SlideShare a Scribd company logo
1 of 29
Download to read offline
INSTITUTO MARIA DA PENHA
O presente estudo foi realizado pela equipe de
InsightZ da F.biz com a finalidade de contribuir para a
estruturação do novo site do Instituto Maria da Penha:
http://www.institutomariadapenha.org.br/
A coleta de dados considera apenas informações
abertas e que não caracterizam vítimas. Além disso,
foram utilizados estudos, acadêmicos ou não,
publicados gratuitamente.
Agradecemos a oportunidade e o respaldo dados
pelo Instituto e também pela F.biz para a execução
desse trabalho.
Caroline Ferraz
Kelvin Alves
Lais Mendonça
SOBRE O ESTUDO
Índice
Pedido do IMP
Debriefing
Perfis
A quem o conteúdo do site
poderia ser útil?
Contexto
Entendimento sobre o ciclo da
violência.
Nossa sugestão
O que podemos fazer para
atender essas pessoas?
1
4
2
5
Análise de Rede
O que é falado sobre violência
doméstica na rede?
3
Tornar o Instituto Maria
da Penha referência em
informações sobre
violência doméstica por
meio de um site novo.
nosso
desafio
O QUE FIZEMOS
CENÁRIO IMP CENÁRIO ATUAL PÚBLICO
PESQUISAS JÁ
EXISTENTES
ANÁLISE DE
COBERTURA
JORNALÍSTICA
PUBLICAÇÕES
EM FÓRUNS E
REDES SOCIAIS
QUESTIONÁRIO
F.BIZ
SITE IMP
O QUE FALAM
SOBRE O
INSTITUTO
Investigação com foco em pesquisas e análises.
A LEI MARIA DA PENHA
JÁ FAZ PARTE DA VIDA
DA MULHER BRASILEIRA
Em 2017, todas as mulheres entrevistadas
afirmaram ter ouvido falar sobre a lei.
O Instituto, porém, ainda não
tem o mesmo impacto:
MIL ACESSOS
O site mensalmente
recebe pouco mais de
Fonte: DataSenado - Pesquisa "Violência doméstica e familiar contra a mulher”, 2017 | Advanced Web Statistics
D E S A F I O
REFERÊNCIA
EM CONTEÚDO
Referência
social e legal
no mundo
Temos a grande oportunidade
de transformar uma
a realidade da
violência doméstica
Para além do diagnóstico do
site, fomos entender
e como ela se manifesta no meio digital
"EM BRIGA DE MARIDO E MULHER
NÃO SE METE A COLHER"
C O N T E X T O
Uma máxima cultural que leva a omissão das
pessoas em casos de violência doméstica.
Fonte: Vídeo Canal BaroneTV, 2017
1
Isso faz com
que a jornada
da vítima seja
marcada por
FA LTA D E
I N F O R M A Ç Ã O
2 FA LTA D E
S U P O R T E
CAMINHANDO
ÀS CEGAS
Mesmo com conteúdos disponíveis e com
entendimento da Lei Maria da Penha, as
mulheres ainda sofrem com a falta de
conhecimento das especificidades da
violência.
F A LTA D E I N F O R M A Ç Ã O
Fonte: DataSenado - Pesquisa "Violência doméstica e familiar contra a mulher”, 2017
1
77%
das mulheres conhecem
pouco sobre a Lei Maria
da Penha
18%
tem conhecimento
profundo sobre a Lei
VS.
"Quando eu fui agredida eu sabia que
existia a Lei Maria da Penha, mas não
tinha nenhuma noção de por onde eu
deveria começar. Continuei em silêncio.”
CONTEÚDOS
SEM EMPATIA
Os canais tradicionais de informação (grandes
portais de notícias e a TV, por exemplo)
abordam a violência de forma fria; utilizando
apenas números e/ou transcrições de boletins
de ocorrência.
N O D I G I TA L
Fonte: Prints dos portais CenárioMT, Tribuna do Norte, e G1
1
UMA JORNADA
SOLITÁRIA
Por vergonha ou medo, muitas mulheres
deixam de compartilhar seu sofrimento e não
percebem que existem muitas outras na
mesma situação.
F A LTA D E S U P O R T E
"Toda a violência foi me deixando triste e
angustiada. Eu não conseguia mais sorrir,
fui me isolando dentro de mim mesma."
"Antes de sofrer abuso eu não sabia que
tantas mulheres próximas à mim também
já passaram por isso, infelizmente ainda é
um assunto velado."
“A gente tem vergonha de dizer que foi
agredida. Estava em depressão porque
não queria ver ninguém. É como se
estivesse num lugar cheio de gente,
mas me sinto só."
Fonte: PUC PR - Percepção sobre a violência doméstica na perspectiva de mulheres vitimadas, 2017
2
Mesmo com o maior volume de conversas
sobre o tema no universo digital, ainda há
uma barreira das vítimas em dividir seu
caso e pedir ajuda.
N O D I G I TA L
Fonte: Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017 | Pesquisa F.biz 2018
2
3%
das conversas no
espaço digital 

são de vítimas
65%
das pessoas
desconhecem
grupos de apoio
seguros na internet
VOZES
ABAFADAS
A N Á L I S E D E R E D E
Isso ficou ainda mais
claro quando analisamos
depoimentos de mulheres
na internet.
Grande parte dos mais de dois mil
depoimentos coletados foram postados
em sites não especializados.
Os textos publicados nesses
fóruns deram origem a uma
análise que considera termos
utilizados, frequência de uso e
universo das conversas.
A N Á L I S E D E R E D E
Tamanho dos termos:

maior frequência de uso
Proximidade de termos: 

aparecem juntos com maior frequência
Centralidade dos termos:

maior relevância na rede
CONSELHO
Relatos de histórias familiares que terminam
em um conselho para as vítimas.
TRAIÇÃO
Mulheres que estão passando pelo ciclo de
violência e descobrem a traição do cônjuge.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Xingamentos e comentários do cônjuge sobre
a mulher.
INFERNO
O ambiente doméstico é descrito como infernal, no qual estão presentes a
bebidas alcoólicas e os xingamentos. A mulher se reage com choro.
PACIÊNCIA
Relatos sobre os sentimentos atrelados a relação
(indiferença, frieza) e sobre desejo de superação
(luta, paciência).
RELIGIÃO
Igreja como local de apoio ou
como justificativa para o perdão.
DENÚNCIA
Aconselhamento sobre a Lei Maria da
Penha, boletim de ocorrência e delegacias. SEPARAÇÃO
Desafios e aflições relacionados ao divórcio.
CENTRO DA IMAGEM
Os termos mais centrais foram mais
recorrentes nos comentários analisados.
Ali é possível notar que:
- “Medo” e “desculpa” estão
relacionados
- Diversas mulheres relatam agressões
durante a gravidez
- Os filhos são uma preocupação
constante no processo de buscar ajuda
- “Aconteceu comigo” faz parte do
processo de aconselhamento
DESCULPA O DESABAFO
Muitas mensagens começam com um pedido
de desculpas em tom de incerteza sobre
postar o conteúdo naquele espaço e também
demonstra uma preocupação em “incomodar”
as outras leitoras.
MEDO E DESCULPAR
Nos relatos analisados é possível notar uma
proximidade entre o sofrimento e o medo com
o arrependimento e as desculpas.
AJUDA
A Lei Maria da Penha e as delegacias são
citadas em conselhos sobre denúncias
demonstrando que existe conhecimento sobre
como agir. Nesse mesmo contexto aparecem
as palavras “desamparada” e “encaminhada”.
Qual o papel do IMP
nesse contexto?
S O L U Ç Õ E S
IMP tem a
possibilidade
de reverter
esse cenário.
CONTEÚDO
COMPLETO
E EMPÁTICO
INICIATIVAS DE
SUPORTE
PESQUISADORESCOMUNIDADE
VÍTIMA
Ciclo da
violência
AGRESSOR
Para além da
vítima, existem
outras pessoas
que podem
acessar o site
Vítima
Quem
são
No
digital
Mulheres que passaram por
situações de violência:
• Dentre as vítimas de alta renda 52%
sofrem violência doméstica e o índice
é de 43% entre as de baixa renda.
• Dentre as vítimas de violência doméstica
52% são brancas e 42% são negras.
• A maioria das vítimas está em idade
reprodutiva, mas o problema
também afeta meninas e idosas;
Buscam informações, suporte e
espaços seguros para desabafar.
• Só 3% da conversa sobre
violência doméstica parte da
vítima no meio digital;
• 86% das mulheres usaram
perfis falsos para denunciar.
Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
Quem
são
No
digital
Os agressores, em geral, são
homens do convívio próximo da
mulher:
• Para a faixa etária de mulheres de 35 a
44 anos destacam-se os agressores
conhecidos (77%), enquanto os
desconhecidos apresentam maior
representação (42%) entre as
mulheres mais jovens.
• 61% dos agressores são conhecidos
das vítimas;
No debate digital, para além de
agressores, a presença masculina é
majoritariamente negativa:
• 61% dos homens são
agressivos e desqualificadores;
• 53% são haters da classe A e B.
Agressor
Há homens que também buscam a
redenção e a melhora online.
• 10% pacificadores.
Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
Comunidade
Quem
são
No
digital
Pessoas conhecidas ou não que
presenciem a violência, podendo
ser amigos, vizinhos ou filhos:
• 2 em cada 3 brasileiros viu uma
mulher sendo vítima de algum 

tipo de violência.
Buscam informações para saber
como agir, aconselham vítimas e
discutem o problema em geral.
Do teor de conversas:
• 55% é gradativo;
• 17% é político;
• 12% é opinativo;
• 11% é conceitual;
• 5% é preventivo.
Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
Pesquisadores
Quem
são
No
digital
Jornalistas, pesquisadores,
estudantes, ativistas que
buscam se aprofundar no tema
da violência doméstica.
Buscam informações para
produzir conteúdo noticioso,
acadêmico ou educativo.
Os dados apresentados nessa pesquisa
foram coletados manualmente,
restringindo-se a informações abertas,
que não caracterizavam nenhuma das
vítimas.
Todos os estudos e trabalhos
acadêmicos foram creditados no rodapé.
O tratamento e visualização dos dados
foi feito com softwares livres.
A n e x o
COLETA E TRATAMENTO
DE DADOS
Ferramentas utilizadas:
Gephi _ Visualização de dados
R _ Tratamento de dados
Web Scrapper _ Raspagem de dados

More Related Content

Similar to Novo site para o Instituto Maria da Penha

Violencia contra a mulher
Violencia contra a mulherViolencia contra a mulher
Violencia contra a mulherFabio Cruz
 
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)GlauciaAS
 
Revisão integrativa referente à violência contra a mulher
Revisão integrativa referente à violência contra a mulherRevisão integrativa referente à violência contra a mulher
Revisão integrativa referente à violência contra a mulherJúnior Maidana
 
O que pensa os eleitores das classes C e D no Recife
O que pensa os eleitores das classes C e D no RecifeO que pensa os eleitores das classes C e D no Recife
O que pensa os eleitores das classes C e D no RecifePaulo Veras
 
Newsletter fevereiro 2018
Newsletter fevereiro 2018 Newsletter fevereiro 2018
Newsletter fevereiro 2018 galoartis
 
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...Felipe Labruna
 
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no BrasilAlice Bianchini
 
2015 revista qs pornografia
2015 revista qs   pornografia2015 revista qs   pornografia
2015 revista qs pornografiaLuciano Siqueira
 
Violência contra a mulher
Violência contra a mulherViolência contra a mulher
Violência contra a mulherexpedito14
 
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...SulenDeArajoNeves
 
O crescente número de suicídios no Brasil
O crescente número de suicídios no BrasilO crescente número de suicídios no Brasil
O crescente número de suicídios no BrasilJoão Mendonça
 
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio SantoroOnde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoroguesta7e113
 
Campanha Não Matarás
Campanha Não MatarásCampanha Não Matarás
Campanha Não MatarásJamildo Melo
 
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das Polícias
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das PolíciasSegurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das Polícias
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das PolíciasZózimo Lisbôa
 

Similar to Novo site para o Instituto Maria da Penha (20)

Violencia contra a mulher
Violencia contra a mulherViolencia contra a mulher
Violencia contra a mulher
 
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)
Violência Intrafamiliar contra o idoso: A atuação da DEAIT (BA)
 
Revisão integrativa referente à violência contra a mulher
Revisão integrativa referente à violência contra a mulherRevisão integrativa referente à violência contra a mulher
Revisão integrativa referente à violência contra a mulher
 
O que pensa os eleitores das classes C e D no Recife
O que pensa os eleitores das classes C e D no RecifeO que pensa os eleitores das classes C e D no Recife
O que pensa os eleitores das classes C e D no Recife
 
Newsletter fevereiro 2018
Newsletter fevereiro 2018 Newsletter fevereiro 2018
Newsletter fevereiro 2018
 
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...
Ensaio sobre violência de gênero no Brasil e anotações sobre agressão domésti...
 
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
 
2015 revista qs pornografia
2015 revista qs   pornografia2015 revista qs   pornografia
2015 revista qs pornografia
 
Manaus palestra lmp_40min_novo
Manaus palestra lmp_40min_novoManaus palestra lmp_40min_novo
Manaus palestra lmp_40min_novo
 
Violência contra a mulher
Violência contra a mulherViolência contra a mulher
Violência contra a mulher
 
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...
AJUSTADO Violência contra crianças e adolescentes - como perceber os sinais e...
 
O crescente número de suicídios no Brasil
O crescente número de suicídios no BrasilO crescente número de suicídios no Brasil
O crescente número de suicídios no Brasil
 
A12v17n3
A12v17n3A12v17n3
A12v17n3
 
Guia Para Midia
Guia Para MidiaGuia Para Midia
Guia Para Midia
 
Concept book
Concept bookConcept book
Concept book
 
A P R E S E N T AÇÃ O B E M Q U E R E R M U L H E R
A P R E S E N T AÇÃ O  B E M  Q U E R E R  M U L H E RA P R E S E N T AÇÃ O  B E M  Q U E R E R  M U L H E R
A P R E S E N T AÇÃ O B E M Q U E R E R M U L H E R
 
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio SantoroOnde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
 
Campanha Não Matarás
Campanha Não MatarásCampanha Não Matarás
Campanha Não Matarás
 
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das Polícias
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das PolíciasSegurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das Polícias
Segurança Pública e Desenvolvimento Institucionais das Polícias
 
Carta aberta conceito e exemplos
Carta aberta   conceito e exemplosCarta aberta   conceito e exemplos
Carta aberta conceito e exemplos
 

Novo site para o Instituto Maria da Penha

  • 2. O presente estudo foi realizado pela equipe de InsightZ da F.biz com a finalidade de contribuir para a estruturação do novo site do Instituto Maria da Penha: http://www.institutomariadapenha.org.br/ A coleta de dados considera apenas informações abertas e que não caracterizam vítimas. Além disso, foram utilizados estudos, acadêmicos ou não, publicados gratuitamente. Agradecemos a oportunidade e o respaldo dados pelo Instituto e também pela F.biz para a execução desse trabalho. Caroline Ferraz Kelvin Alves Lais Mendonça SOBRE O ESTUDO
  • 3. Índice Pedido do IMP Debriefing Perfis A quem o conteúdo do site poderia ser útil? Contexto Entendimento sobre o ciclo da violência. Nossa sugestão O que podemos fazer para atender essas pessoas? 1 4 2 5 Análise de Rede O que é falado sobre violência doméstica na rede? 3
  • 4. Tornar o Instituto Maria da Penha referência em informações sobre violência doméstica por meio de um site novo. nosso desafio
  • 5. O QUE FIZEMOS CENÁRIO IMP CENÁRIO ATUAL PÚBLICO PESQUISAS JÁ EXISTENTES ANÁLISE DE COBERTURA JORNALÍSTICA PUBLICAÇÕES EM FÓRUNS E REDES SOCIAIS QUESTIONÁRIO F.BIZ SITE IMP O QUE FALAM SOBRE O INSTITUTO Investigação com foco em pesquisas e análises.
  • 6. A LEI MARIA DA PENHA JÁ FAZ PARTE DA VIDA DA MULHER BRASILEIRA Em 2017, todas as mulheres entrevistadas afirmaram ter ouvido falar sobre a lei. O Instituto, porém, ainda não tem o mesmo impacto: MIL ACESSOS O site mensalmente recebe pouco mais de Fonte: DataSenado - Pesquisa "Violência doméstica e familiar contra a mulher”, 2017 | Advanced Web Statistics D E S A F I O
  • 7. REFERÊNCIA EM CONTEÚDO Referência social e legal no mundo Temos a grande oportunidade de transformar uma
  • 8. a realidade da violência doméstica Para além do diagnóstico do site, fomos entender e como ela se manifesta no meio digital
  • 9. "EM BRIGA DE MARIDO E MULHER NÃO SE METE A COLHER" C O N T E X T O Uma máxima cultural que leva a omissão das pessoas em casos de violência doméstica. Fonte: Vídeo Canal BaroneTV, 2017
  • 10. 1 Isso faz com que a jornada da vítima seja marcada por FA LTA D E I N F O R M A Ç Ã O 2 FA LTA D E S U P O R T E
  • 11. CAMINHANDO ÀS CEGAS Mesmo com conteúdos disponíveis e com entendimento da Lei Maria da Penha, as mulheres ainda sofrem com a falta de conhecimento das especificidades da violência. F A LTA D E I N F O R M A Ç Ã O Fonte: DataSenado - Pesquisa "Violência doméstica e familiar contra a mulher”, 2017 1 77% das mulheres conhecem pouco sobre a Lei Maria da Penha 18% tem conhecimento profundo sobre a Lei VS. "Quando eu fui agredida eu sabia que existia a Lei Maria da Penha, mas não tinha nenhuma noção de por onde eu deveria começar. Continuei em silêncio.”
  • 12. CONTEÚDOS SEM EMPATIA Os canais tradicionais de informação (grandes portais de notícias e a TV, por exemplo) abordam a violência de forma fria; utilizando apenas números e/ou transcrições de boletins de ocorrência. N O D I G I TA L Fonte: Prints dos portais CenárioMT, Tribuna do Norte, e G1 1
  • 13. UMA JORNADA SOLITÁRIA Por vergonha ou medo, muitas mulheres deixam de compartilhar seu sofrimento e não percebem que existem muitas outras na mesma situação. F A LTA D E S U P O R T E "Toda a violência foi me deixando triste e angustiada. Eu não conseguia mais sorrir, fui me isolando dentro de mim mesma." "Antes de sofrer abuso eu não sabia que tantas mulheres próximas à mim também já passaram por isso, infelizmente ainda é um assunto velado." “A gente tem vergonha de dizer que foi agredida. Estava em depressão porque não queria ver ninguém. É como se estivesse num lugar cheio de gente, mas me sinto só." Fonte: PUC PR - Percepção sobre a violência doméstica na perspectiva de mulheres vitimadas, 2017 2
  • 14. Mesmo com o maior volume de conversas sobre o tema no universo digital, ainda há uma barreira das vítimas em dividir seu caso e pedir ajuda. N O D I G I TA L Fonte: Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017 | Pesquisa F.biz 2018 2 3% das conversas no espaço digital 
 são de vítimas 65% das pessoas desconhecem grupos de apoio seguros na internet VOZES ABAFADAS
  • 15. A N Á L I S E D E R E D E Isso ficou ainda mais claro quando analisamos depoimentos de mulheres na internet. Grande parte dos mais de dois mil depoimentos coletados foram postados em sites não especializados.
  • 16. Os textos publicados nesses fóruns deram origem a uma análise que considera termos utilizados, frequência de uso e universo das conversas. A N Á L I S E D E R E D E Tamanho dos termos:
 maior frequência de uso Proximidade de termos: 
 aparecem juntos com maior frequência Centralidade dos termos:
 maior relevância na rede
  • 17. CONSELHO Relatos de histórias familiares que terminam em um conselho para as vítimas. TRAIÇÃO Mulheres que estão passando pelo ciclo de violência e descobrem a traição do cônjuge. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA Xingamentos e comentários do cônjuge sobre a mulher. INFERNO O ambiente doméstico é descrito como infernal, no qual estão presentes a bebidas alcoólicas e os xingamentos. A mulher se reage com choro. PACIÊNCIA Relatos sobre os sentimentos atrelados a relação (indiferença, frieza) e sobre desejo de superação (luta, paciência). RELIGIÃO Igreja como local de apoio ou como justificativa para o perdão. DENÚNCIA Aconselhamento sobre a Lei Maria da Penha, boletim de ocorrência e delegacias. SEPARAÇÃO Desafios e aflições relacionados ao divórcio. CENTRO DA IMAGEM Os termos mais centrais foram mais recorrentes nos comentários analisados. Ali é possível notar que: - “Medo” e “desculpa” estão relacionados - Diversas mulheres relatam agressões durante a gravidez - Os filhos são uma preocupação constante no processo de buscar ajuda - “Aconteceu comigo” faz parte do processo de aconselhamento
  • 18. DESCULPA O DESABAFO Muitas mensagens começam com um pedido de desculpas em tom de incerteza sobre postar o conteúdo naquele espaço e também demonstra uma preocupação em “incomodar” as outras leitoras.
  • 19. MEDO E DESCULPAR Nos relatos analisados é possível notar uma proximidade entre o sofrimento e o medo com o arrependimento e as desculpas.
  • 20. AJUDA A Lei Maria da Penha e as delegacias são citadas em conselhos sobre denúncias demonstrando que existe conhecimento sobre como agir. Nesse mesmo contexto aparecem as palavras “desamparada” e “encaminhada”.
  • 21. Qual o papel do IMP nesse contexto? S O L U Ç Õ E S
  • 22. IMP tem a possibilidade de reverter esse cenário. CONTEÚDO COMPLETO E EMPÁTICO INICIATIVAS DE SUPORTE
  • 23. PESQUISADORESCOMUNIDADE VÍTIMA Ciclo da violência AGRESSOR Para além da vítima, existem outras pessoas que podem acessar o site
  • 24. Vítima Quem são No digital Mulheres que passaram por situações de violência: • Dentre as vítimas de alta renda 52% sofrem violência doméstica e o índice é de 43% entre as de baixa renda. • Dentre as vítimas de violência doméstica 52% são brancas e 42% são negras. • A maioria das vítimas está em idade reprodutiva, mas o problema também afeta meninas e idosas; Buscam informações, suporte e espaços seguros para desabafar. • Só 3% da conversa sobre violência doméstica parte da vítima no meio digital; • 86% das mulheres usaram perfis falsos para denunciar. Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
  • 25. Quem são No digital Os agressores, em geral, são homens do convívio próximo da mulher: • Para a faixa etária de mulheres de 35 a 44 anos destacam-se os agressores conhecidos (77%), enquanto os desconhecidos apresentam maior representação (42%) entre as mulheres mais jovens. • 61% dos agressores são conhecidos das vítimas; No debate digital, para além de agressores, a presença masculina é majoritariamente negativa: • 61% dos homens são agressivos e desqualificadores; • 53% são haters da classe A e B. Agressor Há homens que também buscam a redenção e a melhora online. • 10% pacificadores. Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
  • 26. Comunidade Quem são No digital Pessoas conhecidas ou não que presenciem a violência, podendo ser amigos, vizinhos ou filhos: • 2 em cada 3 brasileiros viu uma mulher sendo vítima de algum 
 tipo de violência. Buscam informações para saber como agir, aconselham vítimas e discutem o problema em geral. Do teor de conversas: • 55% é gradativo; • 17% é político; • 12% é opinativo; • 11% é conceitual; • 5% é preventivo. Fonte:A vitimização de mulheres no Brasil, 2017 | Pesquisa Avon - A voz das redes, 2017
  • 27. Pesquisadores Quem são No digital Jornalistas, pesquisadores, estudantes, ativistas que buscam se aprofundar no tema da violência doméstica. Buscam informações para produzir conteúdo noticioso, acadêmico ou educativo.
  • 28.
  • 29. Os dados apresentados nessa pesquisa foram coletados manualmente, restringindo-se a informações abertas, que não caracterizavam nenhuma das vítimas. Todos os estudos e trabalhos acadêmicos foram creditados no rodapé. O tratamento e visualização dos dados foi feito com softwares livres. A n e x o COLETA E TRATAMENTO DE DADOS Ferramentas utilizadas: Gephi _ Visualização de dados R _ Tratamento de dados Web Scrapper _ Raspagem de dados