O documento descreve os procedimentos e cuidados associados à gastrectomia, que é a remoção cirúrgica parcial ou total do estômago. Detalha os tipos de gastrectomia, o preparo do paciente, o procedimento cirúrgico, possíveis complicações, cuidados no pós-operatório e implicações para o paciente após receber alta.
2. O QUE É A GASTRECTOMIA?
A gastrectomia é o procedimento
cirúrgico que consiste na retirada de
parte ou de todo o estômago. É
indicada para o tratamento de
tumores benignos ou malignos do
estômago.
Existem basicamente dois tipos
de gastrectomia: a gastrectomia total,
quando todo o estômago é retirado, e
a gastrectomia parcial quando apenas
parte do estômago é removida.
4. PATOLOGIA
(FATORES DE RISCOS,
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS)
Podem ocorrer deficiências nutricionais agudas ou crônicas.
A deficiência energética resulta em perda de peso.
Fatores emocionais ou de mediadores químicos de ação
hipotalâmica causam a anorexia.
A diarreia é decorrente da maior motilidade ou do
supercrescimento bacteriano intestinais.
Insuficiência pancreática exócrina e maior esvaziamento da
vesícula biliar.
A anemia é uma consequência da diminuição da absorvição de
vitamina B12.
A perda de peso e anemia ocasionam a desnutrição.
A síndrome de dumping pode ser precoce cerca de 10 a 30
minutos após as refeições ou tardia cerca de 2 a 3 horas após as
refeições.
5. PREPARO DO PACIENTE A
CIRÚRGICA
Antes da cirurgia, o paciente será submetido a vários
testes para garantir que se encontra em bom estado
de saúde para o procedimento. São eles:
exames de sangue;
imagem do estômago;
exame físico completo;
uma revisão da história médica completa.
Nestas consultas, o médico deve ser informado se o
paciente está tomando medicamentos. Devem ser
incluídos medicamentos de venda livre e suplementos.
É possível que seja necessário parar de tomar alguns
medicamentos antes da cirurgia.
6. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Cirurgia a céu aberto
Ela envolve uma única incisão
grande. O cirurgião vai
seccionar a pele, músculo e
tecido para acessar o estômago
Cirurgia laparoscópica
Essa é uma cirurgia
minimamente invasiva. O
cirurgião faz pequenas incisões
e utiliza ferramentas
especializadas. A dor é menor e
o tempo de recuperação é mais
rápido. A gastrectomia
laparoscópica é geralmente a
cirurgia a céu aberto. É uma
cirurgia mais avançada, com
uma menor taxa de
complicações.
7. TIPOS
Gastrectomia parcial
O cirurgião remove a metade inferior do estômago. Se houver presença de células
cancerosas, o cirurgião também pode remover os gânglios linfáticos próximos.
Nesta cirurgia, o duodeno será fechado. Em seguida, a parte restante do estômago
será puxada para baixo e conectada ao intestino. O duodeno é a primeira parte do
estômago.
Gastrectomia completa
Também chamada de gastrectomia total, este procedimento remove completamente o
estômago. O cirurgião conectará o esôfago diretamente ao intestino delgado. O
esôfago estende-se da parte inferior da garganta até o estômago.
Gastrectomia vertical ou em manga
Até três quartos do estômago podem ser removidos durante uma gastrectomia. A
parte restante é puxada para cima e suturada. Isto cria um estômago menor e mais
longo.
8. COMPLICAÇÕES
CIRÚRGICAS
Clínicas (trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar);
Cirúrgicas (sangramento, pancreatite aguda / fístula pancreática,
vazamento na anastomose gastrojejunal (emenda feita entre o
estômago e o jejuno), vazamento do coto duodenal (o duodeno é
fechado na sua parte proximal, nesta cirurgia), dumping (esvaziamento
gástrico rápido, provocando diarreia).
- Alterações no estilo de vida:
Devido à perda da capacidade de armazenamento do estômago, a
quantidade de alimentos que o paciente é capaz de ingerir não é mais a
mesma. Geralmente é necessária uma adaptação do hábito alimentar,
onde menores porções de comida são ingeridas mais freqüentemente.
A perda de peso é freqüente. O dumping melhora com o tempo.
9. PRÉ-OPERATÓRIO
O preparo pré-operatório otimiza a segurança e
os resultados da cirurgia . Solicita-se ao paciente
que se esforce para perder um pouco de peso
antes da cirurgia, pois alguns quilos a menos
podem oferecer melhores condições à anestesia
geral e à operação.
Nessa fase, também é obrigatório o
preenchimento do documento Consentimento
Informado, no qual o paciente reconhece estar
devidamente informado sobre os benefícios e
riscos da cirurgia.
No pré-operatório, o paciente deve realizar uma
série de exames, como endoscopia digestiva,
ultrassom abdominal e exames laboratoriais, além
de passar em consulta com os profissionais
obrigatórios: cirurgião, cardiologista, psiquiatra,
psicólogo e nutricionista.
10. PÓS-OPERATÓRIO
O paciente deve fazer consultas e exames laboratoriais
periódicos no pós-operatório, conforme o tipo de cirurgia e as
rotinas estabelecidas pela equipe responsável. Em caso de
comorbidades, elas devem ser acompanhadas por profissionais
especialistas nessas doenças.
No pós-operatório, recomenda-se ao paciente atividade física e
complemento vitamínico. E, nas operações abertas, recomenda-
se ainda o uso da faixa abdominal.
11. CUIDADOS E ORIENTAÇÕES
Recuperação pós-operatória:
No período pós-operatório imediato o paciente deve ficar na sala
de recuperação anestésica, quando bem acordado retorna para o
quarto. Após uma gastrectomia subtotal, a dieta é iniciada por boca
no 3o dia após a cirurgia, se o intestino estiver funcionando. No caso
de uma gastrectomia total, entre o 7o e 10o dia.
Se uma sonda nasoenteral tiver sido introduzida, a alimentação
pela sonda é iniciada no 2o dia após a cirurgia. Inicialmente o
paciente começa ingerindo alimentos líquidos, progredindo para
alimentos pastosos e sólidos. Antes do início da dieta é realizado um
exame onde o paciente ingere um contraste para verificação de
possíveis vazamentos. Os drenos são retirados no dia da alta, se
dosagem de amilase no líquido drenado for normal.
Tempo médio de internação:
• 5-7dias – gastrectomia subtotal
7-10 dias –gastrectomia total
12. IMPLICAÇÕES DO PACIENTE
Depois de voltar para casa, será necessário ajustar os
hábitos alimentares. Algumas modificações podem ser:
• fazer pequenas refeições no decorrer do dia;
• evitar alimentos ricos em fibras;
• comer alimentos ricos em cálcio, ferro e vitaminas C e D.
• Talvez sejam necessárias injeções regulares de vitamina
B-12.
Devido à perda da capacidade de armazenamento do
estômago, a quantidade de alimentos que o paciente é
capaz de ingerir não é mais a mesma. Geralmente é
necessária uma adaptação do hábito alimentar, onde
menores porções de comida são ingeridas mais
frequentemente. A perda de peso é frequente.
O dumping melhora com o tempo