Olá, somos o Projeto Entrelinhas, idealizadores do e-book "Entrelinhas: O que acontece onde não se pode ver?"; Este, por sua vez, tem o objetivo de conscientizar e propor leituras e práticas para trabalhar com alunos de 1º a 4º ano, visando a prevenção do abuso sexual infantil.
2. O EBOOK "ENTRELINHAS" É
DESENVOLVIDO POR UM GRUPO DE
DISCENTES DE PEDAGOGIA, PARA
VOCÊ, QUE TEM ALUNOS DO 1º AO
4º ANO E GOSTARIA DE TRABALHAR
A PREVEÇÃO DO ABUSO SEXUAL
INFANTIL COM SEUS ALUNOS.
ESTE, POR SUA VEZ, CONTA COM
ORIENTAÇÕES SOBRE COMO O
ABUSO OCORRE, SUAS
CONSEQUÊNCIAS, COMO
DENUNCIAR E SUGESTÕES DE
TRABALHO DESTE TEMA EM SALA
DE AULA.
QUERIDO
PROFESSOR,
3. ESPERAMOS QUE ESTE EBOOK
TE AJUDE A AJUDAR SUAS
CRIANÇAS E TORNAR O MUNDO
CADA VEZ MAIS SEGUROS PARA
TODAS ELAS.
LEMBRE-SE SEMPRE DE
UTILIZAR A ESCUTA ATENTA E A
EMPATIA.
E AH! SE FOR UTILIZAR NOSSO
CONTEÚDO, BASTA
REFERENCIAR, A ORIENTAÇÃO
ESTARÁ NA PAGINA SEGUINTE!
4. COSTA, ILVERTE; DALLAQUA,
MARIANA; XAVIER, MIKAELLA;
FERNANDES, TRICIA.
ENTRELINHAS: O QUE
ACONTECE ONDE NÃO SE
PODER VER?. SÃO PAULO 2021.
COMO
REFERENCIAR
NOSSO TRABALHO
5. Sumário
O QUE É VIOLÊNCIA
SEXUAL?....................................7
QUEM PROTEGE A CRIANÇA E
AO ADOLESCENTE?....................8
QUAIS SÃO OS TIPOS DE
VIOLÊNCIA SEXUAL?................10
QUEM SÃO OS
ABUSADORES?.........................13
COMO IDENTIFICAR QUE UMA
CRIANÇA SOFREU
ABUSO?...................................14
AS CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO
SEXUAL....................................23
ONDE DENUNCIAR?.................29
6. COMO POSSO AJUDAR?...........33
SUGESTÕES DE LIVROS E
PRÁTICAS.................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........49
AGRADECIMENTO....................50
REFERÊNCIAS...........................51
7. O QUE É VIOLÊNCIA
SEXUAL?
O abuso sexual é um ato grave de
violência contra criança que
ocorre quando um adulto ou
adolescente mais velho sexualiza
uma criança com objetivo de se
satisfazer, ou satisfazer outra
pessoa, não necessariamente se
trata do contato fisico com a
genital da criança, mas também
de caricias em locais
inapropriados, exposição a
conteudo erotico ou sexual, falas
de natureza sexual, exibicionismo
ou prática de voyeurismo (ato de
observar outra pessoa nua sem
que ela saiba ou tenha
consentido).
7
8. QUEM PROTEGE A
CRIANÇA E AO
ADOLESCENTE?
8
Além do previsto na constituição
federal, existem leis especificas
que dão suporte e proteção as
crianças e adolescentes.
Na constituição federal, o artigo
227 prevê ser dever da família e
do estado assegurar direitos
básicos para o bem viver da
criança e do adolescente. O inciso
4º diz que a lei punirá
severamente o abuso, a violência
e a exploração sexual da criança
e do adolescente.
9. 9
Com a Lei 8.072, de 25 de julho de
1990, o estupro e o atentado
violento ao pudor passaram a ser
considerados crimes hediondos;
·Os autores de crimes hediondos
não têm direito a fiança, indulto
ou diminuição de pena por bom
comportamento.
No artigo 5º, o ECA especifica que
nenhuma criança deverá sofrer
negligência discriminação,
exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado.
Além disso, alguns artigos do código
penal, citam crimes como estupro,
atentado violento ao pudor, sedução,
corrupção de menores e pornografia.
Algumas Informações importantes:
10. 10
QUAIS SÃO OS
TIPOS DE
VIOLÊNCIA
SEXUAL?
A violência sexual se divide em
duas formas: 1) Abuso Sexual e 2)
Exploração sexual. A diferença
está no fato de que na
exploração sexual, há uma
utilização sexual de crianças e de
adolescentes com fins comerciais
e lucrativos. Quase sempre
existe a participação de um (a)
aliciador (a), ou seja, alguém que
lucra intermediando a relação
com o usuário e o cliente.
(ARIQUEMES, 2018)
11. 11
O Abuso Sexual é caracterizado
pela relação sexual entre um
adulto e uma criança, visando
satisfazer o desejo pessoal.
Geralmente, os adultos ou
adolescente que praticam o
abuso, o fazem por meio da
coação.
A Exploração Sexual ocorre
quando crianças são
persuadidas, seja por meio de
violência física ou psicológica, a
manterem relações sexuais com
pessoas mais velhas ou atuarem
em vídeos pornográficos, a
diferença é que neste caso, há o
envolvimento de fins lucrativos,
têm-se como objetivo ganhar
dinheiro com o ato.
12. 12
Ser forçado(a) a tocar nos órgãos
sexuais de outra pessoa;
Também se caracteriza por
violência sexual:
Um comentário, um contato ou
uma interação de natureza sexual
indesejados, ou a sua tentativa,
mas quando os atos sexuais
acontecem com uma criança ou
jovem que tenha menos de 14 anos,
não interessa se esta pessoa
mostrou ou não vontade de se
envolver sexualmente com alguém
– a Lei indica que isto é sempre
crime.
Além disso:
Ser penetrado(a) por via oral,
vaginal ou anal por pênis, por
outras partes do corpo (ex: dedos)
ou objetos, ou ser obrigado(a) a
fazer isto com outra pessoa.
13. QUEM
SÃO
OS
ABUSADORES?
13
Quando se trata de abuso
sexual infantil, não existe
nenhuma regra que caracteriza
o abusador, pode ser qualquer
pessoa, homem ou mulher,
adolescente ou idoso, o crime
sexual pode vir de qualquer
um.
Porém, na grande maioria dos
casos registrados, o crime é
cometido por um parente ou
alguém de confiança da
família, que tem fácil acesso a
criança.
14. COMO
IDENTIFICAR
QUE UMA
CRIANÇA
SOFREU ABUSO?
14
Geralmente, as vítimas
demonstram uma grande
variedade de comportamentos
enquanto crescem, mas esteja
alerta para mudanças nas
emoções e comportamentos
que parecem fora do comum
em seu filho (a) ou aluno (a).
Esteja alerta, mas não seja
alarmista – esses são
indicadores possíveis, não
sinais indiscutíveis.
15. Mudança de comportamento:
Se a criança /adolescente
nunca agiu de determinada
forma e, de repente, passa a
agir; se começa a apresentar
medos que não tinha antes –
do escuro, de ficar sozinha ou
perto de determinadas
pessoas; ou então mudanças
extremas no humor: era ‘super
extrovertida’ e passa a ser
muito introvertida. ‘Era super
calma e passa a ser agressiva’.
Como a maioria dos abusos
acontece com pessoas da
família, às vezes, apresentam
rejeição a essa pessoa, fica em
pânico quando estão perto
dela. E a família estranha: 'Por
que você não vai
cumprimentar fulano? Vá lá!'.
15
16. Proximidade excessiva:
Se ao chegar à casa de
familiares ou conhecidos, a
criança desaparece por horas
brincando com um primo mais
velho, tio ou padrinho ou se é
alvo de um interesse incomum
de adultos da família em
situações em que ficam
sozinhos sem supervisão, é
preciso atenção. Muitas vezes,
o abusador manipula
emocionalmente a vítima que
nem sequer percebe estar
sendo vítima naquela etapa da
vida, o que pode levar ao
silêncio por sensação de culpa.
Essa culpa pode se manifestar
em comportamentos graves no
futuro como a autolesões e até
ideias suicidas ou suicídio.
16
17. Regressão:
A vítima pode apresentar
comportamentos que já
havia abandonado, como
fazer xixi na cama ou
voltar a chupar o dedo. Ou
ainda começar a chorar
sem motivo aparente. Se
isolar com medo, não ficar
perto de amigos, não
confiar em ninguém, não
sorrir ou usar roupas
incompatíveis com o clima
como mangas longas,
capuz (pode ser sinal de
autolesão) ou fugir de
qualquer contato físico.
17
18. Segredos:
Para manter o silêncio da
vítima, o abusador pode
fazer ameaças de violência
física e de expor fotos suas.
É comum também que usem
presentes, dinheiro ou outro
tipo de benefício material
para construir a relação
com a vítima. É preciso
explicar aos filhos ou alunos
que nenhum adulto ou
criança mais velha deve
manter segredos com ela
que não possam ser
compartilhados com adultos
de confiança, como a mãe
ou o pai.
18
19. Hábitos:
Uma vítima de abuso
também apresenta
alterações de hábito
repentinas. Pode ser desde
um mau desempenho
escolar, falta de
concentração recusa a
participar de atividades,
mudanças na alimentação
(anorexia, bulimia),
distúrbio do sono como
pesadelos e insônias, medo
de ficar sozinha e mudança
na aparência e forma de se
vestir.
19
20. Questões de sexualidade:
As vítimas podem reproduzir o
comportamento do abusador
em outras
crianças/adolescentes. Como
exemplo, chamar os
amiguinhos para brincadeiras
que têm algum cunho sexual,
fazer desenhos que mostram
genitais ou ainda apresentar
comportamentos como: em vez
de abraçar um familiar, dá
beijo e acaricia onde não deve.
Também pode usar palavras
diferentes das aprendidas em
casa para se referir às partes
íntimas – nesse caso, vale
perguntar onde seu filho
aprendeu tal expressão.
20
21. Questões físicas:
Existem situações em que a
criança/adolescente acaba até
mesmo contraindo infecções
sexualmente transmissíveis
ou gravidez. Deve-se ficar
atento a possíveis
traumatismos físicos, lesões
que possam aparecer, roxos
ou dores e inchaços nas
regiões genitais ou anal,
roupas rasgadas, vestígios de
sangue ou esperma, dores ao
evacuar ou urinar. Dores
inespecíficas como abdominal,
cefaleia, em membros,
torácica (afastadas as
hipóteses biológicas) podem
indicar sinais de alerta.
21
22. Negligência:
Muitas vezes, o abuso sexual
em crianças vem
acompanhado de outros tipos
de maus tratos que ela sofre
em casa, como a negligência.
Filhos que passam horas sem
supervisão ou que não tem o
apoio emocional da família,
com o diálogo aberto com os
pais, estarão em situação de
maior vulnerabilidade a este
tipo de abuso ou outros. Ou
tempo em excesso de tela –
podendo ser vítimas de apelos
sexuais pela internet.
22
23. AS
CONSEQUÊNCIAS
DO ABUSO
SEXUAL...
As consequências do abuso
sexual para a criança podem
ser divididas em físicas,
emocionais, sexuais e sociais
(comportamento interpessoal)
Além disso, a literatura refere-
se a comportamentos
indicadores de vitimização
sexual, úteis para o
diagnóstico, que são os
próprios efeitos do abuso
sexual.
23
24. Segundo Furniss (1993) e
Knutson (1995), o grau de
severidade dos efeitos do
abuso sexual varia de acordo
com:
·A idade da criança no início do
abuso sexual: não se sabe em
qual idade há maior prejuízo;
·Duração do abuso: algumas
evidências sugerem que maior
duração produz consequências
mais negativas;
·O grau de violência: uso de
força pelo perpetrador resulta
em consequências mais
negativas tanto a curto como a
longo prazo;
24
25. ·A diferença de idade entre a
pessoa que cometeu o abuso e
a vítima: quando maior a
diferença, mais grave são as
consequências;
·A importância da relação
entre abusador e vítima:
quanto maior a proximidade e
intimidade, piores as
consequências - também
apontado por Kendall-Tackett,
Williams e Finkelhor (1993);
·A ausência de figuras
parentais protetoras e de
apoio social: nesses casos, o
dano psicológico é agravado;
·O grau de segredo e de
ameaças contra a criança.
25
26. ·Kendall-Tackett, Williams e
Finkelhor (1993) analisaram os
estudos recentes sobre os efeitos
do abuso sexual e dividiram as
consequências de acordo com as
idades pré-escolar (0 a 6 anos),
escolar (7 a 12 anos) e
adolescência (13 a 18 anos).
Os sintomas mais comuns em pré-
escolares são: ansiedade,
pesadelos, transtorno de stress
pós-traumático e comportamento
sexual inapropriado.
Para as crianças em idade
escolar, os sintomas mais comuns
incluem: medo, distúrbios
neuróticos, agressão, pesadelos,
problemas escolares,
hiperatividade e comportamento
regressivo.
26
27. Na adolescência, os sintomas
comuns são: depressão,
isolamento, comportamento
suicida, autoagressão,
queixas somáticas, atos
ilegais, fugas, abuso de
substâncias e
comportamento sexual
inadequado.
Sintomas comuns às três
fases de desenvolvimento
são: pesadelos, depressão,
retraimento, distúrbios
neuróticos, agressão e
comportamento regressivo.
Isso leva a pensar em efeitos
a longo prazo causados pela
experiência de abuso sexual
na infância.
27
28. "...Ter vivido um trauma físico e
psicológico faz com que a vítima
questione sua capacidade de
defender-se... Ela aprende a odiar
seu corpo porque ele a faz lembrar
de más experiências. Ela tem
respostas dissociadas, apresenta
dificuldade de intimidade e é
emocionalmente distante. Ela
aprende que não pode controlar
seu corpo e que outra pessoa pode
tocá-la sem o seu consentimento...
Ela não confia na sua memória,
nos seus pensamentos e no seu
senso de realidade. Essas
conseqüências afetam não só a
vítima, mas também a sociedade
em geral porque uma criança
traumatizada torna-se
eventualmente um adulto que
pode adotar comportamentos
agressivos ou passivos para
resolver as situações e o estresse."
(Blanchard, 1996, p.7)
28
29. No brasil, o principal canal de
denúncia é o número 100, no qual a
denúncia é feita de forma anônima, via
telefone e encaminhada aos órgãos de
proteção, defesa e responsabilização
em direitos humanos, respeitando as
competências de cada órgão.
Há também outras opções, como
ONG’s que atuam na proteção a
infância, como a ChildFund Brasil,
que propõe o apadrinhamento
financeiro de crianças de todas as
partes do país, visando propor
auxílio à crianças em situação de
vulnerabilidade social, proteger seus
direitos humanos e sociais,
erradicando a violência, seja ela de
qualquer tipo.
ONDE
DENUNCIAR?
29
30. Para saber mais sobre o projeto de
apadrinhamento financeiro e conhecer
melhor o fundo, basta acessar o site
“https://www.childfundbrasil.org.br/”.
Figura 1 - Página Inicial ChildFund. (Fonte: https://www.childfundbrasil.org.br/)
A Safernet acolhe denúncias de crimes que
acontecem contra os direitos humanos na
internet, incluindo pornografia infantil e
tráfico de pessoas, trabalhando para
promover a conscientização de como usar a
internet de maneira livre e segura, sempre
resguardando os princípios da liberdade e
dos Direitos Humanos. (Safernet, 2010)
Por meio deste site é possível denunciar de
forma online, sites, comentários, imagens,
vídeos ou qualquer tipo de mídia digital que
faça alusão ou apresente abuso sexual de
crianças e adolescentes. O site é intuitivo e,
ao clicar em “denuncie”, abre-se uma nova
aba que solicita o link que o usuário deseja
denunciar.
30
31. O conselho tutelar também é um dos órgãos que
auxilia na proteção de crianças e adolescentes,
sendo responsável por atender as vítimas de
abuso, acolher as famílias e, também, afastá-las
quando necessário. Além disto, é o órgão que
pode usar das forças da lei para proteger as
vítimas e punir seus agressores. É possível
encontrar o conselho tutelar mais próximo
pesquisando na internet “Conselho Tutelar + o
nome sua cidade”.
Para os professores, ao receberem um relato
feito por uma criança, devem-se preparar para
uma escuta ativa e empática, esclarecendo para
a criança de que forma poderá ajudá-la, de
forma que a criança não se sinta traída ou
desconfie do processo. Além disso, o educador
deve procurar não encurralar ou fazer muitas
perguntas para a criança, deixando com que ela
conte até onde se sinta confortável. É
importante anotar, se possível, as informações
dadas pela criança, pois pode servir de provas
legais como testemunha neste processo.
Figura 2 - Página Inicial Safernet. (Fonte: https://new.safernet.org.br/)
31
32. Se a direção não quiser assumir a
denúncia, que poderia fazer o
professor?
Mais uma vez, é importante ressaltar que
o educador que ouvir relato de violência
sexual ou suspeitar da sua ocorrência
deve procurar ajuda. Ouvir crianças que
sofrem violências pode ser angustiante.
Ajudá-las poderá ser difícil sem apoio da
equipe de trabalho. É preferível que a
direção da escola assuma a tarefa da
notificação. Caso a direção da escola se
omita ou decline de fazê-lo, é importante
lembrar que a notificação é obrigatória e
a responsabilidade do profissional de
educação é intransferível e pode ser
legalmente cobrada. (MEC, 2014, p. 71)
Desta forma, o caso deve ser
encaminhado ao conselho tutelar mais
próximo, contando com o apoio de
professores e da direção escolar, visando
manter a criança segura, anônima para os
curiosos e devidamente assistida.
32
33. COMO POSSO
AJUDAR?
E chegando até esta parte do livro.
você, professor, deve estar se
perguntando de que forma pode
ajudar seus alunos. Além de
denunciar e oferecer apoio ao
aluno que ocasionalmente sofra
algum abuso, você poderá
trabalhar atividades que mostrem
as crianças, modos sutis de evitar
ou relatar um abuso, caso
aconteça.
Nas próximas páginas, daremos
sugestões de histórias e atividades
lúdicas para trabalhar este tema
de forma simples e direta,
protegendo e dando suporte as
suas crianças.
33
35. 35
A camara dos deputados brasileira,
desenvolveu o site “Plenarinho – O jeito
criança de ser cidadão” , que aborda diveros
temas sociais como o abuso sexual inafntil,
questões raciais, bullying, capacitismo,
diversidade, entre outros.
Na edição de número 2, do ano cinco, a
história em quadrinhos da turma do
plenarinho lida com o sumiço de diversas
crianças do bairro, descobrindo no final que
se tratava de um esquema de “trasnformar”
crianças em bonecos, fzendo alusão ao
trafico de crianças com o objetivo de
comercializá-las sexualmente. A revistinha,
claro, aborda o tema de forma lúdica, sem
evidenciar o ato, mas mostrando que se
trata de um crime.
Figura 3 - Capa da HQ "Turma do Plenarinho", nº 2, ano 5.
(Fonte: https://plenarinho.leg.br/wp-
content/uploads/2020/07/Exploracao_Sexual_Julho_2020.pdf)
36. Você, docente, pode realizar uma atividade
extremamente simples, promovendo uma
roda de leitura e conversa sobre a história.
Após isto, pode-se solicitar que os alunos
façam um texto curto sobre o tema da
história, ilustrando com um desenho a parte
que mias chamou a atenção. A atividade é
indicada para alunos do ensino fundamental
I, ou seja, de 1º a 4º ano, adaptando a escrita
a cada turma.
A propria história em quadrinhos apresenta
atividades e passatempos após a história,
caso queira, pode-se trabalhar com elas
também.
36
Figura 4 - Animação Isabela Todabela. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uy_HlR5cQFI
Nesta animação, também do site Plenarinho,
conheceremos a história de Isabela, uma
menina muito bonita e que adorava
conversar, até mesmo com seu vizinho mais
velho Rodolfo. Isabela se vê diante de uma,
37. situação de abuso sexual e, graças a
orientação e conversas com os pais,
conseguem pedir ajuda e escapar desta
situação.
A sugestão de atividade, neste caso, é
reproduzir a animação em sala de aula e
pausar exatamente no momento em que a
menina se dá conta de que está diante de
uma situação de abuso sexual, questionando
os alunos e propondo que, em grupos de 4
alunos, escrevam um final para a história,
pensando em formas de finalizar a história
de forma positiva.
37
Conta a história de uma tartaruga que
foi vítima de abuso sexual, mas não
consegue contar para ninguém.
Figura 5 - O segredo da Tartanina.
(Fonte: https://www.tartanina.org.br/loja/)
38. 38
Nesta obra, somos apresentados a
Leila, um filhote de jubarte, vítima de
abuso sexual, que após muita angústia
e sofrimento, encara seu trauma e se
liberta de seu abusador o
denunciando.
Tanto "O segredo da Tartanina" quanto
"Leila" são ótimas opções de leitura
para iniciar uma roda de conversa
sobre confiança, saber quem são os
adultos em que os alunos confiam e o
porquê, identificar comportamentos de
crianças que são ou foram vítimas de
abuso sexual e até mesmo encoraja-las
a contarem sobre seu abusador, assim
como fizeram as personagens dos
livros.
Figura 6 - Leila. (Fonte:
https://www.amazon.com.br/Leila-Tino-
Freitas/dp/8594680333)
39. 39
Figura 7 - A mão boa e a mão boba. (Fonte:
https://www.lojaeditoraramalhete.com.br/produto/3
16501/a-mao-boa-e-a-mao-boba)
Livro criado com intuito de ajudar
tanto os pais quanto as crianças a
diferenciarem toques de carinho e
toques abusivos e orientar os
responsáveis a ouvirem e identificarem
pedidos de socorro vindos de suas
crianças.
Para os educadores, o ideal seria que
ao ler este livro para as crianças,
desenvolvesse com elas atividades
lúdicas para reforçar os ensinamentos
da leitura realizada, enfatizando onde
as crianças não devem ser tocadas.
Abaixo, uma atividade desenvolvida
por nós, idealizadores, que o professor
pode realizar com seus alunos:
40. As imagens
representam
as peças do
jogo, composto
por dois
personagens,
Clarissa e
Henrique
cartas com
certo e errado
e polegares
representando
positivo e
negativo.
40
Figura 8 - peças do jogos; (Fonte: do Autor).
Figura 9 - Momentos do jogo. (Fonte: do Autor.
41. A seta branca
deverá
apontar para
um local
escolhido pela
professora e
cada grupo de
crianças deve
discutir se o
toque é de
carinho ou
abusivo,
indicando com
os polegares e
cartas de certo
ou errado.
Figura 10 - Momentos do jogo. (Fonte: do Autor.
Figura 11 - Meu corpo, meu corpinho! (Fonte:
https://www.amazon.com.br/Meu-corpo-corpinho-
Roseli-Mendon%C3%A7a/dp/65092201X)
41
42. Com rimas, o livro fala de forma leve
sobre consentimento, explica quais
são as partes íntimas, orienta como
cuidar do próprio corpo e fala sobre
a importância de ter um adulto de
confiança com quem a criança se
sinta segura para falar sobre seus
sentimentos e se expressar
livremente.
Como educador, ao apresentar este
livro aos alunos, seria interessante
realizar atividades que enfatizem o
conhecimento de seus corpos, e a
importância de falar não, dando
exemplos de situações hipotéticas
onde dizer não seria necessário.
42
Figura 12 - Não me toca seu boboca! (Fonte:
https://www.amazon.com.br/N%C3%A3o-me-toca-
seu-boboca/dp/8595260036)
43. O livro conta a história da valente
Ritoca, que reconhece uma situação
de violência e mostra como se
defender. A autora mostra situações
nas quais as crianças não devem se
submeter, de forma simples e direta
para que nossas crianças
identifiquem e denunciem.
Para fortalecer o aprendizado que o
livro busca trazer, damos a sugestão
para que os professores peçam as
crianças um breve relato do que
entenderam ou acharam do livro, se
gostaram ou não, e o motivo da
resposta.
43
Figura 12 - Tom, Elis e Chico. (Fonte:
https://www.pirulitei.com.br/tag/livro-tom-elis-e-
chico/)
44. A história narra como os 3 irmãos
perdem a alegria quando um tio que
parecia ser legal, faz ‘’brincadeiras’’
malvadas com as mãos dele que
machucam os macaquinhos.
Buscando proteger as crianças,
incentivamos que, após a leitura, os
responsáveis conversem com as
crianças o que elas acharam do livro,
ilustrando com um desenho a parte
que acharam mais relevante ou
marcante.
44
Figura 13 - Precisamos falar sobre isso.
(Fonte:https://www.amazon.com.br/Precisamos-
Preven%C3%A7%C3%A3o-viol%C3%AAncia-
inf%C3%A2ncia-infantil/dp/6590048207)
45. Este livro é um kit (2 livros em 1)
composto pelo Manual do Adulto e o
Livro Infantil. O manual do adulto é
indicado para pais, profissionais,
educadores e todos os adultos
interessados no tema. Através desse
manual compreenderá essa
problemática de saúde pública, o
que é o abuso sexual e quais as
formas de abuso, perfil do abusador,
sinais de alerta, consequências do
abuso, perigos na internet, mitos e
como agir diante da revelação do
abuso.
O livro infantil é indicado para
crianças a partir dos 4 anos. Todo
ilustrado, interativo, as crianças se
identificam com os personagens.
45
Figura 14 - Jogo da memoria e ilustração do corpo do livro "Precisamos falar
sobre isso". (Fonte: https://www.instagram.com/vivikids_educativo/)
46. 46
Figura 15 - Pipo e Fifi. (Fonte:
https://www.amazon.com.br/Pipo-Fifi-Paranaense-
Caroline-Arcari/dp/8592468205)
O livro é uma ferramenta de proteção,
que explica às crianças a partir de 4 anos
conceitos básicos sobre o corpo,
sentimentos e emoções. De forma simples
e descomplicada, ensina a diferenciar
toques de amor de toques abusivos,
apontando caminhos para o diálogo,
proteção e ajuda. O livro apresenta
também atividades interativas, para
desenvolver conceitos e promover a
reflexão. Sabe-se que a informação é a
forma mais eficaz de prevenção da
violência sexual infantil, diminuindo a
vulnerabilidade das crianças. Crianças
bem-informadas crescem mais seguras e
felizes e estarão preparadas para os
desafios da atualidade, em que
ferramentas como a TV e a internet fazem
parte do seu cotidiano.
47. guia mostra como nem sempre toques e
caricias são sinônimos de amor e que há
pessoas mal-intencionadas que utilizam
destes gestos para machucar as crianças,
assim o guia busca ajudar professores e
responsáveis a como abordar este
delicado tema de forma lúdica e saudável.
47
Figura 16 - Meu corpo é especial. (Fonte:
https://www.paulus.com.br/loja/meu-corpo-e-
especial-um-guia-para-que-a-familia-converse-sobre-
abuso-sexual_p_1536.html)
Figura 17 - Segredo Segredíssimo. (Fonte:
https://www.amazon.com.br/Segredo-
Segred%C3%ADssimo-Odivia-Barros-
ebook/dp/B07VKQ9KLL)
48. O conto apresenta como Alice
ajuda sua amiga Adriana a
criar coragem para denunciar
um tio que queria fazer
‘’brincadeiras’’ de gente grande
com ela.
Nós educadores e responsáveis
precisamos conscientizar
nossas crianças de toque e
brincadeiras que não devem
ocorrer, explicar para elas que
caso ocorra, ela não tem culpa
e deve procurar ajuda.
Diferente de outros livros
sobre abuso sexual, este
mostra como uma criança
ajuda a outra após identificar a
situação de abuso e como a
família procede após saber do
ocorrido.
48
49. 49
E aí, gostou das nossas dicas?!
Não se limite apenas às sugestões
de leitura postas aqui, procure
sempre se atualizar e buscar
novos materiais!
Trabalhando sempre com muita
empatia e cuidado, deixaremos
nossas crianças seguras e
protegidas.
50. De nós, os idealizadores, o
nosso muito obrigado por ter
lido até aqui.
Esperamos que nosso trabalho
possa, de alguma forma, ajudar
em sua atuação docente e no
trabalho contra o abuso sexual
infantil.
Faça bonito, proteja nossas
crianças e adolescentes.
50
51. REFERÊNCIAS
[1] Agência Patrícia Galvão. Três Crianças
Ou Adolescentes São Abusadas
Sexualmente No Brasil A Cada Hora.
Disponível em:
<https://agenciapatriciagalvao.org.br/viol
encia/violencia-sexual/tres-criancas-ou-
adolescentes-sao-abusadas-sexualmente-
no-brasil-a-cada-hora/>. Acesso em: 16 de
maio de 2021.
[2] Cartilha Abuso Sexual. Conselho da
Criança. Disponível em:
<http://www.conselhodacrianca.al.gov.br/
sala-de-imprensa/publicacoes/Cartilha-
abuso.pdf>. Acesso em: 15 de mar de
2021.
[3] CATRACA LIVRE. Como denunciar
casos de abuso infantil e como orientar a
criança. Disponível em:
<https://catracalivre.com.br/cidadania/co
mo-denunciar-abuso-infantil/>. Acesso
em: 16 de maio de 2021.
51
52. [4] Chega de Silêncio: enfrentando a violência
sexual contra crianças e adolescentes / Alcilene
de Souza Araújo Conroy, Eliane Melnic Vieira.
Ariquemes: Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social, 4.ed. 2018.
[5] CHILDFUND BRASIL. Página Inicial.
Disponível em:
<https://www.childfundbrasil.org.br/>. Acesso
em: 16 de maio de 2021.
[6] CHILDHOOD. Tipos de abuso sexual de
crianças e adolescentes. Disponível em:
<https://www.childhood.org.br/tipos-de-abuso-
sexual-de-criancas-e-
adolescentes#:~:text=Eles%20podem%20ser%2
0legalmente%20tipificados,podem%20ser%20co
nsiderados%20abuso%20sexual>. Acesso em:
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[7] HERDY, Thiago. ESTATÍSTICAS - Três crianças
ou adolescentes são abusadas sexualmente no
Brasil a cada hora. Ministério Público do
Paraná, 2020. Disponível em:
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hora.html>. Acesso em: 15 de mar de 2021.
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53. [8] KOLLER, Elena Silvia e AMAZARRAY, Mayte
Raya. Alguns aspectos observados no
desenvolvimento de crianças vítimas de abuso
sexual. Disponível em:
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script=sci_arttext&pid=S0102-
79721998000300014>. Acesso em: 16 de maio
de 2021.
[9] MEC. Guia Escolar. Disponível em:
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em: 16 de maio de 2021.
[10] Ministério divulga dados de violência
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Federal, 2020. Disponível em:
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divulga-dados-de-violencia-sexual-contra-
criancas-e-adolescentes>. Acesso em: 16 de
mar de 2021.
[11] MOREIRAS, Lígia. ABUSO SEXUAL NA
INFÂNCIA – Quem São Os Abusadores? Como
Identificar Sinais? O Que Fazer. Disponível em:
<http://portal.cientistaqueviroumae.com.br/abu
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que-fazer/>. Acesso em: 16 de maio de 2021.
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sexual contra crianças. Disponível em:
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Acesso em: 16 de maio de 2021.
[13] MPSC. Legislação Específica. Disponível em:
<https://www.mpsc.mp.br/combate-a-violencia-
e-a-exploracao-sexual-infanto-
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maio de 2021.
[14] Projeto CARE. O que é Violência Sexual.
Disponível em:
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[15] SAFERNET. Página Inicial. Disponível em:
<https://new.safernet.org.br/>. Acesso em: 16
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[16] TJRR. Como identificar os sinais de abuso
sexual em crianças e adolescentes – Parte 2.
Coordenadoria da Infância e Juventude.
Disponível em:
<https://www.tjrr.jus.br/cij/index.php/noticias/4
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em-criancas-e-adolescentes-parte-2>. Acesso
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