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Maçonaria e Programação Neurolinguística
Martha Follain.
DEDICATÓRIA:
“In memoriam” dos maçons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem
probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que
demonstrou compaixão para com os seres vivos, criando as essências florais -
minha gratidão.
Ao maçom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33° do
R.E.A.A. – Pelotas/RS - meu respeito.
Martha Follain.
Junho/2006 – São Paulo - SP
PREFÁCIO –
APRESENTAÇÃO – por Claudiomar Lopes Barcellos
A Drª. Martha Follain honrou-me com a solicitação para que fizesse a
apresentação do seu livro “Maçonaria e Programação Neurolinguística”, em
virtude de ter acompanhado a elaboração de tão preciosa obra, sem quebrar
meu juramento de sigilo.
A Drª. Martha interessou-se pela Maçonaria, em virtude de seu saudoso
pai, Dr. Ary Follain, ter pertencido à Ordem Maçônica. Não obstante
pesquisarmos sobre a afiliação maçônica, que deve ter sido por volta do ano
de 1950. Infelizmente, não obtivemos, até o presente, resposta da Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ) ou do Grande Oriente do
Brasil/Rio de Janeiro (GOB/RJ).
A autora, mulher culta e inteligente, tem escrito inúmeros artigos sobre
vários assuntos, mormente, Vegetarianismo, Defesa dos Direitos dos Animais
Não Humanos, PNL, Terapias Holísticas etc., mas, este é o primeiro livro que
escreve.
Seu objetivo, ao lançar-se à tarefa de escrever tal obra, foi prestar
homenagem a seu saudoso pai e ao médico inglês, Dr. Edward Bach, criador
da Terapia dos Florais que leva seu nome - Florais de Bach. Na biografia do
ilustre e humanitário médico, sua assistente, Srª. Nora Weeks cita sua
afiliação à Maçonaria inglesa.
O segundo objetivo foi trazer ao conhecimento dos Maçons e suas
Famílias, o quanto de importância tem a Filosofia Maçônica, para a Evolução
da Humanidade. Eu costumo dizer que, a Franco-Maçonaria, com sua ação
libertadora, foi a “parteira” das Independências das Nações Americanas, eis
que, todos os movimentos dessas independências, foram liderados pelos
Maçons.
O terceiro objetivo foi mostrar a Maçonaria sob a ótica da PNL -
Programação Neurolinguística.
A Drª. Martha foi uma brilhante aluna de um dos criadores da PNL, o Dr.
John Grinder, professor da UCLA - Universidade da Califórnia (EUA).
O livro começa a mostrar a estrutura da Maçonaria, em seus Ritos, Graus,
histórico e finaliza com a ótica da Sublime Instituição, a Arte Real, sob a Luz
da PNL.
Por certo, tal enfoque dado pela Drª. Martha é inédito na bibliografia
Maçônica, tanto a de elaboração dos pesquisadores maçons como profanos.
Sabe-se que a Maçonaria é estudada em Universidades, como fato cultural,
sociológico, antropológico, histórico, etc.
Lembremo-nos que homens de valor intelectual, cultural e ético, foram
Maçons e brindaram a Humanidade com suas preciosas obras. Citemos Carl
Gustav Jung, Carl Sagan e Gibran Kalil Gibran, entre inúmeros.
Eis a obra que vem a Luz num momento da História da Humanidade, que
podemos chamar da Grande Transição. Se, a maioria dos meus Irmãos de
Fraternidade, vê com preocupação, tantos livros sobre Maçonaria, eu, creio,
firmemente, que o Sigilo Maçônico está preservado no íntimo dos Iniciados na
Sublime Instituição, está resguardado no “Sanctu Sanctorum” do Coração do
Maçom...
Também, um dos Paradigmas Espirituais da Humanidade e da Maçonaria,
o Mestre Yeoshua (latinizado para Iesu, Jesus), previu que, quando chegassem
os Tempos Finais, tudo que fosse oculto seria revelado... Ora, se a Maçonaria
tem tanto ensinamento de Luz, seu Farol está beneficiando a Humanidade,
quando sua Luz se expande e se revela, como no caso desta importante obra
da Drª. Martha.
Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, ilumine a compreensão
dos Maçons, ao lerem “Maçonaria e Programação Neurolinguística”.
Um fraternal abraço a todos,
Claudiomar Lopes Barcellos, M.*.I.*., 33
ARLS Fraternidade nº 3 - R.*.E.*.A.*.A.*. - Or.*. de Pelotas/RS -
GLMERGS
*****************************
“O vinho é forte,
O rei é mais forte,
As mulheres mais fortes ainda.
Mas, a verdade conquista tudo”.
Inscrição no interior da Capela de Rosslyn (Lothian – Escócia).
“- Companheiro sobre a Torre,
De onde vens dia após dia?
- Venho das trevas profundas
Em que se debate nosso velho mundo,
Onde tudo é frio, hostil e escuro.
- Companheiro sobre a Torre,
Que vês tu dia após dia?
- Vejo as sublimes obras-primas
Dos grandes obreiros anônimos,
Os bons companheiros de antigamente
Que trabalhavam com alegria
E que nos abriram o Caminho
Porque possuíam a Fé.
- Companheiro sobre a Torre
Que fazes dia após dia?
- Da Natureza inteira eu tomo
A inumerável e rude matéria,
E com meu coração e minhas mãos
Segurando a ferramenta que canta e ressoa,
Transformo-a e dou-lhe forma.
E, trabalho para todos os seres humanos”.
La Gaité-de-Villebois (maçom medieval).
LUX E TENEBRIS
ÍNDICE:
MAÇONARIA:
1- Origem, Mitos e História;
2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos,
Obediências;
3- Ritos e Graus: Rito Escocês Antigo e Aceito; Rito de York e “Emulation
Rite”; Rito de Schröder; Rito Francês ou Moderno; Rito Brasileiro; Rito
Adonhiramita;
4- Ritualismo, Simbolismo e Símbolos;
5- Maçonaria e Hermetismo;
6- Maçonaria e Astrologia;
7- Maçonaria e Holismo;
8- Os Templos Maçônicos;
9- A Maçonaria no Brasil.
PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA:
1- Conceito, Origem e História da PNL;
2- Pressupostos da PNL;
3- Como nos comunicamos com o mundo: Uso Adequado da Voz; Uso dos
“Cérebros”; Linguagem: canais de comunicação (linguagem verbal), pistas
de acesso, fisiologia - “rapport” (linguagem corporal) - formas para obter
“rapport”; “Rapport” e Cadeia de União;
4- PNL e Física;
5- Cérebro: Como o Cérebro Processa Informações; Como o Cérebro
funciona; Anatomia do Cérebro; O Universo Holográfico - Cérebro
Holográfico e Maçonaria; Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico:
Companheiro; Cérebro Neocortical: Mestre; Cérebro e Maçonaria são
Ritualísticos; Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons; Símbolos e
Rituais Maçônicos; Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos;
6- Sociedade Planetária – Maçonaria e Terceiro Milênio.
MAÇONARIA:
1- Origem, Mitos e História:
A Maçonaria, ou Ordem Maçônica, a mais famosa das “ditas” sociedades
secretas, está envolta em segredos; seu próprio nascimento é misterioso e, não
pode ser detectado. Tal falta de comprovação de sua origem, é atribuída ao
fato de ser uma instituição sigilosa e, em tempos remotos seus ensinamentos
serem transmitidos oralmente, não havendo referências documentais. A falta
de registros faz com que, o nascedouro da Ordem Maçônica, esteja envolto em
contradições e divergências.
Porém, os fundamentos da filosofia maçônica estão presentes em diversas
sociedades antigas: na Grécia, no Egito, etc.
Em todas as culturas, o ser humano sempre procurou conhecer e estudar a
respeito de sua própria natureza e a finalidade da existência. Criaram-se
Tradições, as quais reconheciam propósitos para a humanidade. De uma forma
geral, essas Tradições estavam ligadas à religião da sociedade na qual se
desenvolveram. Essas Tradições são os “Mistérios”. Os “Mistérios” eram
Escolas de Conhecimento que ofereciam estudo a respeito de “reinos não
materiais” e das leis naturais que neles operavam, onde somente iniciados
eram admitidos. O conhecimento era transmitido através de etapas (graus), e a
instrução envolvia Rituais e uma elaborada estrutura simbólica, utilizada para
preservar os ensinamentos. Os “Mistérios”, não eram necessariamente
religiões - a preocupação maior era com a filosofia e a moral. Eles se dividiam
em Mistérios Menores e Maiores. Os primeiros eram preparatórios, e nos
Mistérios Maiores o conhecimento completo era comunicado.
Assim, as antigas Tradições dos “Mistérios”, expressaram sua filosofia e,
graças ao simbolismo dessas tradições, pôde ser preservada. O objetivo
sempre foi o mesmo, conservado pela Maçonaria: conhecer a si mesmo
descobrindo a centelha divina interior, aperfeiçoando-se continuamente, no
caminho da moral, da retidão e da felicidade.
Alguns autores dividem a história da Maçonaria em três períodos:
1- Maçonaria Primitiva ou Pré-Maçonaria:
Abrange o conhecimento herdado de antigas civilizações. A Maçonaria
Primitiva pode ser dividida:
- Mistérios Persas e Hindus;
- Mistérios Egípcios;
- Mistérios Gregos dos Cabiris (deuses cuja adoração remonta à Ilha de
Samotrácia, onde os Mistérios Cabíricos foram praticados até o início da
era cristã. Havia a lenda da morte e ressurreição de Atys, filho da deusa
Cibele);
- Mistérios Gregos de Elêusis ou de Ceres ou Deméter (de todos os
Mistérios dos antigos, eram os mais populares. Celebrados na Vila de
Elêusis, próximo a Atenas, eram dedicados à deusa Deméter. Neles a perda
e a restituição de Perséfone, filha de Deméter, eram representados de forma
cênica);
- Mistérios Judaicos de Salomão;
- Mistérios Gregos de Orfeu;
- Mistérios Gregos de Pitágoras (filósofo grego que nasceu na Ilha de
Samos, por volta de 584 a.C.. Viajou muito para adquirir conhecimento: foi
iniciado pelos sacerdotes, no Egito, nos Mistérios Egípcios. Na Babilônia
familiarizou-se com os ensinamentos místicos dos caldeus e teve contato
com os cativos judeus que haviam sido exilados de Jerusalém e lá
residiam);
- Mistérios dos Essênios (sociedade ou seita judaica que combinava o
trabalho com as práticas religiosas);
- Mistérios Romanos.
2- Maçonaria Operativa ou de Ofício:
Estende-se por toda a Idade Média e a Renascença e extingue-se com a
fundação da Grande Loja de Londres em 1717;
3- Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria ou Maçonaria dos
Aceitos:
A fundação da Grande Loja de Londres determina o início da Maçonaria
Especulativa.
Dentre os “Mistérios”, os da civilização egípcia forneceram muitos subsídios e
fundamentos à Maçonaria. Os primeiros egípcios parecem ter sido
influenciados pelos construtores de cidades da Suméria – emigrantes sumérios
podem ter levado a técnica de construção para o Egito. A Maçonaria tem
alguns símbolos que são egípcios, como pirâmides, olho de Hórus, etc. – que
podem ter origem suméria – pesquisadores indicam a Suméria como berço de
toda civilização.
Há uma lenda, relatada por Plutarco, escritor e filósofo grego, que liga a
Ordem a Ísis (a mãe de todos os seres e personificação da Natureza e da Vida)
e Osíris (deus supremo, o deus que levou a civilização ao Egito, filho de Geb,
a Terra e de Nut, matéria primordial do espaço infinito), no Egito. A
Maçonaria, segundo a lenda, pode ter tido origem nos “Mistérios” egípcios (os
Mistérios egípcios dividiam-se em três graus: mistérios de Ísis, de Osíris e os
de Hórus, que posteriormente, poderiam ter originado os três Graus na
Maçonaria Simbólica), no “ocultismo” desses ensinamentos. A Ordem
recebeu várias influências egípcias: os construtores das pirâmides, os
“pedreiros”, foram os primeiros a sistematizar e transmitir os preceitos
maçônicos. A Geometria, empregada nas grandes construções é a mesma para
os maçons. Elementos dos Templos egípcios, como as colunas, estão presentes
nas atuais Lojas. Os iniciados adotam o princípio da Luz e das Trevas, em
eterna luta, como no mito de Ísis e Osíris:
Seth (deus do caos, da confusão, da traição, das tempestades, do vento, do
deserto e das terras estrangeiras), com inveja de Osíris (seu irmão), por este ter
herdado o reino do pai na Terra, engendrou um plano para matá-lo e usurpar o
poder. Seth tirou as medidas de Osíris enquanto ele dormia e, organizou um
banquete para os setenta e dois deuses da corte, no qual lançou um desafio:
aquele que coubesse no esquife (que mandou fazer com as medidas de Osíris),
o ganharia de presente. Claro que, somente Osíris coube. Seth trancou-o e
mandou jogá-lo no rio Nilo. A corrente arrastou a urna até o Mar
Mediterrâneo, até Biblos, na Fenícia. Ísis, esposa de Osíris, partiu em busca do
marido. Encontrou-o e voltou com o esquife.
Seth descobriu e cortou o corpo do irmão em catorze pedaços, espalhando-os
pelo Egito – são também catorze os dias de um funeral, na Lenda Maçônica do
3º Grau, Mestre – pode ser uma referência à metade da idade lunar, ou de seu
período negro, simbólico da escuridão da morte, seguido pelos catorze dias de
Lua Cheia, ou de retomada da vida.
Ísis parte, novamente, em busca dos despojos do esposo e, encontra todas as
partes. Ísis foi ajudada por Anúbis, deus guia dos caminhos do além-túmulo
com cabeça de chacal, que embalsamou Osíris, e este se tornou a primeira
múmia do Egito. Ísis conseguiu que o marido embalsamado a fecundasse e,
dessa união, nasceu Hórus, que assumiu o poder e reinou na Terra.
Dentre os Mistérios Judaicos de Salomão, há a lenda que, situa a origem da
Maçonaria na construção do Grande Templo de Salomão, em Jerusalém,
narrada no Velho Testamento (I Reis).
Davi, rei da tribo de Judá, que se tornou rei por volta de 1000 a.C., desejava
construir um Templo, onde a Arca da Aliança (receptáculo das Tábuas dos
Dez Mandamentos) ficasse definitivamente guardada, ao invés de permanecer
em tenda provisória, existente desde os tempos de Moisés. Davi e seu filho
Salomão (Salomão, nono filho de Davi, com Bate-Seba - foi o terceiro rei do
povo hebreu, tendo sucedido a seu pai em cerca de 997 a.C.. Reinou por
quarenta anos.), foram encarregados de concretizar os planos do Arquiteto
Divino. Davi não viu a obra concluída, por causa de envolvimentos pessoais:
Davi se apaixonou por Bate-Seba e foi responsável pela morte de seu marido
Urias. O filho de Davi, o príncipe coroado Amom, foi assassinado por seu
irmão Absalão, depois de ter estuprado sua meia irmã Tamar, e Absalão tentou
usurpar o reino de seu pai. Houve uma guerra civil: Davi conseguiu manter
seu reino e mandou matar Absalão, por enforcamento. Com tantos problemas
e dissabores, Davi não construiu o Templo planejado.
Davi estava em seu leito de morte quando Adonias, o herdeiro do trono, foi
coroado rei. Antes que a festa de coroação terminasse, Salomão foi ungido rei
por Sadok, com a aquiescência e ajuda do próprio Davi. A cerimônia de
Salomão foi considerada como a verdadeira. Salomão então recebe de Deus, a
missão de construir o Templo, seguindo as instruções deixadas pelo profeta
Natan, ao qual “o Senhor deu sonhos” com as indicações necessárias.
Salomão não conseguindo arregimentar mão de obra qualificada em Israel
solicitou a Hiram, rei de Tiro (Fenícia), os operários necessários. Hiram,
atendendo ao pedido do rei Salomão, designou os trabalhadores (e também
forneceu madeira do Líbano - cedro), recebendo em troca trigo, cevada, azeite
e vinho.
Salomão mandou construir o Templo no Monte Moriá, no quarto ano do seu
reinado e confiou seus planos a um arquiteto, indicado por Hiram, rei de Tiro,
chamado Hiram Abiff (filho de um tírio, obreiro do bronze, e de uma viúva da
tribo de Nephtali). Hiram Abiff dividiu os trabalhadores em três categorias,
segundo suas aptidões e responsabilidades: uns deveriam trabalhar nas
montanhas extraindo pedras (Aprendizes); outros transportariam as pedras da
montanha para o local da construção (Companheiros); e, os mais qualificados
para construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho (Mestres). Segundo
a lenda, Salomão teria sob suas ordens oitenta mil operários e mais de três mil
Mestres.
A comunicação entre Hiram Abiff, Aprendizes, Companheiros e Mestres era
feita através de sinais, toques e palavras, já que a maioria dos trabalhadores
era analfabeta. Assim, para identificarem-se no momento de receber o
pagamento pelas horas trabalhadas, os Aprendizes usavam uma palavra-senha
(palavra de passe), os Companheiros outra e os Mestres outra diferente, de
maneira que cada um fosse reconhecido de acordo com a sua qualificação
profissional. Se o operário esquecesse a palavra de passe, não conseguia
receber o pagamento. Os maçons, atualmente, conservam toques, sinais e
palavras para se reconhecerem e se comunicarem.
Durante a obra, Hiram Abiff, (arquiteto chefe) foi assassinado por três de seus
Companheiros: Jubela, Jubelo e Jubelum, no Rito Escocês Antigo e Aceito; ou
Sebal, Overlut e Stokin, no Rito de York; ou Hagava, Hakina e Herenda, no
Rito de Misräin. O motivo do crime envolveu ambição. Os três Companheiros
queriam que Hiram Abiff ensinasse os “segredos” de Mestre, sem terem o
tempo necessário de estudo para receberem tais conhecimentos, guardados por
Hiram: reza a lenda, que Hiram Abiff realizou a obra sem o uso de
ferramentas: todos os blocos de pedra encaixavam-se perfeitamente. Hiram foi
morto, porém, não revelou o que sabia.
Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para
procurá-lo, os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três (outros
autores dão o número de doze Mestres, os quais saíram em grupos de três: três
para o sul, três para o norte, três para o leste e três para o oeste). Os três
assassinos esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram
sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. A acácia é
uma planta perene cujas folhas mantêm-se verdes, mesmo no outono e inverno
e, representa a eternidade e imortalidade - o conhecimento inconsciente e
universal. O corpo de Hiram Abiff ficou enterrado por catorze dias. O ramo de
acácia revelou aos nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram -
abriram a tumba e retiraram seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a
carne se solta dos ossos”). Salomão proporcionou a Hiram um enterro digno.
Os três assassinos foram capturados. E Hiram “ressuscitou”.
Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana
(Rito Escocês Antigo e Aceito) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam
três golpes em Hiram Abiff, os quais, simbolicamente, representavam uma
maneira de matar “espiritualmente” a humanidade: o primeiro assassino deu
um golpe na garganta, desfechado com uma régua, que sufocaria a liberdade
de expressão; o segundo golpe foi no coração, com um esquadro, que mataria
a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça, com um maço
(martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento.
Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela,
Jubelo e Jubelum (simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania), deram
origem aos sinais dos três primeiros Graus maçônicos.
Após a morte do rei Salomão em cerca de 935 a.C., seu reino foi dividido em
dois estados: Israel e Judá. Deste último, os judeus herdaram o nome. Com o
tempo, esses dois reinos, tornaram-se muito fracos para conter os invasores,
cheios de ambição. O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de
Nabucodonosor II, rei da Babilônia, em 587 a.C. – Nabucodonosor II mandou
milhares de judeus (provavelmente três mil) para o exílio, na Babilônia.
Em 539 a.C., o general Ugbaru do rei persa Ciro, derrotou os babilônios,
tomando a cidade da Babilônia, sem derramamento de sangue, e uniu a maior
parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e
permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém, devolvendo a eles os tesouros
que haviam sido retirados do Templo por Nabucodonosor II. Os judeus foram
reconduzidos a Jerusalém pelo rei Zorobabel, neto do último rei e herdeiro do
trono de Davi, e seu grupo: Josué, Neemias, Saraías, Raelaiás, Mardoqueu,
Belsã, Beguai, Reum e Baana Foi iniciada a reconstrução do Templo, por
Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos.
Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O
Grande, Jerusalém entra em contato com a cultura grega.
Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para
Antioquia e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo
a prática do judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis
anos. Em 141 a.C., instalaram um reino independente.
Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o
Templo. A Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por
Pompeu. Jerusalém viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano
37 a.C., Herodes conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário,
Herodes restaurou o Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução.
Depois de muitas batalhas, revoltas, guerra civil entre facções judaicas, o
Templo foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual
“Muro das Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro
Templo real, o de Herodes).
Na realidade, em sentido amplo, há quatro Templos: O primeiro, construído
por Salomão; o segundo não existiu concretamente – apareceu como visão do
profeta Ezequiel durante a escravidão dos judeus na Babilônia; o terceiro foi
construído pelo rei Zorobabel e o quarto Templo foi erguido por Herodes.
A Maçonaria também é chamada de “Arte Real”, pela suposição que tenha
sido “encontrada” pelos dois reis: Salomão de Israel e Hiram de Tiro – e, teria
sido encorajada e financiada pelos dois monarcas em vários países.
Outra hipótese, também sem comprovação, aponta a Ordem como instituída
pelos poucos Cavaleiros Templários que não foram massacrados por ordem do
papa Clemente V e do rei da França Felipe IV, o Belo, entre 1307 e 1314.
A Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão foi uma Ordem Militar
Religiosa fundada por um nobre francês da região de Champagne, Hugues de
Payens, que se tornou o primeiro Grão-Mestre dos Templários, e o cavaleiro
flamengo Godofredo de Saint-Omer, em 1118, em Jerusalém, logo após a
Primeira Cruzada (1099), para proteger os peregrinos cristãos que iam para a
Terra Santa. No início, eram nove cavaleiros de origem flamenga e francesa, e
ofereceram seus serviços ao rei de Jerusalém, Balduíno II. Esses cavaleiros
eram: Hugues de Payens, Godofredo de Saint-Omer, André de Montbard,
Payen de Montdidier e Archambaud de Saint-Amand. Os demais estão
envoltos em mistérios, pois só se sabe seus primeiros nomes: Gondemare,
Rosal, Godefroy e Geoffrey (Bisol). Eles instalaram-se, inicialmente, nas
ruínas do Templo do Rei Salomão - daí o nome “Templários”. O primeiro selo
da Ordem Templária era um cavalo montado por dois cavaleiros, que
simbolizaria a pobreza da Ordem. Outros autores afirmam que esse selo
poderia representar os dois graus de cavaleiro dentro da Ordem: os que tinham
permissão para participar do segredo Templário, e os que não tinham.
Os Cavaleiros Templários como Ordem de Cavalaria Militar, formavam a
vanguarda e a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Por
quase duzentos anos, foram muito poderosos, com legendárias habilidades no
combate e fabulosos tesouros.
Felipe, o Belo, tivera seu pedido de admissão rejeitado pelos Mestres
Templários – sua vaidade de tirano foi ofendida e, decretou a perseguição e
prisão dos Templários – em 13 de outubro de 1307. Felipe sabia da rivalidade
entre a Ordem Templária e a Ordem Hospitalária: Ordem dos Cavaleiros
Hospitalários de São João - Ordem religiosa da Igreja Católica, fundada pelo
Irmão Gerardo. Inicialmente, essa Ordem foi instituída como uma Ordem de
enfermagem em Jerusalém, porém tinha membros treinados como cavaleiros
guerreiros. Então o rei sugeriu ao papa que escrevesse aos Grãos-Mestres das
duas Ordens, convidando-os para uma reunião política. Guilherme de Villaret,
Grão-Mestre dos Hospitalários não compareceu ao encontro – o Grão-Mestre
dos Templários compareceu.
Jacobus Borgundus Molay ou Jacques DeMolay (1244-1314), cavaleiro da
pequena nobreza do leste da França, nascido na cidade de Vitrey, último Grão-
Mestre da Ordem Templária e todos os Templários (cerca de quinze mil na
França), foram presos na manhã do dia 13 e torturados – foram acusados de
feitiçaria, idolatria e heresia. A Inquisição da Igreja Católica teve ordens para
extrair confissões, com qualquer tipo de tortura. Jacques DeMolay foi
entregue ao Grande Inquisidor da França, Guilherme Imbert. A tortura deveria
evitar o derramamento de sangue, pois era um padre torturando outro padre.
Portanto, queimar, esmagar e esticar foram as efetivas alternativas.
Nos calabouços (onde ficavam outros prisioneiros), havia um dreno para
excrementos, urina, vômito e sangue – a masmorra, que era um pequeno poço
logo abaixo desse pesado ralo de ferro, do tubo de esgoto, no chão – para as
masmorras iam prisioneiros incorrigíveis ou aos quais estava destinada
particular degradação. Os Templários foram colocados em masmorras – uma
invenção gaulesa, desenvolvida pelos franceses: um poço pequeno demais
para o prisioneiro deitar-se, o qual tinha que ficar sentado ou ajoelhado. Foram
impiedosamente torturados por sete anos.
Em 18 de março de 1314, Jacques DeMolay, e cerca de cento e quarenta
cavaleiros foram executados: foram queimados numa ilha do rio Sena, “Ilê de
la Cite”, assinalando a morte oficial da Ordem. Segundo a lenda, Jacques
DeMolay com setenta anos, durante sua agônica morte na fogueira,
amaldiçoou seus algozes, com essas palavras:
“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre
vós todos. “Nekan, nekan, Adonai!!!” (“Vingança, vingança, Senhor!!!”) papa
Clemente ..., Cavaleiro Guilherme de Nogaret..., rei Felipe; intimo-os a
comparecer perante o Tribunal do Juiz de todos nós dentro de um ano para
receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos
malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!”. Quarenta dias depois
o papa Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Felipe morreu
em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caçada, e
Guilherme de Nogaret (alguns historiadores descrevem-no como “advogado”,
“ministro” e “agente” de Felipe), morreu numa manhã da terceira semana de
dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-Templário.
Pesquisadores apontam que a motivação da perseguição foi política e
econômica: política porque, Felipe, ao destruir a Ordem Templária impediria
qualquer aumento de poder do papa, pois a Ordem era ligada apenas à Igreja
Católica; e econômica, pois o rei apoderar-se-ia das riquezas e bens (castelos,
terras) dos cavaleiros. Os Templários tinham se tornado depositários de
imensas fortunas e formaram um dos primeiros sistemas “bancários”
existentes: o peregrino podia depositar uma quantia em um Templo em sua
terra natal e, retirá-la em outro Templo, na Terra Santa. Felipe forçou o papa a
apoiar a condenação da Ordem e, Clemente V, na sexta-feira, 13 de outubro,
de 1307, autorizou a França a atacar os Templários - fato que selou a sexta-
feira 13 como dia aziago. Porém, o papa arquitetou um acordo, e em 1312,
quando dissolveu a Ordem dos Cavaleiros Templários, transferiu boa parte das
propriedades e os ativos da Ordem Templária para a Ordem dos Cavaleiros
Hospitalários de São João.
A Jacques DeMolay, o último Grão-Mestre Oficial da Ordem Templária, foi
atribuído o fato de ter organizado o que mais tarde veio a chamar-se o “Oculto
Hermético” ou “Maçonaria Escocesa” (segundo teoria do historiador escocês
moderno, Andrew Sinclair).
Há, atualmente, uma Ordem inspirada nos Templários: é a Ordem DeMolay,
para jovens do sexo masculino, de doze a vinte e um anos - a Ordem DeMolay
tem ligações com a Maçonaria, mas tem liberdade de atuação.
Outra tese coloca a origem da Ordem Maçônica moderna, nas Corporações de
Ofício – espécies de sindicatos europeus (principalmente ingleses), na Idade
Média. Especificamente, a corporação de pedreiros – essas corporações
conservavam a influência da Igreja Católica, tendo a corporação de pedreiros
eleito dois santos padroeiros: São João Batista e São João Evangelista, com
posterior fixação em São João da Escócia.
A palavra “Maçonaria” em francês, “Maçonnerie”, é derivada do francês
“maçon”, pedreiro. Ou, como preferem alguns, do inglês “Masonry”
(Maçonaria) e “mason”, igualmente, pedreiro. Etimologicamente, a palavra
“maçom” vem do baixo latim “machio”, cortador de pedras. Porém, alguns
autores defendem a hipótese que a palavra “Maçonaria” é mais antiga e tem
origem na expressão copta “phree messen”, que significa “Filhos da Luz”.
Pode-se deduzir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em
construções, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de
Templos, de Igrejas, castelos, os quais, desde a Antigüidade detinham
conhecimentos especiais e constituíam uma espécie de aristocracia do
trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa e, mantinham as
técnicas de seu ofício, em segredo. Adotaram uma hierarquia baseada no
conhecimento e na perícia. Esta fase da Maçonaria é conhecida como
“Operativa”, porque seus membros trabalhavam em construções – eram
obreiros. Contrariamente aos camponeses, os pedreiros tinham permissão para
viajar, numa época em que as pessoas, viviam ligadas e presas à terra, devido
ao feudalismo. Esses pedreiros reuniam-se em uma “Loja” local, um edifício
erguido no canteiro de obras, onde comiam e dormiam. Todas as corporações
estavam organizadas em: Aprendizes, Oficiais e Mestres. Os Aprendizes não
recebiam remuneração – moravam na casa dos Mestres, que lhes forneciam
vestuário e alimentação. Depois de um tempo de aprendizado, que podia se
estender por até sete anos, eram promovidos ao 2º Grau – Oficiais. Os Oficiais
recebiam salários, e os mais talentosos tornavam-se Mestres, e podiam abrir
suas próprias oficinas.
Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros: o “rough stone mason”,
pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou
polimento, e o “free stone mason”, pedreiro livre, que detinha o segredo de
como polir a pedra bruta.
Os documentos antigos (era cristã), deixados pelos maçons operativos, são
importante fonte para estudo do passado da Maçonaria:
- Constituição de York, ano 926;
- Carta de Bolonha, ano 1248;
- Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse Manuscrito
encontra-se no “British Museum”, em Londres, Inglaterra;
- Manuscrito Cooke, ano 1410;
- Estatutos de Ratisbona, ano 1459;
- Manuscrito Grand Lodge nº 1, ano 1583;
- Estatutos Schaw, ano 1598;
- Manuscrito Inigo Jones, ano 1607;
- Manuscrito de Edimburgo, ano 1696;
- Manuscrito Dumfires nº 4, ano 1710;
- Manuscrito Kewan, ano 1714-1720.
Entre os séculos XVI e XVII, as corporações mudaram as características das
reuniões. Especialmente na Inglaterra, nesses encontros, abriu-se espaço para
o estudo da Alquimia e Rituais Simbólicos e, para homens que não
trabalhavam com construções. Tem início a “Maçonaria Especulativa” ou
“Franco-Maçonaria”, porque seus adeptos são homens de pensamento voltado
para o conhecimento filosófico e, que perdura até hoje (o “Manuscrito
Cooke”, do século XV, é um antigo documento que norteia as bases da
Maçonaria Especulativa, contendo um dos mitos centrais da Maçonaria: a
figura de Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão).
Essas duas fases da Maçonaria são bem distintas: a Operativa era uma
organização fraternal de artesãos. Com a inclusão de membros da nobreza e
pensadores, os temas e debates passaram a ser filosóficos e filantrópicos, teve
início a Maçonaria Especulativa. Segundo Albert G. Mackey (1807-1881 –
médico, autor maçônico): “A principal diferença entre a Maçonaria Operativa
e a Especulativa é que, enquanto a primeira se ocupou com a construção de
um Templo material formado, na verdade, pelos mais magníficos materiais
das pedreiras da Palestina, das montanhas do Líbano, e das costas douradas de
Ofir, a última se dedicou a erguer uma casa espiritual – uma casa não
construída com as mãos – na qual pedras, pedras preciosas, cedro e ouro, são
substituídos pelas virtudes do coração, pelas puras emoções da alma, pelos
ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do espírito”. Segundo o
mesmo autor, a Maçonaria Especulativa, a atual, nasceu do encontro dos
judeus ou maçons puros (Maçonaria Pura ou Noaquita – refere-se aos
descendentes de Noé), e o povo de Tiro, ou maçons espúrios (Maçonaria
Espúria, referente aos mistérios pagãos), na construção do Templo de
Salomão. A Maçonaria Pura sempre foi Especulativa, segundo o autor, e a
Maçonaria Espúria, dos operários de Tiro, era composta por arquitetos
profissionais, que introduziram a arte operativa – daí as características de uma
Ciência Especulativa e de uma Arte Operativa, forneceram as bases da
Maçonaria atual, com a fusão da Maçonaria Pura e da Maçonaria Espúria.
Num primeiro momento, a Ordem foi fiel à Igreja Católica: até 1694, quando
Guilherme III (rei da Inglaterra, Escócia e Holanda) foi iniciado na
Maçonaria, esta era católica e leal ao papa - nos estatutos, havia a obrigação
do maçom ser “fiel a Deus e à Santa Igreja”. No entanto, aos poucos, a
Maçonaria desligou-se do clero, tornando-se autônoma e forte.
A partir do século XVII, o Iluminismo, movimento filosófico e cientificista,
colaborou para a evolução organizacional e funcional da Maçonaria. Antes do
Iluminismo, a sociedade era concebida teologicamente, centrando-se na
autoridade eclesiástica. O Iluminismo substituiu os antigos valores
corrompidos pelos princípios da universalidade, da igualdade e da democracia
- o que os maçons já conheciam e praticavam. O Iluminismo revitalizou as
bases tradicionais da cultura européia, como também contestou a legitimidade
da monarquia, da aristocracia, da submissão da mulher ao homem, da absoluta
autoridade eclesiástica e da escravatura.
Durante o Iluminismo, a Maçonaria surgiu como instituição que preconizava
os valores da Idade Moderna, aceitando plenamente a nova percepção de
mundo, desenvolvida pela ciência e pela filosofia.
Despontou a liderança maçônica de John Theophilus Desaguliers (1683-
1744), um francês que passara a viver na Inglaterra. A ciência foi importante
na vida de Desaguliers, tendo se aprofundado na pesquisa, principalmente, das
Leis Mecânicas de Isaac Newton, também maçom, de quem foi amigo. Fez
conferências em tavernas para divulgar a ciência newtoniana, e estudou a
matéria e seus movimentos como elementos constitutivos do Universo.
Desaguliers tornou-se Grão-Mestre no início da Maçonaria Especulativa.
Os princípios da arquitetura clássica também tiveram grande influência do
Iluminismo, no início do século XVIII. As características mais valorizadas
eram a simetria, os arcos, as colunas Dórica, Jônica e Coríntia e os templos
com domus (abobadados).
Podem-se identificar três fases no desenvolvimento da Maçonaria - a primeira
foi a dos Antigos Mistérios. A segunda fase, mais recente e intermediária, a
Maçonaria Operativa que vai desde as guildas (Corporações de Ofício – eram
associações de artesãos de um mesmo ramo) e as Corporações de
Construtores, até a aceitação dos não operativos, iniciando dessa forma a
terceira fase, a da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, do francês
“franc”, “livre” e “mason” “pedreiro”.
Em cidades da Inglaterra, surgiram Lojas (como são nomeados os grupos de
reunião) – a palavra “Loja” vem do inglês “Lodge” e do francês “Loge”, que
significa cabana, toca, choupana. Outros autores afirmam que a palavra “loja”
vem do sânscrito “loka” “mundo”, derivada da raiz “lok”, que significa “ver”,
tendo relação com “locus”, “lugar” do latim. Assim, a “Loja” é considerada
um símbolo do cosmo.
Em 1717, quatro Lojas reuniram-se para fundar a Grande Loja de Londres,
até hoje a mais importante instituição mundial da Maçonaria. Essas quatro
Lojas, a “Goose and Gridiron” (O Ganso e a Grelha), a “Queen’s Head” (A
Cabeça da Rainha), a “Apple Tree” (A Macieira) e a “Rummer and Grapes”
(O Copo e as Uvas), reuniram-se no local da “Goose and Gridiron” e
oficializaram a criação da Grande Loja de Londres. As Lojas escolheram
também seu primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer (gentil-homem, na época o
Mestre mais antigo). No ano seguinte foi eleito Grão-Mestre George Payne, o
qual reuniu toda documentação existente sobre a Maçonaria, formando o
primeiro regulamento impresso, em 1721. A partir desse regulamento é que
surge, em 1723, a Constituição de Anderson.
A primeira vez em que a palavra “Landmark” foi mencionada em Maçonaria,
foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1721 por George Payne, durante
o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres – os
“Landmarks” foram adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte
integrante da Constituição de Anderson. “Landmarks” são regras de conduta
que devem ser mantidos imutáveis. Podem ser de tradição escrita ou oral. São
consensuais e devem ser mantidos intactos, em virtude de compromissos
solenes e invioláveis. São a certidão de nascimento da Maçonaria
documentada. O conceito de “Landmarks” vem da Maçonaria Operativa: o
método de cinco pontos que consistia em fixar, inicialmente, os quatro
ângulos em que deveriam ser colocadas quatro pedras; depois, a pedra no
centro, que é a que faz a base e tem a forma quadrada ou retangular. O ponto
de encontro das diagonais era assinalado com cinco estacas - isso tem a
denominação de “Landmarks”, isto é: os limites além dos quais não se deve ir.
Os cinco pontos da Maçonaria Operativa eram aplicados a um simbolismo
corporal, no qual o corpo do homem representa o próprio edifício.
Os “Landmarks” de Mackey (Albert Galletin Mackey – 1807-1881, médico,
maçom. É considerado um grande jurista maçônico):
I- “Nossos meios de reconhecimento são inalteráveis. Não admitem
variação alguma;
II- A Maçonaria Simbólica se divide em três graus: Aprendiz,
Companheiro e Mestre;
III- A Lenda do Terceiro Grau é inalterável;
IV- O Governo Supremo da Fraternidade está presidido por um Oficial
chamado Grão-Mestre, eleito entre os membros da Ordem;
V- É uma prerrogativa do Grão-Mestre, presidir qualquer reunião
maçônica (no território de sua jurisdição);
VI- É prerrogativa do Grão-Mestre, conceder dispensa de interstícios
para conferir Graus a qualquer tempo incompleto (em tempos
anormais);
VII- É prerrogativa do Grão Mestre, conceder dispensas para abrir ou
fechar Lojas;
VIII- É prerrogativa do Grão-Mestre, fazer Mestres no ato (iniciar e
exaltar);
IX- Todos os Mestres têm a obrigação de congregarem-se em Lojas;
X- O Governo da Fraternidade, reunida em Lojas, se exerce por um
Venerável Mestre e dois Vigilantes;
XI- É um dever de todas as Lojas, quando se congregam, o de trelhar a
todos os visitantes (trabalhar “a coberto”);
XII- Todo Maçom tem o direito de ser representado e de dar instruções a
seu representante, nas Assembléias de que tome parte;
XIII- Todo Maçom pode apelar à Grande Loja das decisões de seus Irmãos
congregados na Loja;
XIV- Todo Maçom em pleno uso de seus direitos, pode visitar qualquer
Loja regular;
XV- Nenhum visitante desconhecido pode entrar nas Lojas sem ser
cuidadosamente trelhado;
XVI- Nenhuma Loja pode intervir nos assuntos de outra Loja;
XVII- Todo Maçom está sob o domínio das leis e regulamentos da
jurisdição em que resida, ainda que não seja membro das Lojas da
Obediência;
XVIII- As mulheres, os coxos, os aleijados, os escravos, os mutilados, os
menores de idade e os anciãos não podem ser iniciados;
XIX- É inevitável para todo Maçom, a crença na existência de um
princípio criador, identificado como G.A.D.U.;
XX- Todo Maçom deve crer na ressurreição a uma vida futura;
XXI- Um Livro da Lei não deve faltar nunca em uma Loja quando
trabalha;
XXII-Todos os Maçons são iguais;
XXIII- A Maçonaria é uma sociedade secreta;
XXIV- A Maçonaria foi fundada como ciência especulativa sobre a arte
operativa, tomando simbolicamente os usos dessa arte;
XXV- Nenhum destes Landmarks poderá ser modificado nunca, no
mínimo que seja”.
Como ensina Rizzardo da Camino: “Infalibilidade, invariabilidade e
irrevogabilidade são os três atributos dos “Landmarks”.
A Constituição de Anderson estabeleceu um novo estatuto, substituindo as
“Old Charges”, isto é, as “Velhas Obrigações” da Maçonaria Operativa, as
quais foram extraídas de antigos manuscritos usados pelas corporações de
artesãos da Idade Média. Era um código de ética que regulava o
relacionamento entre os maçons das guildas profissionais. Foi organizada pelo
maçom James Anderson (1680-1739), teólogo e ministro da Igreja
Presbiteriana de Londres, nascido em Edimburgo na Escócia, que registrou
por escrito todas as normas e Rituais transmitidos oralmente. A Constituição
de Anderson foi revisada e corrigida por catorze intelectuais maçons, e ficou
dividida em três partes: uma seção histórica, desde épocas remotas até o
começo do século XVII; uma segunda, que expõe as obrigações de todo
maçom, assim como as sanções pelo seu não cumprimento; e a terceira e
última parte, dedicada a canções que glorificam a Ordem, para uso dos três
Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Segundo Alberto Victor Castellet (autor maçônico), em seu livro “O que é a
Maçonaria”, a partir de então, “já não será a catedral um Templo de pedra a
construir, senão que o edifício a ser levantado em honra e glória ao Grande
Arquiteto do Universo será a catedral do Universo, quer dizer, a mesma
Humanidade. O trabalho sobre a pedra bruta destinada a transformar-se em
cúbica, quer dizer, apta às exigências construtivas, será o homem, que haverá
de ir polindo-se em contato com seus semelhantes através de um ensinamento
em grande parte simbólico. Cada utilitário ou ferramenta dos pedreiros
receberá um sentido simbólico: o esquadro, para regular as ações; o compasso,
para manter-se nos limites com todos os homens, especialmente com os
irmãos maçons; o avental, símbolo do trabalho, que com sua brancura indica a
simplicidade dos costumes e a igualdade; as luvas brancas, que recordam ao
franco-maçom que não deve jamais manchar as mãos com a iniqüidade; e
finalmente a Bíblia, para regular ou governar a fé.”
2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos,
Obediências:
- Conceito:
Segundo Erwin Seignemartin (Past Grão-Mestre: nascido em 1912, em
Ribeirão Preto - Brasil) na Conferência “Maçonaria – Sua História, Objetivos
e Princípios” – 28 de setembro de 1979:
“A Maçonaria é uma Ordem Universal formada por homens de todas as raças,
credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e
reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no
Amor Fraternal, na Esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao
Próximo com, Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação
da Verdade e sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos
princípios da Ordem, da Razão e da Justiça. Para que o mundo alcance a
Felicidade Geral e a Paz Universal.
A Maçonaria é uma organização mundial de homens que, utilizando-se de
formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente
uniram-se para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade.
Admitindo em seu seio homens de caráter sem consideração à sua raça, cor ou
credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma Liga Internacional de
homens dedicados a viver em paz, harmonia e afeição fraternal.”
A Maçonaria, em cada país ou em cada estado de uma Federação, é regulada e
dirigida por uma Grande Loja independente e soberana.
A Ordem Maçônica não inicia mulheres, pois tendo evoluído da Maçonaria
Operativa que erguia templos no período da construção de catedrais, adotou a
antiga regulamentação que previa o seguinte (por entender que, a mulher não é
afeita ao trabalho árduo de pedreiro, ofício original dos primeiros integrantes.
As corporações de pedreiros eram constituídas, exclusivamente, por pessoas
do sexo masculino):
“As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e
de princípios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vínculos que o
privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim
como homens de comportamento duvidoso ou imoral”.
As Mulheres e a Maçonaria:
Apesar da Constituição de Anderson (1723), que é o marco inicial da
Maçonaria Especulativa, não permitir a admissão de mulheres, há algumas
correntes de pesquisas maçônicas que admitem o fato como sendo um
princípio antigo. No Egito e na Índia, pelas pinturas nas tumbas e pelos
manuscritos do Antigo Egito, a esposa está presente quando o marido, como
sacerdote, executa cerimônias. Nas tradições das sociedades iniciáticas
antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural,
podiam ser iniciados, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de
conduta nobre.
Na Idade Média, (final do século XVI) havia restrições quanto ao ingresso da
mulher na Maçonaria.
Em 1730, na França, alguns maçons criaram o movimento da “Maçonaria de
Adoção”.
Como ensina W. Kirk MacNulty em seu livro “Maçonaria – Uma Jornada por
Meio do Ritual e do Simbolismo”:
“A “Maçonaria de Adoção” foi um fenômeno da última metade do século
XVII. Uma Loja de Adoção era conduzida por uma Loja Maçônica regular
que promovia sessões especiais no curso das quais as mulheres eram
admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos.
Tais Lojas eram particularmente bem sucedidas na França, onde houve uma
revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que continuou
pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina era a Grã-Mestra da “Loja
de Adoção Santa Carolina”. Napoleão Bonaparte era maçom.
A Maçonaria, conserva a regulamentação, conforme reza a Constituição de
Anderson, de não iniciar mulheres. Atualmente há a Maçonaria Mista e a
Maçonaria Feminina, mas não são reconhecidas pelos órgãos competentes
maçônicos – ainda não são regulares.
Porém, pode-se imaginar, que a tradição existente na Maçonaria, de somente
iniciar pessoas do sexo masculino, seja uma herança de tempos remotos:
O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco insetívoro.
Esse grupo subdividiu-se: alguns se tornaram herbívoros, e outros, carnívoros.
Esses carnívoros tiveram que se lançar na competição com outros animais
terrestres e, tornaram-se melhores caçadores. Começaram a utilizar
instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de caça, com a cooperação social.
Diferentemente dos lobos, os hominídeos não se dispersavam após o ataque -
e, o grupo caçador era formado somente por machos. As fêmeas estavam
ocupadas em cuidar da prole, e não podiam participar ativamente da
perseguição e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se
diferenciado.
Socialmente, os indivíduos do sexo masculino aumentaram a necessidade de
comunicação e cooperação com os companheiros, e desenvolveram
expressões faciais e vocais, criando maior camaradagem - em seus grupos
caçadores, exclusivamente formados por machos.
Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais, como
caprinos, ovinos, os machos tiveram suas funções caçadoras diminuídas. Essa
lacuna, muito provavelmente, foi compensada com a criação de associações
exclusivamente masculinas - proporcionando oportunidade para a interação
entre machos e para atividades coletivas. Nessas associações, há um forte
componente emocional de união masculina, e preocupação com a interação
entre machos, que existia nos primitivos grupos de caçadores cooperativos -
essas entidades exercem um importante papel na vida de homens adultos,
revelando a manutenção de instintos básicos ancestrais. As mulheres podem
não possuir essa necessidade, pois não se associaram em grupos cooperativos,
em tempos primitivos.
Fazer parte dessas associações, para os homens, significa compartilhar a
masculinidade essencial, uma necessidade moderna da tendência ancestral da
espécie para formar grupos de machos caçadores. É interessante observar, que
grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche,
um banquete - o sucedâneo da partilha da comida (caça).
Assim, mulheres e homens, geneticamente, parecem possuir necessidades
diferentes. Criaram-se então, “Mistérios” masculinos e femininos. Para a
mulher a maternidade, a comunhão com a flora. Para o homem, a caça, a
guerra, a comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol. Porém,
para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino juntam-
se: são complementares, porém diferentes.
A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua
como símbolos: o Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos, ouro e
prata, o positivo e o negativo. O Sol é a vida, o masculino. Nos Antigos
Mistérios o Sol era adorado por ressurgir da “morte” de seu poente. O Sol era
símbolo da regeneração da alma – A Lua, sua complementaridade, o feminino.
A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à
noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O
Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que
vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas
as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a natureza do
princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas,
opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.
A Ordem, por ter origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as
energias masculinas e femininas.
Os maçons usam três pontos dispostos em triângulo (.*.), como símbolo -
símbolo solar, símbolo masculino. Têm uma origem bem antiga – objetos
celtas do século IX a. C e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. A
tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. Os Três Pontos
traduzem a concepção piramidal egípcia e são o símbolo sexual masculino
completo: pênis mais testículos, significando o sexo em função procriativa.
Procriação - masculino e feminino em equilíbrio.
A Maçonaria, mesmo não iniciando mulheres, demonstra um grande respeito à
energia feminina.
A Ordem é uma associação de homens livres e de bons costumes, cultivando
os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento
intelectual e fraternidade. É uma entidade iniciática, filosófica, educativa e
filantrópica. A Maçonaria, através do ideal de aperfeiçoamento, conduz o
indivíduo ao equilíbrio e desenvolvimento pessoal, ao exame da moral e à
prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem
em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de
deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas.
A Ordem, tendo por objetivo o aperfeiçoamento, conduz à instrução e à
evolução moral e intelectual do indivíduo.
A Maçonaria somente considera possível o progresso (pessoal e social) com
base no respeito à personalidade, à justiça e à mais estreita solidariedade entre
os homens, unindo indivíduos, através do ideal de aperfeiçoamento.
A Maçonaria é uma instituição que promove um renascimento espiritual do
homem, através de um realinhamento do sistema de sua conduta moral e ética.
O iniciado compromete-se a vencer paixões, vícios, ambições, ódios, desejos
de vingança e, o que estiver oprimindo-lhe a alma.
A Instituição não é uma sociedade secreta, porque sua existência é conhecida
(mas é uma instituição iniciática: o candidato ingressa por meio de rituais,
iniciado por um Mestre Maçom). É uma sociedade “discreta”. As autoridades
de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Os únicos segredos que
existem, e só se conhece por meio do ingresso na Ordem, são os meios usados
pelos maçons para reconhecerem-se entre si em qualquer parte do mundo, o
modo de interpretar símbolos e os ensinamentos neles contidos, e os Rituais
internos das Lojas.
A Maçonaria também é ciência (investigação racional ou estudo da Natureza
direcionado à descoberta da Verdade), no seu aspecto mais abrangente,
partindo da premissa que homem e Natureza são componentes de um único
sistema. É ciência aplicada na prática, eticamente, para a evolução geral da
humanidade, entendendo que a ação é decorrência do pensamento, adotando o
desenvolvimento do intelecto, como via para o desenvolvimento da
capacidade maior da Instituição, da sociedade, do Planeta e do Universo.
Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria.
A Maçonaria combate: a ignorância, a superstição, o fanatismo, o orgulho, a
intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.
A Ordem possui um “Código Maçônico” (originário da Maçonaria inglesa) -
são preceitos morais e éticos, que devem orientar todo maçom - no Brasil, está
presente nas instruções, desde a metade do século passado.
Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele
disse: “Não posso dar-lhes um código; observem os homens melhores e mais
sábios que vocês encontrarem e imitem-nos”.
Código Maçônico:
- Adora o Grande Arquiteto do Universo;
- O verdadeiro culto que se presta ao Grande Arquiteto do Universo
consiste, principalmente, em boas obras;
- Tem sempre tua alma em um estado puro, para ser digno diante de tua
consciência;
- Ama ao próximo como a ti mesmo;
- Não faças o mal para esperar o bem;
- Estima os bons, ama os débeis, foge dos maus, mas não odieis a ninguém;
- Não lisonjeies teu irmão, pois isto é uma traição; se teu irmão te lisonjeia,
teme que ele te corrompa;
- Escute a voz de tua consciência;
- Seja o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, outras
tantas maldições que cairão sobre tua cabeça;
- Respeita o viajante nacional como o estrangeiro; ajuda-o. Ele deve ser
uma pessoa sagrada para ti;
- Evita as discussões, evita os insultos, faz com que a razão fique sempre
do teu lado;
- Reparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos abriga-os em
tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e não desperdices tua comida
com quem não a merece - sua carne pelas tuas;
- Não se irrite com facilidade, porque a ira repousa no seio do néscio;
- Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas
retirará, e isso também é vaidade;
- Foge dos ímpios, senão tua casa será arrasada, somente os lares dos justos
florescerão;
- No caminho da honra e da justiça está a vida, mas o caminho transviado
conduz à morte;
- O coração dos sábios está onde se pratica a virtude, e o coração dos
néscios, onde se festeja a vaidade;
- Respeita as mulheres, não abuses jamais de sua debilidade e muito menos
penses em desonrá-las;
- Se tens um filho, regozija-se; mas treme da responsabilidade que te
confia. Faz com que até os dez anos te tema, com que aos vinte te ame e
que até a morte te respeite. Até os dez anos seja seu Mestre, até os vinte
seu pai e até a morte seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princípios antes
que belas maneiras, que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância.
Faz um homem honesto antes que um homem hábil;
- Se tens vergonha de teu destino, tens orgulho; pensa que aquele nem te
honra nem te degrada, o modo com que cumpras te fará um ou outro;
- Leia e aproveita, veja e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre no bem
de teus irmãos e trabalharás para ti mesmo;
- Contenta-te de tudo, por tudo e com tudo;
- Não julgueis apressadamente as ações dos homens; não reproves e muito
menos elogies; antes procura sondar bem os corações para apreciar suas
obras;
- Seja entre os profanos, livre sem licença, grande sem orgulho, humilde
sem se rebaixar; e entre os irmãos, firme sem ser tenaz; severo sem ser
inflexível e submisso sem ser servil;
- Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais,
sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente
com os pobres;
- Justo e valoroso defende o oprimido, protege a inocência, sem esperar por
nada dos serviços que prestares;
- Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao
mérito pessoal, sejam quais forem a classe, o estado e a fortuna;
- No dia em que se generalizarem essas máximas entre os homens, a
humanidade será feliz e a Maçonaria haverá terminado sua tarefa e cantará
seu triunfo regenerador.
Além do Código, há o “Decálogo da Maçonaria”, também originário da
Maçonaria inglesa:
- Deus é a sabedoria eterna, onipotente e imutável; suprema inteligência e
inextinguível amor. Deves adorá-lO, reverenciar e amar, praticando as
virtudes, muito O honrarás;
- Tua religião consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não,
unicamente, um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece a
seus preceitos. Tua alma é imortal; nada farás que a desagrade;
- Combaterás, incessantemente, o vício. Não farás a outrem o que não quiseres
que te façam. Deverás ser submisso à Fortuna e conservar vivo o fogo da
Sabedoria;
- Honrarás teus pais. Respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos.
Instruirás os jovens;
- Sustentarás tua mulher e filhos. Amarás tua Pátria e obedecerás às suas leis;
- Teu amigo será para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te afastará do
seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida;
- Evitarás e fugirás de falsos amigos, assim como, quando possível, dos
excessos. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória;
- Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos demais,
lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro;
- Ouvirás muito; falarás pouco e obrarás bem. Olvidarás as injúrias, darás o
bem em troca do mal. Não abusarás de tua força ou superioridade;
- Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre a virtude. Serás
justo. Evitarás a ociosidade.
Para pertencer à Maçonaria o candidato (a palavra “candidato” vem do latim
“canditus”, que significa “branco”: na Roma antiga, o postulante vestia-se de
branco quando pleiteava um cargo público) deve:
1- Crer na existência de um princípio Criador, o “Grande Arquiteto do
Universo” (G.A.D.U.);
2- Ser homem livre e de bons costumes;
3- Ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e
consigo mesmo;
4- Ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que permita prover as suas
necessidades pessoais, de sua família e a sustentação de obras da
Instituição;
5- Ser convidado por um maçom e ser aprovado pelos demais;
6- Ter, pelo menos, vinte e um anos ou ser emancipado;
7- Não ter nenhuma deficiência física que o impeça de cumprir os futuros
deveres maçônicos - a Maçonaria, possivelmente, teve origem nas
Corporações de Ofício na Idade Média - a corporação de pedreiros. Nas
construções, os deficientes físicos não poderiam carregar pedras, subir e
descer escadas etc., e por esse motivo não eram aceitos. Mais
recentemente, a Ordem não aceita deficientes por causa dos sinais de
reconhecimento entre maçons, com as mãos e os pés, que os deficientes
não poderiam fazer. Não é uma exclusão discriminatória;
8- Obrigar-se ao pagamento dos encargos pecuniários estabelecidos nos
regulamentos.
- Objetivos:
A Maçonaria tem por objetivos:
A livre investigação da Verdade (unidade da Divindade (Deus) e imortalidade
da alma), o exame da moral e a prática das virtudes. Virtude é a força que
impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a
força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a
família, sem interesses egoístas. Tem por objetivo o aperfeiçoamento, a
instrução e a disciplina do indivíduo. O maçom, auto aperfeiçoando-se, estará
pronto para contribuir, mesmo que em pequena parcela, para a grandiosa obra
moral do desenvolvimento humano.
A Maçonaria tem como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e é uma
sociedade que tem por objetivo unir os indivíduos, sendo esta união, entendida
no seu sentido mais amplo e elevado. Logo, seu estímulo para a união entre os
homens faz com que admita em seu regaço pessoas de todos os credos
religiosos, sem nenhuma distinção. A Ordem não é uma religião, mas é
religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio Criador,
Regulador, Absoluto, Supremo e Infinito ao qual dá o nome de “Grande
Arquiteto do Universo”; é religiosa porque é uma entidade espiritualista, em
contraposição à concepção do predomínio do materialismo.
A Maçonaria reconhece o Grande Arquiteto do Universo, Deus, mas um Deus
entendido dentro dos princípios de tolerância religiosa do deísmo, tradição que
recusa a idéia de que só uma instituição tem o poder para fazer a ligação com
o Divino. Deísmo é diferente de teísmo. Para o teísmo, Deus é o autor do
mundo. Para o deísmo, Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso ou
difuso na Natureza, como o Arquiteto do Universo. Trata-se de um Deus de
todas as religiões. É antes um Deus da Natureza do que um Deus da
humanidade. E, por isso, um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano,
etc., ou não professar nenhuma religião. Só não deve ser ateu. A Maçonaria
como todas as Tradições Iniciáticas, entende a Divindade como o centro e a
fonte de todas as coisas. Mas, a idéia de Deus como um “Grande Arquiteto”, é
anterior à Maçonaria Especulativa.
- Missão:
Através das ações de seus adeptos, sua missão é a prática das virtudes e da
caridade, é confortar os desafortunados, é não voltar as costas à miséria, é
restaurar a paz de espírito aos desamparados e dar novas esperanças aos
desesperados.
A Maçonaria tem a missão de aperfeiçoar as vidas dos seus membros,
investigar a Verdade, conduzir seus membros a dedicarem-se às boas obras,
fazer amigos e reconhecer seus semelhantes como irmãos.
O iniciado considera-se pedra bruta e, tem a missão de aprimorar-se e tornar-
se “polida”.
- Propósitos:
O propósito da Maçonaria é estudar caminhos que levem à evolução do
Planeta. O rumo é em direção à Luz (um dos nomes do Grande Arquiteto do
Universo), através do pensamento racional – a potência mental também é uma
Luz e a Luz da mente incorpora a própria Luz Divina. A proposição é que, se
cada indivíduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem
e da perfeição, a sociedade vai caminhar naturalmente sob a égide do
progresso. A evolução individual terá como conseqüência, a evolução da
humanidade. E, cada maçom escolherá e trilhará seu próprio caminho de
crescimento individual, pois tem liberdade de pensamento.
- Obediências:
A Maçonaria no mundo divide-se em Obediências Maçônicas, chamadas de
Grande Loja, Grande Oriente ou Simples Ordem Maçônica. São unidades
administrativas diferentes que agrupam diversas Lojas, mas que transmitem os
mesmos ideais. No Brasil existem três grandes grupos de Obediências
Maçônicas:
. Grande Oriente do Brasil – com Grandes Orientes Estaduais;
. CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (Grandes Lojas
Estaduais formam a CMSB);
. COMAB – Grandes Orientes Independentes (Grandes Orientes Estaduais
Autônomos, que formam a COMAB).
3- Ritos e Graus:
- Ritos:
Rito, do latim “ritus”, significa algo convencional, formal. Rito é um
cerimonial próprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela
autoridade competente – é a ordenação de qualquer cerimônia.
Rito Maçônico é um conjunto de cerimônias e ensinamentos, que variam de
acordo com o período histórico, interpretação, objetivo e temática dada por
seu criador.
Rito é o método utilizado para transmitir os ensinamentos e organizar as
cerimônias maçônicas. Rito é cada diferente sistema maçônico para instrução,
para o trabalho e mesmo para o Ritual de Iniciação. Rito é a prática de se
conferir a Luz Maçônica a um indivíduo, através de um cerimonial
característico.
Em seiscentos anos de Maçonaria documentada, vários Ritos surgiram. Mas,
de 1356 a 1740, existiu um Rito, apenas um sistema de cerimônias e práticas.
Somente a partir de 1740 é que vários Ritos floresceram na Europa.
Um Rito deve ter conteúdo que consagre algumas peculiaridades
estabelecidas: o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o
Esquadro e o Compasso sobre o Altar dos Juramentos, sinais, toques, palavras
e a divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus.
Não há nenhum órgão internacional para reconhecer os diversos Ritos. Acima
do terceiro Grau, cada Rito estabelece sua própria doutrina, hierarquia e
cerimonial. Cada Rito possui características próprias.
Segundo os ensinamentos de Papus (1865-1916: Gérard Anaclet Vincent
Encausse, médico espanhol - em seu livro “ABC do Ocultismo”- maçom), os
Ritos dividem-se em três categorias principais:
a)- Ritos de estudos filosóficos elementares, de ação política imediata. A
tendência desses Ritos é a transformação da Maçonaria em sociedade profana.
O Grande Oriente da França, ou Rito Francês Moderno, alguns Grandes
Orientes do Estrangeiro estão ligados a este sistema;
b)- Ritos nos quais a hierarquia e os Altos Graus são escrupulosamente
conservados. Os Ritos pertencem ao sistema Escocês. Entre os Ritos ligados a
este sistema Escocês: Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin, reformado por
Pike, Rito Escocês Antigo e Aceito de Cerneau, Rito Primitivo e Original da
Franco-Maçonaria , Rito Nacional Espanhol , Rito Antigo e Primitivo, etc. e
o Rito Universal Misto. As palavras “antigo” e “primitivo” indicam,
geralmente, a conexão ao sistema Escocês, ao passo que a palavra “moderno”
indica conexão ao sistema precedente;
c)- Certos maçons, ligados a sociedades Rosa-Cruz, quiseram aprofundar esta
ciência, adaptando-lhe Graus cabalísticos e místicos. Este gênero de
Maçonaria tem se restringido a uma elite e, freqüentemente, compreende
apenas Altos Graus, deixando aos demais Ritos a tarefa de preparar iniciados
futuros. O mais conhecido desses Ritos é o de Misräin, depois o de Mênfis. O
Rito de Swedenborg e as Ordens de Iluminados Cristãos estão ligados a esses
Ritos especiais.
Os Ritos mais difundidos no mundo hoje são:
- Rito Escocês Antigo e Aceito;
- Rito de York;
- Rito de Schröder;
- Rito Francês ou Moderno;
- Rito Brasileiro (só no Brasil);
- Rito Adonhiramita.
Existem mais de cento e cinqüenta Ritos atualmente, porém, os mais
praticados são o Rito Escocês e o de York.
- Graus:
_,_._,___
A Maçonaria utiliza o sistema de Graus para transmitir seus ensinamentos,
cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação (Ritual de Aceitação) a cada
Grau, e os segredos são transmitidos através de gestos, palavras e símbolos.
A Maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando de Rito
para Rito.
A constituição dos três primeiros Graus é obrigatória e, está prevista nos
“Landmarks” da Ordem. A Maçonaria Simbólica compreende os seguintes
Graus:
- 1º Grau – Aprendiz – Deve, acima de tudo, “saber aprender”. É o primeiro
contato com o Simbolismo Maçônico. O Aprendiz “aprende” as funções de
cada um no Templo e busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação
dos vícios. Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de
todos os Graus. Ferramentas (Símbolos) usadas nos trabalho do 1º Grau:
Malho, Cinzel, e a Régua de Vinte e Quatro Polegadas (as Ferramentas de
Trabalho representam capacidades emocionais que o maçom precisa
identificar, controlar, e depois usar em sua vida cotidiana);
- 2º Grau – Companheiro – Esta fase propicia ao maçom um profundo
conhecimento de símbolos, além de avanços Ritualísticos e desenvolvimento
do caráter. Ferramentas usadas nos trabalhos do 2º Grau: Nível, Prumo e o
Esquadro;
- 3º Grau – Mestre – É o Grau da plenitude maçônica. No âmbito do
Simbolismo (Lojas Simbólicas), é o Grau mais elevado que permite ocupar
quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e
objetivos maçônicos. Ferramentas usadas nos trabalhos do 3º Grau:
Compasso, Lápis e o Carretel Apontador.
O trabalho realizado nos Graus Superiores é optativo e de caráter filosófico.
Existem diversos sistemas de Graus Superiores, como o de Trinta e Três
Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, o de Catorze Graus no Rito de York,
etc.
- Ritos na Maçonaria:
- Rito Escocês Antigo e Aceito:
Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É
composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de
Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A
constituição dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael
Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ramsay
protagonizou a criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu
dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto.
“Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos
ou iniciados, sem serem construtores.
A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões.
Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia,
pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no
Rito “Emulation Rite”. O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation
Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a
Grã-Bretanha.
O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a
Maçonaria Inglesa, do Rito de “Emulation Rite”.
No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em
virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas
Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual
dos Escoceses ou Rito Escocês.
Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish
Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais
antigos e influentes na França.
Entre os Ritos ligados ao sistema escocês:
- Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin reformado por Pike: Etienne Morin
foi o fundador da Loja Mãe Escocesa de Bornéus e organizou em São
Domingo e na Jamaica, na década de 1760, a Maçonaria de Perfeição, com
Vinte e Cinco graus. Mas também se deve a Andrew Francken, deputado e
Grande Inspetor de Etienne Morin na América do Norte, uma transcrição
dos Rituais da Maçonaria de Perfeição.
- Rito Escocês Antigo e Aceito por Cerneau;
- Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria;
- Rito Nacional Espanhol;
- Rito Universal Misto, etc.
Os Trinta e Três Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito:
1º, 2º, e 3º - Graus concedidos pelas Lojas Simbólicas;
Do 4º ao 14º - Graus concedidos pelas Lojas de Perfeição;
Do 15º ao 18º - Graus Capitulares concedidos pelos Capítulos Rosa-Cruz;
Do 19º ao 30º - Graus Filosóficos concedidos por um Conselho Kadosh;
31º e 32º - Graus Administrativos concedidos pelo Consistório;
33º - Último Grau Administrativo concedido pelo Supremo Conselho.
1º Grau - Aprendiz Maçom – Grau de iniciação nos trabalhos da Arte Real.
Dedica-se aos ensinamentos da filosofia maçônica;
2º Grau - Companheiro Maçom – Grau intermediário; consagrado à exaltação
do trabalho de como transformar a pedra bruta em pedra cúbica;
3º Grau - Mestre Maçom – O Grau que consagra a prevalência do espírito
sobre a matéria;
4º Grau – Mestre Secreto – Grau de meditação; os verdadeiros segredos da
Maçonaria devem ser objeto de pesquisas. Neste Grau o maçom também
aprende as virtudes do silêncio. Avança no conhecimento de símbolos
utilizados na Maçonaria;
5º Grau – Mestre Perfeito – Grau de meditação; estuda a filosofia da Natureza.
Aprende a meditação interior. Este Grau privilegia o princípio moral de render
culto à memória de honrados antepassados;
6º Grau – Secretário Íntimo ou Mestre Por Curiosidade – Esse Grau é baseado
na idéia de aprendizagem do comando e sua moral resume-se no respeito que
se deve ter aos segredos alheios. É dedicado à necessidade de se buscar
conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo adverte para a vã
curiosidade capaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as
maneiras de combatê-las;
7º Grau – Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês – É consagrado à eqüidade
severa com a qual, deve-se julgar as próprias ações. Neste Grau estuda-se a
Eqüidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos
de liderança;
8º Grau – Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel – A liberdade é o
único traço de união entre o trabalho e a propriedade. Dedica-se a estudar a
fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à
propriedade. Combate a hipocrisia, a ambição e a ignorância;
9º Grau – Mestre Eleito dos Nove - Grau de iluminação. Consagra-se ao zelo
virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforços,
vingam a verdade e a virtude do erro e do vício. Estuda-se a realidade dos
ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução;
10º Grau – Mestre Eleito dos Quinze - Consagrado à eliminação de todas as
paixões e de todas as tendências censuráveis. Estuda-se a extinção de
tendências pouco proveitosas;
11º Grau – Sublime Cavaleiro Eleito ou Cavaleiro Eleito dos Doze –
Consagrado à regeneração dos costumes, às ciências e às artes. Dedica-se à
regeneração;
12º Grau – Grão-Mestre Arquiteto – Representa-se o povo e consagra-se à
coragem perseverante. Estuda o poder da representação popular;
13º Grau – Cavaleiro Real Arco – Destinado à interpretação dos primeiros
instituidores da Ordem. Estuda os magos pontífices do Egito e de Jerusalém;
14º Grau – Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom – Consagrado ao
Grande Arquiteto do Universo. É o mais alto Grau das Lojas de Perfeição.
Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma
educação digna para que o homem possa ter governantes que assegurem
direitos e obrigações compatíveis;
15º Grau – Cavaleiro do Oriente – Esse Grau aborda o momento histórico do
fim do exílio dos hebreus na Babilônia. Dedica-se à luta incessante para o
progresso pela razão;
16º Grau – Príncipe de Jerusalém – O Grau é consagrado ao retorno à Terra
Santa. Estuda a vitória da liberdade como conseqüência da coragem e
perseverança;
17º Grau – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente – Grau consagrado aos
Cruzados. Explora o direito de reunião;
18º Grau – Cavaleiro Rosa-Cruz – Esse Grau celebra o advento de Cristo. É
dedicado ao triunfo da Luz sobre as trevas. É a libertação pelo Amor;
19º Grau – Grande Pontífice ou Sublime Escocês dito da Jerusalém Celeste –
Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado;
20º Grau – Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre “Ad Vitam” – É
consagrado aos deveres dos chefes das Lojas Maçônicas;
21º Grau – Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - Estuda os perigos da ambição e
o arrependimento sincero;
22º Grau – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano – Estuda o
trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos;
23º Grau - Chefe do Tabernáculo - Dedica-se à vigilância dos valores
propagados pela Ordem e ao combate da superstição;
24º Grau - Príncipe do Tabernáculo - Dedica-se à conservação das doutrinas
maçônicas;
25º Grau – Cavaleiro da Serpente de Bronze – Dedica-se ao combate do
despotismo;
26º Grau – Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário – Estuda princípios de
organização social através da Igualdade e Harmonia;
27º Grau – Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do
Templo de Jerusalém – Defende princípios de governo democrático;
28º Grau – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto – Estuda a Verdade;
29º Grau – Grande Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca dos
Cruzados – É dedicado à Antiga Maçonaria da Escócia;
30º Grau – Grande Inquisidor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia
Branca e Negra – Fecha o ciclo de estudos no Kadosh. É um Grau de estudos
profundos a respeito do simbolismo e filosofia maçônicos;
31º Grau – Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador –
Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos.
Estuda-se História;
32º Grau – Sublime Cavaleiro ou Príncipe do Real Segredo – Estuda o Poder
Militar;
33º Grau – Soberano Grande Inspetor Geral – É o último Grau. Fecha o ciclo
de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável pelos destinos da
Maçonaria no país. É o Guardião Mestre e Condutor da Maçonaria.
- Rito de York:
É considerado bastante antigo. É o mais praticado em todo o mundo - por
cerca de 85% dos maçons.
O Rito de York é executado desde os tempos do rei anglo-saxão, Athelstan,
século X, da cidade de York, capital do território da Nortúmbria. Segundo o
“Manuscrito de Halliwell”, no ano 926 houve um grande congresso de
maçons, convocado e presidido pelo príncipe Edwin, filho do rei Athelstan.
Edwin tornara-se geômetra e mestre-de-obras, após ter passado por todas as
etapas da Iniciação Maçônica – e, foi eleito Grão-Mestre. Daí por diante,
todos os anos, é realizada uma reunião maçônica em York. Edwin escolheu
três símbolos como elementos de base da Ordem: um Esquadro em ouro, um
Compasso de prata com pontas de ouro e uma Trolha (pá) de prata.
Mesmo após a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, as Lojas
Britânicas, em sua maioria, continuavam a respeitar as Antigas Obrigações e
não à Grande Loja Britânica – que, ficou com sua influência bastante limitada.
As Lojas Britânicas não aderiram ao Sistema de Obediência, permanecendo
livres.
O centro de resistência à Grande Loja era a antiga Loja de York, de tradição
Operativa e que dava aos membros da Grande Loja, o título de “Modernos”,
enquanto eles próprios se autodenominavam “Antigos”, pelo respeito às
antigas leis. Na união dos maçons “Antigos” e “Modernos” em 1813 - as duas
Grandes Lojas rivais inglesas - foi oficialmente aprovado o Ritual dos
“Antigos” como o Ritual Oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra e,
naquele momento o procedimento maçônico resultante dessa união recebeu o
nome de Rito de Emulação – “Emulation Rite”.
Portanto, por força do “Act of Union” firmado pelas duas Grandes Lojas
rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente.
A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a
Grande Loja de Londres submetera-se à Grande Loja de York, cujo Rito, até a
época da união, denominava-se “Rito de York”.
O Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do “Emulation Rite”
praticado na Inglaterra. O “Emulation Rite” na Inglaterra, não possui Graus
filosóficos. Nos Estados Unidos, o Rito de York é constituído pelos três Graus
Simbólicos e quatro Graus Filosóficos. Estas não são as únicas diferenças.
Existem outras, de ordem Ritualística.
Rito de York ou Americano é aquele praticado pelas Grandes Lojas dos
Estados Unidos. Apresenta Catorze Graus, ou seja, conta com Onze Altos
Graus, apesar de grande parte dos maçons americanos praticarem os três
primeiros Graus da Loja Simbólica em Rito de York e o restante no Rito
Escocês Antigo e Aceito.
No Rito de York existem apenas três cargos que são eletivos: o Mestre da
Loja, o Tesoureiro e o Guardião (Guarda Externo, em alguns casos, quando
ele não é membro da Loja) – nos demais Ritos, toda Loja tem, pelo menos, o
Venerável Mestre, dois Vigilantes, o Orador, o Secretário, o Companheiro e o
Aprendiz.
No Brasil existem inúmeras Lojas Maçônicas que adotam a linha inglesa, ou
seja, o “Emulation Rite”, apesar do uso da denominação “Rito de York”, que
acabou se consagrando.
- Rito de Schröder:
Foi criado por Friedrich Ludwig Schröder (1774-1816: em Shwerin,
Alemanha), e introduzido em sua Loja em 29 de junho de 1801, em
Hamburgo, Alemanha.
É um Rito simples e, opera nos três Graus Simbólicos, não possuindo Altos
Graus ou Graus Filosóficos.
Schröder aboliu o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, por entender
a Maçonaria como uma união de virtudes, e não uma sociedade esotérica –
enfatizou o ensinamento dos valores morais e o espírito fraterno. Preservou os
símbolos, resgatando o princípio que afirmava ser a “Verdadeira Maçonaria, a
dos Três Graus de São João”.
Schröder restaurou o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura
germânica de sua época. Por isso o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de
York (“Emulation Rite”), sem ser uma cópia deste.
- Rito Francês ou Moderno:
Como se sabe, a Maçonaria Moderna surgiu quando, em 1717, quatro Lojas de
Londres se uniram para formar a Grande Loja de Londres, priorizando estudos
teóricos e afastando-se da prática da construção.
O Rito Francês ou Moderno criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande
Oriente de França, em 1774, com a nomeação de uma comissão para reduzir
os Graus, deixando apenas os Simbólicos. No princípio houve uma forte
oposição, então a comissão deixou quatro dos principais Graus Filosóficos;
com o decorrer do tempo, algumas Lojas adotaram o Rito.
A denominação Rito Francês, surge inicialmente num processo de uma
deliberação do Grande Oriente de França, de 25de novembro de 1799 sobre
uma Loja de Nova Iorque sob o Rito Francês. No século seguinte o mesmo
Rito será conhecido como Moderno.
Tudo indica que o nome de Rito Francês e depois Rito Moderno, foi utilizado
pelo Grande Oriente de França, em oposição ao nome Escocês, usado por
vários Ritos praticados na França no século XVIII.
Atualmente é um Rito muito praticado na França e nos países que estiveram
sob sua influência.
Segundo o Rito Francês ou Moderno, o Universo é governado por leis
imutáveis com as quais o indivíduo se relaciona.
- Rito Brasileiro:
Alguns escritores afirmam que, o Rito Brasileiro foi criado em 1864, em
Pernambuco, com o nome de “Maçonaria Especial do Rito Brasileiro”.
Porém, oficialmente, sua criação foi em 23 de dezembro de 1914, através do
Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Teve curta duração
inicial, ficando sem uso de meados da década de 40 (1940) até a década de 60
(1960). Houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém sem sucesso.
Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira, este Rito
foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas. O Rito Brasileiro é
Regular, Legal e Legítimo. Acata os “Landmarks” e os demais princípios
tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país. O Rito
Brasileiro mantém os três Graus Simbólicos de acordo com a tradição
maçônica e adota o sistema de mais Trinta Altos Graus ou Graus Filosóficos,
que têm características nacionais, com temas atuais e relevantes. O Rito
Brasileiro possui organização e doutrina bem estruturadas. Adota a legenda
“Urbi et Orbi”, que significa sua atuação nacional e internacional.
- Rito Adonhiramita:
Esse Rito teve origem na França, no século XVIII, na crença dos franceses de
que o principal construtor do Templo do Rei Salomão teria sido Adonhiram, e
não Hiram Abiff. Foi uma polêmica entre estudiosos ritualistas. Na construção
do Templo de Salomão Adonhiram sucedeu Hiram Abiff, chamado de Adon-
Hiram (Senhor Hiram). Adonhiram era arquiteto e preposto das corvéias do
Templo de Jerusalém, de acordo com os textos bíblicos. Preposto é o auxiliar
encarregado de certos negócios e que age em nome e por conta de um patrão,
um preponente. Corvéia era o trabalho ou o serviço gratuito – praticamente
um trabalho escravo – que as pessoas tinham que prestar ao rei (também
presente no feudalismo europeu). Adonhiram era o contratante dessa atividade
servil, como preposto de Salomão, e depois de Roboão (filho de Salomão) -
ele era encarregado dos impostos.
Os adeptos dessa teoria eram chamados de adonhiramitas, e foi um desses
maçons, Louis Guillemain de Saint Victor, que em 1781 publicou um livro
intitulado “Recueil Precieux de La Maçonnerie Adonhiramite”, onde constava
um pequeno histórico e o resumo de quatro Graus desse Rito. Em 1787, ele
publicou o segundo volume, contendo mais oito Graus, que foi modificado
pelo americano Arthur Eduard Waite.
O Rito, depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo.
Todavia, no Brasil, (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu,
fazendo com que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus
aumentados de Treze para Trinta e Três.
4- Ritualismo, Simbologia e Símbolos:
A Simbologia é a ciência mais antiga do mundo. Através dos símbolos, os
povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradições. O primeiro
aprendizado no mundo foi constituído por símbolos. Em um tempo onde a
linguagem oral era ainda incipiente, os símbolos foram o meio de
comunicação. A palavra símbolo deriva da palavra grega “symbolom”, que
significa juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos, idéias
ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo hemisfério direito
do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm um efeito muito poderoso na mente
humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado
contido em um termo muitas vezes, não traduz, de fato, a essência do que
busca comunicar.
Segundo Jacob Bronowski (1908-1974: filósofo, matemático e cientista
polonês): “o mundo que o espírito humano conhece e explora não sobrevive
sem conceitos simbólicos. O símbolo e a metáfora são tão necessários à
ciência, como à poesia”.
As antigas culturas que conhecemos, tinham sem exceção, uma coisa em
comum: símbolos e rituais. A partir de símbolos elas criavam rituais, não só
para as principais fases de transição da vida (ritos de passagem), mas também
para o dia-a-dia e suas exigências.
As etapas de transição da vida exigem rituais e, eles estiveram presentes em
todas as épocas – as culturas arcaicas confiavam na energia iniciática dos ritos
da puberdade, por exemplo, coisa que a nossa sociedade desvaloriza. Não é
muito fácil para um jovem, nas sociedades modernas, amadurecer, pois lhe
faltam rituais de passagem que o liguem, com segurança, a um novo padrão do
mundo dos “adultos”, que tem regras e símbolos diferentes. Como não há mais
esses rituais, o jovem fuma seu primeiro cigarro, toma sua primeira bebida
alcoólica, experimenta outras drogas, numa tentativa correspondente. O
inconveniente desses procedimentos “substitutos”, é que não oferecem
nenhuma segurança de ingresso no mundo adulto e, os jovens, muitas vezes,
acabam ficando “dependentes” desses rituais.
Como não existe nenhuma cultura antiga (e mesmo moderna) sem rituais,
pode-se inferir que, eles façam parte, necessariamente, da trajetória humana.
O biólogo e pensador, Rupert Sheldrake, (1942: PhD., biólogo e bioquímico
inglês, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra) com suas
pesquisas sobre campos morfogenéticos ou formativos, confirmou que há
relações entre distintos seres vivos que escapam a explicações lógicas. Esses
campos vibram ao mesmo tempo no mesmo plano e se comportam como se
fossem somente um ser. Constituem uma egrégora: egrégora é a somatória de
energias criada por grupos ou agrupamentos, em virtude da força vibratória
gerada por cada indivíduo. Essa força é maior e de vibração diferente da de
cada um. A egrégora é resultante de uma sinergia. E, qualquer que seja a
natureza da egrégora, ela estará presente em cada indivíduo do grupo que a
formou (confirmando o Paradigma Holográfico, do físico David Bohm).
Um dos Princípios Herméticos postula que tudo vibra: Princípio da Vibração
- “Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.”. A ciência já comprovou a
verdade por trás desse princípio. As diferenças entre as diversas manifestações
da matéria, energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de
vibração.
Os organismos dos seres vivos são formados por células, e estas por
moléculas, átomos e núcleos e, assim, são condensadores de energia.
Segundo Rupert Sheldrake, os campos morfogenéticos ou morfológicos, são
estruturas invisíveis que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o
comportamento de todos os sistemas. Toda célula, molécula, átomo ou
organismo que existe, gera um campo organizador. Assim, sempre que um
membro de um grupo aprende um comportamento e esse comportamento é
repetido várias vezes, o campo é modificado e a modificação afeta o
agrupamento por inteiro.
O campo morfogenético é uma região de influência que atua dentro e em torno
de todo organismo vivo e está presente em pensamentos e atitudes. Cada ser
cria um campo morfológico e, é aplicável a todos os sistemas: assim é o
maçom em relação à Maçonaria e à sua Loja. Sua presença na Loja é muito
importante para a captação dessas energias e para sua própria evolução
espiritual. Se os conteúdos mentais, emocionais e espirituais são transmitidos
de uma pessoa a outra, essas propriedades podem ser assimiladas por cada
maçom, com sua presença nos trabalhos da Loja.
O físico brasileiro Luiz Alberto Oliveira, afirma que os seres humanos são
indivíduos e, ao mesmo tempo, elementos de massa. E, essa é a simbologia da
Corda de Oitenta e Um Nós. Para os maçons, uma corda com nós é o símbolo
de sua comunidade. O nó simboliza o enlace e a união. Em torno do Templo é
colocada uma corda, com nós simples, feitos de espaço em espaço. Os nós
isolados são frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. Os nós
representam os maçons, que se unem sem se fundir, sem perder a sua
individualidade.
A egrégora da Maçonaria é criada por pensamentos, sentimentos e ações
elevados, que adquire vida e que é alimentada por mentalizações e vibrações
de seus obreiros. A egrégora é uma entidade autônoma que se forma pela
persistência e intensidade das correntes emocionais e mentais. Pensamentos e
sentimentos fracos criam egrégoras frágeis e de pouca duração, porém
pensamentos e sentimentos enérgicos, vibrantes, criam egrégoras poderosas e
de longa duração.
Segundo a citação maçônica:
“Se perguntarem a um maçom: Quantos sois vós? Respondereis: SOMOS UM
SÓ.”
Atualmente, a Física e a Biologia sustentam o que as antigas orientações
iniciáticas e filosóficas do Oriente sempre apontaram. Neste sentido, é
compreensível que ensinamentos antigos, tais como os de Phillipus Aureolus
Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, Paracelso (1493-1541: famoso
alquimista) – “além do médico Celso – Aurélio Cornélio Celso”, médico
cirurgião romano, que viveu no século I, autor da mais famosa obra de
medicina dos antigos romanos “De Re Medica”, “Das Coisas Médicas” - de
que o homem e o mundo são um, voltem a ser considerados. E, os Rituais são
o caminho mais direto para construir esses campos. Os indivíduos que
vivenciam Rituais constroem campos formativos fortes.
A linguagem de todas as grandes escolas de sabedoria é expressa através dos
Rituais – e, esses Rituais exercem funções emocionais, intelectuais, sociais,
pedagógicas, cosmogônicas e éticas. O objetivo dos Rituais Maçônicos não é
estabelecer fatos históricos, mas transmitir doutrinas filosóficas.
A Maçonaria, sempre esteve na vanguarda dessa tradição, agora já
reconhecida como fato científico. A Ordem utiliza símbolos e Rituais para
conduzir o consciente e o inconsciente do participante a níveis cada vez mais
profundos e expandidos.
O Ritual de Iniciação é o mais significativo para o postulante maçom. É o
início de uma nova fase da vida. Na Ordem, a Iniciação é um Ritual que
expressa a morte simbólica do homem comum, para seu renascimento em
estágio espiritual mais elevado, como membro da Maçonaria.
A Ordem possui seus símbolos e seus Rituais que, hoje, podem ser explicados
cientificamente, como formadores de campos morfológicos úteis e benéficos.
Ao que parece, a decadência das Lojas Medievais ou Operativas, fez com que
o Antigo Ritualismo fosse consideravelmente distorcido e corrompido (a
transmissão acontecia oralmente, de Loja para Loja e de Mestre para Mestre,
desde os tempos romanos).
Com o surgimento da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, em
1717, na Inglaterra, ressurgiu o estudo da simbologia religiosa, que se
encontrava perdido na ignorância medieval. Os maçons especulativos
começaram a estudar os símbolos religiosos, iniciáticos e alquímicos. Os
símbolos remontam às origens da humanidade sendo, fundamentalmente,
esotéricos – revelam de forma velada a sabedoria cósmica que orienta cada
indivíduo nos passos da iniciação interna (Paracelso: “o homem e o mundo
são um”, Hermes Trismegistos: “o que está em baixo é como o que está no
alto”, etc.).
Coube aos primeiros maçons especulativos recuperar o que havia restado dos
Rituais Operativos. Os Mistérios Antigos podem ser a fonte da filosofia, da
doutrina e da Ritualística Maçônica - esses “Mistérios” consistiam em um
grupo de crenças e práticas que, sempre existiu, nas tradições dos povos.
Os símbolos, segundo Carl Gustav Jung, (1875-1961: psiquiatra suíço,
discípulo de Freud - maçom) não são apenas alegorias, porém, imagens com
conteúdos que podem transcender a consciência (são arquétipos). Jung
postulou: “O homem necessita de uma vida simbólica.”
A observação de símbolos místicos no interior de uma Loja Maçônica provoca
estímulos no cérebro, que são processados e compreendidos pelo inconsciente,
através da memória genética: religiões milenares, religiões pagãs, oráculos
(tarô, runas, numerologia, etc.), mitologias. Os símbolos inspiram e ensinam, e
são a matéria prima de uma linguagem atemporal. Portanto, a Maçonaria não
pode ser compreendida, somente, intelectualmente. “O que interessa à
filosofia maçônica não é apenas o homem em si, mas o homem-símbolo”. –
Rizzardo da Camino (1918-2008: escritor maçônico).
Fundamentado na Simbologia, o ensinamento maçônico só pode ser auto-
didático e pessoal - para cada maçom, será o fruto dos seus estudos e de suas
próprias interpretações.
São inúmeros os símbolos maçônicos, porém, alguns se destacam, pelo seu
uso mais constante entre os maçons:
- Esquadro:
Trata-se do símbolo maçônico mais usado e conhecido. Todos os Graus da
Maçonaria têm o Esquadro como símbolo primário. Por ser uma figura
geométrica, indica o equilíbrio do comportamento que conduz ao
aperfeiçoamento humano no “caminho reto da justiça”. Na Maçonaria o
Esquadro representa a Terra e orienta o caminho do maçom do começo ao fim
de sua jornada. Para os Antigos Egípcios, o Esquadro era um quadrado
perfeito, usado no Culto de Osíris para julgar os mortos – o quadrado, com
sua forma limitada dá a idéia de algo estático, material. É símbolo da Terra e
se opõe ao Círculo, que representa o Céu;
- Compasso:
Há onze espécies de compassos: de pontas secas; porta-lápis; de quarto de
círculo; de redução; de espessura; de tira-linhas; de três pontas; de corrediça;
de calibres; de proporção e de marinha. O Compasso Maçônico é o de pontas
secas.
A Maçonaria adota o Compasso como um dos seus grandes símbolos e,
coloca-o sobre o Altar da Loja, enlaçado com o Esquadro, significando o
macrocosmo. É emblema de medida e justiça. O Compasso remete à figura
geométrica mais repleta de significados: o Círculo. O Compasso, por sua
posição, pode traduzir a estática e a dinâmica – com as hastes fechadas, ele
somente marca um determinado ponto: um símbolo para o início do caminho
empreendido pelo Aprendiz. Abertas, as hastes traçam o círculo, que é o
símbolo da perfeição, aquilo que começa e acaba em si mesmo, da unidade, do
absoluto – o infinito;
- Acácia:
A Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus – foi muito
empregada na construção do Tabernáculo. Planta consagrada nas cerimônias
como símbolo da inocência, iniciação e imortalidade da alma. Na lenda de
Hiram Abiff, seus três assassinos marcaram o lugar onde ocultaram seu corpo
com um ramo de Acácia. O Diploma da Acácia é conferido, em algumas
Lojas, ao maçom assíduo;
- Avental:
É o símbolo do trabalho. É a peça mais importante do vestuário maçônico.
Distintivo indispensável às atividades dentro da Loja. Lembra ao maçom os
tempos da Maçonaria Operativa, e, simbolicamente, o trabalho árduo para
burilar sua própria alma – era confeccionado de pele de cordeiro ou de linho:
simbolizava a pureza de propósitos. O Avental ou Mandil pode constituir uma
“proteção” aos chakras fundamentais (esplênico e umbilical) – sua função é
minimizar as influências relacionadas à paixão (sexo). Porém, esse símbolo
remonta a maior distância no tempo – os mais célebres Aventais são dos
faraós egípcios cujo modelo, bem característico, apresentava numerosos
segredos geométricos utilizados na construção dos Templos. O Avental
Maçônico, muito simplificado, perdeu grande parte desse esoterismo: tem a
forma de um retângulo encimado por um triângulo - o Avental branco, sem
adornos, do 1º Grau indica a pureza da alma, que se alcançará nesse Grau.
Nos Graus Um e Dois não há nenhum metal nos Aventais, pois o maçom
“despiu-se” de todas as vaidades tolas e, transmutou-as em riquezas
espirituais. Os Aventais dos demais Graus têm cores e desenhos variados,
conforme o Rito adotado. O fundo, porém, é sempre branco;
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Maçonaria PNL

  • 1. Maçonaria e Programação Neurolinguística Martha Follain. DEDICATÓRIA: “In memoriam” dos maçons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que demonstrou compaixão para com os seres vivos, criando as essências florais - minha gratidão. Ao maçom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33° do R.E.A.A. – Pelotas/RS - meu respeito. Martha Follain. Junho/2006 – São Paulo - SP PREFÁCIO – APRESENTAÇÃO – por Claudiomar Lopes Barcellos A Drª. Martha Follain honrou-me com a solicitação para que fizesse a apresentação do seu livro “Maçonaria e Programação Neurolinguística”, em virtude de ter acompanhado a elaboração de tão preciosa obra, sem quebrar meu juramento de sigilo. A Drª. Martha interessou-se pela Maçonaria, em virtude de seu saudoso pai, Dr. Ary Follain, ter pertencido à Ordem Maçônica. Não obstante
  • 2. pesquisarmos sobre a afiliação maçônica, que deve ter sido por volta do ano de 1950. Infelizmente, não obtivemos, até o presente, resposta da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ) ou do Grande Oriente do Brasil/Rio de Janeiro (GOB/RJ). A autora, mulher culta e inteligente, tem escrito inúmeros artigos sobre vários assuntos, mormente, Vegetarianismo, Defesa dos Direitos dos Animais Não Humanos, PNL, Terapias Holísticas etc., mas, este é o primeiro livro que escreve. Seu objetivo, ao lançar-se à tarefa de escrever tal obra, foi prestar homenagem a seu saudoso pai e ao médico inglês, Dr. Edward Bach, criador da Terapia dos Florais que leva seu nome - Florais de Bach. Na biografia do ilustre e humanitário médico, sua assistente, Srª. Nora Weeks cita sua afiliação à Maçonaria inglesa. O segundo objetivo foi trazer ao conhecimento dos Maçons e suas Famílias, o quanto de importância tem a Filosofia Maçônica, para a Evolução da Humanidade. Eu costumo dizer que, a Franco-Maçonaria, com sua ação libertadora, foi a “parteira” das Independências das Nações Americanas, eis que, todos os movimentos dessas independências, foram liderados pelos Maçons. O terceiro objetivo foi mostrar a Maçonaria sob a ótica da PNL - Programação Neurolinguística. A Drª. Martha foi uma brilhante aluna de um dos criadores da PNL, o Dr. John Grinder, professor da UCLA - Universidade da Califórnia (EUA). O livro começa a mostrar a estrutura da Maçonaria, em seus Ritos, Graus, histórico e finaliza com a ótica da Sublime Instituição, a Arte Real, sob a Luz da PNL. Por certo, tal enfoque dado pela Drª. Martha é inédito na bibliografia Maçônica, tanto a de elaboração dos pesquisadores maçons como profanos. Sabe-se que a Maçonaria é estudada em Universidades, como fato cultural, sociológico, antropológico, histórico, etc. Lembremo-nos que homens de valor intelectual, cultural e ético, foram Maçons e brindaram a Humanidade com suas preciosas obras. Citemos Carl Gustav Jung, Carl Sagan e Gibran Kalil Gibran, entre inúmeros. Eis a obra que vem a Luz num momento da História da Humanidade, que podemos chamar da Grande Transição. Se, a maioria dos meus Irmãos de Fraternidade, vê com preocupação, tantos livros sobre Maçonaria, eu, creio, firmemente, que o Sigilo Maçônico está preservado no íntimo dos Iniciados na Sublime Instituição, está resguardado no “Sanctu Sanctorum” do Coração do Maçom...
  • 3. Também, um dos Paradigmas Espirituais da Humanidade e da Maçonaria, o Mestre Yeoshua (latinizado para Iesu, Jesus), previu que, quando chegassem os Tempos Finais, tudo que fosse oculto seria revelado... Ora, se a Maçonaria tem tanto ensinamento de Luz, seu Farol está beneficiando a Humanidade, quando sua Luz se expande e se revela, como no caso desta importante obra da Drª. Martha. Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, ilumine a compreensão dos Maçons, ao lerem “Maçonaria e Programação Neurolinguística”. Um fraternal abraço a todos, Claudiomar Lopes Barcellos, M.*.I.*., 33 ARLS Fraternidade nº 3 - R.*.E.*.A.*.A.*. - Or.*. de Pelotas/RS - GLMERGS ***************************** “O vinho é forte, O rei é mais forte, As mulheres mais fortes ainda. Mas, a verdade conquista tudo”. Inscrição no interior da Capela de Rosslyn (Lothian – Escócia). “- Companheiro sobre a Torre, De onde vens dia após dia? - Venho das trevas profundas Em que se debate nosso velho mundo, Onde tudo é frio, hostil e escuro. - Companheiro sobre a Torre, Que vês tu dia após dia? - Vejo as sublimes obras-primas Dos grandes obreiros anônimos, Os bons companheiros de antigamente Que trabalhavam com alegria E que nos abriram o Caminho Porque possuíam a Fé. - Companheiro sobre a Torre
  • 4. Que fazes dia após dia? - Da Natureza inteira eu tomo A inumerável e rude matéria, E com meu coração e minhas mãos Segurando a ferramenta que canta e ressoa, Transformo-a e dou-lhe forma. E, trabalho para todos os seres humanos”. La Gaité-de-Villebois (maçom medieval). LUX E TENEBRIS ÍNDICE: MAÇONARIA: 1- Origem, Mitos e História; 2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos, Obediências; 3- Ritos e Graus: Rito Escocês Antigo e Aceito; Rito de York e “Emulation Rite”; Rito de Schröder; Rito Francês ou Moderno; Rito Brasileiro; Rito Adonhiramita; 4- Ritualismo, Simbolismo e Símbolos; 5- Maçonaria e Hermetismo; 6- Maçonaria e Astrologia; 7- Maçonaria e Holismo; 8- Os Templos Maçônicos; 9- A Maçonaria no Brasil. PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA: 1- Conceito, Origem e História da PNL; 2- Pressupostos da PNL; 3- Como nos comunicamos com o mundo: Uso Adequado da Voz; Uso dos “Cérebros”; Linguagem: canais de comunicação (linguagem verbal), pistas de acesso, fisiologia - “rapport” (linguagem corporal) - formas para obter “rapport”; “Rapport” e Cadeia de União;
  • 5. 4- PNL e Física; 5- Cérebro: Como o Cérebro Processa Informações; Como o Cérebro funciona; Anatomia do Cérebro; O Universo Holográfico - Cérebro Holográfico e Maçonaria; Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico: Companheiro; Cérebro Neocortical: Mestre; Cérebro e Maçonaria são Ritualísticos; Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons; Símbolos e Rituais Maçônicos; Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos; 6- Sociedade Planetária – Maçonaria e Terceiro Milênio. MAÇONARIA: 1- Origem, Mitos e História: A Maçonaria, ou Ordem Maçônica, a mais famosa das “ditas” sociedades secretas, está envolta em segredos; seu próprio nascimento é misterioso e, não pode ser detectado. Tal falta de comprovação de sua origem, é atribuída ao fato de ser uma instituição sigilosa e, em tempos remotos seus ensinamentos serem transmitidos oralmente, não havendo referências documentais. A falta de registros faz com que, o nascedouro da Ordem Maçônica, esteja envolto em contradições e divergências. Porém, os fundamentos da filosofia maçônica estão presentes em diversas sociedades antigas: na Grécia, no Egito, etc. Em todas as culturas, o ser humano sempre procurou conhecer e estudar a respeito de sua própria natureza e a finalidade da existência. Criaram-se Tradições, as quais reconheciam propósitos para a humanidade. De uma forma geral, essas Tradições estavam ligadas à religião da sociedade na qual se desenvolveram. Essas Tradições são os “Mistérios”. Os “Mistérios” eram Escolas de Conhecimento que ofereciam estudo a respeito de “reinos não materiais” e das leis naturais que neles operavam, onde somente iniciados eram admitidos. O conhecimento era transmitido através de etapas (graus), e a instrução envolvia Rituais e uma elaborada estrutura simbólica, utilizada para preservar os ensinamentos. Os “Mistérios”, não eram necessariamente religiões - a preocupação maior era com a filosofia e a moral. Eles se dividiam em Mistérios Menores e Maiores. Os primeiros eram preparatórios, e nos Mistérios Maiores o conhecimento completo era comunicado. Assim, as antigas Tradições dos “Mistérios”, expressaram sua filosofia e, graças ao simbolismo dessas tradições, pôde ser preservada. O objetivo
  • 6. sempre foi o mesmo, conservado pela Maçonaria: conhecer a si mesmo descobrindo a centelha divina interior, aperfeiçoando-se continuamente, no caminho da moral, da retidão e da felicidade. Alguns autores dividem a história da Maçonaria em três períodos: 1- Maçonaria Primitiva ou Pré-Maçonaria: Abrange o conhecimento herdado de antigas civilizações. A Maçonaria Primitiva pode ser dividida: - Mistérios Persas e Hindus; - Mistérios Egípcios; - Mistérios Gregos dos Cabiris (deuses cuja adoração remonta à Ilha de Samotrácia, onde os Mistérios Cabíricos foram praticados até o início da era cristã. Havia a lenda da morte e ressurreição de Atys, filho da deusa Cibele); - Mistérios Gregos de Elêusis ou de Ceres ou Deméter (de todos os Mistérios dos antigos, eram os mais populares. Celebrados na Vila de Elêusis, próximo a Atenas, eram dedicados à deusa Deméter. Neles a perda e a restituição de Perséfone, filha de Deméter, eram representados de forma cênica); - Mistérios Judaicos de Salomão; - Mistérios Gregos de Orfeu; - Mistérios Gregos de Pitágoras (filósofo grego que nasceu na Ilha de Samos, por volta de 584 a.C.. Viajou muito para adquirir conhecimento: foi iniciado pelos sacerdotes, no Egito, nos Mistérios Egípcios. Na Babilônia familiarizou-se com os ensinamentos místicos dos caldeus e teve contato com os cativos judeus que haviam sido exilados de Jerusalém e lá residiam); - Mistérios dos Essênios (sociedade ou seita judaica que combinava o trabalho com as práticas religiosas); - Mistérios Romanos. 2- Maçonaria Operativa ou de Ofício: Estende-se por toda a Idade Média e a Renascença e extingue-se com a fundação da Grande Loja de Londres em 1717; 3- Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria ou Maçonaria dos Aceitos: A fundação da Grande Loja de Londres determina o início da Maçonaria Especulativa. Dentre os “Mistérios”, os da civilização egípcia forneceram muitos subsídios e fundamentos à Maçonaria. Os primeiros egípcios parecem ter sido influenciados pelos construtores de cidades da Suméria – emigrantes sumérios
  • 7. podem ter levado a técnica de construção para o Egito. A Maçonaria tem alguns símbolos que são egípcios, como pirâmides, olho de Hórus, etc. – que podem ter origem suméria – pesquisadores indicam a Suméria como berço de toda civilização. Há uma lenda, relatada por Plutarco, escritor e filósofo grego, que liga a Ordem a Ísis (a mãe de todos os seres e personificação da Natureza e da Vida) e Osíris (deus supremo, o deus que levou a civilização ao Egito, filho de Geb, a Terra e de Nut, matéria primordial do espaço infinito), no Egito. A Maçonaria, segundo a lenda, pode ter tido origem nos “Mistérios” egípcios (os Mistérios egípcios dividiam-se em três graus: mistérios de Ísis, de Osíris e os de Hórus, que posteriormente, poderiam ter originado os três Graus na Maçonaria Simbólica), no “ocultismo” desses ensinamentos. A Ordem recebeu várias influências egípcias: os construtores das pirâmides, os “pedreiros”, foram os primeiros a sistematizar e transmitir os preceitos maçônicos. A Geometria, empregada nas grandes construções é a mesma para os maçons. Elementos dos Templos egípcios, como as colunas, estão presentes nas atuais Lojas. Os iniciados adotam o princípio da Luz e das Trevas, em eterna luta, como no mito de Ísis e Osíris: Seth (deus do caos, da confusão, da traição, das tempestades, do vento, do deserto e das terras estrangeiras), com inveja de Osíris (seu irmão), por este ter herdado o reino do pai na Terra, engendrou um plano para matá-lo e usurpar o poder. Seth tirou as medidas de Osíris enquanto ele dormia e, organizou um banquete para os setenta e dois deuses da corte, no qual lançou um desafio: aquele que coubesse no esquife (que mandou fazer com as medidas de Osíris), o ganharia de presente. Claro que, somente Osíris coube. Seth trancou-o e mandou jogá-lo no rio Nilo. A corrente arrastou a urna até o Mar Mediterrâneo, até Biblos, na Fenícia. Ísis, esposa de Osíris, partiu em busca do marido. Encontrou-o e voltou com o esquife. Seth descobriu e cortou o corpo do irmão em catorze pedaços, espalhando-os pelo Egito – são também catorze os dias de um funeral, na Lenda Maçônica do 3º Grau, Mestre – pode ser uma referência à metade da idade lunar, ou de seu período negro, simbólico da escuridão da morte, seguido pelos catorze dias de Lua Cheia, ou de retomada da vida. Ísis parte, novamente, em busca dos despojos do esposo e, encontra todas as partes. Ísis foi ajudada por Anúbis, deus guia dos caminhos do além-túmulo com cabeça de chacal, que embalsamou Osíris, e este se tornou a primeira múmia do Egito. Ísis conseguiu que o marido embalsamado a fecundasse e, dessa união, nasceu Hórus, que assumiu o poder e reinou na Terra.
  • 8. Dentre os Mistérios Judaicos de Salomão, há a lenda que, situa a origem da Maçonaria na construção do Grande Templo de Salomão, em Jerusalém, narrada no Velho Testamento (I Reis). Davi, rei da tribo de Judá, que se tornou rei por volta de 1000 a.C., desejava construir um Templo, onde a Arca da Aliança (receptáculo das Tábuas dos Dez Mandamentos) ficasse definitivamente guardada, ao invés de permanecer em tenda provisória, existente desde os tempos de Moisés. Davi e seu filho Salomão (Salomão, nono filho de Davi, com Bate-Seba - foi o terceiro rei do povo hebreu, tendo sucedido a seu pai em cerca de 997 a.C.. Reinou por quarenta anos.), foram encarregados de concretizar os planos do Arquiteto Divino. Davi não viu a obra concluída, por causa de envolvimentos pessoais: Davi se apaixonou por Bate-Seba e foi responsável pela morte de seu marido Urias. O filho de Davi, o príncipe coroado Amom, foi assassinado por seu irmão Absalão, depois de ter estuprado sua meia irmã Tamar, e Absalão tentou usurpar o reino de seu pai. Houve uma guerra civil: Davi conseguiu manter seu reino e mandou matar Absalão, por enforcamento. Com tantos problemas e dissabores, Davi não construiu o Templo planejado. Davi estava em seu leito de morte quando Adonias, o herdeiro do trono, foi coroado rei. Antes que a festa de coroação terminasse, Salomão foi ungido rei por Sadok, com a aquiescência e ajuda do próprio Davi. A cerimônia de Salomão foi considerada como a verdadeira. Salomão então recebe de Deus, a missão de construir o Templo, seguindo as instruções deixadas pelo profeta Natan, ao qual “o Senhor deu sonhos” com as indicações necessárias. Salomão não conseguindo arregimentar mão de obra qualificada em Israel solicitou a Hiram, rei de Tiro (Fenícia), os operários necessários. Hiram, atendendo ao pedido do rei Salomão, designou os trabalhadores (e também forneceu madeira do Líbano - cedro), recebendo em troca trigo, cevada, azeite e vinho. Salomão mandou construir o Templo no Monte Moriá, no quarto ano do seu reinado e confiou seus planos a um arquiteto, indicado por Hiram, rei de Tiro, chamado Hiram Abiff (filho de um tírio, obreiro do bronze, e de uma viúva da tribo de Nephtali). Hiram Abiff dividiu os trabalhadores em três categorias, segundo suas aptidões e responsabilidades: uns deveriam trabalhar nas montanhas extraindo pedras (Aprendizes); outros transportariam as pedras da montanha para o local da construção (Companheiros); e, os mais qualificados para construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho (Mestres). Segundo a lenda, Salomão teria sob suas ordens oitenta mil operários e mais de três mil Mestres. A comunicação entre Hiram Abiff, Aprendizes, Companheiros e Mestres era feita através de sinais, toques e palavras, já que a maioria dos trabalhadores
  • 9. era analfabeta. Assim, para identificarem-se no momento de receber o pagamento pelas horas trabalhadas, os Aprendizes usavam uma palavra-senha (palavra de passe), os Companheiros outra e os Mestres outra diferente, de maneira que cada um fosse reconhecido de acordo com a sua qualificação profissional. Se o operário esquecesse a palavra de passe, não conseguia receber o pagamento. Os maçons, atualmente, conservam toques, sinais e palavras para se reconhecerem e se comunicarem. Durante a obra, Hiram Abiff, (arquiteto chefe) foi assassinado por três de seus Companheiros: Jubela, Jubelo e Jubelum, no Rito Escocês Antigo e Aceito; ou Sebal, Overlut e Stokin, no Rito de York; ou Hagava, Hakina e Herenda, no Rito de Misräin. O motivo do crime envolveu ambição. Os três Companheiros queriam que Hiram Abiff ensinasse os “segredos” de Mestre, sem terem o tempo necessário de estudo para receberem tais conhecimentos, guardados por Hiram: reza a lenda, que Hiram Abiff realizou a obra sem o uso de ferramentas: todos os blocos de pedra encaixavam-se perfeitamente. Hiram foi morto, porém, não revelou o que sabia. Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para procurá-lo, os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três (outros autores dão o número de doze Mestres, os quais saíram em grupos de três: três para o sul, três para o norte, três para o leste e três para o oeste). Os três assassinos esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. A acácia é uma planta perene cujas folhas mantêm-se verdes, mesmo no outono e inverno e, representa a eternidade e imortalidade - o conhecimento inconsciente e universal. O corpo de Hiram Abiff ficou enterrado por catorze dias. O ramo de acácia revelou aos nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram - abriram a tumba e retiraram seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a carne se solta dos ossos”). Salomão proporcionou a Hiram um enterro digno. Os três assassinos foram capturados. E Hiram “ressuscitou”. Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana (Rito Escocês Antigo e Aceito) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam três golpes em Hiram Abiff, os quais, simbolicamente, representavam uma maneira de matar “espiritualmente” a humanidade: o primeiro assassino deu um golpe na garganta, desfechado com uma régua, que sufocaria a liberdade de expressão; o segundo golpe foi no coração, com um esquadro, que mataria a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça, com um maço (martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento. Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela, Jubelo e Jubelum (simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania), deram origem aos sinais dos três primeiros Graus maçônicos.
  • 10. Após a morte do rei Salomão em cerca de 935 a.C., seu reino foi dividido em dois estados: Israel e Judá. Deste último, os judeus herdaram o nome. Com o tempo, esses dois reinos, tornaram-se muito fracos para conter os invasores, cheios de ambição. O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de Nabucodonosor II, rei da Babilônia, em 587 a.C. – Nabucodonosor II mandou milhares de judeus (provavelmente três mil) para o exílio, na Babilônia. Em 539 a.C., o general Ugbaru do rei persa Ciro, derrotou os babilônios, tomando a cidade da Babilônia, sem derramamento de sangue, e uniu a maior parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém, devolvendo a eles os tesouros que haviam sido retirados do Templo por Nabucodonosor II. Os judeus foram reconduzidos a Jerusalém pelo rei Zorobabel, neto do último rei e herdeiro do trono de Davi, e seu grupo: Josué, Neemias, Saraías, Raelaiás, Mardoqueu, Belsã, Beguai, Reum e Baana Foi iniciada a reconstrução do Templo, por Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos. Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O Grande, Jerusalém entra em contato com a cultura grega. Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para Antioquia e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo a prática do judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis anos. Em 141 a.C., instalaram um reino independente. Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o Templo. A Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por Pompeu. Jerusalém viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano 37 a.C., Herodes conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário, Herodes restaurou o Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução. Depois de muitas batalhas, revoltas, guerra civil entre facções judaicas, o Templo foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual “Muro das Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro Templo real, o de Herodes). Na realidade, em sentido amplo, há quatro Templos: O primeiro, construído por Salomão; o segundo não existiu concretamente – apareceu como visão do profeta Ezequiel durante a escravidão dos judeus na Babilônia; o terceiro foi construído pelo rei Zorobabel e o quarto Templo foi erguido por Herodes. A Maçonaria também é chamada de “Arte Real”, pela suposição que tenha sido “encontrada” pelos dois reis: Salomão de Israel e Hiram de Tiro – e, teria sido encorajada e financiada pelos dois monarcas em vários países.
  • 11. Outra hipótese, também sem comprovação, aponta a Ordem como instituída pelos poucos Cavaleiros Templários que não foram massacrados por ordem do papa Clemente V e do rei da França Felipe IV, o Belo, entre 1307 e 1314. A Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão foi uma Ordem Militar Religiosa fundada por um nobre francês da região de Champagne, Hugues de Payens, que se tornou o primeiro Grão-Mestre dos Templários, e o cavaleiro flamengo Godofredo de Saint-Omer, em 1118, em Jerusalém, logo após a Primeira Cruzada (1099), para proteger os peregrinos cristãos que iam para a Terra Santa. No início, eram nove cavaleiros de origem flamenga e francesa, e ofereceram seus serviços ao rei de Jerusalém, Balduíno II. Esses cavaleiros eram: Hugues de Payens, Godofredo de Saint-Omer, André de Montbard, Payen de Montdidier e Archambaud de Saint-Amand. Os demais estão envoltos em mistérios, pois só se sabe seus primeiros nomes: Gondemare, Rosal, Godefroy e Geoffrey (Bisol). Eles instalaram-se, inicialmente, nas ruínas do Templo do Rei Salomão - daí o nome “Templários”. O primeiro selo da Ordem Templária era um cavalo montado por dois cavaleiros, que simbolizaria a pobreza da Ordem. Outros autores afirmam que esse selo poderia representar os dois graus de cavaleiro dentro da Ordem: os que tinham permissão para participar do segredo Templário, e os que não tinham. Os Cavaleiros Templários como Ordem de Cavalaria Militar, formavam a vanguarda e a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Por quase duzentos anos, foram muito poderosos, com legendárias habilidades no combate e fabulosos tesouros. Felipe, o Belo, tivera seu pedido de admissão rejeitado pelos Mestres Templários – sua vaidade de tirano foi ofendida e, decretou a perseguição e prisão dos Templários – em 13 de outubro de 1307. Felipe sabia da rivalidade entre a Ordem Templária e a Ordem Hospitalária: Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João - Ordem religiosa da Igreja Católica, fundada pelo Irmão Gerardo. Inicialmente, essa Ordem foi instituída como uma Ordem de enfermagem em Jerusalém, porém tinha membros treinados como cavaleiros guerreiros. Então o rei sugeriu ao papa que escrevesse aos Grãos-Mestres das duas Ordens, convidando-os para uma reunião política. Guilherme de Villaret, Grão-Mestre dos Hospitalários não compareceu ao encontro – o Grão-Mestre dos Templários compareceu. Jacobus Borgundus Molay ou Jacques DeMolay (1244-1314), cavaleiro da pequena nobreza do leste da França, nascido na cidade de Vitrey, último Grão- Mestre da Ordem Templária e todos os Templários (cerca de quinze mil na França), foram presos na manhã do dia 13 e torturados – foram acusados de feitiçaria, idolatria e heresia. A Inquisição da Igreja Católica teve ordens para extrair confissões, com qualquer tipo de tortura. Jacques DeMolay foi
  • 12. entregue ao Grande Inquisidor da França, Guilherme Imbert. A tortura deveria evitar o derramamento de sangue, pois era um padre torturando outro padre. Portanto, queimar, esmagar e esticar foram as efetivas alternativas. Nos calabouços (onde ficavam outros prisioneiros), havia um dreno para excrementos, urina, vômito e sangue – a masmorra, que era um pequeno poço logo abaixo desse pesado ralo de ferro, do tubo de esgoto, no chão – para as masmorras iam prisioneiros incorrigíveis ou aos quais estava destinada particular degradação. Os Templários foram colocados em masmorras – uma invenção gaulesa, desenvolvida pelos franceses: um poço pequeno demais para o prisioneiro deitar-se, o qual tinha que ficar sentado ou ajoelhado. Foram impiedosamente torturados por sete anos. Em 18 de março de 1314, Jacques DeMolay, e cerca de cento e quarenta cavaleiros foram executados: foram queimados numa ilha do rio Sena, “Ilê de la Cite”, assinalando a morte oficial da Ordem. Segundo a lenda, Jacques DeMolay com setenta anos, durante sua agônica morte na fogueira, amaldiçoou seus algozes, com essas palavras: “Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. “Nekan, nekan, Adonai!!!” (“Vingança, vingança, Senhor!!!”) papa Clemente ..., Cavaleiro Guilherme de Nogaret..., rei Felipe; intimo-os a comparecer perante o Tribunal do Juiz de todos nós dentro de um ano para receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!”. Quarenta dias depois o papa Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Felipe morreu em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caçada, e Guilherme de Nogaret (alguns historiadores descrevem-no como “advogado”, “ministro” e “agente” de Felipe), morreu numa manhã da terceira semana de dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-Templário. Pesquisadores apontam que a motivação da perseguição foi política e econômica: política porque, Felipe, ao destruir a Ordem Templária impediria qualquer aumento de poder do papa, pois a Ordem era ligada apenas à Igreja Católica; e econômica, pois o rei apoderar-se-ia das riquezas e bens (castelos, terras) dos cavaleiros. Os Templários tinham se tornado depositários de imensas fortunas e formaram um dos primeiros sistemas “bancários” existentes: o peregrino podia depositar uma quantia em um Templo em sua terra natal e, retirá-la em outro Templo, na Terra Santa. Felipe forçou o papa a apoiar a condenação da Ordem e, Clemente V, na sexta-feira, 13 de outubro, de 1307, autorizou a França a atacar os Templários - fato que selou a sexta- feira 13 como dia aziago. Porém, o papa arquitetou um acordo, e em 1312, quando dissolveu a Ordem dos Cavaleiros Templários, transferiu boa parte das
  • 13. propriedades e os ativos da Ordem Templária para a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João. A Jacques DeMolay, o último Grão-Mestre Oficial da Ordem Templária, foi atribuído o fato de ter organizado o que mais tarde veio a chamar-se o “Oculto Hermético” ou “Maçonaria Escocesa” (segundo teoria do historiador escocês moderno, Andrew Sinclair). Há, atualmente, uma Ordem inspirada nos Templários: é a Ordem DeMolay, para jovens do sexo masculino, de doze a vinte e um anos - a Ordem DeMolay tem ligações com a Maçonaria, mas tem liberdade de atuação. Outra tese coloca a origem da Ordem Maçônica moderna, nas Corporações de Ofício – espécies de sindicatos europeus (principalmente ingleses), na Idade Média. Especificamente, a corporação de pedreiros – essas corporações conservavam a influência da Igreja Católica, tendo a corporação de pedreiros eleito dois santos padroeiros: São João Batista e São João Evangelista, com posterior fixação em São João da Escócia. A palavra “Maçonaria” em francês, “Maçonnerie”, é derivada do francês “maçon”, pedreiro. Ou, como preferem alguns, do inglês “Masonry” (Maçonaria) e “mason”, igualmente, pedreiro. Etimologicamente, a palavra “maçom” vem do baixo latim “machio”, cortador de pedras. Porém, alguns autores defendem a hipótese que a palavra “Maçonaria” é mais antiga e tem origem na expressão copta “phree messen”, que significa “Filhos da Luz”. Pode-se deduzir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em construções, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de Templos, de Igrejas, castelos, os quais, desde a Antigüidade detinham conhecimentos especiais e constituíam uma espécie de aristocracia do trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa e, mantinham as técnicas de seu ofício, em segredo. Adotaram uma hierarquia baseada no conhecimento e na perícia. Esta fase da Maçonaria é conhecida como “Operativa”, porque seus membros trabalhavam em construções – eram obreiros. Contrariamente aos camponeses, os pedreiros tinham permissão para viajar, numa época em que as pessoas, viviam ligadas e presas à terra, devido ao feudalismo. Esses pedreiros reuniam-se em uma “Loja” local, um edifício erguido no canteiro de obras, onde comiam e dormiam. Todas as corporações estavam organizadas em: Aprendizes, Oficiais e Mestres. Os Aprendizes não recebiam remuneração – moravam na casa dos Mestres, que lhes forneciam vestuário e alimentação. Depois de um tempo de aprendizado, que podia se estender por até sete anos, eram promovidos ao 2º Grau – Oficiais. Os Oficiais recebiam salários, e os mais talentosos tornavam-se Mestres, e podiam abrir suas próprias oficinas.
  • 14. Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros: o “rough stone mason”, pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento, e o “free stone mason”, pedreiro livre, que detinha o segredo de como polir a pedra bruta. Os documentos antigos (era cristã), deixados pelos maçons operativos, são importante fonte para estudo do passado da Maçonaria: - Constituição de York, ano 926; - Carta de Bolonha, ano 1248; - Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse Manuscrito encontra-se no “British Museum”, em Londres, Inglaterra; - Manuscrito Cooke, ano 1410; - Estatutos de Ratisbona, ano 1459; - Manuscrito Grand Lodge nº 1, ano 1583; - Estatutos Schaw, ano 1598; - Manuscrito Inigo Jones, ano 1607; - Manuscrito de Edimburgo, ano 1696; - Manuscrito Dumfires nº 4, ano 1710; - Manuscrito Kewan, ano 1714-1720. Entre os séculos XVI e XVII, as corporações mudaram as características das reuniões. Especialmente na Inglaterra, nesses encontros, abriu-se espaço para o estudo da Alquimia e Rituais Simbólicos e, para homens que não trabalhavam com construções. Tem início a “Maçonaria Especulativa” ou “Franco-Maçonaria”, porque seus adeptos são homens de pensamento voltado para o conhecimento filosófico e, que perdura até hoje (o “Manuscrito Cooke”, do século XV, é um antigo documento que norteia as bases da Maçonaria Especulativa, contendo um dos mitos centrais da Maçonaria: a figura de Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão). Essas duas fases da Maçonaria são bem distintas: a Operativa era uma organização fraternal de artesãos. Com a inclusão de membros da nobreza e pensadores, os temas e debates passaram a ser filosóficos e filantrópicos, teve início a Maçonaria Especulativa. Segundo Albert G. Mackey (1807-1881 – médico, autor maçônico): “A principal diferença entre a Maçonaria Operativa e a Especulativa é que, enquanto a primeira se ocupou com a construção de um Templo material formado, na verdade, pelos mais magníficos materiais das pedreiras da Palestina, das montanhas do Líbano, e das costas douradas de Ofir, a última se dedicou a erguer uma casa espiritual – uma casa não construída com as mãos – na qual pedras, pedras preciosas, cedro e ouro, são substituídos pelas virtudes do coração, pelas puras emoções da alma, pelos
  • 15. ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do espírito”. Segundo o mesmo autor, a Maçonaria Especulativa, a atual, nasceu do encontro dos judeus ou maçons puros (Maçonaria Pura ou Noaquita – refere-se aos descendentes de Noé), e o povo de Tiro, ou maçons espúrios (Maçonaria Espúria, referente aos mistérios pagãos), na construção do Templo de Salomão. A Maçonaria Pura sempre foi Especulativa, segundo o autor, e a Maçonaria Espúria, dos operários de Tiro, era composta por arquitetos profissionais, que introduziram a arte operativa – daí as características de uma Ciência Especulativa e de uma Arte Operativa, forneceram as bases da Maçonaria atual, com a fusão da Maçonaria Pura e da Maçonaria Espúria. Num primeiro momento, a Ordem foi fiel à Igreja Católica: até 1694, quando Guilherme III (rei da Inglaterra, Escócia e Holanda) foi iniciado na Maçonaria, esta era católica e leal ao papa - nos estatutos, havia a obrigação do maçom ser “fiel a Deus e à Santa Igreja”. No entanto, aos poucos, a Maçonaria desligou-se do clero, tornando-se autônoma e forte. A partir do século XVII, o Iluminismo, movimento filosófico e cientificista, colaborou para a evolução organizacional e funcional da Maçonaria. Antes do Iluminismo, a sociedade era concebida teologicamente, centrando-se na autoridade eclesiástica. O Iluminismo substituiu os antigos valores corrompidos pelos princípios da universalidade, da igualdade e da democracia - o que os maçons já conheciam e praticavam. O Iluminismo revitalizou as bases tradicionais da cultura européia, como também contestou a legitimidade da monarquia, da aristocracia, da submissão da mulher ao homem, da absoluta autoridade eclesiástica e da escravatura. Durante o Iluminismo, a Maçonaria surgiu como instituição que preconizava os valores da Idade Moderna, aceitando plenamente a nova percepção de mundo, desenvolvida pela ciência e pela filosofia. Despontou a liderança maçônica de John Theophilus Desaguliers (1683- 1744), um francês que passara a viver na Inglaterra. A ciência foi importante na vida de Desaguliers, tendo se aprofundado na pesquisa, principalmente, das Leis Mecânicas de Isaac Newton, também maçom, de quem foi amigo. Fez conferências em tavernas para divulgar a ciência newtoniana, e estudou a matéria e seus movimentos como elementos constitutivos do Universo. Desaguliers tornou-se Grão-Mestre no início da Maçonaria Especulativa. Os princípios da arquitetura clássica também tiveram grande influência do Iluminismo, no início do século XVIII. As características mais valorizadas eram a simetria, os arcos, as colunas Dórica, Jônica e Coríntia e os templos com domus (abobadados).
  • 16. Podem-se identificar três fases no desenvolvimento da Maçonaria - a primeira foi a dos Antigos Mistérios. A segunda fase, mais recente e intermediária, a Maçonaria Operativa que vai desde as guildas (Corporações de Ofício – eram associações de artesãos de um mesmo ramo) e as Corporações de Construtores, até a aceitação dos não operativos, iniciando dessa forma a terceira fase, a da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, do francês “franc”, “livre” e “mason” “pedreiro”. Em cidades da Inglaterra, surgiram Lojas (como são nomeados os grupos de reunião) – a palavra “Loja” vem do inglês “Lodge” e do francês “Loge”, que significa cabana, toca, choupana. Outros autores afirmam que a palavra “loja” vem do sânscrito “loka” “mundo”, derivada da raiz “lok”, que significa “ver”, tendo relação com “locus”, “lugar” do latim. Assim, a “Loja” é considerada um símbolo do cosmo. Em 1717, quatro Lojas reuniram-se para fundar a Grande Loja de Londres, até hoje a mais importante instituição mundial da Maçonaria. Essas quatro Lojas, a “Goose and Gridiron” (O Ganso e a Grelha), a “Queen’s Head” (A Cabeça da Rainha), a “Apple Tree” (A Macieira) e a “Rummer and Grapes” (O Copo e as Uvas), reuniram-se no local da “Goose and Gridiron” e oficializaram a criação da Grande Loja de Londres. As Lojas escolheram também seu primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer (gentil-homem, na época o Mestre mais antigo). No ano seguinte foi eleito Grão-Mestre George Payne, o qual reuniu toda documentação existente sobre a Maçonaria, formando o primeiro regulamento impresso, em 1721. A partir desse regulamento é que surge, em 1723, a Constituição de Anderson. A primeira vez em que a palavra “Landmark” foi mencionada em Maçonaria, foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1721 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres – os “Landmarks” foram adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte integrante da Constituição de Anderson. “Landmarks” são regras de conduta que devem ser mantidos imutáveis. Podem ser de tradição escrita ou oral. São consensuais e devem ser mantidos intactos, em virtude de compromissos solenes e invioláveis. São a certidão de nascimento da Maçonaria documentada. O conceito de “Landmarks” vem da Maçonaria Operativa: o método de cinco pontos que consistia em fixar, inicialmente, os quatro ângulos em que deveriam ser colocadas quatro pedras; depois, a pedra no centro, que é a que faz a base e tem a forma quadrada ou retangular. O ponto de encontro das diagonais era assinalado com cinco estacas - isso tem a denominação de “Landmarks”, isto é: os limites além dos quais não se deve ir. Os cinco pontos da Maçonaria Operativa eram aplicados a um simbolismo corporal, no qual o corpo do homem representa o próprio edifício.
  • 17. Os “Landmarks” de Mackey (Albert Galletin Mackey – 1807-1881, médico, maçom. É considerado um grande jurista maçônico): I- “Nossos meios de reconhecimento são inalteráveis. Não admitem variação alguma; II- A Maçonaria Simbólica se divide em três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre; III- A Lenda do Terceiro Grau é inalterável; IV- O Governo Supremo da Fraternidade está presidido por um Oficial chamado Grão-Mestre, eleito entre os membros da Ordem; V- É uma prerrogativa do Grão-Mestre, presidir qualquer reunião maçônica (no território de sua jurisdição); VI- É prerrogativa do Grão-Mestre, conceder dispensa de interstícios para conferir Graus a qualquer tempo incompleto (em tempos anormais); VII- É prerrogativa do Grão Mestre, conceder dispensas para abrir ou fechar Lojas; VIII- É prerrogativa do Grão-Mestre, fazer Mestres no ato (iniciar e exaltar); IX- Todos os Mestres têm a obrigação de congregarem-se em Lojas; X- O Governo da Fraternidade, reunida em Lojas, se exerce por um Venerável Mestre e dois Vigilantes; XI- É um dever de todas as Lojas, quando se congregam, o de trelhar a todos os visitantes (trabalhar “a coberto”); XII- Todo Maçom tem o direito de ser representado e de dar instruções a seu representante, nas Assembléias de que tome parte; XIII- Todo Maçom pode apelar à Grande Loja das decisões de seus Irmãos congregados na Loja; XIV- Todo Maçom em pleno uso de seus direitos, pode visitar qualquer Loja regular; XV- Nenhum visitante desconhecido pode entrar nas Lojas sem ser cuidadosamente trelhado; XVI- Nenhuma Loja pode intervir nos assuntos de outra Loja; XVII- Todo Maçom está sob o domínio das leis e regulamentos da jurisdição em que resida, ainda que não seja membro das Lojas da Obediência; XVIII- As mulheres, os coxos, os aleijados, os escravos, os mutilados, os menores de idade e os anciãos não podem ser iniciados; XIX- É inevitável para todo Maçom, a crença na existência de um princípio criador, identificado como G.A.D.U.; XX- Todo Maçom deve crer na ressurreição a uma vida futura;
  • 18. XXI- Um Livro da Lei não deve faltar nunca em uma Loja quando trabalha; XXII-Todos os Maçons são iguais; XXIII- A Maçonaria é uma sociedade secreta; XXIV- A Maçonaria foi fundada como ciência especulativa sobre a arte operativa, tomando simbolicamente os usos dessa arte; XXV- Nenhum destes Landmarks poderá ser modificado nunca, no mínimo que seja”. Como ensina Rizzardo da Camino: “Infalibilidade, invariabilidade e irrevogabilidade são os três atributos dos “Landmarks”. A Constituição de Anderson estabeleceu um novo estatuto, substituindo as “Old Charges”, isto é, as “Velhas Obrigações” da Maçonaria Operativa, as quais foram extraídas de antigos manuscritos usados pelas corporações de artesãos da Idade Média. Era um código de ética que regulava o relacionamento entre os maçons das guildas profissionais. Foi organizada pelo maçom James Anderson (1680-1739), teólogo e ministro da Igreja Presbiteriana de Londres, nascido em Edimburgo na Escócia, que registrou por escrito todas as normas e Rituais transmitidos oralmente. A Constituição de Anderson foi revisada e corrigida por catorze intelectuais maçons, e ficou dividida em três partes: uma seção histórica, desde épocas remotas até o começo do século XVII; uma segunda, que expõe as obrigações de todo maçom, assim como as sanções pelo seu não cumprimento; e a terceira e última parte, dedicada a canções que glorificam a Ordem, para uso dos três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Segundo Alberto Victor Castellet (autor maçônico), em seu livro “O que é a Maçonaria”, a partir de então, “já não será a catedral um Templo de pedra a construir, senão que o edifício a ser levantado em honra e glória ao Grande Arquiteto do Universo será a catedral do Universo, quer dizer, a mesma Humanidade. O trabalho sobre a pedra bruta destinada a transformar-se em cúbica, quer dizer, apta às exigências construtivas, será o homem, que haverá de ir polindo-se em contato com seus semelhantes através de um ensinamento em grande parte simbólico. Cada utilitário ou ferramenta dos pedreiros receberá um sentido simbólico: o esquadro, para regular as ações; o compasso, para manter-se nos limites com todos os homens, especialmente com os irmãos maçons; o avental, símbolo do trabalho, que com sua brancura indica a simplicidade dos costumes e a igualdade; as luvas brancas, que recordam ao
  • 19. franco-maçom que não deve jamais manchar as mãos com a iniqüidade; e finalmente a Bíblia, para regular ou governar a fé.” 2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos, Obediências: - Conceito: Segundo Erwin Seignemartin (Past Grão-Mestre: nascido em 1912, em Ribeirão Preto - Brasil) na Conferência “Maçonaria – Sua História, Objetivos e Princípios” – 28 de setembro de 1979: “A Maçonaria é uma Ordem Universal formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na Esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo com, Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça. Para que o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal. A Maçonaria é uma organização mundial de homens que, utilizando-se de formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente uniram-se para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade. Admitindo em seu seio homens de caráter sem consideração à sua raça, cor ou credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma Liga Internacional de homens dedicados a viver em paz, harmonia e afeição fraternal.” A Maçonaria, em cada país ou em cada estado de uma Federação, é regulada e dirigida por uma Grande Loja independente e soberana. A Ordem Maçônica não inicia mulheres, pois tendo evoluído da Maçonaria Operativa que erguia templos no período da construção de catedrais, adotou a antiga regulamentação que previa o seguinte (por entender que, a mulher não é afeita ao trabalho árduo de pedreiro, ofício original dos primeiros integrantes. As corporações de pedreiros eram constituídas, exclusivamente, por pessoas do sexo masculino): “As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vínculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim como homens de comportamento duvidoso ou imoral”. As Mulheres e a Maçonaria:
  • 20. Apesar da Constituição de Anderson (1723), que é o marco inicial da Maçonaria Especulativa, não permitir a admissão de mulheres, há algumas correntes de pesquisas maçônicas que admitem o fato como sendo um princípio antigo. No Egito e na Índia, pelas pinturas nas tumbas e pelos manuscritos do Antigo Egito, a esposa está presente quando o marido, como sacerdote, executa cerimônias. Nas tradições das sociedades iniciáticas antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural, podiam ser iniciados, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de conduta nobre. Na Idade Média, (final do século XVI) havia restrições quanto ao ingresso da mulher na Maçonaria. Em 1730, na França, alguns maçons criaram o movimento da “Maçonaria de Adoção”. Como ensina W. Kirk MacNulty em seu livro “Maçonaria – Uma Jornada por Meio do Ritual e do Simbolismo”: “A “Maçonaria de Adoção” foi um fenômeno da última metade do século XVII. Uma Loja de Adoção era conduzida por uma Loja Maçônica regular que promovia sessões especiais no curso das quais as mulheres eram admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos. Tais Lojas eram particularmente bem sucedidas na França, onde houve uma revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que continuou pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina era a Grã-Mestra da “Loja de Adoção Santa Carolina”. Napoleão Bonaparte era maçom. A Maçonaria, conserva a regulamentação, conforme reza a Constituição de Anderson, de não iniciar mulheres. Atualmente há a Maçonaria Mista e a Maçonaria Feminina, mas não são reconhecidas pelos órgãos competentes maçônicos – ainda não são regulares. Porém, pode-se imaginar, que a tradição existente na Maçonaria, de somente iniciar pessoas do sexo masculino, seja uma herança de tempos remotos: O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco insetívoro. Esse grupo subdividiu-se: alguns se tornaram herbívoros, e outros, carnívoros. Esses carnívoros tiveram que se lançar na competição com outros animais terrestres e, tornaram-se melhores caçadores. Começaram a utilizar instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de caça, com a cooperação social. Diferentemente dos lobos, os hominídeos não se dispersavam após o ataque - e, o grupo caçador era formado somente por machos. As fêmeas estavam ocupadas em cuidar da prole, e não podiam participar ativamente da perseguição e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se diferenciado.
  • 21. Socialmente, os indivíduos do sexo masculino aumentaram a necessidade de comunicação e cooperação com os companheiros, e desenvolveram expressões faciais e vocais, criando maior camaradagem - em seus grupos caçadores, exclusivamente formados por machos. Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais, como caprinos, ovinos, os machos tiveram suas funções caçadoras diminuídas. Essa lacuna, muito provavelmente, foi compensada com a criação de associações exclusivamente masculinas - proporcionando oportunidade para a interação entre machos e para atividades coletivas. Nessas associações, há um forte componente emocional de união masculina, e preocupação com a interação entre machos, que existia nos primitivos grupos de caçadores cooperativos - essas entidades exercem um importante papel na vida de homens adultos, revelando a manutenção de instintos básicos ancestrais. As mulheres podem não possuir essa necessidade, pois não se associaram em grupos cooperativos, em tempos primitivos. Fazer parte dessas associações, para os homens, significa compartilhar a masculinidade essencial, uma necessidade moderna da tendência ancestral da espécie para formar grupos de machos caçadores. É interessante observar, que grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche, um banquete - o sucedâneo da partilha da comida (caça). Assim, mulheres e homens, geneticamente, parecem possuir necessidades diferentes. Criaram-se então, “Mistérios” masculinos e femininos. Para a mulher a maternidade, a comunhão com a flora. Para o homem, a caça, a guerra, a comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol. Porém, para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino juntam- se: são complementares, porém diferentes. A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua como símbolos: o Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos, ouro e prata, o positivo e o negativo. O Sol é a vida, o masculino. Nos Antigos Mistérios o Sol era adorado por ressurgir da “morte” de seu poente. O Sol era símbolo da regeneração da alma – A Lua, sua complementaridade, o feminino. A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a natureza do princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas, opostas e complementares às do Sol, que são elétricas. A Ordem, por ter origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as energias masculinas e femininas.
  • 22. Os maçons usam três pontos dispostos em triângulo (.*.), como símbolo - símbolo solar, símbolo masculino. Têm uma origem bem antiga – objetos celtas do século IX a. C e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. A tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. Os Três Pontos traduzem a concepção piramidal egípcia e são o símbolo sexual masculino completo: pênis mais testículos, significando o sexo em função procriativa. Procriação - masculino e feminino em equilíbrio. A Maçonaria, mesmo não iniciando mulheres, demonstra um grande respeito à energia feminina. A Ordem é uma associação de homens livres e de bons costumes, cultivando os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento intelectual e fraternidade. É uma entidade iniciática, filosófica, educativa e filantrópica. A Maçonaria, através do ideal de aperfeiçoamento, conduz o indivíduo ao equilíbrio e desenvolvimento pessoal, ao exame da moral e à prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas. A Ordem, tendo por objetivo o aperfeiçoamento, conduz à instrução e à evolução moral e intelectual do indivíduo. A Maçonaria somente considera possível o progresso (pessoal e social) com base no respeito à personalidade, à justiça e à mais estreita solidariedade entre os homens, unindo indivíduos, através do ideal de aperfeiçoamento. A Maçonaria é uma instituição que promove um renascimento espiritual do homem, através de um realinhamento do sistema de sua conduta moral e ética. O iniciado compromete-se a vencer paixões, vícios, ambições, ódios, desejos de vingança e, o que estiver oprimindo-lhe a alma. A Instituição não é uma sociedade secreta, porque sua existência é conhecida (mas é uma instituição iniciática: o candidato ingressa por meio de rituais, iniciado por um Mestre Maçom). É uma sociedade “discreta”. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Os únicos segredos que existem, e só se conhece por meio do ingresso na Ordem, são os meios usados pelos maçons para reconhecerem-se entre si em qualquer parte do mundo, o modo de interpretar símbolos e os ensinamentos neles contidos, e os Rituais internos das Lojas. A Maçonaria também é ciência (investigação racional ou estudo da Natureza direcionado à descoberta da Verdade), no seu aspecto mais abrangente, partindo da premissa que homem e Natureza são componentes de um único sistema. É ciência aplicada na prática, eticamente, para a evolução geral da humanidade, entendendo que a ação é decorrência do pensamento, adotando o
  • 23. desenvolvimento do intelecto, como via para o desenvolvimento da capacidade maior da Instituição, da sociedade, do Planeta e do Universo. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. A Maçonaria combate: a ignorância, a superstição, o fanatismo, o orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios. A Ordem possui um “Código Maçônico” (originário da Maçonaria inglesa) - são preceitos morais e éticos, que devem orientar todo maçom - no Brasil, está presente nas instruções, desde a metade do século passado. Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse: “Não posso dar-lhes um código; observem os homens melhores e mais sábios que vocês encontrarem e imitem-nos”. Código Maçônico: - Adora o Grande Arquiteto do Universo; - O verdadeiro culto que se presta ao Grande Arquiteto do Universo consiste, principalmente, em boas obras; - Tem sempre tua alma em um estado puro, para ser digno diante de tua consciência; - Ama ao próximo como a ti mesmo; - Não faças o mal para esperar o bem; - Estima os bons, ama os débeis, foge dos maus, mas não odieis a ninguém; - Não lisonjeies teu irmão, pois isto é uma traição; se teu irmão te lisonjeia, teme que ele te corrompa; - Escute a voz de tua consciência; - Seja o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, outras tantas maldições que cairão sobre tua cabeça; - Respeita o viajante nacional como o estrangeiro; ajuda-o. Ele deve ser uma pessoa sagrada para ti; - Evita as discussões, evita os insultos, faz com que a razão fique sempre do teu lado; - Reparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos abriga-os em tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e não desperdices tua comida com quem não a merece - sua carne pelas tuas; - Não se irrite com facilidade, porque a ira repousa no seio do néscio; - Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas retirará, e isso também é vaidade; - Foge dos ímpios, senão tua casa será arrasada, somente os lares dos justos florescerão; - No caminho da honra e da justiça está a vida, mas o caminho transviado conduz à morte;
  • 24. - O coração dos sábios está onde se pratica a virtude, e o coração dos néscios, onde se festeja a vaidade; - Respeita as mulheres, não abuses jamais de sua debilidade e muito menos penses em desonrá-las; - Se tens um filho, regozija-se; mas treme da responsabilidade que te confia. Faz com que até os dez anos te tema, com que aos vinte te ame e que até a morte te respeite. Até os dez anos seja seu Mestre, até os vinte seu pai e até a morte seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princípios antes que belas maneiras, que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância. Faz um homem honesto antes que um homem hábil; - Se tens vergonha de teu destino, tens orgulho; pensa que aquele nem te honra nem te degrada, o modo com que cumpras te fará um ou outro; - Leia e aproveita, veja e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre no bem de teus irmãos e trabalharás para ti mesmo; - Contenta-te de tudo, por tudo e com tudo; - Não julgueis apressadamente as ações dos homens; não reproves e muito menos elogies; antes procura sondar bem os corações para apreciar suas obras; - Seja entre os profanos, livre sem licença, grande sem orgulho, humilde sem se rebaixar; e entre os irmãos, firme sem ser tenaz; severo sem ser inflexível e submisso sem ser servil; - Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais, sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente com os pobres; - Justo e valoroso defende o oprimido, protege a inocência, sem esperar por nada dos serviços que prestares; - Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao mérito pessoal, sejam quais forem a classe, o estado e a fortuna; - No dia em que se generalizarem essas máximas entre os homens, a humanidade será feliz e a Maçonaria haverá terminado sua tarefa e cantará seu triunfo regenerador. Além do Código, há o “Decálogo da Maçonaria”, também originário da Maçonaria inglesa: - Deus é a sabedoria eterna, onipotente e imutável; suprema inteligência e inextinguível amor. Deves adorá-lO, reverenciar e amar, praticando as virtudes, muito O honrarás; - Tua religião consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não, unicamente, um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece a seus preceitos. Tua alma é imortal; nada farás que a desagrade;
  • 25. - Combaterás, incessantemente, o vício. Não farás a outrem o que não quiseres que te façam. Deverás ser submisso à Fortuna e conservar vivo o fogo da Sabedoria; - Honrarás teus pais. Respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos. Instruirás os jovens; - Sustentarás tua mulher e filhos. Amarás tua Pátria e obedecerás às suas leis; - Teu amigo será para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te afastará do seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida; - Evitarás e fugirás de falsos amigos, assim como, quando possível, dos excessos. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória; - Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos demais, lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro; - Ouvirás muito; falarás pouco e obrarás bem. Olvidarás as injúrias, darás o bem em troca do mal. Não abusarás de tua força ou superioridade; - Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre a virtude. Serás justo. Evitarás a ociosidade. Para pertencer à Maçonaria o candidato (a palavra “candidato” vem do latim “canditus”, que significa “branco”: na Roma antiga, o postulante vestia-se de branco quando pleiteava um cargo público) deve: 1- Crer na existência de um princípio Criador, o “Grande Arquiteto do Universo” (G.A.D.U.); 2- Ser homem livre e de bons costumes; 3- Ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; 4- Ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que permita prover as suas necessidades pessoais, de sua família e a sustentação de obras da Instituição; 5- Ser convidado por um maçom e ser aprovado pelos demais; 6- Ter, pelo menos, vinte e um anos ou ser emancipado; 7- Não ter nenhuma deficiência física que o impeça de cumprir os futuros deveres maçônicos - a Maçonaria, possivelmente, teve origem nas Corporações de Ofício na Idade Média - a corporação de pedreiros. Nas construções, os deficientes físicos não poderiam carregar pedras, subir e descer escadas etc., e por esse motivo não eram aceitos. Mais recentemente, a Ordem não aceita deficientes por causa dos sinais de reconhecimento entre maçons, com as mãos e os pés, que os deficientes não poderiam fazer. Não é uma exclusão discriminatória; 8- Obrigar-se ao pagamento dos encargos pecuniários estabelecidos nos regulamentos.
  • 26. - Objetivos: A Maçonaria tem por objetivos: A livre investigação da Verdade (unidade da Divindade (Deus) e imortalidade da alma), o exame da moral e a prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas. Tem por objetivo o aperfeiçoamento, a instrução e a disciplina do indivíduo. O maçom, auto aperfeiçoando-se, estará pronto para contribuir, mesmo que em pequena parcela, para a grandiosa obra moral do desenvolvimento humano. A Maçonaria tem como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e é uma sociedade que tem por objetivo unir os indivíduos, sendo esta união, entendida no seu sentido mais amplo e elevado. Logo, seu estímulo para a união entre os homens faz com que admita em seu regaço pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção. A Ordem não é uma religião, mas é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio Criador, Regulador, Absoluto, Supremo e Infinito ao qual dá o nome de “Grande Arquiteto do Universo”; é religiosa porque é uma entidade espiritualista, em contraposição à concepção do predomínio do materialismo. A Maçonaria reconhece o Grande Arquiteto do Universo, Deus, mas um Deus entendido dentro dos princípios de tolerância religiosa do deísmo, tradição que recusa a idéia de que só uma instituição tem o poder para fazer a ligação com o Divino. Deísmo é diferente de teísmo. Para o teísmo, Deus é o autor do mundo. Para o deísmo, Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso ou difuso na Natureza, como o Arquiteto do Universo. Trata-se de um Deus de todas as religiões. É antes um Deus da Natureza do que um Deus da humanidade. E, por isso, um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano, etc., ou não professar nenhuma religião. Só não deve ser ateu. A Maçonaria como todas as Tradições Iniciáticas, entende a Divindade como o centro e a fonte de todas as coisas. Mas, a idéia de Deus como um “Grande Arquiteto”, é anterior à Maçonaria Especulativa. - Missão: Através das ações de seus adeptos, sua missão é a prática das virtudes e da caridade, é confortar os desafortunados, é não voltar as costas à miséria, é
  • 27. restaurar a paz de espírito aos desamparados e dar novas esperanças aos desesperados. A Maçonaria tem a missão de aperfeiçoar as vidas dos seus membros, investigar a Verdade, conduzir seus membros a dedicarem-se às boas obras, fazer amigos e reconhecer seus semelhantes como irmãos. O iniciado considera-se pedra bruta e, tem a missão de aprimorar-se e tornar- se “polida”. - Propósitos: O propósito da Maçonaria é estudar caminhos que levem à evolução do Planeta. O rumo é em direção à Luz (um dos nomes do Grande Arquiteto do Universo), através do pensamento racional – a potência mental também é uma Luz e a Luz da mente incorpora a própria Luz Divina. A proposição é que, se cada indivíduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem e da perfeição, a sociedade vai caminhar naturalmente sob a égide do progresso. A evolução individual terá como conseqüência, a evolução da humanidade. E, cada maçom escolherá e trilhará seu próprio caminho de crescimento individual, pois tem liberdade de pensamento. - Obediências: A Maçonaria no mundo divide-se em Obediências Maçônicas, chamadas de Grande Loja, Grande Oriente ou Simples Ordem Maçônica. São unidades administrativas diferentes que agrupam diversas Lojas, mas que transmitem os mesmos ideais. No Brasil existem três grandes grupos de Obediências Maçônicas: . Grande Oriente do Brasil – com Grandes Orientes Estaduais; . CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (Grandes Lojas Estaduais formam a CMSB); . COMAB – Grandes Orientes Independentes (Grandes Orientes Estaduais Autônomos, que formam a COMAB). 3- Ritos e Graus: - Ritos:
  • 28. Rito, do latim “ritus”, significa algo convencional, formal. Rito é um cerimonial próprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente – é a ordenação de qualquer cerimônia. Rito Maçônico é um conjunto de cerimônias e ensinamentos, que variam de acordo com o período histórico, interpretação, objetivo e temática dada por seu criador. Rito é o método utilizado para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimônias maçônicas. Rito é cada diferente sistema maçônico para instrução, para o trabalho e mesmo para o Ritual de Iniciação. Rito é a prática de se conferir a Luz Maçônica a um indivíduo, através de um cerimonial característico. Em seiscentos anos de Maçonaria documentada, vários Ritos surgiram. Mas, de 1356 a 1740, existiu um Rito, apenas um sistema de cerimônias e práticas. Somente a partir de 1740 é que vários Ritos floresceram na Europa. Um Rito deve ter conteúdo que consagre algumas peculiaridades estabelecidas: o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sobre o Altar dos Juramentos, sinais, toques, palavras e a divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus. Não há nenhum órgão internacional para reconhecer os diversos Ritos. Acima do terceiro Grau, cada Rito estabelece sua própria doutrina, hierarquia e cerimonial. Cada Rito possui características próprias. Segundo os ensinamentos de Papus (1865-1916: Gérard Anaclet Vincent Encausse, médico espanhol - em seu livro “ABC do Ocultismo”- maçom), os Ritos dividem-se em três categorias principais: a)- Ritos de estudos filosóficos elementares, de ação política imediata. A tendência desses Ritos é a transformação da Maçonaria em sociedade profana. O Grande Oriente da França, ou Rito Francês Moderno, alguns Grandes Orientes do Estrangeiro estão ligados a este sistema; b)- Ritos nos quais a hierarquia e os Altos Graus são escrupulosamente conservados. Os Ritos pertencem ao sistema Escocês. Entre os Ritos ligados a este sistema Escocês: Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin, reformado por Pike, Rito Escocês Antigo e Aceito de Cerneau, Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria , Rito Nacional Espanhol , Rito Antigo e Primitivo, etc. e o Rito Universal Misto. As palavras “antigo” e “primitivo” indicam, geralmente, a conexão ao sistema Escocês, ao passo que a palavra “moderno” indica conexão ao sistema precedente; c)- Certos maçons, ligados a sociedades Rosa-Cruz, quiseram aprofundar esta ciência, adaptando-lhe Graus cabalísticos e místicos. Este gênero de Maçonaria tem se restringido a uma elite e, freqüentemente, compreende apenas Altos Graus, deixando aos demais Ritos a tarefa de preparar iniciados
  • 29. futuros. O mais conhecido desses Ritos é o de Misräin, depois o de Mênfis. O Rito de Swedenborg e as Ordens de Iluminados Cristãos estão ligados a esses Ritos especiais. Os Ritos mais difundidos no mundo hoje são: - Rito Escocês Antigo e Aceito; - Rito de York; - Rito de Schröder; - Rito Francês ou Moderno; - Rito Brasileiro (só no Brasil); - Rito Adonhiramita. Existem mais de cento e cinqüenta Ritos atualmente, porém, os mais praticados são o Rito Escocês e o de York. - Graus: _,_._,___ A Maçonaria utiliza o sistema de Graus para transmitir seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação (Ritual de Aceitação) a cada Grau, e os segredos são transmitidos através de gestos, palavras e símbolos. A Maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando de Rito para Rito. A constituição dos três primeiros Graus é obrigatória e, está prevista nos “Landmarks” da Ordem. A Maçonaria Simbólica compreende os seguintes Graus: - 1º Grau – Aprendiz – Deve, acima de tudo, “saber aprender”. É o primeiro contato com o Simbolismo Maçônico. O Aprendiz “aprende” as funções de cada um no Templo e busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação dos vícios. Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de todos os Graus. Ferramentas (Símbolos) usadas nos trabalho do 1º Grau: Malho, Cinzel, e a Régua de Vinte e Quatro Polegadas (as Ferramentas de Trabalho representam capacidades emocionais que o maçom precisa identificar, controlar, e depois usar em sua vida cotidiana); - 2º Grau – Companheiro – Esta fase propicia ao maçom um profundo conhecimento de símbolos, além de avanços Ritualísticos e desenvolvimento do caráter. Ferramentas usadas nos trabalhos do 2º Grau: Nível, Prumo e o Esquadro; - 3º Grau – Mestre – É o Grau da plenitude maçônica. No âmbito do Simbolismo (Lojas Simbólicas), é o Grau mais elevado que permite ocupar
  • 30. quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e objetivos maçônicos. Ferramentas usadas nos trabalhos do 3º Grau: Compasso, Lápis e o Carretel Apontador. O trabalho realizado nos Graus Superiores é optativo e de caráter filosófico. Existem diversos sistemas de Graus Superiores, como o de Trinta e Três Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, o de Catorze Graus no Rito de York, etc. - Ritos na Maçonaria: - Rito Escocês Antigo e Aceito: Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A constituição dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ramsay protagonizou a criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto. “Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos ou iniciados, sem serem construtores. A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões. Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia, pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no Rito “Emulation Rite”. O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a Grã-Bretanha. O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, do Rito de “Emulation Rite”. No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual dos Escoceses ou Rito Escocês. Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais antigos e influentes na França. Entre os Ritos ligados ao sistema escocês: - Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin reformado por Pike: Etienne Morin foi o fundador da Loja Mãe Escocesa de Bornéus e organizou em São Domingo e na Jamaica, na década de 1760, a Maçonaria de Perfeição, com
  • 31. Vinte e Cinco graus. Mas também se deve a Andrew Francken, deputado e Grande Inspetor de Etienne Morin na América do Norte, uma transcrição dos Rituais da Maçonaria de Perfeição. - Rito Escocês Antigo e Aceito por Cerneau; - Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria; - Rito Nacional Espanhol; - Rito Universal Misto, etc. Os Trinta e Três Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito: 1º, 2º, e 3º - Graus concedidos pelas Lojas Simbólicas; Do 4º ao 14º - Graus concedidos pelas Lojas de Perfeição; Do 15º ao 18º - Graus Capitulares concedidos pelos Capítulos Rosa-Cruz; Do 19º ao 30º - Graus Filosóficos concedidos por um Conselho Kadosh; 31º e 32º - Graus Administrativos concedidos pelo Consistório; 33º - Último Grau Administrativo concedido pelo Supremo Conselho. 1º Grau - Aprendiz Maçom – Grau de iniciação nos trabalhos da Arte Real. Dedica-se aos ensinamentos da filosofia maçônica; 2º Grau - Companheiro Maçom – Grau intermediário; consagrado à exaltação do trabalho de como transformar a pedra bruta em pedra cúbica; 3º Grau - Mestre Maçom – O Grau que consagra a prevalência do espírito sobre a matéria; 4º Grau – Mestre Secreto – Grau de meditação; os verdadeiros segredos da Maçonaria devem ser objeto de pesquisas. Neste Grau o maçom também aprende as virtudes do silêncio. Avança no conhecimento de símbolos utilizados na Maçonaria; 5º Grau – Mestre Perfeito – Grau de meditação; estuda a filosofia da Natureza. Aprende a meditação interior. Este Grau privilegia o princípio moral de render culto à memória de honrados antepassados; 6º Grau – Secretário Íntimo ou Mestre Por Curiosidade – Esse Grau é baseado na idéia de aprendizagem do comando e sua moral resume-se no respeito que se deve ter aos segredos alheios. É dedicado à necessidade de se buscar conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo adverte para a vã curiosidade capaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as maneiras de combatê-las; 7º Grau – Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês – É consagrado à eqüidade severa com a qual, deve-se julgar as próprias ações. Neste Grau estuda-se a Eqüidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos de liderança;
  • 32. 8º Grau – Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel – A liberdade é o único traço de união entre o trabalho e a propriedade. Dedica-se a estudar a fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à propriedade. Combate a hipocrisia, a ambição e a ignorância; 9º Grau – Mestre Eleito dos Nove - Grau de iluminação. Consagra-se ao zelo virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforços, vingam a verdade e a virtude do erro e do vício. Estuda-se a realidade dos ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução; 10º Grau – Mestre Eleito dos Quinze - Consagrado à eliminação de todas as paixões e de todas as tendências censuráveis. Estuda-se a extinção de tendências pouco proveitosas; 11º Grau – Sublime Cavaleiro Eleito ou Cavaleiro Eleito dos Doze – Consagrado à regeneração dos costumes, às ciências e às artes. Dedica-se à regeneração; 12º Grau – Grão-Mestre Arquiteto – Representa-se o povo e consagra-se à coragem perseverante. Estuda o poder da representação popular; 13º Grau – Cavaleiro Real Arco – Destinado à interpretação dos primeiros instituidores da Ordem. Estuda os magos pontífices do Egito e de Jerusalém; 14º Grau – Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom – Consagrado ao Grande Arquiteto do Universo. É o mais alto Grau das Lojas de Perfeição. Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma educação digna para que o homem possa ter governantes que assegurem direitos e obrigações compatíveis; 15º Grau – Cavaleiro do Oriente – Esse Grau aborda o momento histórico do fim do exílio dos hebreus na Babilônia. Dedica-se à luta incessante para o progresso pela razão; 16º Grau – Príncipe de Jerusalém – O Grau é consagrado ao retorno à Terra Santa. Estuda a vitória da liberdade como conseqüência da coragem e perseverança; 17º Grau – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente – Grau consagrado aos Cruzados. Explora o direito de reunião; 18º Grau – Cavaleiro Rosa-Cruz – Esse Grau celebra o advento de Cristo. É dedicado ao triunfo da Luz sobre as trevas. É a libertação pelo Amor; 19º Grau – Grande Pontífice ou Sublime Escocês dito da Jerusalém Celeste – Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado; 20º Grau – Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre “Ad Vitam” – É consagrado aos deveres dos chefes das Lojas Maçônicas; 21º Grau – Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - Estuda os perigos da ambição e o arrependimento sincero;
  • 33. 22º Grau – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano – Estuda o trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos; 23º Grau - Chefe do Tabernáculo - Dedica-se à vigilância dos valores propagados pela Ordem e ao combate da superstição; 24º Grau - Príncipe do Tabernáculo - Dedica-se à conservação das doutrinas maçônicas; 25º Grau – Cavaleiro da Serpente de Bronze – Dedica-se ao combate do despotismo; 26º Grau – Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário – Estuda princípios de organização social através da Igualdade e Harmonia; 27º Grau – Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Jerusalém – Defende princípios de governo democrático; 28º Grau – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto – Estuda a Verdade; 29º Grau – Grande Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca dos Cruzados – É dedicado à Antiga Maçonaria da Escócia; 30º Grau – Grande Inquisidor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra – Fecha o ciclo de estudos no Kadosh. É um Grau de estudos profundos a respeito do simbolismo e filosofia maçônicos; 31º Grau – Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador – Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos. Estuda-se História; 32º Grau – Sublime Cavaleiro ou Príncipe do Real Segredo – Estuda o Poder Militar; 33º Grau – Soberano Grande Inspetor Geral – É o último Grau. Fecha o ciclo de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável pelos destinos da Maçonaria no país. É o Guardião Mestre e Condutor da Maçonaria. - Rito de York: É considerado bastante antigo. É o mais praticado em todo o mundo - por cerca de 85% dos maçons. O Rito de York é executado desde os tempos do rei anglo-saxão, Athelstan, século X, da cidade de York, capital do território da Nortúmbria. Segundo o “Manuscrito de Halliwell”, no ano 926 houve um grande congresso de maçons, convocado e presidido pelo príncipe Edwin, filho do rei Athelstan. Edwin tornara-se geômetra e mestre-de-obras, após ter passado por todas as etapas da Iniciação Maçônica – e, foi eleito Grão-Mestre. Daí por diante, todos os anos, é realizada uma reunião maçônica em York. Edwin escolheu três símbolos como elementos de base da Ordem: um Esquadro em ouro, um Compasso de prata com pontas de ouro e uma Trolha (pá) de prata.
  • 34. Mesmo após a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, as Lojas Britânicas, em sua maioria, continuavam a respeitar as Antigas Obrigações e não à Grande Loja Britânica – que, ficou com sua influência bastante limitada. As Lojas Britânicas não aderiram ao Sistema de Obediência, permanecendo livres. O centro de resistência à Grande Loja era a antiga Loja de York, de tradição Operativa e que dava aos membros da Grande Loja, o título de “Modernos”, enquanto eles próprios se autodenominavam “Antigos”, pelo respeito às antigas leis. Na união dos maçons “Antigos” e “Modernos” em 1813 - as duas Grandes Lojas rivais inglesas - foi oficialmente aprovado o Ritual dos “Antigos” como o Ritual Oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra e, naquele momento o procedimento maçônico resultante dessa união recebeu o nome de Rito de Emulação – “Emulation Rite”. Portanto, por força do “Act of Union” firmado pelas duas Grandes Lojas rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente. A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a Grande Loja de Londres submetera-se à Grande Loja de York, cujo Rito, até a época da união, denominava-se “Rito de York”. O Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do “Emulation Rite” praticado na Inglaterra. O “Emulation Rite” na Inglaterra, não possui Graus filosóficos. Nos Estados Unidos, o Rito de York é constituído pelos três Graus Simbólicos e quatro Graus Filosóficos. Estas não são as únicas diferenças. Existem outras, de ordem Ritualística. Rito de York ou Americano é aquele praticado pelas Grandes Lojas dos Estados Unidos. Apresenta Catorze Graus, ou seja, conta com Onze Altos Graus, apesar de grande parte dos maçons americanos praticarem os três primeiros Graus da Loja Simbólica em Rito de York e o restante no Rito Escocês Antigo e Aceito. No Rito de York existem apenas três cargos que são eletivos: o Mestre da Loja, o Tesoureiro e o Guardião (Guarda Externo, em alguns casos, quando ele não é membro da Loja) – nos demais Ritos, toda Loja tem, pelo menos, o Venerável Mestre, dois Vigilantes, o Orador, o Secretário, o Companheiro e o Aprendiz. No Brasil existem inúmeras Lojas Maçônicas que adotam a linha inglesa, ou seja, o “Emulation Rite”, apesar do uso da denominação “Rito de York”, que acabou se consagrando. - Rito de Schröder:
  • 35. Foi criado por Friedrich Ludwig Schröder (1774-1816: em Shwerin, Alemanha), e introduzido em sua Loja em 29 de junho de 1801, em Hamburgo, Alemanha. É um Rito simples e, opera nos três Graus Simbólicos, não possuindo Altos Graus ou Graus Filosóficos. Schröder aboliu o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, por entender a Maçonaria como uma união de virtudes, e não uma sociedade esotérica – enfatizou o ensinamento dos valores morais e o espírito fraterno. Preservou os símbolos, resgatando o princípio que afirmava ser a “Verdadeira Maçonaria, a dos Três Graus de São João”. Schröder restaurou o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura germânica de sua época. Por isso o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de York (“Emulation Rite”), sem ser uma cópia deste. - Rito Francês ou Moderno: Como se sabe, a Maçonaria Moderna surgiu quando, em 1717, quatro Lojas de Londres se uniram para formar a Grande Loja de Londres, priorizando estudos teóricos e afastando-se da prática da construção. O Rito Francês ou Moderno criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande Oriente de França, em 1774, com a nomeação de uma comissão para reduzir os Graus, deixando apenas os Simbólicos. No princípio houve uma forte oposição, então a comissão deixou quatro dos principais Graus Filosóficos; com o decorrer do tempo, algumas Lojas adotaram o Rito. A denominação Rito Francês, surge inicialmente num processo de uma deliberação do Grande Oriente de França, de 25de novembro de 1799 sobre uma Loja de Nova Iorque sob o Rito Francês. No século seguinte o mesmo Rito será conhecido como Moderno. Tudo indica que o nome de Rito Francês e depois Rito Moderno, foi utilizado pelo Grande Oriente de França, em oposição ao nome Escocês, usado por vários Ritos praticados na França no século XVIII. Atualmente é um Rito muito praticado na França e nos países que estiveram sob sua influência. Segundo o Rito Francês ou Moderno, o Universo é governado por leis imutáveis com as quais o indivíduo se relaciona. - Rito Brasileiro: Alguns escritores afirmam que, o Rito Brasileiro foi criado em 1864, em Pernambuco, com o nome de “Maçonaria Especial do Rito Brasileiro”.
  • 36. Porém, oficialmente, sua criação foi em 23 de dezembro de 1914, através do Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Teve curta duração inicial, ficando sem uso de meados da década de 40 (1940) até a década de 60 (1960). Houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém sem sucesso. Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira, este Rito foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas. O Rito Brasileiro é Regular, Legal e Legítimo. Acata os “Landmarks” e os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país. O Rito Brasileiro mantém os três Graus Simbólicos de acordo com a tradição maçônica e adota o sistema de mais Trinta Altos Graus ou Graus Filosóficos, que têm características nacionais, com temas atuais e relevantes. O Rito Brasileiro possui organização e doutrina bem estruturadas. Adota a legenda “Urbi et Orbi”, que significa sua atuação nacional e internacional. - Rito Adonhiramita: Esse Rito teve origem na França, no século XVIII, na crença dos franceses de que o principal construtor do Templo do Rei Salomão teria sido Adonhiram, e não Hiram Abiff. Foi uma polêmica entre estudiosos ritualistas. Na construção do Templo de Salomão Adonhiram sucedeu Hiram Abiff, chamado de Adon- Hiram (Senhor Hiram). Adonhiram era arquiteto e preposto das corvéias do Templo de Jerusalém, de acordo com os textos bíblicos. Preposto é o auxiliar encarregado de certos negócios e que age em nome e por conta de um patrão, um preponente. Corvéia era o trabalho ou o serviço gratuito – praticamente um trabalho escravo – que as pessoas tinham que prestar ao rei (também presente no feudalismo europeu). Adonhiram era o contratante dessa atividade servil, como preposto de Salomão, e depois de Roboão (filho de Salomão) - ele era encarregado dos impostos. Os adeptos dessa teoria eram chamados de adonhiramitas, e foi um desses maçons, Louis Guillemain de Saint Victor, que em 1781 publicou um livro intitulado “Recueil Precieux de La Maçonnerie Adonhiramite”, onde constava um pequeno histórico e o resumo de quatro Graus desse Rito. Em 1787, ele publicou o segundo volume, contendo mais oito Graus, que foi modificado pelo americano Arthur Eduard Waite. O Rito, depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo. Todavia, no Brasil, (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu, fazendo com que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus aumentados de Treze para Trinta e Três.
  • 37. 4- Ritualismo, Simbologia e Símbolos: A Simbologia é a ciência mais antiga do mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradições. O primeiro aprendizado no mundo foi constituído por símbolos. Em um tempo onde a linguagem oral era ainda incipiente, os símbolos foram o meio de comunicação. A palavra símbolo deriva da palavra grega “symbolom”, que significa juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos, idéias ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo hemisfério direito do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm um efeito muito poderoso na mente humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado contido em um termo muitas vezes, não traduz, de fato, a essência do que busca comunicar. Segundo Jacob Bronowski (1908-1974: filósofo, matemático e cientista polonês): “o mundo que o espírito humano conhece e explora não sobrevive sem conceitos simbólicos. O símbolo e a metáfora são tão necessários à ciência, como à poesia”. As antigas culturas que conhecemos, tinham sem exceção, uma coisa em comum: símbolos e rituais. A partir de símbolos elas criavam rituais, não só para as principais fases de transição da vida (ritos de passagem), mas também para o dia-a-dia e suas exigências. As etapas de transição da vida exigem rituais e, eles estiveram presentes em todas as épocas – as culturas arcaicas confiavam na energia iniciática dos ritos da puberdade, por exemplo, coisa que a nossa sociedade desvaloriza. Não é muito fácil para um jovem, nas sociedades modernas, amadurecer, pois lhe faltam rituais de passagem que o liguem, com segurança, a um novo padrão do mundo dos “adultos”, que tem regras e símbolos diferentes. Como não há mais esses rituais, o jovem fuma seu primeiro cigarro, toma sua primeira bebida alcoólica, experimenta outras drogas, numa tentativa correspondente. O inconveniente desses procedimentos “substitutos”, é que não oferecem nenhuma segurança de ingresso no mundo adulto e, os jovens, muitas vezes, acabam ficando “dependentes” desses rituais. Como não existe nenhuma cultura antiga (e mesmo moderna) sem rituais, pode-se inferir que, eles façam parte, necessariamente, da trajetória humana. O biólogo e pensador, Rupert Sheldrake, (1942: PhD., biólogo e bioquímico inglês, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra) com suas pesquisas sobre campos morfogenéticos ou formativos, confirmou que há
  • 38. relações entre distintos seres vivos que escapam a explicações lógicas. Esses campos vibram ao mesmo tempo no mesmo plano e se comportam como se fossem somente um ser. Constituem uma egrégora: egrégora é a somatória de energias criada por grupos ou agrupamentos, em virtude da força vibratória gerada por cada indivíduo. Essa força é maior e de vibração diferente da de cada um. A egrégora é resultante de uma sinergia. E, qualquer que seja a natureza da egrégora, ela estará presente em cada indivíduo do grupo que a formou (confirmando o Paradigma Holográfico, do físico David Bohm). Um dos Princípios Herméticos postula que tudo vibra: Princípio da Vibração - “Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.”. A ciência já comprovou a verdade por trás desse princípio. As diferenças entre as diversas manifestações da matéria, energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de vibração. Os organismos dos seres vivos são formados por células, e estas por moléculas, átomos e núcleos e, assim, são condensadores de energia. Segundo Rupert Sheldrake, os campos morfogenéticos ou morfológicos, são estruturas invisíveis que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas. Toda célula, molécula, átomo ou organismo que existe, gera um campo organizador. Assim, sempre que um membro de um grupo aprende um comportamento e esse comportamento é repetido várias vezes, o campo é modificado e a modificação afeta o agrupamento por inteiro. O campo morfogenético é uma região de influência que atua dentro e em torno de todo organismo vivo e está presente em pensamentos e atitudes. Cada ser cria um campo morfológico e, é aplicável a todos os sistemas: assim é o maçom em relação à Maçonaria e à sua Loja. Sua presença na Loja é muito importante para a captação dessas energias e para sua própria evolução espiritual. Se os conteúdos mentais, emocionais e espirituais são transmitidos de uma pessoa a outra, essas propriedades podem ser assimiladas por cada maçom, com sua presença nos trabalhos da Loja. O físico brasileiro Luiz Alberto Oliveira, afirma que os seres humanos são indivíduos e, ao mesmo tempo, elementos de massa. E, essa é a simbologia da Corda de Oitenta e Um Nós. Para os maçons, uma corda com nós é o símbolo de sua comunidade. O nó simboliza o enlace e a união. Em torno do Templo é colocada uma corda, com nós simples, feitos de espaço em espaço. Os nós isolados são frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. Os nós representam os maçons, que se unem sem se fundir, sem perder a sua individualidade. A egrégora da Maçonaria é criada por pensamentos, sentimentos e ações elevados, que adquire vida e que é alimentada por mentalizações e vibrações
  • 39. de seus obreiros. A egrégora é uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade das correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras frágeis e de pouca duração, porém pensamentos e sentimentos enérgicos, vibrantes, criam egrégoras poderosas e de longa duração. Segundo a citação maçônica: “Se perguntarem a um maçom: Quantos sois vós? Respondereis: SOMOS UM SÓ.” Atualmente, a Física e a Biologia sustentam o que as antigas orientações iniciáticas e filosóficas do Oriente sempre apontaram. Neste sentido, é compreensível que ensinamentos antigos, tais como os de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, Paracelso (1493-1541: famoso alquimista) – “além do médico Celso – Aurélio Cornélio Celso”, médico cirurgião romano, que viveu no século I, autor da mais famosa obra de medicina dos antigos romanos “De Re Medica”, “Das Coisas Médicas” - de que o homem e o mundo são um, voltem a ser considerados. E, os Rituais são o caminho mais direto para construir esses campos. Os indivíduos que vivenciam Rituais constroem campos formativos fortes. A linguagem de todas as grandes escolas de sabedoria é expressa através dos Rituais – e, esses Rituais exercem funções emocionais, intelectuais, sociais, pedagógicas, cosmogônicas e éticas. O objetivo dos Rituais Maçônicos não é estabelecer fatos históricos, mas transmitir doutrinas filosóficas. A Maçonaria, sempre esteve na vanguarda dessa tradição, agora já reconhecida como fato científico. A Ordem utiliza símbolos e Rituais para conduzir o consciente e o inconsciente do participante a níveis cada vez mais profundos e expandidos. O Ritual de Iniciação é o mais significativo para o postulante maçom. É o início de uma nova fase da vida. Na Ordem, a Iniciação é um Ritual que expressa a morte simbólica do homem comum, para seu renascimento em estágio espiritual mais elevado, como membro da Maçonaria. A Ordem possui seus símbolos e seus Rituais que, hoje, podem ser explicados cientificamente, como formadores de campos morfológicos úteis e benéficos. Ao que parece, a decadência das Lojas Medievais ou Operativas, fez com que o Antigo Ritualismo fosse consideravelmente distorcido e corrompido (a transmissão acontecia oralmente, de Loja para Loja e de Mestre para Mestre, desde os tempos romanos). Com o surgimento da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, em 1717, na Inglaterra, ressurgiu o estudo da simbologia religiosa, que se encontrava perdido na ignorância medieval. Os maçons especulativos
  • 40. começaram a estudar os símbolos religiosos, iniciáticos e alquímicos. Os símbolos remontam às origens da humanidade sendo, fundamentalmente, esotéricos – revelam de forma velada a sabedoria cósmica que orienta cada indivíduo nos passos da iniciação interna (Paracelso: “o homem e o mundo são um”, Hermes Trismegistos: “o que está em baixo é como o que está no alto”, etc.). Coube aos primeiros maçons especulativos recuperar o que havia restado dos Rituais Operativos. Os Mistérios Antigos podem ser a fonte da filosofia, da doutrina e da Ritualística Maçônica - esses “Mistérios” consistiam em um grupo de crenças e práticas que, sempre existiu, nas tradições dos povos. Os símbolos, segundo Carl Gustav Jung, (1875-1961: psiquiatra suíço, discípulo de Freud - maçom) não são apenas alegorias, porém, imagens com conteúdos que podem transcender a consciência (são arquétipos). Jung postulou: “O homem necessita de uma vida simbólica.” A observação de símbolos místicos no interior de uma Loja Maçônica provoca estímulos no cérebro, que são processados e compreendidos pelo inconsciente, através da memória genética: religiões milenares, religiões pagãs, oráculos (tarô, runas, numerologia, etc.), mitologias. Os símbolos inspiram e ensinam, e são a matéria prima de uma linguagem atemporal. Portanto, a Maçonaria não pode ser compreendida, somente, intelectualmente. “O que interessa à filosofia maçônica não é apenas o homem em si, mas o homem-símbolo”. – Rizzardo da Camino (1918-2008: escritor maçônico). Fundamentado na Simbologia, o ensinamento maçônico só pode ser auto- didático e pessoal - para cada maçom, será o fruto dos seus estudos e de suas próprias interpretações. São inúmeros os símbolos maçônicos, porém, alguns se destacam, pelo seu uso mais constante entre os maçons: - Esquadro: Trata-se do símbolo maçônico mais usado e conhecido. Todos os Graus da Maçonaria têm o Esquadro como símbolo primário. Por ser uma figura geométrica, indica o equilíbrio do comportamento que conduz ao aperfeiçoamento humano no “caminho reto da justiça”. Na Maçonaria o Esquadro representa a Terra e orienta o caminho do maçom do começo ao fim de sua jornada. Para os Antigos Egípcios, o Esquadro era um quadrado perfeito, usado no Culto de Osíris para julgar os mortos – o quadrado, com sua forma limitada dá a idéia de algo estático, material. É símbolo da Terra e se opõe ao Círculo, que representa o Céu; - Compasso:
  • 41. Há onze espécies de compassos: de pontas secas; porta-lápis; de quarto de círculo; de redução; de espessura; de tira-linhas; de três pontas; de corrediça; de calibres; de proporção e de marinha. O Compasso Maçônico é o de pontas secas. A Maçonaria adota o Compasso como um dos seus grandes símbolos e, coloca-o sobre o Altar da Loja, enlaçado com o Esquadro, significando o macrocosmo. É emblema de medida e justiça. O Compasso remete à figura geométrica mais repleta de significados: o Círculo. O Compasso, por sua posição, pode traduzir a estática e a dinâmica – com as hastes fechadas, ele somente marca um determinado ponto: um símbolo para o início do caminho empreendido pelo Aprendiz. Abertas, as hastes traçam o círculo, que é o símbolo da perfeição, aquilo que começa e acaba em si mesmo, da unidade, do absoluto – o infinito; - Acácia: A Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus – foi muito empregada na construção do Tabernáculo. Planta consagrada nas cerimônias como símbolo da inocência, iniciação e imortalidade da alma. Na lenda de Hiram Abiff, seus três assassinos marcaram o lugar onde ocultaram seu corpo com um ramo de Acácia. O Diploma da Acácia é conferido, em algumas Lojas, ao maçom assíduo; - Avental: É o símbolo do trabalho. É a peça mais importante do vestuário maçônico. Distintivo indispensável às atividades dentro da Loja. Lembra ao maçom os tempos da Maçonaria Operativa, e, simbolicamente, o trabalho árduo para burilar sua própria alma – era confeccionado de pele de cordeiro ou de linho: simbolizava a pureza de propósitos. O Avental ou Mandil pode constituir uma “proteção” aos chakras fundamentais (esplênico e umbilical) – sua função é minimizar as influências relacionadas à paixão (sexo). Porém, esse símbolo remonta a maior distância no tempo – os mais célebres Aventais são dos faraós egípcios cujo modelo, bem característico, apresentava numerosos segredos geométricos utilizados na construção dos Templos. O Avental Maçônico, muito simplificado, perdeu grande parte desse esoterismo: tem a forma de um retângulo encimado por um triângulo - o Avental branco, sem adornos, do 1º Grau indica a pureza da alma, que se alcançará nesse Grau. Nos Graus Um e Dois não há nenhum metal nos Aventais, pois o maçom “despiu-se” de todas as vaidades tolas e, transmutou-as em riquezas espirituais. Os Aventais dos demais Graus têm cores e desenhos variados, conforme o Rito adotado. O fundo, porém, é sempre branco;