O documento discute a ética hacker e seu potencial para transformar o jornalismo, promovendo valores como transparência, colaboração e software livre. O jornalismo poderia adotar códigos abertos, expondo publicamente dados para verificação e reutilização, enquanto busca modelos de financiamento alternativos como assinaturas e doações para apoiar esse tipo de jornalismo participativo.
3. hacker?
Década de 1950, Instituto de
Tecnologia de Massachusetts
(MIT), depois na Califórnia
(Vale do Silício), 1970/1980
Grande habilidade técnica em
informática, aprendiam fazendo,
autodidatas, excelentes
programadores e
desenvolvedores de sistemas,
mas péssimos alunos
To hack: fissurar, cortar,
modificar, decifrar;
4. algumas definições
“Aficcionados por computador guiados por paixão e curiosidade
para aprender sistemas técnicos, frequentemente
comprometidos com a liberdade de informação e a
transparência” (Gabriela Coleman, “Coding Freedom”, 2013)
uma das 4 camadas da cultura da Internet:
cientistas (pesquisadores, universidades), a comunitária virtual
(nós), a empresarial (telecomunicações, empresas .com)
hackers - “fuçadores”, programadores, underground.
(Manuel Castells, “A sociedade em rede”, 2003)
6. ética hacker x ética protestante
“A ética hacker e o espírito da era da informação” (Pekka
Himanen, 2001): paixão, liberdade, solidariedade,
compartilhamento, trabalho colaborativo e diletantismo
“A ética protestante e o espírito do capitalismo” (Max Weber,
1904): dinheiro, trabalho, otimização, estabilidade, determinação
e contabilização dos resultados; “time is money”.
16. software livre?
movimento criado em 1983 por Richard Stallman.
4 liberdades:
executar o software para qualquer propósito;
estudar o software (acesso ao código-fonte)
redistribuir cópias, grátis ou não;
modificar o programa e distribuir estas modificações;
"Think free as in free speech, not free beer" (Richard
Stallman);
17.
18. copyleft
todo programa licenciado como software livre
(aquele que está permitida a cópia, a
modificação e a distribuição sem permissão)
teria que permanecer sendo livre nas
distribuições (modificadas ou não) do mesmo
https://www.youtube.com/watch?v=Ry5bVQ3y2FU
20. e o jornalismo, que tem que ver com
isso? hackear o jornalismo?
MANCINI, Pablo. Hackear el periodismo - manual de laboratorio. Buenos Aires; La crujía, 2011.
FOLETTO, Leonardo. “Hackear” o jornalismo: pistas para entender modos de organização jornalística do século XXI.
Revistas Leituras do Jornalismo (UNESP). Bauru, v.1, nº2, p.67-84 jul/dez. 2014. Disponível em:
21. aproximações
núcleos de jornalismo de dados (Estadão, Folha de S.
Paulo, Guardian, NYTimes, Clarín...)
HacksHackers (http://hackshackers.com/
Transparência Hacker - https://groups.google.com/forum/#!
forum/thackday
Escola de dados - http://escoladedados.org/
Hackdays, hackathons
Labhackers: http://www.labhacker.org.br/, http://labhackercd.
net/
22.
23. qual o código do jornalismo?
espaços profissionais estão se abrindo (e
outros tradicionais demitindo);
público está mais ativo - prosumer
todos consomem, todos produzem;
quem é o jornalista? o que é jornalismo?
24. alguns alertas
deixar o serviço de informar a somente espaços
privados/fechados é dar um poder (imenso) a estes
lugares/empresas, poder que pode voltar-se contra o
“bem-comum” (procumun).
podem os interesses comerciais estarem acima do
interesse público?
25. Olhando para o passado
Edward Ross: “diagnóstico precoce da imprensa
capitalista”, década de 1910.
Especificidade do “negócio” do jornalismo dentro de uma
sociedade capitalista. Já na primeira década do século XX,
o modelo de informação dava sinais de desgaste ao ter
como principal preocupação “proporcionar publicidade e
deixar na sombra a comunicação de notícias e opiniões”
(ROSS, 2008, p.90).
ROSS, Edward. A supressão das notícias importantes. (p.87-102). In: BERGER, Christa. MAROCCO, Beatriz (orgs.). A era
Glacial do Jornalismo: teorias sociais da imprensa. Vol.2. Porto Alegre, Sulina; 2008.
26. jornalismo (de código) aberto?
expor publicamente, e em formatos
acessíveis/manipuláveis, os dados apurados pelos
jornalistas para que sejam verificados/reutilizados:
_ Arquitetura da Gentrificação (http://reporterbrasil.org.
br/gentrificacao/);
_ Making of: Joe Sacco, “A manifesto, anyone?:
“Journalism” (2011): http://bit.ly/1WGwLBK
27. jornalismo acessível?
Transparência é a nova objetividade?
mostrar o “bruto”, explicar o contexto, revelar o
percurso.
informações públicas devem ser publicizadas
em formatos acessíveis: dados abertos!
28. Usuário participa/colabora
cooperativas de jornalistas - Más Publico (http://www.
lamarea.com/quienes_somos/)
sócios-usuários - El Diario (http://eldiario.es), La Diaria
(http://ladiaria.com.uy/), Voices of San Diego (https://www.
voiceofsandiego.org/.
conselho de leitores/consultivo - Agencia Pública (http:
//catarse.me/pt/reportagempublica)
“Os usuários-produtores não aceitam mais o consumo passivo de
conteúdos e querem participar mais ativamente do processo de
produção (ou circulação e correção) da informação” (MANCINI, 2012).
30. colaboração: $ não é tudo
reputação, comunidade: ganhos indiretos.
custo para cooperar: quanto menor melhor: mais fácil
motivar milhões de pessoas a fazer algo que elas podem
fazer em 5 minutos do que motivar poucas pessoas a
fazerem algo que elas podem levar meses ou anos;
(Yochai Benkler, The Penguin and the Leviathan, 2011)
31. SL como exemplo:
em vez de um “copyright” barrar o
acesso/modificação/compartilhamento, licenças
copyleft (ou Creative Commons) para potencializar a
liberdade; controle ao usuário, manutenção do bem-
comum;
autonomia como modelo, colaboração em vez de
competição;
ganhos de: assistência técnica (serviços),
modificação/customização, doações, governo;
32. como aplicar no jornalismo?
criar uma comunidade: estabelecer laços, mostrar a
importância do trabalho realizado;
“venda” de processo e não de produto: uma forma de
fazer jornalismo e não o “jornal” em si;
assinaturas, crowdfunding, doações, editais,
publicidade (também!);
podemos construir novos produtos com fábricas
velhas?
não existe fórmula; invente a sua!
33. será que esta “crise” não vai provocar a era de ouro do
jornalismo?
mais livre, colaborativo, transparente, desconfiando da
autoridade, editável - mais hacker?
https://ijnet.org/pt-br/blog/inovadores-de-midia-testam-prototipos-com-fundos-knight
http://www.outraspalavras.net/outrosquinhentos/