O documento discute os conceitos de culpa e arrependimento à luz da Doutrina Espírita. Aponta que manter sentimentos de culpa pode ter graves consequências emocionais e psicológicas, e que é importante assumir responsabilidade pelos atos sem se autoculpabilizar. O autoperdão ilumina a consciência e permite reparar erros para seguir em frente de forma construtiva.
1. 1
A percepção da “culpa” tem
sido objeto de investigações e in-
fluências no amplo debate temá-
tico da Doutrina dos Espíritos e
das ciências psíquicas. Sabe-se
que são intermináveis e graves as
consequências da conservação da
“culpa” em nossa vida, podendo
alcançar indescritíveis destroços
emocionais, psicológicos, compor-
tamentais e morais.
A famosa “culpa” se consubs-
tancia numa sensação de angústia
adquirida após reavalia-
ção de um ato tido como
reprovável por nós mes-
mos, ou seja, quando
transgredimos as nor-
mas da nossa consciên-
cia moral.
Sob o ponto de vis-
ta religioso, a “culpa”
advém da transgres-
são de algo “proibido”
ou de uma norma de fé. A sanção
religiosa tange para a reprimenda
e condenações punitivas. A sinis-
tra “culpa” religiosa significa um
estado psicológico, existencial e
subjetivo, que indica a busca de
expiação de faltas ante o “sagrado”
como parte da própria autoilumi-
nação como experiência sectária.
Frequentemente a religião trata a
“culpa” como um sentimento im-
prescindível à contrição e à melho-
ria pessoal do infrator, pois o mes-
mo alcança a mudança apenas se
reconhecer como “pecaminoso”o
ato cometido.
Essa interpretação religiosa
não se compatibiliza com as pro-
postas espíritas, até
porque a “culpa” é uma
das percepções psíqui-
cas que não se deve
nutrir, por ser uma espé-
cie de mal-estar estéril,
uma inútil insatisfação
íntima. Em verdade,
quando nos culpamos
tolhemos todo o poten-
cial de nos manifestar
com segurança perante a vida.
A “culpa” tem perigosas matri-
zesnasexigênciasdeautoperfeição
que nos constrange a curvar-nos
diante de alguns atos equivocados.
Informativo Mensal do Posto de Assistência Espírita - Ano IV, Número 35 - Julho/2018.
Como enfrentar as
“culpas” sem desculpas?- Editorial / Jorge Hessen -
2. 2
Tal estado psicoemocional provoca
em nossa consciência alguns senti-
mentos prejudiciais tais como o au-
tojulgamento, a autocondenação e
a autopunição. Importa libertar-nos
das lamentações, dos processos
psicológicos de transferência da
“culpa”, da autocomiseração, das
condutas autopunitivas e assumir-
mos com calma a responsabilidade
pelos nossos próprios atos.
É verdade! O comportamen-
to autopunitivo causa gravíssimas
doenças emocionais, notadamente
a depressão. Atualmente a depres-
são é um colossal drama humano.
“Eu não mereço ser feliz”, “eu não
nasci para ser amado”, “ninguém
gosta de mim” etc. Aqui se manifes-
ta um comportamento autopunitivo
de complicado tratamento psicoló-
gico e espiritual. Neste caso a “cul-
pa” está punindo e aprisionando. O
culpado está acomodado na quei-
xa e na lamentação (pela “culpa”).
Mais amadurecido psicologicamen-
te poderia avançar pelo caminho
do autoperdão e capacitaria abrir
mais o coração para a vida.
Nas patologias depressivas,
muitas vezes há muito ódio guar-
dado no coração. Muitas vezes
oscilamos entre atos que geram
a artimanha do “desculpismo” e
ações que determinam a “culpa”.
Dependendo de como lidamos com
tais desafios, a “culpa” permanece
mais forte, produzindo situações
que embaraçam o estado psíqui-
co e emocional, razão pela qual
não nos podemos exigir perfeição,
inobstante, devemos fazer esfor-
ços contínuos de autoaperfeiçoa-
mento, afastando do “desculpismo”
que nada mais é do que uma porta
de escape para a fuga das próprias
obrigações.
Sim! É preciso que nos per-
doemos. O autoperdão ilumina a
consciência, predispondo-nos à re-
paração necessária a fim de reali-
zarmos o bem àqueles a quem fize-
mos o mal; praticarmos a bondade
em compensação ao mal praticado,
isto é, tornando-nos humildes se
temos sido orgulhosos, amáveis se
temos sido austeros, caridosos se
temos sido egoístas, benignos se
se temos sido perversos, laborio-
sos se temos sido ociosos, úteis se
temos sido inúteis.
Pensemos o seguinte: nós er-
ramos porque somos humanos ou
somos humanos porque erramos?
Na verdade, todos acertamos e er-
ramos, não há pessoas perfeitas na
Terra. Se fizermos as coisas cer-
tas nos regozijemos por isso, po-
rém se erramos sigamos em fren-
te e aprendamos com o erro, pois
quando aprendemos com os erros
eles se tornam o grande caminho
da lição e do crescimento interior.
Dessa forma, fica ilustrado que, se
errar é humano, diluir os erros e ter
resignação são as alavancas para
impulsionar a vida, para prosseguir
a marcha nas trilhas do bem, traba-
lhando e servindo, para reparar os
fracassos da caminhada.
3. 3
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Espaço da Codificação ............
O Livro dos Espíritos, questão 393
Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor
pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o
passado?
Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos
se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram
causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa
a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que
vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar,
ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos
que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente
de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforça-
rá pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie
de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no
pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos
assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais
das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes
de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala.
Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para
não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em
a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas
e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos
Espíritos, ao voltar para o meio deles.
Livro: O Consolador / Chico Xavier / FEB
Questão 336
O culpado arrependido pode receber da justiça divina o direito
de não passar por determinadas provas?
A oportunidade de resgatar a culpa já constitui em si mesma, um ato
de misericórdia divina, e, daí, o considerarmos o trabalho e o esforço
próprio como a luz maravilhosa da vida. Entendendo, todavia, a questão à
generalidade das provas; devemos concluir ainda, com o ensinamento de
Jesus, que “o amor cobre a multidão dos pecados”, traçando a linha reta da
vida para as criaturas e representando a única força que anula as exigências
da lei de talião, dentro do Universo infinito.
Refletindo
com Emmanuel
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- Mural do DIJ/PAE -
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