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Adaptação, dano e morte celular
              Resumo – Patologia geral
                      Robbins
               Introdução á Patologia
         Patologia significa, literalmente, o estudo
        (logos) do sofrimento (pathos). Mais
    especificamente, é uma disciplina que liga as
  ciências básicas á prática clínica e se devota ao
estudo das alterações estruturais e funcionais que
ocorrem nas células, tecidos e órgãos decorrentes
   de doenças. Usando-se técnicas moleculares,
  microbiológicas, imunológicas e morfológicas, a
patologia tenta explicar as causas e os motivos dos
  sinais e sintomas que os pacientes manifestam
 fornecendo, ao mesmo tempo, uma base racional
      para a abordagem clínica do tratamento.
• Tradicionalmente, o estudo da patologia
  está dividido em patologia geral e
  patologia sistêmica ou especial. A
  patologia geral aborda as reações básicas
  das células e dos tecidos aos estímulos
  anormais relacionados ás doenças,
  enquanto a sistêmica examina as
  respostas específicas de órgãos e tecidos
  especializados a estímulos
  moderadamente definidos. Neste livro,
  primeiro abordamos os princípios da
  patologia geral e depois as doenças
  específicas e como elas afetam
  determinados órgãos e sistemas. Os
  quatro aspectos das doenças que formam
• Etiologia (causa). O conceito de que
  certos sintomas anormais ou doenças são
  “causados” é tão velho quanto a própria
  história da humanidade. Para os árcades
  (2500 a.C.), se alguém ficasse doente, a
  culpa era do próprio doente (por ter
  cometido um pecado) ou de agentes
  externos como maus odores, frio, maus
  espíritos ou deuses. Atualmente,
  consideramos que existam duas classes
  principais de fatores etiológicos:
  intrínsecos ou genéticos, e adquiridos
  (isto é, infeccioso, nutricional, químico,
  físico). Entretanto, o conceito de um
  agente etiológico para uma doença –
  desenvolvido a partir do estudo de
  doenças infecciosas ou causadas por
• Patogenia. A patogenia se refere á sequência
  de eventos da resposta das células ou dos
  tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo
  inicial até a expressão final da doença em si.
  O estudo da patogenia permanece sendo um
  dos principais ramos da patologia. Mesmo
  quando a causa inicial, infecciosa ou
  molecular, é desconhecida, ela está muito
  distante da expressão da doença
  propriamente dita. Por exemplo, entender a
  fibrose cística significa conhecer não somente
  o gene defeituoso e seu produto, mas também
  os eventos bioquímicos, imunológicos e
  morfológicos que levam á formação dos cistos
  e da fibrose nos pulmões, pâncreas e em
Devido aos avanços tecnológicos, tem-se
 tornado cada vez mais possível ligar
 anormalidades moleculares específicas a
 doenças e usar esse conhecimento para
 desenvolver novos procedimentos
 terapêuticos. Por essas razões, nunca o
 estudo da patologia foi mais estimulante
 cientificamente ou mais relevante para a
 medicina.Alterações morfológicas. As
 alterações morfológicas referem-se ás
 alterações estruturais nas células ou nos
 tecidos que são característicos da doença
 ou levam ao diagnóstico do processo
 etiológico.
O exercício da patologia diagnóstica se
 dedica a identificar a natureza e a
 progressão das doenças por meio do
 estudo de alterações morfológicas nos
 tecidos e de alterações químicas nos
 pacientes. As limitações da morfologia no
 diagnóstico das doenças se tornaram
 mais evidentes recentemente, e o campo
 da patologia diagnóstica se expandiu para
 englobar abordagens moleculares
 biológicas e imunológicas na análise das
 doenças.
Isso é muito mais evidente no estudo de tumores
  – carcinoma de mama e tumores de linfócitos,
  que são morfologicamente idênticos, mas
  podem apresentar uma evolução, resposta
  terapêutica e prognóstico em diversos – do que
  em qualquer outra área. Análises moleculares
  usando técnicas como o micro-arranjo de DNA
  começaram a revelar diferenças genéticas que
  influenciam o comportamento dos tumores.
  Cada vez mais essas técnicas têm sido
  utilizadas para expandir, e mesmo superar,
  métodos morfológicos tradicionais.
• Desordens funcionais e manifestações
  clínicas. A natureza das alterações
  morfológicas e sua distribuição nos
  diversos órgãos e tecidos influencia a
  função normal e determina as
  características clínicas (sinais e
  sintomas), curso e prognóstico de uma
  doença.
  Virtualmente todas as formas de lesões
  aos órgãos começam com alterações
  moleculares ou estruturais nas células,
  um conceito que foi elaborado
  inicialmente no século XIX por Rudolph
  Virchw,
conhecido como o pai da patologia
  moderna. Consequentemente,
  começaremos nossas deliberações sobre
  a patologia com o estudo das origens,
  mecanismos moleculares e alterações
  estruturais da lesão celular. Porém, as
  diversas células nos tecidos interagem
  constantemente umas com as outras,
  sendo necessário um sistema elaborado
  de matriz extra-celular para manter a
  integridade dos órgãos. As interações
  célula-célula e célula-matriz contribuem
  significativamente para a resposta ás
  lesões levando, em conjunto, á lesão
  tecidual e do órgão,
que são tão importantes quanto o dano
  celular na definição dos padrões
  morfológicos e clínicos da doença.
Revisão: respostas celulares ao
  estresse e aos estímulos nocivos
   A célula normal está confinada, pelos
  programas genéticos de seu metabolismo,
  diferenciação e especialização, a uma
  variação muito limitada de função e
  estrutura; pela repressão das células
  vizinhas; e pela disponibilidade de
  substratos metabólicos.
Entretanto, ela é capaz de lidar com
 exigências fisiológicas normais, mantendo
 um estado estável chamado de
 homeostasia. Estresses fisiológicos mais
 severos e alguns estímulos patológicos
 podem desencadear um grande número
 de adaptações celulares fisiológicas e
 morfológicas durante as quais são
 alcançados novos estados de
 estabilidade, porém alterados,
 preservando a viabilidade da célula e
 modulando suas funções, conforme ela
 responde a tais estímulos.

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Adaptação, dano e morte celular

  • 1. Adaptação, dano e morte celular Resumo – Patologia geral Robbins Introdução á Patologia Patologia significa, literalmente, o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Mais especificamente, é uma disciplina que liga as ciências básicas á prática clínica e se devota ao estudo das alterações estruturais e funcionais que ocorrem nas células, tecidos e órgãos decorrentes de doenças. Usando-se técnicas moleculares, microbiológicas, imunológicas e morfológicas, a patologia tenta explicar as causas e os motivos dos sinais e sintomas que os pacientes manifestam fornecendo, ao mesmo tempo, uma base racional para a abordagem clínica do tratamento.
  • 2. • Tradicionalmente, o estudo da patologia está dividido em patologia geral e patologia sistêmica ou especial. A patologia geral aborda as reações básicas das células e dos tecidos aos estímulos anormais relacionados ás doenças, enquanto a sistêmica examina as respostas específicas de órgãos e tecidos especializados a estímulos moderadamente definidos. Neste livro, primeiro abordamos os princípios da patologia geral e depois as doenças específicas e como elas afetam determinados órgãos e sistemas. Os quatro aspectos das doenças que formam
  • 3. • Etiologia (causa). O conceito de que certos sintomas anormais ou doenças são “causados” é tão velho quanto a própria história da humanidade. Para os árcades (2500 a.C.), se alguém ficasse doente, a culpa era do próprio doente (por ter cometido um pecado) ou de agentes externos como maus odores, frio, maus espíritos ou deuses. Atualmente, consideramos que existam duas classes principais de fatores etiológicos: intrínsecos ou genéticos, e adquiridos (isto é, infeccioso, nutricional, químico, físico). Entretanto, o conceito de um agente etiológico para uma doença – desenvolvido a partir do estudo de doenças infecciosas ou causadas por
  • 4. • Patogenia. A patogenia se refere á sequência de eventos da resposta das células ou dos tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo inicial até a expressão final da doença em si. O estudo da patogenia permanece sendo um dos principais ramos da patologia. Mesmo quando a causa inicial, infecciosa ou molecular, é desconhecida, ela está muito distante da expressão da doença propriamente dita. Por exemplo, entender a fibrose cística significa conhecer não somente o gene defeituoso e seu produto, mas também os eventos bioquímicos, imunológicos e morfológicos que levam á formação dos cistos e da fibrose nos pulmões, pâncreas e em
  • 5. Devido aos avanços tecnológicos, tem-se tornado cada vez mais possível ligar anormalidades moleculares específicas a doenças e usar esse conhecimento para desenvolver novos procedimentos terapêuticos. Por essas razões, nunca o estudo da patologia foi mais estimulante cientificamente ou mais relevante para a medicina.Alterações morfológicas. As alterações morfológicas referem-se ás alterações estruturais nas células ou nos tecidos que são característicos da doença ou levam ao diagnóstico do processo etiológico.
  • 6. O exercício da patologia diagnóstica se dedica a identificar a natureza e a progressão das doenças por meio do estudo de alterações morfológicas nos tecidos e de alterações químicas nos pacientes. As limitações da morfologia no diagnóstico das doenças se tornaram mais evidentes recentemente, e o campo da patologia diagnóstica se expandiu para englobar abordagens moleculares biológicas e imunológicas na análise das doenças.
  • 7. Isso é muito mais evidente no estudo de tumores – carcinoma de mama e tumores de linfócitos, que são morfologicamente idênticos, mas podem apresentar uma evolução, resposta terapêutica e prognóstico em diversos – do que em qualquer outra área. Análises moleculares usando técnicas como o micro-arranjo de DNA começaram a revelar diferenças genéticas que influenciam o comportamento dos tumores. Cada vez mais essas técnicas têm sido utilizadas para expandir, e mesmo superar, métodos morfológicos tradicionais.
  • 8. • Desordens funcionais e manifestações clínicas. A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diversos órgãos e tecidos influencia a função normal e determina as características clínicas (sinais e sintomas), curso e prognóstico de uma doença. Virtualmente todas as formas de lesões aos órgãos começam com alterações moleculares ou estruturais nas células, um conceito que foi elaborado inicialmente no século XIX por Rudolph Virchw,
  • 9. conhecido como o pai da patologia moderna. Consequentemente, começaremos nossas deliberações sobre a patologia com o estudo das origens, mecanismos moleculares e alterações estruturais da lesão celular. Porém, as diversas células nos tecidos interagem constantemente umas com as outras, sendo necessário um sistema elaborado de matriz extra-celular para manter a integridade dos órgãos. As interações célula-célula e célula-matriz contribuem significativamente para a resposta ás lesões levando, em conjunto, á lesão tecidual e do órgão,
  • 10. que são tão importantes quanto o dano celular na definição dos padrões morfológicos e clínicos da doença. Revisão: respostas celulares ao estresse e aos estímulos nocivos A célula normal está confinada, pelos programas genéticos de seu metabolismo, diferenciação e especialização, a uma variação muito limitada de função e estrutura; pela repressão das células vizinhas; e pela disponibilidade de substratos metabólicos.
  • 11. Entretanto, ela é capaz de lidar com exigências fisiológicas normais, mantendo um estado estável chamado de homeostasia. Estresses fisiológicos mais severos e alguns estímulos patológicos podem desencadear um grande número de adaptações celulares fisiológicas e morfológicas durante as quais são alcançados novos estados de estabilidade, porém alterados, preservando a viabilidade da célula e modulando suas funções, conforme ela responde a tais estímulos.