O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
A Missa: O Banquete da Redenção
1. A Missa
Uma abordagem para não-católicos
Orlando da Silva Junior
orlandodasilvajr@gmail.com
2. Pecado
• A compreensão do que é pecado é fundamental para
compreender a Missa.
• Pecado é toda “palavra, ato ou desejo contrário à lei
Eterna” (Santo Agostinho).
• Basicamente, cometemos pecado quando
transgredimos um dos 10 mandamentos.
• De modo simples, existem 2 categorias de pecados:
– Pecado mortal: são os pecados graves, cometidos
essencialmente contra os 10 mandamentos, diretamente
ou por suas variações;
– Pecado venial: são os pecados mais leves, vezes também
contra os 10 mandamentos
3. Pecado
• O pecado mortal nos tira da comunhão com
Deus, enquanto que o pecado venial apenas
enfraquece a nossa caridade.
• Quem está fora da graça, ou seja, quem está em
pecado mortal, não pode comungar na Missa.
• Para se livrar dos pecados veniais, muitas práticas
espirituais podem ser realizadas. Em certo
momento da Missa, por exemplo, os pecados
veniais são apagados.
• Porém, para estar purificado dos pecados
mortais, apenas a Confissão é válida.
4. Sacramento
• A Confissão é um dos sacramentos que Jesus instituiu.
• Um sacramento é um “sinal visível de uma realidade invisível” (Santo Agostinho). C
• Os sacramentos são graças especiais de Deus e são adquiridos ao longo da vida
cristã.
• São eles:
– Batismo: primeiro sacramento a ser recebido, purifica do pecado original e torna
a pessoa filha de Deus, permitindo sua entrada comunidade cristã;
– Crisma: é o sacramento que confirma o batismo, aumentando a graça já
recebida e revigorando os dons do Espírito Santo;
– Confissão: as graças anteriores podem ser enfraquecidas ao longo da vida. Por
isto, a Confissão se faz necessária. Ela perdoa os pecados cometidos e reintroduz
o fiel na vida cristã e sacramental;
– Matrimônio: é o sacramento que tornam o homem e a mulher “uma só carne”
(Gn 2, 24);
– Ordem: assim como o matrimônio, é um sacramento que confere uma graça
especial para uma missão particular. É o sacramento que institui os diáconos e os
sacerdotes (padres e bispos) da Igreja;
– Extrema unção: é o sacramento dos enfermos em perigo de morte. Prepara o
fiel para a passagem à Casa do Pai.
5. Sacramento
• Existem 7 sacramentos na Igreja católica. Os 6 descritos
anteriormente estão ordenados para o sacramento dos
sacramentos: a Eucaristia.
– “Todos os sacramentos estão ordenados para a Eucaristia.” (Sto.
Tomás de Aquino)
• A Eucaristia não é apenas um sinal de Deus, mas é o
próprio Deus. É o sacrifício do Corpo e do Sangue de Cristo
instituído por Ele mesmo na Última Ceia com seus
Apóstolos.
• Ou seja, não é um símbolo. Nela, Cristo está presente em
Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
– “Eu sou o pão da vida. Pois a minha carne é verdadeiramente
uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.” (Jo
6, 48;55)
6. Missa
• A Eucaristia pode ser expressa por diversos outros
nomes. Um deles é: Santa Missa.
• A Missa é a atualização do sacrifício incruento de
Cristo na Cruz.
– Atualização não porque seja um novo sacrifício, mas
porque atualiza, ou seja, torna atual, o sacrifício da Cruz.
– Incruento porque, desta vez, não há derramamento de
sangue, como houve no Calvário.
• Na Eucaristia, o pão se transubstancia em Cristo:
– “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em
memória de mim.” (Lc 22, 19)
– Os acidentes permanecem; as substâncias mudam.
7. Missa
• A celebração da Eucaristia
é incluída numa
cerimônia solene que está
prescrita por normas que
visam dispor as almas, os
lugares, os textos e os
ritos da melhor maneira
possível.
• Essa prescrição chama-se
liturgia e é o lugar de
encontro do homem com
Deus.
8. Ambiente
• Altar: é o símbolo do próprio Cristo, que é ao mesmo tempo
vítima sacrificial (sacrifício da Cruz) e alimento celeste (Última
Ceia).
• Crucifixo: relembra que a Ceia é inseparável do sacrifício.
• Velas: a chama da vela simboliza a fé cristã, que é abrasadora
e ilumina o mundo.
9. O Ritual
• Na Missa, aquilo que se reza é também aquilo
que nós cremos (lex orandi, lex credendi).
• O rito da Missa pode ser dividido assim:
– Ritos iniciais
– Liturgia da Palavra
– Liturgia Eucarística
– Ritos finais
10. Ritos Iniciais
• Os ritos que precedem a liturgia da palavra constituem o prólogo da Missa e
preparam os fiéis a ouvirem a Palavra e celebrarem a Eucaristia.
• São partes introdutórias:
*De pé
– Entrada: assim como Jesus foi bem recebido em Jerusalém (Lc 19), do mesmo
modo o celebrante é saudado pelos fiéis.
– Saudação: após reverenciar o altar, que representa Jesus, o celebrante sobe
até ele e o beija, restaurando a aliança com Deus pela Paixão de Cristo. A Missa
começa com a invocação à Santíssima Trindade (sinal-da-cruz sobre a
fronte), relembrando o motivo pelo qual a celebração é realizada.
– Ato Penitencial: é neste momento que os pecados veniais são perdoados. O
rito deste momento compõem de um profundo silêncio seguido da absolvição
sacerdotal;
– Kyrie: é a súplica do povo para se reconciliar com Deus;
– Glória: é o canto do anjo no berço do menino Jesus que nasceu (Lc 2, 14), a
alegria de saber que Deus quer a reconciliação;
– Oração coleta: exprime o caráter da celebração, cujas intenções são elevadas a
Deus. Representa as orações que Jesus fez em sua vida oculta.
11. Liturgia da Palavra
• A liturgia da Palavra conta a história da salvação. É o diálogo de Deus com
o homem.
• Pela Palavra, Cristo se faz presente, pois são Suas as palavras proclamadas.
*Sentados
• Primeira leitura: em geral, é uma passagem do Antigo Testamento que prefigura o
Salvador.
• Salmo: meditação da Palavra de Deus.
• Segunda leitura: leitura do Novo Testamento (em geral, das cartas de São Paulo).
Corresponde à instrução e correção de todos, como fazia São João Batista antes da
vinda de Jesus.
• Evangelho: é leitura de um dos 4 Evangelhos e simboliza a vida pública de Jesus.
*De pé
– Aleluia: é o cântico da pátria celeste. Prepara-nos para o anúncio da Boa
Nova;
– Sinal-da-cruz: Cristo morreu pela Verdade que devemos saber
(fronte), professar (lábios) e amar (coração).
12. Liturgia da Palavra
• Ainda compõem a liturgia da Palavra a Homilia, o Credo e as
orações dos fiéis.
*Sentados
• Homilia: explicação da Palavra de Deus pelo sacerdote, que realça
os pontos importantes das leituras e propõe a aplicação prática do
Evangelho na conversão diárias dos fiéis.
*De pé
• Credo: simboliza a Verdade única. É a oração que nos torna firmes
nos ensinamentos de Jesus e nos corrobora como filhos da Igreja
que aderem à mesma fé dos apóstolos. Com a recitação do Credo, o
povo adere às palavras do Salvador e à sua missão redentora.
• Oração universal: é a resposta do povo de Deus à Palavra recebida
na fé. São apresentadas preces pela salvação de todos.
13. Liturgia Eucarística
• Eucarístico significa “ação de graças”. Toda a liturgia
eucarística é uma ação de graças a Deus.
• É a parte mais importante da Missa, pois é nela que
Cristo vem à terra.
• Abrange outros pequenos ritos:
– Ofertório: apresentação dos dons ao Pai, do mesmo modo
como Cristo fez na Última Ceia (Lc 22, 17s);
– Consagração: Cristo vem ao mundo, sob as espécies de
Pão e Vinho! Depois de oferecermos nossos dons a
Deus, frutos da terra e do trabalho do homem, Ele nos
gratifica com o alimento que vem do Céu;
– Comunhão: preparação para o recebimento do alimento
celeste, que é alimento espiritual.
14. Ofertório
*Sentados
• O sacerdote prepara os dons que serão oferecidos a Deus: o pão e o vinho, símbolos
do alimento humano.
– O vinho, que representa a essência da humanidade de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, é derramado no cálice. Em seguida, é abençoada e derramada no cálice a
água, símbolo da lágrima dos homens arrependidos pelo pecado.
– O vinho não fica aguado, mas a água adquire cor, perfume e sabor. De igual modo, já não
somos nós que vivemos, mas é Cristo que vive em nós (Gl 2, 20).
• Antes de dar a Eucaristia aos apóstolos, Jesus lhes lava os pés (Jo 13, 10s). Na Missa, o
sacerdote purifica as mãos no rito do lavabo.
*De pé
• No monte das Oliveiras, Jesus pediu aos discípulos que vigiassem e orassem (Mc
14, 38). Após o lavabo, o sacerdote convida os fiéis a rezarem.
• Acordados para uma vida nova (de pé), os fiéis respondem ao celebrante, rezando a
Deus para que Ele reconheça o sacrifício realizado pelas mãos do sacerdote:
– “Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para a glória do Seu Nome, para o nosso bem
e de toda a Santa Igreja. ”: expõe as 2 principais finalidades da Missa: adorar a Deus; e
aplacar Sua justiça e receber Sua misericórdia.
15. Consagração
• Prefácio: é a reparação das blasfêmias a Nosso Senhor. Constitui a grande prece
Eucarística que convida os anjos do céu a cantarem o hino triunfal.
• Sanctus: é a entrada de Jesus em Jerusalém, montado num burrinho (Lc 19, 29-
31), sendo aclamado por todos como Filho de David! Neste momento, unem-se a
Igreja terrestre e a Igreja celeste para dar graças e louvores a Cristo Rei.
*De joelhos
• Consagração do Pão e do Vinho: nesta parte, Jesus é crucificado. Ele próprio se oferece
na cruz como vítima para a remissão dos pecados. A narrativa não é passada, mas
atual, porque o sacerdote se coloca na pessoa de Cristo (in persona Christi). Eis o
mistério da fé! Quando a hóstia é apresentada aos fiéis, ela já não é mais pão, mas
verdadeiro Corpo de Cristo: o mesmo Corpo levantado na Cruz e visto pelos olhos da
multidão que acompanhava a morte do Senhor.
– TOMAI TODOS E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS
*De pé
• Orações de intercessão: expressa que a Eucaristia é celebrada em comunhão com
toda a Igreja, Céu e terra, vivos e mortos, que são chamados a tomar parte na
Redenção e Salvação conquistada pelo Sangue de Cristo.
16. Comunhão
• Toda a celebração conduz à Comunhão, que é o momento que aproxima os
fiéis à mesa do banquete. Antes de comungarem o Corpo do Senhor, os fiéis
são preparados por 3 ritos:
• Pai-Nosso: é a oração ensinada pelo próprio Jesus, que mostra
como pedir ao Pai o pão de cada dia.
• Rito da Paz: aqui, a Igreja implora a paz e a unidade para si
própria e para toda a família humana. É comum ainda que o rito
da paz seja seguido por alguma expressão gestual realizada entre
os fiéis.
• Fração do Pão: o sacerdote parte o pão, o mesmo gesto de Cristo
na Ceia. A fração do Pão é o lado transpassado de Cristo na
Cruz, cujo Corpo, unido agora ao Sangue, é sepultado. Esse rito é
acompanhado do canto do Agnus Dei (Cordeiro de Deus), símbolo
da ressurreição de Cristo e da Sua misericórdia.
• Após esses ritos, o sacerdote comunga o Corpo e Sangue do Senhor e
distribui o Corpo aos fiéis, que agradecem de joelhos ou sentados pelo
alimento salutar dado pelo próprio Deus e que é o próprio Deus. Os cantos
de comunhão simbolizam a alegria dos apóstolos em ver o Senhor
ressuscitado.
17. Ritos finais
• Os ritos finais encerram a Missa.
• Podem conter alguns avisos rápidos da
comunidade.
• Mas as principais partes são:
*De pé
– A saudação e a bênção sacerdotais, que pedem a
Deus que se permaneça na vida de cada um aquilo
que se celebrou. Simboliza a descida do Espírito Santo
sobre os Apóstolos; e
– A despedida, que simboliza a abertura da Igreja ao
mundo, onde todos os fiéis, agora instruídos, são
chamados à missão.