1) O documento discute os conceitos de educação, pós-modernidade e globalização, abordando suas definições e implicações. 2) A educação é vista como essencial para o desenvolvimento humano ao longo da vida. A pós-modernidade traz a perda de fronteiras e o mundo virtual. A globalização leva a uma maior interconexão mundial através da tecnologia e do capitalismo. 3) Autores como Bauman e Santos analisam os impactos da globalização, destacando a polarização social e a necessidade de uma abordagem mais humanista.
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
Educação, Pós-Modernidade e Globalização na Visão de Autores Clássicos
1. 1
Educação, Pós-Modernidade e Globalização
Prof. Silvânio Barcelos
Conceitos:
Educação
Diz respeito ao desenvolvimento humano, em suas trajetórias de vida, desde o momento de seu
nascimento até sua morte. Refere-se as múltiplas formas de organização social que possibilitam as
transformações da pessoa a fim de que ela possa atingir graus mais elevados de realização pessoal
e bem-estar social. (Prof. Dr. Gilberto Teixeira: USP)
Pós-modernidade
A pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a idéia de que
o mundo está cada vez menor através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um mundo
virtual, imagem, som e texto em uma velocidade instantânea. ((Prof. Marcio Balbino Cavalcante,
UEPB)
Globalização
A globalização é o apogeu do mundo capitalista de um processo que conhecemos como
internacionalização do mundo globalizado. Os fatores que levaram a este processo são: a
unicidade da técnica, a convergência dos momentos, o conhecimento do planeta e a mais valia
globalizada (motor único na História). Prof. Milton Santos.
EDUCAÇÃO
História da Educação: Dermeval Saviani
• Homens e mulheres: animais diferenciados que adaptaram a natureza a seus interesses.
• Se constitui agindo sobre a natureza e transformando-a pelo trabalho.
• Sociedades primitivas: educação coincide com a própria vida.
• Apropriação da terra:
• Educação dos não-proprietários: continua a ser no próprio processo de trabalho.
• Educação dos proprietários: Educação em espaço diferenciado:
• SCHOLÉ (grego): lugar do ócio
• EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE OCIDENTAL:
• Antiguidade clássica: escravismo
• Idade média: servidão
• Idade moderna: capitalismo (divisão de classes: proprietários dos meios de produção X
proprietários da força de trabalho.)
• EDUCAÇÃO NO BRASIL:
• 1549: Jesuítas chegam à Colônia (Expedição Tomé de Souza), objetivos:
• 1. Catequizar os índios
• 2. Expandir a fé cristã no Novo Mundo
• Dois modelos de ensino:
• 1. Índios: leitura e poucas operações
• 2. Filhos dos colonos: ensino mais culto.
• 210 anos da Cia. de Jesus no Brasil:
• Ausência do espírito crítico na educação
• 1759: Expulsão dos Jesuítas. Escolas atendiam pouco mais que 1% população.
• (50% mulheres, 40% escravos, 8% negros forros, órfãos, desvalidos)
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• 1808: Chegada da Família Imperial: ensino técnico e superior.
• Educação popular: ensino primário fica esquecido.
• Constituição Federal de 1934:
• Educação fica a cargo do Estado e da Família.
• 1964-1984: Ensino Superior Privado
• Constituição Federal de 1988:
• Princípio do direito universal da Educação para Todos:
• 1. Ensino Fundamental obrigatório/público
• 2. Gestão democrática do ensino público
• 3. Progressiva autonomia das escolas
GLOBALIZAÇÃO
Globalização: As conseqüências humanas (Zygmunt Bauman)
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos ???
O que você faria com 100 mil Reais por mês?
O Que você faria com menos de 2 Reais por dia?
Bauman analisa o processo da globalização dando ênfase às conseqüências humanas. A supressão do
tempo e espaço e o avanço da tecnologia polarizou a sociedade, onde quem tem mobilidade se exime das
responsabilidades, restando aos localizados lamber as feridas.
Nossa sociedade é de consumo, enquanto a grande maioria é consumida na miséria.
Um mundo: duas realidades...
A Sociedade do Espetáculo: Guy Debord 1931-1994
• O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de
unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência.
Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza
não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada.
• O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o projeto do modo
de produção existente.
• Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço decorativo. É o coração da irrealidade da
sociedade real.
• Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda, publicidade ou consumo
direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante.
• Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário — o consumo.
• A forma e o conteúdo do espetáculo são a justificação total das condições e dos fins do sistema
existente.
• A NEGAÇÃO DA VIDA...
• “Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a
afirmação de toda a vida humana, socialmente falando, como simples aparência. Mas a crítica que
atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida; uma negação da vida
que se tornou visível.”
• (Guy Debord)
3. 3
Globali-
Zação
Como
Perversi-
dade
Uma
Outra
Globa-
lização
Globali-
zação
Como
Fábula
Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal = Milton Santos
O mundo é confuso e confusamente entendido:
A realidade é mediocremente construída resumindo vários contextos em uma única abordagem,
refém dos detentores do dinheiro, poder e da informação. (Milton Santos) Deslocando-se dessa
visão equivocada torna-se necessário entender a existência de três mundos distintos:
A FÁBULA:
No intuito de legitimar as construções imaginárias que configuram e perpetuam o sistema, os
chamados “formadores de opinião” fazem uso da mais elementar e eficaz arma: a “repetição”,
que, ao contrário do que a aparente obviedade ilude, não extingue possíveis ideologias, mas as
concretizam.
MITO DA ALDEIA GLOBAL
A PERVERSIDADE:
Nada melhor que a simples realidade para desmascarar a pauta cínica que é publicada. A mesma
globalização que cria a utópica cidadania universal para uns (poucos) faz alastrar-se males
morais e sociais na esquecida maioria.
A OUTRA GLOBALIZAÇÃO:
Apesar da farsa que encobre (ou tenta maquiar) o sistema ruído existem possibilidades e até indícios de
mudança, no sentido não só de revelar a mentira utilizando os mesmos recursos técnicos dos mandatários
como amenizar a verdade.
SURGIMENTO DE UMA DUPLA TIRANIA:
O DINHEIRO
A VIOLÊNCIA DA INFORMAÇÃO:
O que é transmitido à maioria da humanidade é uma informação manipulada que, em lugar de
esclarecer, confunde
CONSUMO E O SEU DESPOTISMO:
As empresas hegemônicas “produzem o consumidor antes mesmo de produzir os produtos [...] Na
cadeia causal, a chamada autonomia da produção cede lugar ao despotismo do consumo” (p. 48).
Emagrecimento moral e intelectual da pessoa
Redução da personalidade e visão do mundo
Consumidor X Cidadão.
INDIVIDUALISMO e DINHEIRO:
Fim da solidariedade. Cada um por si: como se voltássemos a ser animais da selva. Com a
globalização, o uso das técnicas disponíveis permite a instalação de um dinheiro fluido,
relativamente invisível, praticamente abstrato”(p. 98-100)
4. 4
MUDANÇA POSSÍVEL:
“uma outra globalização supõe uma mudança radical das condições atuais, de modo que a
centralidade de todas as ações seja localizada no homem [...]”e não mais no dinheiro (p. 146)
PÓS-MODERNIDADE
Coletânea de conceitos na obra de ZYGMUNT BAUMAN
Ser humano:
Está anos-luz da idéia de solução
Obcecado pelas questões filosóficas existencialistas: de onde vim, quem sou, para onde vou?
Marcado pela angústia porque parece haver algo errado.
Gênese do conceito de “pós-modernidade”
Filósofo francês Jean-François Lyotard (1924-1998):
“Recusa de narrativas longas sobre as coisas”
Consciência pós-moderna é a consciência de um fracasso:
Fracasso da MODERNIDADE...
Consciência pós-moderna
Despertar maldito de um sonho colorido:
Sonho da utopia de um mundo perfeito (modernidade)
HOLOCAUSTO E MODERNIDADE (Bauman)
“No holocausto judeu, no extermínio trabalharam pessoas normais”
Hannah Arendt (Banalização do mal)
A ética do inverno
Bauman cita Emerson (século XIX)
“Vivemos como se estivéssemos em uma fina casca de gelo, se pararmos ela racha.”
Afinal de contas corremos para onde???
Para lugar nenhum. Se pararmos afundamos no gelo.
Modernidade líquida
Aprofundamento do conceito marxista:
“tudo que é sólido desmancha no ar”
MODERNIDADE (século XV-XVI)
Crença na transformação do mundo pela ciência e pela razão
Século XX enterra a modernidade (após 2ª Guerra Mundial e a Bomba Atômica)
De que forma o capitalismo influenciou o pensamento moderno?
Século XX: Passagem de toda uma era da História Mundial:
Da Sociedade de Produção para a Sociedade do Consumo
Fragmentação da vida humana: individualismo
Identidade criada (não herdada): processo contínuo de redefinição do “quem sou”.
Identidade pós-moderna
Você é:
O que veste
O que come
O que consome
O lugar que freqüenta
O que ouve
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O que assiste
O que lê
De que forma a pós-modernidade afeta as relações sociais?
Quantos amigos você tem no Facebook?
Quantos amigos você tem de fato???
O individualismo mudou de forma radical a forma como entendemos o sentido da palavra amigo.
Amigo na pós-modernidade pode significar simplesmente contato.
Religiosidade pós-moderna
Retorno às religiões
“Cada qual possui seu próprio Deus”
Filósofo Luiz Felipe Pondé: Deus “diet” uma filosofia barata, mas que funciona.
Consciência pós-moderna não consegue acreditar em algo por mais de 2 horas.
Mal-estar na pós-modernidade
Angústia pós-moderna:
Finalmente conseguimos ser livres
Única lei que devemos obedecer é a lei de mercado (a que sobrou)
É exatamente a liberdade que nos atormenta: não queríamos ser tão livres assim.
Falta de segurança
AMOR LÍQUIDO: sobre a fragilidade dos laços humanos
No mundo pós-moderno as relações iniciam-se e se findam com extraordinária fluidez:
1. Falta de comprometimento
2. Busca incessante por prazer
3. Como o prazer é momentâneo, em pouco tempo as relações são trocadas por outras.
Cada parceiro ocupa seu próprio espaço no interior dos relacionamentos. Qualquer transgressão é
entendida como violação de direitos.
Relacionamentos virtuais:
1. descartáveis
2. romances líquidos, flexíveis
3. entre celulares e iphones vive-se uma solidão ilusoriamente acompanhada.
4. temor ao amor por outra pessoa e o comprometimento.
Profunda contradição:
De um lado a vontade de ser livre (individualismo)
De outro a constante busca por alguém ideal, como se existisse uma pessoa perfeita.
CONSEQÜÊNCIA: tendência a enxergar o parceiro como produto de consumo descartável.
EDUCAÇÃO NA ERA PLANETÁRIA
Coletânea de conceitos na obra de EDGAR MORIN
Biografia
Nascido em 8 de julho de 1921, graduou-se em Economia Política, História, Geografia e Direito.
Publicou, em 1977, o primeiro livro da série O Método, no qual inicia sua explanação sobre a teoria
da complexidade. Em 1999, lançou A Cabeça Bem-Feita (Ed. Bertrand Brasil) e Os Sete Saberes
Necessários à Educação do Futuro (Ed. Cortez), além de outros três títulos sobre educação. Defende a
incorporação dos problemas cotidianos ao currículo e a interligação dos saberes. Critica o ensino
fragmentado. Ele vê a sala de aula como um fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de
ânimos, culturas, classes sociais e econômicas, sentimentos... Um espaço heterogêneo.
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Estamos preparados para a era planetária?
Fragmentação do ensino:
Currículos desconsideram a emoção, o desejo, o medo, a incerteza, a paixão humana. Disciplinas
não se comunicam entre si.Tudo está interligado na realidade humana. Então, deduz Morin, o
sistema educacional não está preparado adequadamente.
Era planetária
Se manifesta através de uma extrema interação entre toda sorte de fatores econômicos, religiosos,
políticos, étnicos, demográficos, etc.
Dificuldade na compreensão dessa Era.
Local é inseparável do Global que por sua vez influi no Local.
Natureza incerta do conhecimento
Sempre existe o risco de erro, de ilusão. A percepção que temos do mundo exterior não é uma
espécie de fotografia dos nossos olhos. Os estímulos luminosos recebidos pela retina são
traduzidos por uma infinidade de células em sinais binários. Os sinais são transportados pelo
nervo óptico ao cérebro onde se tornam uma percepção. Todo o conhecimento é uma tradução,
uma reconstrução.
CONSTÂNCIA PERCEPTIVA:
Mesmo que em nossa retina a imagem das pessoas que estão no fundo da sala seja pequena, e as
da primeira fila seja grande, jamais veremos as pessoas do fundo da sala como anãs, e da primeira
fila como gigantes. Corremos sempre o risco de errarmos na percepção, na leitura, na
interpretação, logo os erros se multiplicam com as idéias, com as teorias.
“SELF DECEPTION”: mentir à si mesmo:
Transformamos nossas recordações, esquecemos a que nos incomodam e embelezamos as ruins.
Paradigma da simplificação no ensino
Redução ao simples do que é complexo.
Mutilação do conhecimento.
Força da IDEOLOGIA:
Como controlar as idéias?
Com outras idéias!
TEORIA DA COMPLEXIDADE (Edgar Morin)
A pertinência
Conhecimento pertinente permite situar informações recebidas no seu contexto geográfico, cultural,
social, histórico.
Correlação entre o todo e a parte
Na complexidade não há só a parte que constituem o todo, há também o todo na parte.
Exemplo 1:
Cada célula da pele humana contém a totalidade de seu patrimônio genético, embora grande parte
esteja inibida, exprimindo-se somente as que compõem o tecido celular. No entanto a partir dessa
célula pode-se criar um clone total do organismo.
toda e qualquer informação tem apenas um sentido em relação a uma situação, a um contexto.
Exemplo 2:
Se eu disser "amo-te", esta palavra pode ser a expressão de um apaixonado sincero e deve ser
tomada nesse sentido; mas pode ser também a farsa de um sedutor e nessa altura será uma
mentira.
O problema do conhecimento é um desafio porque só podemos conhecer, como dizia Pascal, as
partes se conhecermos o todo em que se situam, e só podemos conhecer o todo se conhecermos as
partes que o compõem.
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Ora, hoje vivemos uma época de mundialização, todos os nossos grandes problemas deixaram de
ser particulares para se tomar mundiais: o da energia e, em especial, o da bomba atômica, da
disseminação nuclear, da ecologia, que é o da nossa biosfera, o dos vírus, como a AIDS.
Exemplo 3: Um copo de vinho do porto
Existem partículas no copo de vinho que se formaram nos primeiros segundos do Universo
Hidrogênio, um dos elementos do Universo
Produtos derivados do átomo do carbono, cuja origem consta do sol anterior ao nosso
Macromoléculas que originaram a vida na terra
Evolução do mundo vegetal, animal e do homem
Evolução da técnica
DITO DE OUTRA MANEIRA:
Num copo de vinho do Porto temos toda a história do Cosmos e, simultaneamente, a originalidade
de uma bebida encontrada apenas na região do Douro.
Sociedade planetária
Cada indivíduo é uma parte da sociedade, da mesma forma que a sociedade como um todo se
encontra em cada indivíduo através da:
Linguagem
Cultura
Família
“Somos indivíduos no planeta, e o planeta está em cada um de nós”
Na era planetária:
O que é o ser humano?
O que é a identidade humana?
O que é a condição humana?
A realidade humana não e só as ciências humanas, ela se encontra também nas ciências biológicas, somos
animais. Somos também máquinas físico-químicas, térmica. Somos formados pelas mesmas partículas
que constituíram o universo.Fazemos parte da aventura do cosmos, da vida. O sistema educacional
mundial desprezou essa consciência e o resultado foi um mundo devastado e ameaçador.
A trindade humana
Indivíduo, Espécie e Membro de uma sociedade.
Indivíduo: produto da reprodução sexual
Espécie: depende da reprodução sexual
Membro: Indivíduo produz a sociedade, e a sociedade com sua cultura produz indivíduos
plenamente humanos. A sociedade produz o indivíduo que por sua vez produz a sociedade. “É
indispensável ensinar o laço fundamental entre esses três aspectos que tendemos a dissociar.”
A condição humana
Nossa concepção de “homo sapiens” tende à racionalidade, no entanto produz-se também a
loucura, o delírio. Não existe racionalidade pura: Entre o “homo sapiens” e o “homo demens”
existe a: Afetividade, sentimento
Entre o PROSAICO e o POÉTICO
Os homens são seres prosaicos que produzem coisas materiais por necessidade. O pão de cada dia.
Mas, a qualidade de vida está na poesia: comunhão, fraternidade, amor, festa. A vida poética não
é o luxo, é o problema de cada um.
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Autonomia
Ensinar a autonomia é ensinar a viver e a conhecer os problemas da sua vida. As ciências humanas
e físicas são necessárias, mas não suficientes. Existe outra face do conhecimento relacionada à
subjetividade. Daí a importância da literatura, por exemplo. LITERATURA: Ensina a conhecer
melhor o outro. QUALIDADE POÉTICA: “Nos ajuda a entender que se nos emocionamos com
poemas é porque falam de nossas esperanças, de nossas verdades profundas.”
Princípio da incerteza
A Incerteza é ao mesmo tempo pessoal e global. PESSOAL: a única certeza que temos é que
somos mortais. GLOBAL: Não sabemos quando vamos morrer. Não sabemos como vai ser nossa
vida. Destino pessoal é baseado na incerteza.
As duas globalizações
1. Dominação econômica do mundo 2. Expansão da consciência humanística: Educação ambiental
e respeito às diferenças.
A TERRA PÁTRIA (Edgar Morin)
Tornar-se cidadãos da terra
a. Identidade comum
b. Comunidade de origem e de destino
c. Comunidade de idéias
Identidade comum
Membros de uma mesma espécie: Homo sapiens
Comunidade de origem e de destino
Origem comum: Continente Africano
Destino comum: Hoje, todos os seres humanos, apesar de viverem situações diferentes, têm os
mesmos problemas fundamentais de vida e morte. Temos necessidade de nos proteger de desastres
que podem destruir o homem.
Comunidade de idéias
Estamos enraizados em nosso destino terrestre, o qual engloba e respeita todas as Pátrias.
O pensamento complexo conduz-nos a uma série de problemas fundamentais do destino humano,
que depende, sobretudo, da nossa capacidade de compreender os nossos problemas essenciais,
contextualizando-os, globalizando-os, interligando-os: e da nossa capacidade de enfrentar a
incerteza e de encontrar os meios que nos permitam navegar num futuro incerto, erguendo ao alto
a nossa coragem e a nossa esperança.
OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO
(Edgar Morin)
Em 1999, a UNESCO solicitou ao filósofo francês Edgar Morin a sistematização de um conjunto de
reflexões que servissem como ponto de partida para se repensar a educação do século XXI. Preparado a
partir do trabalho conjunto de educadores em todo o mundo, o estudo resultou no livro “Os Sete Saberes
Necessários à Educação do Futuro”, que critica as falhas da educação e propõe novos caminhos para a
formação de jovens, futuros cidadãos do mundo.
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1.Evitar as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão:
• Como a percepção do mundo é sempre uma reconstrução, estamos todos sujeitos ao erro e a
ilusão. É um problema de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as
possibilidades de erro para ter condições de perceber a realidade.
2. Os princípios do conhecimento pertinente:
• É preciso ter uma visão capaz de perceber o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade
de informações, nem a sofisticação, que podem fornecer sozinhas um conhecimento pertinente,
mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto. O contexto tem necessidade de seu
próprio contexto. E o conhecimento, atualmente, deve se referir ao global.
3. Ensinar a condição humana:
• Podemos perceber alguns aspectos do homem biológico em Biologia, alguns aspectos
psicológicos em Psicologia, mas a realidade humana é indecifrável. Somos indivíduos de uma
sociedade e fazemos parte de uma espécie. Ao mesmo tempo em que fazemos parte de uma
sociedade, temos a sociedade como parte de nós, pois desde o nosso nascimento a cultura nos
imprime. Nós somos de uma espécie, mas ao mesmo tempo a espécie está em nós e depende de
nós.
4. Ensinar a compreensão:
• A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Na realidade, isto está se
agravando. Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de
responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que, conseqüentemente,
alimenta a auto-justificação e a rejeição ao próximo.
• Por isso, é importante compreender não só os outros como a si mesmo, pois o mundo está cada
vez mais devastado pela incompreensão.
5. Enfrentar as incertezas:
• Apesar das escolas ensinarem somente as certezas, como a gravitação de Newton e o
eletromagnetismo, atualmente a ciência tem abandonado determinados elementos mecânicos para
assimilar o jogo entre certeza e incerteza, da micro-física às ciências humanas.
• É necessário mostrar em todos os domínios, sobretudo na história, o surgimento do inesperado. As
duas guerras mundiais destruíram muito na primeira metade do século XX. Três grandes impérios
da época, por exemplo, o romano-otomano, o austro-húngaro e o soviético,desapareceram.
• Assim tem acontecido em todas as etapas da história. O inesperado aconteceu e acontecerá,
porque não temos futuro e não temos certeza nenhuma dele.
• Não existe determinismo do progresso.
6. Ensinar a identidade terrena:
• O fenômeno da globalização que estamos vivendo hoje é um outro aspecto que o ensino ainda
não tocou.
• O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça
ecológica, a degradação da vida planetária.
• É necessário ensinar que não é suficiente reduzir a um só a complexidade dos problemas
importantes do planeta, como a demografia, a escassez de alimentos, a bomba atômica ou a
ecologia.
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• Os problemas estão todos amarrados uns aos outros. É preciso mostrar que a humanidade vive
agora uma comunidade de destino comum.
7. A ética do gênero humano:
• Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas
responsabilidades pessoais), além de desenvolver a participação social (as responsabilidades
sociais), ou seja, a nossa participação no gênero humano, pois compartilhamos um destino
comum.
• Tudo deve estar integrado para permitir uma mudança de pensamento, isto é, para que transforme
a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade.
• E hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se desenvolver uma
ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos.
A ESCOLA MATA A CRIATIVIDADE? (Ken Robinson)
Por que a maioria das pessoas acha que não tem talento?
A principal causa é a educação.
Nosso sistema de educação formal tem 200 anos e durante esse tempo falhamos em conectar os
estudantes aos seus talentos.
A escola mata a criatividade.
Fazemos um uso pobre dos nossos talentos.
Nessa nova visão da educação não somos nós, os educadores, que definimos o tipo de ser humano
que queremos “formar”, mas, sim, a criança que escolhe que tipo de pessoa ela quer ser, vale
dizer, que ela pretende tornar-se.
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Bibliografia e fontes consultadas
• Oliveira, Rafael Santos de. Seminário (CPGD/UFSC). Resumo da obra: Por uma outra
globalização, Milton Santos. 2006. Disponível em:
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/resumo-por-uma-outra-globaliza%C3%A7%C3%A3o-
do-pensamento-%C3%BAnico-%C3%A1 consci%C3%AAncia-universal acesso em
19/Setembro/2013.
• Bauman, Zygmunt. Globalização: as conseqüências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1999.
• Bauman, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
• Bauman, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
• Bauman, Zygmunt. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus, 1997.
• BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2004.
• Debord, Guy. A sociedade do Espetáculo: 1931-1994. Disponível em:
www.ebooksbrasil.org/eLibris/socespetaculo.html acesso em 22/Setembro/2013.
• Morin, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. UNESCO, Cortez Editora.
• Morin, Edgar. Terra Pátria. Edgar Morin e Anne Brigite Kern. Ed. Instituto Piaget. 2001.
• Robinson, Ken. O elemento chave. Ediouro, 2010.
• Santos, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de
Janeiro: Record, 2002.
• Saviani, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores
Associados, 1995.
Sobre o autor
Possui graduação e mestrado em história, pelo Programa de pós-graduação em
história, da Universidade Federal de Mato Grosso onde realiza, atualmente, o curso de
doutorado na mesma área. Tem como foco central de suas pesquisas a história dos
quilombos em Mato Grosso e seus desdobramentos. Publicou o livro “Quilombo Mata
Cavalo: “a terra dos ancestrais”, pela NEA em 2014, além de alguns artigos e resenhas
publicados em revistas científicas eletrônicas. Participa do GEA - Grupo de Estudos
Agrários, é membro do corpo editorial da Revista Outras Fronteiras, também da UFMT,
e Revista Invest na Educação, da rede privada, exercendo a função de membro
parecerista. Atua profissionalmente como docente em cursos de pós-graduação na
rede privada e do Pronatec.
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Blog:
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