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“Felizmente Há Luar!” Luís de Sttau Monteiro
       Felizmente há luar! é uma obra literária, drama narrativo de carácter épico,
publicada em 1961 pelo dramaturgo Luís de Sttau
Monteiro e adaptada para teatro pelo próprio autor.

      Após a publicação de Angústia para o Jantar,
esta peça celebrizou Sttau Monteiro no teatro
português, sendo bem recebida pela crítica da época
e tornando o autor um dos mais importantes
dramaturgos contemporâneos europeus.

        A história relatada na obra é baseada na
frustrada tentativa de uma revolta liberal no ano de
1817, cujo alegado (mas nunca confirmado) líder seria
Gomes Freire de Andrade. Recriada em dois actos, a
sequência de factos históricos ocorridos em Outubro
desse mesmo ano, que conduziu ao cárcere e ao
enforcamento de Gomes Freire de Andrade, no forte
de São Julião da Barra, acto este levado a cabo pelo
regime do marechal Beresford e apoiado firmemente
pela Igreja.

       Vigoroso apelo ético, inserido numa forma de dissertação do autor sobre a
repressão política injusta e perseguições de que os cidadãos do Portugal da década de
1960 sofriam, a peça era legivelmente uma oposição política ao regime então em vigor
e um incentivo à revolta. Denominada pelo próprio autor «apoteose trágica», foi
censurada posteriormente à sua publicação e proibida até 1974.

       A obra, publicada em 1961, foi aclamada pela crítica e levou o autor a
consagrar-se como dramaturgo ao receber o Grande Prémio de Teatro da Associação
Portuguesa de Escritores.

       Todavia foi censurada pelo Estado. Em 1962 o autor tentou encenar a peça no
Teatro Experimental do Porto, mas não conseguiu sucesso junto das autoridades. A sua
primeira encenação aconteceu em Paris, em 1969, e só em 1978 foi a palco em
Portugal, no Teatro Nacional. Em 2001, a peça foi encenada pela primeira vez no Teatro
Experimental do Porto, uma vez que a primeira tentativa falhou.

        Actualmente (2006-2012) encontra-se em cena no Teatro Cinearte, em Lisboa
interpretado pela Companhia de Teatro A Barraca, numa encenação de Hélder Costa,
com Maria do Céu Guerra, Jorge Gomes Ribeiro, Luis Thomar, Adérito Lopes, Pedro
Borges, Rita Fernandes, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso e Susana Costa. Este elenco
esteve presente, com este espectáculo, como convidado especial, na III Mostra Latino-
Americana de Teatro de Grupo, realizada no Centro Cultural de São Paulo, no Brasil, em
Maio, de 2008.

                                                                          In wikipédia




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                     1
Contextualização

        A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789.
        As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os
franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira
invasão, a corte pede auxílio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o
general Beresford.
        Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime
salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação
histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe,
também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado
Novo e as ameaças da PIDE, entre outras.

          Carácter épico

        Felizmente há luar é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios
do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro
da representação, mas também na sociedade em que se insere.
        De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o
homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características
afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções,
levando o público a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como
preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os
acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge,
assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o actor e a
personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais
real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado.
        Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não
tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma
capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o
“sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por
meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz.
        Estes são, também, os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e
personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto
para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser
humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.




→ Objectivos (condensação do texto):
  • Auto-representação das personagens e narrador
  • Elementos técnicos não escondidos
  • Muita luz (não há efeitos)
  • Musica e cenários destroem a ilusão da realidade
  • Efeito de conjunto (justaposição/montagem de episódios)
  • História desenrola-se numa serie de situações separadas que começam e
    acabam em si mesmas
  • Teatro deve fazer pensar e não provocar sensações – distanciamento
  • Intenção de critica social
  • Concepção das personagens a partir da função social
  • Vertente histórico-nararativa que impera




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                        2
Paralelismo entre passado e as condições históricas dos anos 60: denúncia da
violência

            Século XIX – 1817                                    Século XX – anos 60
Agitação social que levou à revolta de             Agitação social: conspirações internas;
1820                                               principal erupção da guerra colonial
Regime absolutista e tirano                        Regime ditatorial salazarista
Classes hierarquizadas, dominantes, com            Classes exploradas; desigualdade entre
medo de perder privilégios                         abastados e pobres
Povo oprimido e resignado                          Povo reprimido e explorado
Miséria, medo, ignorância, obscurantismo           Miséria, medo, analfabetismo, obscurantismo
mas “felizmente há luar”                           mas crença nas mudanças
Luta contra a opressão do regime                   Luta contra o regime totalitário e ditatorial
Perseguições dos agentes de Beresford              Perseguições da PIDE
Denuncias de Vicente, Andrade Corvo e              Denuncias dos “bufos”
Morais Sarmento
Censura à imprensa                                 Censura total
Repressão dos conspiradores; execução              Prisão; duras medidas de repressão e tortura;
sumaria e pena de morte                            condenação sem provas
Execução de Gomes Freire                           Execução de Humberto Delgado
Revolução de 1820                                  Revolução do 25 de Abril de 1974

          Personagens

          Há três grupos importantes de personagens no poema:

1. Povo

     → Rita, Antigo Soldado, Populares
       • Personagens colectiva
       • Representam o analfabetismo e a miséria
       • Escravizado pela ignorância
       • Não tem liberdade
       • Desconfiam dos poderosos
       • São impotentes face à situação do país (não há eleições livres, etc.)

     → Manuel
       • Denuncia a opressão
       • Assume algum protagonismo por abrir os dois actos
       • Papel de impotência do povo

     → Matilde
       • Personagem principal do acto II
       • Companheira de todas as horas de Gomes Freire
       • Forte, persistente, corajosa, inteligente, apaixonada
       • Não desiste de lutar, defendendo sempre o marido
       • Põe de lado a auto-estima (suplica pela vida do marido)
       • Acusa o povo de cobardia mas depois compreende-o
       • Personifica a dor das mães, irmãs, esposas dos presos políticos
       • Voz da consciência junto dos governadores (obriga-os a confrontarem-se com
         os seus actos)
       • Desmascara o Principal Sousa, que não segue os princípios da lei de Cristo

     → Sousa Falcão
       • Amigo de Gomes Freire e Matilde

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• Partilha das mesmas ideias de Gomes Freire mas não teve a sua coragem
          • Auto-incimina-se por isso
          • Medroso




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2. Delatores
   Representam os “bufos” do regime salazarista.

     → Vicente
       • É do povo mas trai-o para subir na vida
       • Tem vergonha do seu nascimento, da sua condição social
       • Faz o que for preciso para ganhar um cargo na polícia
       • Demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico
       • Falso humanitário
       • Movido pelo interesse da recompensa
       • Adulador do momento

     → Andrade Corvo e Morais Sarmento
       • Querem ganhar dinheiro a todo o custo
       • Funcionam como “bufos” também pelo medo que têm das consequências de
         estar contra o governo
       • Mesquinhos, oportunistas e hipócritas

3. Governadores
   Representam o poder político e são o cérebro da conjura que acusa Gomes Freire
de traição ao país; não querem perder o seu estatuto; são fracos, mesquinhos e vis;
cada um simboliza um poder e diferentes interesses; desejam permanecer no poder a
todo o custo

     → Beresford
       • Representa o poder militar
       • Tem um sentimento de superioridade em relação aos portugueses e a Portugal
       • Ridiculariza o nosso povo, a vida do nosso país e a atrofia de almas
       • Odeia Portugal
       • Está sempre a provocar o principal Sousa
       • Não é melhor que aqueles que critica mas é sincero ao dizer que está no
          poder só pelo seu cargo que lhe dá muito dinheiro
       • Tem medo de Gomes Freire (pode-lhe tirar o lugar)
       • Oportunista, severo, disciplinar, autoritário e mercenário
       • Bom militar, mau oficial

     → Principal Sousa
       • É demagogo e hipócrita
       • Não hesita em condenar inocentes
       • Representa o poder clerical/Igreja
       • Representa o poder da Igreja que interfere nos negócios do estado
       • Não segue a doutrina da Igreja para poder conservar a sua posição
       • Não tem argumentos face ao desmascarar que sofre de Matilde
       • Tem problemas de consciência em condenar um inocente mas não ousa
           intervir para não perder a sua posição confortável no governo
       • Fanático religioso
       • Corrompido pelo poder eclesiástico
       • Desonesto
       • Odeia os franceses
       • Defende o obscurantismo

     → D. Miguel Forjaz
       • Representa o poder político e a burguesia dominadora
       • Quer manter-se no poder pelo seu poder político-económico
       • Personifica Salazar
       • Prepotente, autoritário, calculista, servil, vingativo e frio
       • Corrompido pelo poder
       • Primo de Gomes Freire


“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                  5
 Gomes Freire de Andrade
       • Representa Humberto Delgado
       • Personagem virtual/central
       • Sempre presente nas palavras das outras personagens
       • Caracterizado pelo Antigo Soldado, por Manuel; D. Miguel e Beresford
       • Idolatrado pelo povo
       • Acredita na justiça e na luta pela liberdade
       • Soldado brilhante
       • Estrangeirado
       • Símbolo da esperança e liberdade

      Policias: representam a PIDE

      Frei Diogo de Melo: representam a Igreja consciente da situação do país...

          Tempo

→ Tempo histórico ou tempo real (século XIX - 1817)
     • Invasões francesas (desde 1807): rei no Brasil
     • Ajuda pedida aos ingleses (Beresford)
     • Regime absolutista
     • Situação económica portuguesa má: dinheiro ia para a corte no Brasil
     • Regência, influenciada por Beresford (símbolo do poder britânico em Portugal)
     • Primeiros movimentos liberais (1817), com a conspiração abortada de Gomes
              Freire
          •   25 De Maio de 1817 – prisão de Gomes Freire; 18 de Outubro de 1817 –
              enforcado, datas condensadas em dois dias na peça (tempo de acção
              dramática)
          •   Governadores viam na revolução a destruição da estrutura tradicional do
              Reino e a supressão dos privilégios das classes favorecidas
          •   O povo via na revolução a solução para a situação em que se encontrava
          •   Revolução liberal de 1820
          •   Implantação do liberalismo em 1834, com o acordo de Évora-Monte

→ Tempo metafórico ou tempo da escrita (século XX – 1961, época marcada pelo
     conflito entre o regime salazarista e a oposição)
        • Permanentemente presente (implícito)
        • Época conturbada em 1961: guerra colonial angolana; greves; movimentos
            estudantis; pequenas “guerrilhas” internas; crescente aparecimento de
            movimentos de opinião organizados; oposição política
        • Situação política, social e económica de desagrado geral
        • Regime ditatorial salazarista: desigualdade entre abastados e pobres muito
            grande; povo reprimido e explorado; miséria, medo; analfabetismo e
            obscurantismo
        • PIDE, “bufos”; censura; medidas de repressão/tortura e condenação sem
            provas
        • Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto
            para falar do presente
        • Grande dualidade de conceitos entre os dois tempos: Gomes Freire é
            Humberto Delgado; os governadores três são o regime salazarista; Vicente e os
            delatores são os “bufos”; os homens de Beresford são a PIDE…



“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                       6
Estrutura

      A acção da peça está dividida em dois actos (estrutura externa), o primeiro com
onze sequências e o segundo com treze (estrutura interna). No acto I trama-se a morte
de Gomes Freire; no acto II põe-se em prática o plano do acto I.

          Os símbolos

          • Saia verde: comprada em Paris, no Inverno, com o dinheiro da venda de duas
            medalhas. “Alegria no reencontro”; a saia é uma peça eminentemente
            feminina e o verde encontra-se destinado à esperança
          • Título: duas vezes mencionado inserido nas falas das personagens (por D.
            Miguel, que salienta o efeito dissuador das execuções e por Matilde, cujas
            palavras remetem para um estímulo para que o povo de revolte)
          • Luz: vida, saúde e felicidade, símbolo da vitória contra a escuridão (opressão e
            falta de liberdade), pode referir-se quer à fogueira quer ao luar
          • Noite: mal, castigo, morte
          • Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol
            e por atravessar fases, mudando de forma, representa: dependência,
            periocidade, renovação
          • Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e
            para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela
            liberdade
          • Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama
            mantém-se viva e a liberdade há-de chegar
          • Titulo: D. Miguel: salientando o efeito dissuasor das execuções, querendo que o
            castigo de Gomes Freire se torne num exemplo; representa as trevas e o
            obscurantismo (Página 131); Matilde: na altura da execução são proferidas
            palavras de coragem e estímulo, para que o povo se revolte contra a tirania;
            representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade (Página 140)
          • Moeda de 5 reis: símbolo de desrespeito que os mais poderosos mantinham
            para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus
          • Tambores: símbolos da repressão do povo

         Espaço

          • Espaço físico: a acção desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores,
            mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes
          • Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo
            vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela
            linguagem das várias personagens

          Linguagem e estilo

          • Recursos estilísticos: enorme variedade (tomar espacial atenção à ironia)
          • Funções da linguagem: apelativa (frase imperativa); informativa (frase
            declarativa); emotiva [frase exclamativa, reticências, anacoluto (frases
            interrompidas)]; metalinguística
          • Marcas da linguagem e estilo: provérbios, expressões populares, frases
            sentenciosas
          • Texto principal: As falas das personagens
          • Texto secundário: as didascálias/indicações cénicas (têm um papel crucial na
            peça)

       A didascália
       A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença,
galhofa, adulação, desprezo, irritação – relacionadas com os opressores; tristeza,
esperança, medo, desânimo – relacionadas com os oprimidos). As marcações são
abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons

“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                          7
(tambores, silêncio, voz que fala antes de entrar no palco, sino que toca a rebate,
murmúrio de vozes, toque duma campainha) e efeitos de luz (contraste entre a
escuridão e a luz; os dois actos terminam em sombra). De realçar que a peça termina ao
som de fanfarra (“Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de
intensidade até cair o pano.”) em oposição à luz (“Desaparece o clarão da fogueira.”);
no entanto, a escuridão não é total, porque “felizmente há luar”.
        Análise dos actos

      Acto I




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“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   9
“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   10
 Acto II




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   11
“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   12
“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   13
Exames Nacionais de 2000 - 2005

Texto A

1.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                        14
2.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   15
Excerto idêntico no Livro de Preparação do Exame Nacional, página 206/207




3.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                            16
4.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   17
“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   18
5.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   19
6.




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro   20
Excerto idêntico no Livro de Preparação do Exame Nacional, página 205/206




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                            21
Leia atentamente o excerto:
                                                     TEXTO
 Com a energia                                                MATILDE
possível a quem             Vamos falar com D. Miguel Forjaz.
chegou ao fim                                             SOUSA FALCÃO
das suas forças.            Nem nos receberá! Conheço-o há muitos anos. É frio, desumano e calculista.
                         Odeia Gomes Freire com um ódio que vem de longe, um ódio total, que não
                         perdoa nada!
                            Lembre-se de que são primos, e antigos camaradas de armas…
                            Um é franco, aberto e leal.
                            O outro é a personificação de mediocridade consciente e rancorosa.
                            Gomes Freire perdoaria a D. Miguel Forjaz, mas D. Miguel Forjaz vai
                         enforcar Gomes Freire.
                            É inútil bater-lhe à porta.
                                                              MATILDE
                            Um cristão não fecha assim a porta a uma desgraçada que lhe vem pedir pela
                         vida do seu homem…tem de me ouvir.
                                                          SOUSA FALCÃO
                                                            (Com azedume)
                            D. Miguel é um cristão de domingo, Matilde. Pode estar certa de que todos os
                         dias dá a um pobre pão para que lhe baste para se conservar vivo até morrer de
                         fome…
                                                              MATILDE
                            Mas temos de ir.
                                                          SOUSA FALCÃO
                            Não nos receberá.
                                                              MATILDE
                            Nesse caso iremos para que não nos receba.
                                                   (Como quem faz uma descoberta)
                            É isso mesmo, António! Iremos para que não nos receba.
                            (Pega no braço de Sousa Falcão e dirigem-se ambos para o centro do palco.
                         Detêm-se a meio caminho. Vindo do fundo, surge um criado, de libré, que se
                         coloca à frente deles)
                            É preciso que os homens se definam para que possam ser julgados.
                            É preciso que ele não nos receba – é a nossa oportunidade de o obrigar a
                         definir-se, de o colocar no banco dos réus, para que o juiz o possa julgar…
                                                          SOUSA FALCÃO
                                                           (Com desânimo)
                            Que juiz?
                                                          (…) Luís de Sttau Monteiro, Felizmente há
                                                        Luar!

  Considere o excerto transcrito e responda de forma clara às questões:

  1. A personagem Matilde neste excerto toma uma decisão. Que pretende concretamente?

  2. Sousa Falcão antecipa o resultado do que irá acontecer, a que argumentos recorre para
  explicar tal desfecho?

  3. Explique o processo de caracterização de personagens presente neste excerto.




  “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                             22
4. «Nesse caso iremos para que não nos receba» - diz a personagem Matilde. Como
interpretas essa afirmação?

5. O final do excerto termina com uma pergunta de Sousa Falcão. Qual a resposta
adequada para tal pergunta, considerando os objectivos desta peça.



6. Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações seguintes:
           A Na cena anterior ao excerto, Principal de Sousa recebeu e pediu a Matilde que se
            resignasse.
           B Numa cena seguinte ao excerto, Matilde ouviu de Frei Diogo palavras de conforto.
           C Numa cena anterior Matilde recebe uma moeda da mão de Rita.
           D Numa cena posterior ao excerto, Matilde vai despedir-se de Gomes Freire e aceita
            como terminada a luta pela liberdade.
           E Na cena seguinte, Matilde foi insultada pelo criado de D. Miguel.
           F Numa cena posterior, o Principal de Sousa diz que são razões de Estado as que
            condenam Gomes Freire.
           7. Considerando as características do teatro épico presentes
          em Felizmente Há Luar!, assinale como verdadeiras ou falsas as
          afirmações no seguinte quadro:
           A As didascálias a negrito reforçam o carácter explicativo do teatro épico.
           B Em Felizmente Há Luar!, o autor pretendeu denunciar através da metáfora histórica
            o regime em que vivia.
           C No teatro brechtiano pretende-se que o espectador se identifique com os heróis da
            intriga e se deixe guiar pela emoção.
           D Para caracterizar uma personagem, o dramaturgo serve-se doutras linguagens para
         . além da verbal, sobretudo o tom de voz, os gestos e a movimentação em cena.
           E No teatro épico os sons, a iluminação, os adereços são elementos pouco relevantes
            para a construção do sentido.
           F A estrutura formal e externa de Felizmente Há Luar! é o do teatro «dramático».
         .

           8. Com base no trecho e em toda a peça demonstre como Sousa Falcão é o
          «inseparável amigo», como o dramaturgo o descreveu inicialmente.
                                                            II
       1. Assinale as opções certas:
       1.1. Na frase: «… Nesse caso iremos para que não nos receba » – o segmento sublinhado classifica-se como:
         a Frase subordinada relativa adjectiva restritiva
         b Frase subordinada adverbial condicional
         c Frase subordinante
         d Frase subordinada adverbial final




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                                                   23
1.2. Na    frase: «… Um cristão não fecha assim a porta a uma desgraçada que lhe vem pedir pela vida do seu
               homem …», a parte sublinhada constitui:
           a      Frase coordenada conclusiva sindética
           b      Frase subordinada substantiva completiva.
           c      Frase subordinada adverbial concessiva
           d      Frase subordinada relativa adjectiva restritiva
       1.3.Na frase – «É preciso que ele não nos receba.» - a expressão sublinhada
           constitui:
      a    Frase subordinada adverbial concessiva.
      b    Frase subordinada substantiva completiva.
      c    Frase subordinada adverbial consecutiva.
      d    Frase subordinada relativa adjectiva explicativa.
  1.4. Na frase: «Gomes Freire perdoaria a D. Miguel Forjaz, mas D. Miguel Forjaz vai
enforcar Gomes Freire» – a parte sublinhada é:
       a                 Frase coordenada adversativa sindética
       b                Frase coordenada adversativa assindética
       c                 Frase coordenada copulativa sindética.
       d                       Frase subordinada disjuntiva
2. Relacione as frases simples em frases complexas, segundo os esquemas propostos, fazendo as alterações necessárias:
 2.1 Subordinada adverbial condicional + subordinante+ subordinada adjectiva
relativa explicativa.
  - Matilde foi recebida por D. Miguel
  - Matilde obterá o perdão para o seu homem.
  - O seu homem estava preso em S. Julião da Barra.
  _______________________________________________________________________
           2.2. Subordinante + subordinada substantiva completiva + subordinada
          relativa adjectiva.
  - Os governadores pensaram [alguma coisa].
  - A morte do general será uma lição para os contestatários.
  - Os contestatários desejavam reformas no sistema político.
  _______________________________________________________________________
  3. Divida a frase complexa nas frases (orações) que a compõem e classifique-as.
  «Vindo do fundo, surge um criado, de libré, que se coloca à frente deles».
                                                                 III
        Escolha um dos temas e desenvolva-o numa breve dissertação (150 a 200
       palavras):
       A) Tratando-se dum teatro de denúncia, refira-se aos alvos dessa denúncia em Felizmente Há Luar!.
       B) Demonstre      como se aplica na peça o que diz o dramaturgo: «O General Gomes Freire D’Andrade – que está
               sempre presente embora nunca apareça». .




Ver também…
Exame 2009 – 1ª Fase


“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                                                                        24
Texto B

1.




2.




3.




4.




5.




Ver também…
Exame 2010 – 2ª Fase (Matilde de Melo)
Exame 2007 – 2ª Fase (Importância da noite em Felizmente há luar)




“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro                    25

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Guião Felizmente há Luar!

  • 1. “Felizmente Há Luar!” Luís de Sttau Monteiro Felizmente há luar! é uma obra literária, drama narrativo de carácter épico, publicada em 1961 pelo dramaturgo Luís de Sttau Monteiro e adaptada para teatro pelo próprio autor. Após a publicação de Angústia para o Jantar, esta peça celebrizou Sttau Monteiro no teatro português, sendo bem recebida pela crítica da época e tornando o autor um dos mais importantes dramaturgos contemporâneos europeus. A história relatada na obra é baseada na frustrada tentativa de uma revolta liberal no ano de 1817, cujo alegado (mas nunca confirmado) líder seria Gomes Freire de Andrade. Recriada em dois actos, a sequência de factos históricos ocorridos em Outubro desse mesmo ano, que conduziu ao cárcere e ao enforcamento de Gomes Freire de Andrade, no forte de São Julião da Barra, acto este levado a cabo pelo regime do marechal Beresford e apoiado firmemente pela Igreja. Vigoroso apelo ético, inserido numa forma de dissertação do autor sobre a repressão política injusta e perseguições de que os cidadãos do Portugal da década de 1960 sofriam, a peça era legivelmente uma oposição política ao regime então em vigor e um incentivo à revolta. Denominada pelo próprio autor «apoteose trágica», foi censurada posteriormente à sua publicação e proibida até 1974. A obra, publicada em 1961, foi aclamada pela crítica e levou o autor a consagrar-se como dramaturgo ao receber o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores. Todavia foi censurada pelo Estado. Em 1962 o autor tentou encenar a peça no Teatro Experimental do Porto, mas não conseguiu sucesso junto das autoridades. A sua primeira encenação aconteceu em Paris, em 1969, e só em 1978 foi a palco em Portugal, no Teatro Nacional. Em 2001, a peça foi encenada pela primeira vez no Teatro Experimental do Porto, uma vez que a primeira tentativa falhou. Actualmente (2006-2012) encontra-se em cena no Teatro Cinearte, em Lisboa interpretado pela Companhia de Teatro A Barraca, numa encenação de Hélder Costa, com Maria do Céu Guerra, Jorge Gomes Ribeiro, Luis Thomar, Adérito Lopes, Pedro Borges, Rita Fernandes, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso e Susana Costa. Este elenco esteve presente, com este espectáculo, como convidado especial, na III Mostra Latino- Americana de Teatro de Grupo, realizada no Centro Cultural de São Paulo, no Brasil, em Maio, de 2008. In wikipédia “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 1
  • 2. Contextualização A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789. As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxílio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o general Beresford. Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras. Carácter épico Felizmente há luar é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro da representação, mas também na sociedade em que se insere. De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o público a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge, assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado. Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o “sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz. Estes são, também, os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição. → Objectivos (condensação do texto): • Auto-representação das personagens e narrador • Elementos técnicos não escondidos • Muita luz (não há efeitos) • Musica e cenários destroem a ilusão da realidade • Efeito de conjunto (justaposição/montagem de episódios) • História desenrola-se numa serie de situações separadas que começam e acabam em si mesmas • Teatro deve fazer pensar e não provocar sensações – distanciamento • Intenção de critica social • Concepção das personagens a partir da função social • Vertente histórico-nararativa que impera “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 2
  • 3. Paralelismo entre passado e as condições históricas dos anos 60: denúncia da violência Século XIX – 1817 Século XX – anos 60 Agitação social que levou à revolta de Agitação social: conspirações internas; 1820 principal erupção da guerra colonial Regime absolutista e tirano Regime ditatorial salazarista Classes hierarquizadas, dominantes, com Classes exploradas; desigualdade entre medo de perder privilégios abastados e pobres Povo oprimido e resignado Povo reprimido e explorado Miséria, medo, ignorância, obscurantismo Miséria, medo, analfabetismo, obscurantismo mas “felizmente há luar” mas crença nas mudanças Luta contra a opressão do regime Luta contra o regime totalitário e ditatorial Perseguições dos agentes de Beresford Perseguições da PIDE Denuncias de Vicente, Andrade Corvo e Denuncias dos “bufos” Morais Sarmento Censura à imprensa Censura total Repressão dos conspiradores; execução Prisão; duras medidas de repressão e tortura; sumaria e pena de morte condenação sem provas Execução de Gomes Freire Execução de Humberto Delgado Revolução de 1820 Revolução do 25 de Abril de 1974 Personagens Há três grupos importantes de personagens no poema: 1. Povo → Rita, Antigo Soldado, Populares • Personagens colectiva • Representam o analfabetismo e a miséria • Escravizado pela ignorância • Não tem liberdade • Desconfiam dos poderosos • São impotentes face à situação do país (não há eleições livres, etc.) → Manuel • Denuncia a opressão • Assume algum protagonismo por abrir os dois actos • Papel de impotência do povo → Matilde • Personagem principal do acto II • Companheira de todas as horas de Gomes Freire • Forte, persistente, corajosa, inteligente, apaixonada • Não desiste de lutar, defendendo sempre o marido • Põe de lado a auto-estima (suplica pela vida do marido) • Acusa o povo de cobardia mas depois compreende-o • Personifica a dor das mães, irmãs, esposas dos presos políticos • Voz da consciência junto dos governadores (obriga-os a confrontarem-se com os seus actos) • Desmascara o Principal Sousa, que não segue os princípios da lei de Cristo → Sousa Falcão • Amigo de Gomes Freire e Matilde “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 3
  • 4. • Partilha das mesmas ideias de Gomes Freire mas não teve a sua coragem • Auto-incimina-se por isso • Medroso “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 4
  • 5. 2. Delatores Representam os “bufos” do regime salazarista. → Vicente • É do povo mas trai-o para subir na vida • Tem vergonha do seu nascimento, da sua condição social • Faz o que for preciso para ganhar um cargo na polícia • Demagogo, hipócrita, traidor, desleal e sarcástico • Falso humanitário • Movido pelo interesse da recompensa • Adulador do momento → Andrade Corvo e Morais Sarmento • Querem ganhar dinheiro a todo o custo • Funcionam como “bufos” também pelo medo que têm das consequências de estar contra o governo • Mesquinhos, oportunistas e hipócritas 3. Governadores Representam o poder político e são o cérebro da conjura que acusa Gomes Freire de traição ao país; não querem perder o seu estatuto; são fracos, mesquinhos e vis; cada um simboliza um poder e diferentes interesses; desejam permanecer no poder a todo o custo → Beresford • Representa o poder militar • Tem um sentimento de superioridade em relação aos portugueses e a Portugal • Ridiculariza o nosso povo, a vida do nosso país e a atrofia de almas • Odeia Portugal • Está sempre a provocar o principal Sousa • Não é melhor que aqueles que critica mas é sincero ao dizer que está no poder só pelo seu cargo que lhe dá muito dinheiro • Tem medo de Gomes Freire (pode-lhe tirar o lugar) • Oportunista, severo, disciplinar, autoritário e mercenário • Bom militar, mau oficial → Principal Sousa • É demagogo e hipócrita • Não hesita em condenar inocentes • Representa o poder clerical/Igreja • Representa o poder da Igreja que interfere nos negócios do estado • Não segue a doutrina da Igreja para poder conservar a sua posição • Não tem argumentos face ao desmascarar que sofre de Matilde • Tem problemas de consciência em condenar um inocente mas não ousa intervir para não perder a sua posição confortável no governo • Fanático religioso • Corrompido pelo poder eclesiástico • Desonesto • Odeia os franceses • Defende o obscurantismo → D. Miguel Forjaz • Representa o poder político e a burguesia dominadora • Quer manter-se no poder pelo seu poder político-económico • Personifica Salazar • Prepotente, autoritário, calculista, servil, vingativo e frio • Corrompido pelo poder • Primo de Gomes Freire “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 5
  • 6.  Gomes Freire de Andrade • Representa Humberto Delgado • Personagem virtual/central • Sempre presente nas palavras das outras personagens • Caracterizado pelo Antigo Soldado, por Manuel; D. Miguel e Beresford • Idolatrado pelo povo • Acredita na justiça e na luta pela liberdade • Soldado brilhante • Estrangeirado • Símbolo da esperança e liberdade  Policias: representam a PIDE  Frei Diogo de Melo: representam a Igreja consciente da situação do país... Tempo → Tempo histórico ou tempo real (século XIX - 1817) • Invasões francesas (desde 1807): rei no Brasil • Ajuda pedida aos ingleses (Beresford) • Regime absolutista • Situação económica portuguesa má: dinheiro ia para a corte no Brasil • Regência, influenciada por Beresford (símbolo do poder britânico em Portugal) • Primeiros movimentos liberais (1817), com a conspiração abortada de Gomes Freire • 25 De Maio de 1817 – prisão de Gomes Freire; 18 de Outubro de 1817 – enforcado, datas condensadas em dois dias na peça (tempo de acção dramática) • Governadores viam na revolução a destruição da estrutura tradicional do Reino e a supressão dos privilégios das classes favorecidas • O povo via na revolução a solução para a situação em que se encontrava • Revolução liberal de 1820 • Implantação do liberalismo em 1834, com o acordo de Évora-Monte → Tempo metafórico ou tempo da escrita (século XX – 1961, época marcada pelo conflito entre o regime salazarista e a oposição) • Permanentemente presente (implícito) • Época conturbada em 1961: guerra colonial angolana; greves; movimentos estudantis; pequenas “guerrilhas” internas; crescente aparecimento de movimentos de opinião organizados; oposição política • Situação política, social e económica de desagrado geral • Regime ditatorial salazarista: desigualdade entre abastados e pobres muito grande; povo reprimido e explorado; miséria, medo; analfabetismo e obscurantismo • PIDE, “bufos”; censura; medidas de repressão/tortura e condenação sem provas • Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado como pretexto para falar do presente • Grande dualidade de conceitos entre os dois tempos: Gomes Freire é Humberto Delgado; os governadores três são o regime salazarista; Vicente e os delatores são os “bufos”; os homens de Beresford são a PIDE… “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 6
  • 7. Estrutura A acção da peça está dividida em dois actos (estrutura externa), o primeiro com onze sequências e o segundo com treze (estrutura interna). No acto I trama-se a morte de Gomes Freire; no acto II põe-se em prática o plano do acto I. Os símbolos • Saia verde: comprada em Paris, no Inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas. “Alegria no reencontro”; a saia é uma peça eminentemente feminina e o verde encontra-se destinado à esperança • Título: duas vezes mencionado inserido nas falas das personagens (por D. Miguel, que salienta o efeito dissuador das execuções e por Matilde, cujas palavras remetem para um estímulo para que o povo de revolte) • Luz: vida, saúde e felicidade, símbolo da vitória contra a escuridão (opressão e falta de liberdade), pode referir-se quer à fogueira quer ao luar • Noite: mal, castigo, morte • Lua: simbolicamente, por estar privada de luz própria, na dependência do Sol e por atravessar fases, mudando de forma, representa: dependência, periocidade, renovação • Luar: duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade • Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo; Matilde – a chama mantém-se viva e a liberdade há-de chegar • Titulo: D. Miguel: salientando o efeito dissuasor das execuções, querendo que o castigo de Gomes Freire se torne num exemplo; representa as trevas e o obscurantismo (Página 131); Matilde: na altura da execução são proferidas palavras de coragem e estímulo, para que o povo se revolte contra a tirania; representa a caminhada da sociedade em busca da liberdade (Página 140) • Moeda de 5 reis: símbolo de desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus • Tambores: símbolos da repressão do povo Espaço • Espaço físico: a acção desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes • Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se uns dos outros pelo vestuário e pela linguagem das várias personagens Linguagem e estilo • Recursos estilísticos: enorme variedade (tomar espacial atenção à ironia) • Funções da linguagem: apelativa (frase imperativa); informativa (frase declarativa); emotiva [frase exclamativa, reticências, anacoluto (frases interrompidas)]; metalinguística • Marcas da linguagem e estilo: provérbios, expressões populares, frases sentenciosas • Texto principal: As falas das personagens • Texto secundário: as didascálias/indicações cénicas (têm um papel crucial na peça) A didascália A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença, galhofa, adulação, desprezo, irritação – relacionadas com os opressores; tristeza, esperança, medo, desânimo – relacionadas com os oprimidos). As marcações são abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 7
  • 8. (tambores, silêncio, voz que fala antes de entrar no palco, sino que toca a rebate, murmúrio de vozes, toque duma campainha) e efeitos de luz (contraste entre a escuridão e a luz; os dois actos terminam em sombra). De realçar que a peça termina ao som de fanfarra (“Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de intensidade até cair o pano.”) em oposição à luz (“Desaparece o clarão da fogueira.”); no entanto, a escuridão não é total, porque “felizmente há luar”. Análise dos actos  Acto I “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 8
  • 9. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 9
  • 10. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 10
  • 11.  Acto II “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 11
  • 12. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 12
  • 13. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 13
  • 14. Exames Nacionais de 2000 - 2005 Texto A 1. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 14
  • 15. 2. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 15
  • 16. Excerto idêntico no Livro de Preparação do Exame Nacional, página 206/207 3. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 16
  • 17. 4. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 17
  • 18. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 18
  • 19. 5. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 19
  • 20. 6. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 20
  • 21. Excerto idêntico no Livro de Preparação do Exame Nacional, página 205/206 “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 21
  • 22. Leia atentamente o excerto: TEXTO Com a energia MATILDE possível a quem Vamos falar com D. Miguel Forjaz. chegou ao fim SOUSA FALCÃO das suas forças. Nem nos receberá! Conheço-o há muitos anos. É frio, desumano e calculista. Odeia Gomes Freire com um ódio que vem de longe, um ódio total, que não perdoa nada! Lembre-se de que são primos, e antigos camaradas de armas… Um é franco, aberto e leal. O outro é a personificação de mediocridade consciente e rancorosa. Gomes Freire perdoaria a D. Miguel Forjaz, mas D. Miguel Forjaz vai enforcar Gomes Freire. É inútil bater-lhe à porta. MATILDE Um cristão não fecha assim a porta a uma desgraçada que lhe vem pedir pela vida do seu homem…tem de me ouvir. SOUSA FALCÃO (Com azedume) D. Miguel é um cristão de domingo, Matilde. Pode estar certa de que todos os dias dá a um pobre pão para que lhe baste para se conservar vivo até morrer de fome… MATILDE Mas temos de ir. SOUSA FALCÃO Não nos receberá. MATILDE Nesse caso iremos para que não nos receba. (Como quem faz uma descoberta) É isso mesmo, António! Iremos para que não nos receba. (Pega no braço de Sousa Falcão e dirigem-se ambos para o centro do palco. Detêm-se a meio caminho. Vindo do fundo, surge um criado, de libré, que se coloca à frente deles) É preciso que os homens se definam para que possam ser julgados. É preciso que ele não nos receba – é a nossa oportunidade de o obrigar a definir-se, de o colocar no banco dos réus, para que o juiz o possa julgar… SOUSA FALCÃO (Com desânimo) Que juiz? (…) Luís de Sttau Monteiro, Felizmente há Luar! Considere o excerto transcrito e responda de forma clara às questões: 1. A personagem Matilde neste excerto toma uma decisão. Que pretende concretamente? 2. Sousa Falcão antecipa o resultado do que irá acontecer, a que argumentos recorre para explicar tal desfecho? 3. Explique o processo de caracterização de personagens presente neste excerto. “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 22
  • 23. 4. «Nesse caso iremos para que não nos receba» - diz a personagem Matilde. Como interpretas essa afirmação? 5. O final do excerto termina com uma pergunta de Sousa Falcão. Qual a resposta adequada para tal pergunta, considerando os objectivos desta peça. 6. Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações seguintes: A Na cena anterior ao excerto, Principal de Sousa recebeu e pediu a Matilde que se resignasse. B Numa cena seguinte ao excerto, Matilde ouviu de Frei Diogo palavras de conforto. C Numa cena anterior Matilde recebe uma moeda da mão de Rita. D Numa cena posterior ao excerto, Matilde vai despedir-se de Gomes Freire e aceita como terminada a luta pela liberdade. E Na cena seguinte, Matilde foi insultada pelo criado de D. Miguel. F Numa cena posterior, o Principal de Sousa diz que são razões de Estado as que condenam Gomes Freire. 7. Considerando as características do teatro épico presentes em Felizmente Há Luar!, assinale como verdadeiras ou falsas as afirmações no seguinte quadro: A As didascálias a negrito reforçam o carácter explicativo do teatro épico. B Em Felizmente Há Luar!, o autor pretendeu denunciar através da metáfora histórica o regime em que vivia. C No teatro brechtiano pretende-se que o espectador se identifique com os heróis da intriga e se deixe guiar pela emoção. D Para caracterizar uma personagem, o dramaturgo serve-se doutras linguagens para . além da verbal, sobretudo o tom de voz, os gestos e a movimentação em cena. E No teatro épico os sons, a iluminação, os adereços são elementos pouco relevantes para a construção do sentido. F A estrutura formal e externa de Felizmente Há Luar! é o do teatro «dramático». . 8. Com base no trecho e em toda a peça demonstre como Sousa Falcão é o «inseparável amigo», como o dramaturgo o descreveu inicialmente. II 1. Assinale as opções certas: 1.1. Na frase: «… Nesse caso iremos para que não nos receba » – o segmento sublinhado classifica-se como: a Frase subordinada relativa adjectiva restritiva b Frase subordinada adverbial condicional c Frase subordinante d Frase subordinada adverbial final “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 23
  • 24. 1.2. Na frase: «… Um cristão não fecha assim a porta a uma desgraçada que lhe vem pedir pela vida do seu homem …», a parte sublinhada constitui: a Frase coordenada conclusiva sindética b Frase subordinada substantiva completiva. c Frase subordinada adverbial concessiva d Frase subordinada relativa adjectiva restritiva 1.3.Na frase – «É preciso que ele não nos receba.» - a expressão sublinhada constitui: a Frase subordinada adverbial concessiva. b Frase subordinada substantiva completiva. c Frase subordinada adverbial consecutiva. d Frase subordinada relativa adjectiva explicativa. 1.4. Na frase: «Gomes Freire perdoaria a D. Miguel Forjaz, mas D. Miguel Forjaz vai enforcar Gomes Freire» – a parte sublinhada é: a Frase coordenada adversativa sindética b Frase coordenada adversativa assindética c Frase coordenada copulativa sindética. d Frase subordinada disjuntiva 2. Relacione as frases simples em frases complexas, segundo os esquemas propostos, fazendo as alterações necessárias: 2.1 Subordinada adverbial condicional + subordinante+ subordinada adjectiva relativa explicativa. - Matilde foi recebida por D. Miguel - Matilde obterá o perdão para o seu homem. - O seu homem estava preso em S. Julião da Barra. _______________________________________________________________________ 2.2. Subordinante + subordinada substantiva completiva + subordinada relativa adjectiva. - Os governadores pensaram [alguma coisa]. - A morte do general será uma lição para os contestatários. - Os contestatários desejavam reformas no sistema político. _______________________________________________________________________ 3. Divida a frase complexa nas frases (orações) que a compõem e classifique-as. «Vindo do fundo, surge um criado, de libré, que se coloca à frente deles». III Escolha um dos temas e desenvolva-o numa breve dissertação (150 a 200 palavras): A) Tratando-se dum teatro de denúncia, refira-se aos alvos dessa denúncia em Felizmente Há Luar!. B) Demonstre como se aplica na peça o que diz o dramaturgo: «O General Gomes Freire D’Andrade – que está sempre presente embora nunca apareça». . Ver também… Exame 2009 – 1ª Fase “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 24
  • 25. Texto B 1. 2. 3. 4. 5. Ver também… Exame 2010 – 2ª Fase (Matilde de Melo) Exame 2007 – 2ª Fase (Importância da noite em Felizmente há luar) “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro 25