O documento descreve um caso clínico de uma cadela com pancitopenia persistente após tratamento prolongado com antibióticos para infecções urinárias recorrentes. O mielograma mostrou hipocelularidade medular grave com diseritropoiese moderada e grave disgranulopoiese, sugerindo toxicidade medular pelos antibióticos como causa provável da pancitopenia.
6. +
Neutrófilos
Atividade fagocítica e antimicrobiana nos tecidos
Quimiotaxia
Liberação de mediadores químicos
Produção na medula óssea: ~ 5 a 7 dias
Vida média na circulação periférica ~4 -8 h
Reserva medular: ~ 5 dias
9. +
Desvio à esquerda
Regenerativo:
leucocitose discreta a marcante
reflete boa resposta medular à demanda
piramidal e completa
tempo necessário: 3 a 5 dias
Degenerativo:
formas imaturas > neutrófilos segmentados
tempo insuficiente ou incapacidade de resposta medular
mau prognóstico
Promielócito Mielócito Metamielócito Bastonete Neutrófilo
10. Alterações morfológicas
Citoplasmáticas:
alterações tóxicas
corpúsculos de inclusão,
organismos ou elementos
sangüíneos fagocitados
artefatos
Nucleares:
hipersegmentação ou
hiposegmentação
Tamanho ou forma:
neutrófilos gigantes
12. Monócitos
Em pequeno número na
circulação
Reposição de macrófagos
tissulares
Função:
fagocitose
regulação da resp inflamatória
pela liberação de mediadores
processamento do antígeno
para apresentação aos linf
(iniciação da resposta imune)
participação na regulação dos
estoques de Fe
13. +
Monócitos
Monocitose:
aumento do requerimento de macrófagos
inflamação
necessidade de fagocitose
necrose tecidual
corticosteróides
14. +
(Processo inflamatório)
Plaquetas
fragmentos citoplasmáticos de megacariócitos
grânulos com mediadores inflamatórios e envolvidos
nos processos de coagulação
16. Formação em rouleaux
“empilhamento” das hemácias
Correlação positiva com VHS
Associada à alteração da
carga da superfície de
membrana (potencial zeta)
cavalos têm carga de
membrana diminuída
Intensidade
Depende das caract da
espécie ou relacionada a
doença
↑ proteínas (↑ fibr, ↑ glob)
diminui efeito das
cargas negat de superfície
repelentes das hes
Rouleaux
17. +
Eosinófilos
Produção na MO ~ 5 dias, no sangue periférico a vida média
é de horas
Interage com mastócitos em quadros de hipersensibilidade
(imediata ou tardia)
Propriedades parasiticidas
anticorpos, complemento
Não têm ação antibacteriana
18. +
Eosinófilos
Eosinofilia
Infecções:
parasitas, recuperação de infecções
Reações de hipersensibilidade:
alergias
Neoplasias
Drogas
Síndrome hipereosinofílica
Eosinopenia
Infecções agudas
hipercortisolemia (endógena ou exógena)
liberação de adrenalina por medo ou exercício extremo
19. +
Basófilos
Quantidade muito pequena na circulação
Vida média:
na circulação periférica: horas
nos tecidos: algumas semanas
Produzem várias citocinas (semelhantes às dos mastócitos):
grânulos contém histamina, heparina, PAF etc
20. +
Basofilia
Basofilia ( 2%)
Principais causas:
parasitismo (eg, dirofilariose)
reações de hipersensibilidade
e, ocasionalmente:
mastocitomas
hiperlipidemia
21. +
Linfócitos
Origem:
células precursoras na medula e tecido linfóide
Diferenciação
em células imunocompetentes
(“maturação”):
órgãos linfáticos primários:
medula óssea (linfócitos B)
timo (linfócitos T)
Ativação
órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço, GALT)
22. +
Linfócitos
IMUNIDADE INATA IMUNIDADE ADAPTATIVA
Microrganismo Linfócitos B Anticorpos
Barreiras epiteliais
Linfócitos T céls T
efetoras
Fagócitos
Complemento NK
0 6 12 1 2 3 4 5
Horas Dias
Tempo após a infecção
Robbins & Cotran, Pathologic Basis of Disease, 2004.
23. +
Linfócitos
O sangue contém apenas uma pequena
parcela dos linfócitos totais
Têm vida longa e são capazes de divisão e
recirculação sangüínea
Alterações
no número de linfócitos podem ser
decorrentes:
da redistribuição dos linfócitos
alterações do número absoluto de linfócitos
ou ambas
24. +
Linfocitose
Transitória (15 a 30 min de duração):
liberação de adrenalina por medo ou exercício extremo
mais comumente observada em gatos
Persistente:
infecções crônicas
doenças imunemediadas
imunização recente
28. + Informações de pacientes
com pancitopenia
Recebeu alguma medicação em 4 semanas?
O paciente foi exposto a alguma medicação humana?
O paciente viajou para algum lugar ou mudou de ambiente
ou o ambiente mudou?
Qual o histórico de vacinação?
Tem contactantes? Qual o grau de convívio?
Teve problemas prévios de saúde?
Teve exposição a químicos?
Cão, macho castrado? Fêmea, cisto ovariano?
Kearns, S.A.; Ewing, P. Causes of canine and feline pancytopenia. Compendium of Continuing Education. February, 2006,
p.122-133.
29. + Tempo na medula e no sangue
Hemácias:
MO: 7 dias
Todas as células
SP: 100 dias sanguíneas são
Granulócitos:
MO: 6 dias produzidas na MO ao
SP: 4 a 8 horas
mesmo tempo,
Plaquetas:
MO: 3 dias o tempo todo!!!
SP: 4 a 6 dias
32. +
Caso Clínico - Judy
Depois de + 10 dias, com bactrim, melhora discreta do
quadro clinico
He 5.56 Uréia 46.8 mg/dl
Ht 38 Creat 2.08 g/dl
Hb 12.5
PP 8.0 USG:
Leuco 1000 Fig,baço: NDN
Trombocitopenia (+) Rim E: dimensões normais, contorno
Anisocitose (+) irregular,perda dos limites córtico-
medulares
33. +
Caso Clínico - Judy
Depois de 20 dias:
Urina normal (cultura negativa)
Leucopenia persistente
Função hepática e eletrólitos normais
Creat 2,39/ Uréia 52,9
Continuava com bactrim e buscopan
USG normal (exceto pelos rins)
34. +
MIELOGRAMA – Judy
MO hipercelular. Rel M:E = 2,22
SE: mod diseritropoiese
SM: grave disgranulopoiese
SMega: leve hiperpl de série.
SLMP: Macr com int ativ, figuras de leucofagocitose
Presença de população blástica importante (18%)
Dishematopoiese/ Hematopoiese ineficaz!
35. +
Leucemias
Proliferação neoplásica em
medula óssea
Origem: células
hematopoiéticas
Classificação quanto à
diferenciação celular:
Aguda (células indiferenciadas)
Crônica (células diferenciadas)
Manifestação no sangue
periférico:
leucemia: alta contagem de
células neoplásicas no sangue
periférico
aleucêmica: leucócitos normais
ou até mesmo diminuídos
36. Classificação
Origem do clone celular
Mielóide Linfóide
Wikipedia
37. Classificação
Maturidade do clone celular
Associada às manifestações clínicas
Leucemia Aguda Leucemia Crônica
Predomínio de células imaturas
Grande quantidade de células maduras
Manual of canine and feline haematology and transfusion medicine.
M Day, A Mackin, J Littlewood. BSAVA, 2000
44. Leucemia Linfocítica Crônica LLC
Linfocitose persistente (>3 meses)
Linfócitos pequenos típicos
valores variáveis e flutuantes
Cães:
> 20mil Li/mm3 (apesar da morfologia bem diferenciada, a
função pode estar alterada)
anemia normo normo (>50%) e trombocitopenia (25-50%)
AHIM, aplasia pura de série eritróide, hipercalcemia
Gamopatia monoclonal em 2/3 dos casos
(embora a maioria dos casos seja de cél T)
LLC cél B: dç medular primária; linf peq >30% em MO
Acúmulo de células de vida longa
LLC cél T de linf de grandes grânulos: dç esplênica primária
Schalm’s Veterinary Hematology, 2010
45. + Leucemia Linfocítica Crônica LLC
Linfocitose persistente (>3 meses)
Linfócitos pequenos típicos
valores variáveis e flutuantes
Gatos:
Previamente testados para FIV/FeV
> 25- 50 mil Li/mm3
Predomínio de céls T
anemia (61%), trombocitopenia (38%), neutropenia (16%),
neutrofilia(50%)
MO: >20% Li maduros (Withrow, )
Geralmente FeLV negativo
Schalm’s Veterinary Hematology, 2010
Withrow
46. + Diagnóstico
Diagnóstico confirmatório:
demonstração de clonalidade dos linfócitos do sangue
(imunofenotipagem).
Li em MO: > 30%
Sombras nucleares ou
céls de Grumprecht
47. + Estadiamento – neo
hematopoiéticas
Linfoma
Infitração em medula óssea (estágio V)
Infiltração > 50% - prognóstico ruim
Estudo: n=53 cães com linfoma
28% leucêmicos (com céls neoplásicas circulantes)
57% com envolvimento medular
Felinos:
infiltração medular é comum (aprox 50% apresenta anemia normo
normo)
Mastocitoma
Aspirado MO: não recomendado, exceto: mastocitemia
Infiltração em quadro inicial < 2,8%
Envolvimento sistêmico mais provável em outros órgãos (ex:
fígado, baço)