O Brasil e Cuba assinaram um acordo para que o Brasil produza, distribua e exporte o medicamento Heberprot-B para tratar diabetes. O remédio reduz pela metade as amputações nos diabéticos e será produzido no Brasil com tecnologia cubana. O ministro da Saúde também assinará acordos para analisar 17 outros remédios cubanos, incluindo 11 para tratamento de câncer.
Brasil e Cuba fazem parceria para produzir remédios
1. Saúde na mídia Brasília, 22 de setembro de 2011
Folha de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Brasil e Cuba fazem parceria para produzir remédios
SAÚDE
Ministro da Saúde assina acordo hoje em Havana ga no mundo.
para que o país produza e distribua droga para
diabetes com tecnologia cubana Segundo Padilha, o acordo prevê que "o Brasil sirva
de entreposto comercial para a exportação de pro-
ELIANE CANTANHÊDE dutos cubanos, que terão componentes nacionais".
COLUNISTA DA FOLHA Devem ser gerados aproximadamente R$ 50 milhões
para Cuba e R$ 100 milhões para o Brasil.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assina
hoje, em Havana, um acordo de transferência de tec- Padilha disse que vai assinar acordos com Cuba para
nologia que vai permitir que o Brasil produza, dis- pedir a análise e registro de 17 outros remédios cu-
tribua no SUS e exporte o medicamento banos à Vigilância Sanitária.
Heberprot-B, que reduz pela metade a amputação de
membros inferiores em diabéticos. Entre eles, onze são considerados inovadores no
combate ao câncer: são os anticorpos monoclonais,
O remédio evita e combate as úlceras nos pés, co- que atacam só as células cancerosas, poupando as de-
muns nos pacientes que têm a doença, e será pro- mais. O objetivo é incluí-los no SUS.
duzido pelo instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz,
fundação ligada ao Ministério da Saúde. A lista inclui também vacinas meningocócicas, diag-
nóstico de infecções vaginais e produtos para crise
Segundo o ministério, 70% das amputações de mem- hemorroidal aguda ou tratamento de lesões causadas
bros inferiores no SUS são em diabéticos. A doença por HPV.
atinge 6,7% dos adultos e mata 57 mil pessoas ao ano
no país. Outro tema na pauta do ministro é a facilitação para
validar diplomas de médicos formados em Cuba no
Como Cuba sofre barreira de exportação e o único la- Brasil. O modelo é o usado pela Universidade Es-
boratório a produzir o Heberprot-B é o cubano CIG- tadual do Ceará, que ministra um ano de curso para os
B, a intenção do Brasil não é só distribuir o remédio formados fora, para sincronizar os currículos dos
no SUS, mas servir de trampolim para a venda da dro- dois países.
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