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Avaliação de alternativas
sob risco
Prof. Dr. Mauricio Uriona Maldonado
EPS 7009 – Teoria da Decisão
Departamentode Engenharia de Produçãoe Sistemas
Processo Decisório
Situação
Inicial
Decisão
Ciclo da Análise de Decisões
Avaliar a
situação
Elicitar as
alternativas
Avaliar as
alternativas
Plano da
Implantação
Definir o
marco
decisório
Análise
Determinista
Análise
Probabilística
Avaliação
Parnell, G. S. et. al. (2013). Handbook of Decision Analysis (Vol. 6). John Wiley & Sons. Cap 05.
Estamos na etapa ‘avaliar as alternativas’
Sub-etapa ‘análise probabilistica’
Matriz de Resultados + Probabilidades
Estados	da	Natureza
Alternativas:	a1,	a2,...,an
Estados:	s1,	s2,...,	sm
Decisão s1 s2
a1 Payoff a1s1 Payoff a1s2
a2 Payoff a2s1 Payoff a2s2
Probabilidades	:	Ps1,	Ps2,...,	Psm
Exemplo
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento VPL	=	R$	50k VPL	=	R$	30k
Sala Comercial VPL	=	R$	100k VPL	= - R$	40k
Depósito VPL	=	R$	30k VPL	= R$	10k
Estados	da	Natureza
Qual	é	a	melhor	decisão?	
p1	=	0,60 p2	=	0,40
Exemplo
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento VPL	=	R$	50k VPL	=	R$	30k
Sala Comercial VPL	=	R$	100k VPL	= - R$	40k
Depósito VPL	=	R$	30k VPL	= R$	10k
Estados	da	Natureza
p =	0,60 1-p	=	0,40
Valor	Monetário	Esperadode	cada	decisão:
E(Apartamento)	=				$50.000(.6)	+	$30.000(.4)	=	$42.000
E(Sala	Com.)	=								$100.000(.6)	– $40.000(.4)	=	$44.000
E(Depósito)	=	 $30.000(.6)	+	$10.000(.4)	=	$22.000
Exemplo
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento -50k 0
Sala Comercial 0 -70k
Depósito -70k -20k
Estados	da	Natureza
p =	0,60 1-p	=	0,40
Valor	Esperado	do	Arrependimento de	cada	decisão:
E(Apartamento)	=				-$50.000(.6)	+	$0(.4)	 =	-$30.000
E(Sala	Com.)	=								$0(.6)	– $70.000(.4)	 =	-$28.000
E(Depósito)	=	 -$70.000(.6)	- $20.000(.4)	 =	-$50.000
Análise de Sensibilidade
Valor	Esperado	de	cada	decisão:
E(Apartamento)	=		$50.000(p)	+	$30.000(1-p)		=			20.000p	+	30.000		
E(Sala	Com.)	=						$100.000(p)	– $40.000(1-p)	=	140.000p	– 40.000		
E(Depósito)	=	 $30.000(p)	+	$10.000(1-p)			=		20.000p	+10.000
Análise de Sensibilidade
Análise de Sensibilidade
p=0 p=1.0
De p=0 a p= 0,44
à Apartamento
De p=0,45 a p= 0,54
à Apartamento
p > 0,55 à Sala
Árvores de Decisão
Árvores de Decisão
Árvores	de	decisão	são	estruturas	mais	flexíveis
para	problemas	mais	complexos	e	são	
comumente	usadas	pelos	tomadores	de	decisão	
para	obter	uma	melhor		representação visual	
das	alternativas	de	decisão	e	suas	possíveis	
consequências.
Árvores de Decisão
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento R$	50k R$	30k
Sala Comercial R$	100k - R$	40k
Depósito R$	30k R$	10k
Estados	da	Natureza
p =	0,60 1-p	=	0,40
Árvores de Decisão
Decisões/
Alternativas
Estados	da	
Natureza
Resultado
/Payoff
Árvores de Decisão
§ Uma	estrutura	em	árvore	de	quadrados,	círculos,	arcos	e	
números
§ Nó	quadrado:	uma	decisão
§ Um	círculo:	Um	evento	do	estado	da	natureza
§ Um	arco:	um	resultado	de	uma	decisão	ou	um	evento,	
indicando	a	precedência	de	decisões	e	eventos
§ Números:	a	probabilidade	de	um	evento,	o	pagamento	de	um	
resultado	de	um	evento,	ou	a	suposição	de	retorno	esperado	
de	uma	decisão	(ou	de	uma	sequência	de	decisões)
Árvores de Decisão
Decisões/
Alternativas
Estados	da	
Natureza
Resultado
/Payoff
42M
44M
22M
Árvores de Decisão
§ Uma	árvore	de	decisão	sequencial	é	usada	para	
ilustrar	uma	situação	que	exige	uma	sequência	de	
decisões.
§ Normalmente	é	cronológica	e	respeita	uma	ordem	
lógica.
§ Usado	onde	uma	matriz	de	resultados,	não	pode	
ser	usada.
§ Exemplo	de	investimento	imobiliário	modificado	
para	abranger	um	período	de	dez	anos	em	que	
várias	decisões	devem	ser	tomadas:
Árvores de Decisão
Árvores de Decisão
Valor Esperado da
Informação Perfeita
Valor Esperado da Informação
Perfeita
§ O	valor	esperado	da	informação	perfeita(VEIP)	é	o	
montante	máximo	que	um	tomador	de	decisão	deve	
pagar	para	obter	informações	adicionais.
§ VEIP	é	igual	ao	valor	esperado	dado	que	se	possui	a	
informação	perfeita	(informações	privilegiadas)	menos o	
valor	esperado	calculado	sem	a	informação	perfeita
§ VEIP	é	igual	ao	valor esperado	da	perda	oportunidade
(EPO)	para	a	melhor	decisão.
Valor Esperado da Informação
Perfeita
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento R$	50k R$	30k
Sala Comercial R$	100k - R$	40k
Depósito R$	30k R$	10k
Estados	da	Natureza
p =	0,60 1-p	=	0,40
• Se	soubessemos certamente,	que	o	mercado	bom	iria	prevalecer,	
escolheriamos a	Sala	Comercial	(R$	100.000);
• Se	soubessemos certamente,	que	o	mercado	ruim	iria	prevalecer,	
escolheriamos o	Apartamento	(R$	30.000);
Valor Esperado da Informação
Perfeita
Valor	Esperado da	decisão com	informaçãoperfeita (VEcIP):
$100,000(.60)	+	$30,000(.40)	=	$72,000
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento R$	50k R$	30k
Sala Comercial R$	100k - R$	40k
Depósito R$	30k R$	10k
Estados	da	Natureza
p =	0,60 1-p	=	0,40
Valor Esperado da Informação
Perfeita
Relembrando, o Valor Monetário Esperado de cada decisão:
E(Apartamento) = $50.000(.6) + $30.000(.4) = $42.000
E(Sala Com.) = $100.000(.6) – $40.000(.4) = $44.000
E(Depósito) = $30.000(.6) + $10.000(.4) = $22.000
VEIP = $72.000 – $44.000 = $ 28.000
O	VEIP	é	o	montante	máximo	que	um	tomador	de	
decisão	deve	pagar	para	obter	informações	adicionais
(por	exemplo,	por	meio	de	uma	pesquisa	de	mercado).
Análise de decisões com Informação
Adicional
§ Informação perfeita (completa)	é impossívelde	se	obter;
§ Porém,	podemos obter informaçãoadicional;
§ Quando se	têm	informações adicionais	por	meio	de	testes,	
pesquisas,	experimentos,	entre	outros,	podemos	aprimorar	
o	cálculo	das	probabilidades	dos	Estados	da	Natureza;
§ Portanto,	podemos aprimorar nosso processo de	decisão.
Para	isto,	utilizamos o	Teorema de	Bayes
Teorema de Bayes
Teorema de Bayes
P(E ∩C) = P(E /C)× P(C) = P(C / E)× P(E)
O	Teorema de	Bayes	mostra a	relação entre:
E,	portanto:
P(E /C) =
P(E ∩C)
P(C)
P(C / E) =
P(E ∩C)
P(E)
e
Onde:
Ei =	Probabilidadea	Priori	que o	Estado	verdadeiro da	
Natureza é o	Estado	i,	para i=1,2,…,n;
Cj =	Constatação a	partir de	uma experimentação (valor	
possível de	uma constatação j);
(1) (2)
Teorema de Bayes
A	partir de:
P(Ei /Cj ) =
P(Ei ∩Cj )
P(Cj )
Podemos determinar:
P(Ei ∩Cj ) = P(Cj / Ei )× P(Ei )
P(Cj ) = P(Ek ∩Cj )
k=1
n
∑
(1)
(3)
(4)
Teorema de Bayes
Substituindo (3)	e	(4)	em (2),	temos:
(5)P(Ei /Cj ) =
P(Cj / Ei )× P(Ei )
P(Cj / Ek )× P(Ek )
k=1
n
∑
Onde:
P(Ei) =	Prob.	Do	Estado	da	natureza i
P(Ek) =	Prob.	Do	Estado	da	natureza k
Teorema de Bayes: Exemplo
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento R$	50k R$	30k
Sala Comercial R$	100k - R$	40k
Depósito R$	30k R$	10k
Estados	da	Natureza
P(b)	=	0,60 P(r)	=	0,40
VE(Sala	Com.)	=	R$100.000(.6)	– R$40.000(.4)	=	R$44.000
VEIP =		R$72.000	– R$44.000	=	R$	28.000
Teorema de Bayes: Exemplo
§ Assumimos,	agora,	que	o	investidor	decidiu	contratar	um	
analista	econômico	que	ajudará	com	informações	adicionais	
sobre	o	mercado	futuro;
§ O	custo	da	análise	é	de	R$10.000,00
§ O	analista	apresentará	um	relatório,	o	qual	pode	prever	
condições	de	mercado	boas	mais	prováveis,	ou,	condições	
de	mercado	ruins	mais	prováveis;
§ Com	base	no	histórico	de	assertividade	na	previsão	de	
condições	econômicas,	o	investidor	consegue	determinar	as	
probabilidades	condicionais	dos	diferentes	possíveis	
resultados	do	relatório;
Teorema de Bayes: Exemplo
§ As	possíveis	condições	são:
§ b =	condições	do	mercado	boas;
§ r =	condições	do	mercado	ruins;
§ P =	relatório	econômico	positivo;
§ N	=	relatório	econômico	negativo;
§ As	probabilidades	condicionais,	de	cada	resultado	
possível	do	relatório,	são:
§ P(P/b)	=	0,80
§ P (N/b)	=	0.20
§ P (P/r)	=	0,10
§ P (N/r)	=	0,90
Por exemplo, se as condições futuras
do mercado fossem, de fato, boas, a
probabilidade de que o relatório, do
analista, tenha sido positivo é P(P/b)
= 0,80.
Teorema de Bayes: Exemplo
• Por	sua	vez,	sabemos	que	as	probabilidades	prévias	
são:
o P(b)	=	0,60;
o P(r)	=	0,40;
• Dadas	as	probabilidades	prévias,	podemos	calcular	as	
probabilidades	posteriores,	utilizando	o	Teorema	de	
Bayes;
• Ou	seja,	como	conhecemos	a	probabilidade	
condicional	P(P/b),	podemos	determinar	a	
probabilidade	de	mercado	bom,	dado	um	relatório
Teorema de Bayes: Exemplo
Substituindo em (5):
P(b / P) =
P(P / b)× P(b)
P(P / b)× P(b)+ P(P / r)× P(r)
P(b / P) =
(0,80)×(0,60)
(0,80)×(0,60)+(0,10)×(0,40)
P(b / P) = 0,923
Teorema de Bayes: Exemplo
• A	probabilidade	prévia	de	ter	condições	econômicas	de	
mercado	boas	é	P(b)	=	0,60;
• Contudo,	ao	se	obterem	informações	adicionais,	a	partir	do	
relatório	positivo	do	analista	econômico,	a	nova	
probabilidade	posterior	para	condições	de	mercado	boas	é	
0,923;
• As	outras	probabilidades	posteriores	são:
o P(b/N)	=	0,250
o P (r/P)	=	0,077
o P (r/N)	=	0,750
Teorema de Bayes: Exemplo
Exercicio
§ A probabilidade de uma mulher de 40 anos ter
câncer de mama é 1%;
§ A probabilidade que a doença seja detectada
por uma mamografia é de 80%;
§ A probabilidade de que o resultado da
mamografia apresente um “falso positivo” é de
9,6%;
§ Se uma mulher de 40 anos é testada e o
resultado é positivo, qual é a probabilidade dela
apresentar, efetivamente, a doença?
Árvores de Decisão
Incluindo as probabilidades
posteriores em
Passamos de:
Para:
Para:
P(P)=?
P(N)=?
Da Tabela:
Árvores de Decisão + Prob Posteriores
• E	o	custo	dos	R$	10.000	do	relatório	de	pesquisa?
• Podemos	incluir	esse	custo	no	nosso	cálculo	do	valor	
esperado;
• Desta	forma,	podemos	identificar	a	estratégia	de	decisão:
ESTRATÉGIA	DE	DECISÃO Alternativa	
ótima
Valor	Esperado	
(excluindo	custo	
de	pesquisa)
Valor	Esperado
(incluindo	o	
custo	da	
pesquisa)
Se	o	Relatório	Econômico	for	
Positivo	(mercado	bom)
Comprar Sala	
Comercial
R$89.220,00 R$	79.220,00
Se	o	Relatório	Econômico for	
Negativo	(mercado	ruim)
Comprar	
Apartamento
R$35.000,00 R$	25.000,00
Valor Esperado da
Informação Adicional
VEIA
Valor Esperado da Informação Adicional
• Relembrando,	o	valor	esperado	da	informação	
perfeita	(VEIP)	é	o	montante	máximo que	um	tomador	
de	decisão	deve	pagar	para	obter	informações	
adicionais.
• O	valor	esperado	da	informação	adicional	(VEIA),	
também	conhecido	como	valor	esperado	da	
experimentação,	é	igual	ao	montante	esperado	que	
um	decisor deve	pagar	para	obter	informações	
adicionais;
• Em	outras	palavras,	o	VEIA	responde	à	pergunta:	Vale	a	
pena	pagar	para	obter	informações	adicionais	do	meu	
problema	decisório?
Valor Esperado da Informação Adicional
!"#" = %&(# = #()×" +,-.///#1	
(
VEIA		=		VECE	– VE
Onde:
VECE	=	Valor	Esperado com	experimentação
VE	=	Valor	Esperado
VEIA	=	Valor	Esperado da	informação adicional
Valor Esperado da Informação Adicional
!"#" = %&(# = #()×" +,-.///#1	
(
VEIA		=		VECE	– VE
Para	nosso exemplo:
VECE	=	P(P)*VE(P)	+	P(N)*VE(N)
VE(P)	=	R$	89.220,00P(P)	=	0,52
P(N)	=	0,48 VE(N)	=	R$	35.000,00
VECE	=	R$	63.194,40Portanto: e VE	=	R$	44.000,00
VEIA		= R$	19.194,40
Valor Esperado da Informação Adicional
§ O	valor	de	R$	19.194,40	representao	valor	
potencial da	informação adicional (da	
experimentação);
§ Ao compararmos este valor	com	os R$	10.000,00	
de	custo do	relatório (pesquisa com	analista
econômico),	percebemos que vale	a	pena realizar
o	estudo e	pagar por ele,	pois:
§ VEIA	>	Custo da	experimentação
Valor Esperado da Informação Adicional
§ Ao relacionarmos o	VEIP	e	o	VEIA	podemos obter uma
medida de	eficiência.
§ Um	índice	de	100%	representaria	informação	perfeita;
§ Portanto,	o	valor	da	eficiência	terá	como	limite	inferior	
“0”	e	como	limite	superior	“1”
Eficiência =
VEIA
VEIP
=	0,6855	
§ Índices	altos	podem	indicar	que	a	informação	é	“tão	
boa”	quanto	a	informação	perfeita	e	que	informações	
adicionais	não	levarão	a	melhores	resultados.
Teoria da Utilidade
Teoria da Utilidade
• Embora a	regra de	decisão do	VE	seja	amplamente	utilizada,	às	
vezes	a	alternativa	com	o	VE	mais	alto	não	é	a	alternativa	mais	
preferida	pelo	tomador	de	decisão;
• Por	exemplo,	suponha	que	o	custo	de	dois	investimentos	fosse	
exatamente	o	mesmo,	e	que	os	resultados	(payoffs)	fossem:	
Decisão Estado	1 Estado 2
Investimento	A R$	150k - R$	30k
Investimento	B R$	70k R$	40k
P(b)	=	0,50 P(r)	=	0,50
Teoria da Utilidade
VE(A)	=	R$60.000
VE(B) =		R$	55.000
Decisão Estado	1 Estado 2
Investimento	A R$	150k - R$	30k
Investimento	B R$	70k R$	40k
P(b)	=	0,50 P(r)	=	0,50
Teoria da Utilidade
• De	acordo com	a	regra de	decisão	de	VE,	deveríamos
realizar o	investimento A,	porque ela tem	o	maior VE;
• No	entanto,	o	investimento A	representaum	
investimentomuito mais arriscado que o	investimento
B;
• Embora o	investimento A	geraria o	maior VE	a	longo
prazo,	podemosnão	ter os recursos financeiros para	
suportar as	potenciais perdas de	R$	30.000	por ano,	o	
que poderia ocorrer a	curto prazo com	essa alternativa;
• A	Teoria da	Utilidade oferece uma maneira de	incorporar
as	preferências do	tomador	de	decisão	em	relação	ao	
risco,	de	forma	a	identificar	a	alternativa	mais	desejável.
Função de Utilidade
0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
Utilidade
Resultado/Payoff ($)
Avesso ao
Risco
Neutro
Propenso ao
Risco
Função de Utilidade
Por	ex.	este	indivíduo	
valoriza	obter	$30.000	
duas	vezes	mais	do	que	
obter	$10.000
Função de Utilidade
• Para	incorporar a	função de	utilidade num
problema de	decisão sob	risco é necessário,	
inicialmente,	construir a	função,	a	partir da	
modelagem de	preferências do	decisor;
• Portanto,	cada decisor terá (ou poderá ter)	
uma função de	utilidade diferente.
• Como	construir a	função de	utilidade?
Função de Utilidade
• Relembrandonosso exemplo anterior:
• Atribua	o	valor	de	utilidade	0	para	o	pior	resultado	e	1	para	
o	melhor:
• U(-30k)=0	e	U(150k)=1
Função de Utilidade
• Para	encontrarmos a	utilidade associada ao valor	de	
$70,000,	identifique qual o	valor	da	probabilidade p
que torna o	decisor indiferente entre:
• Alternativa	1:	Receber	$70k	com	certeza;
• Alternativa	2:	Receber	$150k	com	probabilidade	p e	
perder	$30k	com	probabilidade	(1-p);
• Ou	seja,	qual	valor	de	p faria	com	que	ambas	
alternativas	fossem	indiferentes?
• Assumimos	que,	por	exemplo,	um	valor	de	p =	0,9	
faria	ambas	as	alternativas	indiferentes.
Função de Utilidade
• De	acordo	com	o	método	da	loteria	
equivalente,	um	valor	de	p	pode	ser	
utilizado	para	estimar	o	valor	de	U(M);
• Ou	seja:
• Se	p	=	0.9,	o	valor	de	U(70k)	=	0.9
• Continuamos	este	procedimento	para	
identificar	os	outros	pontos	da	curva	de	
utilidade
Função de Utilidade
• Agora,	identificamos	o	valor	para	U(40k);
• Fazemos	a	pergunta:	qual	seria	o	valor	de	p que	
faria	com	que	ambas	as	alternativas	fossem	
indiferentes:
• Alternativa	1:	Receber	$40.000	com	certeza;
• Alternativa	2:	Receber	$150.000	com	probabilidade	
p ou	perder	$30.000	com	probabilidade	(1-p)	
• Assumimos,	que	por	exemplo,	um	valor	de p =	0.65	
faria	ambas	as	alternativas	indiferentes;
• Portanto,	de	acordo	ao	método	da	LE,	o	valor	de	
U(40k)	=	0.65.
Função de Utilidade
Retorno/Payoff
Utilidade
Matriz de Resultados - Utilidades
• Agora,	substituimosos	valores	das	utilidades	na	matrix de	
decisão	anterior.
Decisão 1 2
A 1 0
B 0.90 0.65
Estados	da	Natureza
p =	0,50 1-p	=	0,50
Valor	Esperadode	cada	decisão:
E(B)	=				(0.5*0.9)	+	(0.5*0.65)	=	0.775	
E(A)	=				(1*0.5)	+	(0*0.5)	=	0.5
Agora	B	oferece a	maior utilidade
Função Utilidade
Utilidade Exponencial
Função Utilidade Exponencial
• Em	um	problema	de	decisão	complicado	com	
vários	valores	de	retorno	possíveis,	pode	ser	
difícil	e	demorado	para	um	tomador	de	decisão	
determinar	os	valores	diferentes	para	p* que	
são	necessários	para	determinar	a	utilidade	de	
cada	retorno.
• Por	exemplo,	se	o	tomador	de	decisão	for	
avesso	ao	risco,	a	função	utilidade	exponencial
pode	ser	usada	como	uma	aproximação	da	
função	utilidade	real	do	tomador	de	decisão;
• Esta	função	representa	um	comportamento	
clássico	de	aversão	ao	risco.
Função Utilidade Exponencial
U(M) =1− e
−M
R
Onde:
R =	Tolerância	ao	risco,	por	parte	do	
tomador	de	decisão
M	=	Valor	monetário	do	retorno	(resultado	
ou	payoff)
Função Utilidade Exponencial
• Para isto, é preciso determinar um valor razoável para
o parâmetro de tolerância ao risco R.
• Um método usado para fazer isso envolve a
determinação do valor máximo de R, pelo qual o
tomador de decisão está disposto a participar de um
jogo de azar com os seguintes resultados possíveis:
• Ganhar $ R com probabilidade 0.5;
• Perder $ R/2 com probablidade 0.5
• Portanto, um tomador de decisão disposto a aceitar
esse risco apenas com valores muito pequenos de R é
avesso ao risco.
Função Utilidade Exponencial
• Para o exemplo anterior, assumimos um valor de R =
$60.000;
• Aplicandoa função de utilidadeexponencial:
Decisão 1 2
A 0.92 -0.65
B 0.69 0.49
Estados	da	Natureza
p =	0,50 1-p	=	0,50
Valor	Esperadode	cada	decisão:
E(A)	=				(0.5*0.92)	- (0.5*0.65)	=	0.13
E(B)	=				(.69*0.5)	+	(0.49*0.5)		=	0.59
A	alternativa B	continua	oferecendoo	melhor resultado
Matriz de Resultados
Utilidades com função Exponencial
Exercício
§ Utilize	a	a	função	exponencial	da	utilidade	para	calcular	a	
melhor	alternativa,	com	base	na	árvore	de	decisão;
§ Assuma	um	valor	R =	22000.
Decisão Mercado	Bom Mercado	Ruim
Apartamento R$	50k R$	30k
Sala Comercial R$	100k - R$	40k
Depósito R$	30k R$	10k
Estados	da	Natureza
P(b)	=	0,60 P(r)	=	0,40
Exercício
• Utilize	a	
árvore	de	
decisão:
Bibliografia
1. Ragsdale, Cliff T. (2015). Modelagem de Planilha e
Análise de Decisão: Uma introdução prática a
business analytics. Cengage Learning. 616p. Cap.
14. Análise de Decisão.
2. Hillier, F.S.; Lieberman, G.J. (2015). Introduction to
operations research. 10th ed. Cap16. Decision
Analysis, p. 682-730.
Bibliografia
3. Taylor, B. W. (2013). Introduction to management
science. Prentice Hall. Cap12. Decision Analysis,
p.545-560 (Decision under risk).
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-
NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Prof. Dr. Mauricio Uriona Maldonado
EPS 7009 – Teoria da Decisão
Departamentode Engenharia de Produçãoe Sistemas
Avaliação de alternativas
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Decisões sob Risco

  • 1. Avaliação de alternativas sob risco Prof. Dr. Mauricio Uriona Maldonado EPS 7009 – Teoria da Decisão Departamentode Engenharia de Produçãoe Sistemas
  • 2. Processo Decisório Situação Inicial Decisão Ciclo da Análise de Decisões Avaliar a situação Elicitar as alternativas Avaliar as alternativas Plano da Implantação Definir o marco decisório Análise Determinista Análise Probabilística Avaliação Parnell, G. S. et. al. (2013). Handbook of Decision Analysis (Vol. 6). John Wiley & Sons. Cap 05. Estamos na etapa ‘avaliar as alternativas’ Sub-etapa ‘análise probabilistica’
  • 3. Matriz de Resultados + Probabilidades Estados da Natureza Alternativas: a1, a2,...,an Estados: s1, s2,..., sm Decisão s1 s2 a1 Payoff a1s1 Payoff a1s2 a2 Payoff a2s1 Payoff a2s2 Probabilidades : Ps1, Ps2,..., Psm
  • 4. Exemplo Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento VPL = R$ 50k VPL = R$ 30k Sala Comercial VPL = R$ 100k VPL = - R$ 40k Depósito VPL = R$ 30k VPL = R$ 10k Estados da Natureza Qual é a melhor decisão? p1 = 0,60 p2 = 0,40
  • 5. Exemplo Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento VPL = R$ 50k VPL = R$ 30k Sala Comercial VPL = R$ 100k VPL = - R$ 40k Depósito VPL = R$ 30k VPL = R$ 10k Estados da Natureza p = 0,60 1-p = 0,40 Valor Monetário Esperadode cada decisão: E(Apartamento) = $50.000(.6) + $30.000(.4) = $42.000 E(Sala Com.) = $100.000(.6) – $40.000(.4) = $44.000 E(Depósito) = $30.000(.6) + $10.000(.4) = $22.000
  • 6. Exemplo Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento -50k 0 Sala Comercial 0 -70k Depósito -70k -20k Estados da Natureza p = 0,60 1-p = 0,40 Valor Esperado do Arrependimento de cada decisão: E(Apartamento) = -$50.000(.6) + $0(.4) = -$30.000 E(Sala Com.) = $0(.6) – $70.000(.4) = -$28.000 E(Depósito) = -$70.000(.6) - $20.000(.4) = -$50.000
  • 9. Análise de Sensibilidade p=0 p=1.0 De p=0 a p= 0,44 à Apartamento De p=0,45 a p= 0,54 à Apartamento p > 0,55 à Sala
  • 12. Árvores de Decisão Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento R$ 50k R$ 30k Sala Comercial R$ 100k - R$ 40k Depósito R$ 30k R$ 10k Estados da Natureza p = 0,60 1-p = 0,40
  • 14. Árvores de Decisão § Uma estrutura em árvore de quadrados, círculos, arcos e números § Nó quadrado: uma decisão § Um círculo: Um evento do estado da natureza § Um arco: um resultado de uma decisão ou um evento, indicando a precedência de decisões e eventos § Números: a probabilidade de um evento, o pagamento de um resultado de um evento, ou a suposição de retorno esperado de uma decisão (ou de uma sequência de decisões)
  • 16. Árvores de Decisão § Uma árvore de decisão sequencial é usada para ilustrar uma situação que exige uma sequência de decisões. § Normalmente é cronológica e respeita uma ordem lógica. § Usado onde uma matriz de resultados, não pode ser usada. § Exemplo de investimento imobiliário modificado para abranger um período de dez anos em que várias decisões devem ser tomadas:
  • 20. Valor Esperado da Informação Perfeita § O valor esperado da informação perfeita(VEIP) é o montante máximo que um tomador de decisão deve pagar para obter informações adicionais. § VEIP é igual ao valor esperado dado que se possui a informação perfeita (informações privilegiadas) menos o valor esperado calculado sem a informação perfeita § VEIP é igual ao valor esperado da perda oportunidade (EPO) para a melhor decisão.
  • 21. Valor Esperado da Informação Perfeita Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento R$ 50k R$ 30k Sala Comercial R$ 100k - R$ 40k Depósito R$ 30k R$ 10k Estados da Natureza p = 0,60 1-p = 0,40 • Se soubessemos certamente, que o mercado bom iria prevalecer, escolheriamos a Sala Comercial (R$ 100.000); • Se soubessemos certamente, que o mercado ruim iria prevalecer, escolheriamos o Apartamento (R$ 30.000);
  • 22. Valor Esperado da Informação Perfeita Valor Esperado da decisão com informaçãoperfeita (VEcIP): $100,000(.60) + $30,000(.40) = $72,000 Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento R$ 50k R$ 30k Sala Comercial R$ 100k - R$ 40k Depósito R$ 30k R$ 10k Estados da Natureza p = 0,60 1-p = 0,40
  • 23. Valor Esperado da Informação Perfeita Relembrando, o Valor Monetário Esperado de cada decisão: E(Apartamento) = $50.000(.6) + $30.000(.4) = $42.000 E(Sala Com.) = $100.000(.6) – $40.000(.4) = $44.000 E(Depósito) = $30.000(.6) + $10.000(.4) = $22.000 VEIP = $72.000 – $44.000 = $ 28.000 O VEIP é o montante máximo que um tomador de decisão deve pagar para obter informações adicionais (por exemplo, por meio de uma pesquisa de mercado).
  • 24. Análise de decisões com Informação Adicional § Informação perfeita (completa) é impossívelde se obter; § Porém, podemos obter informaçãoadicional; § Quando se têm informações adicionais por meio de testes, pesquisas, experimentos, entre outros, podemos aprimorar o cálculo das probabilidades dos Estados da Natureza; § Portanto, podemos aprimorar nosso processo de decisão. Para isto, utilizamos o Teorema de Bayes
  • 26. Teorema de Bayes P(E ∩C) = P(E /C)× P(C) = P(C / E)× P(E) O Teorema de Bayes mostra a relação entre: E, portanto: P(E /C) = P(E ∩C) P(C) P(C / E) = P(E ∩C) P(E) e Onde: Ei = Probabilidadea Priori que o Estado verdadeiro da Natureza é o Estado i, para i=1,2,…,n; Cj = Constatação a partir de uma experimentação (valor possível de uma constatação j); (1) (2)
  • 27. Teorema de Bayes A partir de: P(Ei /Cj ) = P(Ei ∩Cj ) P(Cj ) Podemos determinar: P(Ei ∩Cj ) = P(Cj / Ei )× P(Ei ) P(Cj ) = P(Ek ∩Cj ) k=1 n ∑ (1) (3) (4)
  • 28. Teorema de Bayes Substituindo (3) e (4) em (2), temos: (5)P(Ei /Cj ) = P(Cj / Ei )× P(Ei ) P(Cj / Ek )× P(Ek ) k=1 n ∑ Onde: P(Ei) = Prob. Do Estado da natureza i P(Ek) = Prob. Do Estado da natureza k
  • 29. Teorema de Bayes: Exemplo Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento R$ 50k R$ 30k Sala Comercial R$ 100k - R$ 40k Depósito R$ 30k R$ 10k Estados da Natureza P(b) = 0,60 P(r) = 0,40 VE(Sala Com.) = R$100.000(.6) – R$40.000(.4) = R$44.000 VEIP = R$72.000 – R$44.000 = R$ 28.000
  • 30. Teorema de Bayes: Exemplo § Assumimos, agora, que o investidor decidiu contratar um analista econômico que ajudará com informações adicionais sobre o mercado futuro; § O custo da análise é de R$10.000,00 § O analista apresentará um relatório, o qual pode prever condições de mercado boas mais prováveis, ou, condições de mercado ruins mais prováveis; § Com base no histórico de assertividade na previsão de condições econômicas, o investidor consegue determinar as probabilidades condicionais dos diferentes possíveis resultados do relatório;
  • 31. Teorema de Bayes: Exemplo § As possíveis condições são: § b = condições do mercado boas; § r = condições do mercado ruins; § P = relatório econômico positivo; § N = relatório econômico negativo; § As probabilidades condicionais, de cada resultado possível do relatório, são: § P(P/b) = 0,80 § P (N/b) = 0.20 § P (P/r) = 0,10 § P (N/r) = 0,90 Por exemplo, se as condições futuras do mercado fossem, de fato, boas, a probabilidade de que o relatório, do analista, tenha sido positivo é P(P/b) = 0,80.
  • 32. Teorema de Bayes: Exemplo • Por sua vez, sabemos que as probabilidades prévias são: o P(b) = 0,60; o P(r) = 0,40; • Dadas as probabilidades prévias, podemos calcular as probabilidades posteriores, utilizando o Teorema de Bayes; • Ou seja, como conhecemos a probabilidade condicional P(P/b), podemos determinar a probabilidade de mercado bom, dado um relatório
  • 33. Teorema de Bayes: Exemplo Substituindo em (5): P(b / P) = P(P / b)× P(b) P(P / b)× P(b)+ P(P / r)× P(r) P(b / P) = (0,80)×(0,60) (0,80)×(0,60)+(0,10)×(0,40) P(b / P) = 0,923
  • 34. Teorema de Bayes: Exemplo • A probabilidade prévia de ter condições econômicas de mercado boas é P(b) = 0,60; • Contudo, ao se obterem informações adicionais, a partir do relatório positivo do analista econômico, a nova probabilidade posterior para condições de mercado boas é 0,923; • As outras probabilidades posteriores são: o P(b/N) = 0,250 o P (r/P) = 0,077 o P (r/N) = 0,750
  • 35. Teorema de Bayes: Exemplo
  • 36. Exercicio § A probabilidade de uma mulher de 40 anos ter câncer de mama é 1%; § A probabilidade que a doença seja detectada por uma mamografia é de 80%; § A probabilidade de que o resultado da mamografia apresente um “falso positivo” é de 9,6%; § Se uma mulher de 40 anos é testada e o resultado é positivo, qual é a probabilidade dela apresentar, efetivamente, a doença?
  • 37. Árvores de Decisão Incluindo as probabilidades posteriores em
  • 39. Para:
  • 42.
  • 43.
  • 44. Árvores de Decisão + Prob Posteriores • E o custo dos R$ 10.000 do relatório de pesquisa? • Podemos incluir esse custo no nosso cálculo do valor esperado; • Desta forma, podemos identificar a estratégia de decisão: ESTRATÉGIA DE DECISÃO Alternativa ótima Valor Esperado (excluindo custo de pesquisa) Valor Esperado (incluindo o custo da pesquisa) Se o Relatório Econômico for Positivo (mercado bom) Comprar Sala Comercial R$89.220,00 R$ 79.220,00 Se o Relatório Econômico for Negativo (mercado ruim) Comprar Apartamento R$35.000,00 R$ 25.000,00
  • 46. Valor Esperado da Informação Adicional • Relembrando, o valor esperado da informação perfeita (VEIP) é o montante máximo que um tomador de decisão deve pagar para obter informações adicionais. • O valor esperado da informação adicional (VEIA), também conhecido como valor esperado da experimentação, é igual ao montante esperado que um decisor deve pagar para obter informações adicionais; • Em outras palavras, o VEIA responde à pergunta: Vale a pena pagar para obter informações adicionais do meu problema decisório?
  • 47. Valor Esperado da Informação Adicional !"#" = %&(# = #()×" +,-.///#1 ( VEIA = VECE – VE Onde: VECE = Valor Esperado com experimentação VE = Valor Esperado VEIA = Valor Esperado da informação adicional
  • 48. Valor Esperado da Informação Adicional !"#" = %&(# = #()×" +,-.///#1 ( VEIA = VECE – VE Para nosso exemplo: VECE = P(P)*VE(P) + P(N)*VE(N) VE(P) = R$ 89.220,00P(P) = 0,52 P(N) = 0,48 VE(N) = R$ 35.000,00 VECE = R$ 63.194,40Portanto: e VE = R$ 44.000,00 VEIA = R$ 19.194,40
  • 49. Valor Esperado da Informação Adicional § O valor de R$ 19.194,40 representao valor potencial da informação adicional (da experimentação); § Ao compararmos este valor com os R$ 10.000,00 de custo do relatório (pesquisa com analista econômico), percebemos que vale a pena realizar o estudo e pagar por ele, pois: § VEIA > Custo da experimentação
  • 50. Valor Esperado da Informação Adicional § Ao relacionarmos o VEIP e o VEIA podemos obter uma medida de eficiência. § Um índice de 100% representaria informação perfeita; § Portanto, o valor da eficiência terá como limite inferior “0” e como limite superior “1” Eficiência = VEIA VEIP = 0,6855 § Índices altos podem indicar que a informação é “tão boa” quanto a informação perfeita e que informações adicionais não levarão a melhores resultados.
  • 52. Teoria da Utilidade • Embora a regra de decisão do VE seja amplamente utilizada, às vezes a alternativa com o VE mais alto não é a alternativa mais preferida pelo tomador de decisão; • Por exemplo, suponha que o custo de dois investimentos fosse exatamente o mesmo, e que os resultados (payoffs) fossem: Decisão Estado 1 Estado 2 Investimento A R$ 150k - R$ 30k Investimento B R$ 70k R$ 40k P(b) = 0,50 P(r) = 0,50
  • 53. Teoria da Utilidade VE(A) = R$60.000 VE(B) = R$ 55.000 Decisão Estado 1 Estado 2 Investimento A R$ 150k - R$ 30k Investimento B R$ 70k R$ 40k P(b) = 0,50 P(r) = 0,50
  • 54. Teoria da Utilidade • De acordo com a regra de decisão de VE, deveríamos realizar o investimento A, porque ela tem o maior VE; • No entanto, o investimento A representaum investimentomuito mais arriscado que o investimento B; • Embora o investimento A geraria o maior VE a longo prazo, podemosnão ter os recursos financeiros para suportar as potenciais perdas de R$ 30.000 por ano, o que poderia ocorrer a curto prazo com essa alternativa; • A Teoria da Utilidade oferece uma maneira de incorporar as preferências do tomador de decisão em relação ao risco, de forma a identificar a alternativa mais desejável.
  • 57. Função de Utilidade • Para incorporar a função de utilidade num problema de decisão sob risco é necessário, inicialmente, construir a função, a partir da modelagem de preferências do decisor; • Portanto, cada decisor terá (ou poderá ter) uma função de utilidade diferente. • Como construir a função de utilidade?
  • 58. Função de Utilidade • Relembrandonosso exemplo anterior: • Atribua o valor de utilidade 0 para o pior resultado e 1 para o melhor: • U(-30k)=0 e U(150k)=1
  • 59. Função de Utilidade • Para encontrarmos a utilidade associada ao valor de $70,000, identifique qual o valor da probabilidade p que torna o decisor indiferente entre: • Alternativa 1: Receber $70k com certeza; • Alternativa 2: Receber $150k com probabilidade p e perder $30k com probabilidade (1-p); • Ou seja, qual valor de p faria com que ambas alternativas fossem indiferentes? • Assumimos que, por exemplo, um valor de p = 0,9 faria ambas as alternativas indiferentes.
  • 60. Função de Utilidade • De acordo com o método da loteria equivalente, um valor de p pode ser utilizado para estimar o valor de U(M); • Ou seja: • Se p = 0.9, o valor de U(70k) = 0.9 • Continuamos este procedimento para identificar os outros pontos da curva de utilidade
  • 61. Função de Utilidade • Agora, identificamos o valor para U(40k); • Fazemos a pergunta: qual seria o valor de p que faria com que ambas as alternativas fossem indiferentes: • Alternativa 1: Receber $40.000 com certeza; • Alternativa 2: Receber $150.000 com probabilidade p ou perder $30.000 com probabilidade (1-p) • Assumimos, que por exemplo, um valor de p = 0.65 faria ambas as alternativas indiferentes; • Portanto, de acordo ao método da LE, o valor de U(40k) = 0.65.
  • 63. Matriz de Resultados - Utilidades • Agora, substituimosos valores das utilidades na matrix de decisão anterior. Decisão 1 2 A 1 0 B 0.90 0.65 Estados da Natureza p = 0,50 1-p = 0,50 Valor Esperadode cada decisão: E(B) = (0.5*0.9) + (0.5*0.65) = 0.775 E(A) = (1*0.5) + (0*0.5) = 0.5 Agora B oferece a maior utilidade
  • 65. Função Utilidade Exponencial • Em um problema de decisão complicado com vários valores de retorno possíveis, pode ser difícil e demorado para um tomador de decisão determinar os valores diferentes para p* que são necessários para determinar a utilidade de cada retorno. • Por exemplo, se o tomador de decisão for avesso ao risco, a função utilidade exponencial pode ser usada como uma aproximação da função utilidade real do tomador de decisão; • Esta função representa um comportamento clássico de aversão ao risco.
  • 66. Função Utilidade Exponencial U(M) =1− e −M R Onde: R = Tolerância ao risco, por parte do tomador de decisão M = Valor monetário do retorno (resultado ou payoff)
  • 67. Função Utilidade Exponencial • Para isto, é preciso determinar um valor razoável para o parâmetro de tolerância ao risco R. • Um método usado para fazer isso envolve a determinação do valor máximo de R, pelo qual o tomador de decisão está disposto a participar de um jogo de azar com os seguintes resultados possíveis: • Ganhar $ R com probabilidade 0.5; • Perder $ R/2 com probablidade 0.5 • Portanto, um tomador de decisão disposto a aceitar esse risco apenas com valores muito pequenos de R é avesso ao risco.
  • 68. Função Utilidade Exponencial • Para o exemplo anterior, assumimos um valor de R = $60.000; • Aplicandoa função de utilidadeexponencial:
  • 69. Decisão 1 2 A 0.92 -0.65 B 0.69 0.49 Estados da Natureza p = 0,50 1-p = 0,50 Valor Esperadode cada decisão: E(A) = (0.5*0.92) - (0.5*0.65) = 0.13 E(B) = (.69*0.5) + (0.49*0.5) = 0.59 A alternativa B continua oferecendoo melhor resultado Matriz de Resultados Utilidades com função Exponencial
  • 70. Exercício § Utilize a a função exponencial da utilidade para calcular a melhor alternativa, com base na árvore de decisão; § Assuma um valor R = 22000. Decisão Mercado Bom Mercado Ruim Apartamento R$ 50k R$ 30k Sala Comercial R$ 100k - R$ 40k Depósito R$ 30k R$ 10k Estados da Natureza P(b) = 0,60 P(r) = 0,40
  • 72. Bibliografia 1. Ragsdale, Cliff T. (2015). Modelagem de Planilha e Análise de Decisão: Uma introdução prática a business analytics. Cengage Learning. 616p. Cap. 14. Análise de Decisão. 2. Hillier, F.S.; Lieberman, G.J. (2015). Introduction to operations research. 10th ed. Cap16. Decision Analysis, p. 682-730.
  • 73. Bibliografia 3. Taylor, B. W. (2013). Introduction to management science. Prentice Hall. Cap12. Decision Analysis, p.545-560 (Decision under risk). This work is licensed under a Creative Commons Attribution- NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
  • 74. Prof. Dr. Mauricio Uriona Maldonado EPS 7009 – Teoria da Decisão Departamentode Engenharia de Produçãoe Sistemas Avaliação de alternativas sob risco