2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE CIRÚRGICO
A assistência de enfermagem ao paciente
cirúrgico, em uma Unidade de internação
inicia-se no momento da sua admissão na
Unidade. A partir desse momento, o
ambiente hospitalar, por suas características
impõe ao mesmo uma série de adaptações,
tais como:
3. - Mudanças de hábitos diários (alimentação,
higiene, necessidades fisiológicas, etc...);
_ Restrição da liberdade (ambiente restrito,
horários preestabelecidos, visitas
controladas...);
_ Exposição a agentes infecciosos;
_ Ansiedade frente ao tratamento cirúrgico a
que irá ser submetido;
_ Medo da morte ou de incapacidade física;
_ Solidão;
4. O processo cirúrgico dividi-se
em:
Período Pré operatório
Período Trans-operatório
Período Pós operatório
5. PRÉ-OPERATÓRIO
Inicia-se no momento em que a cirurgia
é indicada e termina no momento em
que o paciente chega à sala de cirurgia.
Está dividido em:
6.
MEDIATO – É o período que decorre
desde a indicação da cirurgia até 24
horas antes do ato cirúrgico;
IMEDIATO – É o período que decorre
desde a véspera da cirurgia até a
chegada do paciente ao CC.
7. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Esvaziamento intestinal: Varia de
acordo com a especialidade. Pode ser
através de laxativos e ou enemas ou
ainda a limpeza mecânica do cólon com
soluções especiais. A enfermagem
realiza o procedimento indicado,
observa e anota o efeito em prescrição;
8. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Modificações da dieta e jejum antes da
cirurgia: O paciente deve ser
esclarecido quanto à importância de
obediência à dieta. Geralmente é
adotada a seguinte regra de jejum:
líquidos – aprox. 02 horas e sólidos: de
04 a 06 horas.
9. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Higiene Corporal e oral: A higiene oral e
corporal é muito importante para diminuir a
quantidade de microorganismos na superfície
da pele e com isto minimizar os riscos de
infecção na ferida cirúrgica. A higiene
corporal deve ser realizada de preferência
com sabão anti-séptico e hipoalergênico, de
preferência 02 horas antes do paciente ser
encaminhado ao centro cirúrgico. O mesmo
deve ser vestido com a roupa cirúrgica (
camisola, gorros e propés);
10. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Tricotomia: Recomenda-se que a
tricotomia seja realizada, apenas
quando os pêlos interferirem no
procedimento cirúrgico
11. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Esvaziamento da bexiga: O paciente deve
ser orientado a urinar antes de ser
encaminhado ao centro cirúrgico, caso
esteja lúcido. Caso esteja com dispositivo
de incontinência urinária , o mesmo deve
ser retirado, sendo realizado higiene
imediata. O cateter vesical pode ser
mantido dependendo do tempo de
instalação (até 07 dias) e do procedimento
cirúrgico proposto. Em ambos os casos a
diurese deve ser desprezada e anotada;
12. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Controle dos sinais vitais: A aferição dos sinais
é fundamental na avaliação das condições
cirúrgicas do paciente e deve ser feita de 06 em
06 horas ou com intervalos menores se o
mesmo apresentar instabilidade nos padrões.
Alguns medicamentos pré-anestésicos e o
stress pela proximidade do ato cirúrgico,
somados muitas vezes a doenças preexistentes
como hipertensão e cardiopatias são fatores
que contribuem para as alterações fisiológicas
dos sinais vitais;
13. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Administração de medicamentos: Existem alguns
medicamentos que são totalmente contraindicados no pré-operatório como
hipoglicemiantes e anticoagulantes, analgésicos
derivados de ácido acetilsalicílico (AAS) devido à
possibilidade de complicações no trans e pósoperatórios, como discrasias sangüíneas. A
prescrição médica geralmente restringe-se à
administração de medicação pré-anestésica e
em alguns casos de insulina e anti-hipertensivos.
14. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
A medicação pré-anestésica (prescrita pelo
anestesista durante a visita ao paciente) deve
ser administrada 01 hora antes da cirurgia e
tem como finalidades:
. Reduzir a ansiedade do paciente;
. Facilitar a indução anestésica;
. Diminuir as secreções traqueobrônquicas.
15. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Cabe à enfermagem a administração dos
medicamentos prescritos, registrando as
reações do paciente a tais medicações,
assim como deverão ser anotados também
todos os cuidados prestados e qualquer
anormalidade nas condições físicas e
emocionais do paciente. Antes de
encaminhar o mesmo ao centro cirúrgico, o
seu prontuário deverá estar completo com
todos os exames necessários.
16. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Remoção de próteses, jóias e adornos,
esmalte e maquiagem. Os pacientes
devem ser esclarecidos quanto aos fatores
de risco implicados caso esses
procedimentos não sejam cumpridos,
17. Ações de enfermagem no preparo ao
paciente neste período:
Auxiliar o paciente a passar para a maca de
transporte de forma tranqüila para o seu
conforto;
Providenciar a limpeza do leito. Para que o
mesmo possa ser arrumado para receber o
paciente após a cirurgia.
18. TRANS-OPERATÓRIO
Consiste no tempo entre o momento em
que o paciente é recebido no centro
cirúrgico até ser encaminhado para a
Recuperação Pós Anestésica (RPA).forma
adequada para recebê-lo no pós operatório.
19. PERÍODO PÓS OPERATÓRIO
É o período que se inicia a partir da
saída do paciente da sala de cirurgia e
perdura até a sua total recuperação
21. PERÍODO PÓS OPERATÓRIO
Ações de enfermagem neste período
imediato
Receber o paciente de volta ao seu leito na
clinica cirúrgica de forma segura.
Recolher o prontuário do paciente e entregalo ao enfermeiro supervisor para a
conferencia dos dados
22. PERÍODO PÓS OPERATÓRIO
Verificar SSVV
Verificar se o acesso venoso está funcionando
Estar atento a qualquer alteração no estado
clinico do paciente como:
dificuldade respiratória ,cianose
26. CUIDADOS PÓS OPERATÓRIOS
ESPECIFÍCOS :
CIRURGIA CARDIACA
Restringir fluxo
Manter fixa a equipe de enfermagem, restrita
exclusivamente à enfermaria da Cirurgia
Cardíaca.
Não permitir aos pacientes da Cirurgia cardíaca
a entrada em outras enfermarias, bem como a
movimentação livre pelos corredores.
27.
Não permitir a entrada de pacientes de outras
enfermarias na enfermaria da Cirurgia
Cardíaca.
Curativo pós-operatório – incisão – irrigação
com SF 0,9% e ocluir com micropore estéril.
Trocar o curativo todas as vezes que estiver
úmido, comunicando com a equipe cirúrgica a
presença de secreções anormais.
Ao identificar a presença de febre em qualquer
paciente pós-operatório fazer a curva térmica –
aferindo e anotando temperatura axilar de 4/4
horas,
28.
Vigilância microbiológica contínua, com coleta
de materiais para cultura conforme
padronização da CCIH.
Se houver secreção em ferida operatória –
colher swab e enviar para cultura, conforme
padronização da CCIH.
No momento da alta hospitalar os paciente
receberão uma folha com orientações gerais,
fisioterápicas e dietéticas.
29. CIRURGIA ORTOPEDICA
Cuidados gerais:
Cuidados com o manuseio do paciente
Atenção aos curativos, observar a presença
de anormalidades
Auxilio na deambulação e realização das
necessidades básicas dos pacientes devido a
restrição da capacidade em razão da cirurgia
30. CIRURGIA DERMATOLOGICA
Não fazer uso no pós-operatório de:
Analgésicos do grupo salicílico (AAS, aspirina);
Agentes quimioterápicos contra o câncer, pois as
drogas antineoplásicas determinam uma maior
incidência de infecção devido a alterações na
imunidade.
Orientar para modificar suas atividades se a cirurgia
assim exigir.
31.
No primeiro dia, o curativo deverá ser
compressivo para ajudar a hemostasia e aliviar
a dor. Nos dias subseqüentes um curativo mais
simples deve ser feito. No dia seguinte ao da
cirurgia o paciente deverá ir ao consultório. O
ideal é sempre o médico examinar o paciente no
primeiro dia pós-operatório . Porém há os que
raramente usam curativos e, se o fazem,
minimizam o número de vezes em que são
trocados
Alguns autores preconizam o uso de filtro solar
sistematicamente após o ato cirúrgico, quando
este for de áreas expostas à luz solar.
32. CIRURGIA OFTALMOLOGICA
A maioria dos procedimentos não requer
internação basicamente deve-se:
Após a cirurgia é feito um curativo que será
removido no dia seguinte da operação, dando
início a uma fase de tratamento com colírios e
pomadas no olho operado. A recuperação é
rápida e permite o retorno breve às atividades
normais.
33. Deve
–se orientar a :
Não esfregar
Não coçar
Não dormir sobre o olho operado
Não fazer esforço físico nos primeiros dias de
cirurgia
34. NOMENCLATURA CIRURGICA
As manobras e procedimentos operatórios e
também os instrumentos cirúrgicos são
reconhecidos mundialmente por termos
médicos ou denominações próprias.
Os atos cirúrgicos são designados por
termos formados, de maneira geral, por
prefixos ou palavras que apontam o órgão
em causa, e por sufixos que indicam o ato
cirúrgico realizado. Vejamos exemplos
36. SUFIXOS
Ectomia
Tomia
Stomia
Remoção de um órgão ou parte
dele
Abertura de um órgão
Pexia
Abertura cirúrgica de uma nova
boca
Fixação de um órgão
Plastia
Alteração na forma de um órgão
Ráfia
Sutura
Scopia
Olhar no interior
37. CIRURGIA DE REMOÇÃO
(ECTOMIA)
- Apendicectomia - remoção do apêndice
- Cistectomia- remoção da bexiga
- Colecistectomia - remoção da vesícula biliar
- Colectomia - remoção do colo
- Embolectomia - extração de um êmbolo
38.
- Esofagectomia - remoção do esôfago
- Esplenectomia - remoção do baço
- Fistulectomia - remoção de fístula
- Gastrectomia - remoção parcial ou total do
estômago
- Hemorroidectomia - remoção de
hemorróidas
39.
- Hepatoectomia - remoção de parte do
fígado
- Histerectomia- extirpação do útero
- Lobectomia - remoção de um lobo de um
órgão
- Mastectomia - remoção da mama
- Miomectomia - remoção de mioma
40.
- Nefrectomia - remoção do rim
- Oforectomia - remoção do ovário
- Pancreatectomia - remoção do
pâncreas
- Pneumectomia - remoção do pulmão
41.
- Prostatectomia - remoção da próstata
- Retossigmoidectomia - remoção do
retossigmóide
- Salpingectomia - extirpação da trompa
- Tireoidectomia - remoção da tireóide
42. CIRURGIA DE ABERTURA
(TOMIA)
- Artrotomia - abertura da articulação
- Broncotomia - abertura do brônquio
- Cardiotomia - abertura da cárdia (transição
esôfago-gástrica)
- Coledocotomia - abertura e exploração do
colédoco
- Duodenotomia - abertura do duodeno
43.
- Flebotomia - dissecção (individualização e
cateterismo) de veia
- Laparotomia - abertura da cavidade
abdominal
- Papilotomia - abertura da papila duodenal
- Toracotomia - abertura da parede torácica
44. CONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE
NOVAS BOCAS (STOMIA)
- Cistostomia - abertura da bexiga para
drenagem de urina
- Colecistostomia - abertura e colocação de
dreno na vesícula biliar
- Coledocostomia - colocação de dreno no
colédoco para drenagem
- Colostomia - abertura do colo através da
parede abdominal
45.
- Enterostomia - abertura do intestino através
da parede abdominal
- Gastrostomia abertura e colocação de uma
sonda no estômago através da parede
abdominal
- Ileostomia - formação de abertura artificial
no íleo
- Jejunostomia - colocação de sonda no
JeJuno para alimentação
- Nefrostomia - colocação de sonda no rim
para drenagem de urina
46. CIRURGIAS DE FIXAÇÃO ou
REPOSICIONAMENTO (PEXIA)
Histeropexia - suspensão e fixação do útero
- Nefropexia - suspensão e fixação do rim
- Orquiopexia - abaixamento e fixação do
testículo em sua bolsa
- Cistopexia – Fixação da bexiga geralmente
á parede abdominal
47. CIRURGIA PARA ALTERAÇÃO DA
FORMA E/OU FUNÇÃO (PLASTIA)
- Piloroplastia - plástica do piloro para aumentar
seu diâmetro
- Rinoplastia - plástica do nariz
- Salpingoplastia - plástica da trompa para sua
recanalização
- Toracoplastia - plástica da parede torácica
48. CIRURGIA DE SUTURA (RAFIA)
- Colporrafia - sutura da vagina
- Gastrorrafia - sutura do estômago
- Herniorrafia - sutura da hérnia
- Perineorrafia - sutura do perineo
- Tenorrafia - sutura de tendão
49. CRURGIAS PARA OBSERVAÇÃO
e EXPLORAÇÃO (SCOPIA)
- Broncoscopia - exame sob visão direta
dos brônquios
- Cistoscopia - idem para bexiga
- Colposcopia - idem para vagina
- Esofagoscopia - idem para esôfago
50.
- Gastroscopia - idem para estômago
- Laringoscopia - idem para laringe
- Laparoscopia - idem para cavidade
abdominal
- Retossigmoidoscopia - idem para
retossigmóide