as datas-chave e elabore o seu plano de estudo pessoal, garantindo assim a boa produtividade no curso. Lembre: você não está só nos seus estudos, conte com o Sistema Tutorial da UnisulVirtual sempre que precisar de ajuda ou alguma orientação. Desejamos que você tenha um excelente êxito neste curso! Equipe UnisulVirtual
  • 4.
  • 5. Vera Niedersberg Schuhmacher Comunicação Visual para Web Livro didático Design instrucional Flavia Lumi Matuzawa 3ª edição revista Palhoça UnisulVirtual 2007
  • 6. Copyright © UnisulVirtual 2007 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 004.61 S41 Schuhmacher, Vera Niedersberg Comunicação visual para web I: livro didático / Vera Niedersberg Schuhmacher ; design instrucional Flavia Lumi Matuzawa, [Leandro Kingeski Pacheco]. – 3 ed. rev. Palhoça : UnisulVirtual, 2007. 296 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1. Internet (Redes de computação). 2. Comunicação visual. I. Matuzawa, Flavia Lumi. II. Pacheco, Leandro Kingeski. III. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Bibliotecária Higor Ghisi Luciano Priscila Santos Alves Lamuniê Souza Rua João Pereira dos Santos, 303 Soraya Arruda Waltrick Pedro Paulo Alves Teixeira Liana Pamplona Palhoça - SC - 88130-475 Rafael Pessi Logística de Materiais Marcelo Pereira Fone/fax: (48) 3279-1541 e Cerimonial de Formatura Vilson Martins Filho Jeferson Cassiano Almeida da Costa Marcos Alcides Medeiros Junior 3279-1542 Jackson Schuelter Wiggers (coordenador) Maria Isabel Aragon E-mail: cursovirtual@unisul.br Equipe Didático-Pedagógica Eduardo Kraus Olavo Lajús Site: www.virtual.unisul.br Coordenação dos Cursos Angelita Marçal Flores Priscilla Geovana Pagani Adriano Sérgio da Cunha Carmen Maria Cipriani Pandini Monitoria e Suporte Silvana Henrique Silva Reitor Unisul Aloísio José Rodrigues Caroline Batista Rafael da Cunha Lara (coordenador) Vilmar Isaurino Vidal Gerson Luiz Joner da Silveira Ana Luisa Mülbert Carolina Hoeller da Silva Boeing Adriana Silveira Ana Paula Reusing Pacheco Cristina Klipp de Oliveira Caroline Mendonça Secretária Executiva Vice-Reitor e Pró-Reitor Cátia Melissa S. Rodrigues (Auxiliar) Daniela Erani Monteiro Will Dyego Rachadel Viviane Schalata Martins Acadêmico Charles Cesconetto Dênia Falcão de Bittencourt Edison Rodrigo Valim Sebastião Salésio Heerdt Diva Marília Flemming Enzo de Oliveira Moreira Francielle Arruda Tecnologia Itamar Pedro Bevilaqua Flávia Lumi Matuzawa Gabriela Malinverni Barbieri Osmar de Oliveira Braz Júnior Chefe de gabinete da Reitoria Janete Elza Felisbino Karla Leonora Dahse Nunes Josiane Conceição Leal (coordenador) Fabian Martins de Castro Jucimara Roesler Leandro Kingeski Pacheco Maria Eugênia Ferreira Celeghin Ricardo Alexandre Bianchini Lilian Cristina Pettres (Auxiliar) Ligia Maria Soufen Tumolo Rachel Lopes C. Pinto Rodrigo de Barcelos Martins Pró-Reitor Administrativo Lauro José Ballock Márcia Loch Simone Andréa de Castilho Marcus Vinícius Anátoles da Silva Luiz Guilherme Buchmann Patrícia Meneghel Tatiane Silva Ferreira Figueiredo Silvana Denise Guimarães Vinícius Maycot Serafim Edição – Livro Didático Luiz Otávio Botelho Lento Tade-Ane de Amorim Campus Sul Marcelo Cavalcanti Vanessa de Andrade Manuel Produção Industrial e Suporte Professora Conteudista Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Mauri Luiz Heerdt Vanessa Francine Corrêa Arthur Emmanuel F. Silveira Vera Niedersberg Schuhmacher Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Mauro Faccioni Filho Viviane Bastos (coordenador) Michelle Denise Durieux Lopes Destri Viviani Poyer Francisco Asp Design Instrucional Campus Norte Moacir Heerdt Flavia Lumi Matuzawa Diretor: Ailton Nazareno Soares Nélio Herzmann Gerência de Relacionamento Projetos Corporativos Leandro Kingeski Pacheco Diretora adjunta: Cibele Schuelter Onei Tadeu Dutra com o Mercado Diane Dal Mago Patrícia Alberton Walter Félix Cardoso Júnior Vanderlei Brasil Projeto Gráfico e Capa Campus UnisulVirtual Patrícia Pozza Equipe UnisulVirtual Diretor: João Vianney Raulino Jacó Brüning Logística de Encontros Secretaria de Ensino a Distância Diretora adjunta: Jucimara Roesler Rose Clér E. Beche Presenciais Karine Augusta Zanoni Diagramação Marcia Luz de Oliveira (secretária de ensino) Rafael Pessi Design Gráfico (Coordenadora) Ana Luísa Mittelztatt Equipe UnisulVirtual Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Aracelli Araldi Ana Paula Pereira Revisão (coordenador) Graciele Marinês Lindenmayr Djeime Sammer Bortolotti Revisare Administração Adriana Ferreira dos Santos Guilherme M. B. Pereira Carla Cristina Sbardella Renato André Luz Alex Sandro Xavier José Carlos Teixeira Franciele da Silva Bruchado Valmir Venício Inácio Evandro Guedes Machado Letícia Cristina Barbosa Grasiela Martins Fernando Roberto Dias Zimmermann Kênia Alexandra Costa Hermann James Marcel Silva Ribeiro
  • 7. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – Psicologia da comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 – Cores na Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 UNIDADE 3 – Etapas do processo de Design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 UNIDADE 4 – Por que usabilidade? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 UNIDADE 5 – Avaliando a usabilidade de Websites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111 UNIDADE 6 – Navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135 UNIDADE 7 – A compatibilidade na resolução de monitores e websites . . . . . . .151 UNIDADE 8 – Conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .169 UNIDADE 9 – Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197 UNIDADE 10 – Tipografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 UNIDADE 11 – O futuro da Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .261 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .263 Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .267 Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .269 Anexo 1 - Imagens coloridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .281
  • 8.
  • 9. Palavras da professora Você já tentou acessar um site de banco para realizar um pagamento e não conseguiu? Ao sair do site sem efetuar a transação desejada sentimo-nos em pleno século XXI reféns da tecnologia e não apoiados por ela (como foi amplamente prometido!). Durante a última década ocorreu uma transformação exuberante em atividades antes feitas de forma manual como linhas de produção de indústrias, carros informatizados, educação e principalmente o advento da Internet. Grande parte das atividades da vida moderna inserem os recursos computacionais no dia a dia do cidadão comum. A facilidade e o conforto na utilização tornou-se um problema sério, o cidadão trava um combate diário na utilização das facilidades propostas por tais tecnologias. Observe um cidadão na fila de um caixa eletrônico, tente observar quantos destes conseguem chegar ao final da operação desejada de forma harmoniosa. Observe os seguintes sintomas: vergonha, frustração, raiva, e em muitos casos a desistência do cliente. Por que isto acontece? Uma grande parcela de culpa reside no projeto da interface e no diálogo da interação com o usuário. Em muitas situações a preocupação é centralizada nas funcionalidades do sistema sendo o design gráfico e o próprio projeto de interação colocados em um plano secundário. Quando a interação ocorre em um Website a dificuldade em localizar a informação, efetuar a transação ou mesmo a aparência “desagradável” do site induzem o usuário a sair facilmente do portal, que na maioria das vezes não retorna. O internauta é impaciente, situações vagas, incoerentes e confusas o levam a sair do site e continuar sua busca em outros endereços.
  • 10. Universidade do Sul de Santa Catarina Durante a disciplina será possível conhecer melhor o projeto de design centrado no usuário assim como a introdução a conceitos que minimizem situações de desconforto e que facilitem a interação do usuário adequando-o as necessidades do cliente. É fundamental desde já que saibamos que o bom projeto de interface garante a aceitação do cliente e o conseqüente sucesso do produto. O projeto de design adequado ajuda de forma inestimável a fidelização do cliente ao site. 10
  • 11. Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/ mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem - EVA; as atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais); o Sistema Tutorial. Ementa Usabilidade. Ergonomia de interface e navegabilidade. Psicologia da comunicação, arquitetura de informação e mapa do site. Produção gráfica, diagramação, estética e sua influencia na performance do site. Padronização gráfica. Resolução de monitores e compatibilidade. Indicadores de qualidade, tempo de visualização e projetos de otimização da comunicação.
  • 12. Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos da disciplina Propiciar o desenvolvimento de sites mais eficientes centrados nos usuários. Utilizar Instrumentos de elicitação de conhecimentos. Esclarecer diretrizes para a concepção de Web sites consistentes a partir de normas e padrões reconhecidos. Apresentar técnicas e instrumentos de avaliação de usabilidade para sites Web. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas/aula, 4 créditos, incluindo o processo de avaliação. Agenda de atividades/ Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e da interação com os seus colegas e tutor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da Disciplina. 12
  • 13. Comunicação Visual para Web Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 13
  • 14.
  • 15. 1 UNIDADE 1 Psicologia da comunicação Objetivos de aprendizagem Estudar sobre a psicologia envolvida no processo de comunicação visual. Conhecer a teoria da Gestalt do objeto. Ter conhecimento das implicações existentes no mecanismo de memorização. Ter conhecimento das implicações geradas a partir de decisões de projeto e que são explicadas pela psicologia. Seções de estudo Seção 1 O que é Gestalt? Seção 2 Um pouco da história Seção 3 Percepção da Forma Seção 4 Os princípios da Gestalt Seção 5 Os mecanismos de memorização Seção 6 Restrições de tempo em relação à memorização
  • 16. Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de conversa Quando você olha para uma página Web, para uma figura ou mesmo um documento impresso, você organiza o que está vendo, tenta impor uma estrutura e fazer conexões. Seu cérebro tenta decompor as imagens ao mesmo tempo em que tenta organizar estas partes de acordo com suas similaridades de cor, tamanho, textura e forma. Posteriormente, as partes são reagrupadas em um conjunto que permite a compreensão do seu significado. Durante esta unidade, você terá um contato muito próximo com a teoria da Gestalt, muito conhecida como o estudo das formas e que procura estabelecer relações por meio das quais as partes da imagem são agrupadas na percepção visual. No decorrer de seu estudo você fará uma incursão sobre os princípios que dão forma à teoria e justificam sua utilização. Você vai perceber que o bom uso dos princípios da Gestalt explica, muitas vezes, o sucesso de técnicas de projeto visual. Nesta unidade, você também explorará o universo da memória: por que lembramos de fatos ocorridos há 10 anos mas não lembramos de fatos lidos em uma revista a uma semana? O complexo mecanismo da memória e sua boa utilização na construção de um projeto de interface serão discutidos no decorrer da unidade. 16
  • 17. Comunicação Visual para Web I SEÇÃO 1 – O que é Gestalt? A palavra Gestalt tem origem germânica e significa forma, forma regular ou ainda configuração. A teoria da Gestalt surgiu nas primeiras décadas deste século (1920), ao mesmo tempo em que a Europa saía de um de seus períodos mais conturbados de sua história - a Primeira Guerra Mundial. Figura 1.1 A Primeira Guerra Mundial* A Gestalt é uma escola de psicologia experimental atuante principalmente na área da teoria da forma. Suas contribuições foram fundamentais ao estudo da percepção, sensação do movimento, linguagem, memória, inteligência, entre outros. Figura 1.2 O castelo** Os Gestaltistas queriam compreender quais os processos *<http://www. psicológicos que estavam envolvidos na ilusão de ótica. O guerrasnomundo.hpg. que acontece ou como acontece quando um estímulo físico é ig.com.br/index2.htm> percebido pelo ser humano com uma forma diferente do que ele é na realidade. **<http://www.psicologia. freeservers.com/gestalt/ movimento.html> Na figura 1.2 você não tem a “impressão” de que todas as pessoas estão o tempo todo subindo a escada? Por quê? É uma ilusão de ótica de movimento contínuo. Unidade 1 17
  • 18. Universidade do Sul de Santa Catarina Quantas cores você acredita terem sido usadas na figura 1.3? Na verdade temos somente 2 tons de amarelo e 1 de azul, mas parecem terem sido usadas bem mais, não é mesmo? Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. <http://www.psicologia. freeservers.com/ilusoes/colors1. html> Figura 1.3 A ilusão das cores Você costuma ir ao cinema? O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pelo fenômeno da pós-imagem retiniana. As imagens vão se sobrepondo em nossa retina e o que As imagens não são apagadas percebemos é um movimento. Mas o cinema que você vê é na imediatamente da retina. verdade uma seqüência de fotografias estáticas projetadas na tela. Além de explicar por meio de suas premissas este tipo de “ilusão”, a Gestalt sugere uma resposta ao porque de certas formas agradarem mais que outras; apoiando-se na fisiologia do sistema nervoso e na psicologia, comprovados por meio de experimentos e pesquisas. SEÇÃO 2 – Um pouco da história Em seu início, havia duas correntes na Gestalt, a dos dualistas e a dos monistas. Os dualistas acreditavam que perceberíamos os elementos separadamente e só então eles formariam o todo, através de uma ação do espírito, de uma percepção mental. Um desenho seria visto como partes, mas a forma total que percebemos estaria interligada pelo espírito que uniria seus elementos. Os monistas, por sua vez, sustentavam a idéia de que as partes dependem mais do todo e que o todo determina a ordem das partes. Para os monistas, forma e matéria não são separáveis, portanto, os elementos de uma forma não existem 18
  • 19. Comunicação Visual para Web I separadamente. As partes são vistas como elementos formadores do todo. Em outras palavras, se modificarmos algum elemento o todo também é alterado. Quando em uma página mudamos a cor do fundo (figura 1.4) percebemos a mudança do todo (os elementos se modificam) e não apenas do fundo. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 1.4 O conceito monista: o todo determina as partes A concepção monista acabou sendo a teoria polarizadora. Seus principais defensores Max Wertheimer, Kurt Koff ka e Wolfgang Köhler acabaram por se tornar figuras de maior importância na escola da Gestalt. Os princípios da Gestalt estenderam-se além da psicologia, para áreas como a Física e a Filosofia. SEÇÃO 3 – Percepção da forma O dicionário define percepção como o ato de adquirir o conhecimento de um fato, ser ou objeto, através dos sentidos. Segundo a Gestalt, a percepção da forma pelo cérebro é sempre uma percepção global dos estímulos, ou seja, o cérebro não enxerga elementos isolados. O olho humano tende a agrupar as várias unidades de um campo visual para formar um todo, portanto, enxergamos o todo e não partes dele. Na figura a seguir os dois Unidade 1 19
  • 20. Universidade do Sul de Santa Catarina círculos centrais são de igual tamanho, mas parecem diferentes. Esta ilusão é provocada pela percepção total do conjunto. A noção de tamanho do círculo se dá pela dependência dos demais círculos. Figura 1.5 Ilusão de ótica. Fonte: Filho (2003) Nosso organismo percebe então um conjunto de elementos como uma forma completa, em que os componentes estão integrados entre si. Se decompormos algum elemento, estaremos automaticamente destruindo o conjunto. SEÇÃO 4 – Princípios da Gestalt Entre os princípios da Gestalt, destaca-se como fundamental referência para as composições gráficas, o seguinte conceito: “o todo é mais do que a soma das partes”. Isto equivale a dizer que “A + B” não é simplesmente “(A+B)”, mas sim um terceiro elemento “C”, que possui características próprias. A partir de experimentos e resultados científicos fundamentaram- se diretrizes que regem a percepção humana das formas. Estas leis apresentam conclusões sobre o comportamento natural do cérebro no processo de percepção. Em outras palavras, estas leis nos indicam o porquê de vermos as coisas de uma certa maneira e não de outra. 20
  • 21. Comunicação Visual para Web I Unidade A unidade pode ser vista como um único elemento, que existe por si só, ou pode ser vista como parte de um todo. Segundo Filho (2003), quando a unidade é vista como um único elemento, não existe agrupamentos ou mesmo relações entre os elementos. S Figura 1.6 - Unidade Figura 1.7 - Unidade Na figura 1.6 é possível ver o grupo de pessoas como uma unidade, mas pode-se também dizer que cada pessoa constitui uma unidade, ou ainda uma sub-unidade, dentro do todo. Na figura 1.7 tem-se o exemplo de uma unidade onde não ocorre agrupamento. Neste caso, a unidade é formada por um único elemento: a letra S. Segregação A segregação é a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um todo ou em parte dele (FILHO, 2003). O uso de elementos como linhas, texturas, cores, sombras e outros nos permitem realizar a segregação. Na imagem 1.8 podemos segregar as principais unidades: o carro, a estrada e o fundo. Mas é possível segregarmos a unidade automóvel em faróis, placa, vidros, rodas, calotas etc. Esta decomposição pode continuar até que todas as unidades visíveis tenham sido mapeadas. Unidade 1 21
  • 22. Universidade do Sul de Santa Catarina Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. <http://images.google.com. br/images?q=pessoas&hl=pt- BR&lr=&start=100&sa=N> Figura 1.8. Segregação Proximidade O princípio da proximidade descreve a tendência dos elementos individuais de serem associados com os elementos mais próximos, formando unidades. Quando colocamos elementos próximos, em condições iguais, a percepção do ser humano será reconhecê-los, formando um só todo. Observe a figura 1.9. Em um primeiro momento o que exatamente você vê? Duas colunas ou quatro colunas? aa aa aa aa aa aa aa aa aa aa aa aa Figura 1.9 Proximidade Nosso sistema nervoso organiza a figura como um todo e pelo efeito da proximidade nos leva a interpretar 2 colunas distintas, em 2 pares. As diferentes distâncias existentes nas 4 colunas nos levam ao agrupamento das mais próximas. 22
  • 23. Comunicação Visual para Web I Quanto menor a distância maior a unidade. <http://www.pontofrio.com. br/cgi-bin/loja.pl> Figura 1.10 Proximidade Na figura 1.10, as informações relacionadas a cada tipo de relógio estão próximas, criando a intenção de agrupamento. Na leitura do usuário ocorre a interpretação de que preço e descrição pertencem à imagem mais próxima. Similaridade Elementos semelhantes tendem a se agrupar naturalmente. A semelhança pode ser estabelecida pelo compartilhamento de características visuais básicas como: cor, forma, tamanho entre outras. Observe o seguinte exemplo: Para uma melhor compreensão, visualize, OX OX OX OX aa aa aa aa no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura OX OX OX OX ou aa aa aa aa colorida. OX OX OX OX aa aa aa aa Figura 1.11 Similaridade Apesar dos espaços inter-elementos e inter-colunas terem sido igualados, o agrupamento ocorre pela semelhança dos elementos. No primeiro caso pela composição da semelhança da forma das letras OX e no segundo pelo uso da cor. Quanto maior a semelhança entre os estímulos, maior a probabilidade de serem percebidos como um grupo comum. Unidade 1 23
  • 24. Universidade do Sul de Santa Catarina A proximidade e semelhança são diretrizes que se completam quando o assunto é agrupamento, mas a semelhança é o fator mais forte de organização. Continuidade Conforme Filho (2003), a continuidade descreve a preferência pelos contornos contínuos e sem quebra, ao invés de combinações complexas de figuras irregulares. O cérebro tende sempre a enxergar a melhor continuação de retas e curvas, assim pode-se direcionar o cérebro a enxergar imagens de determinadas formas, de acordo com a necessidade. Quando você observa a figura (a), abaixo, o que é perce bido são duas linhas que se cruzam e não quatro linhas que se tocam em um ponto. a) b) z x y Figura 1.12 Continuidade Fonte: Filho (2003) Quando você vê a figura b, percebe que ela é composta de 3 elementos x, y e z. Quais dos elementos parecem uma continuação? Qual elemento parece ser um anexo? Se você respondeu que o elemento z parece um anexo, acertou! Ela fere o princípio da boa continuação. Curvas que não seguem a boa continuação natural perdem fluência e harmonia. Uma figura com linhas internas contínuas tende a ser vista como bidimensional, enquanto o desencontro de linhas internas nos direciona à tridimensionalidade. Fechamento O princípio do fechamento descreve a tendência humana de unir intervalos e estabelecer ligações. O cérebro humano interpreta o estímulo visual de forma completa, como figuras fechadas mesmo 24
  • 25. Comunicação Visual para Web I quando algumas informações de contorno estão ausentes. Essa diretriz é fácil de explicar. Você lembra de ter visto figuras que apesar de formadas por contornos não-contínuos, enxergou como unidades completas? Figura 1.13 Fechamento Existe a tendência psicológica de se unir intervalos e estabelecer ligações. Na figura acima o que você vê? São três círculos incompletos ou realmente existe o contorno do triângulo? Figura/Fundo Quando as partes integrantes de um todo são ligeiramente diferentes, tendemos a assimilá-las ao todo, percebendo-as de maneira uniforme. Por outro lado, quando as partes não constituem um todo, a tendência perceptiva é no sentido de contrastá-las com o fundo. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 1.14 Figura/Fundo Quando colocamos uma cor cinzenta sobre um fundo branco, parecerá mais escura do que se inserida em um fundo negro. Unidade 1 25
  • 26. Universidade do Sul de Santa Catarina Normalmente, distingue-se figura de fundo pelo fato da figura ter uma forma e aparecer como objeto na frente. O fundo deve ser, então, sem forma, parecendo se estender de maneira contínua por trás da figura. No quadro Monalisa fica claro para o usuário a interpretação da figura e do fundo. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. *<http://images.google.com.br/ images> **<http://www.geocities.com/ Area51/9839/ilusoes.htm> Figura 1.15 Figura/Fundo* Figura 1.16 Figura/Fundo** Na figura 1.15, a consideração do que é figura ou do que é fundo faz com que o indivíduo interprete a figura como um homem tocando sax ou o rosto de uma jovem mulher. Pregnância A lei da pregnância diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples, as forças de organização tendem a se dirigir sempre no sentido da clareza, unidade e equilíbrio (FILHO, 2003). Uma casa pode ser vista por 2 formas geométricas: um retângulo e um triangulo. E uma forma forte e pregnante, pois consegue transmitir com muita simplicidade a informação. 26
  • 27. Comunicação Visual para Web I Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 1.17 Pregnância da forma É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada, desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos simplificação. Quando a figura é pregnante, ela exprime uma característica qualquer de forma forte, de maneira que se destaque e seja de fácil compreensão. Formas fechadas, simétricas, regulares atraem o olhar e se destacam do fundo, quando a forma é pregnante, facilmente conseguimos separá-la do fundo. A imagem aérea da Cidade do México é de baixa pregnância, o grande número de unidades formais e a organização visual confusa dificultam a leitura e a compreensão. http://encarta.msn.com/media_ 461539938_761569238_-1_1/ Aerial_View_of_Mexico_City.html Figura 1.18 Baixa Pregnância da forma Unidade 1 27
  • 28. Universidade do Sul de Santa Catarina O Taj Mahal é um exemplo da boa pregnância da forma. Podemos observar o uso da continuidade, da ordem, da proximidade, da semelhança dos elementos e do equilíbrio. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. <http://www.gimcracker.com/ Figura 1.19 Boa Pregnância da forma archives/Taj-Mahal.jpg> Conheça mais sobre as leis da Gestalt Bibliografia Gestalt - Publicações em língua portuguesa URL: http://www.gestalttheory.net/pubs/gestaltismo.html International Society for Gestalt Theory and its Applications - GTA URL: http://www.gestalttheory.net/ Gestaltismo e Percepção URL: http://www.psicologia.freeservers.com/gestalt/ 28
  • 29. Comunicação Visual para Web I SEÇÃO 5 – Os mecanismos de memorização A visão humana é o sentido que provê o maior volume de informações a serem processadas pelo cérebro, estima-se que metade do potencial de processamento cerebral humano seja utilizado na organização de informações visuais. Nossos usuários de software percebem as informações por meio de um sistema sensorial. Os novos recursos da tecnologia permitem que esta percepção ultrapasse o sentido da visão, fazendo uso da audição e do tato. No mecanismo de percepção, olhos e cérebro atuam em conjunto na interpretação das informações. Ao percebermos as informações, as mesmas são codificadas, processadas, usando-se argumentos de raciocínio, além de serem armazenadas na memória para posterior recuperação. A Memória A memória é o mecanismo que nos permite recordar pessoas, acontecimentos, coisas que aconteceram anteriormente. Richard Järnefelt de Desde que o ser humano iniciou sua trajetória em áreas de Helsinki, Finland, pesquisa, o funcionamento e as circunstâncias em que ocorrem conquistou, em 1999, a memorização são arduamente discutidas. Nas últimas o Guinessbook, com décadas, muito se tem estudado a respeito das características um repertório de 3.000 músicas tocadas no piano, e do funcionamento da memória humana. Estudos evoluíram, sem partituras, apenas permitindo a compreensão dos meios fisiológicos de como o ser com o uso da memória. humano armazena as informações, assim como as razões pelas Fonte: http://www. quais podemos perdê-las. guinnessworldrecords. com/gwr5/conten Figura 20. Recorde no Guinessbook Unidade 1 29
  • 30. Universidade do Sul de Santa Catarina O uso deste conhecimento para os projetistas de software na construção de projetos de Web permite uma melhor adaptação do projeto às características e delimitações da memória humana, considerando suas habilidades e capacidade em termos cognitivos. A natureza da memória pressupõe dois fatores: a codificação (estratégias de memorização) e a recordação. A codificação vai permitir a maior ou menor facilidade de se recordar determinada informação. A recordação pode ser livre ou por reconhecimento (somos expostos a pistas que no reavivam a memória). Quando reproduzirmos o que entrou, recupera-se a memória. Segundo Schneiderman (1992), a memória humana pode ser dividida em três partes, cada uma com diferentes características: Memória Rápida ou de Curto Termo. Memória de Trabalho ou Sensorial. Memória Permanente ou de Longo Termo. Memória de Curto Termo A memória de curto termo armazena informações na memória em apenas um curto espaço de tempo 10 a 25 segundos, no máximo. É uma memória rápida, recebendo as informações de entrada captadas pelos órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, olfato e tato) e os passa ao sistema cognitivo. Nesta memória são armazenadas respostas aos estímulos como: informações expressas pela fala, movimentos e ações. As informações são armazenadas por um período de aproximadamente 10 segundos, armazenando poucas informações a cada vez. A memória de curto termo guarda, em média, um número de 7 informações captadas pelos órgãos dos sentidos (BORGES, 2005). 30
  • 31. Comunicação Visual para Web I — Que tal repetirmos um experimento realizado em 1956 por Miller? Faça um ditado de 30 palavras com seu amigo mais próximo. Finalizado o ditado, peça para que ele escreva todas as palavras que ele consegue recordar. E então? Qual foi o resultado? Este teste nos dá uma idéia da quantidade de informação armazenada na memória de curto termo! Memória de Trabalho ou Sensorial A memória sensorial também é conhecida como memória de trabalho. Na memória sensorial são trabalhadas as informações captadas pela memória de curto termo e posteriormente enviadas à memória permanente. A memória de trabalho pode armazenar informações por um tempo, podendo variar de minutos a dias, mas mesmo assim a informação será posteriormente eliminada (BORGES, 2005). Você já estudou para fazer um concurso ou vestibular? Cursinhos são especialistas em criar mecanismos para conectar e organizar informações de forma que as mesmas permaneçam na memória permanentemente, permitindo que você as recupere mais tarde (dias, meses, anos). Você lembra de alguma situação quando estudou para uma avaliação escolar e uma semana depois não lembrava mais do conteúdo? Tente descrever a fisiologia da célula ou os nomes dos rios que fazem parte da Região Norte! Quando o assunto não é considerado fundamental ou importante para o indivíduo, o mesmo não estabelece mecanismo de codificação. Desse modo, este conteúdo dificilmente irá atravessar as fronteiras da memória sensorial. Lembramos do conteúdo até realizar a prova, uma semana depois, apesar de uma boa nota, não lembramos mais do assunto e dificilmente repetiríamos a boa nota sem estudar novamente. Unidade 1 31
  • 32. Universidade do Sul de Santa Catarina A memória de curto termo recupera informação na memória permanente. Mas quais mecanismos podemos usar para registrarmos ou recuperarmos a informação na memória sensorial? Podemos usar metáforas, analogias, regras e tudo aquilo que de alguma maneira chame a atenção do indivíduo. Lembram das famosas musiquetas cantadas por professores de química e física? Memória de Longo Termo Quando armazenamos uma informação na memória de longo termo, ela permanece para sempre. Além da possibilidade de recuperação, também temos a característica relacionada a sua capacidade, até hoje não temos como quantificar as informações que podem ser armazenadas nela ou mesmo seu espaço. Algumas informações são recuperadas diretamente da memória permanente para a memória de curto prazo, sem passar pela memória sensorial. Isto acontece porque são informações utilizadas pelo individuo há muito tempo e de forma repetida. Se neste momento, perguntar para você qual o seu nome? Quando você nasceu? Qual o nome de sua esposa(o) ou namorada(o)? Essas seriam respostas imediatas, já estão a um longo tempo com você e não são necessários mecanismos de recuperação. Fala, Audição Fala, Movimento Memória de Trabalho Memória de Curto Termo ou Sensorial Memória de Longo Termo ou Permanente Figura 21. Esquema de Funcionamento da Memória segundo Schneiderman (1992) 32
  • 33. Comunicação Visual para Web I SEÇÃO 6 – Restrições de tempo em relação à memorização Ben Schneiderman (1992) realizou vários estudos relacionados ao mecanismo de memorização e percepção. Estes resultados nos fornecem dicas para a boa utilização da memória em projetos de interfaces. Nestes estudos, o pesquisador aponta a insatisfação de usuários com mecanismos de interface, em que o tempo de resposta é superior a 2 segundos. A razão para isto é que o ser humano guarda informações na memória de curto termo por no máximo 15 segundos. Quando o usuário espera além deste tempo, ele precisa recordar o que estava fazendo, o que torna a interação mais difícil e lenta. O grande problema é que de acordo com a tarefa os tempos de resposta aceitáveis são diferentes, veja os resultados coletados por Schneiderman (1992) e Galitz (1993): digitar, movimentar o cursor, ou selecionar com o mouse: 50-150 milissegundos; tarefas simples como o iniciar um brower: menos de 1 segundo; introduzir dados para buscas de dados: 1-4 segundos; tarefas complexas como cálculos, registros : 8-30 segundos. O tempo de resposta é crucial para um bom projeto, assim como o uso, ao longo do projeto, de mecanismos de codificação que permitam tornar o site interessante e inesquecível. Dicas para a boa utilização da memória do usuário Evite a carga de elementos de multimídia que levam um intervalo de tempo longo para serem carregados em conexões de baixa velocidade. O limite de tempo ideal para operações de carga é 15 segundos. SEGUE Unidade 1 33
  • 34. Universidade do Sul de Santa Catarina Insira indicadores de feedback (barras de progressão, ampulhetas girando, quando não é possível determinar o tempo necessário até o término da tarefa) quando o tempo de processamento é longo. Figura 22. Indicadores de feedback O sistema deve reagir após uma ação, em um tempo máximo de 0,1 segundo. 1,0 segundo é o tempo limite para que o fluxo de pensamento do usuário permaneça ininterrupto. 10 segundos é o tempo limite para manter a atenção do usuário focada num diálogo. 10 segundos é o tempo que a memória de curto tempo se mantém carregada com alguma informação captada pelo sistema cognitivo. As informações devem estar visíveis ao usuário por um período que permita sua identificação e reconhecimento (páginas que somem rapidamente sem dar oportunidade de identificação são esquecidas com a mesma velocidade). Projetistas devem criar mecanismos para associação de ações. Por exemplo, para voltar a um ponto anterior deve haver uma indicação explícita, como uma tecla Voltar. Operações freqüentes acabam sendo memorizadas na memória de longo termo e a escolha de ícones para ações deve ser consistente. Nos dois exemplos* o uso do carrinho para indicar o ato de comprar em sites de ecommerce são facilmente interpretados, pois já foram memorizados pela repetição de uso em diferentes sites. Figura 23. Ícones Projetistas devem tomar um cuidado redobrado com operações que, pela repetição, tornam-se óbvias para o projetista e acabam não sendo explicadas para o usuário, mas que na verdade não são óbvias para ele. Fonte: SCHNEIDERMAN (1992) *www.americanas.com; www.pontofrio.com.br 34
  • 35. Comunicação Visual para Web I Você está curioso(a) sobre aspectos relacionados ao mecanismo de memorização? Dê uma espiadinha nestes artigos, eles são muito interessantes. Notícia é destaque hoje e esquecida amanhã http://www.comciencia.br/reportagens/memoria/05.shtml A memória http://www.comciencia.br/reportagens/memoria/15.shtml Síntese Durante a unidade foi possível perceber a importância da noção de unidade da Gestalt na psicologia da percepção, e também a importante relação sujeito-objeto. Quando percebemos as imagens ocorre o resultado da interação luz na retina, com a tendência de organizar da melhor forma possível os estímulos externos. Você pôde perceber, por meio das diferentes leis, que ilusões de ótica são criadas pelo uso da forma, que é possível brincar com idéias de agrupamento utilizando a proximidade e/ou similaridade, que não é necessário desenhar uma forma completamente para que a mesma se torne uma informação para o usuário (continuidade). Observou que a lei fundamental da teoria da Gestalt é a pregnância da forma, em que o objeto apresenta o máximo de equilíbrio, clareza e unificação visual pelo uso da máxima: simplicidade. Você também aprendeu que a memória é organizada em uma estrutura de três elementos, a memória de curto termo, longo termo e de trabalho. Agora já é possível entender a importância do tempo de resposta no projeto da interface e da necessidade de usarmos mecanismos de projeto que chamem a atenção do usuário de forma que a informação seja inesquecível para ele. Unidade 1 35
  • 36. Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de auto-avaliação 1) Qual o significado da Pregnância, para um indivíduo, no mecanismo de percepção? 2) Em que situação a lei da semelhança e da proximidade são complementares em um projeto de página? Procure um exemplo deste aspecto na internet e cite o endereço. 3) Procure um exemplo do uso da lei do fechamento em logotipos ou páginas na internet, cite o exemplo e o respectivo endereço. 36
  • 37. Comunicação Visual para Web I 4) Relacione as formas abaixo com as leis da Gestalt (pregnância, figura/ fundo, proximidade, semelhança, continuidade, fechamento): a) b) Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. c) d) e) f) g) Unidade 1 37
  • 38. Universidade do Sul de Santa Catarina 5) Relacione os temas relacionados ao armazenamento da memória: [A] Memória de Curto Termo; [B] Memória de Trabalho; [C] Memória de Longo Termo; a) ( ) Armazena a informação por um espaço de 10 a 25 segundos; b) ( ) permite o armazenamento de informações por um longo período; c) ( ) armazena informações por horas e até dias; d) ( ) é a memória responsável por enviar informações para a memória permanente; e) ( ) armazena informações relacionadas aos sentidos como fala, audição; f) ( ) é a memória responsável por recuperar informações da memória permanente; g) ( ) armazena, no máximo, sete informações e as apaga da memória rapidamente. 6) Em termos de projeto de interface Web, quais artifícios você pode utilizar para sensibilizar o usuário fazendo com que o mesmo se “recorde” do diálogo existente na sua página? 38
  • 39. Comunicação Visual para Web I Saiba mais AMARO, Fausto. Mecanismos de memória. www.ncs.iscsp.utl.pt/apontamentos/index.php?dir=3%BA%20Ano/&file=Psicologia.rtf Recomendações para design. http://www.fast-consulting.com/GUI%20Design%20Handbook/gdhb_menubar.htm Publicações sobre Gestalt em língua portuguesa. http://www.gestalttheory.net/pubs/gestaltismo.html FILHO, Gomes J. Gestalt do Objeto. São Paulo: Escrituras, 2003. Unidade 1 39
  • 40.
  • 41. 2 UNIDADE 2 Cores na Web Objetivos de aprendizagem Entender o mecanismo fisiológico de reconhecimento das cores. Perceber os cuidados necessários para o uso da cor na Web. Compreender os efeitos e as influências da cor durante o projeto de interface. Seções de estudo Seção 1 Mas o que é cor? Seção 2 A visão humana da cor Seção 3 Teoria das cores Seção 4 Definição da cor de fundo da página Seção 5 Recomendações para o uso de cores na Web
  • 42. Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de conversa A unidade Cores na Web traz à tona a importância do uso da cor no projeto de Web sites. Muitas vezes consideramos a cor apenas como um fator estético, mas se você observar os objetos que você usa no cotidiano, vai perceber aspectos interessantes: o botão de ligar e desligar do controle remoto de sua tv é vermelho, quantas cores existem no teclado do seu celular? O painel do seu carro faz uso de no mínimo três cores, por quê? O uso da cor proporciona uma importante dimensão na comunicação visual, se a utilizamos com sabedoria melhora a interpretação de uma mensagem, se mal utilizada pode prejudicá-la. Quando vamos escolher as cores a serem utilizadas em nossos sites acabamos, às vezes, por perder o sono à noite até tomarmos a decisão. Qual cor? Quantas cores? Quais combinam? As cores da empresa, o gosto do cliente, nossas decisões durante o projeto nos colocam em ciladas virtuais. As escolhas relacionadas ao uso da cor vão além dos meros aspectos pessoais. O uso eficiente da cor depende de fatores que variam de particularidades como: recursos visuais disponíveis, fatores humanos e do próprio contexto de uso e do ambiente onde a mesma será utilizada. Durante a unidade vamos explorar este mundo colorido, a maneira como vemos, como interpretamos, tentando entender melhor para aplicar mais adequadamente a cor nos projetos de sites para Web. SEÇÃO 1 – Mas o que é cor? Em 1966, Newton descobriu Figura 2.1 que a luz branca do sol pode ser decomposta com o auxílio de um prisma de cristal em radiações de larguras variáveis (magenta, alaranjado, amarelo, verde, azul ciano, anil e violeta). Sem luz não existe cor! 42
  • 43. Comunicação Visual para Web I A impressão destas radiações sobre a retina do olho é o que distinguimos como cor. A cor pode ser definida como um comprimento de onda. O comprimento de onda para o vermelho é de 580 nm (nanômetros), para o verde 540 nm e para o azul 440 nm. Quando você vê um arco-íris, você está vendo a luz solar decomposta nestas 7 cores. Você sabe o que funciona como prisma neste caso? As gotículas de água! Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.2 - Decomposição da luz <http://www.dailytimes.com. pk/default.asp?page=story_ 26-7-2005_pg9_9> SEÇÃO 2 – A visão humana da cor O olho humano é o órgão responsável pela recepção da visão. O olho é formado pelo globo ocular que é uma esfera com aproximadamente 2,5 cm de diâmetro. Quando você fi xa o olhar sobre um objeto, a imagem deste objeto atravessa a córnea, depois passa pela íris - que é responsável por regular a quantidade de luz recebida por meio da pupila. Unidade 2 43
  • 44. Universidade do Sul de Santa Catarina <http://pt.wikipedia.org/wiki/Globo_ocular> Figura 2.3 - Globo Ocular Após atravessar o cristalino, a imagem é focada sobre a retina (invertida, depois o cérebro acerta isto!). Você conhece o mecanismo de uma máquina fotográfica? Nosso globo ocular pode ser comparado a uma máquina fotográfica, onde o cristalino seria a objetiva, a íris o diafragma e a retina seria a placa ou película. Quando a imagem chega ao cristalino, ela é ajustada, sendo levada para trás ou para frente, permitindo que ela se projete sobre a retina. Nossa retina está provida de duas espécies de células sensíveis à luz: os bastonetes e os cones. Cones e bastonetes Os bastonetes permitem a visão para intensidades luminosas muito pequenas (noite, crepúsculo). Recebem apenas impressão de luminosidade e nenhuma impressão cromática. Por isto quando saímos da cama à noite, no escuro, os objetos coloridos aparecem sem cor, nossa visão está por conta dos bastonetes. Os bastonetes (120 milhões de células) não percebem diferenças finas de forma e cor. Os cones permitem a impressão colorida em claridades média e grande (visão diurna), a imagem fornecida é mais nítida e detalhada. Existem três tipos de cones (três milhões de células) no olho humano, cada um distingue uma cor diferente: vermelho, verde ou azul. Você sabia que a quantidade de cones vermelho, verde ou azul é 40:20:um? É por este motivo que sua sensibilidade para o azul é muito menor do que para o vermelho. Em outras palavras, você vê um número maior de tons de vermelho do que azuis. 44
  • 45. Comunicação Visual para Web I Campo visual A capacidade de percepção das cores está diretamente relacionada ao campo visual. A distribuição das células fotoreceptoras não é uniforme. Olhe a figura 2.5, na área central existem apenas células do tipo cone (1), no campo central (2) existem células do tipo cone e bastonetes, na área periférica encontram-se apenas bastonetes (3). Na região da fóvea (1) ocorre a projeção da imagem do objeto focalizado. Nós enxergamos com nitidez somente objetos focados na fóvea. Essa permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual. É a capacidade de o Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente olho de distinguir entre na retina periférica (2,3), sendo responsáveis pela transmissão de dois pontos próximos, informações para as células ganglionares. e depende de diversos fatores, em especial No fundo do olho está o ponto cego, insensível à luz, não há do espaçamento dos cones nem bastonetes, dele emergem o nervo óptico e os vasos fotorreceptores na retina e da precisão da refração sangüíneos da retina. do olho. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.4. - Campo Visual (WICKER, 2000). Segundo Winkler (2000), a área central da visão (1) é a responsável pela leitura e deve receber máxima percepção e contraste. O campo central (2) deve contrastar com a área central, com uma relação de 2:1, e o campo visual periférico não deve exceder de 10:1. A área periférica percebe apenas movimentos e vultos. Unidade 2 45
  • 46. Universidade do Sul de Santa Catarina Você já chegou ao cinema após o início da sessão? Saiu da ante-sala com muita claridade e entrou na sala de projeção exatamente no momento em que a cena estava muito escura? Como você se sentiu? Aquela cegueira momentânea é causada pela acomodação dos cones e pelo aumento da sensibilidade dos bastonetes. O inverso também acontece, imagine você saindo de uma sala com baixa luminosidade para um gramado em um dia de sol intenso. Formação de imagens coloridas na retina Durante todo o processo da percepção visual o cristalino se modifica, se adapta, de modo a focalizar sobre a retina a imagem do objeto visualizado. A acomodação e a convergência do cristalino dependem da cor do objeto visualizado. Isto acontece porque as ondas verde, azul e vermelha convergem a diferentes distâncias da retina. Na figura 2.5 é possível observar que as ondas vermelhas convergem além da superfície da retina, enquanto os comprimentos de onda verdes sobre a retina e azuis convergem antes da retina. Quando focalizamos objetos avermelhados, o cristalino se torna mais convexo, como se o objeto estivesse próximo do observador. Quando focalizamos um objeto azul, o cristalino fica menos convexo (mais relaxado), como se objeto estivesse distante (WINCLER, 2000). Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.5 - Foco sobre a retina Fonte: Apostila de técnicas de apresentação - Roberto Cabral de Mello Borges - UFRGS. 2003. 46
  • 47. Comunicação Visual para Web I O uso de cores intensas causa fadiga visual justamente pela necessidade constante de adaptação do cristalino. Imagine o uso do azul e do vermelho simultaneamente, as diferentes profundidades de foco seriam fatigantes! A cegueira para algumas cores Você sabia que o daltonismo é uma deficiência na visão que dificulta a percepção de uma ou de todas as cores (na sua variação mais comum o daltônico não distingue o vermelho do verde)? O daltonismo é uma deficiência quase que exclusivamente masculina, para 10% da população masculina apenas 1% das mulheres apresentam o problema. No projeto Web, temos que considerar esta parcela da população fazendo uso da luminância, de forma a permitir a diferenciação da cor. Que tal você verificar sua acuidade visual? Qual número você vê nas esferas? Este teste tenta detectar a deficiência da percepção da cor – o daltonismo. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. <http://chost.sites.uol. com.br/Principal/teste_ de_daltonismo.html> Figura 2.6 - Teste de visão Imagino que agora você esteja se perguntando: como o indivíduo daltônico diferencia as luzes verdes e vermelhas do semáforo, já que para esse indivíduo as duas cores são apenas variações do cinza? Em tempo, os números nas esferas são o 5 e o 6. Unidade 2 47
  • 48. Universidade do Sul de Santa Catarina SEÇÃO 3 – Teoria das cores Muitas teorias procuram explicar o fenômeno da visão cromática, mas todas elas se baseiam na observação de que o olho humano pode detectar quase todas as graduações de cores, quando as luzes monocromáticas vermelho, verde e azul são misturadas apropriadamente. As cores se dividem em três grupos: primárias, secundárias e terciárias. Cores primárias São as cores que não podem ser formadas por nenhuma mistura. São elas: azul, amarelo e vermelho. Quando misturadas de forma variável produzem todas as cores do espectro. Cores secundárias São formadas por duas cores primárias misturadas em partes iguais. Cores terciárias São as intermediárias entre uma cor secundária e qualquer das duas primárias que lhe dão origem (PEDROSA, 1982). Observe a figura baixo, construída por Fabris, em 1973. As cores primárias estão no centro, as secundárias (verde, laranja e violeta) no segundo triângulo. O terceiro ciclo se complementa com as cores terciárias. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.7 - Círculo das cores (FABRIS, 1973) 48
  • 49. Comunicação Visual para Web I Cores complementares São as cores opostas no disco de cores. O vermelho é complementar do verde, o azul é complementar do laranja. As cores complementares são usadas para dar força e equilíbrio a um trabalho, criando o máximo de contraste. As cores complementares são as que dão mais contrastes entre si, se queremos destacar um amarelo, devemos colocar junto dele um violeta. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.8. - Cores complementares (Vera Schuhmacher) Cores análogas São as que aparecem lado a lado no disco de cores. São análogas porque há nelas uma mesma cor básica. O amarelo-ouro e o laranja-avermelhado têm em comum a cor laranja. Elas são usadas para dar a sensação de uniformidade, profundidade, movimento, luz e sombra. Podemos considerar análogas três cores que se apresentam em seqüência, no círculo das cores, como: o laranja, laranja-vermelho e vermelho. Unidade 2 49
  • 50. Universidade do Sul de Santa Catarina Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.9. - Círculo das cores (WINCKLER, 2000) Figura 2.10. - Cores Análogas (Vera Schuhmacher) O contraste das cores A sensação da cor depende de três parâmetros: o croma, a intensidade e o matiz (GUIMARÃES, 1997). Matiz É a característica que diferencia uma cor de outra, por exemplo, o amarelo do azul, o verde do violeta. Refere-se a maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Quando se adiciona preto a determinado matiz, esse se torna gradualmente mais escuro, e essas graduações são chamadas escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras, acrescenta-se branco. Observe o que ocorre na figura 2.8, quando acrescentamos branco a cor. 50
  • 51. Comunicação Visual para Web I Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.11. Escalas tonais (Vera Schuhmacher) Croma É a qualidade específica de saturação da cor, que indica o seu grau de pureza. Mas o que é saturação? Imagine um copo de leite puro. Agora imagine você adicionando a este leite cinco colheres de chocolate em pó. O leite vai ficar bastante escuro. Agora você começa adicionando leite a esta mistura, a cor vai clareando, mas ainda é marrom, quanto mais leite você adicionar mais claro vai ficar o leite. Se você adicionar 10 litros de leite à mistura, é provável que o líquido fique quase branco. Podemos dizer que a saturação refere-se à quantidade de branco em uma cor. Quando diminuímos a saturação a imagem acaba por ficar em preto e branco,com o grau de saturação em 0. Para que você possa visualizar essa transição, consulte o arquivo publicado na Midiateca. Ele apresenta uma imagem com diversos tons de saturação. Mas quando ocorre ao contrário e aumentamos a saturação, a imagem acaba por ficar quase com um aspecto irreal. Unidade 2 51
  • 52. Universidade do Sul de Santa Catarina Luminosidade É a quantidade relativa de claro ou escuro em uma escala do preto ao branco. É fundamental para a percepção de profundidade. Contraste É a base à distinção da forma, tamanho, posição, volume e aparência dos objetos. Ele pode ser obtido através de diferenças do matiz e ilumina ção. O contraste pode ser usado para alterar a sensação de tamanho entre objetos. Um exemplo é quando queremos parecer mais magros e usamos roupa preta. As cores contrastantes são diretamente opostas no disco das cores; como o azul e o amarelo. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.14. Contraste das cores Compare os diferentes efeitos produzidos pelo contraste do fundo para o mesmo quadrado vermelho. O quadrado vermelho parece mais brilhante (preto), menos brilhante (laranja) ou ainda maior (preto), de acordo com o fundo utilizado. Saiba mais Não deixe de acessar o site Color in Motion no endereço <http://www.mariaclaudiacortes.com/>. O site é uma experiência interativa sobre a comunicação e o simbologismo da cor. Você vai aprender em que situações determinadas cores expressam uma informação, suas cores complementares e como elas são utilizadas em diferentes países. 52
  • 53. Comunicação Visual para Web I Que tal brincar com um aplicativo que gera esquemas e combinações de cores? Cada esquema se baseia em uma cor usada como base, que é combinada e complementada por cores adicionais, calculadas por meio de algoritmos que permitem a melhor combinação ótica. Esta ferramenta Color Scheme está disponível em <http://wellstyled.com/tools/>. Divirta-se !! SEÇÃO 4 – Sistema e representação das cores As cores são representadas de maneira diferente se o dispositivo reflete ou emite luz. Objetos que não emitem luz refletem uma parte da luz que incide sobre eles e absorvem a outra parte. A sensação da cor é relativa e variável, segundo a natureza da fonte luminosa e do objeto. Se uma laranja lima é iluminada por uma luz azul, esta se transforma em verde; neste caso a reflexão do amarelo se soma a da luz azul e ambas as cores são refletidas misturadas. Assim, os dispositivos que representam cores seguem o modelo subtrativo, quando não emitem luz, e aditivos quanto emitem luz. Dispositivos que misturam pigmentos coloridos (impressora, Scanner), seguem o modelo subtrativo, cujas cores primárias são: amarelo, magenta e ciano. A mistura de todas as cores produz o preto. Dispositivos baseados na emissão de luz (monitor, data-show) seguem o modelo aditivo, cujas cores primárias são vermelho, verde e azul-violeta. O branco é obtido pela mistura de todas as cores. Unidade 2 53
  • 54. Universidade do Sul de Santa Catarina São modelos aditivos o HSV, o HLS e RGB. Entre os modelos subtrativos, o mais empregado é o CMYK. O sistema RGB é o padrão de cores na WWW. É um sistema cartesiano (x, y, z) onde cada cor primária (Red, Green e Blue) representa um dos eixos do cubo RGB. O modelo CMYK é formado pelas cores ciano (Cyan), magenta (Magenta), amarelo (Yellow) e preto (blacK). É utilizado em dispositivos de impressão. Há diferenças entre cores representadas em monitores do mesmo padrão RGB. Diversos fatores causam as diferenças, entre eles, o gamut, ou seja, o grau de contraste entre os valores intermediários de cinza de uma imagem. O valor de gamut do Macintosh é de 1.8 e de um PC é 2,2. Imagens geradas em um Mac parecerão muito mais escuras na plataforma PC, enquanto as geradas no PC parecerão apagadas e sem brilho no Mac. “Signal detection theory”, um SEÇÃO 5 – Definição da cor de fundo da página modelo estatístico elaborado na década de 50. Segundo a teoria de detecção de sinais, o cérebro humano interpreta e organiza a informação que recebe em forma ótima, quando no campo visual há um número mínimo de cores e formas: quanto menos “ruído”, mais claro é o “sinal”. Quando você escolhe o padrão de cores de um site é importante observar alguns aspectos relacionados por Schneirman (2000): Assunto da página: é um site voltado ao entretenimento? É um site voltado para venda de imóveis? Público alvo: há algum fator de homogeneização? Sexo (maioria homens ou mulheres), idade (é uma página que pretende atingir o público infantil ou para jovens procurando diversão noturna), experiência (os usuários são funcionários de uma empresa com ou sem experiência no uso da internet/intranet)? Existem outros fatores a serem considerados? Ou os usuários formam uma platéia altamente heterogênea? (usuários de um sistema de caixa eletrônico de um banco, por exemplo) 54
  • 55. Comunicação Visual para Web I Ambiente: qual é ou grau de estresse ao qual os usuários estão submetidos (elevado, como em um sistema de bolsas de valores?)? Qual é a luminosidade do ambiente? Veja a seguir alguns exemplos. Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. <http://disney.go.com/ home/today/index.html> Figura 2.15. Website da Disney <http://sepultura.uol. com.br/v6/> Figura 2.16. Website da banda Sepultura Unidade 2 55
  • 56. Universidade do Sul de Santa Catarina A cor básica de fundo (o Matiz), da página inicial do site Disney, é azul. Uma cor que, além de transmitir confiança, calma e estabilidade, é perfeitamente visível para a grande maioria da população. Note que apesar do impacto visual não há muitas cores: fora o azul básico, utilizaram-se o verde, branco e laranja (todas cores positivas, emocionais). O negro foi abolido da página. As áreas com menor saturação da cor básica estão nas bordas. O site do grupo de rock Sepultura é basicamente negro. Combina perfeitamente com o grupo e com a expectativa dos usuários do site, fãs da banda. Note que, novamente, há poucas cores. O site “Mais Você” é adequado ao consumidor principal: a mulher. Cores suaves, femininas, esteticamente limpo. <http://maisvoce.globo.com/ perfil_apresentadora.jsp> Figura 2.17. Website Mais Você Observe, agora, duas versões diferentes de uma mesma página: Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.18. Website Lancome 56
  • 57. Comunicação Visual para Web I Para uma melhor compreensão, visualize, no anexo 1, ao final do livro didático, esta figura colorida. Figura 2.19. Website Lancome A versão figura 2.18 é suave, delicada, de uma feminilidade pouco agressiva. Já a versão da figura 2.19 modificou completamente a mensagem: a feminilidade é agressiva, as cores são fortes, vibrantes, até o vermelho (associado à paixão, ao sexo, ao amor), que não estava presente em nenhum dos seus matizes na versão anterior. Observe como a figura 2.18 é parte do conjunto e não cria desvio de atenção. Já a figura 2.19 provoca tanto impacto que é quase impossível observar o todo sem deixar de notar a foto, que surtirá um impacto muito maior no leitor. Observe que além das cores e da postura das imagens, também o alinhamento do texto foi modificado. Nos 5 sites apresentados, observamos que a escolha das cores considera, principalmente, o perfil do público alvo e a economia na quantidade de cores. Marmion (2004) sugere ser possível estabelecer as seguintes orientações: utilize a menor quantidade possível de cores para o fundo de seu site; se for utilizar mais de uma cor, utilize cores próximas do espectro, que não criem contraste (fator de distração); a percepção da cor é afetada pela luminosidade do ambiente. Considere as fontes de iluminação — naturais e artificiais — do local; Unidade 2 57