1. A crise nos Estados Unidos é um desdobramento da crise financeira internacional
precipitada pela falência do tradicional banco de investimento Lehman Brothers,
seguida pela maior seguradora dos EUA, a American International Group, que em um
efeito domino começou a derrubar outras grandes instituições financeiras.
Porém o governo norte-americano se recusou a oferecer garantias para que o banco
inglês Barclays adquirisse o controle do Lehman Brothers, e preocupado com o efeito
da falência dessa poderosa instituição financeira nos mercados financeiros do mundo,
resolveu injetar oitenta e cinco bilhões de dólares do dinheiro público na AIG, mas, em
poucas semanas, a crise norte-americana já tinha afetado várias empresas do mundo,
com perdas colossais em seus balanços financeiros, o que agravou ainda mais a
situação.
O que é a divida
Assim como outros países, os EUA também emitem títulos do Tesouro (Treasuries),
para financiar as atividades do governo federal.
Os Treasuries são considerados os títulos mais seguros do mundo e, por isso, atraem
muitos investidores.
Para quem os EUA devem
Brasil, Japão, Reino Unido, os países exportadores de petróleo, que detêm 32% dos
títulos da dívida pública; e a China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em
bônus.
CONSEQUENCIAS
Brasil
Um eventual calote do país que é considerado o pagador mais seguro do mundo teria
grandes efeitos ao mundo. No Brasil, por exemplo, encareceria o custo de
financiamento para bancos e empresas brasileiras, valorizaria o dólar e aumentaria o
preço dos importados, o que geraria inflação, consequentemente causando o aumento
dos juros para controlar os preços.
Alem de que no Brasil, as empresas Sadia, Aracruz Celulose e Votorantim anunciaram
perdas bilionárias.
2. Mundo
Em outubro de 2008, a Alemanha, a Áustria, a França, os Países Baixos e a Itália
anunciaram pacotes, que somam 1,17 trilhões de euros, em ajuda aos seus sistemas
financeiros. O PIB da Zona do Euro teve uma queda de 1,5% no quarto trimestre de
2008, em relação ao trimestre anterior, a maior contração da história da economia do
Euro.
Mas como tudo tem um lado bom, as emissões de CO² na União Européia foram
reduzidas em 6% em 2008 em decorrência da crise.
O COMEÇO
Tudo começou em 2001, quando o presidente da Reserva Federal Americana, Alan
Greenspan, decidiu orientar investimentos para o setor imobiliário, adotando uma
política de juros muito baixos e reduzindo as despesas financeiras, incitando uma
clientela cada vez maior a investir em imóveis, principalmente através da Fannie Mae e
da Freddie .
Isto aumentou a procura por hipotecas, ou seja, os americanos pediam dinheiro
emprestado aos bancos dando como garantia de pagamento as suas próprias casas.
Usavam este dinheiro para consumir mais e, inclusive, comprar mais de uma casa, já
que compravam barato hoje, para num futuro, revender por um preço maior e lucrar
com a diferença.
Logo as empresas hipotecárias começaram a emprestar dinheiro para uma classe de
mau-pagadores e mesmo de inadimplentes. Neste caso os juros pelo risco eram maior, o
que garante maiores lucros para a empresa que empresta o dinheiro.
Como o governo garantia os investimentos feitos por essas duas empresas. Então
Bancos de vários países, atraídos pelas garantias, acabaram emprestando dinheiro às
imobiliárias, comprando Treasuries da Fannie Mae e da Freddie Mac, permitindo que os
EUA sugassem da poupança mundial muito mais do que produzia.
Porem a Reserva Federal Americana precisou aumentar os juros, logo o consumo
diminuiu, o que fez o preço dos imóveis começarem a cair.
3. Assim, os bancos que emprestavam dinheiro entre si começaram a negar esses
empréstimos, pois um não sabia se o outro conseguiria pagar, já que estava com aqueles
títulos de mau-pagadores. Com isso, o valor dos títulos em hipotecas despencou e o juro
no empréstimo interbancário aumentou.
Acontece que as pessoas e empresas precisavam retirar dinheiro do banco, que muitas
vezes, sem ter dinheiro próprio suficiente, precisavam de crédito para cobrir
temporariamente esta despesa. Com este crédito restrito devido aos altos juros, os
bancos não conseguiam garantir dinheiro para essas pessoas e empresas.
Daí os Bancos Centrais entram injetando dinheiro a juros baixos para garantir dinheiro
no caixa dos bancos. Se isso não resolver, a solução é abrir falência ou tentar que
alguém compre o banco e garanta dinheiro no caixa. Diversos bancos tradicionais
acabam sendo incorporados por outros ainda maiores, numa tentativa de evitar uma
quebradeira e, pior, uma crise aonde todos iriam aos seus bancos retirar seus dinheiros e
aí todos os bancos quebrariam de uma só vez.
Essa decisão de injetar dinheiro nesses setores em risco endividou não só os EUA, mas
de outros países que hoje enfrentam problemas com a dívida, por exemplo, Grécia,
Irlanda e Itália.
Outro problema: se você perde seu dinheiro, você não compra se não há consumo, há
menos dinheiro circulando, criando uma bola de neve.
Em 2006 as quebras de instituições de crédito dos EUA, principalmente do tradicional
banco de investimento Lehman Brothers, arrasaram vários bancos e repercutiram
fortemente nas bolsas de valores do mundo. A crise foi revelada ao público a partir de
fevereiro de 2007, começando a Crise econômica de 2008.