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VOLUNTARIADO
     EDUCATIVO
COLEÇÃO JOVEM VOLUNTÁRIO, ESCOLA SOLIDÁRIA

            Adair Aparecida Sberga




                                             1
EXPEDIENTE


             AUTOR
                     Adair Aparecida Sberga


             COORDENAÇÃO DO PROJETO
                  Maria Eugenia da Costa Sosa
                  Sílnia Nunes Martins



             PROJETO GRÁFICO
                    Linea Creativa


             REVISÃO DE TEXTO
                    Fátima Mendonça Couto



             COLABORADORES
                   Ana Maria Marchi
                   Katia Regina Gonçalves
                   Maria Gisela Gerotto
                   Maria Lúcia Meirelles Reis
                   Priscila Fonseca Cruz



             IMPRESSÃO
                    Gráfica Editora Modelo Ltda.



             REALIZAÇÃO
                    Editora Fundação EDUCAR DPaschoal
                    www.educardpaschoal.org.br
                    Instituto Faça Parte - Brasil Voluntário
                    www.facaparte.org.br




2
JOVEM VOLUNTÁRIO,
  ESCOLA SOLIDÁRIA   Caros educadores e educadoras,


                     Existem hoje milhares de voluntários anônimos que
                     doam parte de seu tempo às mais variadas causas e
                     iniciativas. São jovens, universitários, professores, em-
                     presários e pessoas da terceira idade que de alguma
                     forma estão engajados num processo de transformação
                     social para construir um país melhor.


O Instituto Faça Parte – Brasil Voluntário valoriza todas essas ações. Nes-
te livro, entretanto, queremos destacar o voluntariado jovem, não só
como uma forma de melhorar realidades, mas especialmente como um
processo de formação educativa. O jovem pró-ativo, envolvido em ações
voluntárias, contribui com a sua comunidade, mas, mais do que isso,
torna-se um cidadão mais consciente e competente em relação à sua
vida profissional e social.

Gostaria de agradecer à professora Adair Ap. Sberga, que há muito tem-
po acredita nesta causa, e agora, junto com o Instituto Faça Parte, está
nos ajudando a disseminar a importância do voluntariado educativo.



                                                                  Milú Villela
                                           Presidente do Instituto Faça Parte




                                                                                 3
“A educação tem de servir a um projeto da sociedade como um todo.”

                                                            Bernardo Toro




    SOBRE O AUTOR
    Adair A. Sberga, natural de Araras (SP), é religiosa da Congregação das
    Irmãs Salesianas. Formada em Filosofia, História e mestre em Educação
    pela Universidade Pontifícia Salesiana, de Roma. Desde a juventude de-
    dicou-se ao trabalho com crianças, adolescentes e jovens de bairros
    populares, favelas, conjuntos de mutirões de construção de casas popu-
    lares e em organizações com populações de cortiços. Atuou como pro-
    fessora de ensino fundamental e médio, lecionando Filosofia, História e
    Ensino Religioso. Participou do Congresso Internacional do Voluntariado
    (Vides) na Itália, em 2000. Atualmente é vice-diretora e orientadora
    pedagógica no Instituto Coração de Jesus, de Santo André (SP), e coor-
    denadora da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) do Estado de São
    Paulo. É autora do livro Voluntariado jovem – construção da identidade
    e educação sociopolítica (São Paulo: Salesiana, 2001).




4
APRESENTAÇÃO
               Determinação, persistência, paixão e entusiasmo são marcas
               da juventude. Se incentivarmos os jovens a colocar sua força a
               serviço de causas sociais, eles poderão não só aprender a ser
               mais competentes e seguros, como também ajudar a cons-
               truir um mundo mais solidário, humano e fraterno. Ao receber
               o estímulo adequado, podem usar suas competências cola-
               borando para melhorar a sociedade.

               A professora Adair tem contribuído muito, ajudando-nos a re-
               fletir sobre o papel da escola e do professor em relação ao
               voluntariado e sobre a importância da formação educativa do
               jovem através de projetos sociais. Essas questões são chaves
               se temos o desejo de viver num Brasil melhor.

                                             Fundação EDUCAR DPaschoal




                                                                                5
ÍNDICE:



              Introdução ............................................................................ 7


              Voluntariado jovem ........................................................... 9

                   Centralidade no educativo .............................................. 10

                   Construção da identidade e
                   educação sociopolítica ...................................................... 12

                   Características da identidade do
                    jovem voluntário ................................................................. 14

                   Como evitar riscos de instrumentalização ............... 15


              O papel do educador ................................................... 16


              A força educativa do grupo......................................... 18


              Promover a cultura da solidariedade ...................... 20


              Onde e como ser voluntário? .................................... 21


              Exemplos de voluntariado que podem
              ser realizados nas escolas........................................... 22


              Conclusão ......................................................................... 24


              Fundação EDUCAR ........................................................ 26


              Instituto Faça Parte ......................................................... 27




6
INTRODUÇÃO
             Considerando a realidade sociocultural e os muitos desafios
             e situações conflitivas em que o jovem vive, o voluntariado
             se apresenta como um espaço alternativo não só de inser-
             ção social e compromisso de cidadania responsável, mas
             também como uma proposta que ajuda o jovem a conhecer
             a si mesmo e a descobrir suas potencialidades.

             Dessa forma, o voluntariado é uma alternativa para todo jo-
             vem que sonha com um mundo diferente, mais justo e igua-
             litário, que se preocupa com a gravidade dos problemas so-
             ciais e que gosta de mobilizar forças amigas para idealizar
             projetos em vista do bem social.

             Quem nunca realizou um trabalho solidário talvez não saiba
             a felicidade que esse gesto provoca nos voluntários e nas
             pessoas beneficiadas, e a riqueza humanitária que ele pro-
             move no ambiente social.

             No Brasil, desde 1997 o voluntariado vem se articulando em
             nível nacional e conquistando um grande público: foram
             implantados muitos Centros de Voluntariado, em vários es-
             tados do país; foi instituída a Lei 9.608, que rege o serviço
             voluntário; foi estabelecido o 5 de dezembro como o dia
             nacional do voluntário; em 2001, o I Congresso Brasileiro do
             Voluntariado abriu um debate teórico e metodológico sobre
             a necessidade de se consolidar o voluntariado em nossa
             realidade; e surgiram várias publicações relacionadas a esse
             assunto, dirigidas a diferentes segmentos da sociedade.

             Essas iniciativas e outras propostas de ação solidária promo-
             vidas pelo voluntariado têm contribuído para o aprimoramento
             das reflexões sobre o papel do cidadão no atual contexto
             social e facilitado a conscientização sobre o novo conceito




                                                                             7
de cidadania, caracterizando-a como cidadania ativa. Nesse sentido, o
    voluntariado é concebido como um ato cívico e uma forma de preservar
    a democracia. Sua implantação numa sociedade tem a função não só
    de colaborar nos serviços humanitários e educacionais, mas de ajudar
    na transformação das políticas públicas sociais.

    Com este livro pretendemos incrementar o tema da pedagogia social e
    reforçar essa proposta que muitas escolas já realizam, contando com a
    colaboração de educadores que se preocupam com a formação do alu-
    no e com a melhoria da qualidade de vida da população. O desafio
    consiste em formar não apenas pessoas críticas, mas cidadãos conscien-
    tes e dispostos a arregaçar as próprias mangas, pois sabem que o gesto
    voluntário e as idéias solidárias podem ajudar a melhorar significativa-
    mente a vida de milhares de seres humanos.

    Portanto, contamos com os educadores que vestem a camisa do
    voluntariado e participam da experiência de incentivar e formar outros
    voluntários adolescentes e jovens. Com certeza estarão fazendo a sua
    parte e colaborando para que se difunda a Cultura do Voluntariado em
    todas as regiões do nosso país.




8
JOVEM
VOLUNTARIADO
                   É importante afirmar que o voluntariado jovem “não é um
                   apêndice do voluntariado adulto, mas um modo original de
                   empenho da juventude”.1

                  Apesar de muitas pessoas considerarem o voluntariado como
                  uma atividade mais voltada para os adultos – pois esses são
                  mais bem preparados para oferecer um serviço que requer
                  competências profissionais, mais resistentes ao sofrimento e
                  mais capazes de fazer escolhas maduras –, é possível com-
                  provar quanto os jovens são receptivos e entusiasmados para
                  realizar ações de compromisso solidário. Mas para que o
                  voluntariado jovem possa dar frutos duradouros, é preciso que
                  eles sejam preparados para essa função social. Pensando nessa
                  questão, G. Milanesi e G. de Nicolò, dois sociólogos italianos,
                  recomendaram que o voluntariado realizado por jovens tives-
                  se um caráter diferente daquele realizado por adultos. Cria-
                  ram, assim, a proposta do voluntariado educativo, ou seja,
                  uma ação solidária preocupada com a formação do jovem vo-
                  luntário.

                  Seus princípios fundamentam-se na formação integral do jo-
                  vem voluntário, na inserção social, no dinamismo e na alegria
                  que ele sente por fazer o bem aos outros. É um voluntariado
                  de ação e reflexão, um espaço de educação sociopolítica, que
                  ajuda no desenvolvimento do senso crítico, na conscientização
                  sobre os direitos humanos e sociais, no respeito às diferenças
                  culturais e no testemunho e vivência da solidariedade. A
                  preocupação central não é tanto o serviço a ser prestado, mas
                  a formação e a qualificação do jovem enquanto desempenha
                  sua atividade de voluntário.




1 SBERGA, Adair Aparecida. Voluntariado jovem: construção da identidade e educação
sociopolítica. São Paulo, Editora Salesiana, 2001, p. 160.




                                                                                     9
Segundo essas características, o voluntariado jovem é uma experiência
     com fisionomia própria, com conteúdos e métodos alternativos elabora-
     dos segundo as necessidades de formação do jovem.

     É importante recordar que o jovem vive um momento precioso de for-
     mação e estudo. É o tempo de construir a própria identidade, de crescer
     humana e espiritualmente, de encontrar o sentido da própria vida e o
     valor das próprias atitudes e comportamentos. Portanto, o voluntariado
     não é uma forma de preencher o tempo livre, mas uma proposta formativa
     que consegue perceber e privilegiar os recursos e as energias dos jo-
     vens – que precisam ser orientadas e, uma vez despertadas, se tornam
     um rio de possibilidades, um modelo de atuação que contagia, envolve
     e cativa a energia de outros jovens.

     O educador pode auxiliá-los a compreender que ser voluntários não é
     bicho-de-sete-cabeças, e que eles podem fazer isso com facilidade. Deve-
     se ter boa vontade, procurar uma organização ou formar um grupo de
     amigos, e começar a discutir sobre as necessidades prementes da cida-
     de, do bairro, da rua ou da escola. Observando e analisando a realidade
     em que vivem, usando a criatividade e o bom senso, os jovens vão
     perceber os desafios mais urgentes, vão conversar, procurar ajuda e
     descobrir como cada um pode dar a sua parcela de contribuição. Não
     importa se a ação vai ser pequena: aos poucos as sementes lançadas
     vão contribuir para fazer frutificar em nosso país a cultura do voluntariado.


     Centralidade no educativo

     Como já dissemos, o voluntariado jovem é centralizado no aspecto
     educativo, seja como conteúdo, seja como método. Para isso, é neces-
     sário se perguntar: o que significa educar, e como educar hoje, no con-
     texto da sociedade pós-moderna?

     Educação é um termo “antigo” e sempre novo, que provém da palavra
     latina “educere” (“tirar para fora”, “desenvolver”). Hoje se redescobriu a



10
importância dos recursos individuais e de cada cultura, e que a promo-
ção desses recursos por meio da educação – ou seja, o desenvolvimen-
to do ser humano – é que gera o progresso da humanidade. A educa-
ção, portanto, busca condições e meios mais idôneos para desenvolver
e orientar as potencialidades individuais.

É dentro dessa dinâmica que se entende que o voluntariado educativo é
uma proposta de formação que propicia o amadurecimento dos jovens
através de experiências de solidariedade e compromisso. Em primeiro
lugar, no confronto com a comunidade e com outros companheiros, que
vivem experiências significativas de engajamento solidário, eles são moti-
vados a buscar dentro de si mesmos suas melhores possibilidades.

Em segundo lugar, no voluntariado jovem existe uma interação entre
educação e prevenção. Procura-se prevenir os educandos do perigo, do
sofrimento, da malandragem. Não basta evitar que o mal (moral, físico,
cultural, psíquico) lhes ocorra. É preciso também pô-los diante do peri-
go, de modo racional, porque assim eles podem crescer. Então, preve-
nir não é somente evitar o mal, mas antecipar o bem, a maturidade,
colocando in moto as potencialidades na realização das propostas e
acompanhando de modo inteligente a realidade pessoal e a atuação
social dos educandos. Quando se descobre a relação entre a educação
e a prevenção, o voluntariado é enriquecido e os jovens são estimula-
dos não só a ser cidadãos, mas a qualificar as propostas de valores
humanos e éticos.

Em terceiro lugar, o voluntariado educativo se preocupa em elaborar
conteúdos alternativos – como a responsabilidade, a solidariedade, a
participação com metodologias avançadas, isto é, com experiências que
se transformam em exercício de democracia, de cidadania ativa.

Legitimado pela educação, o voluntariado jovem estimula o crescimen-
to pessoal, a capacidade de autocrítica e o dinamismo para interferir na
qualidade da vida social.




                                                                             11
Construção da identidade e educação sociopolítica

     O jovem que está passando por uma fase particular de desenvolvimen-
     to biopsicossocial necessita de uma proposta que propicie tanto o ama-
     durecimento da sua personalidade quanto a sua inserção social.

     O voluntariado, realizado por meio de um engajamento numa associa-
     ção e na prestação de um serviço gratuito e solidário, pode suprir essa
     necessidade, constituindo um agente eficaz na construção da identida-
     de do jovem. E uma vez que este adquire certa participação social e
     descobre o valor e a utilidade das suas ações em prol da felicidade de
     outras pessoas, também constrói novas motivações e sentidos para a
     própria existência.

     São muitos os depoimentos de voluntários que falam da própria
     experiência, por meio da qual aprenderam tantas coisas, cresceram
     humana e socialmente e amadureceram mais do que em outros perío-
     dos longos da vida. Embora tenham iniciado a ação solidária pensando
     somente em dar e servir, logo se deram conta de que enriqueciam,
     recebendo mais do que davam. Na verdade, para muitos essa
     experiência se torna uma escola de vida.

     Por isso, o voluntariado educativo é uma ação social altamente
     recomendável a todos, e de grande validade na fase juvenil. Com sua
     proposta formativa, ele

     • propicia a descoberta de si mesmo, de suas riquezas humanas e de
     suas potencialidades;

     • desperta para o espírito de lideranças e trabalho em grupo;

     • contribui para o aumento da autonomia, orientada para a responsabi-
     lidade pessoal e social;

     • favorece o amadurecimento afetivo por meio do exercício do aperfei-
     çoamento na capacidade de amar e na disponibilidade de doar-se;




12
• orienta para o futuro, propiciando o desenvolvimento da capacidade
positiva de projeção, que funciona como um eixo estruturador da perso-
nalidade e como motivação para a elaboração de projetos, a
reconsideração das próprias escolhas, o empenho no bem do próximo,
a reflexão sobre o sentido da vida, etc.

O voluntariado efetuado gratuita e solidariamente leva, naturalmente, o
jovem a dar um novo e profundo significado à própria vida e à dos
demais, acelerando o processo da construção da sua identidade e fa-
zendo-o compreender que, ajudando aos outros, ajuda a si mesmo.

Outro aspecto é o voluntariado como escola de educação sociopolítica.
Nessa área pode-se destacar:

• a educação para a responsabilidade como exigência moral, destinada
a despertar a consciência do educando de modo a sensibilizá-lo em
relação ao próprio destino e ao destino do outro a ele confiado;

• a educação para a cultura da solidariedade como compromisso ético
para com a eqüidade social;

• a educação para a cidadania ativa, que constitui a cultura da convivên-
cia social, a gratuidade nas diversas formas de participação, e motiva a
qualidade social;

• a educação para o empenho político, que significa colocar-se a serviço
do outro, solidarizar-se com ele e comprometer-se na defesa e promo-
ção dos direitos humanos.

Acredita-se, assim, que a partir da interação entre a construção da iden-
tidade e a educação sociopolítica, o jovem incorpore em si a identidade
do voluntário, empenhando-se por uma nova qualidade de vida tanto
pessoal quanto social.




                                                                            13
Características da identidade do jovem voluntário

     O jovem voluntário é impulsionado por um grande amor às causas hu-
     manitárias, e por isso luta contra toda forma de pobreza e exclusão,
     defende a dignidade e os direitos humanos e exercita a cidadania, bus-
     cando soluções concretas para os problemas sociais.

     Alguns elementos o caracterizam:

     • a gratuidade e a espontaneidade do empenho, realizado sem fins
     lucrativos ou partidários;

     • a participação no serviço oferecido à comunidade, com a intenção de
     criar um ambiente mais humano e feliz;

     • a continuidade do serviço, compreendendo que esse é o aspecto que
     distingue o voluntariado das “boas ações”;

     • o compromisso social e político, fundamentado na convicção de que a
     verdadeira mudança da sociedade não virá em proporção ao número
     de serviços prestados, mas na medida em que a população se torna
     participante das decisões e das ações que se referem a ela mesma.

     Portanto, o voluntariado vivido na gratuidade e na solidariedade leva os
     jovens a compreenderem que “a porta da felicidade se abre do lado de
     fora; quem força para abri-la em sentido contrário acaba fechando-a
     cada vez mais”, como dizia Kierkegaard. Assim, ser voluntário é assumir
     uma nova postura de vida, um novo modo de ser e de viver. Ser volun-
     tário não é somente realizar um determinado serviço, mas aprender,
     através do exercício do amor humano, uma forma mais consciente de
     viver a própria vida em sociedade.




14
Como evitar riscos de instrumentalização

O voluntariado não pode prejudicar o tempo de estudo ou de trabalho
do jovem. Tudo tem que estar bem casado, para que todas as partes
saiam ganhando e as atividades sejam exercidas com muita responsabi-
lidade e dedicação.

É importante não confundir a ação solidária com o “trabalho escravo” não
retribuído ou a mão-de-obra barata que serve de base de sustentação a
determinada economia. Na instituição, por exemplo, o voluntário é convi-
dado a doar algumas horas por semana, e não oito horas todos os dias,
como faria um funcionário. Voluntário é aquele que exerce uma atividade
por algumas horas, a título de colaboração, dando um pouco do seu entu-
siasmo e alegria para quem está precisando. Não é um empregado, e por
isso nunca deve ser remunerado pelo que faz. Na própria instituição, ele é
convidado a preencher um termo de adesão ao voluntariado, comprome-
tendo-se a exercer o trabalho por algumas horas semanais.

Além disso, o voluntariado não é cabide de emprego. Não se pode
exercer uma atividade voluntária numa instituição com a idéia de futura-
mente vir a se tornar funcionário dela. Isso não se coaduna com a ação
solidária, em que os interesses pessoais devem ser evitados.

E ainda, a improvisação deve ser superada, pois só é considerado traba-
lho voluntário aquele que perdura no tempo, aquele que é exercido com
comprometimento e responsabilidade. Quando alguém assume a res-
ponsabilidade de ajudar no reforço escolar das crianças todas as quartas-
feiras à tarde, não pode faltar ao compromisso assumido, e deve estar
sempre motivado, mesmo que a prática constante se mostre difícil.

Por outro lado, o jovem é o sujeito mais exposto ao risco do estresse emotivo,
e o educador deve orientá-lo para que ele escolha um trabalho de que
goste, que sinta prazer em realizar. Determinadas atividades podem interfe-
rir na estrutura emocional do jovem – como, por exemplo, o trabalho com
doentes terminais, doentes mentais e outras atividades especiais.



                                                                                 15
O PAPEL DO
         EDUCADOR

        Um dos aspectos primordiais do voluntariado jovem é a presença do
        educador, o qual, por características pessoais, competências profissio-
        nais e vocação, assume um papel insubstituível no acompanhamento
        formativo do jovem voluntário.

        O educador pode ser um adulto, uma pessoa que já passou pela etapa
        da juventude e viveu um processo de amadurecimento no qual definiu
        seu projeto de vida e atingiu uma estabilidade afetiva que o habilitou a
        optar livremente e a assumir com responsabilidade os desafios próprios
        de sua escolha. Assim, ele pode orientar o caminho dos jovens a partir
        de princípios educacionais, e oferecer-lhes, ao mesmo tempo, a possibi-
        lidade de terem um modelo de referência que os auxilie a discernir seus
        próprios projetos.

        Esse educador é capaz de analisar o contexto social, é responsável e
        não foge aos seus compromissos. Conhece e assume as dores e espe-
        ranças do seu povo. Não é passivo diante dos desafios e problemas da
        realidade; toma posição, denuncia o que precisa ser mudado e propõe
        soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida da comunidade.

        Outra característica da sua identidade é a sua capacidade de acolher os
        jovens e de fazer aliança com eles. Como amigo maduro, caminha com
        eles, escuta seus clamores, ajuda-os a formular seus problemas e objetivar
        seus interesses, dá-lhes esperança, valoriza seus aspectos positivos e
        faz frutificar seus dons e talentos. Guia seus afetos com dedicação e
        amor, evitando todo paternalismo ou possessividade, e promove o seu
        crescimento e o seu amadurecimento. Não se preocupa tanto em fazer
        coisas, mas em ser uma presença amiga e fraterna, e em entusiasmar
        outros com a sua vida de doação e alegria.

        Além disso, o adulto-educador que atua no voluntariado jovem desem-
        penha sua missão como mediador entre a teoria e a práxis. Privilegia o
        caminho formativo que se desenvolve a partir da prática de solidarieda-
        de com os mais necessitados. Fazendo-se presente durante as ativida-
        des concretas do voluntariado, está atento para despertar a liderança e
        aprimorar a vivência comunitária e o trabalho em grupo. Orienta com a
        sua competência e experiência para uma contínua revisão das ativida-



16
des e para a auto-avaliação, que, confrontada em grupo, contribui para o
crescimento de todos.

O educador ajuda o jovem a clarear e definir seu projeto de vida e a
fazer as opções que configurarão seu modo de ser e agir na sociedade.
Trata-se de um acompanhamento processual e gradual, que atende a
todos os aspectos da vida, levando em consideração sobretudo a di-
mensão afetiva do jovem, sua escolha profissional e sua opção vocacional,
seu compromisso e sua participação ativa, consciente e responsável no
grupo de voluntários. O educador está junto dele, estimulando-o a dar
sempre o melhor de si, a explorar seus recursos humanos e a buscar
sua auto-realização.

Outra tarefa essencial do educador é o acompanhamento do processo
e da realização das atividades. Promovendo a liderança, o educador des-
cobre e estimula as aptidões dos jovens, delegando funções para propi-
ciar o desenvolvimento de suas capacidades. Educa para a organização,
respeitando o que os jovens propõem e disponibilizando-se para des-
pertar sua criatividade. Ajuda a clarear funções, impulsiona a execução
co-responsável dos planos e dos programas previstos, favorece a siste-
matização das experiências realizadas. Estimula tudo o que promove e
fortalece a vida do grupo e a identidade do voluntariado; ao mesmo
tempo, ajuda os jovens a fazerem uma leitura crítica da realidade
sociopolítica. Desperta a sensibilidade e o compromisso para com os
outros. Fornece elementos de formação e discernimento para que os
jovens possam aperfeiçoar suas motivações. Com mentalidade aberta e
pluralista, favorece o intercâmbio com outros grupos de voluntários ou
associações.

Para a realização desse papel-tarefa, o educador preocupa-se com a sua
formação integral, gradual e permanente, e está atento para aproveitar
cursos, leituras, a troca de experiências e outras atividades que possam
enriquecer a sua prática. Com sua própria vida, dá testemunho de com-
promisso e opções concretas de transformação da sociedade em coe-
rência com a cultura da solidariedade.2

2 Ibidem, pp. 203-207.




                                                                            17
A FORÇA EDUCATIVA
        DO GRUPO

      O grupo tem duas funções gerais principais: a colaboração no desenvol-
      vimento da personalidade do indivíduo e sua integração no organismo
      social em que vive. Mas, pelo grande valor de um grupo na vida da
      pessoa e para a sociedade humana, ele não pode ser considerado ape-
      nas uma realidade a ser observada e estudada pela psicologia ou pela
      sociologia. Sua força educativa sobre o indivíduo o torna um verdadeiro
      laboratório de vida, em todas as suas dimensões.

      A experiência de grupo se torna importante quando a pessoa se sente
      acolhida e valorizada por aquilo que é. Geralmente as pessoas se agru-
      pam e se reúnem porque desejam sentir-se incluídas, integradas,
      fortalecidas e reconhecidas. Cada pessoa experimenta cotidianamente a
      importância de pertencer a um grupo e nele buscar respostas e segu-
      rança, de ser ajudada a conhecer-se e expressar-se melhor, a encontrar
      pistas e soluções diante das dificuldades da vida, a aprender a interagir
      com os outros.

      Além disso, constata-se que a força interna própria de um grupo advém
      do fato de a riqueza da vida de cada membro ser partilhada; do valor da
      amizade e do desejo de se encontrar, da vontade de mudar as coisas,
      do sentimento de acolhida, da alegria e do otimismo irradiante que
      contagia os jovens e os entusiasma, no desejo de serem cada vez mais
      autênticos. Quanto mais essa energia for considerada e orientada de
      forma educativa, mais se atinge o objetivo de formação integral do jo-
      vem, capacitando-o a assumir com responsabilidade e criatividade aqui-
      lo que lhe é confiado.

      Outro aspecto a ser considerado é que o amadurecimento global das
      pessoas acontece durante toda a vida e de modos diferentes. Por isso, a
      participação num grupo que tem princípios bem integrados colabora
      para esse crescimento e para o aperfeiçoamento da natureza humana.
      Isso se justifica porque o grupo é o contexto no qual o indivíduo pode
      amadurecer a própria identidade, autonomia, liberdade e capacidade de
      estabelecer relações. No seu interior, o jovem pode mais uma vez defi-




18
nir para si um novo quadro de valores e de sentido. Sozinho seria muito
difícil, ou quem sabe impossível. O grupo, então, é o âmbito educativo
altamente estimulante e privilegiado, porque desenvolve a mediação
entre o indivíduo e a sociedade – mediação essa que dá ao jovem a
possibilidade de inserir-se de modo natural e progressivo num sistema
cultural mais amplo.

No entanto, não basta a simples junção de pessoas para se dizer que
um grupo é educativo. Ao contrário, ele se torna educativo quando é
orientado num processo sistemático e orgânico que saiba aprofundar e
integrar as situações, as aspirações, as solicitações e favorecer o desen-
volvimento global do jovem. Então, na vida de grupo, deve-se dar abso-
luta prioridade ao sistema de comunicação – que é o que cria o grupo,
que o mantém vivo e educativo, que desperta o respeito à individualida-
de e desenvolve a solidariedade. Nesse sentido, uma força que motiva
fortemente a comunicação interna é a amizade – que ajuda a fomentar
as relações interpessoais, favorecendo a participação constante.

Do mesmo modo que a dinâmica da amizade é um elemento funda-
mental da comunicação interna, a coesão também é outro elemento
indispensável no grupo, pois está na base do processo formativo e é
fruto do sistema de comunicação. O grupo coeso tem uma certa
homogeneidade quanto a idade, interesses, valores e objetivos; tem
necessidade de regras de conduta que sejam simples, claras e partilha-
das; tem funções distribuídas entre seus membros e que são reconhe-
cidas entre eles e pelas pessoas e sistemas sociais externos ao grupo.

Resumindo, pode-se dizer que o grupo é um instrumento pedagógico muito
eficaz na educação e formação dos seus integrantes. Os efeitos de um
grupo na vida das pessoas podem ser descritos em linhas gerais como a
capacidade de atingir e modificar motivações internas, pensamentos, senti-
mentos, comportamentos e a percepção da realidade, além de proporcio-
nar referenciais e modelos que orientam na dinâmica da vida.3

3 Ibidem, pp. 207-211.




                                                                             19
PROMOVER A CULTURA
       DA SOLIDARIEDADE

        Segundo alguns dados sociológicos, “solidariedade” era um termo mais
        utilizado na cultura marxista. Em alguns países, ao longo de muitos anos,
        utilizou-se o termo “caridade”. Atualmente esse conceito adquiriu uma
        conotação mais politizada e deixou de ser somente um sentimento de
        compaixão ou de comoção diante do sofrimento. Assim, a solidariedade
        passou a ser uma determinação firme e perseverante no empenho pelo
        bem comum, pela melhora da qualidade de vida de todos, porque so-
        mos responsáveis pela vida uns dos outros.

        Nesse sentido, voluntários de diversos países perceberam a necessida-
        de de superar a fase assistencialista, que se resumia a fazer obras de
        caridade e beneficência, e assumir o trabalho voluntário como co-res-
        ponsabilidade e como reivindicação de um Estado social que seja
        eficiente nos serviços para com todos os cidadãos.

        A partir disso, foi-se fortificando a compreensão de que o principal obje-
        tivo do voluntariado é promover e consolidar a cultura da solidariedade.
        Não é mais suficiente, diante dos grandes desafios atuais, aliviar as in-
        justiças através das obras de caridade. É necessário um compromisso
        permanente para identificar as causas que produzem os problemas so-
        ciais e, a partir daí, lutar no plano cultural e político para removê-las. De
        acordo com a nova postura do voluntariado, a cultura da solidariedade
        constitui a síntese ética entre o amor e a justiça, juntamente com novos
        mecanismos de ação.


                                           Cultura      da    solidariedade:
        Solidariedade limitada:            empenha-se em identificar as
        alivia a injustiça através         raízes, as causas, as estruturas, as
        de atos de caridade.               agências, as pessoas que geram as
                                           injustiças e procura removê-las.




20
SER VOLUNTÁRIO?
ONDE E COMO
                    Isso o jovem vai ter que descobrir. A preferência é que seja
                    num lugar próximo da sua casa.

                    São muitos os Centros de Voluntariado, ONGs, instituições,
                    fundações, escolas, centros comunitários, hospitais, creches
                    que estão de braços abertos para acolher voluntários. O
                    jovem precisa ser incentivado para começar a sua pesquisa,
                    quem sabe através dos sites:

                                       www.facaparte.org.br

                                   www.educardpaschoal.org.br

                                 www.programavoluntarios.org.br

                                  www.portaldovoluntario.org.br

                                 www.protagonismojuvenil.org.br

                                     www.voluntarios.com.br

                                     www.voluntariado.org.br

                                        www.abong.org.br


                    O jovem que deseja dedicar-se ao voluntariado não adqui-
                    riu ainda uma competência profissional, mas pode contri-
                    buir muito com essa causa. O mais significativo e o melhor
                    que ele pode doar é sua riqueza humana, seu entusiasmo
                    pela vida, seu tempo, sua vontade de capacitar-se, sua dis-
                    ponibilidade e atenção para com o outro. Integrando a es-
                    sas qualidades humanas uma certa qualificação específica
                    em relação ao serviço que deve desempenhar, o jovem se
                    sentirá mais enriquecido e motivado a empenhar seu com-
                    promisso de solidariedade.




                                                                                   21
EXEMPLOS DE VOLUNTARIADO QUE
     PODEM SER REALIZADOS NAS ESCOLAS

        O voluntariado pode ser promovido dentro das escolas, dedicando-se a
        atender às necessidades mais prementes da comunidade. Dentre as
        muitas possibilidades, alguns exemplos:

        • pesquisa no bairro ou na cidade para averiguar o número de crianças
         que não estão estudando e fazer campanhas de matrículas;

        • monitoria nas diversas disciplinas para ajudar os colegas;

        • reforço escolar;

        • escolinha de esportes;

        • escolinha de instrumentos musicais, canto, dança;

        • organização de grupos que lutem pela melhora na qualidade de ensino;

        • preservação do meio ambiente: reciclagem do lixo, cuidado das plan-
         tas, horta comunitária;

        • rádio escolar;

        • organização de bibliotecas e murais escolares;

        • formação de grupos para discussão da cidadania;

        • divulgação de ONGs que atuam na cidade;

        • atividades em creches ou instituições que acolhem crianças carentes;

        • leitura para cegos – Doador da Voz;

        • contadores de histórias;

        • visitas aos idosos, em asilos;




22
• atividades circenses para divertir crianças;

• monitoramento em museus e conservação dos bens culturais;

• palhaços que atuem nos setores infantis dos hospitais.

Além disso, é possível organizar, durante as férias, os Campos de Forma-
ção ao Voluntariado, onde grupos de voluntários se reúnem, partindo
para lugares pobres que precisem de ajuda e formação. Durante dez ou
quinze dias organizam-se atividades com as crianças, os jovens e a co-
munidade. Ao mesmo tempo, durante um dos períodos do dia, esses
voluntários se reúnem para estudar, capacitar-se e refletir sobre as ativi-
dades que estão desenvolvendo. O importante é que essa ação sensibi-
lize toda a comunidade e mexa com as autoridades locais, a fim de
motivá-las a promover a dignidade e o direito social dessa gente.

Com essas atitudes, o grupo de voluntários estará contribuindo para que
se consolide a cultura da solidariedade e para que a sociedade se trans-
forme, na medida de seus sonhos!




                                                                              23
CONCLUSÃO


        O voluntariado educativo, por meio da sua dinâmica baseada na ação e
        na reflexão, colabora eficazmente para a formação integral do jovem,
        fazendo-o compreender que, ao ajudar os outros, ajuda a si mesmo.

        Quando o jovem incorpora em si a identidade do cidadão voluntário,
        empenhando-se em trabalhar por uma qualidade de vida melhor tanto
        para si como para a sociedade e no aprimoramento de um sistema de
        políticas públicas sociais mais humano e justo, ele passa a entender
        que “a vida não é qualquer coisa, mais uma oportunidade para realizar
        alguma coisa”; descobre o valor moral de se dedicar ao bem comum e
        se compromete com a construção da cidadania responsável e da cultu-
        ra da solidariedade.

        O voluntariado é uma escola de vida, e traz muita retribuição para todos
        os envolvidos. Faz desabrochar no jovem uma vontade interior que o
        leva a empenhar-se de modo solidário em prol da sociedade e motiva
        suas ações por toda a vida. Sua função mais importante é fazer com
        que a experiência de servir não se restrinja a um momento particular de
        entusiasmo e de generosidade próprios da juventude, mas seja o fun-
        damento de uma atitude madura e definitiva que qualifica o cidadão
        ativo e responsável. Além desses benefícios de crescimento pessoal, o
        voluntário compreende que seu gesto se reveste de dignidade e amor,
        somando-se a outros gestos altruístas que contribuem para a transfor-
        mação social.

        Nesse processo, os educadores orientam e acompanham os jovens
        não apenas no que se refere ao desempenho de serviços qualificados
        de cidadania, mas acima de tudo ajudando-os a construir personalida-
        des fortes, comprometidas com as causas do bem comum.




24
Em suma, o voluntariado jovem não é alienante, não é assistencialista,
não é esporádico, não é uma forma de preencher o tempo livre, mas
encontra legitimidade na educação, no compromisso político, na conti-
nuidade da ação por meio do engajamento numa organização ou grupo
de voluntariado, na capacidade de autocrítica e numa maneira mais cons-
ciente de viver a própria vida. Por essas características, é um instrumento
que facilita o crescimento da dimensão mais nobre que há no ser hu-
mano – isto é, desperta para a persistência da vontade de amar e doar-
se ao outro de forma totalmente gratuita e desinteressada.




                                                                              25
FUNDAÇÃO
      EDUCAR


            “Só se constrói uma nação com cidadãos.
             Só
                                         educação.”
            Só se constroem cidadãos com educação.”


       Desde seu início, em 1949, a DPaschoal acredita em
       valores éticos e cidadãos. Em 1989, resolveu concentrar
       as suas atividades de filantropia em uma fundação de
       caráter estratégico voltada à educação, tendo como foco
       o desenvolvimento de conhecimentos e práticas educa-
       cionais para adolescentes e a transferência de conteúdo
       para outras empresas e escolas.

       Criada com a missão de estimular pessoas e instituições
       a refletirem sobre o valor e o papel da educação como
       base para a cidadania plena, a Fundação EDUCAR de-
       senvolve programas que destacam os exemplos de su-
       cesso em projetos de incentivo à leitura, ética, cidadania,
       reconstrução social, medidas socioeducativas, voluntariado
       e protagonismo juvenil.

       A EDUCAR acredita que somente será possível um novo
       Brasil se todos os cidadãos forem membros economica-
       mente ativos e conscientes de seus direitos e deveres.
       Isso só será possível através da educação.




26
INSTITUTO FAÇA PARTE -
BRASIL VOLUNTÁRIO
                         O Ano Internacional do Voluntário, 2001, foi uma ini-
                         ciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) com
                         o objetivo de promover a cultura do voluntariado,
                         desencadeando ações e reflexões sobre o tema em
                         todo o mundo.

                         Para tanto, foi criado no Brasil o Comitê do Ano Inter-
                         nacional do Voluntário, que incentivou projetos de
                         voluntariado em todas as esferas sociais. Com uma
                         atuação forte e continuada, o comitê cresceu, ganhou
                         espaço, foi destacado pela mídia e contribuiu para
                         que cerca de 30 milhões de pessoas fossem mobili-
                         zadas em prol de ações voluntárias.

                         Para dar continuidade a todo esse trabalho, foi criado
                         o Instituto Faça Parte -- Brasil Voluntário. Em 2002, o
                         principal foco de suas ações é o programa Jovem
                         Voluntário, Escola Solidária, que busca estimular o
                         jovem a realizar trabalhos sociais dentro e fora de suas
                         escolas.

                         O Instituto Faça Parte tem um sonho: tornar o Brasil
                         mais justo socialmente, de modo que cada brasileiro
                         se sinta parte ativa da construção do país. Sua missão
                         é fortalecer a cultura do voluntariado no Brasil, pro-
                         movendo, desta forma, a inclusão social.




                                                                                    27
Voluntariado educativo: a força da juventude na transformação social

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  • 1.
  • 2. VOLUNTARIADO EDUCATIVO COLEÇÃO JOVEM VOLUNTÁRIO, ESCOLA SOLIDÁRIA Adair Aparecida Sberga 1
  • 3. EXPEDIENTE AUTOR Adair Aparecida Sberga COORDENAÇÃO DO PROJETO Maria Eugenia da Costa Sosa Sílnia Nunes Martins PROJETO GRÁFICO Linea Creativa REVISÃO DE TEXTO Fátima Mendonça Couto COLABORADORES Ana Maria Marchi Katia Regina Gonçalves Maria Gisela Gerotto Maria Lúcia Meirelles Reis Priscila Fonseca Cruz IMPRESSÃO Gráfica Editora Modelo Ltda. REALIZAÇÃO Editora Fundação EDUCAR DPaschoal www.educardpaschoal.org.br Instituto Faça Parte - Brasil Voluntário www.facaparte.org.br 2
  • 4. JOVEM VOLUNTÁRIO, ESCOLA SOLIDÁRIA Caros educadores e educadoras, Existem hoje milhares de voluntários anônimos que doam parte de seu tempo às mais variadas causas e iniciativas. São jovens, universitários, professores, em- presários e pessoas da terceira idade que de alguma forma estão engajados num processo de transformação social para construir um país melhor. O Instituto Faça Parte – Brasil Voluntário valoriza todas essas ações. Nes- te livro, entretanto, queremos destacar o voluntariado jovem, não só como uma forma de melhorar realidades, mas especialmente como um processo de formação educativa. O jovem pró-ativo, envolvido em ações voluntárias, contribui com a sua comunidade, mas, mais do que isso, torna-se um cidadão mais consciente e competente em relação à sua vida profissional e social. Gostaria de agradecer à professora Adair Ap. Sberga, que há muito tem- po acredita nesta causa, e agora, junto com o Instituto Faça Parte, está nos ajudando a disseminar a importância do voluntariado educativo. Milú Villela Presidente do Instituto Faça Parte 3
  • 5. “A educação tem de servir a um projeto da sociedade como um todo.” Bernardo Toro SOBRE O AUTOR Adair A. Sberga, natural de Araras (SP), é religiosa da Congregação das Irmãs Salesianas. Formada em Filosofia, História e mestre em Educação pela Universidade Pontifícia Salesiana, de Roma. Desde a juventude de- dicou-se ao trabalho com crianças, adolescentes e jovens de bairros populares, favelas, conjuntos de mutirões de construção de casas popu- lares e em organizações com populações de cortiços. Atuou como pro- fessora de ensino fundamental e médio, lecionando Filosofia, História e Ensino Religioso. Participou do Congresso Internacional do Voluntariado (Vides) na Itália, em 2000. Atualmente é vice-diretora e orientadora pedagógica no Instituto Coração de Jesus, de Santo André (SP), e coor- denadora da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) do Estado de São Paulo. É autora do livro Voluntariado jovem – construção da identidade e educação sociopolítica (São Paulo: Salesiana, 2001). 4
  • 6. APRESENTAÇÃO Determinação, persistência, paixão e entusiasmo são marcas da juventude. Se incentivarmos os jovens a colocar sua força a serviço de causas sociais, eles poderão não só aprender a ser mais competentes e seguros, como também ajudar a cons- truir um mundo mais solidário, humano e fraterno. Ao receber o estímulo adequado, podem usar suas competências cola- borando para melhorar a sociedade. A professora Adair tem contribuído muito, ajudando-nos a re- fletir sobre o papel da escola e do professor em relação ao voluntariado e sobre a importância da formação educativa do jovem através de projetos sociais. Essas questões são chaves se temos o desejo de viver num Brasil melhor. Fundação EDUCAR DPaschoal 5
  • 7. ÍNDICE: Introdução ............................................................................ 7 Voluntariado jovem ........................................................... 9 Centralidade no educativo .............................................. 10 Construção da identidade e educação sociopolítica ...................................................... 12 Características da identidade do jovem voluntário ................................................................. 14 Como evitar riscos de instrumentalização ............... 15 O papel do educador ................................................... 16 A força educativa do grupo......................................... 18 Promover a cultura da solidariedade ...................... 20 Onde e como ser voluntário? .................................... 21 Exemplos de voluntariado que podem ser realizados nas escolas........................................... 22 Conclusão ......................................................................... 24 Fundação EDUCAR ........................................................ 26 Instituto Faça Parte ......................................................... 27 6
  • 8. INTRODUÇÃO Considerando a realidade sociocultural e os muitos desafios e situações conflitivas em que o jovem vive, o voluntariado se apresenta como um espaço alternativo não só de inser- ção social e compromisso de cidadania responsável, mas também como uma proposta que ajuda o jovem a conhecer a si mesmo e a descobrir suas potencialidades. Dessa forma, o voluntariado é uma alternativa para todo jo- vem que sonha com um mundo diferente, mais justo e igua- litário, que se preocupa com a gravidade dos problemas so- ciais e que gosta de mobilizar forças amigas para idealizar projetos em vista do bem social. Quem nunca realizou um trabalho solidário talvez não saiba a felicidade que esse gesto provoca nos voluntários e nas pessoas beneficiadas, e a riqueza humanitária que ele pro- move no ambiente social. No Brasil, desde 1997 o voluntariado vem se articulando em nível nacional e conquistando um grande público: foram implantados muitos Centros de Voluntariado, em vários es- tados do país; foi instituída a Lei 9.608, que rege o serviço voluntário; foi estabelecido o 5 de dezembro como o dia nacional do voluntário; em 2001, o I Congresso Brasileiro do Voluntariado abriu um debate teórico e metodológico sobre a necessidade de se consolidar o voluntariado em nossa realidade; e surgiram várias publicações relacionadas a esse assunto, dirigidas a diferentes segmentos da sociedade. Essas iniciativas e outras propostas de ação solidária promo- vidas pelo voluntariado têm contribuído para o aprimoramento das reflexões sobre o papel do cidadão no atual contexto social e facilitado a conscientização sobre o novo conceito 7
  • 9. de cidadania, caracterizando-a como cidadania ativa. Nesse sentido, o voluntariado é concebido como um ato cívico e uma forma de preservar a democracia. Sua implantação numa sociedade tem a função não só de colaborar nos serviços humanitários e educacionais, mas de ajudar na transformação das políticas públicas sociais. Com este livro pretendemos incrementar o tema da pedagogia social e reforçar essa proposta que muitas escolas já realizam, contando com a colaboração de educadores que se preocupam com a formação do alu- no e com a melhoria da qualidade de vida da população. O desafio consiste em formar não apenas pessoas críticas, mas cidadãos conscien- tes e dispostos a arregaçar as próprias mangas, pois sabem que o gesto voluntário e as idéias solidárias podem ajudar a melhorar significativa- mente a vida de milhares de seres humanos. Portanto, contamos com os educadores que vestem a camisa do voluntariado e participam da experiência de incentivar e formar outros voluntários adolescentes e jovens. Com certeza estarão fazendo a sua parte e colaborando para que se difunda a Cultura do Voluntariado em todas as regiões do nosso país. 8
  • 10. JOVEM VOLUNTARIADO É importante afirmar que o voluntariado jovem “não é um apêndice do voluntariado adulto, mas um modo original de empenho da juventude”.1 Apesar de muitas pessoas considerarem o voluntariado como uma atividade mais voltada para os adultos – pois esses são mais bem preparados para oferecer um serviço que requer competências profissionais, mais resistentes ao sofrimento e mais capazes de fazer escolhas maduras –, é possível com- provar quanto os jovens são receptivos e entusiasmados para realizar ações de compromisso solidário. Mas para que o voluntariado jovem possa dar frutos duradouros, é preciso que eles sejam preparados para essa função social. Pensando nessa questão, G. Milanesi e G. de Nicolò, dois sociólogos italianos, recomendaram que o voluntariado realizado por jovens tives- se um caráter diferente daquele realizado por adultos. Cria- ram, assim, a proposta do voluntariado educativo, ou seja, uma ação solidária preocupada com a formação do jovem vo- luntário. Seus princípios fundamentam-se na formação integral do jo- vem voluntário, na inserção social, no dinamismo e na alegria que ele sente por fazer o bem aos outros. É um voluntariado de ação e reflexão, um espaço de educação sociopolítica, que ajuda no desenvolvimento do senso crítico, na conscientização sobre os direitos humanos e sociais, no respeito às diferenças culturais e no testemunho e vivência da solidariedade. A preocupação central não é tanto o serviço a ser prestado, mas a formação e a qualificação do jovem enquanto desempenha sua atividade de voluntário. 1 SBERGA, Adair Aparecida. Voluntariado jovem: construção da identidade e educação sociopolítica. São Paulo, Editora Salesiana, 2001, p. 160. 9
  • 11. Segundo essas características, o voluntariado jovem é uma experiência com fisionomia própria, com conteúdos e métodos alternativos elabora- dos segundo as necessidades de formação do jovem. É importante recordar que o jovem vive um momento precioso de for- mação e estudo. É o tempo de construir a própria identidade, de crescer humana e espiritualmente, de encontrar o sentido da própria vida e o valor das próprias atitudes e comportamentos. Portanto, o voluntariado não é uma forma de preencher o tempo livre, mas uma proposta formativa que consegue perceber e privilegiar os recursos e as energias dos jo- vens – que precisam ser orientadas e, uma vez despertadas, se tornam um rio de possibilidades, um modelo de atuação que contagia, envolve e cativa a energia de outros jovens. O educador pode auxiliá-los a compreender que ser voluntários não é bicho-de-sete-cabeças, e que eles podem fazer isso com facilidade. Deve- se ter boa vontade, procurar uma organização ou formar um grupo de amigos, e começar a discutir sobre as necessidades prementes da cida- de, do bairro, da rua ou da escola. Observando e analisando a realidade em que vivem, usando a criatividade e o bom senso, os jovens vão perceber os desafios mais urgentes, vão conversar, procurar ajuda e descobrir como cada um pode dar a sua parcela de contribuição. Não importa se a ação vai ser pequena: aos poucos as sementes lançadas vão contribuir para fazer frutificar em nosso país a cultura do voluntariado. Centralidade no educativo Como já dissemos, o voluntariado jovem é centralizado no aspecto educativo, seja como conteúdo, seja como método. Para isso, é neces- sário se perguntar: o que significa educar, e como educar hoje, no con- texto da sociedade pós-moderna? Educação é um termo “antigo” e sempre novo, que provém da palavra latina “educere” (“tirar para fora”, “desenvolver”). Hoje se redescobriu a 10
  • 12. importância dos recursos individuais e de cada cultura, e que a promo- ção desses recursos por meio da educação – ou seja, o desenvolvimen- to do ser humano – é que gera o progresso da humanidade. A educa- ção, portanto, busca condições e meios mais idôneos para desenvolver e orientar as potencialidades individuais. É dentro dessa dinâmica que se entende que o voluntariado educativo é uma proposta de formação que propicia o amadurecimento dos jovens através de experiências de solidariedade e compromisso. Em primeiro lugar, no confronto com a comunidade e com outros companheiros, que vivem experiências significativas de engajamento solidário, eles são moti- vados a buscar dentro de si mesmos suas melhores possibilidades. Em segundo lugar, no voluntariado jovem existe uma interação entre educação e prevenção. Procura-se prevenir os educandos do perigo, do sofrimento, da malandragem. Não basta evitar que o mal (moral, físico, cultural, psíquico) lhes ocorra. É preciso também pô-los diante do peri- go, de modo racional, porque assim eles podem crescer. Então, preve- nir não é somente evitar o mal, mas antecipar o bem, a maturidade, colocando in moto as potencialidades na realização das propostas e acompanhando de modo inteligente a realidade pessoal e a atuação social dos educandos. Quando se descobre a relação entre a educação e a prevenção, o voluntariado é enriquecido e os jovens são estimula- dos não só a ser cidadãos, mas a qualificar as propostas de valores humanos e éticos. Em terceiro lugar, o voluntariado educativo se preocupa em elaborar conteúdos alternativos – como a responsabilidade, a solidariedade, a participação com metodologias avançadas, isto é, com experiências que se transformam em exercício de democracia, de cidadania ativa. Legitimado pela educação, o voluntariado jovem estimula o crescimen- to pessoal, a capacidade de autocrítica e o dinamismo para interferir na qualidade da vida social. 11
  • 13. Construção da identidade e educação sociopolítica O jovem que está passando por uma fase particular de desenvolvimen- to biopsicossocial necessita de uma proposta que propicie tanto o ama- durecimento da sua personalidade quanto a sua inserção social. O voluntariado, realizado por meio de um engajamento numa associa- ção e na prestação de um serviço gratuito e solidário, pode suprir essa necessidade, constituindo um agente eficaz na construção da identida- de do jovem. E uma vez que este adquire certa participação social e descobre o valor e a utilidade das suas ações em prol da felicidade de outras pessoas, também constrói novas motivações e sentidos para a própria existência. São muitos os depoimentos de voluntários que falam da própria experiência, por meio da qual aprenderam tantas coisas, cresceram humana e socialmente e amadureceram mais do que em outros perío- dos longos da vida. Embora tenham iniciado a ação solidária pensando somente em dar e servir, logo se deram conta de que enriqueciam, recebendo mais do que davam. Na verdade, para muitos essa experiência se torna uma escola de vida. Por isso, o voluntariado educativo é uma ação social altamente recomendável a todos, e de grande validade na fase juvenil. Com sua proposta formativa, ele • propicia a descoberta de si mesmo, de suas riquezas humanas e de suas potencialidades; • desperta para o espírito de lideranças e trabalho em grupo; • contribui para o aumento da autonomia, orientada para a responsabi- lidade pessoal e social; • favorece o amadurecimento afetivo por meio do exercício do aperfei- çoamento na capacidade de amar e na disponibilidade de doar-se; 12
  • 14. • orienta para o futuro, propiciando o desenvolvimento da capacidade positiva de projeção, que funciona como um eixo estruturador da perso- nalidade e como motivação para a elaboração de projetos, a reconsideração das próprias escolhas, o empenho no bem do próximo, a reflexão sobre o sentido da vida, etc. O voluntariado efetuado gratuita e solidariamente leva, naturalmente, o jovem a dar um novo e profundo significado à própria vida e à dos demais, acelerando o processo da construção da sua identidade e fa- zendo-o compreender que, ajudando aos outros, ajuda a si mesmo. Outro aspecto é o voluntariado como escola de educação sociopolítica. Nessa área pode-se destacar: • a educação para a responsabilidade como exigência moral, destinada a despertar a consciência do educando de modo a sensibilizá-lo em relação ao próprio destino e ao destino do outro a ele confiado; • a educação para a cultura da solidariedade como compromisso ético para com a eqüidade social; • a educação para a cidadania ativa, que constitui a cultura da convivên- cia social, a gratuidade nas diversas formas de participação, e motiva a qualidade social; • a educação para o empenho político, que significa colocar-se a serviço do outro, solidarizar-se com ele e comprometer-se na defesa e promo- ção dos direitos humanos. Acredita-se, assim, que a partir da interação entre a construção da iden- tidade e a educação sociopolítica, o jovem incorpore em si a identidade do voluntário, empenhando-se por uma nova qualidade de vida tanto pessoal quanto social. 13
  • 15. Características da identidade do jovem voluntário O jovem voluntário é impulsionado por um grande amor às causas hu- manitárias, e por isso luta contra toda forma de pobreza e exclusão, defende a dignidade e os direitos humanos e exercita a cidadania, bus- cando soluções concretas para os problemas sociais. Alguns elementos o caracterizam: • a gratuidade e a espontaneidade do empenho, realizado sem fins lucrativos ou partidários; • a participação no serviço oferecido à comunidade, com a intenção de criar um ambiente mais humano e feliz; • a continuidade do serviço, compreendendo que esse é o aspecto que distingue o voluntariado das “boas ações”; • o compromisso social e político, fundamentado na convicção de que a verdadeira mudança da sociedade não virá em proporção ao número de serviços prestados, mas na medida em que a população se torna participante das decisões e das ações que se referem a ela mesma. Portanto, o voluntariado vivido na gratuidade e na solidariedade leva os jovens a compreenderem que “a porta da felicidade se abre do lado de fora; quem força para abri-la em sentido contrário acaba fechando-a cada vez mais”, como dizia Kierkegaard. Assim, ser voluntário é assumir uma nova postura de vida, um novo modo de ser e de viver. Ser volun- tário não é somente realizar um determinado serviço, mas aprender, através do exercício do amor humano, uma forma mais consciente de viver a própria vida em sociedade. 14
  • 16. Como evitar riscos de instrumentalização O voluntariado não pode prejudicar o tempo de estudo ou de trabalho do jovem. Tudo tem que estar bem casado, para que todas as partes saiam ganhando e as atividades sejam exercidas com muita responsabi- lidade e dedicação. É importante não confundir a ação solidária com o “trabalho escravo” não retribuído ou a mão-de-obra barata que serve de base de sustentação a determinada economia. Na instituição, por exemplo, o voluntário é convi- dado a doar algumas horas por semana, e não oito horas todos os dias, como faria um funcionário. Voluntário é aquele que exerce uma atividade por algumas horas, a título de colaboração, dando um pouco do seu entu- siasmo e alegria para quem está precisando. Não é um empregado, e por isso nunca deve ser remunerado pelo que faz. Na própria instituição, ele é convidado a preencher um termo de adesão ao voluntariado, comprome- tendo-se a exercer o trabalho por algumas horas semanais. Além disso, o voluntariado não é cabide de emprego. Não se pode exercer uma atividade voluntária numa instituição com a idéia de futura- mente vir a se tornar funcionário dela. Isso não se coaduna com a ação solidária, em que os interesses pessoais devem ser evitados. E ainda, a improvisação deve ser superada, pois só é considerado traba- lho voluntário aquele que perdura no tempo, aquele que é exercido com comprometimento e responsabilidade. Quando alguém assume a res- ponsabilidade de ajudar no reforço escolar das crianças todas as quartas- feiras à tarde, não pode faltar ao compromisso assumido, e deve estar sempre motivado, mesmo que a prática constante se mostre difícil. Por outro lado, o jovem é o sujeito mais exposto ao risco do estresse emotivo, e o educador deve orientá-lo para que ele escolha um trabalho de que goste, que sinta prazer em realizar. Determinadas atividades podem interfe- rir na estrutura emocional do jovem – como, por exemplo, o trabalho com doentes terminais, doentes mentais e outras atividades especiais. 15
  • 17. O PAPEL DO EDUCADOR Um dos aspectos primordiais do voluntariado jovem é a presença do educador, o qual, por características pessoais, competências profissio- nais e vocação, assume um papel insubstituível no acompanhamento formativo do jovem voluntário. O educador pode ser um adulto, uma pessoa que já passou pela etapa da juventude e viveu um processo de amadurecimento no qual definiu seu projeto de vida e atingiu uma estabilidade afetiva que o habilitou a optar livremente e a assumir com responsabilidade os desafios próprios de sua escolha. Assim, ele pode orientar o caminho dos jovens a partir de princípios educacionais, e oferecer-lhes, ao mesmo tempo, a possibi- lidade de terem um modelo de referência que os auxilie a discernir seus próprios projetos. Esse educador é capaz de analisar o contexto social, é responsável e não foge aos seus compromissos. Conhece e assume as dores e espe- ranças do seu povo. Não é passivo diante dos desafios e problemas da realidade; toma posição, denuncia o que precisa ser mudado e propõe soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Outra característica da sua identidade é a sua capacidade de acolher os jovens e de fazer aliança com eles. Como amigo maduro, caminha com eles, escuta seus clamores, ajuda-os a formular seus problemas e objetivar seus interesses, dá-lhes esperança, valoriza seus aspectos positivos e faz frutificar seus dons e talentos. Guia seus afetos com dedicação e amor, evitando todo paternalismo ou possessividade, e promove o seu crescimento e o seu amadurecimento. Não se preocupa tanto em fazer coisas, mas em ser uma presença amiga e fraterna, e em entusiasmar outros com a sua vida de doação e alegria. Além disso, o adulto-educador que atua no voluntariado jovem desem- penha sua missão como mediador entre a teoria e a práxis. Privilegia o caminho formativo que se desenvolve a partir da prática de solidarieda- de com os mais necessitados. Fazendo-se presente durante as ativida- des concretas do voluntariado, está atento para despertar a liderança e aprimorar a vivência comunitária e o trabalho em grupo. Orienta com a sua competência e experiência para uma contínua revisão das ativida- 16
  • 18. des e para a auto-avaliação, que, confrontada em grupo, contribui para o crescimento de todos. O educador ajuda o jovem a clarear e definir seu projeto de vida e a fazer as opções que configurarão seu modo de ser e agir na sociedade. Trata-se de um acompanhamento processual e gradual, que atende a todos os aspectos da vida, levando em consideração sobretudo a di- mensão afetiva do jovem, sua escolha profissional e sua opção vocacional, seu compromisso e sua participação ativa, consciente e responsável no grupo de voluntários. O educador está junto dele, estimulando-o a dar sempre o melhor de si, a explorar seus recursos humanos e a buscar sua auto-realização. Outra tarefa essencial do educador é o acompanhamento do processo e da realização das atividades. Promovendo a liderança, o educador des- cobre e estimula as aptidões dos jovens, delegando funções para propi- ciar o desenvolvimento de suas capacidades. Educa para a organização, respeitando o que os jovens propõem e disponibilizando-se para des- pertar sua criatividade. Ajuda a clarear funções, impulsiona a execução co-responsável dos planos e dos programas previstos, favorece a siste- matização das experiências realizadas. Estimula tudo o que promove e fortalece a vida do grupo e a identidade do voluntariado; ao mesmo tempo, ajuda os jovens a fazerem uma leitura crítica da realidade sociopolítica. Desperta a sensibilidade e o compromisso para com os outros. Fornece elementos de formação e discernimento para que os jovens possam aperfeiçoar suas motivações. Com mentalidade aberta e pluralista, favorece o intercâmbio com outros grupos de voluntários ou associações. Para a realização desse papel-tarefa, o educador preocupa-se com a sua formação integral, gradual e permanente, e está atento para aproveitar cursos, leituras, a troca de experiências e outras atividades que possam enriquecer a sua prática. Com sua própria vida, dá testemunho de com- promisso e opções concretas de transformação da sociedade em coe- rência com a cultura da solidariedade.2 2 Ibidem, pp. 203-207. 17
  • 19. A FORÇA EDUCATIVA DO GRUPO O grupo tem duas funções gerais principais: a colaboração no desenvol- vimento da personalidade do indivíduo e sua integração no organismo social em que vive. Mas, pelo grande valor de um grupo na vida da pessoa e para a sociedade humana, ele não pode ser considerado ape- nas uma realidade a ser observada e estudada pela psicologia ou pela sociologia. Sua força educativa sobre o indivíduo o torna um verdadeiro laboratório de vida, em todas as suas dimensões. A experiência de grupo se torna importante quando a pessoa se sente acolhida e valorizada por aquilo que é. Geralmente as pessoas se agru- pam e se reúnem porque desejam sentir-se incluídas, integradas, fortalecidas e reconhecidas. Cada pessoa experimenta cotidianamente a importância de pertencer a um grupo e nele buscar respostas e segu- rança, de ser ajudada a conhecer-se e expressar-se melhor, a encontrar pistas e soluções diante das dificuldades da vida, a aprender a interagir com os outros. Além disso, constata-se que a força interna própria de um grupo advém do fato de a riqueza da vida de cada membro ser partilhada; do valor da amizade e do desejo de se encontrar, da vontade de mudar as coisas, do sentimento de acolhida, da alegria e do otimismo irradiante que contagia os jovens e os entusiasma, no desejo de serem cada vez mais autênticos. Quanto mais essa energia for considerada e orientada de forma educativa, mais se atinge o objetivo de formação integral do jo- vem, capacitando-o a assumir com responsabilidade e criatividade aqui- lo que lhe é confiado. Outro aspecto a ser considerado é que o amadurecimento global das pessoas acontece durante toda a vida e de modos diferentes. Por isso, a participação num grupo que tem princípios bem integrados colabora para esse crescimento e para o aperfeiçoamento da natureza humana. Isso se justifica porque o grupo é o contexto no qual o indivíduo pode amadurecer a própria identidade, autonomia, liberdade e capacidade de estabelecer relações. No seu interior, o jovem pode mais uma vez defi- 18
  • 20. nir para si um novo quadro de valores e de sentido. Sozinho seria muito difícil, ou quem sabe impossível. O grupo, então, é o âmbito educativo altamente estimulante e privilegiado, porque desenvolve a mediação entre o indivíduo e a sociedade – mediação essa que dá ao jovem a possibilidade de inserir-se de modo natural e progressivo num sistema cultural mais amplo. No entanto, não basta a simples junção de pessoas para se dizer que um grupo é educativo. Ao contrário, ele se torna educativo quando é orientado num processo sistemático e orgânico que saiba aprofundar e integrar as situações, as aspirações, as solicitações e favorecer o desen- volvimento global do jovem. Então, na vida de grupo, deve-se dar abso- luta prioridade ao sistema de comunicação – que é o que cria o grupo, que o mantém vivo e educativo, que desperta o respeito à individualida- de e desenvolve a solidariedade. Nesse sentido, uma força que motiva fortemente a comunicação interna é a amizade – que ajuda a fomentar as relações interpessoais, favorecendo a participação constante. Do mesmo modo que a dinâmica da amizade é um elemento funda- mental da comunicação interna, a coesão também é outro elemento indispensável no grupo, pois está na base do processo formativo e é fruto do sistema de comunicação. O grupo coeso tem uma certa homogeneidade quanto a idade, interesses, valores e objetivos; tem necessidade de regras de conduta que sejam simples, claras e partilha- das; tem funções distribuídas entre seus membros e que são reconhe- cidas entre eles e pelas pessoas e sistemas sociais externos ao grupo. Resumindo, pode-se dizer que o grupo é um instrumento pedagógico muito eficaz na educação e formação dos seus integrantes. Os efeitos de um grupo na vida das pessoas podem ser descritos em linhas gerais como a capacidade de atingir e modificar motivações internas, pensamentos, senti- mentos, comportamentos e a percepção da realidade, além de proporcio- nar referenciais e modelos que orientam na dinâmica da vida.3 3 Ibidem, pp. 207-211. 19
  • 21. PROMOVER A CULTURA DA SOLIDARIEDADE Segundo alguns dados sociológicos, “solidariedade” era um termo mais utilizado na cultura marxista. Em alguns países, ao longo de muitos anos, utilizou-se o termo “caridade”. Atualmente esse conceito adquiriu uma conotação mais politizada e deixou de ser somente um sentimento de compaixão ou de comoção diante do sofrimento. Assim, a solidariedade passou a ser uma determinação firme e perseverante no empenho pelo bem comum, pela melhora da qualidade de vida de todos, porque so- mos responsáveis pela vida uns dos outros. Nesse sentido, voluntários de diversos países perceberam a necessida- de de superar a fase assistencialista, que se resumia a fazer obras de caridade e beneficência, e assumir o trabalho voluntário como co-res- ponsabilidade e como reivindicação de um Estado social que seja eficiente nos serviços para com todos os cidadãos. A partir disso, foi-se fortificando a compreensão de que o principal obje- tivo do voluntariado é promover e consolidar a cultura da solidariedade. Não é mais suficiente, diante dos grandes desafios atuais, aliviar as in- justiças através das obras de caridade. É necessário um compromisso permanente para identificar as causas que produzem os problemas so- ciais e, a partir daí, lutar no plano cultural e político para removê-las. De acordo com a nova postura do voluntariado, a cultura da solidariedade constitui a síntese ética entre o amor e a justiça, juntamente com novos mecanismos de ação. Cultura da solidariedade: Solidariedade limitada: empenha-se em identificar as alivia a injustiça através raízes, as causas, as estruturas, as de atos de caridade. agências, as pessoas que geram as injustiças e procura removê-las. 20
  • 22. SER VOLUNTÁRIO? ONDE E COMO Isso o jovem vai ter que descobrir. A preferência é que seja num lugar próximo da sua casa. São muitos os Centros de Voluntariado, ONGs, instituições, fundações, escolas, centros comunitários, hospitais, creches que estão de braços abertos para acolher voluntários. O jovem precisa ser incentivado para começar a sua pesquisa, quem sabe através dos sites: www.facaparte.org.br www.educardpaschoal.org.br www.programavoluntarios.org.br www.portaldovoluntario.org.br www.protagonismojuvenil.org.br www.voluntarios.com.br www.voluntariado.org.br www.abong.org.br O jovem que deseja dedicar-se ao voluntariado não adqui- riu ainda uma competência profissional, mas pode contri- buir muito com essa causa. O mais significativo e o melhor que ele pode doar é sua riqueza humana, seu entusiasmo pela vida, seu tempo, sua vontade de capacitar-se, sua dis- ponibilidade e atenção para com o outro. Integrando a es- sas qualidades humanas uma certa qualificação específica em relação ao serviço que deve desempenhar, o jovem se sentirá mais enriquecido e motivado a empenhar seu com- promisso de solidariedade. 21
  • 23. EXEMPLOS DE VOLUNTARIADO QUE PODEM SER REALIZADOS NAS ESCOLAS O voluntariado pode ser promovido dentro das escolas, dedicando-se a atender às necessidades mais prementes da comunidade. Dentre as muitas possibilidades, alguns exemplos: • pesquisa no bairro ou na cidade para averiguar o número de crianças que não estão estudando e fazer campanhas de matrículas; • monitoria nas diversas disciplinas para ajudar os colegas; • reforço escolar; • escolinha de esportes; • escolinha de instrumentos musicais, canto, dança; • organização de grupos que lutem pela melhora na qualidade de ensino; • preservação do meio ambiente: reciclagem do lixo, cuidado das plan- tas, horta comunitária; • rádio escolar; • organização de bibliotecas e murais escolares; • formação de grupos para discussão da cidadania; • divulgação de ONGs que atuam na cidade; • atividades em creches ou instituições que acolhem crianças carentes; • leitura para cegos – Doador da Voz; • contadores de histórias; • visitas aos idosos, em asilos; 22
  • 24. • atividades circenses para divertir crianças; • monitoramento em museus e conservação dos bens culturais; • palhaços que atuem nos setores infantis dos hospitais. Além disso, é possível organizar, durante as férias, os Campos de Forma- ção ao Voluntariado, onde grupos de voluntários se reúnem, partindo para lugares pobres que precisem de ajuda e formação. Durante dez ou quinze dias organizam-se atividades com as crianças, os jovens e a co- munidade. Ao mesmo tempo, durante um dos períodos do dia, esses voluntários se reúnem para estudar, capacitar-se e refletir sobre as ativi- dades que estão desenvolvendo. O importante é que essa ação sensibi- lize toda a comunidade e mexa com as autoridades locais, a fim de motivá-las a promover a dignidade e o direito social dessa gente. Com essas atitudes, o grupo de voluntários estará contribuindo para que se consolide a cultura da solidariedade e para que a sociedade se trans- forme, na medida de seus sonhos! 23
  • 25. CONCLUSÃO O voluntariado educativo, por meio da sua dinâmica baseada na ação e na reflexão, colabora eficazmente para a formação integral do jovem, fazendo-o compreender que, ao ajudar os outros, ajuda a si mesmo. Quando o jovem incorpora em si a identidade do cidadão voluntário, empenhando-se em trabalhar por uma qualidade de vida melhor tanto para si como para a sociedade e no aprimoramento de um sistema de políticas públicas sociais mais humano e justo, ele passa a entender que “a vida não é qualquer coisa, mais uma oportunidade para realizar alguma coisa”; descobre o valor moral de se dedicar ao bem comum e se compromete com a construção da cidadania responsável e da cultu- ra da solidariedade. O voluntariado é uma escola de vida, e traz muita retribuição para todos os envolvidos. Faz desabrochar no jovem uma vontade interior que o leva a empenhar-se de modo solidário em prol da sociedade e motiva suas ações por toda a vida. Sua função mais importante é fazer com que a experiência de servir não se restrinja a um momento particular de entusiasmo e de generosidade próprios da juventude, mas seja o fun- damento de uma atitude madura e definitiva que qualifica o cidadão ativo e responsável. Além desses benefícios de crescimento pessoal, o voluntário compreende que seu gesto se reveste de dignidade e amor, somando-se a outros gestos altruístas que contribuem para a transfor- mação social. Nesse processo, os educadores orientam e acompanham os jovens não apenas no que se refere ao desempenho de serviços qualificados de cidadania, mas acima de tudo ajudando-os a construir personalida- des fortes, comprometidas com as causas do bem comum. 24
  • 26. Em suma, o voluntariado jovem não é alienante, não é assistencialista, não é esporádico, não é uma forma de preencher o tempo livre, mas encontra legitimidade na educação, no compromisso político, na conti- nuidade da ação por meio do engajamento numa organização ou grupo de voluntariado, na capacidade de autocrítica e numa maneira mais cons- ciente de viver a própria vida. Por essas características, é um instrumento que facilita o crescimento da dimensão mais nobre que há no ser hu- mano – isto é, desperta para a persistência da vontade de amar e doar- se ao outro de forma totalmente gratuita e desinteressada. 25
  • 27. FUNDAÇÃO EDUCAR “Só se constrói uma nação com cidadãos. Só educação.” Só se constroem cidadãos com educação.” Desde seu início, em 1949, a DPaschoal acredita em valores éticos e cidadãos. Em 1989, resolveu concentrar as suas atividades de filantropia em uma fundação de caráter estratégico voltada à educação, tendo como foco o desenvolvimento de conhecimentos e práticas educa- cionais para adolescentes e a transferência de conteúdo para outras empresas e escolas. Criada com a missão de estimular pessoas e instituições a refletirem sobre o valor e o papel da educação como base para a cidadania plena, a Fundação EDUCAR de- senvolve programas que destacam os exemplos de su- cesso em projetos de incentivo à leitura, ética, cidadania, reconstrução social, medidas socioeducativas, voluntariado e protagonismo juvenil. A EDUCAR acredita que somente será possível um novo Brasil se todos os cidadãos forem membros economica- mente ativos e conscientes de seus direitos e deveres. Isso só será possível através da educação. 26
  • 28. INSTITUTO FAÇA PARTE - BRASIL VOLUNTÁRIO O Ano Internacional do Voluntário, 2001, foi uma ini- ciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de promover a cultura do voluntariado, desencadeando ações e reflexões sobre o tema em todo o mundo. Para tanto, foi criado no Brasil o Comitê do Ano Inter- nacional do Voluntário, que incentivou projetos de voluntariado em todas as esferas sociais. Com uma atuação forte e continuada, o comitê cresceu, ganhou espaço, foi destacado pela mídia e contribuiu para que cerca de 30 milhões de pessoas fossem mobili- zadas em prol de ações voluntárias. Para dar continuidade a todo esse trabalho, foi criado o Instituto Faça Parte -- Brasil Voluntário. Em 2002, o principal foco de suas ações é o programa Jovem Voluntário, Escola Solidária, que busca estimular o jovem a realizar trabalhos sociais dentro e fora de suas escolas. O Instituto Faça Parte tem um sonho: tornar o Brasil mais justo socialmente, de modo que cada brasileiro se sinta parte ativa da construção do país. Sua missão é fortalecer a cultura do voluntariado no Brasil, pro- movendo, desta forma, a inclusão social. 27