1. Vitaminas e antioxidantes
Doenças e estados carencias
14/07/2003
Doenças carenciais: também denominadas avitaminoses, estas doenças são causadas pela inexistência
de aporte ao organismo, de uma quantidade suficiente de uma vitamina específica por um período de
tempo prolongado.
Estados carenciais: também denominados pré-carenciais ou sub-carências, são conseqüência do aporte
insuficiente de determinadas vitaminas devido ao estilo de vida moderna ou a determinadas situações
individuais. O organismo recebe apenas parcialmente a quantidade de vitaminas necessária para estar
em boas condições.
A relação entre o aparecimento de sinas clínicos no ser humano e a falta de determinadas substâncias
na alimentação conduziu, primeiramente, à noção de vitamina e de avitaminose. A demonstração da
função das vitaminas, e da importância das mesmas, realizou-se posteriormente, através da reprodução
das manifestações carenciais, mediante a instauração de um regime de carência no animal e estudando
o desaparecimento, mais ou menos célere, das ditas manifestações, com a reintrodução no regime da
substância em causa. Na maioria dos casos, a administração da substância vitamínica é seguida por uma
melhora clínica espetacular; não obstante, em determinadas ocasiões, as lesões são demasiado grandes
ou encontram-se numa fase demasiado avançada para que se produza uma restitutio ad integrum. As
lesões oculares do tipo de uma queratomalacia, secundárias a uma carência de vitamina A, constituem o
exemplo mais típico de lesão irreversível que conduz a uma fibrose.
É, pois, de extrema importância que os primeiros sinais de uma carência vitamínica sejam investigados e
diagnosticados precocemente. Com efeito, em muitos casos, as manifestações clínicas características de
uma avitaminose só se tornam visíveis após um vasto período de tempo de evolução da carência. Num
primeiro tempo, observa-se apenas uma redução das reservas vitamínicas, a que se segue o
desaparecimento das mesmas, antes que as alterações secundárias à inativação de determinadas
coenzimas se tornem visíveis e perceptíveis a nível celular. Só muito mais tarde é que surgem os sinais
clínicos típicos.
Através de um estudo realizado com voluntários, que aceitaram submeter-se a um regime sem vitamina
B1, foi demonstrado que o aparecimento das alterações celulares é precedida por um período de 5 a 10
dias, no decorrer do qual as reservas são consumidas, enquanto os sinais da carência tiamínica só se
tornam clinicamente perceptíveis ao fim de cerca de 6 meses (ver gráfico).
Nos últimos 30 anos, as investigações centraram-se, provavelmente de modo demasiado exclusivo, no
estudo das avitaminoses declaradas (doenças carenciais). Porém, seria, sem dúvida, mais interessante
tentar diagnosticar primeiro os sintomas menores, ou seja, os indicadores de uma pré-carência (estado
carencial).
De fato, nos dias que correm, à excepção de condições de vida especialmente difíceis ou de
circunstâncias excepcionais, é muito raro encontrar-se um quadro clínico característico de uma
avitaminose confirmada.
Quando a carência se prolonga e quando se verifica um esgotamento das reservas do organismo, de
importância variável consoante as vitaminas em causa, o mais habitual é que surjam manifestações
clínicas não específicas, sob a forma de astenia inexplicável, falta de apetite com perda de peso, insônias
ou irritabilidade. Este estado pode prolongar-se de forma quase indefinida, ao longo de um vasto período
de latência, sem que nunca se observe o aparecimento dos sinais característicos de uma avitaminose
declarada.
Estes estados carenciais são conhecidos há já muito tempo. Na maioria dos casos, tratam-se de
carências complexas ou multicarenciais associadas, regra geral, a uma deficiência de oligoelementos,
alguns dos quais desempenham, tal como as vitaminas, a função de catalisadores.
Os estados carenciais referidos permitem explicar a persistência de determinadas condições físicas
precárias, uma redução da resistência às infecções e todo um conjunto mal definido de sintomas
desconexos e de evolução rápida, cuja etiologia é sempre difícil de precisar.
Sempre que não se dispõem de provas biológicas e de métodos elaborados de determinação, mostra-se
difícil proceder ao diagnóstico destes estados de sub-carência. Em muitos casos, o diagnóstico é
confirmado através da rapidez com que todos os sintomas melhoram ou desaparecem quando se
instaura a terapêutica; com efeito, para a elaboração de um determinado diagnóstico, é indispensável
conhecer a freqüência dos diversos estados de sub-carência e saber se, em caso de evolução, podem
conduzir a lesões muito complexas, inclusivamente irreversíveis, a nível celular.
2. IMPORTANTE
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e
receitar remédios.
As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem
apenas caráter educativo.