2. “...todas as substâncias são venenos, não existe
nenhuma que não seja. A dose correta diferencia
um remédio de um veneno”.
Paracelso 1443-1541
Marina Dias de Souza, Natália Venturim e Nicoli Ribeiro Gaburro
3. • INTOXICAÇÃO: É um processo patológico causado por substâncias
endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico,
conseqüente das alterações bioquímicas no organismo.
• INTOXICAÇÃO AGUDA: Decorre de um único contato (dose única-
potência da droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o
agente tóxico, num período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos
surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas.
• INTOXICAÇÃO SUB-AGUDA OU SUB-CRÔNICA: Exposições repetidas a
substâncias químicas – caracteriza estudos de dose/resposta após
administrações repetidas.
• INTOXICAÇÃO CRÔNICA: Resulta efeito tóxico após exposição prolongada
a doses cumulativas do toxicante ou agente tóxico, num período maior de
3 meses a anos.
5. • FENOBARBITAL
• Uso: sedativo-hipnótico, anticonvulsivante, tratamento alternativo em
crise epilética e hiperbilirrubinemia neonatal
Tipos de Doses Adulto Criança
Hipnótica 100 a 200 mg 5 a 8 mg/Kg
Tóxicas não letais 18 a 36 mg/Kg 10 a 20 mg/Kg
Efeitos (em doses 18 mg/Kg: efeitos Efeitos do SNC já
não letais) em pele e pulmão com 10 mg/Kg
36 mg/Kg: efeitos
no SNC e TGI
• Ocorre toxicidade quando se ultrapassa de 5 a 10 vezes a dose hipnótica.
• Se houver concomitante de outros depressores do SNC (especialmente o
álcool) a dose letal pode ser menor.
6. • Depressão do Sistema Nervoso Central e Cardiovascular
• TGI: diminui tônus e peristalse;
• SNC: letargia, sonolência, nistagmo, ataxia, pupilas normais ou mióticas,
hipo ou arreflexia, depressão respiratória, instabilidade hemodinâmica e
coma;
• Cardiovascular: colapso vascular depressão miocárdica direta,
vasodilatação periférica, perda do tonus simpatico central, hipoxia e
depressão dos centros vasomotores medulares
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http://www.google.com.br/imgc
7. • Sistema Respiratório: depressão respiratoria, devido à variações de pH;
• Sistema Genitourinário: diminuição da contração de ureteres e bexiga
causando bexigoma; oligúria ou anúria; pode ocorrer na hipotensão grave;
• Pele: 6 a 10% dos pacientes apresentam lesões cutâneas após 24 horas de
ingestão.
• Bolhas: translucidas e tensas rodeadas por halo eritematoso contendo
líquido de quantidades detectáveis de barbitúricos.
• Localização: principalmente em joelhos, tornozelos e punhos.
8. Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
9. • História clínica – familiares
• Quadro clínico
• Laboratório:
Análise bioquímica: glicemia, eletrólitos, uréia, creatinina e gasometria
arterial
Análise toxicológica: alcoolemia, triagem para fármacos depressores do
SNC
• Imagem: Rx de tórax e TC de crânio, se nescessário
http://www.google.com.br/
10. • Medidas de suporte: suporte respiratório, ventilatório, hemodinâmico
(correção dos disturbios eletrolíticos e vasopressores), nutricional e
infeccioso, realizar Intubação Orotraqueal prévia;
• Descontaminação: LG até 24 horas da ingestão (Se concreções gástricas:
sonda mais grossa), CA (doses seriadas a cada 4 horas por 48 hs)
Alcalinização urinária: ionização impede a reabsorção tubular renal –
aumenta a excreção de 5 a 10 vezes (infusão de bicarbonato de sódio para
manter o pH entre 7,5 e 8
http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c
11. • Medidas de eliminação
Diurese forçada (pacientes com boa função renal e cardiaca e em intox.
moderada a grave)
Hemodiálise (níveis sericos 100mcg/ml ou coma grau 3 ou 4 com redução
da função renal)
Hemoperfusão: a mais efetiva
• Medidas Gerais
Tratar síndrome de abstinência
Corrigir potássio sérico e manter em 4 meq/l
Controlar eletrólitos, gases arteriais e pH urinário a cada 2 a 4 horas
12. • Pulmonar: pneumonia aspirativa, edema, abcesso e atelectasia;
• Cardíaca: arritmia, ICC, tromboembolismo, colapso circulatório com perda
do tônus periférico;
• Outros: insuficiência renal aguda, hipoglicemia ( pode potencializar a
depressão do SNC), hiperpirexia.
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15. • O risco de exposição é maior entre trabalhadores rurais, mas, qualquer
pessoa pode estar exposta a esses produtos, em casa ou no trabalho.
• Militares e antiterroristas devem se preocupar com os gases neurotóxicos
(como o sarin).
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16. Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
17. • Benigna e de curta duração: overdoses de drogas colinérgicas.
• Graves: compostos carbamatos e organofosforados, especialmente após
ingestão.
– As manifestações clínicas observadas nas intoxicações por carbamatos
são usualmente de duração mais curta e menos graves que aquelas
provocadas por compostos organofosforados .
18. • Sintomático e Suporte
– assegurar vias aéreas, manter ventilação e oxigenação, hidratação,
acesso endovenoso e controlar convulsões com diazepam endovenoso
• Descontaminação
– descontaminação apropriada conforme o agente tóxico e a via de
exposição.
19. • Antagonista: Atropina (OF e Carbamatos)
– específico para os efeitos muscarínicos
– Não tem efeito em receptores nicotínicos
– excessiva de atropina resulta em agitação e taquicardia
– Via de administração: Quando o acesso venoso não é disponível,
a atropina pode ser administrada pelas vias intramuscular,
subcutânea, endotraqueal ou intraóssea (crianças).
• Antídoto: Pralidoxima – Contrathion®
– reativador da acetilcolinesterase deve ser administrado após a
atropina
– síndrome colinérgica moderados à graves de intoxicações
causadas por organofosforados ou armas químicas
– Vias de administração: via endovenosa ou intramuscular
20.
21. • Peçonha = veneno
• - VENENO: Agente tóxico que altera ou destrói as funções
vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar
substâncias provenientes de animais, com função de
autodefesa ou predação.
22. • Conhecidas como Jararaca;
• Habitam zonas rurais e periferias das grandes cidades;
• Preferem ambientes úmidos e locais de roedoes;
• Hábitos noturnos, agressivas quando atacadas.
http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+cobra+jararaca&start=10&num=
23. • Ações do veneno:
• Coagulante
• Hemorrágica
• Inflamatória
• Acidente responsável por 90% dos envenenamentos
http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+cobra+jararaca&start=10&num=
24. • Local
• Marcas de presas: gerealmente vista (perfuração ou arranhadura)
• Sangramento no início da inoculalção
• Edema precoce: tenso coloração violácea
• Dor
• Linfadenomegalia regional: desenvolve-se em poucas horas
• Bolhas: quantidade e proporções variáveis, com conteúdo seroso,
homorrágico ou necrótico
• Sistêmico
• Sangramentos: gengivorragia, hematúria microscópica microscópica,
púrpuras, sangramentos em feridas recentes
• São menos frequentes: hematúria macroscópica, epistaxe, hemorragia
conjuntival, hipermetrorragia e hematêmese
25. • Teste de Coagulação;
• Função renal;
• Tempo de Protombina;
• Fibrinogênio;
• Plaquetas ;
• CK e EAS urinário;
• Hemograma completo na presenção de febre, inapetência e mal estar
geral;
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26. • Infecção local: abscesso, celulite e erisipela – provocadas pela ação
inflatória aguda local, da flora bacteriana da boca das serpentes (bactérias
anaeróbicas e gram-negativas) e dos contaminantes sobre o ferimento
• 17% dos casos
• Risco maior maior tempo acidente e soroterapia
• Orientações sobre o diagnóstico:
• Reativação dos sinais inflamatórios no paciente estável ou em regressão
ou em regressão do quadro clínico;
• Episódios de febre súbitos;
• Aumento do infartamento ganglionar regional;
• Presença de flutuaçao a palpação.
27. • Necrose
• Ação inflamatória e isquemia;
• 20%;
• Limita-se ao tecido subcutâneo;
• Segundo dia após o acidente;
• Risco maior em extremidades. http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c
• Síndrome Compartimental
• Rara;
• Ocorre nas primeiras 24 horas; http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c
• Casos graves, longa permanencia hospitalar;
• Aumento da pressão dentro de um compartimento fechado Compressão
do feixe vasculo nervoso comprometimento da circulação sanguínea
regional esquemia das extremidades;
• Dor intensa, desproporcional ao edema; diminuição da temperatura do
segmento distal; cianose e deficit motor.
28. • Sistêmicas
• Choque e IRA;
• A IRA ocorre de 0,5 a 13% dos casos.
• Síndrome Compartimental
• Rara;
• Ocorre nas primeiras 24 horas;
• Casos graves, longa permanencia hospitalar;
• Aumento da pressão dentro de um compartimento fechado
Compressão do feixe vasculo nervoso comprometimento da
circulação sanguínea regional esquemia das extremidades;
• Dor intensa, desproporcional ao edema; diminuição da temperatura do
segmento distal; cianose e deficit motor.
29. • Manter o paciente em repouso e evitar deambular para não favorecer a
absorção do veneno;
• Colocar o segmento elevado (30 graus), o masi confortável possível
• Não fazer garroteamento
• A remoção para o centro de tratameto deve ser feito no menos tempo
possível
• Os exames devem ser feitos antes da soroterapia
• Os acidentes avaliados como leves, solicitar somente Teste de Coagulação
30. Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
31. • Normalmente é bom
• Contribui para o mal prognóstico:
• Retardo na soroterapia
• Dose insuficiente
• Via inadequada
• Uso de torniquetes, incisões ou substâncias contaminadas
• Tamanho da serpente
• Acidentes em crianças tendem a evoluir com fenomenos locais mais graves
• Gestante: risco de hemorragia uterina
• Local: picadas em dedos e pernas são mais perigosas
• Profilaxia do tétano: se a lesão oferecer condições para desenvolvimento do
tétano
32. • Conhecida como Armadeira;
• Não constrói teia;
• Habitam proximidade das residências, sapatos, depósitos de materiais de
construções, entulhos e lenha;
A aranha armadeira tem
de 3 a 4cm de corpo e até
15 de envergadura de
pernas.
http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c
33. Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
34. • M.P.G., masculino, 21 anos, branco, repositor de frutas em supermercado no
município de Atílio Vivacqua, região Sul do Espirito Santo, sem história de doença
prévia sofreu picada por escorpião amarelo no dorso da mão ao manipular caixas
de frutas. Sentiu dor local, de leve a moderada intensidade, acompanhada de
tontura e sudorese por alguns minutos. Dirigiu-se ao hospital levando o animal e
foi atendido em nível hospitalar.
• Ao primeiro atendimento o paciente tinha náuseas, vômito e sudorese, pressão
arterial de 160/110 mmHg, freqüência cardíaca de 120 batimentos por minuto.
• Devido à descrição de um escorpião amarelo com fileiras de serrilhas no dorso, o
médico assistente, sabendo da existência de acidente por esse tipo de animal, o
identificou como Tityus serrulatus imediatamente.
• Por falta de medidas de tratamento o paciente foi encaminhado para o município
de Vitória. A equipe médica solicitou monitorização cardíaca, eletrocardiograma
em repouso, hemograma, exame qualitativo de urina, uréia, creatinina e glicemia
séricas, creatinofosfoquinase sérica e fração MB. Os resultados obtidos foram
bradicardia sinusal (FC=55+9 bpm) e elevação discreta da CK-MB (17 e 15 U/I)
foram as principais alterações clínicas. O paciente queixou-se de prostração,
sudorese profusa, os vômitos tornaram-se intensos e incoersíveis convulsionando
logo em seguida.
35. • Tronco marrom-escuro, pedipalpos e patas amareladas com duas fileiras
de serrilha dorsal nos últimos segmentos da cauda;
• 6 a 7cm;
• Ação do veneno: causa despolarização das terminações nervosas,
liberando acetilcolina e catecolaminas;
• Acidentes mais graves e maior incidência no Brasil.
http://www.google.com.br/imgres?q=picada+de+c
36. Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
37. • http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/Preven%C3%A7%C3%A3o%20de%20Acidentes%20com%20Anim
ais%20Pe%C3%A7onhentos.pdf
• http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/Conceitos_Basicos_de_Toxicologia.pdf
• http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=11&sid=107
• M. A. de Lima, E. P. Bezerra, L. M. de Andrade, J. A. Caetano, M. D. C. Miranda. Perfil epidemiológico das vítimas atendidas
na emergência com Intoxicação por agrotóxicos. Cienc Cuid Saude 2008 Jul/Set; 7(3):288-294.
• Itho SF. Rotina no Atendimento do Intoxicado. Ed 3. Vitória; 2007.
• Feldman R, Szajewski J. Cholinergic Syndrome. Warsaw Poisons Control Centre, Szpital Praski, Pl. Weteranow 4, 03-
701Warszawa, Poland , February, 1998. Acessado em: 18 de maio de 2011. Disponível em: http://www.venvin.
com/dane/wiedza/CHOLINERGIC%20SYNDROME.doc
• Atendimento Inicial ao Paciente Intoxicado. UFRJ. Acessado em 18 de maio de 2011. Disponível em:
http://issuu.com/sciepharmacy/docs/diagnostico
_presuntivo_e_dgi-encontro_ ciave-ba_201