SlideShare a Scribd company logo
1 of 35
 — Temos discurso!... Atenção!... Ordem!... gritaram a um tempo três
vozes.
 — Coisa célebre! acrescentou Leopoldo, Filipe sempre se torna orador
depois do jantar...
 — Naturalmente, acudiu Leopoldo, que, por dono da casa, maior quinhão
houvera no cumprimento do recém-chegado; naturalmente Bocage,
quando tomava carraspanas, descompunha os médicos.
 — Bem, escrever-se-á um romance, e um de nós dois, o infeliz, será o
autor.
 Augusto escreveu primeira, segunda e terceira vez o termo da aposta;mas
depois de longa e vigorosa discussão, em que qualquer dos quatro falou
duas vezes sobre a matéria, uma para responder e dez ou doze pela
ordem; depois de se oferecerem quinze emendas e vinte artigos aditivos,
caiu tudo por grande maioria, e entre bravos, apoiados e aplausos, foi
aprovado, salva a redação, o seguinte termo:
 No dia 20 de julho de 18... na sala parlamentar da casa n° ... da rua
de..., sendo testemunhas os estudantes Fabrício e
Leopoldo, acordaram Filipe e Augusto, também estudantes, que, se até o
dia 20 de agosto do corrente ano, o segundo acordante tiver amado a uma
só mulher durante quinze dias ou mais, será obrigado a escrever um
romance em que tal acontecimento confesse; e, no caso contrário, igual
pena sofrerá o primeiro acordante. Sala parlamentar, 20 de julho de 18...
Salva a redação.Como testemunhas — Fabrício e Leopoldo.
 Acordantes — Filipe e Augusto.
 E eram oito horas da noite quando se levantou a sessão.
 Fabrício em apuros A cena que se passou teve lugar numa
segunda-feira. Já lá se foram quatro dias: hoje é sexta-feira,
amanhã será sábado, não um sábado como outro qualquer,
mas um sábado véspera de Sant‘Ana. São dez horas da
noite; os sinos tocaram a recolher. Augusto está só, sentado
junto de sua mesa, tendo diante de seus olhos seis ou sete
livros, papéis, pena e toda essa série de coisas que
compõem a família do estudante. É inútil descrever o quarto
de um estudante: aí nada se encontra de novo. Ao muito
acharão uma estante, onde ele guarda os seus livros, um
cabide, onde pendura a casaca, o moringue, o castiçal, a
cama, uma até duas canastras de roupa, o chapéu, a bengala
e a bacia, a mesa, onde escreve e que só apresenta de
recomendável a gaveta cheia de papéis, de cartas de família,
de flores e fitinhas misteriosas: é pouco mais ou menos assim
o quarto de Augusto. Agora ele está só. Às sete horas, desse
quarto saíram três amigos: Filipe, Leopoldo e Fabrício.
Trataram da viagem para a ilha de... no dia seguinte e
retiraram-se descontentes, porque Augusto não se quis
convencer de que deveria dar um ponto na clínica para ir com
eles ao amanhecer. Augusto tinha respondido: Ora vivam!
Bem basta que eu faça gazeta na aula de partos; não vou
senão às dez horas do dia. E, pois despediram-se amuados.
 O meu sistema era este: 1º Não namorar moça de sobrado. Daqui tirava eu dois
proveitos, a saber: não pagava o moleque para me levar recados e dava
sossegadamente, e a mercê dastrevas, meus beijos por entre os postigos das
janelas. 2º Não requestar moça endinheirada. Assim eu não ia ao teatro para vê-la,
nem aos bailes para com ela dançar, e poupava meus cobres. 3º Fingir e ficar mal
com a namorada em tempos de festas e barracas no campo. E por tal modo livrava-
me de pagar doces, frutas e outras impertinências. Estas eram as bases
fundamentais do meu sistema. A inda estes argumentos não me convenciam
suficientemente, porque eu pensava:
 1. que essa imagem que vela no pensamento não será a melhor companhia
possível para um estudante, principalmente quando ela lhe velasse na véspera de
alguma sabatina;
 2. porque eu sempre acho muito mais apreciável sorver os beijos voluptuosos por
entre postigos de uma janela, do que sorvê-los em sonhos e acordar com água na
boca: beijos por beijos, antes os reais que os sonhados. Além disto, no teu sistema
nunca se fala em empadas, doces, petiscos etc; no meu eles aparecem e tu, apesar
de romântico, nunca viraste as costas nem fizeste macara a esses despojos de
minhas batalhas. Mas, enfim, maldita curiosidade de rapaz!... Eu quis experimentar o
amor platônico, e dirigindo-me certa noite ao teatro São Pedro de Alcântara, disse
entre mim: esta noite hei de entabular um namoro romântico. Entabulei-o, sr. Augusto
de uma figa!... Entabulei-o, e quer saber como?... Saí fora do meu elemento e
espichei-me completamente. Estou em apuros.
•Seriam pouco mais ou menos onze da manhã, quando o batelão de
Augusto abordou à ilha de... Embarcando às dez horas, ele designou ao seu
palinuro o lugar a que se destinava, e deitou-se para ler mais à
vontade o Jornal do Comércio. Soprava vento fresco e, muito antes do que
supunha, Augusto ergueu-se, ouvindo a voz de Leopoldo que o esperava na
praia.
•No entanto, Augusto pagou, despediu o seu bateleiro, que se foi remando e
cantando com seus companheiros. Leopoldo deu-lhe o braço, e, enquanto por
uma bela avenida, orlada de coqueiros, se dirigiam à elegante casa que lhes
ficava a trinta braças do mar, o curioso estudante recém-chegado examinava
o lindo quadro que a seus olhos tinha e do qual, para não sermos prolixos,
daremos ideia em duas palavras. A ilha de... é tão pitoresca como pequena. A
casa da avó de Filipe ocupa exatamente o centro dela. A avenida por onde
iam os estudantes a divide em duas metades, das quais a que fica à esquerda
de quem desembarca, está simetricamente coberta de belos arvoredos,
estimáveis ou pelos frutos de que se carregam, ou pelo aspecto curioso que
oferecem. A que fica à mão direita é mais notável ainda: fechada do lado do
mar por uma longa fila de rochedos, e no interior da ilha por negras grades de
ferro, está adornada de mil flores, sempre brilhantes e viçosas, graças à
eterna primavera desta nossa boa terra de Santa Cruz. De tudo isto se conclui
que a avó de Filipe tem no lado direito de sua casa um pomar e no esquerdo
um jardim.
 Fabrício acaba de cometer um grande erro, que para ele será de más
consequências. Quem pede e quer ser servido, deve medir bem o tempo, o lugar e
as circunstâncias, e Fabrício não soube conhecer que o tempo, o lugar e as
circunstâncias lhe eram completamente desfavoráveis. Vai exigir que Augusto o
ajude a forjar cruel cilada contra uma jovem de dezessete anos, cujo delito é ter
sabido amar oingrato com exagerado extremo. Ora, para conseguir
semelhante torpeza, preciso seria que Fabrício aproveitasse um momento de
loucura, um desses instantes de capricho e de delírio em que Augusto pensasse que
ferir a fibra mais sensível e vibrante do coração da mulher, a fibra do amor, não é um
crime, não é pelo menos, louca e repreensível leviandade, e apenas perdoável e
interessante divertimento de rapazes; e nessa hora não podia Augusto raciocinar
tão indignamente.
 Ainda quando não houvesse nele muita generosidade, estava para desarmá-lo o
poder indizível da inocência, o poderoso magnetismo de vinte olhos belos como o
planeta do dia, a influência cativadora da formosura em botão, da
beleza virgem ainda, de um anjo enfim, porque é símbolo de um anjo avirgindade de
uma jovem bela. Fabrício tomou, pois, o braço de Augusto e ambos saíram da sala,
este com vivos sinais de impaciência, o primeiro com ares de quem ia tratar
importante negócio.
 A inocente d. Joaninha os acompanhou com os olhos e riu-se brandamente,
encontrando os de Fabrício, que teve ainda bastante audácia para tingir um sorriso
de gratidão.
 Eles se dirigiram ao gabinete do lado direito da sala, o qual fora destinado para os
homens; e entrando fechou Fabrício a porta sobre si, para se achar em toda
liberdade. Enfim, estavam sos. Voltados um para o outro, guardavam alguns
momentos de silêncio. Foi Augusto que teve de rompê-lo.
 No jantar Fabrício faz o prometido, e conta a todos
que Augusto é inconstante e ama todas as garotas,
então Augusto se defende dizendo que achava
injusto amar apenas a beleza de uma garota. No
termino da discussão Leopoldo propõe um brinde, e
todos teriam de dizer a letra inicial do nome de sua
amada, dessa maneira Augusto não poderia
participar, porém Carolina insiste para que Augusto
participe, falando assim o alfabeto inteiro, e foi isso
que foi feito.
 Poucos momentos depois da cena antecedente, a sala de
jantar ficou entregue unicamente ao insaciável Keblerc, que
entendeu, não sabemos se mal ou bem, que era muito mais
proveitoso ficar fazendo honra a meia dúzia de garrafas de
belo vinho, do que acompanhar as moças, que se foram
deslizar pelo jardim. Outro tanto não fizeram os rapazes, que
de perto as acompanharam, assim como pais, maridos e
irmãos, todos animados e cheios de prazer e harmonia,
dispostos a acabar o dia e entrar pela noite com gosto.
 Mas dissemos que não sabíamos se Keblerc havia feito bem
ou mal em não imitar os outros. Sem dúvida já fomos
condenados por homens de mau gosto; cumpre-nos dar
algumas razões. Entendemos cá para nós, que por diversos
caminhos vão, tanto o alemão como os rapazes, a um mesmo
fim. Em resultado, esgotadas as garrafas e terminado o
passeio, haverá mona, não só na sala de jantar, mas também
no jardim; a diferença é que uma será mona de vinho e a
outra de amor. Esta última costuma sempre ser a mais
perigosa. Pela nossa parte confessamos que não
há cachaça que embebede mais depressa do que uma que
se bebe nos olhos travessos de certas pessoas.
 E o mesmo faria a respeito de todas as flores que lhe
mostravam. Era uma doutora de borla e capelo em todas as
ciências amatórias; e esta menina era, sem mais nem menos,
aquela lânguida e sonsinha D.Quinquina... Fiai-vos nas
sonsas!
 Um moço e uma moça, porém, andavam como se costuma
dizer, solteiros; bem vezes dela se aproximava o sujeito, mas
a bela quanto mais perto a via, mais saltava, corria, voava
como um beija-flor, como uma abelha ou, melhor, como uma
doidinha. Eram eles d. Carolina e Augusto.
 Augusto passeava só, contra vontade; d. Carolina por assim o
querer.
 Augusto viu de repente todos os braços "engajados". Duas
senhoras, a quem se dirigiu, fingiram não ouvi-lo ou se
desculparam. O inconstante não lhes fazia conta, ou antes
queriam, tornando-se difíceis, vê-lo requestando-as; porque,
desde o programa de Augusto, cada uma delas entendeu lá
consigo que seria grande glória para qualquer, prender com
inquebráveis cadeias aquele capoeira de amor e que o
melhor meio de isto conseguir era fingir desprezá-lo e mostrar
não fazer conta com ele. Exatamente intentavam batê-lo por
meio dessa tática poderosa, com que quase sempre se
triunfa da mulher, isto é, pouco a pouco.
 Augusto contou sobre seus amores, mas entre eles havia um
mais especial, que foi aos treze anos, quando conheceu uma
linda garotinha de oito anos durante uma viagem com seus
pais, com quem brincou muito na praia, quando um pobre
menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana
onde estava um velho à beira da morte, entre sua mulher e
seus filhos, que estavam chorando .
 As crianças deram todo o dinheiro que possuíam à mulher do
pobre velho, que agradeceu e pediu de cada um deles um
objeto de valor.
 O menino entregou a ele um camafeu de ouro e a menina
deu-lhe um botão de esmeralda. Os objetos foram envolvidos
em fitas de cores verde e branca, transformando-os em
pacotinhos. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda
com o menino. Depois de trocados os presentes, o velho os
abençoou e disse que mais tarde eles se reconheceriam por
causa dos presentes trocados, e se casariam. Depois que
foram embora, a menina saiu correndo de encontro a seus
pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele
momento nunca mais se viram.
 Augusto ainda contou mais sobre seus
amores.Depois do ocorrido aos treze anos, ele a
penasqueria ficar apaixonado esperando pela sua
esposa ―prometida‖. Mas seu pai começou a se
preocupar, então, ele resolveu que iria se apaixonar,
mas os seus primeiros romances não deram certo,
então ele resolveu que iria continuar amando
apenas a sua ―mulher‖ e namoraria outras moças
enquanto esperava a sua amada
 Tudo isso começou quando Sr. Augusto Parou de contar sua História , e
com sede depois de grandes contos , foi-se ao fundo da gruta onde se
encontrava uma fonte , pegou a taça que ali estava e tomou a água até a
ultima gota . D.Ana então disse que está gruta era encantada. Assim
pedindo licença para Augusto , deu inicio a uma história .
 (D. Ana : — Eu lhe vou contar a história das lágrimas de amor, tal qual a
ouvi à minha avó, que em pequena a aprendeu de um velho gentio que
nesta ilha habitava.)
 Existia uma Tamoia que se chamava Ahy e sempre era apaixonada por um
guerreiro chamado Aoitin de sua tribo .Porem Aitin não lhe dava atenção ,
sempre quando voltava de suas Caças ou busca por flechas disparadas ,
voltava para a Gruta e dormia , mesmo Ahy refrescando a gruta e curando
seus ferimentos Aoitin não lhe dava atenção , então Ahy teve a ideia de
fugir e esquecê-lo , porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe e nem o
esqueceu.
 E assim todo entardecer ela subia ao rochedo, que servia de
teto para a gruta , para chorar e cantar sua ‗‘balada‘‘ . Mas
Ahy era tão formosa e sua voz tão sonora e terna, que o
mesmo que não pôde vencer do insensível moço, pôde do
bruto rochedo: com efeito, seu canto havia amolecido a rocha
e as suas lágrimas a traspassaram. que serve de teto para a
gruta . E conforme o tempo passava as Lagrimas iam
escorrendo até que um certo dia quando Aoitin estava a
dormir , duas gotas da lagrima da Virgem caíram em suas
pálpebras e assim começou a falar para Ahy :‘‘ — Linda
moça . — Sinto amar-te ..... ‗‘ e assim acabaram feliz sempre
amando-se .
 E D. Ana para concluir disse a Augusto que a fonte que ele
bebia a Água eram as lagrimas de Ahy e quem a Bebesse ,
não conseguiria sair daquela ilha sem amar ninguém . E
assim começa uma pequena a e doce voz que seria
D.Carolina cantando a balada de Ahy
XXI
Ingrato! Ingrato! foge...
E aqui não tornes mais,
Que, sempre que tornares,
Terás de ouvir meus ais:
E ouvir queixas de amor,
E ver pranto de dor...
XXII
E, se amanhã vieres,
Em pé na rocha dura
'Starei cantando aos ares
A mal paga ternura...
Cantando me ouviras,
Chorando me acharás!...
I
Eu tenho quinze anos
E sou morena e linda!
Mas amo e não me amam
E tenho amor ainda.
E por tão triste amar,
Aqui venho chorar.
II
O riso de meus lábios
Há muito que murchou;
Aquele que eu adoro
Ah! Foi quem matou;
Ao riso, que morreu,
O pranto sucedeu.
 Augusto foi falar com os Amigos Leopoldo E Filipe , e eles fizeram muitas
perguntas para ver se Augusto se encantou com Carolina , e se perdera a
aposta . Porém Augusto diz coisas belas menos que a Ama.
 A Moreninha depois de sua balada caminhou até o Jardim tentando evitar
as palmas e os elogios dos outros . Porém como uma garota Travessa viu
Fabrício e D.Joaninha caminhando em sua direção , e já preparava seu
plano manipulativo .
 Assim Fabrício tentando conquista a Moreninha começou a falar frases
amorosas até que de uma maneira gentil pediu a D. Carolina uma rosa ,
mas ao invés de prestar atenção na mão em que lhe entregava a Rosa
estava perdidamente concentrado na beleza de Carolina , que ele acabou
se espetando com os espinhos da rosa e largou-a e caiu no arbusto . Foi
porque a Travessa menina pressionou os dedos dele contra os espinhos da
Rosa .
 E Fabrício levantou dizendo que foi uma luta Sanguinolenta
mas vitoriosa . Já de Noite quando todos estavam reunidos
para tomar Chávenas e descansar , a Moreninha foi oferecer
a Fabrico uma xícaras de café para que eles pudessem se
redimir .
 Fabrício um pouco desconfiado dos planos da menina recuou
, e depois de um longo debate acabou cedendo a mulher
pegando uma Chávena porem acabou pegando de mal jeito e
temendo que o Líquido caísse nele acabou recuando , mas
nesse recuo escorregou e caiu nos arbustos , e todos
começaram a rir dele . Porém acabou afetando Augusto que
ficou com toda sua calças molhadas
 Depois de Augusto manchar suas calças , não tardou Filipe de ser
um bom Anfitrião e acompanhá-lo par mudar suas caças com
manchas de Café .
 Porém Filipe deu a ideia de Augusto se trocar no gabinete das
Meninas . Augusto apenas de cueca e carregando algumas roupas
levantou-se , mas quando ia voltar para a Alá masculina acabou
ouvindo passos e vozes de mulheres , então acabou tendo que
achar um esconderijo e a sua melhor opção era embaixo da cama ,
rapidamente jogou-se para lá . E assim entra 4 meninas que
Augusto reconheceu como D.Joaninha, D. Quinquina,
D.Clementina e D.Gabriela . E assim começaram a despircem e
falarem de papos de garotas , porém Augusto estava no inferno e
no céu ao mesmo tempo , tendo tais visões majestosas e não
podendo nem mesmo se mexer.
E assim elas começaram a falar sobre casamento até que
se ouviu um Grito assustado era com certeza de
Carolina,Assim que as 4 moças curiosas saíram Augusto
não perdeu a Oportunidade e saiu , pegando uma Carta
destinada. Porem augusto teve sorte , porque sabia de
todos os Gostos e desgostos das 4 Mulheres
 No final das contas aquela a quem todos ouvira era
da escrava Paula que devido ao encontro com o
senhor Keblerc , acabou sendo convencida a beber
tudo que se via que possuía Álcool . Então , depois
de todos terem seguido o grito . Chegou Augusto e
Fabrício . Com medo de dizer os reais sintomas da
moça , pois se falassem todos perderiam a
confiança nela , porque Paula era muito querida e
todos tinha a impressão de que ela nunca faria tal
atos , Augusto e Fabrício começaram improvisando
e dando diagnósticos estranhos até que todas as
senhoras ali encontradas fossem convencidas de
não ocorrera nada grave . E no final foi decidido que
era necessário um Escalda-pés
 Todos depois do ocorrido , continuaram seu dia
normal . E cheio de jogos e brincadeiras , até
mesmo os senhores de Idade estavam jogando
cartas . Porém Augusto não parava de pensar em
Carolina então com permissão de D.Ana foi visita-la
pois passara a noite com Paula . Quando chegou no
quarto viu Carolina e uma escrava dando um
Escalda-pés em Paula . Carolina preocupada tomou
o lugar da Empregada e começou a banhar os pés .
Neste momento Augusto ficou encantando com
Carolina pois nunca vira uma mulher não ligar para
a ferveção da água e nem com seus ferimentos .
Assim ele como um cavalheiro tomou o lugar da
Moreninha e começou a fazer o Escalda-Pés ambos
tiveram um monto de Admiração e assim começou
um grande interesse um pelo o outro.
 Augusto já encantado com a Moreninha acorda com
o empurrão de Fabrício , pois n de Augusto
sonhava que estava beijando Carolina e na verdade
era Fabrício
 O dia todo passa com uma Briga entre Moreninha e
D.Quinquina . Tudo começou devido Carolina ter
desrespeitado D.Quinquina , derrubando seu Leque
e Despedaçando sua rosa , e assim começou um
Júri para ver o que ocorreria com o Destino de
Moreninha . E no final decidiu que Carolina pagaria
com Trabalho Comunitário E todos ao entardecer
prepararam-se para o Sarau.
 Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau
todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champanha na
mão, os mais intrincados negócios; todos murmuram e não há quem deixe de ser
murmurado. O velho lembra-se dos minutes e das cantigas do seu tempo, e o moço
goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau como as estrelas no
céu; estão no seu elemento; aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa
nas asas dos aplausos, por entre os quais surde, às vezes, um
brevíssimo inopinado, que solta de lá da sala do jogo o parceiro que acaba de
ganhar sua partida do écarté mesmo na ocasião em que a moça
se espicha completamente, desafinando um sustenido, daí a pouco vão outras pelo
braço de seus pares, se deslizando pela sala e marchando em seu passeio, mais
a compasso que qualquer de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo
tempo que conversam sempre sobre objetos inocentes que movem olhaduras e
risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma gorducha vovó, que ensaca nos
bolsos meia bandeja de doces que vieram para o chá, e que ela leva aos pequenos
que, diz, lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dândi que dirige mil finezas a
uma senhora idosa, tendo os olhos pregados na sinhá, que senta-se ao lado.
Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca, porque, para alguns é
regra, durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.
 Alem do Grande Sarau , As quatro belas Damas que estavam no quarto . D.Gabriela
, D. Joaninha , D. Quinquina e D.Clementina trocaram ideias sobre Augusto , e todas
concluíram que ele estava namorando as 4 ao mesmo tempo , de raiva e ciúmes
planejaram uma vingança contra ele e assim mandaram uma carta :
 Senhor: — Uma jovem que vos ama e que de vós escutou palavras de ternura tem
um segredo a confiar-vos: ao raiar da aurora a encontrareis no banco de relva da
gruta; sede circunspecto e vereis a quem, por meia hora ainda, quer ser apenas —
Uma incógnita.
 O capítulo dezessete começa quando Augusto encontra uma carta
no bolso de seu casaco, essa era das quatro garotas, com qual ele
tinha se ‘’envolvido’’ na festa, a carta dizia que era uma
admiradora secreta, e para ele encontrar a tal na gruta. Logo em
seguida, o garoto acha outra carta, nesta estava escrito toda a
verdade sobre a primeira carta, que estavam armando uma
‘’emboscada’’ para ele. Mesmo assim, ele decidi ir a gruta, e
percebe a presença das quarto garotas, e não apenas uma. Ele
começa a conversar com elas, e envolve as tais com uma história
de que quem bebesse a água de uma fonte dali, a fada da fonte,
contaria os segredos das outras pessoas. Então Augusto, passa de
uma em uma, contando segredos sobre elas em seus ouvidos, as
garotas percebendo ser verdade, decidem ir embora, sem colocar o
plano delas em prática.
 Quando as meninas vão embora, aparece Carolina
que utiliza-se da história da fada, e diz que
descobriu diversos segredos sobre Augusto, através
da fada. Ele conta que sabe o motivo de sua
inconstância, e foi um fato de quando ele tinha treze
anos, também diz que sabe que Augusto se
esforçou muito, para saber os segredos das
meninas. Após ouvir tudo isso, o garoto estava
prestes a contar tudo o que sentia para Carolina,
mas arranjou uma fenda e fugiu.
 Após os fins de todas as festas, todos voltam para
as casas. Augusto e Leopoldo conversam em sua
casa, e acaba contando o que ocorreu na gruta,
Leopoldo então diz para Augusto que o tal estava
apaixonado por Carolina, Augusto até confirma que
gosta dela, mas que daqui a 15 dias trocaria de
amor 3 vezes, devido sua inconstância. Em sua
casa Carolina estava triste, pois tinha se
apaixonado por Augusto, mas tinha medo de sua
inconstância, porém sentia muitas saudades, até
que Filipe vai a casa de seus avós e diz que
Augusto irá no final de semana visita-los, Carolina
mesmo não demonstrando, fica muito feliz com a
notícia.
 Augusto então parte para a ilha, e quando chega lá, a
Sr. D. Ana o agradece pela visita, dizendo que sua neta
havia ficado toda a semana abatida e triste com
saudades dele. Ela, em um primeiro momento, tenta
negar, mas depois acaba sorrindo e se entregando.
Duas horas depois eles vão almoçar.
 Durante o mesmo, ele percebe um lencinho que estava
debaixo da mão de D. Carolina, e então pergunta se
teria sido ela que havia feito o bordado, e ela responde
que sim. Augusto diz que não sabe fazer aquilo, assim,
ela resolve ensiná-lo, mas com a condição de que
quando ele errasse, dar-lhe-ia um puxão de orelha.
 Ele não consegue fazer o serviço, o que faz com que ela
perca a paciência e puxe sua orelha. No momento em
que ela ia castigá-lo, ele segura sua mão, e isso faz
arder a chama do amor de ambos. Chegando a hora de
partir, D. Carolina lhe pediu que trouxesse no outro
domingo, um lenço talhado por ele, e que isso seria sua
―lição‖. Sendo assim, eles se despedem!
 Raiou um belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos,
saudades e esperanças. Como na passada viagem, avista sobre o rochedo
o objeto branco, que vai crescendo mais e mais, à medida que se
aproxima, e então percebe que é a D. Carolina quem está vendo. Após o
almoço, chegou o momento em que Augusto ia mostrar o que teria feito.
Apresentou então um finíssimo lenço, que estava escrito Carolina e no
centro, Minha Bela Mestra. Tudo estava primorosamente trabalhado; Ele
teria feito de um jeito melhor que muitos.
 Esperando ver brilhar nos olhos de sua amada, o prazer de gratidão, não
foi isso que aconteceu. Ela ficou furiosa, dizendo que aquilo não era feito
das mãos dele, e sim de outra mulher. A partir de então, percebe-se o
ciúme de D. Carolina. Ele se entrega, dizendo que encomendou que uma
senhora fizesse o trabalho. Depois de um tempo, se resolveram, e D.
Carolina confessou que tinha seus cuidados, e que como ela era uma
criança, o seu era com suas bonecas.
 Eles começam a brincar... Chega a hora de passear pelo jardim, como de
costume. Em um momento, avistam a cena de passarinhos que se beijam
com ternura. Augusto pergunta se ela ama, e ela responde fazendo a
mesma pergunta, e a sua resposta é o nome dela. Ela fica tímida. Ele
pergunta novamente, se ela ama alguém, e ela responde, que talvez sim.
Curioso, pergunta se o coração dela bate mais forte por ele. Moreninha, diz
que pode ser que sim.
 Tristes dias têm-se passado. Augusto está desesperado para ver sua
amada. Chegando sábado, ele pergunta para o seu pai se pode passar o
final de semana na ilha, e para sua infelicidade, recebe um não bem
redondo. O pai de Augusto, tranca seu filho no quarto, achando que era o
único jeito dele não fugir.
 E então, ele adoece. Chega o dia de visitar Moreninha, e não há maneiras
para ele ir. Começa a pensar na tristeza da menina, e assim, só vai ficando
pior. D. Carolina começa a pensar, que ele não mudou e que continua com
sua inconstância, e que já devia ter esquecido-lhe.
 O pai preocupado, chama um médico para examinar Augusto. A primeira
pergunta que o médico faz é o que o menino sente, e ele responde, eu
amo. O doutor então, não pôde fazer nada. Ele continuou a adoecer. O
velho com medo da morte do filho, demonstrou o seu amor pelo mesmo,
que teve uma melhora depois desse fato. D. Carolina esperava com
esperanças a visita de Augusto.
 De repente,Carolina localiza Augusto e o pai no barco que se aproxima da
ilha. D. Ana convida-os para o almoço e a Moreninha, pedida em
casamento, dá um prazo de meia hora para dar a resposta, indo para a
gruta do jardim,onde há a fonte de Ahy. O rapaz pergunta se deseja
consultar a fonte, mas D. Ana, certa da resposta, pergunta-lhe se não
deseja, também, refletir no jardim e ele parte imediatamente. Encontra a
menina que, cruelmente, lhe recorda a promessa feita, na infância, junto ao
leito do moribundo. Censura-o por faltar ao amor daquela a quem chama de
sua mulher. Angustiado, o rapaz a contesta, afirmando se tratar de um
juramento feito na infância e de desconhecer o paradeiro da menina. A
Moreninha diz que incentivou seu amor por vaidade de moça e por saber
de sua inconstância. Lutou para conquistá-lo e deseja saber, agora, quem
ganhou, o homem ou a mulher. Augusto responde que a beleza. Carolina
conta ter ouvido a história narrada a D. Ana e insiste no cumprimento da
promessa.
 O rapaz desesperado, prefere fugir da ilha,abandonar a cidade e o país.
Mesmo que encontrasse a menina, lhe pediria perdão por ter se
apaixonado por outra. Repentinamente, arranca de debaixo da camisa o
breve com a esmeralda para espanto da Moreninha.
O casal chora pateticamente, Carolina pede a Augusto
para procurar 'sua mulher' e lhe explicar o ocorrido e,
só, então, retornar. Ele concorda, mas não sabe onde
ela está. A Moreninha diz que, certa vez, também,
ajudou a um moribundo e sua família, recebendo pelos
préstimos um breve, contendo uma pedra que daria o
que se deseja a quem o possuísse. Passa o breve ao
rapaz, para ajudá-lo na busca, pedindo que o descosa e
retire a relíquia. Rapidamente, ele o desfaz e dando com
seu camafeu, atira-se aos pés da amada. D. Ana e o pai
de Augusto entram na gruta, encontrando-o de joelhos,
beijando os pés de Carolina, perguntam o que está
ocorrendo. A menina responde que são velhos
conhecidos, enquanto o moço repete que encontrou sua
mulher.
 D. Carolina - É muito jovem e "moreninha" e também travessa, inteligente, astuta e
persistente na obtenção de seus intentos. Carolina encarna a jovem índia Ahy, que
espera incansavelmente por seu amado Aoitin – uma antiga história da ilha que D.
Ana conta a Augusto. No final ela revela para Augusto que era a menina para quem
ele prometeu se casar.
 Augusto - A figura de Augusto resume um certo tipo de estudante alegre, jovial,
inteligente e namorador. Tendo vários princípios morais, fez no início da adolescência
um juramento amoroso que compromete seu amor por Carolina. Esse impedimento
continuará até o final da história, Carolina revelará ser ela a menina cuja Augusto
havia jurado amor eterno.
 Filipe - Irmão de Carolina, neto de D. Ana. Amigo de Augusto, Fabrício e Leopoldo.
Também estudante de Medicina.
 Fabrício - Amigo de Augusto, também estudante de Medicina. Está apaixonado por
Joaninha, mas quer se livrar dela por causa das exigências extravagantes da moça.
Chega a pedir a ajuda de Augusto para se livrar da namorada exigente.
 Leopoldo - Amigo de Augusto, Filipe e Fabrício; também estudante de Medicina.
 D. Joaninha - Prima de Filipe, namorada de Fabrício. Exigia que o estudante lhe
escrevesse cartas de amor quatro vezes por semana; que passasse na frente da
casa dela quatro vezes por dia, entre outras exigências, que causoou a vontade de
Fabrício livrar-se dela .
 D. Ana - Avó de Filipe, é uma senhora de espírito e alguma instrução. Tem sessenta
anos, cheia de bondade. Seu coração é o templo da amizade cujo mais nobre altar é
exclusivamente consagrado à querida neta, Carolina, irmã de Filipe.importar roupas
 D. Violante - Meio estabanada, ela quebra a harmonia reinante no ambiente burguês,
sem causar transtornos graves.importar roupas
 Além desses personagens há também 3 outros (empregados), que são: Paula,
Tobias, Rafael, e o alemão que vive bêbado chamado Keblerc.
 Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) foi escritor brasileiro. "A Moreninha" é
considerado o primeiro romance verdadeiramente representativo da literatura
brasileira. Foi professor de História do Brasil no Colégio Pedro II, e preceptor dos
netos do Imperador Pedro II. É Patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de
Letras. Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) nasceu em Itaboraí, Rio de
Janeiro, no dia 24 de junho de 1820. Formou-se em Medicina, pela Faculdade do
Rio de Janeiro, mas nunca exerceu a profissão, seduzido pela carreira literária e
pelo magistério. Foi professor de História no Colégio Pedro II, e preceptor dos
netos do Imperador Pedro II.
 A obra de Macedo representa todo o esquema e desenvolvimento dos romances
iniciais, com linguagem simples, tramas fáceis, descrição de costumes da
sociedade carioca, suas festas e tradições, pequenas intrigas de amor e mistério,
um final feliz com a vitória do amor. Com o romantismo, nasce a prosa de ficção
brasileira. "A Moreninha", foi seu primeiro romance, que teve grande aceitação.
 Joaquim de Macedo foi o autor mais lido na sua época. Poeta e teatrólogo de
grandes recursos, Macedo produziu inúmeros trabalhos literários, nesses dois
gêneros, além de uma vasta coleção de romances que o colocaram entre os
melhores e mais fecundos prosadores brasileiros. Noutros gêneros, escreveu:
Lições de História do Brasil (didático) (1861), Noções de Corografia do Brasil
(didático) (1873), Ano Biográfico Brasileiro (1876), Efemérides Históricas do Brasil
e Mulheres Célebres (1878). Depois da sua morte, ainda foi publicado o romance
Amores de um Médico. Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da Cadeira nº 20
da Academia Brasileira de Letras. Joaquim Manuel de Macedo morreu no Rio de
Janeiro, no dia 11 de abril de 1882.
ILHA DE PAQUETÁ . Rio de Janeiro

More Related Content

What's hot

Viag11 poesia quental- semana leitura cartas
Viag11 poesia quental- semana leitura cartasViag11 poesia quental- semana leitura cartas
Viag11 poesia quental- semana leitura cartasIsabelPereira2010
 
Guião - Teatro - A Bela Adormecida
Guião - Teatro - A Bela AdormecidaGuião - Teatro - A Bela Adormecida
Guião - Teatro - A Bela AdormecidaFrancisco Carvalho
 
Trabalho sobre gil vicente
Trabalho sobre gil vicenteTrabalho sobre gil vicente
Trabalho sobre gil vicentepaulafidalgo
 
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptx
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptxLITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptx
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptxLouise Oliveira
 
Características do Romantismo
Características do RomantismoCaracterísticas do Romantismo
Características do RomantismoAnabela Fernandes
 
Texto literário e não literário 2
Texto literário e não literário 2Texto literário e não literário 2
Texto literário e não literário 2Vivian gusm?
 
O gênero feminino na literatura portuguesa
O gênero feminino na literatura portuguesaO gênero feminino na literatura portuguesa
O gênero feminino na literatura portuguesajairobaiano
 
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.Laís Durães
 
Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Maria Gomes
 
historia de santo antonio para crianças
historia de santo antonio para criançashistoria de santo antonio para crianças
historia de santo antonio para criançasRogerio Souza
 
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeEnc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeFernanda Pereira
 
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptx
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptxCERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptx
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptxDreideOli
 
Em busca da beleza - Fernando Pessoa
Em busca da beleza - Fernando Pessoa Em busca da beleza - Fernando Pessoa
Em busca da beleza - Fernando Pessoa João Baptista
 
Luís Vaz de camões
Luís Vaz de camõesLuís Vaz de camões
Luís Vaz de camõesGateira
 

What's hot (20)

O Pequeno Príncipe
O Pequeno PríncipeO Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Viag11 poesia quental- semana leitura cartas
Viag11 poesia quental- semana leitura cartasViag11 poesia quental- semana leitura cartas
Viag11 poesia quental- semana leitura cartas
 
Guião - Teatro - A Bela Adormecida
Guião - Teatro - A Bela AdormecidaGuião - Teatro - A Bela Adormecida
Guião - Teatro - A Bela Adormecida
 
Trabalho sobre gil vicente
Trabalho sobre gil vicenteTrabalho sobre gil vicente
Trabalho sobre gil vicente
 
Realismo Machado de Assis
Realismo   Machado de AssisRealismo   Machado de Assis
Realismo Machado de Assis
 
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptx
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptxLITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptx
LITERATURA- GÊNEROS LITERÁRIOS.pptx
 
Características do Romantismo
Características do RomantismoCaracterísticas do Romantismo
Características do Romantismo
 
Soneto de devoção
Soneto de devoçãoSoneto de devoção
Soneto de devoção
 
Texto literário e não literário 2
Texto literário e não literário 2Texto literário e não literário 2
Texto literário e não literário 2
 
O gênero feminino na literatura portuguesa
O gênero feminino na literatura portuguesaO gênero feminino na literatura portuguesa
O gênero feminino na literatura portuguesa
 
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.
Peça de teatro cômica em homenagem ao dia dos avós.
 
Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1Reformas pombalinas urbanismo1
Reformas pombalinas urbanismo1
 
historia de santo antonio para crianças
historia de santo antonio para criançashistoria de santo antonio para crianças
historia de santo antonio para crianças
 
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeEnc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
 
Um auto de gil vicente
Um auto de gil vicenteUm auto de gil vicente
Um auto de gil vicente
 
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptx
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptxCERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptx
CERTFICADOS ALUNO DESTAQUE.pptx
 
Em busca da beleza - Fernando Pessoa
Em busca da beleza - Fernando Pessoa Em busca da beleza - Fernando Pessoa
Em busca da beleza - Fernando Pessoa
 
Luís Vaz de camões
Luís Vaz de camõesLuís Vaz de camões
Luís Vaz de camões
 
Projeto pollyanna
Projeto pollyannaProjeto pollyanna
Projeto pollyanna
 

Viewers also liked (20)

Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel MacedoAnálise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
 
A Moreninha
A MoreninhaA Moreninha
A Moreninha
 
Slide a moreninha
Slide   a moreninhaSlide   a moreninha
Slide a moreninha
 
A Moreninha
A MoreninhaA Moreninha
A Moreninha
 
A moreninha - análise
A moreninha - análiseA moreninha - análise
A moreninha - análise
 
A moreninha
A moreninhaA moreninha
A moreninha
 
Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo
 
Joaquim Manuel de Macedo - Biografia
Joaquim Manuel de Macedo - BiografiaJoaquim Manuel de Macedo - Biografia
Joaquim Manuel de Macedo - Biografia
 
Amoreninha
AmoreninhaAmoreninha
Amoreninha
 
A Moreninha - Joaquim Manoel de Macedo
A Moreninha - Joaquim Manoel de MacedoA Moreninha - Joaquim Manoel de Macedo
A Moreninha - Joaquim Manoel de Macedo
 
A moreninha
A moreninhaA moreninha
A moreninha
 
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedoA moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
A moreninha-joaquim-manuel-de-macedo
 
Moreninha
Moreninha Moreninha
Moreninha
 
Apresentação1 (6)a moreninha guilherme e rafaela
Apresentação1 (6)a moreninha  guilherme e rafaelaApresentação1 (6)a moreninha  guilherme e rafaela
Apresentação1 (6)a moreninha guilherme e rafaela
 
México
MéxicoMéxico
México
 
A moreninha, iracema jaqueline
A moreninha, iracema  jaquelineA moreninha, iracema  jaqueline
A moreninha, iracema jaqueline
 
México
MéxicoMéxico
México
 
O romantismo
O romantismoO romantismo
O romantismo
 
A Moreninha
A MoreninhaA Moreninha
A Moreninha
 
Nathalia Costa 8a
Nathalia Costa 8aNathalia Costa 8a
Nathalia Costa 8a
 

Similar to Amor e jogos no jardim

Similar to Amor e jogos no jardim (20)

108
108108
108
 
José de Alencar - Ao correr da pena
José de Alencar - Ao correr da penaJosé de Alencar - Ao correr da pena
José de Alencar - Ao correr da pena
 
esau.pdf
esau.pdfesau.pdf
esau.pdf
 
Conto.ppt
Conto.pptConto.ppt
Conto.ppt
 
40
4040
40
 
A moreninha de_joaquim_manuel_de_macedo
A moreninha de_joaquim_manuel_de_macedoA moreninha de_joaquim_manuel_de_macedo
A moreninha de_joaquim_manuel_de_macedo
 
Artur azevedo joão silva
Artur azevedo   joão silvaArtur azevedo   joão silva
Artur azevedo joão silva
 
Dias de verão a4
Dias de verão a4Dias de verão a4
Dias de verão a4
 
Capítulo 2 aleascript
Capítulo 2 aleascriptCapítulo 2 aleascript
Capítulo 2 aleascript
 
A moreninha
A moreninhaA moreninha
A moreninha
 
Machado de assis a mão e a luva
Machado de assis   a mão e a luvaMachado de assis   a mão e a luva
Machado de assis a mão e a luva
 
Sombra
SombraSombra
Sombra
 
Atividade autorregulada
Atividade autorreguladaAtividade autorregulada
Atividade autorregulada
 
154 o caminho de damasco
154   o caminho de damasco154   o caminho de damasco
154 o caminho de damasco
 
Amostra do livro "Uma janela para nove irmãos"
Amostra do livro "Uma janela para nove irmãos"Amostra do livro "Uma janela para nove irmãos"
Amostra do livro "Uma janela para nove irmãos"
 
Artur azevedo cavação
Artur azevedo   cavaçãoArtur azevedo   cavação
Artur azevedo cavação
 
Moreninha
MoreninhaMoreninha
Moreninha
 
39
3939
39
 
A moreninha - joaquim manuel macedo
A moreninha -  joaquim manuel macedoA moreninha -  joaquim manuel macedo
A moreninha - joaquim manuel macedo
 
Cronicas futuro
Cronicas futuroCronicas futuro
Cronicas futuro
 

More from Laguat

Nematelmintos, Anelideos, Artropes, Equinodermo
Nematelmintos, Anelideos, Artropes, EquinodermoNematelmintos, Anelideos, Artropes, Equinodermo
Nematelmintos, Anelideos, Artropes, EquinodermoLaguat
 
Respiracao celular
Respiracao celularRespiracao celular
Respiracao celularLaguat
 
Nucleo E Divisao Celular
Nucleo E Divisao Celular Nucleo E Divisao Celular
Nucleo E Divisao Celular Laguat
 
A civilização Feudal
A civilização FeudalA civilização Feudal
A civilização FeudalLaguat
 
Renascimento e grandes navegações
Renascimento e grandes navegações Renascimento e grandes navegações
Renascimento e grandes navegações Laguat
 
As cruzadas
As cruzadasAs cruzadas
As cruzadasLaguat
 
A Espanha
A EspanhaA Espanha
A EspanhaLaguat
 
Cisma do Ocidente
Cisma do OcidenteCisma do Ocidente
Cisma do OcidenteLaguat
 
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)Laguat
 
Geografia ²
Geografia ²Geografia ²
Geografia ²Laguat
 
A Civilização Feudal
A Civilização Feudal A Civilização Feudal
A Civilização Feudal Laguat
 
Trabalho de Filosofia
Trabalho de Filosofia Trabalho de Filosofia
Trabalho de Filosofia Laguat
 
Sobre o PIB
Sobre o PIB Sobre o PIB
Sobre o PIB Laguat
 
3º ano apresentação nafta,mercosul e apec (1)
3º ano  apresentação nafta,mercosul e apec (1)3º ano  apresentação nafta,mercosul e apec (1)
3º ano apresentação nafta,mercosul e apec (1)Laguat
 
Novos Delineamentos de Forças Políticas
Novos Delineamentos de Forças PolíticasNovos Delineamentos de Forças Políticas
Novos Delineamentos de Forças PolíticasLaguat
 
A Civilização Feudal
A Civilização Feudal A Civilização Feudal
A Civilização Feudal Laguat
 
Trabalho De Sociologia
Trabalho De Sociologia Trabalho De Sociologia
Trabalho De Sociologia Laguat
 
Apresentação Sociologia
Apresentação Sociologia Apresentação Sociologia
Apresentação Sociologia Laguat
 
Português Va 2 Respostas
Português Va 2 Respostas Português Va 2 Respostas
Português Va 2 Respostas Laguat
 
Poriferos cnidarios 2m
Poriferos cnidarios 2mPoriferos cnidarios 2m
Poriferos cnidarios 2mLaguat
 

More from Laguat (20)

Nematelmintos, Anelideos, Artropes, Equinodermo
Nematelmintos, Anelideos, Artropes, EquinodermoNematelmintos, Anelideos, Artropes, Equinodermo
Nematelmintos, Anelideos, Artropes, Equinodermo
 
Respiracao celular
Respiracao celularRespiracao celular
Respiracao celular
 
Nucleo E Divisao Celular
Nucleo E Divisao Celular Nucleo E Divisao Celular
Nucleo E Divisao Celular
 
A civilização Feudal
A civilização FeudalA civilização Feudal
A civilização Feudal
 
Renascimento e grandes navegações
Renascimento e grandes navegações Renascimento e grandes navegações
Renascimento e grandes navegações
 
As cruzadas
As cruzadasAs cruzadas
As cruzadas
 
A Espanha
A EspanhaA Espanha
A Espanha
 
Cisma do Ocidente
Cisma do OcidenteCisma do Ocidente
Cisma do Ocidente
 
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
 
Geografia ²
Geografia ²Geografia ²
Geografia ²
 
A Civilização Feudal
A Civilização Feudal A Civilização Feudal
A Civilização Feudal
 
Trabalho de Filosofia
Trabalho de Filosofia Trabalho de Filosofia
Trabalho de Filosofia
 
Sobre o PIB
Sobre o PIB Sobre o PIB
Sobre o PIB
 
3º ano apresentação nafta,mercosul e apec (1)
3º ano  apresentação nafta,mercosul e apec (1)3º ano  apresentação nafta,mercosul e apec (1)
3º ano apresentação nafta,mercosul e apec (1)
 
Novos Delineamentos de Forças Políticas
Novos Delineamentos de Forças PolíticasNovos Delineamentos de Forças Políticas
Novos Delineamentos de Forças Políticas
 
A Civilização Feudal
A Civilização Feudal A Civilização Feudal
A Civilização Feudal
 
Trabalho De Sociologia
Trabalho De Sociologia Trabalho De Sociologia
Trabalho De Sociologia
 
Apresentação Sociologia
Apresentação Sociologia Apresentação Sociologia
Apresentação Sociologia
 
Português Va 2 Respostas
Português Va 2 Respostas Português Va 2 Respostas
Português Va 2 Respostas
 
Poriferos cnidarios 2m
Poriferos cnidarios 2mPoriferos cnidarios 2m
Poriferos cnidarios 2m
 

Amor e jogos no jardim

  • 1.
  • 2.
  • 3.  — Temos discurso!... Atenção!... Ordem!... gritaram a um tempo três vozes.  — Coisa célebre! acrescentou Leopoldo, Filipe sempre se torna orador depois do jantar...  — Naturalmente, acudiu Leopoldo, que, por dono da casa, maior quinhão houvera no cumprimento do recém-chegado; naturalmente Bocage, quando tomava carraspanas, descompunha os médicos.  — Bem, escrever-se-á um romance, e um de nós dois, o infeliz, será o autor.  Augusto escreveu primeira, segunda e terceira vez o termo da aposta;mas depois de longa e vigorosa discussão, em que qualquer dos quatro falou duas vezes sobre a matéria, uma para responder e dez ou doze pela ordem; depois de se oferecerem quinze emendas e vinte artigos aditivos, caiu tudo por grande maioria, e entre bravos, apoiados e aplausos, foi aprovado, salva a redação, o seguinte termo:  No dia 20 de julho de 18... na sala parlamentar da casa n° ... da rua de..., sendo testemunhas os estudantes Fabrício e Leopoldo, acordaram Filipe e Augusto, também estudantes, que, se até o dia 20 de agosto do corrente ano, o segundo acordante tiver amado a uma só mulher durante quinze dias ou mais, será obrigado a escrever um romance em que tal acontecimento confesse; e, no caso contrário, igual pena sofrerá o primeiro acordante. Sala parlamentar, 20 de julho de 18... Salva a redação.Como testemunhas — Fabrício e Leopoldo.  Acordantes — Filipe e Augusto.  E eram oito horas da noite quando se levantou a sessão.
  • 4.  Fabrício em apuros A cena que se passou teve lugar numa segunda-feira. Já lá se foram quatro dias: hoje é sexta-feira, amanhã será sábado, não um sábado como outro qualquer, mas um sábado véspera de Sant‘Ana. São dez horas da noite; os sinos tocaram a recolher. Augusto está só, sentado junto de sua mesa, tendo diante de seus olhos seis ou sete livros, papéis, pena e toda essa série de coisas que compõem a família do estudante. É inútil descrever o quarto de um estudante: aí nada se encontra de novo. Ao muito acharão uma estante, onde ele guarda os seus livros, um cabide, onde pendura a casaca, o moringue, o castiçal, a cama, uma até duas canastras de roupa, o chapéu, a bengala e a bacia, a mesa, onde escreve e que só apresenta de recomendável a gaveta cheia de papéis, de cartas de família, de flores e fitinhas misteriosas: é pouco mais ou menos assim o quarto de Augusto. Agora ele está só. Às sete horas, desse quarto saíram três amigos: Filipe, Leopoldo e Fabrício. Trataram da viagem para a ilha de... no dia seguinte e retiraram-se descontentes, porque Augusto não se quis convencer de que deveria dar um ponto na clínica para ir com eles ao amanhecer. Augusto tinha respondido: Ora vivam! Bem basta que eu faça gazeta na aula de partos; não vou senão às dez horas do dia. E, pois despediram-se amuados.
  • 5.  O meu sistema era este: 1º Não namorar moça de sobrado. Daqui tirava eu dois proveitos, a saber: não pagava o moleque para me levar recados e dava sossegadamente, e a mercê dastrevas, meus beijos por entre os postigos das janelas. 2º Não requestar moça endinheirada. Assim eu não ia ao teatro para vê-la, nem aos bailes para com ela dançar, e poupava meus cobres. 3º Fingir e ficar mal com a namorada em tempos de festas e barracas no campo. E por tal modo livrava- me de pagar doces, frutas e outras impertinências. Estas eram as bases fundamentais do meu sistema. A inda estes argumentos não me convenciam suficientemente, porque eu pensava:  1. que essa imagem que vela no pensamento não será a melhor companhia possível para um estudante, principalmente quando ela lhe velasse na véspera de alguma sabatina;  2. porque eu sempre acho muito mais apreciável sorver os beijos voluptuosos por entre postigos de uma janela, do que sorvê-los em sonhos e acordar com água na boca: beijos por beijos, antes os reais que os sonhados. Além disto, no teu sistema nunca se fala em empadas, doces, petiscos etc; no meu eles aparecem e tu, apesar de romântico, nunca viraste as costas nem fizeste macara a esses despojos de minhas batalhas. Mas, enfim, maldita curiosidade de rapaz!... Eu quis experimentar o amor platônico, e dirigindo-me certa noite ao teatro São Pedro de Alcântara, disse entre mim: esta noite hei de entabular um namoro romântico. Entabulei-o, sr. Augusto de uma figa!... Entabulei-o, e quer saber como?... Saí fora do meu elemento e espichei-me completamente. Estou em apuros.
  • 6. •Seriam pouco mais ou menos onze da manhã, quando o batelão de Augusto abordou à ilha de... Embarcando às dez horas, ele designou ao seu palinuro o lugar a que se destinava, e deitou-se para ler mais à vontade o Jornal do Comércio. Soprava vento fresco e, muito antes do que supunha, Augusto ergueu-se, ouvindo a voz de Leopoldo que o esperava na praia. •No entanto, Augusto pagou, despediu o seu bateleiro, que se foi remando e cantando com seus companheiros. Leopoldo deu-lhe o braço, e, enquanto por uma bela avenida, orlada de coqueiros, se dirigiam à elegante casa que lhes ficava a trinta braças do mar, o curioso estudante recém-chegado examinava o lindo quadro que a seus olhos tinha e do qual, para não sermos prolixos, daremos ideia em duas palavras. A ilha de... é tão pitoresca como pequena. A casa da avó de Filipe ocupa exatamente o centro dela. A avenida por onde iam os estudantes a divide em duas metades, das quais a que fica à esquerda de quem desembarca, está simetricamente coberta de belos arvoredos, estimáveis ou pelos frutos de que se carregam, ou pelo aspecto curioso que oferecem. A que fica à mão direita é mais notável ainda: fechada do lado do mar por uma longa fila de rochedos, e no interior da ilha por negras grades de ferro, está adornada de mil flores, sempre brilhantes e viçosas, graças à eterna primavera desta nossa boa terra de Santa Cruz. De tudo isto se conclui que a avó de Filipe tem no lado direito de sua casa um pomar e no esquerdo um jardim.
  • 7.  Fabrício acaba de cometer um grande erro, que para ele será de más consequências. Quem pede e quer ser servido, deve medir bem o tempo, o lugar e as circunstâncias, e Fabrício não soube conhecer que o tempo, o lugar e as circunstâncias lhe eram completamente desfavoráveis. Vai exigir que Augusto o ajude a forjar cruel cilada contra uma jovem de dezessete anos, cujo delito é ter sabido amar oingrato com exagerado extremo. Ora, para conseguir semelhante torpeza, preciso seria que Fabrício aproveitasse um momento de loucura, um desses instantes de capricho e de delírio em que Augusto pensasse que ferir a fibra mais sensível e vibrante do coração da mulher, a fibra do amor, não é um crime, não é pelo menos, louca e repreensível leviandade, e apenas perdoável e interessante divertimento de rapazes; e nessa hora não podia Augusto raciocinar tão indignamente.  Ainda quando não houvesse nele muita generosidade, estava para desarmá-lo o poder indizível da inocência, o poderoso magnetismo de vinte olhos belos como o planeta do dia, a influência cativadora da formosura em botão, da beleza virgem ainda, de um anjo enfim, porque é símbolo de um anjo avirgindade de uma jovem bela. Fabrício tomou, pois, o braço de Augusto e ambos saíram da sala, este com vivos sinais de impaciência, o primeiro com ares de quem ia tratar importante negócio.  A inocente d. Joaninha os acompanhou com os olhos e riu-se brandamente, encontrando os de Fabrício, que teve ainda bastante audácia para tingir um sorriso de gratidão.  Eles se dirigiram ao gabinete do lado direito da sala, o qual fora destinado para os homens; e entrando fechou Fabrício a porta sobre si, para se achar em toda liberdade. Enfim, estavam sos. Voltados um para o outro, guardavam alguns momentos de silêncio. Foi Augusto que teve de rompê-lo.
  • 8.  No jantar Fabrício faz o prometido, e conta a todos que Augusto é inconstante e ama todas as garotas, então Augusto se defende dizendo que achava injusto amar apenas a beleza de uma garota. No termino da discussão Leopoldo propõe um brinde, e todos teriam de dizer a letra inicial do nome de sua amada, dessa maneira Augusto não poderia participar, porém Carolina insiste para que Augusto participe, falando assim o alfabeto inteiro, e foi isso que foi feito.
  • 9.  Poucos momentos depois da cena antecedente, a sala de jantar ficou entregue unicamente ao insaciável Keblerc, que entendeu, não sabemos se mal ou bem, que era muito mais proveitoso ficar fazendo honra a meia dúzia de garrafas de belo vinho, do que acompanhar as moças, que se foram deslizar pelo jardim. Outro tanto não fizeram os rapazes, que de perto as acompanharam, assim como pais, maridos e irmãos, todos animados e cheios de prazer e harmonia, dispostos a acabar o dia e entrar pela noite com gosto.  Mas dissemos que não sabíamos se Keblerc havia feito bem ou mal em não imitar os outros. Sem dúvida já fomos condenados por homens de mau gosto; cumpre-nos dar algumas razões. Entendemos cá para nós, que por diversos caminhos vão, tanto o alemão como os rapazes, a um mesmo fim. Em resultado, esgotadas as garrafas e terminado o passeio, haverá mona, não só na sala de jantar, mas também no jardim; a diferença é que uma será mona de vinho e a outra de amor. Esta última costuma sempre ser a mais perigosa. Pela nossa parte confessamos que não há cachaça que embebede mais depressa do que uma que se bebe nos olhos travessos de certas pessoas.
  • 10.  E o mesmo faria a respeito de todas as flores que lhe mostravam. Era uma doutora de borla e capelo em todas as ciências amatórias; e esta menina era, sem mais nem menos, aquela lânguida e sonsinha D.Quinquina... Fiai-vos nas sonsas!  Um moço e uma moça, porém, andavam como se costuma dizer, solteiros; bem vezes dela se aproximava o sujeito, mas a bela quanto mais perto a via, mais saltava, corria, voava como um beija-flor, como uma abelha ou, melhor, como uma doidinha. Eram eles d. Carolina e Augusto.  Augusto passeava só, contra vontade; d. Carolina por assim o querer.  Augusto viu de repente todos os braços "engajados". Duas senhoras, a quem se dirigiu, fingiram não ouvi-lo ou se desculparam. O inconstante não lhes fazia conta, ou antes queriam, tornando-se difíceis, vê-lo requestando-as; porque, desde o programa de Augusto, cada uma delas entendeu lá consigo que seria grande glória para qualquer, prender com inquebráveis cadeias aquele capoeira de amor e que o melhor meio de isto conseguir era fingir desprezá-lo e mostrar não fazer conta com ele. Exatamente intentavam batê-lo por meio dessa tática poderosa, com que quase sempre se triunfa da mulher, isto é, pouco a pouco.
  • 11.  Augusto contou sobre seus amores, mas entre eles havia um mais especial, que foi aos treze anos, quando conheceu uma linda garotinha de oito anos durante uma viagem com seus pais, com quem brincou muito na praia, quando um pobre menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana onde estava um velho à beira da morte, entre sua mulher e seus filhos, que estavam chorando .  As crianças deram todo o dinheiro que possuíam à mulher do pobre velho, que agradeceu e pediu de cada um deles um objeto de valor.  O menino entregou a ele um camafeu de ouro e a menina deu-lhe um botão de esmeralda. Os objetos foram envolvidos em fitas de cores verde e branca, transformando-os em pacotinhos. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda com o menino. Depois de trocados os presentes, o velho os abençoou e disse que mais tarde eles se reconheceriam por causa dos presentes trocados, e se casariam. Depois que foram embora, a menina saiu correndo de encontro a seus pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele momento nunca mais se viram.
  • 12.  Augusto ainda contou mais sobre seus amores.Depois do ocorrido aos treze anos, ele a penasqueria ficar apaixonado esperando pela sua esposa ―prometida‖. Mas seu pai começou a se preocupar, então, ele resolveu que iria se apaixonar, mas os seus primeiros romances não deram certo, então ele resolveu que iria continuar amando apenas a sua ―mulher‖ e namoraria outras moças enquanto esperava a sua amada
  • 13.  Tudo isso começou quando Sr. Augusto Parou de contar sua História , e com sede depois de grandes contos , foi-se ao fundo da gruta onde se encontrava uma fonte , pegou a taça que ali estava e tomou a água até a ultima gota . D.Ana então disse que está gruta era encantada. Assim pedindo licença para Augusto , deu inicio a uma história .  (D. Ana : — Eu lhe vou contar a história das lágrimas de amor, tal qual a ouvi à minha avó, que em pequena a aprendeu de um velho gentio que nesta ilha habitava.)  Existia uma Tamoia que se chamava Ahy e sempre era apaixonada por um guerreiro chamado Aoitin de sua tribo .Porem Aitin não lhe dava atenção , sempre quando voltava de suas Caças ou busca por flechas disparadas , voltava para a Gruta e dormia , mesmo Ahy refrescando a gruta e curando seus ferimentos Aoitin não lhe dava atenção , então Ahy teve a ideia de fugir e esquecê-lo , porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe e nem o esqueceu.
  • 14.  E assim todo entardecer ela subia ao rochedo, que servia de teto para a gruta , para chorar e cantar sua ‗‘balada‘‘ . Mas Ahy era tão formosa e sua voz tão sonora e terna, que o mesmo que não pôde vencer do insensível moço, pôde do bruto rochedo: com efeito, seu canto havia amolecido a rocha e as suas lágrimas a traspassaram. que serve de teto para a gruta . E conforme o tempo passava as Lagrimas iam escorrendo até que um certo dia quando Aoitin estava a dormir , duas gotas da lagrima da Virgem caíram em suas pálpebras e assim começou a falar para Ahy :‘‘ — Linda moça . — Sinto amar-te ..... ‗‘ e assim acabaram feliz sempre amando-se .  E D. Ana para concluir disse a Augusto que a fonte que ele bebia a Água eram as lagrimas de Ahy e quem a Bebesse , não conseguiria sair daquela ilha sem amar ninguém . E assim começa uma pequena a e doce voz que seria D.Carolina cantando a balada de Ahy
  • 15. XXI Ingrato! Ingrato! foge... E aqui não tornes mais, Que, sempre que tornares, Terás de ouvir meus ais: E ouvir queixas de amor, E ver pranto de dor... XXII E, se amanhã vieres, Em pé na rocha dura 'Starei cantando aos ares A mal paga ternura... Cantando me ouviras, Chorando me acharás!... I Eu tenho quinze anos E sou morena e linda! Mas amo e não me amam E tenho amor ainda. E por tão triste amar, Aqui venho chorar. II O riso de meus lábios Há muito que murchou; Aquele que eu adoro Ah! Foi quem matou; Ao riso, que morreu, O pranto sucedeu.
  • 16.  Augusto foi falar com os Amigos Leopoldo E Filipe , e eles fizeram muitas perguntas para ver se Augusto se encantou com Carolina , e se perdera a aposta . Porém Augusto diz coisas belas menos que a Ama.  A Moreninha depois de sua balada caminhou até o Jardim tentando evitar as palmas e os elogios dos outros . Porém como uma garota Travessa viu Fabrício e D.Joaninha caminhando em sua direção , e já preparava seu plano manipulativo .  Assim Fabrício tentando conquista a Moreninha começou a falar frases amorosas até que de uma maneira gentil pediu a D. Carolina uma rosa , mas ao invés de prestar atenção na mão em que lhe entregava a Rosa estava perdidamente concentrado na beleza de Carolina , que ele acabou se espetando com os espinhos da rosa e largou-a e caiu no arbusto . Foi porque a Travessa menina pressionou os dedos dele contra os espinhos da Rosa .
  • 17.  E Fabrício levantou dizendo que foi uma luta Sanguinolenta mas vitoriosa . Já de Noite quando todos estavam reunidos para tomar Chávenas e descansar , a Moreninha foi oferecer a Fabrico uma xícaras de café para que eles pudessem se redimir .  Fabrício um pouco desconfiado dos planos da menina recuou , e depois de um longo debate acabou cedendo a mulher pegando uma Chávena porem acabou pegando de mal jeito e temendo que o Líquido caísse nele acabou recuando , mas nesse recuo escorregou e caiu nos arbustos , e todos começaram a rir dele . Porém acabou afetando Augusto que ficou com toda sua calças molhadas
  • 18.  Depois de Augusto manchar suas calças , não tardou Filipe de ser um bom Anfitrião e acompanhá-lo par mudar suas caças com manchas de Café .  Porém Filipe deu a ideia de Augusto se trocar no gabinete das Meninas . Augusto apenas de cueca e carregando algumas roupas levantou-se , mas quando ia voltar para a Alá masculina acabou ouvindo passos e vozes de mulheres , então acabou tendo que achar um esconderijo e a sua melhor opção era embaixo da cama , rapidamente jogou-se para lá . E assim entra 4 meninas que Augusto reconheceu como D.Joaninha, D. Quinquina, D.Clementina e D.Gabriela . E assim começaram a despircem e falarem de papos de garotas , porém Augusto estava no inferno e no céu ao mesmo tempo , tendo tais visões majestosas e não podendo nem mesmo se mexer.
  • 19. E assim elas começaram a falar sobre casamento até que se ouviu um Grito assustado era com certeza de Carolina,Assim que as 4 moças curiosas saíram Augusto não perdeu a Oportunidade e saiu , pegando uma Carta destinada. Porem augusto teve sorte , porque sabia de todos os Gostos e desgostos das 4 Mulheres
  • 20.  No final das contas aquela a quem todos ouvira era da escrava Paula que devido ao encontro com o senhor Keblerc , acabou sendo convencida a beber tudo que se via que possuía Álcool . Então , depois de todos terem seguido o grito . Chegou Augusto e Fabrício . Com medo de dizer os reais sintomas da moça , pois se falassem todos perderiam a confiança nela , porque Paula era muito querida e todos tinha a impressão de que ela nunca faria tal atos , Augusto e Fabrício começaram improvisando e dando diagnósticos estranhos até que todas as senhoras ali encontradas fossem convencidas de não ocorrera nada grave . E no final foi decidido que era necessário um Escalda-pés
  • 21.  Todos depois do ocorrido , continuaram seu dia normal . E cheio de jogos e brincadeiras , até mesmo os senhores de Idade estavam jogando cartas . Porém Augusto não parava de pensar em Carolina então com permissão de D.Ana foi visita-la pois passara a noite com Paula . Quando chegou no quarto viu Carolina e uma escrava dando um Escalda-pés em Paula . Carolina preocupada tomou o lugar da Empregada e começou a banhar os pés . Neste momento Augusto ficou encantando com Carolina pois nunca vira uma mulher não ligar para a ferveção da água e nem com seus ferimentos . Assim ele como um cavalheiro tomou o lugar da Moreninha e começou a fazer o Escalda-Pés ambos tiveram um monto de Admiração e assim começou um grande interesse um pelo o outro.
  • 22.  Augusto já encantado com a Moreninha acorda com o empurrão de Fabrício , pois n de Augusto sonhava que estava beijando Carolina e na verdade era Fabrício  O dia todo passa com uma Briga entre Moreninha e D.Quinquina . Tudo começou devido Carolina ter desrespeitado D.Quinquina , derrubando seu Leque e Despedaçando sua rosa , e assim começou um Júri para ver o que ocorreria com o Destino de Moreninha . E no final decidiu que Carolina pagaria com Trabalho Comunitário E todos ao entardecer prepararam-se para o Sarau.
  • 23.  Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champanha na mão, os mais intrincados negócios; todos murmuram e não há quem deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos minutes e das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau como as estrelas no céu; estão no seu elemento; aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos, por entre os quais surde, às vezes, um brevíssimo inopinado, que solta de lá da sala do jogo o parceiro que acaba de ganhar sua partida do écarté mesmo na ocasião em que a moça se espicha completamente, desafinando um sustenido, daí a pouco vão outras pelo braço de seus pares, se deslizando pela sala e marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo tempo que conversam sempre sobre objetos inocentes que movem olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma gorducha vovó, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces que vieram para o chá, e que ela leva aos pequenos que, diz, lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dândi que dirige mil finezas a uma senhora idosa, tendo os olhos pregados na sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca, porque, para alguns é regra, durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.  Alem do Grande Sarau , As quatro belas Damas que estavam no quarto . D.Gabriela , D. Joaninha , D. Quinquina e D.Clementina trocaram ideias sobre Augusto , e todas concluíram que ele estava namorando as 4 ao mesmo tempo , de raiva e ciúmes planejaram uma vingança contra ele e assim mandaram uma carta :  Senhor: — Uma jovem que vos ama e que de vós escutou palavras de ternura tem um segredo a confiar-vos: ao raiar da aurora a encontrareis no banco de relva da gruta; sede circunspecto e vereis a quem, por meia hora ainda, quer ser apenas — Uma incógnita.
  • 24.  O capítulo dezessete começa quando Augusto encontra uma carta no bolso de seu casaco, essa era das quatro garotas, com qual ele tinha se ‘’envolvido’’ na festa, a carta dizia que era uma admiradora secreta, e para ele encontrar a tal na gruta. Logo em seguida, o garoto acha outra carta, nesta estava escrito toda a verdade sobre a primeira carta, que estavam armando uma ‘’emboscada’’ para ele. Mesmo assim, ele decidi ir a gruta, e percebe a presença das quarto garotas, e não apenas uma. Ele começa a conversar com elas, e envolve as tais com uma história de que quem bebesse a água de uma fonte dali, a fada da fonte, contaria os segredos das outras pessoas. Então Augusto, passa de uma em uma, contando segredos sobre elas em seus ouvidos, as garotas percebendo ser verdade, decidem ir embora, sem colocar o plano delas em prática.
  • 25.  Quando as meninas vão embora, aparece Carolina que utiliza-se da história da fada, e diz que descobriu diversos segredos sobre Augusto, através da fada. Ele conta que sabe o motivo de sua inconstância, e foi um fato de quando ele tinha treze anos, também diz que sabe que Augusto se esforçou muito, para saber os segredos das meninas. Após ouvir tudo isso, o garoto estava prestes a contar tudo o que sentia para Carolina, mas arranjou uma fenda e fugiu.
  • 26.  Após os fins de todas as festas, todos voltam para as casas. Augusto e Leopoldo conversam em sua casa, e acaba contando o que ocorreu na gruta, Leopoldo então diz para Augusto que o tal estava apaixonado por Carolina, Augusto até confirma que gosta dela, mas que daqui a 15 dias trocaria de amor 3 vezes, devido sua inconstância. Em sua casa Carolina estava triste, pois tinha se apaixonado por Augusto, mas tinha medo de sua inconstância, porém sentia muitas saudades, até que Filipe vai a casa de seus avós e diz que Augusto irá no final de semana visita-los, Carolina mesmo não demonstrando, fica muito feliz com a notícia.
  • 27.  Augusto então parte para a ilha, e quando chega lá, a Sr. D. Ana o agradece pela visita, dizendo que sua neta havia ficado toda a semana abatida e triste com saudades dele. Ela, em um primeiro momento, tenta negar, mas depois acaba sorrindo e se entregando. Duas horas depois eles vão almoçar.  Durante o mesmo, ele percebe um lencinho que estava debaixo da mão de D. Carolina, e então pergunta se teria sido ela que havia feito o bordado, e ela responde que sim. Augusto diz que não sabe fazer aquilo, assim, ela resolve ensiná-lo, mas com a condição de que quando ele errasse, dar-lhe-ia um puxão de orelha.  Ele não consegue fazer o serviço, o que faz com que ela perca a paciência e puxe sua orelha. No momento em que ela ia castigá-lo, ele segura sua mão, e isso faz arder a chama do amor de ambos. Chegando a hora de partir, D. Carolina lhe pediu que trouxesse no outro domingo, um lenço talhado por ele, e que isso seria sua ―lição‖. Sendo assim, eles se despedem!
  • 28.  Raiou um belo dia, que seguiu a sete outros, passados entre sonhos, saudades e esperanças. Como na passada viagem, avista sobre o rochedo o objeto branco, que vai crescendo mais e mais, à medida que se aproxima, e então percebe que é a D. Carolina quem está vendo. Após o almoço, chegou o momento em que Augusto ia mostrar o que teria feito. Apresentou então um finíssimo lenço, que estava escrito Carolina e no centro, Minha Bela Mestra. Tudo estava primorosamente trabalhado; Ele teria feito de um jeito melhor que muitos.  Esperando ver brilhar nos olhos de sua amada, o prazer de gratidão, não foi isso que aconteceu. Ela ficou furiosa, dizendo que aquilo não era feito das mãos dele, e sim de outra mulher. A partir de então, percebe-se o ciúme de D. Carolina. Ele se entrega, dizendo que encomendou que uma senhora fizesse o trabalho. Depois de um tempo, se resolveram, e D. Carolina confessou que tinha seus cuidados, e que como ela era uma criança, o seu era com suas bonecas.  Eles começam a brincar... Chega a hora de passear pelo jardim, como de costume. Em um momento, avistam a cena de passarinhos que se beijam com ternura. Augusto pergunta se ela ama, e ela responde fazendo a mesma pergunta, e a sua resposta é o nome dela. Ela fica tímida. Ele pergunta novamente, se ela ama alguém, e ela responde, que talvez sim. Curioso, pergunta se o coração dela bate mais forte por ele. Moreninha, diz que pode ser que sim.
  • 29.  Tristes dias têm-se passado. Augusto está desesperado para ver sua amada. Chegando sábado, ele pergunta para o seu pai se pode passar o final de semana na ilha, e para sua infelicidade, recebe um não bem redondo. O pai de Augusto, tranca seu filho no quarto, achando que era o único jeito dele não fugir.  E então, ele adoece. Chega o dia de visitar Moreninha, e não há maneiras para ele ir. Começa a pensar na tristeza da menina, e assim, só vai ficando pior. D. Carolina começa a pensar, que ele não mudou e que continua com sua inconstância, e que já devia ter esquecido-lhe.  O pai preocupado, chama um médico para examinar Augusto. A primeira pergunta que o médico faz é o que o menino sente, e ele responde, eu amo. O doutor então, não pôde fazer nada. Ele continuou a adoecer. O velho com medo da morte do filho, demonstrou o seu amor pelo mesmo, que teve uma melhora depois desse fato. D. Carolina esperava com esperanças a visita de Augusto.
  • 30.  De repente,Carolina localiza Augusto e o pai no barco que se aproxima da ilha. D. Ana convida-os para o almoço e a Moreninha, pedida em casamento, dá um prazo de meia hora para dar a resposta, indo para a gruta do jardim,onde há a fonte de Ahy. O rapaz pergunta se deseja consultar a fonte, mas D. Ana, certa da resposta, pergunta-lhe se não deseja, também, refletir no jardim e ele parte imediatamente. Encontra a menina que, cruelmente, lhe recorda a promessa feita, na infância, junto ao leito do moribundo. Censura-o por faltar ao amor daquela a quem chama de sua mulher. Angustiado, o rapaz a contesta, afirmando se tratar de um juramento feito na infância e de desconhecer o paradeiro da menina. A Moreninha diz que incentivou seu amor por vaidade de moça e por saber de sua inconstância. Lutou para conquistá-lo e deseja saber, agora, quem ganhou, o homem ou a mulher. Augusto responde que a beleza. Carolina conta ter ouvido a história narrada a D. Ana e insiste no cumprimento da promessa.  O rapaz desesperado, prefere fugir da ilha,abandonar a cidade e o país. Mesmo que encontrasse a menina, lhe pediria perdão por ter se apaixonado por outra. Repentinamente, arranca de debaixo da camisa o breve com a esmeralda para espanto da Moreninha.
  • 31. O casal chora pateticamente, Carolina pede a Augusto para procurar 'sua mulher' e lhe explicar o ocorrido e, só, então, retornar. Ele concorda, mas não sabe onde ela está. A Moreninha diz que, certa vez, também, ajudou a um moribundo e sua família, recebendo pelos préstimos um breve, contendo uma pedra que daria o que se deseja a quem o possuísse. Passa o breve ao rapaz, para ajudá-lo na busca, pedindo que o descosa e retire a relíquia. Rapidamente, ele o desfaz e dando com seu camafeu, atira-se aos pés da amada. D. Ana e o pai de Augusto entram na gruta, encontrando-o de joelhos, beijando os pés de Carolina, perguntam o que está ocorrendo. A menina responde que são velhos conhecidos, enquanto o moço repete que encontrou sua mulher.
  • 32.  D. Carolina - É muito jovem e "moreninha" e também travessa, inteligente, astuta e persistente na obtenção de seus intentos. Carolina encarna a jovem índia Ahy, que espera incansavelmente por seu amado Aoitin – uma antiga história da ilha que D. Ana conta a Augusto. No final ela revela para Augusto que era a menina para quem ele prometeu se casar.  Augusto - A figura de Augusto resume um certo tipo de estudante alegre, jovial, inteligente e namorador. Tendo vários princípios morais, fez no início da adolescência um juramento amoroso que compromete seu amor por Carolina. Esse impedimento continuará até o final da história, Carolina revelará ser ela a menina cuja Augusto havia jurado amor eterno.  Filipe - Irmão de Carolina, neto de D. Ana. Amigo de Augusto, Fabrício e Leopoldo. Também estudante de Medicina.  Fabrício - Amigo de Augusto, também estudante de Medicina. Está apaixonado por Joaninha, mas quer se livrar dela por causa das exigências extravagantes da moça. Chega a pedir a ajuda de Augusto para se livrar da namorada exigente.  Leopoldo - Amigo de Augusto, Filipe e Fabrício; também estudante de Medicina.  D. Joaninha - Prima de Filipe, namorada de Fabrício. Exigia que o estudante lhe escrevesse cartas de amor quatro vezes por semana; que passasse na frente da casa dela quatro vezes por dia, entre outras exigências, que causoou a vontade de Fabrício livrar-se dela .  D. Ana - Avó de Filipe, é uma senhora de espírito e alguma instrução. Tem sessenta anos, cheia de bondade. Seu coração é o templo da amizade cujo mais nobre altar é exclusivamente consagrado à querida neta, Carolina, irmã de Filipe.importar roupas  D. Violante - Meio estabanada, ela quebra a harmonia reinante no ambiente burguês, sem causar transtornos graves.importar roupas  Além desses personagens há também 3 outros (empregados), que são: Paula, Tobias, Rafael, e o alemão que vive bêbado chamado Keblerc.
  • 33.  Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) foi escritor brasileiro. "A Moreninha" é considerado o primeiro romance verdadeiramente representativo da literatura brasileira. Foi professor de História do Brasil no Colégio Pedro II, e preceptor dos netos do Imperador Pedro II. É Patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras. Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, no dia 24 de junho de 1820. Formou-se em Medicina, pela Faculdade do Rio de Janeiro, mas nunca exerceu a profissão, seduzido pela carreira literária e pelo magistério. Foi professor de História no Colégio Pedro II, e preceptor dos netos do Imperador Pedro II.  A obra de Macedo representa todo o esquema e desenvolvimento dos romances iniciais, com linguagem simples, tramas fáceis, descrição de costumes da sociedade carioca, suas festas e tradições, pequenas intrigas de amor e mistério, um final feliz com a vitória do amor. Com o romantismo, nasce a prosa de ficção brasileira. "A Moreninha", foi seu primeiro romance, que teve grande aceitação.  Joaquim de Macedo foi o autor mais lido na sua época. Poeta e teatrólogo de grandes recursos, Macedo produziu inúmeros trabalhos literários, nesses dois gêneros, além de uma vasta coleção de romances que o colocaram entre os melhores e mais fecundos prosadores brasileiros. Noutros gêneros, escreveu: Lições de História do Brasil (didático) (1861), Noções de Corografia do Brasil (didático) (1873), Ano Biográfico Brasileiro (1876), Efemérides Históricas do Brasil e Mulheres Célebres (1878). Depois da sua morte, ainda foi publicado o romance Amores de um Médico. Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da Cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras. Joaquim Manuel de Macedo morreu no Rio de Janeiro, no dia 11 de abril de 1882.
  • 34.
  • 35. ILHA DE PAQUETÁ . Rio de Janeiro